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Com apresentações apoteóticas, parcerias de Samir Trindade e Jorge do Batuke partem com favoritismo na final da Portela

A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou a etapa de semifinal da disputa de samba da Portela para o Carnaval 2025. Três obras foram classificadas para semifinal, que acontece na próxima sexta-feira. * OUÇA OS SAMBAS FINALISTAS – A escola, em 2025, homenageará o cantor e compositor Milton Nascimento com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”. Confira a análise das apresentações finalistas.

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Parceria de Toninho Geraes: O primeiro samba da noite teve a assinatura dos poetas Toninho Geraes, Eli Penteado, Alexandre Fernandes, Víctor do Chapéu, Paulo César Feital, Juca e Juninho Luang. A torcida marcou grande presença e mostrou o samba na ponta da língua. O palco estava desfalcado de Emerson Dias e Chitão Martins. Do ótimo trio que vem comandando o palco, só Bruno Ribas estava presente. Um dos sambas com maior qualidade da safra portelense, tanto em letra quanto melodia, não obteve tanto êxito na apresentação na semifinal, pois sentiu falta dos outros dois intérpretes mencionados. A melodia do refrão de meio chama atenção tanto pela riqueza poética, quanto pela letra “À luz do luar, lá vem Romaria/O doce cantar, Maria Maria/Repleto de chão, da terra do cio/ Feito ouro aluvião/Bateiando uma canção, veio a beira do rio”. A torcida cantou bastante o refrão de cabeça “O meu samba é oratório/Que Sebastião Clareia/Mil tons geniais, e os tambores das gerais/ Na Escola de Candeia”. A obra não poderia terminar de uma forma mais inspirada como “Já dizia Elis, se Deus tivesse voz/Seria a voz de Milton Nascimento”. Apesar do samba não ter sustentado na semifinal, a parceria foi para final pela qualidade da obra que é perceptível, e pelo conjunto de apresentações fortes que já fizeram na disputa.

Parceria de Samir Trindade: O quarto samba da noite foi assinado pelos compositores Samir Trindade, Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira. A torcida foi um esculacho e cantou forte durante toda momento. Tinga teve uma excelente condução, como sempre, e o palco foi firme e com bastante pressão. A apresentação foi irretocável e emocionante. A primeira do samba passou bem demais e as palavras chave para a melodia funcionar tão bem são “Manhã”, “Estou”, “Na fé” e “Nas mãos”. O rendimento do refrão de meio foi ótimo “Nessa estrada, é sonho, é poeira/Passa o trem azul, sigo em paz/ Feito Rio…. só me leva pra Deus filho de Maria/Tantos mares em um cais”. O refrão principal foi uma explosão na quadra “Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar/Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar/Anjo negro é o sol que faz a Portela cantar/Anjo negro é o sol na minha Portela”. Uma parte que foi berrada pela torcida, além dos dois refrãos foi o bis “Quem acredita na vida, não deixa de amar”. Foi uma apresentação que teve forte comunicação com o público, levantando até os camarotes.

Parceria de Jorge do Batuke: O último samba da noite foi assinado pelos compositores Jorge do Batuke, Neizinho do Cavaco, Feijão, Marcio Carvalho, Araguaci e Claudio Russo. A torcida fez um barulho danado e foi um verdadeiro show na quadra. Pitty de Menezes e Tem-Tem Jr conduziram o samba com maestria. A performance da parceria foi avassaladora e levantou a galera. O rendimento do refrão principal foi excelente “No azul da romaria, na canjica da gamela/Sob a luz de Oxalufã… Portela/E no andor do nosso povo a voz de Deus/ Se alguém tem um lugar ao sol…Sou eu!”. O falso refrão de meio levantou a galera e foi outro destaque na apresentação. Uma virada melódica que chama atenção e torna-se fundamental na melodia da primeira parte do samba “Dobrando a esquina lá vem Madureira”. Outra parte do samba que teve um rendimento maravilhoso foi a chamada para o refrão principal “Sim, todo amor é sagrado/Sim, tudo é cantoria/Nada será como antes depois desse dia”. Foi outra apresentação que teve forte comunicação com o público e também levantou os camarotes.

Noite marcada por grandes apresentações na eliminatória do Salgueiro

A equipe do CARNAVALESCO, atrás da série “Eliminatórias”, acompanhou na noite de sábado, mais uma etapa da disputa de samba-enredo do Salgueiro para o Carnaval 2025. A escola divulga na segunda-feira os sambas classificados. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

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Parceria de Marcelo Motta: O primeiro samba da noite foi assinado pelos compositores Marcelo Motta, Rafa Hecht, Thiago Daniel, Clairton Fonseca, Júlio Alves, Kadu Gomes, Alex Oliveira, Daniel Paixão e Fadico. A torcida marcou grande presença na quadra. Tinga conduziu o palco com perfeição e teve um desempenho de destaque. A apresentação começou forte e vale frisar que o samba não caiu em nenhum momento. Na primeira parte do samba, a parte que teve um excelente desempenho foi “Xangô, meu pai, amarra o inimigo e dá um nó/ Desata qualquer feitiço da pontinha do cipó”. O refrão de meio teve um rendimento ótimo “Quando Moreno taca fogo na cabaça/O sertão fica pequeno pra tinhoso na garrafa/O bicho é brabo, tem um trato com Diabo/Coisa feira não lhe alcança nem tocaia no cangaço”. Aliás, esse refrão de meio expõe uma das maiores qualidades da obra que é a letra, que é uma das melhores da disputa. A saída do refrão de meio, é muito boa com “Meu catimbó, catimbó, catimbozeiro/Meu catimbó, catimbó pra defumar”. O refrão principal foi outra parte de grande desempenho. Foi uma grande apresentação, a melhor performance da parceria nessa disputa.

Parceria de Moisés Santiago: A segunda parceria da noite de eliminatória Salgueirense, foi assinado pelos compositores Moisés Santiago, Gilmar L Silva, Aldir Senna, Orlandro Ambrosio, Richard Valença, Wilson Mineiro, Gigi da Estiva, Alexandre Cabeça, Marcelo Fernandes e Leandro Thomaz. Todas as torcidas fizeram a festa nessa noite e essa foi mais uma que deu conta do recado. Zé Paulo e Serginho do Porto tiveram ótima performance na condução do palco. A obra tem uma proposta mais animada que as demais e isso fica visível no refrão de meio que foi um dos grandes destaques “Tem dendê, tem dendê!/Entre fios e miçangas/Tem dendê, tem dendê!/A bença, Tia Baiana!/Já pedi na encruzilhada, rezei no pé da cruz/Minha vida foi selada por Marias e Exus”. A segunda parte do samba possui uma melodia que vai mudando a todo momento, destacando principalmente “Cabra Moreno que rezava a sorte/Que cegava a morte, se valeu no cão”. Na primeira parte do samba, a parceria apostou em alguns versos como bis “Salgueiro é de umbanda!” e “Laroiê! Noite de segunda-feira”. O refrão principal teve um desempenho ótimo e o fechamento dele é energizado “Sai da frente que o Salgueiro vem virado no seu Zé”. Foi uma apresentação muito boa da parceria.

Parceria de Fred Camacho: A terceira obra da noite foi assinada pelos Fred Camacho, Luiz Antônio Simas, Eri Johnson, Diego Nicolau, João Diniz, Guinga do Salgueiro, Fabrício Fontes, Wilton Tatá, Gustavo Clarão e Francisco Aquino. A torcida compareceu em grande público e foi um dos trunfos da parceria. Sem Evandro Malandro, coube ao Thiago Britto a missão de conduzir o palco, e o intérprete obteve êxito. Além de ter um ótimo rendimento, o gingado que o refrão principal proporciona chama atenção “O Salgueiro tem mandinga de preto velho!/Fundanga de marabô! Axé!/Na curimba meu tambor é brabo/Corpo Fechado, saravá seu Zé”. O samba possui uma virada melódica na segunda parte do samba de destaque “Kiumba desiste de mim que sou da Macumba”. O refrão de meio foi uma das partes de grande desempenho “Sai panema! É rito de pajelança/Quem cura dança e bebe na cuia Jurema/ Sai doença, mau-olhado e desacato/ Fecho o corpo no mato no tronco da sapopema”. A primeira parte do samba chamou atenção pela fluidez que passou na quadra. Foi uma ótima apresentação da parceria.

Parceria de Xande de Pilares: O quarto samba da noite de eliminatória Salgueirense Xande de Pilares, Pedrinho da Flor, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Leonardo Gallo, Jorginho Via 13, Jeferson Oliveira, Jassa e W.Correa. Com bandeiras espalhadas por toda a quadra, a torcida fez uma linda festa. Em grande fase, Charles Silva fez mais uma condução com muita garra e força. Vale destacar que o palco da parceria também foi muito bem. A parceria vem colecionando grandes apresentações e nessa noite não foi diferente. O explosivo refrão principal mais uma vez foi destaque “Macumbeiro, mandigueiro, batizado no gongá/Quem tem medo de quiumba, não nasceu pra demandar/ Meu terreiro é a casa da Mandinga/Quem se mete com o Salgueiro acerta as contas na curimba”. Há um preparo e uma chamada expressiva para o refrão de cabeça “Salve seu Zé, que alumia nosso morro/Estende o chapéu a quem pede socorro/Vermelho e branco no linho trajado/Sou eu malandragem de corpo fechado”. O refrão de meio teve um ótimo rendimento na quadra “Tenho a fé que habita o sertão/De lampião, o cangaceiro/Feito moreno eu vou viver/ Mais de cem anos no meu Salgueiro”. A primeira parte do samba é uma parte de destaque pela força com que passa na quadra. Foi mais uma grande apresentação da parceria.

Parceria de Fabiano Paiva: A penúltima parceria da noite teve o samba assinado pelos compositores Fabiano Paiva, Marcelo Adnet, Gustavo Albuquerque, Baby do Cavaco, Andre Capá, Bruno Zullo, Rafael Castilho, Marcelinho Simon, Luizinho do Méier e Raphael Donato. A torcida foi um esculacho, cantando demais o samba durante todo momento. O intérprete Wander Pires com o seu timbre diferenciado, conduziu com êxito o palco. A obra é mais melódica comparando com os outros sambas da noite e tem uma parte que isso fica visível “Sou Zé, Cristo exu do gueto”/Fecho o corpo preto no altar do samba/Hoje o teu corpo preto vai ser amuleto pra vencer demanda”. O bom refrão principal teve um rendimento maravilhoso “Tranco a rua, veste o velho patuá/Abro a lua pro caminho iluminar/Bate palma de macumba/vai na fé do morro inteiro/ inimigo cai de banda, arrepia Salgueiro”. O refrão de meio não fica atrás em termos de rendimento, pois também obteve o mesmo êxito. Apresentação de qualidade da parceria.

Parceria de Ian Ruas: Pra fechar a noite de eliminatória Salgueirense, o último samba foi assinado pelos compositores Ian Ruas, Caio Miranda, Zé Carlos, David Carvalho, Luiz Fernando, Luana Rosa, Fabiano Mattos e Claudia Balthazar. Com uma quantidade grande de bandeiras, a torcida também fez a sua festa. O palco foi um dos pontos de destaque da apresentação, pois foi firme e bem equalizado. Vitor Cunha, Bruno Ribas e Nino do Milênio foram os responsáveis por esse êxito. O refrão principal foi o destaque com ótimo rendimento “Torrão, corpo fechado!/Preto Velho mandigueiro/Vibra em nossa oração/ Torrão abençoado/ Meu Salgueiro pede proteção”. Outro destaque da apresentação foi o bis “Reza forte, milagre no bamba!/ Reza forte no reino do samba!”. Foi uma boa apresentação da parceria.

Duas parcerias se destacam em noite de disputa de samba da Mangueira

O CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve em mais uma etapa de escolha de samba da Estação Primeira de Mangueira. Nesta fase que antecede a semifinal, cinco parcerias se apresentaram. Duas composições tiveram mais destaque e a parceria encabeçada por Deivid Domênico foi eliminada. A Verde e Rosa levará para a Avenida o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude entre Dores e Paixões”, sobre a influência da cultura banto no Rio de Janeiro. A semifinal de samba acontece no dia 12 de outubro. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

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Parceria de Lacyr D’Mangueira: A primeira parceria a se apresentar esta noite foi a dos compositores Lacyr D’Mangueira, Rubens Gordinho, Juninho Luang, André Ricardo Gonçalves, Celsinho M Godoi e Bruno Oliveira Lima e o intérprete Bruno Ribas deu voz a este samba. A música tem um melodia bonita e uma cadência boa de acompanhar. Tem um refrão principal potente com o verso “Eu sou cria, sou banto, filho desse chão”. Já o refrão do meio é divertido pela agilidade e pela repetição de sílabas, mas pode ser difícil de cantar. O trecho “saberes que vem do zungu valem ouro na lingua falado um tesouro legado do congo e d’angola e pelas ruas ao som do lundu a força do sangue bantu transcende o tempo e aflora” se encaixou com muita beleza no ritmo da composição. Apesar da qualidade apresentada, poucas pessoas se empolgaram na quadra.

Parceria de Chacal do Sax: Chacal do Sax, Fábio Martins, Marcelo Martins, Bruno Vitor, Jean do Ouro e Pastor Gaspar compuseram o segundo samba puxado por Emerson Dias e Pixulé. Os dois refrões são bastante potentes, destacando os versos “É verde kabila, rosa de matamba”, do primeiro, e “Preta Velha ensinou, ciência de mandingueiro”, do segundo. Um trecho de impacto é “Reinventei a minha luta/ Na santíssima macumba, irmandade é petição”. A segunda parte do samba é bem construída em letra e melodia, sendo marcante a passagem. “Não venha dizer que é dialeto/ A língua que africaniza a cidade”. Levantou parte da quadra e foi um dos destaques deste sábado.

Parceria de Ronie Oliveira: Matheus Gaúcho defendeu o terceiro samba da noite composto por Ronie Oliveira, Jotapê, Giovani, João Vidal, Miguel Dibo e Cabeça Ajax. Gilsinho comandou a apresentação com Charles Silva e Matheus Gaúcho. O refrão principal com esse “Aê dindin, Aê dindá” é fácil de aprender e o do meio tem muita força com a verso “sou o fruto bantu que não cai longe do pé”. Na primeira parte, esse trecho é o de maior potência: “ainda que a paz existisse renegaram as inquices perseguindo o povo bantu”. Além disso, a segunda parte funciona como uma crescente até chegar no pré-refrão “dê um “dengo” mãe… teu “moleque” é valentia quem é cria lá do morro, faz nascer a poesia dê um “dengo” mãe… teu “moleque” foi vencer jem é cria lá do morro, faz um novo alvorecer”. No mais, a parceria conseguiu animar parte da quadra.

Parceria de Lequinho: Quem encerrou a disputa foram os compositores Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Júlio Alves, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim. A responsabilidade de cantar esse samba foi de Tinga. Primeiramente, essa composição tem um refrão principal bem aguerrido. Dois trechos seguido são muito cativantes: “ê malungo, que bate tambor de congo faz macumba, dança jongo, ginga na capoeira/ ê malungo, o samba estancou teu sangue de verde e rosa renasce a nação de zambi” e “bate folha pra benzer pembelê, kaiango guia meu camutuê, mãe preta me ensinou bate folha pra benzer, pembelê, kaiango sob a cruz do seu altar inquice incorporou”, que funciona como um refrão. Na sequência, a segunda parte traz reflexões e aponta para uma crítica social interessante com versos como “onde a escola de vida é zungu, fui risco iminente/ o alvo que a bala insiste em achar lamento informar… um sobrevivente” e “e hoje no asfalto a moda é ser cria/ quer imitar meu riscado, descolorir o cabelo/ bater cabeça no meu terreiro”. Fechou as apresentações sendo o segundo destaque da noite e levantando o público.

Mocidade segue para semifinal de samba com dois destaques em eliminatória

A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou mais uma etapa da disputa de samba-enredo da Mocidade para o Carnaval 2025. A parceria de Jojo Todynho foi eliminada do concurso. A próxima fase é a semifinal, na sexta-feira que vem, dia 4 de outubro. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

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Parceria de Zé Glória: Abrindo a noite, o samba de Zé Glória, Diego Nicolau, Richard Valença, Orlando Ambrosio, Renan Diniz, Trivella, Myngal, Miguel Dibo, Lico Monteiro e Cabeça do Ajax subiu ao palco. Bem cadenciado, contou com um excelente desempenho de Tem-Tem Jr., que ajuda muito o samba, nos momentos que ele já é bem para cima como no falso refrão “Voar! Voar!”, com ambas as estrofes tendo um bom desempenho. O samba teve uma apresentação bem para cima com torcida bem empolgada, que cantou forte durante o tempo da parceria, se destacando na noite.

Parceria de Jefinho Rodrigues: Segunda a se apresentar, a obra de Jefinho Rodrigues, Arlindinho Cruz, Marquinho Índio, Lauro Silva, Prof.Renato Cunha, Cleiton Roberto, Felipe Mussili e Igor Leal, teve mais uma vez a melodia envolvente como um dos destaques, sendo bem conduzida por Wander Pires. Os refrões poéticos são mais uma vez destaque, assim como a segunda parte do samba, iniciada com o verso “Ávida, a mente vira feito órbita”, um dos trechos que chama a atenção. A torcida presente cantou bem o samba da parceria ajudando a mantê-lo para cima.

Parceria de Paulo Cesar Feital: Terceiro samba da noite, a obra de Paulo Cesar Feital, Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denilson Rozario, Carlinhos da Chácara, Marcelo Casanossa, Rogerinho, Nito de Souza, Dr Castilho e Léo Peres foi conduzido por Thiago Brito, que foi muito bem como a voz principal. A torcida cantou forte. Bem melódica e poética, a apresentação teve os refrões, com destaque para o final “O céu vai clarear/iluminar a Zona Oeste da cidade/Deus vai desfilar/Pra ver o mago recriar a Mocidade”, e a segunda parte, em especial os versos “No afã de me encontrar eu me emocionei/Lembrei da corda bamba que eu atravessei”, como alguns dos pontos altos desta aprsentação, que foi um grande destaqie da noite.

Parceria de Jaci Campo Grande: Leozinho Nunes conduziu a última parceria da noite composta por Jaci Campo Grande, Paulo Ferraz, Alex Cruz, Dr. Marcelo, Duda Coelho, Marcinha Souza, Lucio Flávio, Elian Dias, Paulo Bachini, Bimbim Portella. O samba passou bem, com um bom refrão do meio, e versos na segunda parte também, vindo crescendo nas apresentações, contando com uma torcida bem animada, que cantou e levou máscaras com castorzinhos apaixonados em referência a um dos versos mais comentados da obra.

A mina é cocoriô! Grande Rio escolhe samba de parceria de Belém para o Carnaval 2025

Por Luan Costa, Guibsom Romão e Rhyan de Meira

A escola de samba Deixa Falar, do Grupo Especial de Belém fez história no Rio de Janeiro. Os compositores Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho, Marcelo Moraes vão assinam o samba-enredo da Grande Rio para o Carnaval 2025. O resultado foi divulgado por volta de 3h30 deste domingo, em Duque de Caxias, após uma apresentação épica da parceria campeã. No ano que vem, a Grande Rio levará para a Avenida o enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.

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O CARNAVALESCO ouviu mestre Damasceno e ele falou sobre a conquista na Grande Rio e a emoção de vir do Pará e ganhar no Rio de Janeiro.

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Foto: Guibsom Romão/CARNAVALESCO

“Muita alegria, muita felicidade. Até pela distância que a gente vem, a gente vem atravessando o oceano, se encontrando com os amigos da capital do Pará. Concorrendo samba em meio de nove sambas no Pará. Consegue levar, classificar. Chega no Rio, concorre com os caras famosos. E a gente consegue ser o campeão para o carnaval da cidade de Rio. É uma felicidade, uma sorte, emoção e alegria para o povo do Pará, do Rio de Janeiro e do Marajó”.

O compositor Ailson Picanço falou ao CARNAVALESCO da sensação de vencer na disputa de samba-enredo da Grande Rio para 2025.

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“É uma sensação incrível porque a comunidade nos abraçou desde o primeiro dia, desde o dia do lançamento. A comunidade não se importou se o samba era do Pará ou do Rio de Janeiro. Ela queria saber se o samba era bom, independentemente de onde vinha. Receber todo esse apoio e carinho não tem preço, é indescritível. Fizemos o melhor que pudemos para chegar nesse momento aqui. E, se Deus quiser, a Grande Rio terá muito sucesso no carnaval, se as caboclas e as juremadas permitirem”.

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O compositor Marcelo Moraes também comemorou a conquista no Rio de Janeiro. “A sensação é a melhor possível. Não tem como descrever, isso aqui é um sonho para os compositores do Pará. Para a gente, não tem preço. Essa vitória não é apenas dos compositores da parceria, é uma vitória do Estado do Pará. Está na boca do povo, é uma celebração de todos. E vamos com tudo para o campeonato, porque, se Deus quiser, a Grande Rio vai levar esse título para casa”.

Intérprete da parceria campeã, da escola Deixa Falar, Fábio Moreno ressaltou ao CARNAVALESCO a força das escolas de samba de Belém e dos compositores locais.

Intérprete da parceria campeã, da escola Deixa Falar, Fábio Moreno

“Os nossos sambas, os nossos compositores em Belém são compositores que exportam muitos sambas para a nossa região, sambas para Macapá, para Manaus e tem um leque muito bom, mas nós nunca tivemos um nível de alcance como esse trabalho agora que teve aqui na Grande Rio. Nós tivemos sorte e fomos agraciados pela Nossa Senhora de Nazaré com a safra que tivemos lá na disputa que tivemos lá, que com todo o respeito, mas dois sambas vindo de Belém ainda foi pouco, porque nós tivemos muitos sambas com condições de chegar aqui e dar o seu recado. Realmente é absurdo o que está acontecendo, parece que às vezes eu vou acordar desse sonho”, afirmou o cantor.

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Compositor Davison Jaime

O compositor Davison Jaime sobre a emoção de ganhar: “É a realização de um sonho, a gente disputa samba há um tempo, seja no Pará, seja em outros estados, mas isso aqui é um sonho realizado de infância e a gente parece que nem acredita, estamos todos muito felizes. É difícil dizer o que mais gosto nesse samba, o samba possui várias partes com sustentações que me mantém ele sempre lá em cima, então não consigo dizer o que gosto mais”.

Em entrevista ao CARNAVALESCO, o diretor de carnaval da Grande Rio, Thiago Monteiro, falou o que é possível esperar do desfile da escola, falou sobre ter caído na terça-feira e comentou a sinergia da agremiação com as escolas de samba de Belém.

“Podem esperar que vamos disputar o título, respeitando todas as coirmãs, claro, todo mundo está se preparando da melhor maneira possível, mas a gente também está se preparando muito, muito bem, e a gente tem plena consciência do que a gente quer buscar, que é o melhor carnaval da nossa história e brindar o público com um grande espetáculo. A referência que a gente tem hoje é o desfilar na segunda. E sempre foi, para nós, visto com bons olhos, uma vantagem. Além de você ter mais dias de preparação, você de fato vê o que já aconteceu na pista. Terça-feira você tem um dia a mais. Inclusive, a Grande Rio escolheu, optou por isso, porque no sorteio a bola maior saiu para a gente e nós optamos. É lógico que é uma incógnita, mas pegando a analogia da antiga segunda-feira é uma vantagem. Foi maravilhosa parceria com Belém, não só com a Liga, mas com todo mundo que se envolveu nessa disputa. O presidente da Liga foi fantástico na condução. Agora fica esse intercâmbio, já é uma vitória do carnaval, já é uma vitória do samba”.

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Diretor de carnaval da Grande Rio, Thiago Monteiro

O presidente da Grande Rio, Milton Perácio, falou sobre a confiança da escola com o enredo de 2025, a sinergia com o governo do Pará e como será desfilar na terça-feira de carnaval.

“A Grande Rio está certa que irá fazer um grande desfile. O enredo nos permite dizer isso. É um grande enredo. E vamos para as cabeças. Estamos pensando em campeonato. “Foi muito bom o intercâmbio cultural entre o Rio de Janeiro, de Caxias, Grande Rio e Belém do Pará. As escolas de samba de Belém do Pará são escolas de samba fortes, grandes compositores, isso foi bom para o Belém do Pará, para as escolas de samba, foi bom para o Grande Rio e é bom para o samba. A Grande Rio não tem dia de desfile, ela desfila em domingo, segunda-feira, e a terça-feira é só mais um dia, a Grande Rio vai passar de um jeito bonito, lindo e maravilhoso”, garantiu.

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Presidente da Grande Rio, Milton Perácio

A dupla de carnavalescos da Grande Rio, Gabriel Haddad e Leonardo Bora, conversou com o CARNAVALESCO sobre o enredo de 2025 e o que esperar do desfile da escola no ano que vem.

“Quando há liberdade criativa, e no nosso caso foi uma liberdade criativa total. Isso foi negociado já de início, tudo se torna muito rico, muito vivo porque não há nenhum tipo de intromissão, de dirigismo, a escola confiou plenamente no nosso trabalho como a gente confia na administração da escola, havendo esse acordo mútuo eu acredito que os frutos da desse processo já estão sendo vistos. Uma safra de samba muito expressiva, um enredo que apresenta um olhar muito diferente, muito especial, que definitivamente não cai naquela redução que as pessoas fazem, do tal enredo CEP, a gente jamais faria isso, não nos interessa enquanto artista, não interessa pra Grande Rio nesse momento. É um enredo de muita energia, é um enredo muito sensível”, garantiu Bora.

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Carnavalescos da Grande Rio, Gabriel Haddad e Leonardo Bora

“A diretoria dá uma liberdade muito grande para gente trabalhar e é tudo na base da conversa. A gente dialoga muito bem. Quando chegou a possibilidade de patrocínio do Pará a gente pediu um tempo pra que a pudesse organizar as ideias, de tentar ver que que a gente conseguiria fazer de diferente, algo diferenciado, pra gente não era interessante pra eu acho que nem pra eles também se fosse um cep tradicional como a gente viu passar lá atrás, então é muito bom para gente observar essa relação que a gente conseguiu desenvolver também com a Secretaria de Cultura do Estado do Pará. A gente conversou com muita gente. Acho que o fio condutor da nossa história vai passar pelas princesas, que também já era um enredo que a gente vinha pensando. A gente conseguiu unificar tudo, nada mais é do que o diálogo”, contou Gabriel Haddad.

Comandante da bateria da Grande Rio, mestre Fafá citou o que esperar do desfile em 2025. “Muita alegria, muita cadência. A gente vem com tudo mais um ano, mantendo nossa pegada. Nosso objetivo, mais uma vez, é garantir os 40 pontos. A fantasia será extremamente leve e agradável, o que é importante para a nossa performance. Estamos estudando bastante, pesquisando o carimbó, o tambor de mina, que fazem parte do nosso enredo. Pode ter certeza de que o Pará estará bem representado na nossa bateria”.

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Mestre Fafá

O intérprete Evandro Malandro também falou ao CARNAVALESCO sobre a expectativa para o desfile de 2025 da Grande Rio.

“Pode esperar uma Grande Rio muito bonita na Sapucaí, muito bem preparada, muito focada, com muita responsabilidade, muito trabalho, mas também com muita alegria. Vai ter muito cheiro de patchouli, independente de qualquer samba, porque isso é Belém do Pará, isso é muito bonito. Essa interação dos compositores do Rio de Janeiro com os compositores do Pará está preparando um trabalho muito bacana. Alegria, emoção, tem que ter valentia, mas sem perder a beleza, sem perder a melodia, que é algo que a gente gosta de trabalhar bastante. Não forçar o andamento, não correr, mas também não arrastar. Acho que, se der tudo certo, vamos trabalhar bem o samba, que tem tudo o que precisamos”.

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Intérprete Evandro Malandro

Responsáveis pela comissão de frente da Grande Rio, os coreógrafos Hélio e Beth Bejani, vencedores do ESTRELA DO CARNAVAL 2024, contaram ao CARNAVALESCO como está o trabalho para o desfile do ano que vem.

“Nós estamos tentando trazer também uma nova estruturação da comissão de frente, para não ficar aquela mesmice de sempre. A gente está buscando um caminho diferenciado mais contemporâneo, falando em termos da atualidade, da modernidade que a gente vive. Vamos trabalhar muito com o lúdico em conjunto com a realidade. A gente começa a desenvolver a comissão a partir do enredo, até porque o nosso trabalho prioriza essa situação de a gente apresentar uma síntese do enredo na comissão de frente, para já tentar que o público se interesse pelo que vem depois. A gente acredita que o principal efeito da nossa produção são os componentes. São eles que trazem o nosso trabalho, que representam e trazem para a avenida o que a gente desenvolveu”, afirmou Hélio Bejani.

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Coreógrafos Hélio e Beth Bejani

“São muitas questões lindas do Pará, da história, das lendas, do tambor de mina. A gente está navegando nesse rio de encantarias e vamos fazer um grande carnaval. A gente já está com o projeto praticamente pronto, acho que cada ano é um ano, mas toda essa energia desse enredo está dando um gás a mais a gente. Todo esse universo do tambor de mina está trazendo para a gente uma mistura, um misto de muita encantaria. A gente está muito feliz com o enredo e com o que a gente está desenvolvendo. Até porque a comissão de frente é mutante, a gente começa o projeto e ela vai se transformando. Seguimos com a força do nosso chão, com a força dos nossos componentes, do nosso elenco. A gente confia muito neles. Eles estão com a gente há muito tempo e nosso efeito especial são eles. Sobre a iluminação da Sapucaí, ela veio para ficar. Eu acho que todas as escolas agora estão usando e abusando da iluminação”, comentou Beth Bejani.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira da Grande Rio, Daniel e Taciana, conversou com o CARNAVALESCO sobre o desfile de 2025, mais uma cabine de julgamento e a fantasia para o ano que vem.

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Mestre-sala Daniel

“Olha, com certeza, a cada ano é uma proposta diferente. Com esse enredo, falando sobre o Pará, sobre as encantarias, o próprio carimbó, que é uma dança cultural regional deles, vamos entregar um pouco do carimbó também na avenida. Sobre ter mais uma cabine de julgamento, para a gente é tranquilo, conseguimos tirar de letra. Claro que exige uma preparação maior, porque agora são quatro cabines em vez de três, mas a gente dá conta. Depois que o samba é definido, a gente já começa a pensar na coreografia, tanto para a quadra quanto para a avenida. Esperem algo impactante nas nossas fantasias, algo que ainda não teve na Marquês de Sapucaí, e espero que a galera curta bastante”, comentou o mestre-sala.

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Porta-bandeira Taciana

“A escola está muito feliz, muito animada com o samba. Tivemos uma safra muito boa. A Grande Rio está muito bem representada. A Grande Rio é uma comunidade que abraça qualquer samba que for escolhido, e agora não será diferente. É um enredo muito bonito, muito lindo, desenvolvido pelos nossos carnavalescos. Podem esperar uma Grande Rio linda dentro das águas. Estamos trazendo Catarina, tambor de mina, carimbó e tudo o que tem lá no Pará. Sobre mais uma cabine de julgamento, vai exigir um pouco mais de preparação física, sem dúvida. Mas como a gente não corre de trabalho, já estamos calculando tudo direitinho. Já começamos a trabalhar com um preparador físico e com a nossa coreógrafa, e tenho certeza de que vai dar tudo certo, com fé em Deus. Ainda não conheci a fantasia porque ela está na fase de teste. Estamos trabalhando para trazer algo bacana para a avenida. Se não me engano, na quarta-feira vamos conhecer a fantasia e, logo logo, teremos novidades para contar. Mas sempre gosto de guardar um segredinho para vocês verem só na avenida”, disse a porta-bandeira.

Como passaram os sambas na final da Grande Rio

Parceria de Diogo Nogueira: A parceria liderada por Diogo Nogueira foi a primeira a se apresentar nesta final, e trouxe um samba repleto de referências culturais. Composto por Diogo Nogueira, Myngal, Inácio Rios, Federal e Igor Leal, o samba foi interpretado com grande entusiasmo por Evandro Malandro durante as duas primeiras passadas, no restante os próprios compositores conduziram a obra.

A apresentação teve um início forte, a resposta da torcida foi imediata e calorosa, com muitos balançando bandeiras e cantando junto, o que ajudou a criar uma atmosfera positiva na quadra. A parceria ainda utilizou de vários elementos de pirotecnia para chamar atenção do público durante a passagem. O refrão principal, “Chama Verequete… oh Verê”, foi um dos pontos altos, com a torcida respondendo bem. Apesar de todos esses elementos positivos, o samba não causou um grande impacto na apresentação. Embora bem executado, o resultado não conseguiu empolgar completamente o público presente.

Parceria de Dere: A parceria composta por Dere, Licinho Santos, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro e Eduardo Queiroz foi a segunda a se apresentar na disputa final, trazendo um samba bem estruturado e com uma letra que reflete o enredo com clareza. A interpretação ficou a cargo de Evandro Malandro nas primeiras duas passadas e em seguida somente com Tem-Tem Jr, que conduziu a obra com muita competência, imprimindo a energia necessária para transmitir a mensagem do samba.

Desde o início, o samba conseguiu envolver o público com versos “A verdade é uma colcha de retalhos desfiada” e “Quem quiser ver Mariana vai na espuma do mar”. A torcida, apesar de pequena respondeu bem, cantando junto e agitando bandeiras, o que trouxe uma boa dose de entusiasmo para a apresentação. Os versos que antecedem o refrão principal, “Ererê erê arêá, a doutrina que me rege baila na preamar”, teve um bom impacto e conseguiu captar a atenção da comunidade. O desempenho da parceria foi positivo, mantendo um bom nível de rendimento durante toda a apresentação.

Parceria da Deixa Falar: A parceria formada por Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes se destacou na seletiva do Pará com um samba que conquistou a comunidade caxiense e rapidamente caiu no gosto popular. Com a interpretação marcante de Fábio Moreno, o samba trouxe a força e a autenticidade da cultura paraense para a disputa da Grande Rio, gerando grande expectativa para a final.

A expectativa se confirmou e desde o início, a apresentação foi marcada por uma energia contagiante, com a torcida respondendo de maneira intensa e vibrante antes mesmo do início oficial. A letra, que começa com o refrão “A mina é cocoriô! Feitiçaria parauara”, imediatamente chamou a atenção pelo uso de expressões regionais que exaltam a riqueza cultural do Pará. A conexão com o público foi evidente, com bandeiras tremulando, e muitos presentes entoando o samba junto com a equipe de som. A riqueza poética e a melodia cativante fizeram desse samba um dos grandes destaques da noite. A estrofe “Se a Boiúna se agita… é banzeiro! Banzeiro!” ecoou pela quadra, deixando clara a força da obra e a adesão do público, que respondeu com empolgação durante toda a apresentação.

O desempenho da parceria foi excelente, conseguindo manter a intensidade do início ao fim. A apresentação foi bem conduzida, com Fábio Moreno imprimindo força e emoção em cada verso, o que ajudou a elevar ainda mais o nível do samba. Foi uma verdadeira catarse, com gritos de “é campeão” no final.

Parceria de Elias Bililico: A parceria dos compositores Elias Bililico, Xande de Pilares, Malfredini Henrique, Edinho Gomes e Sérgio Gomes foi a quarta a se apresentar nesta final. O intérprete Nino do Milênio deu vida à obra, explorando bem os contrastes entre as partes mais suaves e os momentos de explosão. Apesar da performance consistente de Nino, a resposta da quadra variou ao longo da apresentação, talvez ainda impactados com a apresentação anterior, parte do público dispersou em alguns momentos.

Os versos iniciais da segunda parte, “Ê Marajó… Jureme… Juremá”, eram interessantes e preparou o terreno para o ápice do samba. A transição para os versos finais, “Grande Rio… deságua meu coração/Navegando, no toque do curimbó”, foi um dos pontos altos da apresentação. No entanto, não foi o suficiente para uma apresentação que conseguisse causar comoção.

Parceria da Bole Bole: A parceria formada por Vetinho, Felipe Silva e Danilo Vetinho foi mais uma vinda da seletiva paraense. Com Bruno Costa como intérprete, a obra foi apresentada com força e energia e contou com uma torcida engajada, mas encontrou dificuldades para engajar plenamente a quadra.

O samba tem momentos poéticos e fortes, como nos verso “Banzereou, Vodum, banzereou. A obra também apresentou bons momentos principalmente no refrão “Onirê, chama Averê, ê donindá”, que conseguiu resgatar a energia e a participação da quadra. No geral, foi uma apresentação correta, que contou com muita emoção, a energia vinda do do palco foi fundamental para uma boa passagem, porém, não o suficiente para que contagiasse por completo o público presente.

Eugênio Leal ouve os compositores finalistas da Grande Rio

A Grande Rio vai escolher neste sábado o samba para o Carnaval 2025. Cinco parcerias estão na final. A decisão tem entrada gratuita. A quadra fica na Rua Almirante Barroso, nº 5 – Centro de Caxias. Entrada franca. Os portões irão abrir às 21h. No ano que vem, a Grande Rio levará para a Avenida o enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. Ouvimos um compositor de cada parceria defendendo seus sambas. Ouça abaixo.

Com volume e altura, Gaviões da Fiel impressionam em apresentação das fantasias para o Carnaval 2025

Se, há exatamente uma semana atrás, os Gaviões da Fiel se reuniram para escolher o samba-enredo (para muitos, um dos melhores da safra do carnaval de 2025 em São Paulo), a sexta-feira foi noite para que a escola organizasse a Apresentação das Fantasias para o próximo desfile, apresentando os protótipos das indumentárias em questão para a defesa do enredo “Irin Ajó Emi Ojisé”, desenvolvido pelos carnavalescos Julio Poloni e Rayner Pereira. O evento, realizado na quadra da Torcida Que Samba, no Bom Retiro (Centro da capital paulista), teve a presença do CARNAVALESCO – que conversou com segmentos importantes da agremiação.

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Comemoração e mudanças

A escolha dos sambas e cantos que ecoaram na rua Cristina Tomás foi idêntica a da noite da final do samba-enredo, com todos cantando a plenos pulmões clássicos como “A Saliva do Santo e o Veneno da Serpente” (1994, reeditado em 2019) e “As Cinco Deusas Encantadas Na Corte Do Rei Gavião” (2003). As apresentações de segmentos (casais, ala das baianas, passistas e destaques) idem. E parava por aí.

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Logo que a reportagem chegou ao local, se deparou com um grande palco em formato de “T” – evidentemente para o desfile dos protótipos. Um dos locais suspensos, atualmente utilizado como camarote de uma patrocinadora, tornou-se uma espécie de camarim para que diversos componentes se maquiassem e vestissem as peças – o espaço, por sinal, era coberto por faixas da “Torcida Que Samba”.

Outra diferença estava na data em que o evento foi realizado. O 27 de setembro é nacionalmente conhecido como o dia de Cosme e Damião, com a distribuição de diversas guloseimas. Os Gaviões preparam cerca de quatro mesas cheias de quitutes como paçocas, suspiros, doce de banana e Nhá Benta para os presentes.

Tempo e inspiração

Em entrevista exclusiva para o CARNAVALESCO, Julio Poloni, um dos carnavalescos da agremiação, destacou que a mesma publicação que serviu de inspiração para a criação do enredo em geral também foi muito consultado ao desenhar as fantasias: “A inspiração foi um livro que Deus colocou no caminho do Rayner. Ele também é assistente do Edson Pereira, na Unidos da Tijuca – e, na sala do profissional, ele viu um livro de Educação Infantil sobre máscaras africanas. A partir daí, ele trouxe essa ideia e começamos a estudar em cima disso. Sobre a temática das máscaras africanas, em específico, não encontramos um livro a respeito – achamos muitos artigos, de diversas etnias. Nisso, então, carnavalizamos uma história em cima dessa cultura. No nosso enredo, como percebemos que as máscaras passam valores, mensagens e ensinamentos, colocamos Orunmilá como o espírito mensageiro que habita por trás dessas máscaras – quando pessoas colocam essas máscaras, eles acessam o mundo espiritual, o Orun. Orunmilá vai parando de povoado em povoado concedendo, em cada um deles, uma máscara para passar essa mensagem. Ao invés dele passar as mensagens por meio do jogo de Ifá, ele vai passar pelas máscaras fazendo uma caminhada pelo continente africanos”, destacou, citando a obra “A Primeira Máscara”, escrito pela artista plástica, ilustradora e autora france Marie-Thérèse Kowalczyk, popularmente conhecida como Maté.

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Ao ser perguntado sobre o tempo de produção do conjunto de fantasias, Rayner Pereira, que também é carnavalesco dos Gaviõess, detalhou: “Acho que levou dois meses, dois meses e meio. A partir disso, começamos a complementar a nossa pesquisa para ver onde conseguiríamos incrementar, para termos um desfile mais rico. Aí complementamos: de catorze foram para dezoito alas – e ainda tinha muita coisa para se falar, mesmo evoluindo muito. Desde o começo, quando vimos tudo no papel, nossos protótipos estão muito fiéis aos desenhos. Quando postarmos o que era o desenho e como ficou, tudo está muito parecido, não tivemos tantas alterações. Isso nos deixa felizes, já que conseguimos tirar do papel o que pensamos para a escola e para os componentes. São fantasias leves e confortáveis, de acordo com quem vestiu. Apesar de tudo, também estamos pensando em quem vai desfilar”, comentou.

Julio aproveitou para complementar: “Levamos cerca de dois meses e meio para terminar os desenhos porque temos muitos elementos para colocar, fizemos uma pesquisa muito rica. As máscaras não estão no enredo de forma aleatória: cada uma delas está conectada com o povoado real de onde ela veio com as vestes que cada máscara acompanha em cada ritual. Foi uma pesquisa muito profunda que fizemos para fazer cada fantasia”, explicou.

Variações cromáticas

Toda a comunicação dos Gaviões pensando no desfile de 2025 possui, majoritariamente, tons terrosos – como amarelo, marrom e ocre. Se tais colorações são, até certo ponto, naturais quando se pensa em um desfile de temática africana, Rayner destaca que outros matizes também serão vistos: “A gente não tem muito como fugir do marrom, do laranja e do amarelo – afinal de contas, é uma coloração natural dessa região da África. Mas pincelamos muitas cores para que esse gradiente não se torne algo muito padronizado no desfile. No desfile, começamos com marrom – mas, a partir disso, começamos a distribuir cores até o final. Não acabamos no prata ou no branco: até isso buscamos fazer de uma forma diferente. Termina de uma forma feliz e diferente do que estava sendo apresentado. Tem, basicamente, o que temos como cores básicas – mas, a partir disso, desenvolvemos muitas outras combinações que casaram muito bem com o nosso desfile. É uma cor terrosa que ganha uma nuance mais feliz para falar de cada etnia que falaremos no decorrer de cada desfile”, pontuou.

Dentre as fantasias que fogem completamente de tal padrão, vale destacar a da ala de passistas, quarta a ser apresentada, com predominância da cor preta.

Cabe destacar que, tradicionalmente, os Gaviões da Fiel não utilizam nem um tipo ou variação de verde em seus desfiles – ao contrário de outras escolas de samba ligadas às torcidas organizadas do futebol, a Torcida Que Samba traz para o carnaval certas tradições.

Encadeamento

Além de uma apresentação inicial com alguns componentes da comunidade antes das fantasias em si, todo o evento teve Julio Poloni como uma espécie de cicerone. Ele, por exemplo, fez questão de fazer uma explicação do samba-enredo dentro da temática criada por ele e por Rayner Pereira. Alguns pontos importantes também foram explicados no palco – como, por exemplo, o fato de que o espírito mensageiro de Orunmilá fará uma viagem que começa no norte e vai rumo ao sul, passando por dezoito povos. Nas fronteiras africanas atuais, treze países estão representados: Mali, Burkina Faso, Serra Leoa, Costa do Marfim, Gana, Benin, Camarões, Guiné Equatorial, Gabão, Angola, Congo e Nigéria.

No enredo, cada uma das fantasias representa uma etnia que foi visitada por Orunmilá, que deixa uma espécie de ensinamento representada por uma máscara. Também vale destacar que cada carro alegórico registra o encontro do espírito mensageiro com outro orixá – casos de Exu e Nanã.

Volume aprovado

Algo que chamou muita atenção em todos os presentes foi o número de adornos e adereços que a grande maioria das fantasias possui. Costeiros, testas e esplendores bastante significativos davam uma sensação de volume bastante considerável, enquanto fitas e saias davam movimento e dinâmica para cada peça.

O trabalho da dupla de carnavalescos na confecção dos protótipos foi aprovado por segmentos ouvidos pelo CARNAVALESCO. Leandro Machado, um dos integrantes da Comissão de Carnaval dos Gaviões da Fiel, foi um deles: “Os Gaviões vêm numa proposta muito diferente, com um enredo inédito. Tenho certeza que as fantasias vão surpreender a todos. Nós, da Direção de Carnaval, gostamos muito. Toda a diretoria também gostou muito – passando pelo presidente e pelos vices. Nossa expectativa, realmente, é causar um impacto diferenciado no carnaval de São Paulo. Podem esperar que os Gaviões venham bem bonitos e bem diferentes”, comentou.

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Fabio Camara, o Fantasma, vice-presidente da instituição (e também integrante da Comissão de Carnaval) concordou: “Na verdade, o conjunto de fantasias superou as minhas expectativas. Obviamente que eu esperava algo muito dentro do contexto que a gente vai apresentar, mas eu fiquei muito contente e muito feliz em saber que as minhas expectativas foram superadas nesses protótipos. Como eu sempre costumo falar, os Gaviões, por si próprios, têm que vir de uma forma grande, de uma forma que seja colocado o nome dos Gaviões sempre no topo, acima de qualquer situação. Eu estou muito contente, muito confortável com o que eu vi e daquilo que nós vamos apresentar na avenida. Tenho a certeza que os Gaviões virão além daquilo que todo mundo espera. A escola vai surpreender na avenida e vai fazer um carnaval, de fato, do tamanho que os Gaviões merecem”, prometeu.

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Desafios e pontos fortes

Perguntados sobre quais foram as grandes barreiras a serem suplantadas para criar o conjunto de fantasias, os carnavalescos detalharam pontos distintos. Julio preferiu falar sobre como colocar tal temática na avenida exigiu a construção de uma temática pouco convencional: “Os principais desafios foram conseguir criar um conjunto que seja coerente com as etnias e povos que estamos representando e as respectivas máscaras. Esse foi o maior desafio: como pegar algo que existe como referência em rituais e como carnavalizar isso sem perder a essência. Vejo que a força do conjunto de fantasias, que agora está pronto, é que ele é muito variado e diferente nas formas e proporções. É um conjunto de fantasias que, certamente, sai do lugar comum do carnaval. O que era um desafio (conseguir conectar roupas e indumentárias que são utilizadas), acabou sendo um diferencial para a gente na concepção – e que deu um resultado completamente diferente do que estamos acostumados”, comentou.

Já Rayner preferiu falar sobre questões mais ligadas à estética: “Também buscamos algumas informações sobre formas! No momento em que começamos a colocar as coisas no papel, nós pesquisamos, ala por ala, se aquilo não passou pela avenida em algum momento. Todas as nossas alas são bem distintas uma da outra e ainda mais diferentes de tudo que já passou no Anhembi. Vocês verão várias formas diferentes e jeitos de usar a máscara, sempre seguindo a fidelidade da máscara de cada região – mas carnavalizando e trazendo um visual simples de se entender. É isso que todo mundo que já viu as fantasias gostou: é um enredo que já foi citado muitas vezes, mas fizemos isso foi feito de uma maneira bem diferente”, atentou.

Profissionais resguardados

Ao contrário de muitas outras escolas de samba, os Gaviões da Fiel realizam eleições – a cada triênio, uma nova diretoria assume o comando da instituição. Mesmo com a mudança de nomes (por sinal, na última eleição, a chapa que representava a situação foi vencida), Julio e Rayner foram mantidos. Para diretores ouvidos pelo CARNAVALESCO, a qualidade de cada um deles é o que vale: “O Júlio e o Rayner têm total apoio nosso, da presidência, dos vice-presidentes… total confiança. Acho que a importância do trabalho é a confiança. Vimos eles trabalhando na gestão passada, nós acompanhamos como sócio. No meio do caminho, próximo das eleições, o Rayner acabou saindo um tempo, mas ele acabou retornando. Não é novidade nenhuma eles trabalharem juntos. A gente resolveu, pelo trabalho apresentado e pelo resultado obtido na avenida, que eles deveriam continuar de acordo com o que eles vêm apresentando. E, claro, que vão seguir apresentando na avenida no futuro – já que, em 2025, eles e os Gaviões vêm em um formato ainda mais forte”, comentou Fantasma.

Leandro vaticinou: “Nós já tínhamos trabalhado com o Rayner em outras gestões, a gente já conhecia o trabalho dele e conhecia a dedicação dele. Sobre o Júlio, nós ouvimos sempre muitas boas referências. Na primeira conversa que nós tivemos com ele, nós tínhamos a certeza que a gente estava fazendo a escolha certa. A gente tem a total confiança, dá a total liberdade para eles criarem e eles sabem que têm o apoio incondicional da diretoria. Isso que é o mais importante, juntamente com a confiança. Tenho certeza que eles estão desenvolvendo um lindo carnaval para os Gaviões”, finalizou.

Com mais de 78% dos votos, parceria da ‘Deixa Falar’, de Belém, é favorita para vencer samba na Grande Rio

A ansiedade dos sambistas tem dia e hora para acabar! A Grande Rio vai escolher o samba para o Carnaval 2025, neste sábado, 28 de setembro. Em enquete com os leitores do CARNAVALESCO, a parceria de Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho, Marcelo Moraes (Parceria Deixa Falar – veio da seletiva de Belém) foi eleita a favorita para vencer a disputa de samba-enredo da Grande Rio para o Carnaval 2025 com 78,4%. A parceria de Vetinho, Felipe Silva e Danilo Vetinho (Parceria Bole Bole – veio da seletiva de Belém) recebeu 13,8. As parcerias de Diogo Nogueira, Myngal, Inácio Rios, Federal e Igor Leal e de Dere, Licinho Santos, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro e Eduardo Queiroz ganharam 3% cada. A parceria de Elias Bililico, Xande de Pilares, Manfredini Henrique, Edinho Games, Sergio Daniel terminou com 1,8%.

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A Grande final tem entrada gratuita. A quadra fica na Rua Almirante Barroso, nº 5 – Centro de Caxias. Entrada franca. Os portões irão abrir às 21h. No ano que vem, a Grande Rio levará para a Avenida o enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.

Justiça maior é de meu pai Xangô! Parceria de Me Leva vence a disputa de samba da Imperatriz para o Carnaval 2025

Por Lucas Santos, Guibsom Romão e Gabriel Gomes

A Imperatriz Leopoldinense, atual vice-campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro, escolheu a obra da parceria de Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro para ser o samba-enredo para o Carnaval 2025. O resultado saiu perto das 6h deste sábado. Durante a final, a escola prestou homenagem para a carnavalesca Rosa Magalhães, que faleceu recentemente, e teve sua foto exibida no telão do palco e o carro de som cantou sambas de títulos da artista no carnaval. Também houve uma homenagem para o mestre Chiquinho, filho de Maria Helena, que está com um problema de saúde. Em 2025, a escola será a segunda a desfilar no domingo de carnaval com o enredo “ÓMI TÚTU AO OLÚFON – Água fresca para o senhor de Ifón”, que conta a história da saga de Oxalá ao reino de Oyó para visitar Xangô, de autoria do carnavalesco Leandro Vieira. A agremiação busca o seu 10º campeonato.

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“É um samba de agudos, com uma melodia bem agradável para o canto da escola. E botamos de acordo com o que a escola queria direitinho. Não fugiu nem um detalhe do enredo, com uma melodia agradável, e isso foi o que proporcionou a vitória para a gente. Foi muito difícil vencer. O que estou valorizando mesmo é a vitória, entendeu? A qualidade das obras e a concorrência boa. E eu fico muito animado, me emociona mais quando chega assim, no “Justiça maior é do meu pai Xangô”, porque você mostra o canto bonito. Aí, a melodia tem uma queda para preparar pra entrar no refrão final. Um respiro na escola. Ele dá um respiro para chegar rasgando no refrão final. E nessa parte até permite, às vezes, a batida do alujá. É, pra ele descansar um pouco também, que justiça é maior. É baiana, velha-guarda, tudo vem junto. Mas quando dá um refresco, ele vem arrebentando no refrão final. A cabeça é mais ou menos um refrão também, que repete. Eu quero que esse samba possa recuperar o título que perdemos no passado”, disse o compositor Me Leva ao CARNAVALESCO.

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Foto: Guibsom Romão/CARNAVALESCO

“Cada vitória na minha escola de coração é uma emoção diferente. Esse ano, em uma parceria nova, fui convidado pela parceria dos meninos que são bicampeões na escola e desde 2019, eu não ganhava um samba na Imperatriz. Estou muito feliz, quero comemorar muito e vamos atrás do título do carnaval de 2025. O nosso samba não tem uma parte forte, são pontos fortes em todo o samba, uma abertura muito forte, antes de contar o enredo, como foi em 2023 e 2024. Nós temos um refrão de meio muito forte, uma saída para segunda com uma melodia linda e saída para o refrão, que é uma explosão”, explicou o compositor Jorge Arthur, que chegou na sétima vitória na Imperatriz.

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Compositor Jorge Arthur coleciona agora sete vitórias na Imperatriz

“É indescritível. É o terceiro campeonato seguido, meu. Eu entrei aqui há três anos e ainda não perdi nenhum samba. O que é uma honra ganhar numa escola que eu desfilo desde 1998, desde os meus 12 anos. É como se eu tivesse ganhado pela primeira vez. Honra, honra, honra. Eu gosto do refrão principal, que é muito forte. Que fala, “Oni Saurê, saurê, saurê” que é “Senhor, me dê suas bênçãos, bençãos, bênçãos”, a gente invoca o Senhor e pede bênção a Ele. E isso aí dá o ritmo e a vontade de seguir com o samba”, disse o compositor Miguel Haegler.

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Firmes no comando da Rainha de Ramos, a presidente Cátia Drumond e o diretor executivo conversaram com o CARNAVALESCO.  “Eu acho que todos eram bons os que estiveram no final, independente do que foi escolhido. A gente estava muito tranquilo mesmo, muito feliz com a escolha”, disse João.

A dupla também falou sobre os tres dias de desfile estar mais uma vez em uma posição inicial na disputa. João se mostrou otimista e disse não ligar muito. “Sobre três dias, olha para o lado bom, que eu também enxergo dessa forma aqui, para o lado positivo das coisas. A Imperatriz não está tão entre as primeiras como estaria em outros anos. Porque está basicamente na metade do dia, já é um parâmetro um pouco distinto do que a gente tinha no passado. Mas sendo bem sincero,  na verdade, nós não temos a menor preocupação com a posição do desfile, no momento, o que a gente quer, de fato, é um samba que propicia a escola a fazer um desfile como vem fazendo nos últimos anos, concluiu João.

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“Foi uma proposta da Liesa e eu acho que a gente apostou. Isso é uma aposta. E eu estou no barco, amigo. Eu tenho que torcer para que dê certo. E eu, confio na Liesa. Acho que a gente tem que, agora que tá no barco, tem que fazer de tudo”, comentou a presidente.

Cátia também comentou como pretende apresentar a Imperatriz 2025. “Quero trazer um desfile maior, mais empolgado e com mais garra e eu tenho comunidade para isso. Hoje eu posso falar que eu consegui, porque quando eu entrei em 2021, eu tinha que levar a equipe do meu pai, que tinha sido contratada em 2020. A gente teve um ano de Covid, que não teve carnaval. Agora, eu consegui montar o meu time. Eu não falo time, eu falo família. Porque eu não tenho uma equipe, eu tenho uma família. Um por todos e todos por um. É muito legal o que a gente vive. É muito legal a equipe que nós temos, porque todo mundo se doa. Eu acho que esse aí é o legado que a gente vai deixar de uma escola organizada, de uma escola que está atrás, de uma escola que corre o tempo todo, de uma escola que quer sempre se superar. E a Imperatriz, eu acho que ela está fazendo isso. Nesses três anos de gestão, acho que a gente vem provando que a Imperatriz, a cada ano, supera a si mesma, a si própria”.

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Cátia Drumond comentou mais sobre a escolha do enredo que deu origem a obra que vai embalar o carnaval da Imperatriz em 2025. “É um enredo que a gente não fala há 46 anos, que a Imperatriz não faz um enredo nessa temática. O último ano foi 1979, e era um pedido da comunidade. Foi um pedido atendido, e eu acho que a comunidade está feliz, vai seguir feliz e eu tenho certeza que o que nós vamos apresentar de projeto para a comunidade é o melhor que a gente pode entregar. orque a gente trabalha, trabalha, trabalha, e vamos trabalhar até o domingo de carnaval”.

O diretor executivo João Drumond finalizou informando as datas que a escola pretende iniciar os ensaios de quadra e de rua. “Agora a gente tem um tempinho também para o Lolo colocar as bossas dele, vamos fazer a gravação e queremos realizar os ensaios de quadra na segunda quinzena de outubro e ir para a rua na segunda quinzena de novembro, sempre aos domingos na rua e na sexta o ensaio de quadra”.

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Em entrevista ao CARNAVALESCO, Leandro Vieira falou do momento da Imperatriz e o enredo de temática afro.

“A Imperatriz vive um momento feliz e isso tem a ver com uma escola que ouve sua comunidade. Achei que era o momento de atender esse pedido (do enredo) de uma escola que, talvez por assistir outras escolas dentro dessa temática, queria. Para mim, é um desafio particular, eu não fiz tanto enredos debruçados sobre essas estéticas. O que eu mais fiz dentro dessa temática, foi com o Império Serrano, no Grupo de Acesso. Eu ensaiei alguma coisa com a Mangueira em 2016, com a Maria Bethânia, era algo pontual dentro do meu trabalho. Achei também que era bom fazer algo diferente e atender o que a escola queria. Essa temática também é muito desenvolta para musicalidade e eu trabalho com mestre Lolo, com o Pitty, achei que não tinha porque não ser agora”, afirmou o artista.

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Leandro Vieira também elogiou a safra de sambas da Imperatriz para o desfile de 2025.

“Todo carnavalesco vai dizer que é a melhor safra de sambas e tudo mais. Eu acho essa safra especial, mesmo. Fico feliz de te desfrutado e proposto coisas que os compositores entenderam bem e fizeram os sambas que fizeram. É bom, mas é triste porque você só pode escolher um, fica sempre uma obra no meio do caminho. Essa safra é, de fato, especial. Os três sambas que chegaram aqui hoje entenderam que a Imperatriz tem uma outra vibe, outra pegada, outra dinâmica”.

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Um dos maiores intérpretes do carnaval carioca, Pitty de Menezes está “voando” na Imperatriz. Ao CARNAVALESCO, ele fez um balanço do trabalho na escola, falou da obra para 2025 e a equipe no carro de som.

“O balanço é muito positivo. Cheguei aqui em 2023, consegui conquistar o campeonato. Em 2024, fui vice-campeão, mas eu ganhei o ESTRELA DO CARNAVAL (oferecido pelo CARNAVALESCO), ganhei alguns prêmios. Está dando certo. Espero que isso venha a perdurar por muitos e muitos anos aqui na Imperatriz. Sobre o samba de 2025, primeiramente, precisa ser melhor do que os sambas de 2023 e 2024. Espero que o samba venha a trazer muitas alegrias para a Imperatriz. Que seja um samba de notas máximas e ajude a evolução, a harmonia, bateria. Espero que toda a escola conquiste esse campeonato que a gente quer tanto em 2025. Nossa equipe no carro de som é muito amiga e são profissionais, são pessoas que estudaram para ser cantores, músicos. Nosso desempenho vem dessa união, vem da amizade, do carinho, do respeito, mas também tem muito profissionalismo”.

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Quadra ficou lotada. Foto: Nelson Malfacini/Imperatriz

O cantor da Imperatriz Leopoldinense também falou sobre a relação com mestre Lolo e a bateria.

“O mestre Lolo eu falo que ele é meu irmão mais velho, um pouquinho rabugento, puxa a orelha e é um grande mestre para mim. Na minha opinião, é o maior mestre de bateria do Carnaval hoje. A Imperatriz tem hoje, para mim, a melhor bateria do Carnaval. É muito fácil cantar com o mestre Lolo, ser acompanhado pela bateria dele, que é um cara que é extremamente humilde e também ao mesmo tempo, a gente conversa muito sobre o samba, sobre as bossas que ele vai fazer, e a gente tenta encontrar um meio termo para que possa dar certo tanto para mim, tanto para ele, e para a escola também”.

Contratado para o desfile de 2025, o coreógrafo Patrick Carvalho conversou com o CARNAVALESCO sobre o trabalho novamente em parceria com Leandro Vieira, falou da coreografia e de mais uma cabine de julgamento.

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“É tudo em conjunto, estou muito feliz. A ideia é compartilhada com o Leandro (Vieira), a gente está desenvolvendo junto. Acho que a comissão de frente da Imperatriz vem contando toda a energia que esse enredo precisa ali na frente. Acho que a gente vai ajudar muito. A gente já montou a coreografia. Podem esperar um show. A gente vai dar um show, a gente vai usar o tripé como palco para fazer um show, vai ser tudo lindo. É especial voltar a trabalhar com o Leandro, estava esperando por esse momento, trabalhei com o Leandro no acesso e não tinha trabalhado ainda no especial, dessa vez, vai dar tudo certo”, garantiu.

Os diretores de carnaval da Imperatriz, André Bonatte e Pedro Leite, conversaram com o CARNAVALESCO sobre o trabalho na escola para o desfile do ano que vem.

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“O meu papel como direção de carnaval é sempre olhar para o ano anterior, para ver o que a gente fez de bom para fortalecer e melhorar aquilo que a gente entende que pode ser melhorado. Essa é a construção constante da Imperatriz. É sempre olhar para ela mesma e tentar melhorar. E, consequentemente, olhar para aquelas que também se destacaram na avenida. Olhar para a campeã do carnaval e ver o que ela teve que a gente não teve, a gente tem que olhar para isso também. É um olhar primeiro para dentro, para fortalecer o que a gente já tem, consolidar aquilo que a gente já tem de bom, melhorar aquilo que a gente acha que pode melhorar, e olhar o jogo, a regra do jogo, como as outras estão se comportando”, disse Bonatte, que também falou sobre o impacto que a escola quer propor no ano que vem.

“O Leandro está sempre nessa busca, esse é o grande barato, ele é um carnavalesco que eu digo, incomodado. Ele está sempre querendo sair daquela narrativa de igual, de que está. Penso que vai ser uma Imperatriz com uma com características bem próprias do Leandro, bem diferentes. A gente vai já com uma comissão diferente, com uma outra leitura, com o Patrick, que está vindo com muita vontade de fazer algo diferente. A Imperatriz, logo de cara, já vai tentar conquistar a avenida, logo no primeiro setor.

Sobre os ensaios de quadra e rua para 2025, Bonatte revelou: “A ideia é dar uma descansada com relação ao ensaio de sexta, o Lolo me pediu aí umas duas semanas, pelo menos, pra que a bateria possa ensaiar com o samba pra gente começar os ensaios de canto. Acredito que daqui umas três semanas, a gente possa começar. Os de rua, a ideia é começar em novembro, mas tem a questão do G20, a gente está vendo se vai se isso vai atrapalhar a gente, mas acho que na metade de novembro a gente já deve começar”.

Pedro Leite falou o que é possível esperar da Imperatriz em 2025: “Pode esperar uma Imperatriz quente, enérgica, com muita vontade de vencer, como tem acontecido nos últimos anos. A Imperatriz não precisa nem dizer, as pessoas já conseguem perceber que é uma nova escola. Acho que o público, o torcedor e aqueles que gostam de carnaval podem aguardar mais uma vez a Imperatriz galgando as primeiras posições do carnaval. A gente acredita muito na força da nossa comunidade. O povo é a grande força motriz de uma escola de samba, é o nosso grande trunfo, nossa comunidade, sem dúvida. Já está em fase de reprodução das fantasias. Também estamos com carros já em fase bem adiantada, isso se levarmos em consideração com o carnaval é apenas em março. A gente está com um cronograma à frente do que era inicialmente planejado. A gente vai falar de um rei, mas de um rei africano. Vai ser um momento muito especial. A gente está falando de mais de 40 anos, eu não vivi isso no enredo sobre Oxumaré da Imperatriz. Mas, tenho certeza que Oxalá vai nos abençoar pra fazer um grande espetáculo”, comentou.

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O casal de mestre-sala e porta-bandeira da Imperatriz, Phelipe e Rafaela, falou ao CARNAVALESCO sobre a expecativa para a Imperatriz em 2025.

“A Imperatriz vem apresentando grandes carnavais, um trabalho coletivo, destacando a genialidade de cada um dentro dos seus quesitos. O Leandro nos quesitos enredo, alegorias e fantasias, o Lolo com a bateria, o Pitty em harmonia, os compositores de samba-enredo, a comissão de frente, nem preciso dizer, sobre os trabalhos que foram feitos do Patrick. Realmente, temos o nosso objetivo que é estar ao nível dos profissionais que a Imperatriz tem e conquistar as notas máximas. A gente está em conjunto, em sintonia com a escola, buscando a excelência na nossa parte e torcendo para que nossos amigos também consigam a excelência na parte deles”, disse o mestre-sala.

phelipe imperatriz

“Pode esperar uma Imperatriz rica, luxuosa, mesmo com o enredo africano, o Leandro superou todas as expectativas, é um carnaval muito diferente, muito trabalhoso, com muitos cuidados e ele caprichou, está caprichando em todos os detalhes. É uma Imperatriz com uma nova cara, falando diretamente de um enredo voltado para o Candomblé, da nossa cultura e eu tenho certeza de que vai ser lindo, emocionante”, completou a porta-bandeira.

A dupla também falou sobre a coreografia, mais uma cabine de julgamento no ano que vem e a fantasia de 2025.

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Foto: Nelson Malfacini/Imperatriz

“Nós já começamos os trabalhos no início de agosto, fizemos laboratórios com algumas danças africanas para a gente já entrar no enredo. Eu, particularmente, já vivenciei o novo formato (quatro cabines), que é o formato antigo, que se torna novo novamente. E é o novo desafio. Cada ano é um desafio. Eu acho que para a gente que é artista, que trabalha com carnaval, impulsiona mais ainda, vai ser um trabalho diferente, por conta de mais uma cabine, de mais uma parada, de cuidar de todo o condicionamento físico. Sobre a nossa fantasia é muito linda. Mais uma vez, o Leandro nos presenteou com um lindo figurino. É muito rico, muito luxuoso e a cara da Imperatriz”, garantiu Rafaela.

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“Com mais uma cabine de jurados, muda a preparação, agora é uma preparação mais intensificada. A gente trabalhava com base em três paradas e em contagem de passadas de samba, de tempo, era muito maior o tempo de descanso. Agora, a gente não tem esse tempo de descanso tão longo, mas a gente trabalhava fisicamente para três cabines, agora são quatro. Ah, a fantasia é linda, fantasia linda, o Leandro tem um carinho muito grande. Nos carnavais antigos, vocês já podem perceber, tanto fora quanto dentro da Imperatriz, que ele gosta de colocar o mestre-sala e a porta-bandeira em evidência dentro do enredo dele. Eu fico muito feliz com isso, pelo tamanho da importância que o quesito tem para o carnaval. Acho que vocês podem esperar aí uma fantasia com a assinatura de Leandro Vieira, porém afro. Ninguém viu, mas vai ser uma fantasia surpreendente”, afirmou Phelipe.

Como passaram os sambas na final

Parceria de Guga: O samba dos compositores Guga, Josimar, Márcio André Filho, Inácio Rios, Zé Inácio e Igor Federal foi o primeiro a se apresentar na noite de final da Imperatriz Leopoldinense. A obra foi defendida pelos intérprete Wander Pires, que conduziu o samba tendo o apoio principalmente de Tuninho Jr que segurava mais no grave e servia de apoio, indo mais reto na melodia do samba para que Wander tivesse liberdade para fazer suas terças e vocalizacões. Apesar do bom entrosamento da dupla, a quadra teve pouco envolvimento com a obra. Quase ninguém cantou e muita gente só observou sem participação. De melodia mais bonita, mas com repetições de notas por uma boa parte da música, o samba acabou perdendo um pouco de explosão em alguns momentos da apresentação.

A música é um pouquinho maior em letra que outras e possui a peculiaridade de apresentar três bis, ainda que um seja só a frase “Ofereça, nunca se esqueça de exú”. Ele se forma como uma ponte para ligar as duas partes da primeira do samba, que mantém uma melodia mais direta, porém bastante bonita. As variações melódicas começam a partir do refrão do meio “No reino de oyó a justiça se espera”. Destaque melódico neste refrão do meio para o verso “Oluô no tabuleiro revelou”, muito lírico. Já o refrão principal é bastante melódico, mas tendo a força nos dois primeiros versos “Toca o alabê, dança iabá /Nas mãos da iabassê, ebô e acaçá”, atingindo o clímax com uma melodia muito forte em “Oní se awure trago seu adê “. Apresentação que mostrou o que qualificou a obra a estar entre as três finalistas, mas que também revelou o porquê de não ter sido considerada favorita na comparação com as outras duas, não conseguiu envolver tanto a comunidade de Ramos.

Parceria de Me Leva: A obra dos poetas Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro foi a segunda a se apresentar na noite. Apresentação de alto nível, mesmo desfalcado de um craque como Tinga, a experiência de Igor Vianna e a vitalidade de Charles foram o suficientes para mais uma vez o samba se destacar mexendo com a quadra inteira da Imperatriz, inclusive, segmentos como baianas, harmonias e passistas. Era difícil achar alguém que torcesse o nariz para a apresentação. Pouco antes, enquanto os cantores acertavam os microfones, a torcida trouxe uma “bandinha de charanga” entoando a melodia da obra e a quadra já aguardava com ansiedade. Como na obra de 2023, assinada pelos poetas, a parceria apostou em colocar um bis logo no início. Os versos que se iniciam com “Vai começar o itan de oxalá”, como na própria letra, se intencionam em apresentar qual a história que vai ser contada e na melodia permitem desenvolvimento de bossas e convenções e tem um detalhe melódico muito interessante na segunda vez, na ligação entre “Babá” e “Orinxalá”, em uma ponte que começa a dar ritmo para a música a partir dos versos seguintes.

Em “destina seu caminhar” a música começa a ter maior fluídez, agora partindo para o ataque. O refrão do meio “Ofereça pra exú” tem muito balanço e permitiu o desenvolvimento de bossas mais voltadas para os toques originário de saudação aos orixás. Depois, a obra volta a “andar, com uma melodia valente, mas bem desenvolvida até um ponto de mais pausa no “Justiça maior é de meu pai xangô” que vai permitir, inclusive, o desenvolvimento do alujá. A obra, de melodia bastante original, vai ter seu climax no refrão principal “Oní sáà wúre! Awure awure!”, que é muito bom, forte e gostoso de cantar, a obra, parece sempre caminhar para esse ponto alto, mas sem se arrastar, sem cansar, como um filme que a gente nem sente o passar do tempo e ainda assim fica esperando o desfecho.

Parceria de Gabriel Coelho: A última obra a se apresentar foi a da parceria de Gabriel Coelho, Moisés Santiago, Luiz Brinquinho, Chicão, Miguel Dibo e Orlando Ambrósio. Igor Sorriso tem conseguido desde algumas temporadas de disputa de samba-enredo levar os ingredientes certos para incendiar as apresentações. E, nesta, nem precisava de muito pela bela obra que defendia. Ainda assim, ele foi para o meio do povo, contando com Wantuir e Chicão segurando no palco. A obra teve uma excelente recepção do público, e a bossa na segunda do samba que se repetiu por algumas vezes, nas batidas para o orixá, faziam com que a obra ganhasse peculiaridade e permitisse assim como no da cigana Esmeralda, a formação de uma bossa reforçada pelas palmas da quadra. Alto nível, colocou a diretoria em uma situação difícil, jogando a responsabilidade para quem tem que fazer as escolhas. Muitos dos segmentos, inclusive, aderiram e se entregaram a apresentação.

A primeira do samba começa já dando o clima da obra com “Bate opaxorô no chão/O cortejo de ifon vem saudar o pai maior”, apostando também em uma melodia que de^fluidez no inicio e faça ela caminhar, sem muitas variações para que a partir da segunda parte, a linha melódica brinque um pouco mais com as notas. Ainda na primeira do samba destaque para o bis “É boca que tudo come/É olho que tudo vê”, este na segunda vez que é entoado, fica bem “sincado” com a bateria. A música não possui um refrão do meio, mas o trecho “Ê orixalá, filho de olorum”, mostra força mesmo sem a repetição, tendo na verdade “O couro marcado, a veste tingida” como uma resposta. Na segunda parte há uma divisão melódica em três partes que seguem linhas diferentes. Primeiro em “Ôô obá..” até “a justiça é xangô”, depois a partir de “É ganga ô! Ê ganga kaô!” até “nas águas de oxalá” e, por fim “Egbe! Traz o acaça”, até o final da estrofe que é quase um ponto até saudar a coroa da Imperatriz no verso final. O refrão principal tem força, mas versos com uma linha melódica alegre saudando mais uma vez a escola.

O povo do samba virado na bruxaria! Parceria de Raoni Ventapane vence disputa de samba para o Carnaval 2025

Por Luan Costa, Matheus Morais e Rhyan de Meira

A Vila Isabel escolheu o samba-enredo da parceria de Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva para ser seu hino para o desfile no Carnaval 2025. O resultado saiu por volta das 4h30 deste sábado. A quadra, no Boulevard 28 de setembro, ficou lotada. Última escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval, a Vila Isabel levará para a Sapucaí o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”, desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Barros.

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Neto de Martinho da Vila, como o avô um músico de “mão cheia”, o jovem Raoni Ventapane conquistou a primeira vitória no concurso de samba-enredo da Vila Isabel. Ele falou ao CARNAVALESCO do sentimento após o resultado.

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Raoni Ventapane ganhou pela primeira vez o concurso de samba da Vila. Foto: Luan Costa/CARNAVALESCO

“Não tem palavra que descreva, não tem! É Vila! A escola não é da minha família, a escola é do bairro, do morro, a gente é parte disso tudo! Nós não somos donos de nada, a escola é do bairro, é do morro, só isso”, disse o compositor.

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Também estreante em vitórias na Vila, o compositor Ricardo Mendonça falou sobre o trabalho com a parceria e o convite que recebeu para disputar samba-enredo na escola.

“É uma sensação diferente. Todo mundo sabe que a Vila Isabel é uma escola difícil para ganhar, com uma ala de compositores muito forte e cheia de grandes nomes. Eu estava parado desde 2017, mas decidi voltar este ano. Conversando com os amigos, fui à Mocidade, onde já tinha composto há muito tempo e fui campeão. Fiquei esse tempo parado, e quando o Diego Nicolau me convidou para vir para a Vila, aceitei o desafio. Fazer um samba para a Vila Isabel foi desafiador, mas no final deu certo. Quando a poesia se encaixa, é um presente. A parceria foi muito forte, todo mundo muito dedicado, com uma energia muito positiva. E deu certo. Foi muito trabalho e muita energia boa, e isso se refletiu hoje. Todo mundo inflamou, cantou o samba com alegria, e é isso que a Vila vai levar para a avenida: muita alegria”, disse o compositor Ricardo Mendonça.

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Compositor Ricardo Mendonça

O compositor Gigi da Estiva ressaltou a presença da família de Martinho da Vila apoiando a parceria na final de samba-enredo da Vila.

“Eu sempre trouxe o azul e branco em minha vida. Eu sou compositor no Espírito Santo, na Novo Império, que e azul e branco. Eu sempre carreguei esse azul e branco. E aqui no Rio costuma se diferenciar muita coisa. Aqui eu ganhei muitos sambas, Mocidade, Imperatriz, Porto da Pedra. Fico muito feliz. Eu sou Gigi da Estiva, não sou muita coisa não, mas sou o cara que Deus me deu essa oportunidade, essas glórias de um tudo. E os orixás, que a gente não pode negar a força dos orixás. É a primeira vez e eu tenho o Tinga, que a gente é praticamente familia, que é de terceiro ou quatro grau, mas é família. É uma glória muito grande. E hoje carregar o nome bacana do Raoni, e vocês viram que estava aqui também a filha do Martinho tambem torcendo para o nosso samba, a família Martinho da Vila estava presente. Infelizmente, ele não veio, mas foi uma alegria muito grande e eu vou carregar isso pra sempre no meu coração”.

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Confiante na busca do tetracampeonato para a Vila Isabel, o presidente Luiz Guimarães falou ao CARNAVALESCO da repercussão do enredo, da imersão no laçamento da sinopse e do trabalho dentro da escola para o desfile do ano que vem.

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“É o tamanho da gente optar por esse enredo, e acreditar que esse enredo pode guiar a gente para o nosso tão sonhado tetracampeonato. Estamos acreditando muito na cara do Paulo Barros, a gente está bem otimista aí na nossa narrativa aí. Sonhando, sonhando no mais alto nível possível. No lançamento da sinopse a gente mostrou a nossa força, já deu as cartas do que a gente vai apresentar, do que vai nortear a gente. Não estamos medindo esforços, mais um ano para entregar um grandíssimo carnaval, de fato um espetáculo faremos no mais alto nível possível, porque o carnaval está cada vez mais disputado e a gente tem que estar cada vez se renovando mais para poder conseguir o que a gente almeja que é o título, então foi apenas uma pitada do que está por vir e assim consequentemente a gente fez na apresentação dos enredos e hoje na final fizemos uma linda festa também e assim seguiremos em busca do nosso objetivo. Digo que desde o ano de Petrópolis (2019) é o conjunto de fantasias mais rico. Temos um samba leve que pode de fato impulsionar para termos um grande desfile ano que vem. Acredito muito na força da escola. A safra das outras escolas está muito boa, todas as escolas vão vir no alto nível, vai ser no detalhe, mais um ano no detalhe, acho que quem vence com tudo isso é o carnaval”, garantiu o presidente.

Em entrevista ao CARNAVALESCO, o diretor de carnaval, Moisés Carvalho, revelou o que é esperado da Vila Isabel para o desfile no ano que vem, inclusive, fechando a segunda-feira de carnaval. A escola já começará os ensaios de quadra na próxima quarta-feira e programa para o início de novembro os ensaios de rua.

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“Esperem uma escola alegre, cantando muito, evoluindo com intensidade, com fantasias belíssimas e um samba à altura. A Vila Isabel estará preparada para disputar o título. Paulo Barros está 100% envolvido no enredo. É um tema que tem a cara dele, podem esperar alegorias inovadoras. O Paulo Barros ainda não apresentou o projeto de iluminação, mas o enredo pede uma iluminação especial, e vamos usar isso ao nosso favor. Esse será um ano diferente, com três dias de desfiles. Na terça-feira voltamos ao que já era tradicional. Para nós, não muda muita coisa, mas fechar o carnaval traz sempre uma emoção extra. Por isso eu digo que a Vila vem forte, alegre, e com a intenção de contagiar a Marquês de Sapucaí. A Vila é uma escola com um “chão” muito forte, com um carro de som bem entrosado com a bateria, como temos mostrado nos últimos anos. Pensamos nisso ao escolher o samba. Representa bem a Vila Isabel na avenida. A escolha final do samba foi feita pelo presidente. Ele ouviu todos os departamentos importantes, mas a decisão final foi dele”, disse.

Comandante da “Swingueira de Noel”, mestre Macaco Branco falou ao CARNAVALESCO do trabalho com a bateria e a expectativa para o desfile de 2025 da Vila Isabel.

“Pode esperar uma Vila aguerrida, com um trabalho maravilhoso. O enredo do Vinícius Natal (pesquisador) que o Paulo Barros está montando r vai surpreender muito positivamente na avenida. O samba tem embasamento, conta bem o enredo, ter uma melodia maravilhosa e, claro, faz a nossa comunidade cantar a plenos pulmões para trazer o título para a nossa escola”.

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Macaco Branco também comentou se mais um cabine de julgamento mudará o trabalho da bateria e falou da relação bateria e carro de som.

“O tempo aumentou, mas dentro do cronograma da nossa direção de carnaval, cada quesito tem seu momento para se apresentar. Não vai ser nada diferente do que já estava planejado pela escola. Essa sinergia da bateria e carrom de som é fruto de muitos anos de amizade. Tinga é meu amigo de longa data, mesmo sendo mais velho que eu. Nós dois somos nascidos e criados em Vila Isabel, nos conhecemos há muito tempo. Não é à toa que temos o mesmo nome, Anderson. Eu sou o Macaco Branco e ele é o Tinga, que também é Anderson. Essa energia é maravilhosa. A gente senta, trabalha o samba e faz a nossa escola pulsar na avenida, sempre com muito respeito”.

Intérprete da Vila Isabel, Tinga, falou ao CARNAVALESCO sobre o samba, a parceria com a bateria e sua equipe no carro de som.

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“Uma melodia bem bonita, samba bem alegre, para representar bem a nossa escola, que é a proposta do nosso enredo. E a comunidade chegar juntinha na avenida, para fazer um grande carnaval, se Deus quiser. A gente trabalha bastante, fácil nunca é, né, que a gente tem que chegar sempre à perfeição. A gente faz em conjunto a aula de canto, fonoaudiólogo, para poder tentar chegar na avenida e dar conta do recado e fazer sempre o melhor pela nossa escola. Temos umas coisas aí já em mente, mas a gente está preparando uma grande gravação primeiro, para depois a gente chegar lá e dar o recado bonito. Trabalhamos bastante (bateria e carro de som), procuramos conversar bastante, sempre está junto, procurando sempre fazer o nosso melhor com o samba, depois que escolhe o samba, para gente poder fazer um trabalho bem bonito na avenida”.

Marcinho e Cris, casal de mestre-sala e porta-bandeira da Vila Isabel, conversaram com o CARNAVALESCO e falaram da expectativa para o desfile de 2025, a coreografia e mais uma cabine de julgamento no ano que vem.

“Esperem uma escola alegre, animada e até um pouco ‘aterrorizante’, com certeza. Tenho certeza de que a Vila vai fazer um desfile bem impactante. Ainda não começamos a coreografia. O que podemos garantir é que será uma dança bem tradicional. Nada de coreografias inovadoras ou fora do padrão. O casal da Vila será bem tradicional, isso eu posso afirmar. Eu sou da época em que dançávamos com quatro cabines, então, para mim, não interfere tanto. É mais uma cabine, mas estamos preparadas para isso. Nossa fantasia é uma roupa linda, com certeza. A mais linda que eu já usei em 29 anos de desfiles. É uma fantasia incrível, espetacular”, disse a porta-bandeira.

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“Apesar de querermos assombrar todo mundo, a alegria vem em primeiro lugar. Será um desfile super divertido, com uma energia contagiante. A galera vai curtir bastante. A gente sempre espera o samba ser escolhido primeiro. Só depois disso começamos a explorar a melodia, a letra, e a brincar com o significado da fantasia, o que estaremos representando no dia do desfile e como isso se conecta ao enredo. Esses são os artifícios que usamos para incrementar a coreografia. Aguardamos todos esses elementos antes de começar. Quando comecei no Grupo Especial, já havia quatro jurados. O desfile fica um pouco mais cansativo, porque agora temos quatro pontos de foco, e não mais três. Mas é só questão de se preparar melhor. Isso não muda muita coisa. Sobre a fantasia, a expectativa estava alta desde o ano passado, e fomos agraciados com uma fantasia maravilhosa”, completou o mestre-sala.

Fotos da final de samba da Vila Isabel

O coreógrafo Márcio Jahú, que comanda a comissão de frente com Alex Neoral, disse ao CARNAVALESCO o que esperar da Vila em 2025, o trabalho com mais uma cabine de julgadores e a parceria com o carnavalesco Paulo Barros.

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“A equipe da Vila é muito bem estruturada e muito bem, dialoga muito bem entre si. Está todo mundo muito bem entrosado, todos os setores, só dá pra esperar mais um ano de boas relações e boas conquistas. A gente já está desenvolvendo uma ideia de acordo com o enredo, Alex, eu e o Paulo. Mas o samba também dita muito, assim, os caminhos das coisas. Mas o projeto já está caminhando. Vai ter muita dança, vai ter efeito, vai ter tripé, porque acho que o carnaval e comissão de frente hoje caminha muito para esse lugar. O enredo é a cara do Paulo. Ele está muito feliz trabalhando. A gente está muito feliz trabalhando com ele nesse enredo, porque realmente é o que ele gosta muito de fazer. E ele desenvolve com muita maestria, a gente vai caminhar junto e vai ser um lindo desfile”, prometeu.

Como passaram os sambas na final

Parceria de Raoni Ventapane: A parceria de Raoni Ventapane foi a primeira a se apresentar e trouxe um samba vibrante, composto por ele e outros nomes como Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva. A apresentação do samba ficou a cargo dos intérpretes Evandro Malandro, Tem Tem Jr. e Charles Silva, que conduziram a obra de maneira impecável e deram muita força para a apresentação. A performance foi marcada por muita energia, com a torcida respondendo com muito entusiasmo, o que tornou a atmosfera na quadra ainda mais animada. Foi possível observar inúmeras bandeiras tremulando inclusive nos camarotes.

A letra do samba consegue descrever o enredo de maneira clara e direta, com destaque para a menção ao “maquinista Capitão”, uma referência ao Capitão Guimarães, figura central na história da escola. Além disso, o refrão principal, “Solta o bicho, minha Vila dá um baile de alegria” remete o grito de guerra do intérprete Tinga e foi um dos pontos altos da noite.

O samba tem “tiro curto” e possui refrões que ficam na mente, o que facilita o canto e a rápida aprendizagem, a apresentação nesta final teve um rendimento forte, se mantendo em um bom nível durante todo momento.

Parceria de André Diniz: A parceria dos compositores André Diniz, Gustavo Clarão, Thales Nunes, Gustavinho Oliveira, Arlindinho e Orlando Ambrósio fez uma apresentação forte e com grande apelo popular, a quadra, que já estava cheia, ficou abarrota durante a passagem da obra, a enorme torcida levou bandeiras, fantasiou alguns componentes e cantou do início ao fim. Sem a presença de Wander Pires, que conduziu o samba durante a eliminatória , coube a Rafael Tinguinha transmitir toda a emoção e intensidade na interpretação.

A letra é recheada de personagens míticos que o enredo pretende levar para a avenida, como o Boitatá, Curupira e Saci, criando uma narrativa rica e totalmente inserida na narrativa. A viagem desse “trem” pelos medos e lendas brasileiras é conduzida de forma brilhante nos versos, enquanto a primeira parte do samba “Deixa a luz da avenida apagar, que a Vila faz tremer assombração” teve o impacto necessário para fazer o público se entregar ao samba.

O nível da apresentação foi alto e em nenhum momento houve queda no rendimento, vale destacar que alguns segmentos da escola cantaram com certa empolgação.

Parceria de Júlio Alves: A parceria dos compositores Júlio Alves, Marcelo Adnet, Rafael Zimmermann, Didi Tupinambá, Américo Genésio e Daniel Paixão foi a última a se apresentar nesta final e trouxe mais um samba envolvente para a disputa, porém, com um rendimento um pouco abaixo dos anteriores. O intérprete Pitty de Menezes, que conduziu a obra durante as eliminatórias, não conseguiu comparecer e o responsável por dar vida à obra foi o cantor Emerson Dias, que deu conta do recado.

Apesar de uma apresentação aguerrida e com muita energia, foi possível observar a quadra mais dispersa durante a passagem da obra.

A brincadeira com o medo foi um ponto forte do samba, criando uma atmosfera divertida e explosiva. Os versos finais da segunda parte da obra “ÔÔÔ… por temor ou por capricho, vou mandar soltar o bicho” elevou o samba e foi um dos destaques da apresentação.