Agora você pode garantir o seu ingresso presencialmente para o Carnaval SP 2025 nas bilheterias físicas! Confira os pontos de venda autorizados e já se programe para garantir o melhor lugar no desfile mais aguardado do ano.
Foto: Divulgação/Liga-SP
Locais de venda:
Fábrica do Samba
Endereço: Av. Dr. Abraão Ribeiro, 505 – Bom Retiro (Sede da Liga-SP)
Horário de funcionamento: Segunda a sexta, das 10h às 17h
Carioca Club
Endereço: Rua Cardeal Arcoverde, 2899 – Pinheiros, São Paulo – SP
Horário de funcionamento: Segunda a sábado, das 13h às 18h
Em dezembro, a Liga-SP abre, pelo segundo ano consecutivo, um novo ponto de venda de ingressos no Shopping Metrô Tatuapé, oferecendo mais comodidade aos sambistas.
Os ingressos também continuam disponíveis pelo site oficial do Clube do Ingresso. Não deixe para a última hora e garanta já o seu lugar no maior espetáculo da terra!
Os Desfiles das Escolas de Samba de São Paulo retornam ao sambódromo do Anhembi nos dias 22 e 28 de fevereiro, 1, 2 e 8 de março. A entrada para assistir às agremiações do grupo de Acesso 2, no sábado, 22 de fevereiro, é gratuita.
O evento “24 Horas de Samba”, realizado pela Mocidade Alegre é uma das festas mais tradicionais do carnaval paulistano, e também bastante aguardado pelos sambistas da terra da garoa. Tal festividade foi criada no ano de 1972, pelo até então presidente Juarez da Cruz, com o intuito de celebrar os cinco anos de fundação da escola do Limão, levando outras agremiações para comemorar junto à Morada. A tradição se mantém até os dias de hoje e sempre é realizada perto e/ou no aniversário da agremiação.
Neste ano, atrações individuais do carnaval como Pitty de Menezes esteve presente. Pavilhões de peso de São Paulo fizeram a festa na madrugada de domingo: As matriarcas Vai-Vai e Camisa Verde e Branco. Já pela tarde e noite de ontem, MUM, Tucuruvi e Mancha Verde realizaram grandes apresentações na Arena Morada. Fechando o evento, as coirmãs do Rio de Janeiro, Mocidade Independente de Padre Miguel e Salgueiro, marcaram o seu nome na edição de 2024.
Respeito com o sambista
A presidente avaliou a festa. De acordo com Solange, todos os shows foram ótimos e as escolas convidadas somaram ao evento de forma positiva. De fato este é o respeito do sambista, diz ela.
“Para quem veio curtir foi lindo e para nós que viemos trabalhar foi ‘punk’. Mas a cada ano o evento cresce mais, ele passa das 24 horas. As escolas do Rio são esperadas, não tem jeito, mas as escolas de São Paulo deram um sacode. Daí é incrível, porque você assiste a um show atrás do outro. Desde sábado que começou com o Grupo Miscigenação, Vai-Vai, Camisa… Hoje iniciou com a velha guarda do Tatuapé e pudemos receber a MUM, Tucuruvi e Mancha. Cada uma que entrava dava um sacode diferente com um visual incrível. Fico muito feliz por eles respeitarem este nosso lado sambístico e sempre virem em peso para a festa. Esse é o maior reconhecimento do sambista”, declarou.
Coirmãs do Rio de Janeiro
A comandante ficou feliz em ver a entrega das agremiações cariocas convidadas para a festa, Mocidade Independente de Padre Miguel e Salgueiro. Ambas tiveram eliminatórias no último sábado e pegaram o caminho da Dutra quase que com o time principal de segmentos. Solange, com alegria, reconheceu o empenho das coirmãs do Rio.
“Quero agradecer demais ao Salgueiro e à Mocidade Independente por abrilhantar ainda mais a nossa festa. Eles tiveram eliminatórias, saíram de lá às 7h da manhã e vieram direto para cá. As escolas vêm em consideração ao evento e isso é muito importante para nós. Só tenho a agradecer o carinho que eu recebo de todos eles. Como sambista é um privilégio”, afirmou.
Entrega das agremiações
Gestora da Mocidade Alegre há 20 anos, Solange Cruz exaltou esta parceria que a Morada tem com todas as agremiações. A escola é convidada para vários eventos, como por exemplo, final do Camisa, Gaviões, Festa do Ziriguidum do Império, shows nas coirmãs do Rio de Janeiro e várias outras que ocorreram ao longo de 2024. De acordo com a presidente, a Mocidade faz questão de dar o seu melhor nas apresentações, assim como quer que as entidades convidadas fiquem à vontade em sua casa.
“É um sentimento de entrega, reconhecimento, das pessoas saberem que a escola vai com amor representar o nosso pavilhão fazendo o show da outra escola. Quando as outras agremiações vêm aqui, quero que elas também façam o show delas e que a gente admire e aplauda. Foi incrível tudo que nós vimos aqui. Eu não consigo detectar um momento em que a gente não tenha se emocionado. Desde o sambista imortal e roda de pavilhões foi tudo muito lindo. Só tenho a agradecer e agora é descansar”, completou.
A Unidos do Viradouro realizou, na noite do último domingo, a semifinal de samba-enredo rumo ao carnaval de 2025. A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve presente. Ao todo, cinco sambas se apresentaram na quadra de ensaios da Vermelha e Branca, no bairro do Barreto, em Niterói. A escola divulgará essa semana os sambas classificados para a final, que acontece no dia 13 de outubro. * OUÇA AQUI OS SAMBAS
Parceria de Renan Gêmeo: Abrindo a semifinal, a parceria de Renan Gêmeo, Lucas Macedo, Diego Nicolau, Carlinhos Viradouro, Jeferson Oliveira, Silvio Mesquita, Orlando Ambrosio, Marcelo Adnet, Neném Perigo e Rodrigo Gêmeo subiu ao palco em Niterói muito animada, levantando e mantendo o ritmo durante a apresentação, com a torcida cantando bem o samba. Thiago Britto conduziu bem a obra na noite de hoje, cujo refrão final cumpre muito bem o papel de levantar o samba, em especial o último verso, “Viradouro Incorporada Taca Fogo No Brasil!” e as pessoas, tendo uma pegada bem animada e para cima, se destacando, assim como o refrão do meio.
Parceria de Deco: Comandada por Pitty de Menezes a segunda parceria, composta por Deco, Samir Trindade, Fabrício Sena, Victor Rangel, Deniy Leite, Robson Moratelli, Felipe Sena, Jeiffer e Ricardo Castanheira foi bem aguerrida, com um samba nesta pegada, com destaque para a melodia e a segunda do samba, com “Já rompi o cativeiro, resgatei da aflição/Grande Mestre curandeiro” e “João Batista de três mundos mensageiro” como exemplo de boms versos para além dos refrões. A torcida trouxe elementos alegóricos e fez uma performance sobre Malunguinho, baseada no verso “Avesso destemido/Sobrevivente da mata/Aquele que caçador que não caça”.
Parceria de Mocotó: A parceria de Mocotó, PC Portugal, J.Lambreta, Peralta, Alexandre Fernandes, André Quintanilha, Bira do Canto, Rodrigo Deja, Ronilson Fernandes e Carlão do Caranquejo foi a terceira a subir ao palco, com um samba alegre e bem leve para a escola, bem no estilo melódico que ela está acostumada com um refrão envolvente, e cujo ritmo se manteve constante e sem decair durante a apresentação, que foi comandada por Evandro Malandro e Emerson Dias. Samba animou bem a quadra, e teve um torcida cantando bem forte durante o tempo de apresentação. Refrão do meio também muito bem, em especial os versos “Sete Pontas a Estrela me encatam/Sete Flechas e Calungas se encontram”, que chama atenção. Mexeu bastante com a quadra durante a apresentação, sendo um dos destaques rumo a final.
Parceria de Diego Thekking: Quarta e penúltima, a parceria de Diego Thekking, Roberto Doria, Professor Jandré, Gabriel Machado, Ricardo Sato, Juliano Centeno, Karol Kon, Toncá Burity, Ionalda Belchior, Julio Pagé se apresentou. Um samba forte, com as batidas do surdo se destacando para dar compasso. Teve boa cadência na apresentação. Nino do Milênio e Clóvis Pê conduziram bem, tendo apoio da torcida, que levou uma apresentação de Malunguinho recebendo seus símbolos. Destaque para a subida antes do refrão final, que eleva bem o samba: “Deixa arder Canavial, Deixa Arder Todo Engenho/Gira No Maracatu/Se Tem Samba Na Curimba, Tem Repique com Ilú”.
Parceria de Paulo César Feital: O samba da parceria de Paulo César Feital, Inácio Rios, Marcio Andre Filho, Vitor Lajas, Vaguinho, Chanel e Igor Federal encerrou a noite. Obra consistente, tal qual o terceiro, numa linha que lembra muitos sambas da Viradouro. Igor Vianna comandou bem a apresentação da parceria, que contém versos bem interessantes que se destacam em ambas as partes, como “catiço sustenta” e “o estandarte da noite e quem me guia/alumia minha procissão”. O samba foi bem cantado na quadra, tanto pela torcida da parceria, quanto por pessoas de fora. Muitos segmentos da escola “abraçaram” a obra. A torcida ainda apresentou uma encenação interrssante de Malunguinho. Durante a apresentação, a quadra foi junto com o samba que terminou mostrando favoritismo para grande final no dia 13 de outubro.
A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou a etapa de semifinal da disputa de samba da Portela para o Carnaval 2025. Três obras foram classificadas para semifinal, que acontece na próxima sexta-feira. * OUÇA OS SAMBAS FINALISTAS– A escola, em 2025, homenageará o cantor e compositor Milton Nascimento com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”. Confira a análise das apresentações finalistas.
Parceria de Toninho Geraes: O primeiro samba da noite teve a assinatura dos poetas Toninho Geraes, Eli Penteado, Alexandre Fernandes, Víctor do Chapéu, Paulo César Feital, Juca e Juninho Luang. A torcida marcou grande presença e mostrou o samba na ponta da língua. O palco estava desfalcado de Emerson Dias e Chitão Martins. Do ótimo trio que vem comandando o palco, só Bruno Ribas estava presente. Um dos sambas com maior qualidade da safra portelense, tanto em letra quanto melodia, não obteve tanto êxito na apresentação na semifinal, pois sentiu falta dos outros dois intérpretes mencionados. A melodia do refrão de meio chama atenção tanto pela riqueza poética, quanto pela letra “À luz do luar, lá vem Romaria/O doce cantar, Maria Maria/Repleto de chão, da terra do cio/ Feito ouro aluvião/Bateiando uma canção, veio a beira do rio”. A torcida cantou bastante o refrão de cabeça “O meu samba é oratório/Que Sebastião Clareia/Mil tons geniais, e os tambores das gerais/ Na Escola de Candeia”. A obra não poderia terminar de uma forma mais inspirada como “Já dizia Elis, se Deus tivesse voz/Seria a voz de Milton Nascimento”. Apesar do samba não ter sustentado na semifinal, a parceria foi para final pela qualidade da obra que é perceptível, e pelo conjunto de apresentações fortes que já fizeram na disputa.
Parceria de Samir Trindade: O quarto samba da noite foi assinado pelos compositores Samir Trindade, Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira. A torcida foi um esculacho e cantou forte durante toda momento. Tinga teve uma excelente condução, como sempre, e o palco foi firme e com bastante pressão. A apresentação foi irretocável e emocionante. A primeira do samba passou bem demais e as palavras chave para a melodia funcionar tão bem são “Manhã”, “Estou”, “Na fé” e “Nas mãos”. O rendimento do refrão de meio foi ótimo “Nessa estrada, é sonho, é poeira/Passa o trem azul, sigo em paz/ Feito Rio…. só me leva pra Deus filho de Maria/Tantos mares em um cais”. O refrão principal foi uma explosão na quadra “Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar/Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar/Anjo negro é o sol que faz a Portela cantar/Anjo negro é o sol na minha Portela”. Uma parte que foi berrada pela torcida, além dos dois refrãos foi o bis “Quem acredita na vida, não deixa de amar”. Foi uma apresentação que teve forte comunicação com o público, levantando até os camarotes.
Parceria de Jorge do Batuke: O último samba da noite foi assinado pelos compositores Jorge do Batuke, Neizinho do Cavaco, Feijão, Marcio Carvalho, Araguaci e Claudio Russo. A torcida fez um barulho danado e foi um verdadeiro show na quadra. Pitty de Menezes e Tem-Tem Jr conduziram o samba com maestria. A performance da parceria foi avassaladora e levantou a galera. O rendimento do refrão principal foi excelente “No azul da romaria, na canjica da gamela/Sob a luz de Oxalufã… Portela/E no andor do nosso povo a voz de Deus/ Se alguém tem um lugar ao sol…Sou eu!”. O falso refrão de meio levantou a galera e foi outro destaque na apresentação. Uma virada melódica que chama atenção e torna-se fundamental na melodia da primeira parte do samba “Dobrando a esquina lá vem Madureira”. Outra parte do samba que teve um rendimento maravilhoso foi a chamada para o refrão principal “Sim, todo amor é sagrado/Sim, tudo é cantoria/Nada será como antes depois desse dia”. Foi outra apresentação que teve forte comunicação com o público e também levantou os camarotes.
A equipe do CARNAVALESCO, atrás da série “Eliminatórias”, acompanhou na noite de sábado, mais uma etapa da disputa de samba-enredo do Salgueiro para o Carnaval 2025. A escola divulga na segunda-feira os sambas classificados. *OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES
Parceria de Marcelo Motta: O primeiro samba da noite foi assinado pelos compositores Marcelo Motta, Rafa Hecht, Thiago Daniel, Clairton Fonseca, Júlio Alves, Kadu Gomes, Alex Oliveira, Daniel Paixão e Fadico. A torcida marcou grande presença na quadra. Tinga conduziu o palco com perfeição e teve um desempenho de destaque. A apresentação começou forte e vale frisar que o samba não caiu em nenhum momento. Na primeira parte do samba, a parte que teve um excelente desempenho foi “Xangô, meu pai, amarra o inimigo e dá um nó/ Desata qualquer feitiço da pontinha do cipó”. O refrão de meio teve um rendimento ótimo “Quando Moreno taca fogo na cabaça/O sertão fica pequeno pra tinhoso na garrafa/O bicho é brabo, tem um trato com Diabo/Coisa feira não lhe alcança nem tocaia no cangaço”. Aliás, esse refrão de meio expõe uma das maiores qualidades da obra que é a letra, que é uma das melhores da disputa. A saída do refrão de meio, é muito boa com “Meu catimbó, catimbó, catimbozeiro/Meu catimbó, catimbó pra defumar”. O refrão principal foi outra parte de grande desempenho. Foi uma grande apresentação, a melhor performance da parceria nessa disputa.
Parceria de Moisés Santiago: A segunda parceria da noite de eliminatória Salgueirense, foi assinado pelos compositores Moisés Santiago, Gilmar L Silva, Aldir Senna, Orlandro Ambrosio, Richard Valença, Wilson Mineiro, Gigi da Estiva, Alexandre Cabeça, Marcelo Fernandes e Leandro Thomaz. Todas as torcidas fizeram a festa nessa noite e essa foi mais uma que deu conta do recado. Zé Paulo e Serginho do Porto tiveram ótima performance na condução do palco. A obra tem uma proposta mais animada que as demais e isso fica visível no refrão de meio que foi um dos grandes destaques “Tem dendê, tem dendê!/Entre fios e miçangas/Tem dendê, tem dendê!/A bença, Tia Baiana!/Já pedi na encruzilhada, rezei no pé da cruz/Minha vida foi selada por Marias e Exus”. A segunda parte do samba possui uma melodia que vai mudando a todo momento, destacando principalmente “Cabra Moreno que rezava a sorte/Que cegava a morte, se valeu no cão”. Na primeira parte do samba, a parceria apostou em alguns versos como bis “Salgueiro é de umbanda!” e “Laroiê! Noite de segunda-feira”. O refrão principal teve um desempenho ótimo e o fechamento dele é energizado “Sai da frente que o Salgueiro vem virado no seu Zé”. Foi uma apresentação muito boa da parceria.
Parceria de Fred Camacho: A terceira obra da noite foi assinada pelos Fred Camacho, Luiz Antônio Simas, Eri Johnson, Diego Nicolau, João Diniz, Guinga do Salgueiro, Fabrício Fontes, Wilton Tatá, Gustavo Clarão e Francisco Aquino. A torcida compareceu em grande público e foi um dos trunfos da parceria. Sem Evandro Malandro, coube ao Thiago Britto a missão de conduzir o palco, e o intérprete obteve êxito. Além de ter um ótimo rendimento, o gingado que o refrão principal proporciona chama atenção “O Salgueiro tem mandinga de preto velho!/Fundanga de marabô! Axé!/Na curimba meu tambor é brabo/Corpo Fechado, saravá seu Zé”. O samba possui uma virada melódica na segunda parte do samba de destaque “Kiumba desiste de mim que sou da Macumba”. O refrão de meio foi uma das partes de grande desempenho “Sai panema! É rito de pajelança/Quem cura dança e bebe na cuia Jurema/ Sai doença, mau-olhado e desacato/ Fecho o corpo no mato no tronco da sapopema”. A primeira parte do samba chamou atenção pela fluidez que passou na quadra. Foi uma ótima apresentação da parceria.
Parceria de Xande de Pilares: O quarto samba da noite de eliminatória Salgueirense Xande de Pilares, Pedrinho da Flor, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Leonardo Gallo, Jorginho Via 13, Jeferson Oliveira, Jassa e W.Correa. Com bandeiras espalhadas por toda a quadra, a torcida fez uma linda festa. Em grande fase, Charles Silva fez mais uma condução com muita garra e força. Vale destacar que o palco da parceria também foi muito bem. A parceria vem colecionando grandes apresentações e nessa noite não foi diferente. O explosivo refrão principal mais uma vez foi destaque “Macumbeiro, mandigueiro, batizado no gongá/Quem tem medo de quiumba, não nasceu pra demandar/ Meu terreiro é a casa da Mandinga/Quem se mete com o Salgueiro acerta as contas na curimba”. Há um preparo e uma chamada expressiva para o refrão de cabeça “Salve seu Zé, que alumia nosso morro/Estende o chapéu a quem pede socorro/Vermelho e branco no linho trajado/Sou eu malandragem de corpo fechado”. O refrão de meio teve um ótimo rendimento na quadra “Tenho a fé que habita o sertão/De lampião, o cangaceiro/Feito moreno eu vou viver/ Mais de cem anos no meu Salgueiro”. A primeira parte do samba é uma parte de destaque pela força com que passa na quadra. Foi mais uma grande apresentação da parceria.
Parceria de Fabiano Paiva: A penúltima parceria da noite teve o samba assinado pelos compositores Fabiano Paiva, Marcelo Adnet, Gustavo Albuquerque, Baby do Cavaco, Andre Capá, Bruno Zullo, Rafael Castilho, Marcelinho Simon, Luizinho do Méier e Raphael Donato. A torcida foi um esculacho, cantando demais o samba durante todo momento. O intérprete Wander Pires com o seu timbre diferenciado, conduziu com êxito o palco. A obra é mais melódica comparando com os outros sambas da noite e tem uma parte que isso fica visível “Sou Zé, Cristo exu do gueto”/Fecho o corpo preto no altar do samba/Hoje o teu corpo preto vai ser amuleto pra vencer demanda”. O bom refrão principal teve um rendimento maravilhoso “Tranco a rua, veste o velho patuá/Abro a lua pro caminho iluminar/Bate palma de macumba/vai na fé do morro inteiro/ inimigo cai de banda, arrepia Salgueiro”. O refrão de meio não fica atrás em termos de rendimento, pois também obteve o mesmo êxito. Apresentação de qualidade da parceria.
Parceria de Ian Ruas: Pra fechar a noite de eliminatória Salgueirense, o último samba foi assinado pelos compositores Ian Ruas, Caio Miranda, Zé Carlos, David Carvalho, Luiz Fernando, Luana Rosa, Fabiano Mattos e Claudia Balthazar. Com uma quantidade grande de bandeiras, a torcida também fez a sua festa. O palco foi um dos pontos de destaque da apresentação, pois foi firme e bem equalizado. Vitor Cunha, Bruno Ribas e Nino do Milênio foram os responsáveis por esse êxito. O refrão principal foi o destaque com ótimo rendimento “Torrão, corpo fechado!/Preto Velho mandigueiro/Vibra em nossa oração/ Torrão abençoado/ Meu Salgueiro pede proteção”. Outro destaque da apresentação foi o bis “Reza forte, milagre no bamba!/ Reza forte no reino do samba!”. Foi uma boa apresentação da parceria.
O CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve em mais uma etapa de escolha de samba da Estação Primeira de Mangueira. Nesta fase que antecede a semifinal, cinco parcerias se apresentaram. Duas composições tiveram mais destaque e a parceria encabeçada por Deivid Domênico foi eliminada. A Verde e Rosa levará para a Avenida o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude entre Dores e Paixões”, sobre a influência da cultura banto no Rio de Janeiro. A semifinal de samba acontece no dia 12 de outubro. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES
Parceria de Lacyr D’Mangueira: A primeira parceria a se apresentar esta noite foi a dos compositores Lacyr D’Mangueira, Rubens Gordinho, Juninho Luang, André Ricardo Gonçalves, Celsinho M Godoi e Bruno Oliveira Lima e o intérprete Bruno Ribas deu voz a este samba. A música tem um melodia bonita e uma cadência boa de acompanhar. Tem um refrão principal potente com o verso “Eu sou cria, sou banto, filho desse chão”. Já o refrão do meio é divertido pela agilidade e pela repetição de sílabas, mas pode ser difícil de cantar. O trecho “saberes que vem do zungu valem ouro na lingua falado um tesouro legado do congo e d’angola e pelas ruas ao som do lundu a força do sangue bantu transcende o tempo e aflora” se encaixou com muita beleza no ritmo da composição. Apesar da qualidade apresentada, poucas pessoas se empolgaram na quadra.
Parceria de Chacal do Sax: Chacal do Sax, Fábio Martins, Marcelo Martins, Bruno Vitor, Jean do Ouro e Pastor Gaspar compuseram o segundo samba puxado por Emerson Dias e Pixulé. Os dois refrões são bastante potentes, destacando os versos “É verde kabila, rosa de matamba”, do primeiro, e “Preta Velha ensinou, ciência de mandingueiro”, do segundo. Um trecho de impacto é “Reinventei a minha luta/ Na santíssima macumba, irmandade é petição”. A segunda parte do samba é bem construída em letra e melodia, sendo marcante a passagem. “Não venha dizer que é dialeto/ A língua que africaniza a cidade”. Levantou parte da quadra e foi um dos destaques deste sábado.
Parceria de Ronie Oliveira: Matheus Gaúcho defendeu o terceiro samba da noite composto por Ronie Oliveira, Jotapê, Giovani, João Vidal, Miguel Dibo e Cabeça Ajax. Gilsinho comandou a apresentação com Charles Silva e Matheus Gaúcho. O refrão principal com esse “Aê dindin, Aê dindá” é fácil de aprender e o do meio tem muita força com a verso “sou o fruto bantu que não cai longe do pé”. Na primeira parte, esse trecho é o de maior potência: “ainda que a paz existisse renegaram as inquices perseguindo o povo bantu”. Além disso, a segunda parte funciona como uma crescente até chegar no pré-refrão “dê um “dengo” mãe… teu “moleque” é valentia quem é cria lá do morro, faz nascer a poesia dê um “dengo” mãe… teu “moleque” foi vencer jem é cria lá do morro, faz um novo alvorecer”. No mais, a parceria conseguiu animar parte da quadra.
Parceria de Lequinho: Quem encerrou a disputa foram os compositores Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Júlio Alves, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim. A responsabilidade de cantar esse samba foi de Tinga. Primeiramente, essa composição tem um refrão principal bem aguerrido. Dois trechos seguido são muito cativantes: “ê malungo, que bate tambor de congo faz macumba, dança jongo, ginga na capoeira/ ê malungo, o samba estancou teu sangue de verde e rosa renasce a nação de zambi” e “bate folha pra benzer pembelê, kaiango guia meu camutuê, mãe preta me ensinou bate folha pra benzer, pembelê, kaiango sob a cruz do seu altar inquice incorporou”, que funciona como um refrão. Na sequência, a segunda parte traz reflexões e aponta para uma crítica social interessante com versos como “onde a escola de vida é zungu, fui risco iminente/ o alvo que a bala insiste em achar lamento informar… um sobrevivente” e “e hoje no asfalto a moda é ser cria/ quer imitar meu riscado, descolorir o cabelo/ bater cabeça no meu terreiro”. Fechou as apresentações sendo o segundo destaque da noite e levantando o público.
A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou mais uma etapa da disputa de samba-enredo da Mocidade para o Carnaval 2025. A parceria de Jojo Todynho foi eliminada do concurso. A próxima fase é a semifinal, na sexta-feira que vem, dia 4 de outubro. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES
Parceria de Zé Glória: Abrindo a noite, o samba de Zé Glória, Diego Nicolau, Richard Valença, Orlando Ambrosio, Renan Diniz, Trivella, Myngal, Miguel Dibo, Lico Monteiro e Cabeça do Ajax subiu ao palco. Bem cadenciado, contou com um excelente desempenho de Tem-Tem Jr., que ajuda muito o samba, nos momentos que ele já é bem para cima como no falso refrão “Voar! Voar!”, com ambas as estrofes tendo um bom desempenho. O samba teve uma apresentação bem para cima com torcida bem empolgada, que cantou forte durante o tempo da parceria, se destacando na noite.
Parceria de Jefinho Rodrigues: Segunda a se apresentar, a obra de Jefinho Rodrigues, Arlindinho Cruz, Marquinho Índio, Lauro Silva, Prof.Renato Cunha, Cleiton Roberto, Felipe Mussili e Igor Leal, teve mais uma vez a melodia envolvente como um dos destaques, sendo bem conduzida por Wander Pires. Os refrões poéticos são mais uma vez destaque, assim como a segunda parte do samba, iniciada com o verso “Ávida, a mente vira feito órbita”, um dos trechos que chama a atenção. A torcida presente cantou bem o samba da parceria ajudando a mantê-lo para cima.
Parceria de Paulo Cesar Feital: Terceiro samba da noite, a obra de Paulo Cesar Feital, Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denilson Rozario, Carlinhos da Chácara, Marcelo Casanossa, Rogerinho, Nito de Souza, Dr Castilho e Léo Peres foi conduzido por Thiago Brito, que foi muito bem como a voz principal. A torcida cantou forte. Bem melódica e poética, a apresentação teve os refrões, com destaque para o final “O céu vai clarear/iluminar a Zona Oeste da cidade/Deus vai desfilar/Pra ver o mago recriar a Mocidade”, e a segunda parte, em especial os versos “No afã de me encontrar eu me emocionei/Lembrei da corda bamba que eu atravessei”, como alguns dos pontos altos desta aprsentação, que foi um grande destaqie da noite.
Parceria de Jaci Campo Grande: Leozinho Nunes conduziu a última parceria da noite composta por Jaci Campo Grande, Paulo Ferraz, Alex Cruz, Dr. Marcelo, Duda Coelho, Marcinha Souza, Lucio Flávio, Elian Dias, Paulo Bachini, Bimbim Portella. O samba passou bem, com um bom refrão do meio, e versos na segunda parte também, vindo crescendo nas apresentações, contando com uma torcida bem animada, que cantou e levou máscaras com castorzinhos apaixonados em referência a um dos versos mais comentados da obra.
A escola de samba Deixa Falar, do Grupo Especial de Belém fez história no Rio de Janeiro. Os compositores Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho, Marcelo Moraes vão assinam o samba-enredo da Grande Rio para o Carnaval 2025. O resultado foi divulgado por volta de 3h30 deste domingo, em Duque de Caxias, após uma apresentação épica da parceria campeã. No ano que vem, a Grande Rio levará para a Avenida o enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.
O CARNAVALESCO ouviu mestre Damasceno e ele falou sobre a conquista na Grande Rio e a emoção de vir do Pará e ganhar no Rio de Janeiro.
Foto: Guibsom Romão/CARNAVALESCO
“Muita alegria, muita felicidade. Até pela distância que a gente vem, a gente vem atravessando o oceano, se encontrando com os amigos da capital do Pará. Concorrendo samba em meio de nove sambas no Pará. Consegue levar, classificar. Chega no Rio, concorre com os caras famosos. E a gente consegue ser o campeão para o carnaval da cidade de Rio. É uma felicidade, uma sorte, emoção e alegria para o povo do Pará, do Rio de Janeiro e do Marajó”.
O compositor Ailson Picanço falou ao CARNAVALESCO da sensação de vencer na disputa de samba-enredo da Grande Rio para 2025.
“É uma sensação incrível porque a comunidade nos abraçou desde o primeiro dia, desde o dia do lançamento. A comunidade não se importou se o samba era do Pará ou do Rio de Janeiro. Ela queria saber se o samba era bom, independentemente de onde vinha. Receber todo esse apoio e carinho não tem preço, é indescritível. Fizemos o melhor que pudemos para chegar nesse momento aqui. E, se Deus quiser, a Grande Rio terá muito sucesso no carnaval, se as caboclas e as juremadas permitirem”.
O compositor Marcelo Moraes também comemorou a conquista no Rio de Janeiro. “A sensação é a melhor possível. Não tem como descrever, isso aqui é um sonho para os compositores do Pará. Para a gente, não tem preço. Essa vitória não é apenas dos compositores da parceria, é uma vitória do Estado do Pará. Está na boca do povo, é uma celebração de todos. E vamos com tudo para o campeonato, porque, se Deus quiser, a Grande Rio vai levar esse título para casa”.
Intérprete da parceria campeã, da escola Deixa Falar, Fábio Moreno ressaltou ao CARNAVALESCO a força das escolas de samba de Belém e dos compositores locais.
Intérprete da parceria campeã, da escola Deixa Falar, Fábio Moreno
“Os nossos sambas, os nossos compositores em Belém são compositores que exportam muitos sambas para a nossa região, sambas para Macapá, para Manaus e tem um leque muito bom, mas nós nunca tivemos um nível de alcance como esse trabalho agora que teve aqui na Grande Rio. Nós tivemos sorte e fomos agraciados pela Nossa Senhora de Nazaré com a safra que tivemos lá na disputa que tivemos lá, que com todo o respeito, mas dois sambas vindo de Belém ainda foi pouco, porque nós tivemos muitos sambas com condições de chegar aqui e dar o seu recado. Realmente é absurdo o que está acontecendo, parece que às vezes eu vou acordar desse sonho”, afirmou o cantor.
Compositor Davison Jaime
O compositor Davison Jaime sobre a emoção de ganhar: “É a realização de um sonho, a gente disputa samba há um tempo, seja no Pará, seja em outros estados, mas isso aqui é um sonho realizado de infância e a gente parece que nem acredita, estamos todos muito felizes. É difícil dizer o que mais gosto nesse samba, o samba possui várias partes com sustentações que me mantém ele sempre lá em cima, então não consigo dizer o que gosto mais”.
Fotos: Guibsom Romão, Luan Costa e Rhyan de Meira/CARNAVALESCO
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Foto: Guibsom Romão/CARNAVALESCO
Intérprete Evandro Malandro
Em entrevista ao CARNAVALESCO, o diretor de carnaval da Grande Rio, Thiago Monteiro, falou o que é possível esperar do desfile da escola, falou sobre ter caído na terça-feira e comentou a sinergia da agremiação com as escolas de samba de Belém.
“Podem esperar que vamos disputar o título, respeitando todas as coirmãs, claro, todo mundo está se preparando da melhor maneira possível, mas a gente também está se preparando muito, muito bem, e a gente tem plena consciência do que a gente quer buscar, que é o melhor carnaval da nossa história e brindar o público com um grande espetáculo. A referência que a gente tem hoje é o desfilar na segunda. E sempre foi, para nós, visto com bons olhos, uma vantagem. Além de você ter mais dias de preparação, você de fato vê o que já aconteceu na pista. Terça-feira você tem um dia a mais. Inclusive, a Grande Rio escolheu, optou por isso, porque no sorteio a bola maior saiu para a gente e nós optamos. É lógico que é uma incógnita, mas pegando a analogia da antiga segunda-feira é uma vantagem. Foi maravilhosa parceria com Belém, não só com a Liga, mas com todo mundo que se envolveu nessa disputa. O presidente da Liga foi fantástico na condução. Agora fica esse intercâmbio, já é uma vitória do carnaval, já é uma vitória do samba”.
Diretor de carnaval da Grande Rio, Thiago Monteiro
O presidente da Grande Rio, Milton Perácio, falou sobre a confiança da escola com o enredo de 2025, a sinergia com o governo do Pará e como será desfilar na terça-feira de carnaval.
“A Grande Rio está certa que irá fazer um grande desfile. O enredo nos permite dizer isso. É um grande enredo. E vamos para as cabeças. Estamos pensando em campeonato. “Foi muito bom o intercâmbio cultural entre o Rio de Janeiro, de Caxias, Grande Rio e Belém do Pará. As escolas de samba de Belém do Pará são escolas de samba fortes, grandes compositores, isso foi bom para o Belém do Pará, para as escolas de samba, foi bom para o Grande Rio e é bom para o samba. A Grande Rio não tem dia de desfile, ela desfila em domingo, segunda-feira, e a terça-feira é só mais um dia, a Grande Rio vai passar de um jeito bonito, lindo e maravilhoso”, garantiu.
Presidente da Grande Rio, Milton Perácio
A dupla de carnavalescos da Grande Rio, Gabriel Haddad e Leonardo Bora, conversou com o CARNAVALESCO sobre o enredo de 2025 e o que esperar do desfile da escola no ano que vem.
“Quando há liberdade criativa, e no nosso caso foi uma liberdade criativa total. Isso foi negociado já de início, tudo se torna muito rico, muito vivo porque não há nenhum tipo de intromissão, de dirigismo, a escola confiou plenamente no nosso trabalho como a gente confia na administração da escola, havendo esse acordo mútuo eu acredito que os frutos da desse processo já estão sendo vistos. Uma safra de samba muito expressiva, um enredo que apresenta um olhar muito diferente, muito especial, que definitivamente não cai naquela redução que as pessoas fazem, do tal enredo CEP, a gente jamais faria isso, não nos interessa enquanto artista, não interessa pra Grande Rio nesse momento. É um enredo de muita energia, é um enredo muito sensível”, garantiu Bora.
Carnavalescos da Grande Rio, Gabriel Haddad e Leonardo Bora
“A diretoria dá uma liberdade muito grande para gente trabalhar e é tudo na base da conversa. A gente dialoga muito bem. Quando chegou a possibilidade de patrocínio do Pará a gente pediu um tempo pra que a pudesse organizar as ideias, de tentar ver que que a gente conseguiria fazer de diferente, algo diferenciado, pra gente não era interessante pra eu acho que nem pra eles também se fosse um cep tradicional como a gente viu passar lá atrás, então é muito bom para gente observar essa relação que a gente conseguiu desenvolver também com a Secretaria de Cultura do Estado do Pará. A gente conversou com muita gente. Acho que o fio condutor da nossa história vai passar pelas princesas, que também já era um enredo que a gente vinha pensando. A gente conseguiu unificar tudo, nada mais é do que o diálogo”, contou Gabriel Haddad.
Comandante da bateria da Grande Rio, mestre Fafá citou o que esperar do desfile em 2025. “Muita alegria, muita cadência. A gente vem com tudo mais um ano, mantendo nossa pegada. Nosso objetivo, mais uma vez, é garantir os 40 pontos. A fantasia será extremamente leve e agradável, o que é importante para a nossa performance. Estamos estudando bastante, pesquisando o carimbó, o tambor de mina, que fazem parte do nosso enredo. Pode ter certeza de que o Pará estará bem representado na nossa bateria”.
Mestre Fafá
O intérprete Evandro Malandro também falou ao CARNAVALESCO sobre a expectativa para o desfile de 2025 da Grande Rio.
“Pode esperar uma Grande Rio muito bonita na Sapucaí, muito bem preparada, muito focada, com muita responsabilidade, muito trabalho, mas também com muita alegria. Vai ter muito cheiro de patchouli, independente de qualquer samba, porque isso é Belém do Pará, isso é muito bonito. Essa interação dos compositores do Rio de Janeiro com os compositores do Pará está preparando um trabalho muito bacana. Alegria, emoção, tem que ter valentia, mas sem perder a beleza, sem perder a melodia, que é algo que a gente gosta de trabalhar bastante. Não forçar o andamento, não correr, mas também não arrastar. Acho que, se der tudo certo, vamos trabalhar bem o samba, que tem tudo o que precisamos”.
Intérprete Evandro Malandro
Responsáveis pela comissão de frente da Grande Rio, os coreógrafos Hélio e Beth Bejani, vencedores do ESTRELA DO CARNAVAL 2024, contaram ao CARNAVALESCO como está o trabalho para o desfile do ano que vem.
“Nós estamos tentando trazer também uma nova estruturação da comissão de frente, para não ficar aquela mesmice de sempre. A gente está buscando um caminho diferenciado mais contemporâneo, falando em termos da atualidade, da modernidade que a gente vive. Vamos trabalhar muito com o lúdico em conjunto com a realidade. A gente começa a desenvolver a comissão a partir do enredo, até porque o nosso trabalho prioriza essa situação de a gente apresentar uma síntese do enredo na comissão de frente, para já tentar que o público se interesse pelo que vem depois. A gente acredita que o principal efeito da nossa produção são os componentes. São eles que trazem o nosso trabalho, que representam e trazem para a avenida o que a gente desenvolveu”, afirmou Hélio Bejani.
Coreógrafos Hélio e Beth Bejani
“São muitas questões lindas do Pará, da história, das lendas, do tambor de mina. A gente está navegando nesse rio de encantarias e vamos fazer um grande carnaval. A gente já está com o projeto praticamente pronto, acho que cada ano é um ano, mas toda essa energia desse enredo está dando um gás a mais a gente. Todo esse universo do tambor de mina está trazendo para a gente uma mistura, um misto de muita encantaria. A gente está muito feliz com o enredo e com o que a gente está desenvolvendo. Até porque a comissão de frente é mutante, a gente começa o projeto e ela vai se transformando. Seguimos com a força do nosso chão, com a força dos nossos componentes, do nosso elenco. A gente confia muito neles. Eles estão com a gente há muito tempo e nosso efeito especial são eles. Sobre a iluminação da Sapucaí, ela veio para ficar. Eu acho que todas as escolas agora estão usando e abusando da iluminação”, comentou Beth Bejani.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira da Grande Rio, Daniel e Taciana, conversou com o CARNAVALESCO sobre o desfile de 2025, mais uma cabine de julgamento e a fantasia para o ano que vem.
Mestre-sala Daniel
“Olha, com certeza, a cada ano é uma proposta diferente. Com esse enredo, falando sobre o Pará, sobre as encantarias, o próprio carimbó, que é uma dança cultural regional deles, vamos entregar um pouco do carimbó também na avenida. Sobre ter mais uma cabine de julgamento, para a gente é tranquilo, conseguimos tirar de letra. Claro que exige uma preparação maior, porque agora são quatro cabines em vez de três, mas a gente dá conta. Depois que o samba é definido, a gente já começa a pensar na coreografia, tanto para a quadra quanto para a avenida. Esperem algo impactante nas nossas fantasias, algo que ainda não teve na Marquês de Sapucaí, e espero que a galera curta bastante”, comentou o mestre-sala.
Porta-bandeira Taciana
“A escola está muito feliz, muito animada com o samba. Tivemos uma safra muito boa. A Grande Rio está muito bem representada. A Grande Rio é uma comunidade que abraça qualquer samba que for escolhido, e agora não será diferente. É um enredo muito bonito, muito lindo, desenvolvido pelos nossos carnavalescos. Podem esperar uma Grande Rio linda dentro das águas. Estamos trazendo Catarina, tambor de mina, carimbó e tudo o que tem lá no Pará. Sobre mais uma cabine de julgamento, vai exigir um pouco mais de preparação física, sem dúvida. Mas como a gente não corre de trabalho, já estamos calculando tudo direitinho. Já começamos a trabalhar com um preparador físico e com a nossa coreógrafa, e tenho certeza de que vai dar tudo certo, com fé em Deus. Ainda não conheci a fantasia porque ela está na fase de teste. Estamos trabalhando para trazer algo bacana para a avenida. Se não me engano, na quarta-feira vamos conhecer a fantasia e, logo logo, teremos novidades para contar. Mas sempre gosto de guardar um segredinho para vocês verem só na avenida”, disse a porta-bandeira.
Como passaram os sambas na final da Grande Rio
Parceria de Diogo Nogueira: A parceria liderada por Diogo Nogueira foi a primeira a se apresentar nesta final, e trouxe um samba repleto de referências culturais. Composto por Diogo Nogueira, Myngal, Inácio Rios, Federal e Igor Leal, o samba foi interpretado com grande entusiasmo por Evandro Malandro durante as duas primeiras passadas, no restante os próprios compositores conduziram a obra.
A apresentação teve um início forte, a resposta da torcida foi imediata e calorosa, com muitos balançando bandeiras e cantando junto, o que ajudou a criar uma atmosfera positiva na quadra. A parceria ainda utilizou de vários elementos de pirotecnia para chamar atenção do público durante a passagem. O refrão principal, “Chama Verequete… oh Verê”, foi um dos pontos altos, com a torcida respondendo bem. Apesar de todos esses elementos positivos, o samba não causou um grande impacto na apresentação. Embora bem executado, o resultado não conseguiu empolgar completamente o público presente.
Parceria de Dere: A parceria composta por Dere, Licinho Santos, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro e Eduardo Queiroz foi a segunda a se apresentar na disputa final, trazendo um samba bem estruturado e com uma letra que reflete o enredo com clareza. A interpretação ficou a cargo de Evandro Malandro nas primeiras duas passadas e em seguida somente com Tem-Tem Jr, que conduziu a obra com muita competência, imprimindo a energia necessária para transmitir a mensagem do samba.
Desde o início, o samba conseguiu envolver o público com versos “A verdade é uma colcha de retalhos desfiada” e “Quem quiser ver Mariana vai na espuma do mar”. A torcida, apesar de pequena respondeu bem, cantando junto e agitando bandeiras, o que trouxe uma boa dose de entusiasmo para a apresentação. Os versos que antecedem o refrão principal, “Ererê erê arêá, a doutrina que me rege baila na preamar”, teve um bom impacto e conseguiu captar a atenção da comunidade. O desempenho da parceria foi positivo, mantendo um bom nível de rendimento durante toda a apresentação.
Parceria da Deixa Falar: A parceria formada por Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes se destacou na seletiva do Pará com um samba que conquistou a comunidade caxiense e rapidamente caiu no gosto popular. Com a interpretação marcante de Fábio Moreno, o samba trouxe a força e a autenticidade da cultura paraense para a disputa da Grande Rio, gerando grande expectativa para a final.
A expectativa se confirmou e desde o início, a apresentação foi marcada por uma energia contagiante, com a torcida respondendo de maneira intensa e vibrante antes mesmo do início oficial. A letra, que começa com o refrão “A mina é cocoriô! Feitiçaria parauara”, imediatamente chamou a atenção pelo uso de expressões regionais que exaltam a riqueza cultural do Pará. A conexão com o público foi evidente, com bandeiras tremulando, e muitos presentes entoando o samba junto com a equipe de som. A riqueza poética e a melodia cativante fizeram desse samba um dos grandes destaques da noite. A estrofe “Se a Boiúna se agita… é banzeiro! Banzeiro!” ecoou pela quadra, deixando clara a força da obra e a adesão do público, que respondeu com empolgação durante toda a apresentação.
O desempenho da parceria foi excelente, conseguindo manter a intensidade do início ao fim. A apresentação foi bem conduzida, com Fábio Moreno imprimindo força e emoção em cada verso, o que ajudou a elevar ainda mais o nível do samba. Foi uma verdadeira catarse, com gritos de “é campeão” no final.
Parceria de Elias Bililico: A parceria dos compositores Elias Bililico, Xande de Pilares, Malfredini Henrique, Edinho Gomes e Sérgio Gomes foi a quarta a se apresentar nesta final. O intérprete Nino do Milênio deu vida à obra, explorando bem os contrastes entre as partes mais suaves e os momentos de explosão. Apesar da performance consistente de Nino, a resposta da quadra variou ao longo da apresentação, talvez ainda impactados com a apresentação anterior, parte do público dispersou em alguns momentos.
Os versos iniciais da segunda parte, “Ê Marajó… Jureme… Juremá”, eram interessantes e preparou o terreno para o ápice do samba. A transição para os versos finais, “Grande Rio… deságua meu coração/Navegando, no toque do curimbó”, foi um dos pontos altos da apresentação. No entanto, não foi o suficiente para uma apresentação que conseguisse causar comoção.
Parceria da Bole Bole: A parceria formada por Vetinho, Felipe Silva e Danilo Vetinho foi mais uma vinda da seletiva paraense. Com Bruno Costa como intérprete, a obra foi apresentada com força e energia e contou com uma torcida engajada, mas encontrou dificuldades para engajar plenamente a quadra.
O samba tem momentos poéticos e fortes, como nos verso “Banzereou, Vodum, banzereou. A obra também apresentou bons momentos principalmente no refrão “Onirê, chama Averê, ê donindá”, que conseguiu resgatar a energia e a participação da quadra. No geral, foi uma apresentação correta, que contou com muita emoção, a energia vinda do do palco foi fundamental para uma boa passagem, porém, não o suficiente para que contagiasse por completo o público presente.
A Grande Rio vai escolher neste sábado o samba para o Carnaval 2025. Cinco parcerias estão na final. A decisão tem entrada gratuita. A quadra fica na Rua Almirante Barroso, nº 5 – Centro de Caxias. Entrada franca. Os portões irão abrir às 21h. No ano que vem, a Grande Rio levará para a Avenida o enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. Ouvimos um compositor de cada parceria defendendo seus sambas. Ouça abaixo.
Se, há exatamente uma semana atrás, os Gaviões da Fiel se reuniram para escolher o samba-enredo (para muitos, um dos melhores da safra do carnaval de 2025 em São Paulo), a sexta-feira foi noite para que a escola organizasse a Apresentação das Fantasias para o próximo desfile, apresentando os protótipos das indumentárias em questão para a defesa do enredo “Irin Ajó Emi Ojisé”, desenvolvido pelos carnavalescos Julio Poloni e Rayner Pereira. O evento, realizado na quadra da Torcida Que Samba, no Bom Retiro (Centro da capital paulista), teve a presença do CARNAVALESCO – que conversou com segmentos importantes da agremiação.
A escolha dos sambas e cantos que ecoaram na rua Cristina Tomás foi idêntica a da noite da final do samba-enredo, com todos cantando a plenos pulmões clássicos como “A Saliva do Santo e o Veneno da Serpente” (1994, reeditado em 2019) e “As Cinco Deusas Encantadas Na Corte Do Rei Gavião” (2003). As apresentações de segmentos (casais, ala das baianas, passistas e destaques) idem. E parava por aí.
Logo que a reportagem chegou ao local, se deparou com um grande palco em formato de “T” – evidentemente para o desfile dos protótipos. Um dos locais suspensos, atualmente utilizado como camarote de uma patrocinadora, tornou-se uma espécie de camarim para que diversos componentes se maquiassem e vestissem as peças – o espaço, por sinal, era coberto por faixas da “Torcida Que Samba”.
Outra diferença estava na data em que o evento foi realizado. O 27 de setembro é nacionalmente conhecido como o dia de Cosme e Damião, com a distribuição de diversas guloseimas. Os Gaviões preparam cerca de quatro mesas cheias de quitutes como paçocas, suspiros, doce de banana e Nhá Benta para os presentes.
Tempo e inspiração
Em entrevista exclusiva para o CARNAVALESCO, Julio Poloni, um dos carnavalescos da agremiação, destacou que a mesma publicação que serviu de inspiração para a criação do enredo em geral também foi muito consultado ao desenhar as fantasias: “A inspiração foi um livro que Deus colocou no caminho do Rayner. Ele também é assistente do Edson Pereira, na Unidos da Tijuca – e, na sala do profissional, ele viu um livro de Educação Infantil sobre máscaras africanas. A partir daí, ele trouxe essa ideia e começamos a estudar em cima disso. Sobre a temática das máscaras africanas, em específico, não encontramos um livro a respeito – achamos muitos artigos, de diversas etnias. Nisso, então, carnavalizamos uma história em cima dessa cultura. No nosso enredo, como percebemos que as máscaras passam valores, mensagens e ensinamentos, colocamos Orunmilá como o espírito mensageiro que habita por trás dessas máscaras – quando pessoas colocam essas máscaras, eles acessam o mundo espiritual, o Orun. Orunmilá vai parando de povoado em povoado concedendo, em cada um deles, uma máscara para passar essa mensagem. Ao invés dele passar as mensagens por meio do jogo de Ifá, ele vai passar pelas máscaras fazendo uma caminhada pelo continente africanos”, destacou, citando a obra “A Primeira Máscara”, escrito pela artista plástica, ilustradora e autora france Marie-Thérèse Kowalczyk, popularmente conhecida como Maté.
Ao ser perguntado sobre o tempo de produção do conjunto de fantasias, Rayner Pereira, que também é carnavalesco dos Gaviõess, detalhou: “Acho que levou dois meses, dois meses e meio. A partir disso, começamos a complementar a nossa pesquisa para ver onde conseguiríamos incrementar, para termos um desfile mais rico. Aí complementamos: de catorze foram para dezoito alas – e ainda tinha muita coisa para se falar, mesmo evoluindo muito. Desde o começo, quando vimos tudo no papel, nossos protótipos estão muito fiéis aos desenhos. Quando postarmos o que era o desenho e como ficou, tudo está muito parecido, não tivemos tantas alterações. Isso nos deixa felizes, já que conseguimos tirar do papel o que pensamos para a escola e para os componentes. São fantasias leves e confortáveis, de acordo com quem vestiu. Apesar de tudo, também estamos pensando em quem vai desfilar”, comentou.
Julio aproveitou para complementar: “Levamos cerca de dois meses e meio para terminar os desenhos porque temos muitos elementos para colocar, fizemos uma pesquisa muito rica. As máscaras não estão no enredo de forma aleatória: cada uma delas está conectada com o povoado real de onde ela veio com as vestes que cada máscara acompanha em cada ritual. Foi uma pesquisa muito profunda que fizemos para fazer cada fantasia”, explicou.
Variações cromáticas
Toda a comunicação dos Gaviões pensando no desfile de 2025 possui, majoritariamente, tons terrosos – como amarelo, marrom e ocre. Se tais colorações são, até certo ponto, naturais quando se pensa em um desfile de temática africana, Rayner destaca que outros matizes também serão vistos: “A gente não tem muito como fugir do marrom, do laranja e do amarelo – afinal de contas, é uma coloração natural dessa região da África. Mas pincelamos muitas cores para que esse gradiente não se torne algo muito padronizado no desfile. No desfile, começamos com marrom – mas, a partir disso, começamos a distribuir cores até o final. Não acabamos no prata ou no branco: até isso buscamos fazer de uma forma diferente. Termina de uma forma feliz e diferente do que estava sendo apresentado. Tem, basicamente, o que temos como cores básicas – mas, a partir disso, desenvolvemos muitas outras combinações que casaram muito bem com o nosso desfile. É uma cor terrosa que ganha uma nuance mais feliz para falar de cada etnia que falaremos no decorrer de cada desfile”, pontuou.
Dentre as fantasias que fogem completamente de tal padrão, vale destacar a da ala de passistas, quarta a ser apresentada, com predominância da cor preta.
Cabe destacar que, tradicionalmente, os Gaviões da Fiel não utilizam nem um tipo ou variação de verde em seus desfiles – ao contrário de outras escolas de samba ligadas às torcidas organizadas do futebol, a Torcida Que Samba traz para o carnaval certas tradições.
Encadeamento
Além de uma apresentação inicial com alguns componentes da comunidade antes das fantasias em si, todo o evento teve Julio Poloni como uma espécie de cicerone. Ele, por exemplo, fez questão de fazer uma explicação do samba-enredo dentro da temática criada por ele e por Rayner Pereira. Alguns pontos importantes também foram explicados no palco – como, por exemplo, o fato de que o espírito mensageiro de Orunmilá fará uma viagem que começa no norte e vai rumo ao sul, passando por dezoito povos. Nas fronteiras africanas atuais, treze países estão representados: Mali, Burkina Faso, Serra Leoa, Costa do Marfim, Gana, Benin, Camarões, Guiné Equatorial, Gabão, Angola, Congo e Nigéria.
No enredo, cada uma das fantasias representa uma etnia que foi visitada por Orunmilá, que deixa uma espécie de ensinamento representada por uma máscara. Também vale destacar que cada carro alegórico registra o encontro do espírito mensageiro com outro orixá – casos de Exu e Nanã.
Volume aprovado
Algo que chamou muita atenção em todos os presentes foi o número de adornos e adereços que a grande maioria das fantasias possui. Costeiros, testas e esplendores bastante significativos davam uma sensação de volume bastante considerável, enquanto fitas e saias davam movimento e dinâmica para cada peça.
O trabalho da dupla de carnavalescos na confecção dos protótipos foi aprovado por segmentos ouvidos pelo CARNAVALESCO. Leandro Machado, um dos integrantes da Comissão de Carnaval dos Gaviões da Fiel, foi um deles: “Os Gaviões vêm numa proposta muito diferente, com um enredo inédito. Tenho certeza que as fantasias vão surpreender a todos. Nós, da Direção de Carnaval, gostamos muito. Toda a diretoria também gostou muito – passando pelo presidente e pelos vices. Nossa expectativa, realmente, é causar um impacto diferenciado no carnaval de São Paulo. Podem esperar que os Gaviões venham bem bonitos e bem diferentes”, comentou.
Fabio Camara, o Fantasma, vice-presidente da instituição (e também integrante da Comissão de Carnaval) concordou: “Na verdade, o conjunto de fantasias superou as minhas expectativas. Obviamente que eu esperava algo muito dentro do contexto que a gente vai apresentar, mas eu fiquei muito contente e muito feliz em saber que as minhas expectativas foram superadas nesses protótipos. Como eu sempre costumo falar, os Gaviões, por si próprios, têm que vir de uma forma grande, de uma forma que seja colocado o nome dos Gaviões sempre no topo, acima de qualquer situação. Eu estou muito contente, muito confortável com o que eu vi e daquilo que nós vamos apresentar na avenida. Tenho a certeza que os Gaviões virão além daquilo que todo mundo espera. A escola vai surpreender na avenida e vai fazer um carnaval, de fato, do tamanho que os Gaviões merecem”, prometeu.
Desafios e pontos fortes
Perguntados sobre quais foram as grandes barreiras a serem suplantadas para criar o conjunto de fantasias, os carnavalescos detalharam pontos distintos. Julio preferiu falar sobre como colocar tal temática na avenida exigiu a construção de uma temática pouco convencional: “Os principais desafios foram conseguir criar um conjunto que seja coerente com as etnias e povos que estamos representando e as respectivas máscaras. Esse foi o maior desafio: como pegar algo que existe como referência em rituais e como carnavalizar isso sem perder a essência. Vejo que a força do conjunto de fantasias, que agora está pronto, é que ele é muito variado e diferente nas formas e proporções. É um conjunto de fantasias que, certamente, sai do lugar comum do carnaval. O que era um desafio (conseguir conectar roupas e indumentárias que são utilizadas), acabou sendo um diferencial para a gente na concepção – e que deu um resultado completamente diferente do que estamos acostumados”, comentou.
Já Rayner preferiu falar sobre questões mais ligadas à estética: “Também buscamos algumas informações sobre formas! No momento em que começamos a colocar as coisas no papel, nós pesquisamos, ala por ala, se aquilo não passou pela avenida em algum momento. Todas as nossas alas são bem distintas uma da outra e ainda mais diferentes de tudo que já passou no Anhembi. Vocês verão várias formas diferentes e jeitos de usar a máscara, sempre seguindo a fidelidade da máscara de cada região – mas carnavalizando e trazendo um visual simples de se entender. É isso que todo mundo que já viu as fantasias gostou: é um enredo que já foi citado muitas vezes, mas fizemos isso foi feito de uma maneira bem diferente”, atentou.
Profissionais resguardados
Ao contrário de muitas outras escolas de samba, os Gaviões da Fiel realizam eleições – a cada triênio, uma nova diretoria assume o comando da instituição. Mesmo com a mudança de nomes (por sinal, na última eleição, a chapa que representava a situação foi vencida), Julio e Rayner foram mantidos. Para diretores ouvidos pelo CARNAVALESCO, a qualidade de cada um deles é o que vale: “O Júlio e o Rayner têm total apoio nosso, da presidência, dos vice-presidentes… total confiança. Acho que a importância do trabalho é a confiança. Vimos eles trabalhando na gestão passada, nós acompanhamos como sócio. No meio do caminho, próximo das eleições, o Rayner acabou saindo um tempo, mas ele acabou retornando. Não é novidade nenhuma eles trabalharem juntos. A gente resolveu, pelo trabalho apresentado e pelo resultado obtido na avenida, que eles deveriam continuar de acordo com o que eles vêm apresentando. E, claro, que vão seguir apresentando na avenida no futuro – já que, em 2025, eles e os Gaviões vêm em um formato ainda mais forte”, comentou Fantasma.
Leandro vaticinou: “Nós já tínhamos trabalhado com o Rayner em outras gestões, a gente já conhecia o trabalho dele e conhecia a dedicação dele. Sobre o Júlio, nós ouvimos sempre muitas boas referências. Na primeira conversa que nós tivemos com ele, nós tínhamos a certeza que a gente estava fazendo a escolha certa. A gente tem a total confiança, dá a total liberdade para eles criarem e eles sabem que têm o apoio incondicional da diretoria. Isso que é o mais importante, juntamente com a confiança. Tenho certeza que eles estão desenvolvendo um lindo carnaval para os Gaviões”, finalizou.