Compositores: Sidney de Pilares, Marquinhos Beija-Flor, Chacal do Sax, Cláudio Gladiador, Marcelo Lepiane, Salgado João Conga
Não me peça pra calar minha verdade
Pois a nossa liberdade não depende de papel
Em Santo Amaro, todo 13 de maio
Nossa ancestralidade é festejada à luz do céu
Ê ê João de Obá, griô sagrado
Ê ê herança viva no Mercado
Cantamos, saudamos a nossa fé
Às nações do candomblé
É sagrado o respeito!
Ressoam atabaques no axé funfun
Não tememos ataque algum
A rua ocupamos por direito!
Põe erva pra defumar, um ebó pra proteger…
Saraiéié Bokunan! Saraiéié!
Nosso povo é da encruza, arte preta de terreiro…
É mistura de cultura, multidão de macumbeiro!
O povo gira no xirê, deixa girar
O axé se espalha em cada canto, em cada olhar
Transborda magia no toque do tambor
Das Yabás, o balaio e o amor…
Yemanjá Alodê no mar (no mar)
É D’Oxum toda beleza do ibá
É reza no corpo, é dança na alma
A rosa, a palma no meu baticum
É Dona Canô de todo recanto
Evoco a Baixada de Todos os Santos
A curimba de baiano faz Nilópolis cantar
Aiê yê! Odoyá!
Laroyê, Bará bô, axé Lonan!
Laroyê, Bará bô, axé Lonan!
Vêm da Bahia meu obi, meu orobô
É do Bembé a resistência Beija-Flor!
Compositores: MARCELO GUIMARÃES, CESAR NEGUINHO, WANDER TIMBALADA, ROGÈRIO DAMATA, MAICON LAZARIM E VANDER SINVAL
JOÃO ALAFIOU RESILIÊNCIA
PRA CONSCIÊNCIA SE FORTALECER
AGÔ AO POVO DA RUA,CATIÇO DE VELA DO MEU CANGERÊ
SANTO AMARO É PURIFICAÇÃO
O CORPO SE VESTE E A ALMA CLAREIA
SINCRETIZANDO NESSE CHÃO
OS SONHOS, DE LIBERDADE E PAZ
QUE A PRINCESA NÃO NOS DEU JAMAIS
TOCA O TAMBOR IJEXÁ, SEJA ADARRUM, ALUJÁ
BROTE JUSTIÇA EM CADA PEDRA DO MERCADO
QUE HOJE É NOSSO O ILÊ, EM CADA CANTO SE VÊ
O POVO PRETO SEGUE DANDO O SEU RECADO
VEM IAIÁ E IOIÔ,QUE O CHEIRO É BOM SIM SINHÔ
ENTRA NA RODA E VEM PROVAR AGORA
VÁ CHAMAR YAÔ, O SEU MARTIM PESCADOR
SINHÁ BAIANA MANDOU AVISAR QUE É HORA
NO AYÊ DA CULTURA E DO MACULELÊ
É O RODILHO DA CINTURA PERFUMADA DE DENDÊ
É O XIRÊ QUE ALUMIA A MANIFESTAÇÃO
É O POVO EM LADAINHA, NO AXÉ DA PROCISSÃO
PRO RIO SEGUE O MAR DE GENTE, VÃO PASSANDO AS HORAS
SÃO FILHOS A ENTREGAR PRESENTES PRAS MAMÃES SENHORAS
CELEBRANDO AS YABÁS, ESPELHAM MATRIARCAS IMORTAIS
BALAIOS DE CORES E FLORES, A FÉ SE REFAZ
MEU BEIJA FLOR AZUL E BRANCO MACUMBEIRO
QUILOMBOLA, FEITICEIRO, HERDEIRO DE BEMBÉ
UMA NAÇÃO DE ZAMBI, ZUMBI DA BAIXADA
NA FORÇA DO MEU CANDOMBLÉ
Compositores: Romulo Massacesi, Lucas Gringo, André Jr., Nurynho Almawi, Doguinho e Ali Jabr
Intérpretes: Maquinho Art’Samba e Leozinho Nunes
AGOYÊ…
VESTE O BRANCO DE OXALÁ
PRA SAUDAR JOÃO DE OBÁ
A PENA DE OURO ASSINOU O MEU DESTERRO
TOMA A ENCRUZA LAROYÊ
RISCANDO NO MASSAPÊ, A FORÇA DO MEU TERREIRO
ÓH TREZE DE MAIO, NO RECÔNCAVO DA FÉ
POVO DE SANTO GANHA AS RUAS DA CIDADE
A TRAVESSIA É GUARDIÃ DE DAOMÉ
IDENTIDADE… O MERCADO É O ILÊ, DA LIBERDADE
O AMPARO DEBAIXO DA CUMEEIRA
SAGRADA NAÇÃO, ERGUE A BANDEIRA
EM CADA FIO DE CONTA, CARREGO PRECEITO
PATUÁ QUE VENCE PRECONCEITO
QUANDO O ATABAQUE ECOAR, É QUE O ORUM VAI DESCER
FAZENDO A TERRA TREMER, À LUZ DO LUAR
MACULELÊ, SAMBA DE RODA, CAPOEIRA
Ê CAMARÁ, Ê SARAVÁ!
ABRE O XIRÊ, PREPARA O BALAIO DAS YABÁS
EU CANTO E DANÇO COM OS ANCESTRAIS
CORTEJO EM PURIFICAÇÃO
AGRADECER… À SOFRIDA LIBERTAÇÃO
QUE MESMO COM A ABOLIÇÃO, SACRIFICOU O IRMÃO
ODOYÁ, IEMANJÁ, PRESENTE AO MAR DE ITAPEMA
ORA YÊ YÊ Ô, MAMÃE OXUM
NO SUBAÉ UM BANHO DE ALFAZEMA
E LÁGBÙRÈ EGBOME KÁ ODÒ
ODÉ ODÉ, FOI QUEM LEVOU
AO VER MINHA LUTA RESISTA
TEM SANGUE POR TRÁS DA CONQUISTA
O JOGO ALAFIOU O MEU LEGADO
RESPEITA PRA SER RESPEITADO
NILÓPOLIS É SANTO AMARO DA BAHIA
O MEU BEMBÉ, A MINHA GUIA
O CHÃO DA MAGIA EMANA AXÉ
SOU BEIJA-FLOR, CASA DE CANDOMBLÉ
Compositores: KIRRAZINHO, GUI KARRAZ, MOISÉS SANTIAGO, MIGUEL DIBO, DR. ANDRÉ LIMA E DENILSON SODRÉ
BEMBÉ…
É A DANÇA DO PRETO, É A FORÇA DO CANDOMBLÉ
SANTO AMARO QUE NOS ABENÇOE NO SUBAÉ
NOSSO SAMBA É TAMBÉM TRAVESSIA
QUEM NOS GUIA É JOÃO DE OBÁ
MASSAPÊ PRO MERCADO CRESCER
E NOS PURIFICAR
FESTANÇA ENCONTRO E COMUNHÃO
A GIRA DA SAIA NA RODA
E A RODA DE SAMBA NA PALMA DA MÃO
MACULELÊ, CAPOEIRA, ATABAQUE, BERIMBAU
BAIXADA É CURIMBA E BAHIA É CARNAVAL!
ORO MI MÁ ORO MI MAIOR
ORO MI MÁ ORO MI MAIOR
A BENÇÃO MAINHA, NOS CUBRA DE AMOR
E LEVA MEU SONHO NAS ASAS DE UM BEIJA FLOR
UM GOSTO DE SAUDADE PELAS RUAS
LUA INTEIRA, MEIA-LUA QUE ALUMIA ESSAS ANDANÇAS
É MEU UM PEDACINHO DE ITAPEMA, ONDE A BRUMA FAZ POEMA
TRAZ UM CHEIRO DE ESPERANÇA
ODÔ ODOIÁ IÊ
IEMANJÁ RAINHA A NOS VALER
MEU NEGO, TE DESEJO LIBERDADE
NO BALAIO FRENTE A PURIFICAÇÃO
DESSE MEU LUGAR NÃO SAIO, NINGUÉM SOLTA A MINHA MÃO
MEU POVO TEM UM POTE DE MAGIA
COM A ALMA DA BAHIA QUE ME SERVE COMO AMPARO
VIVA O NILOPOLITANO, MACUMBEIRO SOBERANO COM O AXÉ DE SANTO AMARO
SOU BEIJA FLOR
COM A ÁUREA DE REI
SANGUE JEJÊ E NAGO
FUNDAMENTO QUE HERDEI
SOMOS ESPELHO REFLETIDO NO IFÁ
RESISTÊNCIA DE CABANA, ILÊ DE ORIXÁ
Compositores: Julio Assis, Diego Oliveira, Diogo Rosa, Manolo, Julio Alves e Léo do Piso
OCUPA O CHÃO QUE É TEU XEUÊ Ô
XEUÊ Ô EPA BABÀ
É TEMPO DE REPARAÇÃO
QUE O AÇO DE CADA GRILHÃO
DERRETA NO AXÉ DE JOÃO DE OBÁ
TREZE DE MAIO SANTO AMARO DA BAHIA
OCUPADA DE MAGIA DA AREIA AO SUBAÉ
EVOCA… SEUS ORIXÁS A CÉU ABERTO
SENTE O ORUM VIBRAR MAIS PERTO
VIRA UM CANDOMBLÉ
DO LARGO DO MERCADO FAZ TERREIRO
O MAIOR DO MUNDO INTEIRO…
BEMBÉ
BOTA DENDÊ, BAIANA! GINGA O CAPOEIRA
ABRE A PORTEIRA QUE EXU ME LIBERTOU
GINGA EM QUE POVO PRETO, ERGUE A SUA BANDEIRA
E NA CUMEEIRA JÁ TEM MORADOR
BOTA DENDÊ, BAIANA! GINGA O CAPOEIRA
ABRE A PORTEIRA QUE EXU ME LIBERTOU
O POVO PRETO ERGUE A SUA BANDEIRA
NEGO FUGIDO NÃO TEM SENHOR
TEM CANGERÊ, CHAMA O ALABÉ
IABASSÊ PREPARA AJEUM PRA YABÁ
NO BALAIO TODA FÉ ENCONTRA O ORUN
PRO DOURADO DE OXUM
DESAGUAR NO AZUL DE YEMANJÁ
SOU EU BEIJA FLOR
FILHO DE SANTO QUE JAMAIS SE OMITIU
O CANTO LIVRE DOS TERREIROS DO BRASIL
QUE AINDA CLAMAM ALFORRIA
BABÁ ME ENSINOU
QUEM QUER RESPEITO, TEM QUE RESPEITAR
PRA TER DE NOVO O AXÉ DE ONÍRÊ
FAZER DA APOTEOSE MEU XIRÉ
ATABAQUE ECOOU, LIBERDADE QUE RETUMBA
ISSO AQUI VAI VIRAR MACUMBA
DEIXA GIRAR QUE A RUA VIROU BEMBÉ
DEIXA GIRAR QUE A RUA VIROU BEMBÉ
O MEU EGBÉ FAZ VALER O SEU LUGAR
ERÓ ERÓ BEIJA FLOR, ALAFIÁ!
Compositores: Junior Trindade, Élson Ramires, JP Figueira, Ricardo Castanheira, Marcão da Gráfica e Júlio Alves
Adorei as almas é 13 de maio
Laroyê vou pra casa de Exu
Há cicatriz nos terreiros do mercado
Meu Onirê se levanta no adarrum
Justiça é João de Obá!
Kaô meu pai, evoco em rituais
Sob o cajado de Oxalá
Meu corpo é liberdade, mesmo fugaz
Batuque pra existir
Um toque de resistir
A baiana preparou, bota dendê
E na tenda de mainha, erês e ladainha
Agô… Pra arriar o padê
É a rua que fala manifestação
Raiz da senzala, ergue a cabeça irmão
Dança que vem dos canaviais
Jogo, que tomba capataz
Xirê, sinto a força do meu orixá
O Ayê no Orum vai se transformar
Dois balaios, cangerê, preceito
Santo Amaro é malê, festa de preto
Orayeyêo eu sou do rio
Odoyá também sou do mar
Segue o cortejo no ilê das Iyás
Em tuas águas vai meu povo de santo
De azul e branco o barco a navegar
Yabás, um reencontro espiritual
Que vem da África ancestral
Bateu tambor ô, soberano vence
O axé voltou, concorrência treme
Paó paó negro Bembé
Paó paó neguinho Beija-flor
Nilópolis terra da magia
É muita macumba, parece a Bahia
Segundo Gabriel, a Liesa deixará de lado o modelo de ensaios semanais. Em seu lugar, serão promovidas quatro semanas consecutivas de programação oficial na Passarela do Samba, com direito a dois fins de semana de ensaios com som e luz em padrão de desfile, seguidos pelo próprio carnaval competitivo e o Sábado das Campeãs.
“Vamos reduzir o desgaste dos desfilantes e dar mais tempo para as escolas se prepararem nos seus próprios territórios — quadras e ruas. Nos ensaios técnicos na Sapucaí, vamos testar o som duas vezes por escola. Vão ser dois fins de semana seguidos, sempre sexta, sábado e domingo, com quatro escolas por dia. Teremos quatro fins de semana seguidos de carnaval na Sapucaí”, explicou Gabriel durante participação no podcast SambaPod.
A entrevista completa com Gabriel David vai ao ar nesta sexta-feira (1º de agosto) no canal oficial do SambaPod, apresentado por Thiago Ferreira, Kleyton Macedo, Marquinho Passos e Carila Matzenbacher. O conteúdo estará disponível a partir das 13h, no YouTube e no Spotify, através do canal Batuque Digital.
O som da Marquês de Sapucaí, alvo de críticas recorrentes nos últimos carnavais, está prestes a passar por uma transformação definitiva. Em entrevista ao podcast “Sambapod”, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Gabriel David, revelou que uma nova estrutura de áudio está sendo testada com o objetivo de revolucionar a experiência sonora dos desfiles.
A proposta vai muito além de ajustes técnicos: trata-se de um redesenho completo de como o áudio é operado durante os desfiles. Segundo o presidente da Liesa, o novo modelo elimina completamente o uso do tradicional carro de som, peça central da condução musical das escolas desde os primórdios do Sambódromo.
“Há três semanas, tivemos uma bateria na Sapucaí. Montamos um som inteiro. Fizemos uma nova testagem, com som radicalmente diferente. Tudo será absolutamente novo. Não teremos mais carro de som. Será todo mundo com fone, o pessoal terá o retorno ali, por questão operacional”, contou Gabriel.
O operador de som da Sapucaí, segundo Gabriel, já havia identificado que o carro de som representava apenas um custo, sem oferecer ganho efetivo na operação sonora. A reformulação inclui mudanças em todos os componentes: caixas de som, sistema de conexão, mesa de áudio e o retorno para os músicos e intérpretes.
O desenvolvimento do novo modelo contou com a colaboração de profissionais altamente especializados da área musical e integrantes das próprias escolas de samba, em um esforço coletivo para enfrentar um dos maiores gargalos técnicos do espetáculo carnavalesco.
A proposta da Liesa pode representar uma mudança de paradigma na forma como o maior espetáculo da Terra é sonorizado. A promessa é que a inovação melhore a clareza do som, reduza problemas técnicos e amplifique a qualidade musical dos desfiles, algo reivindicado há anos por sambistas, intérpretes e amantes do carnaval.
A azul e branca de Cavalcanti está em festa! A Em Cima da Hora anunciou, nesta quinta-feira, pelas redes sociais, que Maryanne Hipólito é sua nova rainha de bateria para o Carnaval 2026. Reconhecida por sua presença marcante nos desfiles, Maryanne assume o posto à frente da bateria “Sintonia de Cavalcanti”, prometendo reforçar a força e a elegância da agremiação na Marquês de Sapucaí.
Figura querida no mundo do samba, Maryanne já brilhou em outras agremiações e chega à Em Cima da Hora com a missão de energizar ainda mais a bateria. A coroação deve ser celebrada em evento oficial nas próximas semanas.
A chegada da nova rainha marca também um novo momento para a escola, que vem se reestruturando e fortalecendo seus segmentos em busca de um grande desfile na Série Ouro em 2026. Com o enredo ainda a ser divulgado, a Em Cima da Hora aposta na representatividade e no carisma de Maryanne para conquistar o público.
Na publicação oficial, a escola exaltou a trajetória da nova majestade: “ELA É RAINHA! 👑 Maryanne Hipólito é a nova rainha de bateria da Em Cima da Hora! Com paixão, talento e representatividade, Maryanne Hipólito se consagrou como um dos grandes nomes do Carnaval carioca. Sua presença na avenida é sinônimo de força, elegância e profunda conexão com as raízes do samba, e por isso é a mais nova Rainha de Bateria da Sintonia de Cavalcanti. Seja Bem-vinda, Rainha! Cavalcanti está em festa”.
Na noite da última terça-feira, a Casa Savana, no Centro do Rio, se tornou espaço de memória, afeto e celebração. A escritora Conceição Evaristo e a cantora e compositora Leci Brandão participaram da roda de conversa “As coisas que mamãe me ensinou”, parte do programa formativo “Mora na Filosofia”, da Festa Literária das Periferias (FLUP), com mediação da jornalista Flávia Oliveira. O encontro terminou em clima de festa, com a chegada do casal de Mestre-sala e Porta-bandeira do Império Serrano, além de passistas, bateria e cantores do Reizinho de Madureira e também da Unidos de Bangu, transformando a noite em um verdadeiro esquenta para a Sapucaí. Com as duas escolas preparando homenagens às artistas no Carnaval 2026, o diálogo celebrou a força do matriarcado do samba e da escrevivência como práticas vivas de construção da memória coletiva.
Homenageada pelo Império Serrano com o enredo “Ponciá Evaristo: Flor do Mulungu”, Conceição refletiu sobre o entrelaçamento entre literatura e samba. “Pensar que o enredo de uma escola parte da minha escrita é um caminho duplo. É perceber que a literatura tá na vida. É da vida das pessoas que marcam esse espaço de resistência onde um povo se faz”, declarou a escritora.
Essa não é a primeira vez que a escrevivência da autora mineira chega ao mundo do samba. Em 2019, a Acadêmicos da Abolição levou à Intendente Magalhães o enredo “Conceição Evaristo — a escrevivência abolicionista em versos, poemas e contos”. Em tom bem-humorado, Conceição também compartilhou sua alegria com a homenagem na Sapucaí. “Hoje eu paro em frente ao espelho e pergunto: Espelho, espelho meu, existe alguém mais besta do que eu?”, disse, arrancando risos e aplausos da plateia.
“Pé quente” na avenida
Leci Brandão também será homenageada pela segunda vez na avenida. Em 2012, teve sua trajetória contada pela Acadêmicos do Tatuapé, em São Paulo, ano em que a escola ascendeu ao Grupo Especial. “Tive a oportunidade de ver a minha história contada na avenida. A Tatuapé já vinha desfilando em São Paulo, mas só chegou ao Especial quando nós fomos enredo. De lá pra cá, nunca mais saiu do Especial”, lembrou, sob os gritos de “pé quente” do público.
Agora, prestes a completar 81 anos, Leci será tema da Unidos de Bangu, com o enredo “As coisas que mamãe me ensinou”. A escola da Zona Oeste homenageia não apenas a cantora e compositora, mas também a deputada estadual que se tornou ícone da luta por igualdade e justiça social.
“Saber que a Unidos de Bangu vai fazer um enredo para mim é muito forte. No Rio de Janeiro, participei, de forma indireta, do enredo que falava sobre Marielle Franco e que fala de Lecis e Jamelões. Foi o ano que, pela primeira vez, eu saí num tripé e estava vestida de branco representando Luísa Mahin. Devo isso à Mangueira”, contou, antes de cantar um trecho de “História pra ninar gente grande”, samba-enredo campeão do Grupo Especial carioca de 2019.
Celebração em ritmo de samba
A conversa terminou em clima de festa com um momento especial: a entrada do casal de mestre-sala e porta-bandeira do Império Serrano, Matheus Machado e Maura Luiza, que apresentaram o pavilhão da escola. Em seguida, integrantes das duas agremiações que homenagearão as artistas em 2026, Império Serrano e Unidos de Bangu, invadiram a Casa Savana com o brilho de suas baterias, passistas e cantores, transformando o encontro em um verdadeiro esquenta para a Sapucaí.
Da roda de conversa à festa literária
Mais do que antecipar as homenagens do próximo Carnaval, o encontro na Casa Savana esquentou os tamborins para a 15ª edição da FLUP, que será realizada entre 17 e 23 e entre 27 e 30 de novembro de 2025, na sede da Central Única das Favelas (CUFA), em Madureira.
Com o tema “Ideias para Reencantar o Mundo: Escrevivências, Sonhos e Batidões”, a próxima edição da FLUP propõe uma celebração do legado político, musical e poético do Caribe e sua influência sobre a diáspora africana no Brasil. Conceição Evaristo será a autora homenageada.