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‘A cultura popular diz não à caretice – agora temos nossa universidade’, diz Milton Cunha na estreia da Universidade Livre do Carnaval em Maricá

Maricá deu nesta nesta sexta-feira um passo histórico na valorização do saber popular ao lançar oficialmente a Universidade Livre do Carnaval. Em cerimônia realizada na quadra da União de Maricá, autoridades, artistas e nomes consagrados do mundo do samba celebraram a criação da primeira instituição brasileira inteiramente dedicada à formação, pesquisa e profissionalização voltada para o maior espetáculo cultural do país: o carnaval.

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Fotos: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Nomeado reitor da Universidade, Milton Cunha não poupou palavras ao defender a legitimidade da cultura popular como campo de conhecimento e força econômica.

“O lugar de fala do carnaval no Brasil é da negritude. A partir deles, do talento, que se estruturam as manifestações carnavalescas. A resposta à arrogância da caretice é essa universidade livre. Aqui, os saberes estão equipados em todas as linhas”, afirmou Milton, que também é psicólogo, cenógrafo e comentarista de carnaval, com sólida trajetória acadêmica.

Segundo ele, o novo espaço é mais do que um centro de ensino: é um núcleo de resistência. “A voz hegemônica nos despreza porque quer continuar dona do poder. Mas a gente da cultura popular diz não. Temos o mesmo direito. Devolvemos muito mais dinheiro do que investem na gente. Somos a potência do nosso povo”, declarou, sob aplausos.

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Ao lado de Milton, estarão na Reitoria Colegiada da universidade Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira, diretora cultural da Liesa e voz ativa na luta pela valorização da mulher negra, e Antônio Carlos “Vovô do Ilê”, fundador do tradicional bloco afro baiano Ilê Aiyê. Evelyn emocionou o público ao relembrar sua trajetória: “Sou nascida em um território onde a escola de samba é amparo de vida. Vi o samba resgatar autoestima. Essa universidade está sendo construída na nossa mente e coração há muito tempo”, disse.

A Universidade Livre do Carnaval de Maricá já nasce com ousadia: oferecerá mais de 60 cursos livres e técnicos, com planos futuros de graduações nas áreas de cenografia, produção cultural, indumentária e outras especialidades que sustentam o carnaval. Também abrigará a Rede Brasileira de Estudos do Carnaval (REBECA), que promoverá pesquisas e intercâmbios acadêmicos sobre o tema.

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A criação da universidade é iniciativa da Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Cultura e das Utopias. O secretário Sady Bianchin, em tom emocionado, destacou a força do projeto. “É um momento de muita alegria. Estamos concretizando a utopia de uma universidade livre do carnaval. Aqui não somos colônia. Estamos construindo nossas próprias utopias, baseadas em Darcy Ribeiro”, declarou, defendendo uma construção coletiva de saberes vindos das ruas, dos terreiros e dos fundos de quintal.

A primeira-dama de Maricá, Gabriela Lopes, também exaltou o projeto. “É um grande marco da cultura da cidade. Vamos formar pessoas para o futuro do carnaval. O Milton é uma criatura divina, e a Evelyn é inspiração. O carnaval é a maior divulgação do Brasil para o mundo”, afirmou.

Lançada oficialmente em janeiro de 2025, a universidade é mais um passo de Maricá para se afirmar como território do carnaval não apenas na celebração, mas na formação, na economia e no pensamento crítico.

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Leandro Vieira conta como foi primeira conversa com Ney Matogrosso: ‘pedi para não me negar o direito de sonhar’

Em participação no programa “Sem Censura”, da TV Brasil, nesta sexta-feira, que foi em homenagem para Ney Matogrosso, o carnavalesco Leandro Vieira, da Imperatriz Leopoldinense, contou como foi a primeira conversa para convencer o artista aceitar ser enredo da escola de samba para o Carnaval 2026.

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“Esse desejo é antigo. Não é novidade. Brinco com ele que rondava uma lenda que ele tinha negado. Eu tinha essa vontade. Alguns artistas eu olho e digo que nasceu para ser enredo de uma escola de samba. Como nunca ninguém pensou? Descobri que pensaram e ele não quis. Agora, vi livro, teatro, cinema e pensei que a porteira estava aberta. Tinha o telefone dele, mandei mensagem, passou um tempo e ele me respondeu. Joguei pesado e pedi inicialmente para não me negar o direito de sonhar. Acho que ele ficou constrangido de negar o direito de sonhar para alguém e falou que eu podia sonhar. Ele é tudo. Isso vai enchendo de imagens para além da figura, um desbunde visual”, afirmou Leandro Vieira.

Ney confirmou o papo e disse: “Eu falei que ele podia sonhar. Juntou a fome com a vontade de comer”, disse o artista, feliz com a homenagem de Leandro Vieira e da Imperatriz.

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Foto: Reprodução de TV

Batizado de “Camaleônico”, o enredo celebra o artista, a obra e a virtuosidade performática do intérprete de sucessos como “Sangue Latino”, “Rosa de Hiroshima”, “O Vira”, “Homem com H” e “Metamorfose Ambulante”. A entrega da sinopse, onde Leandro Vieira irá realizar a explanação do enredo para os compositores interessados na disputa, será no dia 27 de maio, na quadra da escola, localizada na Rua Professor Lacé, 235, em Ramos. A Verde e Branco será a segunda a desfilar no domingo de carnaval, dia 15 de fevereiro de 2026.

Presidente Angelina conta sobre o convencimento do enredo e diz que tinha certeza do título do Rosas de Ouro após sinais

Para celebrar o início do PodCARNAVALESCO SP, a equipe do CARNAVALESCO recebeu a presidente campeã do carnaval, Angelina Basílio, que comanda a Rosas de Ouro desde 2003. No programa, ela conversou sobre diversos assuntos, entre eles o campeonato de 2025. A mandatária da Roseira falou bastante sobre os sinais que recebeu para ter a certeza do título, o crescimento do samba, o fim do jejum após 15 anos, o projeto “Sou Roseira” e outros fatos que culminaram no troféu da agremiação.

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Foto: Fábio Martins/CARNAVALESCO

Volta por cima

A gestora contou que sofreu perseguição da própria família antes do carnaval e teve que ler coisas desnecessárias, mas, apesar disso, tinha certeza do título da Roseira. Angelina também declarou que escolas de samba devem seguir uma linha, sem ficar trocando de presidentes.

“Eu tenho primos na Brasilândia e tive que ler comentários: ‘Esse ano ela derruba a escola’. Eu tinha certeza de que a Rosas de Ouro seria campeã, porque o tempo no espiritual é diferente, e no tempo da escola de samba você precisa perseverar. Não adianta ficar trocando de presidente, tem que seguir uma linha”, disse.

Sinais para o campeonato

Angelina ainda diz que, às vezes, não acredita no título. Em certos momentos, ela acorda e se pergunta se realmente é campeã do carnaval, até pelo tempo sem vencer, visto que a agremiação carrega em seu pavilhão oito estrelas.

“Essa vitória… eu ainda acordo e falo: ‘Você ainda foi campeã, Angelina?’, e depois durmo de novo. Foram longos 15 anos com carnavais belíssimos. A Rosas de Ouro não tem medo de ousar em enredo. Depois de todo esse tempo, não é fácil. Por isso, você deve ficar ligada nos sinais. A mulher tem muita intuição, e é por isso que dá certo em escola de samba”, declarou.

Céu azul e rosa: A emoção do carnaval

Ainda falando em sinais, a presidente comentou sobre o dia do ensaio técnico, em que o céu ficou nas cores da escola justamente na hora de entrar na pista, além do crescimento do samba-enredo desde a sua escolha na final.

“Um sinal lindo foi no ensaio técnico, quando o céu ficou azul e rosa, após as 19h. Outra coisa foi quando o samba-enredo ganhou. Ele tomou forma e a comunidade abraçou. Foi até tema de casamento agora”, contou.

Pé atrás com o enredo, mas depois virou apego

Em um momento de descontração do podcast, Angelina contou que não gostava do tema, mas que foi convencida pelo enredista Roberto Vilaronga. Ele teve que incluir elementos de memórias afetivas para convencer a gestora a aceitar o enredo.

“Eu não gostava desse enredo no começo, mas depois veio o Fábio Ricardo e o Roberto Vilaronga. Fazia tempo que não tínhamos um enredista, e eu falei para ele: ‘Me convença’. Ele brinca até hoje, dizendo que nós iríamos contar a história dos jogos. Eu falei que precisava me remeter a uma lembrança afetiva. O último carro teve peão, bolinha de gude, Luigi, Mário, cubo mágico, batalha naval, Banco Imobiliário… Eles me convenceram”, comentou.

Projeto ‘Sou Roseira’

Outro fato que contribuiu para o título foi o projeto “Sou Roseira”, no qual, pagando um valor pequeno, o participante ganhava carteirinha e camiseta, mas havia ensaios específicos visando uma melhor performance da escola na avenida.

“A gente teve um projeto maravilhoso chamado ‘Sou Roseira’. Eles tinham que assinar ponto e ensaiar de fato. Deu certo, e começaram a cantar muito forte. Eles pagaram 70 reais para ter a carteirinha, que é linda, e a camiseta, que é uma coisa ilusória, mas tinham que ensaiar”, completou.

Mocidade Independente realizará concurso para escolha do terceiro casal de mestre-sala e porta-bandeira

A Mocidade Independente de Padre Miguel fará um concurso para a escolha do terceiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola para o próximo carnaval. A disputa será realizada durante as eliminatórias de samba, na quadra histórica da Vila Vintém. Os detalhes devem ter idade entre 18 e 35 anos, realizar inscrições de forma individual e ser residentes do Rio de Janeiro. Para a escolha da nova dupla, será criada uma comissão julgada composta por 9 especialistas (7 diretores + 2 convidados), que avaliarão com base em novos critérios.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

As inscrições estão disponíveis aqui, desta sexta até 27 de junho ou enquanto durarem as inscrições. O casal vencedor atuará ao lado do casal “Iluminado”, Bruna Santos e Diogo Jesus, que já gabaritam o quesito há cinco carnavais e o segundo casal da escola, composto por Isabella Moura e Diego Moreira.

Marcelinho Calil sobre homenagear Ciça como enredo da Viradouro: ‘Tem história, plástica, narrativa, e carisma, coisas que não se vende, não se compra, é dele’

A Unidos do Viradouro prepara um desfile para 2026 que promete emocionar a Sapucaí do começo ao fim. A escola de Niterói vai homenagear uma verdadeira lenda viva do carnaval: o mestre de bateria Ciça. Diretor-executivo da vermelho e branco, Marcelinho Calil falou ao CARNAVALESCO sobre a emoção que tomou conta da equipe ao confirmar o enredo que exaltará o sambista.

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Fotos: Matheus Morais/CARNAVALESCO

“Convicção, êxtase, alegria, emoção, choro… Não há nada mais potente, mais completo para gente falar no próximo ano. Ciça é uma lenda. Tem história, conteúdo, plástica, narrativa, setorização e carisma, coisas que não se vende, não se compra, é dele”.

Aos 55 anos de dedicação ao carnaval, mestre Ciça ganhará um enredo que, segundo o dirigente, simboliza mais do que uma homenagem pessoal: é um tributo ao sambista do dia a dia, aquele que vive o carnaval além da avenida.

“O meu enredo está toda terça no ensaio, fumando cigarro, tomando Coca-Cola, afinando instrumento. Isso tem que ter valor para o sambista, para a imprensa, para a escola, para o mundo do carnaval. É lindo homenagear outras pessoas, mas é mais bonito ainda render homenagem e ajoelhar aos pés de uma lenda como é o mestre Ciça”, exaltou.

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Calil destacou ainda que a proposta do enredo tem todos os elementos que caracterizam um grande desfile. “É inquestionável, é desfile de escola de samba e eu estou falando de uma lenda. Está desfilando no seu próprio quesito. É um enredo que praticamente termina ao vivo, é gigante”.

Sobre notas e confiança no enredista

O diretor também comentou a repercussão das notas no quesito enredo no último carnaval, quando a escola ficou na quarta colocação. Para ele, as justificativas apresentadas não dizem respeito à concepção do enredo sobre Malunguinho, mas sim à parte técnica e à execução no desfile.

“As notas de enredo do último carnaval dizem basicamente respeito à construção, à realização, à ordem de alegoria, de setorização. Não dizem respeito à concepção, à ideia do Malunguinho. Aqui não tem caça às bruxas. Essa equipe me deu tudo 10, essa equipe me deu um quarto lugar. É da vida. O importante é que a gente fez essa análise, corrigiu. É uma justificativa bem clara, muito simples de resolver.”

Calil reforçou a confiança no trabalho do enredista João Gustavo Melo, que seguirá na escola em 2026. “O João Gustavo Melo é o maior, é bom pra cacete, renovei com ele rápido. Não estou preocupado com nota quanto à manutenção do profissional. Sei que ele é capacitado, gabaritado e confio plenamente nele”.

Aproximação entre Liga-SP e vereadores fortalece o Carnaval como vetor de cultura, renda e lazer

A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP) recebeu a visita institucional de um grupo de vereadores da Câmara Municipal de São Paulo. Estiveram presentes representantes de diferentes partidos, tanto da base governista quanto da oposição, em uma demonstração clara de que o Carnaval Paulistano é uma pauta suprapartidária e de interesse coletivo da cidade.

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Foto: Divulgação/Liga-SP

A comitiva foi composta pelo Presidente da Câmara Municipal, Ricardo Teixeira, que também é presidente de honra da União das Escolas de Samba Paulistanas, a UESP. Além dele, o presidente de honra da Liga-SP, Milton Leite foi acompanhado dos vereadores Sandra Santana, Silvia da Bancada Feminista, Silvão, Silvinho, Fabio Riva e Marcelo Messias. Durante a visita, os parlamentares puderam conhecer mais de perto o trabalho realizado pela Liga-SP ao longo do ano e a estrutura que sustenta os desfiles das escolas de samba em suas quadras, na Fábrica do Samba e no Sambódromo do Anhembi.

Todos os presidentes das escolas de samba dos grupos Especial, de Acesso 1 e de Acesso 2 estiveram presentes e chancelaram a iniciativa, reconhecendo a importância de estabelecer um diálogo permanente com o poder público. A presença unificada da liderança das agremiações reforça o posicionamento da Liga-SP como representante legítima de um movimento cultural que ultrapassa os limites da avenida e se faz presente o ano inteiro nas comunidades.

A conversa reforçou a importância de ampliar o diálogo entre o poder público e os atores que movimentam o Carnaval paulistano. A aproximação entre a Liga-SP e a Câmara Municipal visa consolidar uma agenda positiva em prol do samba paulistano, reconhecendo as escolas de samba como importantes geradoras de cultura, lazer, emprego e renda na cidade. A formação de uma “Bancada do Samba” na Câmara — reunindo vereadores comprometidos com o fortalecimento do setor — é um passo importante para garantir políticas públicas que valorizem e sustentem essa cadeia produtiva que mobiliza milhares de pessoas ao longo de todo o ano.

O Carnaval de São Paulo, além de sua dimensão artística e cultural, tem impacto direto na economia da capital. São gerados milhares de empregos diretos e indiretos, do artesão ao operador de logística, passando por músicos, costureiras, coreógrafos e profissionais de comunicação. As atividades das escolas de samba promovem inclusão, oferecem oportunidades em territórios periféricos e atuam como instrumento de transformação social.

Com essa visita, a Liga-SP reforça seu compromisso de manter portas abertas ao diálogo construtivo com o Legislativo municipal, atuando em conjunto para ampliar os horizontes do samba paulistano. A valorização do Carnaval como política pública não se limita aos dias de desfile, mas passa pelo reconhecimento contínuo da contribuição das escolas para o desenvolvimento humano, social, cultural e econômico de São Paulo.

A Liga-SP agradece a presença dos vereadores e reafirma sua disposição em seguir construindo, em parceria com o poder público, um Carnaval cada vez mais forte, plural, inclusivo e representativo da diversidade e da potência cultural da cidade.

Evelyn Bastos celebra título de ‘Melhor Rainha de Bateria’ no Estrela do Carnaval e fala sobre gestão cultural na Liesa

Rainha da bateria da Estação Primeira de Mangueira, diretora cultural da Liesa e presidente da escola mirim Mangueira do Amanhã, Evelyn Bastos vive um momento de celebração e responsabilidade. Em entrevista ao CARNAVALESCO, a sambista celebrou o prêmio de “Melhor Rainha do Carnaval 2025”, conquistado na última edição do Estrela do Carnaval.

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Foto: Nina Santos/CARNAVALESCO

“Para mim, é uma honra muito grande. Eu acredito que é sempre um grande presente do CARNAVALESCO, que é um site que me acompanha desde o início da minha trajetória como rainha de bateria. Caminhar para o décimo segundo ano de reinado e ainda assim receber esse reconhecimento é uma grande alegria. Também carrego uma responsabilidade enorme de continuar mantendo esse amor e carinho do público, das pessoas que amam o samba. Não existe uma “melhor rainha”. O que existe é aquela que, em determinado momento, se destaca por alguma característica. Cada uma de nós tem um reinado único, com maneiras diferentes de representar sua escola. Nossos estilos se complementam. Eu sempre trabalhei no coletivo e acredito nessa união entre mulheres do samba. Esse prêmio, para mim, é dividido com todas elas”, afirmou Evelyn.

Multiplicidade de papéis no mundo do samba

Além do brilho na Avenida, Evelyn cumpre funções administrativas fundamentais no carnaval. À frente da Mangueira do Amanhã e da diretoria cultural da Liesa, ela fala com naturalidade sobre equilibrar os diferentes papéis no universo do samba.

“É tudo carnaval. Só mudo a função e a maneira de conduzir. Ser rainha de bateria da Mangueira é a minha maior diversão. Sempre levei com leveza, mantendo a essência do meu povo, da minha comunidade. Eu sou uma rainha sambista, uma sambista rainha. Já na Mangueira do Amanhã, a responsabilidade é maior. Foi a escola que me formou, me sustentou como sambista e mulher. Hoje, quero garantir que a escola continue formando artistas, como faz há décadas”.

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No campo institucional, Evelyn também destacou a importância de ter autonomia à frente da diretoria cultural da Liesa, a convite do presidente Gabriel David.

“A primeira coisa que conversamos foi sobre autonomia. E o Gabriel me oferece essa liberdade de conduzir a diretoria de cultura de forma alinhada com os interesses da Liesa e da comunidade do samba”.

Participação popular e diálogo com o povo do samba

Em seu primeiro ano à frente da diretoria cultural da Liesa, Evelyn destacou o papel fundamental da internet na aproximação com o público e no fortalecimento dos debates democráticos.

“A diretoria de cultura conversa diretamente com o povo. É a única que existe desde a fundação da Liesa, há 40 anos. Hoje, temos o pioneirismo de uma mulher negra na liderança e mais mulheres ocupando esse espaço. Apostamos em muitas ações que deram certo, e a participação dos sambistas pela internet tem sido essencial. As críticas, elogios e opiniões são válidos. Queremos que o povo do samba esteja cada vez mais próximo da Liesa, e a internet é a principal ponte para isso”.

Planos para 2026 e fortalecimento das parcerias

De olho no próximo carnaval, Evelyn adianta que as ações culturais da Liesa para 2026 já começaram, com atividades previstas na Cidade do Samba.

“O carnaval é, por si só, cultura. Nossa diretoria está diretamente ligada a todas as decisões da Liesa. Muitos projetos estão em negociação, porque não dependem apenas de nós. As decisões passam pelos presidentes das escolas. Tudo é votado. Já iniciamos os trabalhos para 2026, com planejamento e inovações que certamente vão gerar debates, o que é positivo. A gente quer construir um carnaval cada vez mais democrático”.

Carnaval mirim como base do futuro

Evelyn Bastos também celebrou o primeiro ano de parceria entre a Liesa e a AESM, destacando o papel das escolas mirins na formação de futuros protagonistas do carnaval carioca.

“As escolas mirins são fundamentais. Queremos que elas sejam a grande progressão do nosso carnaval. Acreditamos nas nossas crianças e adolescentes, nesse amor genuíno pelo samba. A parceria entre Liesa e AESM depende do diálogo entre seus presidentes, Gabriel David e Edson Marinho, mas estamos de braços abertos para contribuir”.

A sambista ainda pontuou a importância de ajustes no modelo atual dos desfiles mirins.

“É necessário repensar o tempo dos desfiles, os horários. O carnaval mirim é trabalhoso e exige muito, mas as crianças amam. Tenho certeza de que, para 2026, a Liesa vai atuar ainda melhor nesse campo. E espero que a AESM esteja pronta para caminhar junto com a gente”.

Aprendizes do Salgueiro oferece aulas gratuitas de alfabetização para adultos

Com o compromisso de promover educação inclusiva e acessível, o Aprendizes do Salgueiro anuncia a abertura de turmas para o programa de alfabetização de adultos. As aulas são totalmente gratuitas e voltadas para pessoas que desejam aprender a ler e escrever, independentemente da idade.

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O início das aulas está marcado para o dia 27 de maio, com encontros realizados às terças e quintas-feiras, sempre às 19h30, na Vila Olímpica do Salgueiro. O projeto visa oferecer uma oportunidade concreta de transformação social, reforçando a importância da educação como ferramenta de cidadania e inclusão.

As inscrições já estão abertas e podem ser feitas presencialmente na Vila Olímpica, às terças e quintas, às 15h. É necessário apresentar um documento de identidade no ato da inscrição.

A iniciativa integra as ações do projeto Aprendiz do Salgueiro, que tem se destacado por oferecer atividades formativas e sociais à comunidade, fortalecendo vínculos e abrindo portas para novos futuros por meio da educação.

União de Jacarepaguá aposta todas as fichas em renovação

A União de Jacarepaguá segue com seu planejamento para o Carnaval 2026. De olho no retorno à Série Ouro, a escola da Zona Oeste anunciou uma mudança estratégica: o designer de enredos Ney Júnior assumirá a função de carnavalesco. A trajetória de Ney Júnior no carnaval começou em 2010, na Arame de Ricardo, onde atuou como carnavalesco por sete anos. Ele acumula passagens por escolas como Império da Praça Seca, Unidos de Bangu — onde venceu em 2014 — e Unidos de Lucas.

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Foto: Divulgação/União de Jacarepaguá

Na Série Ouro, trabalhou como figurinista no Império da Tijuca e, posteriormente, como designer de enredos em outras agremiações. Em 2020, assinou em conjunto o desfile da Renascer de Jacarepaguá, também na Série Ouro.

Com experiência consolidada e vínculo estreito com a União de Jacarepaguá, Ney Júnior volta a assumir um projeto completo de desfile. “Retornar ao carnaval renova minhas energias. Estou muito satisfeito com os caminhos trilhados e trabalhando por uma excelente apresentação em 2026”, afirmou o carnavalesco.

Enredo destaca raízes negras e cotidiano popular

O enredo da União de Jacarepaguá para 2026 será “QUINGOMBÔ: Entre Dois Mundos”, centrado nas raízes africanas presentes na cultura brasileira. Segundo Ney Júnior, a proposta busca valorizar elementos do cotidiano e da ancestralidade negra:

“Falar de coisas nossas me impulsiona. Descobrir histórias, ouvir os mais velhos e aprender sobre nossas raízes me motiva. O quiabo está na nossa mesa, nos rituais, nos feitiços… no nosso cotidiano. Não poderia passar despercebido”.

Inspirado por nomes como Renato Lage, Paulo Barros e Leandro Vieira, Ney Júnior também comentou as dificuldades enfrentadas por profissionais da folia, especialmente nos grupos de base:

“As dificuldades são muitas. Questões financeiras, vaidade, entraves profissionais e pessoais. Mas acredito que a saída é trabalhar com o coração”, concluiu.

Difícil é o Nome exalta a cultura Karajá no Carnaval 2026 com enredo em defesa da natureza

A Difícil é o Nome anunciou o enredo para o Carnaval 2026: “Lendária Criação Karajás”. A proposta mergulha na cosmovisão e na resistência do povo Karajá, reconhecido por sua profunda conexão com as águas, as florestas e os saberes ancestrais.

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Em post publicado nas redes sociais, a escola destaca que “hoje é dia de celebrar a força dos povos indígenas e a importância da natureza para a vida”, reforçando que o desfile será mais que uma apresentação carnavalesca — será um tributo à Terra e aos guardiões da floresta.

A agremiação da Zona Norte assume a missão de levar para a avenida um grito de preservação e respeito aos que sempre protegeram o que é sagrado: “Porque honrar os povos indígenas é preservar o futuro do mundo”, conclui a escola.