A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou mais uma etapa da disputa de samba-enredo da Beija-Flor para o Carnaval 2025. Quatro parcerias estão classificadas para a semifinal, que acontece na próxima quinta-feira, dia 10 de outubro. *OUÇA AQUI OS SAMBAS SEMIFINALISTAS
Parceria de Kirraizinho: O samba de Kirraizinho, Dr. Rogério, Ronaldo Nunes, Clay Ridolfi, Miguel Dibo, Ramon via 13, foi o primeiro a se apresentar. Apresentação foi bem comandada por Pitty de Menezes, cantando muito bem com um carro de som ajudando em todos os momentos. Versos do refrão como destaques da obra, assim como a subida para o refrão final: “Quando a saudade apertar, lembre que o amor não tem fim/Nós somos um só, você vive em mim” e para subida do refrão do meio “De todos os santos, da encantaria/Se na mão eu levo o terço/No pescoço eu levo a guia”, sendo destaque da noite en Nilópolis. A torcida cantou bastante o samba. Levou estandartes com os campeonatos da escola conquistados por Laila e outros desfiles memoráveis sob seu comando, como “Ratos e Urubus”, “Áfricas”, “Agotime”, “Aurora do Povo Brasileiro”.
Parceria de Sidney de Pilares: O samba da parceria de Sidney de Pilares, Jorginho Moreira, Marcelo Lepiane, Valtinho Botafogo, João Conga e Dr. André Lima, foi bem executado e conduzido por Zé Paulo. Participação forte da torcida no canto. Teve destaques no refrão principal da obra, cumprindo muito bem esse papel, nos versos da segunda parte, como na cabeça “Luiz Fernando do Carmo e do morro”, na repetição “o som da lata e o batuque das vielas”, e na subida para o refrão principal “o teu samba continua, onde ecoa tua voz/Oh mestre/Mesmo proibido, olhai por nós/Não estamos sós” compondo bem melodicamente. Além disso, a cabeça do samba também é bem poética, iniciando com “Acende vela para o rei dessa predeira/A sua aldeia evoca hoje o trovão”.
Parceria de Diogo Rosa: A composiçâo de Diogo Rosa, Julio Assis, Diego Oliveira, Manolo, Julio Alves e Léo do Piso, foi captaneada por Tinga, que sempre conduz muito bem a obra. Apresentação para cima e com a torcida cantando a obra. Foi levada uma gira para a quadra, com diversos orixás, e outras entidades, como pretos velhos e ciganas, e um bonecão de Laila. Os refrões da obra pegaram bem, sendo cantados e destacados na noite. Também tiveram destaque alguns versos como “mas fica no meu peito esta saudade de quem fez de nós um exemplo de comunidade”, na segunda parte do samba, destacando sua importância para a escola, e ” corpo menino alma de orixá”, e “sob a ventania de mamãe Oyá” na primeira parte, ao narrar sobre a vida espiritual de Laíla.
Parceria de Romulo Massacesi: Encerrando a noite, a parceria de Romulo Massacesi, Junior Trindade, Serginho Aguiar, Centeno, Ailson Picanço, Gladiador e Felipe Sena teve Bruno Ribas como a voz principal, ao lado de Nino do Milênio, para se apresentar na quadra. Obra bem conduzida, cadenciada e em um andemento confortável. Os cantores colocaram muita emoção e a torcida cantou muito forte. Houve encenação do desfile de “Ratos e Urubus”, com um integrante representando Laila e outro Joãozinho Trinta. Destaque na obra para o verso “Chama João pra matar a saudade/Vem comandar sua comunidade”. Destaque também para o bom início da obra, ressaltando a parte espiritual, com “Kaô meu velho” e “Agô meu mestre/Sua presença ainda está aqui/Mesmo sem ver, eu posso sentir/Faz Nilópolis cantar”. O samba foi cantado a plenos pulmões, inclusive por pessoas de fora da torcida. Um dos destaques da noite.
Hélio Motta, diretor de Relações Institucionais da Liesa e presidente da Gravasamba, a responsável pelo álbum das escolas, esteve presente no primeiro dia de gravações do álbum dos sambas-enredo de 2025. Em conversa com o CARNAVALESCO, ele comentou sobre as mudanças técnicas para 2025, data de lançamento, a importância das plataformas de streaming para o álbum e a decisão da gravação de uma escola por dia neste ano. A previsão de lançamento é para o fim de novembro ou início de dezembro. A Liga ainda informará a data oficial.
Hélio começou comentando sobre as principais diferenças em relação ao último álbum, além de pontuar como estão sendo realizadas as gravações neste ano, com mudanças em relação a proposta do ano passado.
“A gente tem vindo num ritmo crescente muito importante. O álbum de 2024 teve mais do que o dobro de audiência de 2023, e isso mostrou que a gente acertou no tom da comunicação, no tom da produção, da produção audiovisual. De 2024 para 2025, a gente está com uma proposta um pouco diferente do que foi feita. Em 2024 gravamos lá na Cidade das Artes, este ano estamos no Estúdio Century, gravando em um formato diferente. Em um dia só vamos gravar toda uma escola de samba, num formato onde juntamos algumas frequências para gravar, como a caixa e o repique, o chocalho e o agogô, chocalho e cuíca. A gente está fazendo uma captação um pouco mais diferente do ano passado, em que fizemos uma gravação em linha, que é como se fosse ao vivo, praticamente ao vivo. Esse ano aqui vamos ter uma microfonação, uma qualidade de captação melhor, mas com uma pegada onde todo mundo, juntando as frequências, dar um toque, que a gente quer encontrar ainda, o toque que o sambista gosta de escutar ao longo do ano, a gente quer encontrar esse formato ainda”.
Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO
Em seguida, ele explicou melhor os detalhes técnicos relativos a gravação, quais as mudanças no processo de captação dos sons dos instrumentos, e das vozes para os sambas, e qual os objetivos destas mudanças em relação a qualidade final.
“Basicamente, a diferença técnica de gravação em relação ao ano passado, é que ano passado foi ao vivo e para fazer essa captação ao vivo exige uma demanda de microfonação, uma demanda técnica, diferente da gravação em estúdio. Por exemplo, a voz do intérprete, as vozes do coro, foi gravada em linha. Os cavacos, o violão, foram gravados em linha, ou seja, foram gravados com o próprio equipamento, e não com a microfonação ambiente, porque o espaço tocando ao vivo não permitia. Ao trazer para o estúdio a gente ganha em qualidade sonora, porque os equipamentos são mais apropriados e a gente grava instrumento por instrumento de uma forma que as frequências ficam mais completas para o consumidor final, ou até antes, na hora do profissional mixar. A qualidade sonora fica muito superior ao de 2024”.
O presidente da Gravasamba explicou sobre a audiência dos sambas, que entraram de vez nas plataformas de streaming de áudio, e ele desenhou como isso deu uma perspectivas em relação a faixas etárias e de gênero que chamaram a atenção durante os relatórios das performances.
“Temos percebido pelos relatórios de Youtube, Spotify, Deezer, e todas as mídias, um consumo muito grande. Nos surpreendeu o público femnino escutando muito o nosso produto, também. Nos surpreendeu o público jovem escutando nosso produto. É exatamente o que a gente quer acertar dentro do carnaval, que é atingir o público jovem também, a gente focar na renovação do público, a renovação da audiência, isso tem sido muito acertado dentro da nossa produção”.
Continuando a entrevista, ele deu um bom destaque aos jovens que consomem os sambas, e contou o que vem com o objetivo de atrair mais ainda esta parcela da população, e como sinalizou isso para as escolas, sem fazê-las perder sua criatividade e tradição.
“Em relação a 2024 para cá, dentre todas as informações que nós tivemos, principalmente, essa em relação ao público jovem, que é mais imediatista, nós antecipamos, e negociamos com as escolas de samba para que pudesse também haver alguma paradinha, alguma bossa já na primeira passada, para ver também se a gente consegue segurar ao máximo possível a audiência até o final da música, pois tem seis minutos. Já é uma música que tem um formato diferente do mercado, que vem cada vez com músicas menores. Estamos tentando trazer as bossas para frente, liberamos totalmente o arranjo para cada escola de samba, criamos apenas algumas regras para criar uma unidade do álbum, ter uma unidade de comunicação, uma unidade sonora como um todo. O norteamento da liga e da editora foi apenas guiar regras básicas e liberar totalmente a criatividade de cada escola de samba, poder criar sua própria faixa”.
Hélio aproveitou para falar um pouco também sobre os clipes e material audiovisual dos sambas.
“Estamos vendo a parte do áudiovisual, para lançamento ou em outro local, em que a gente vai gravar especificamente com as doze agremiações, ou a captação no minidesfile, onde já foi feito anteriormente em 2022. Aqui estamos gravando somente o áudio, onde a gente vai fazer a pós produção. Em outra data e formato nós vamos com as outras escolas de samba, gravar o visual”.
Ao retomar o assunto de um dia de gravação, explicou porque essa decisão foi tomada, e o que se espera melhorar trazendo uma escola a cada dia ao estúdio, para realizar a gravação da sua faixa.
“É uma otimização geral do tempo, de transporte, de todo mundo, de tempo de estúdio, e hoje em dia, é muito caro. A gente se dedica a fechar o álbum, toda a faixa de cada agremiação, de cada artista, fechar no mesmo dia. Basicamente é isso, para podermos criar essa unidade entre todo mundo, gravando ao mesmo tempo também. A gente acha que fica num formato mais otimizado. Até porque esse ano, cada escola escolheu uma data muito diferente uma das outras, com um ‘gap’ de quase dois meses. A gente não consegue gravar todo mundo junto. Assim, a gente teria que esperar todo mundo escolher, como o ‘gap’ ficou muito alto, esse ano a gente foi fechando por diárias, e acho que está sendo um formato vitorioso”.
Ele falou um pouco sobre o motivo de começar as gravações ainda em setembro e como isso auxilia também as escolas, já que as agremiações que já estiverem com o samba escolhido poderão já ir a gravação, ainda que as disputas nas outras escolas não tenham terminado.
“Por causa da extensão do cronograma das escolhas das escolas. Então, já tinha o Tuiuti que já tinha escolhido há bastante tempo, nós tivemos a UPM, Tijuca também. E nós temos Mangueira que é praticamente em quase um mês depois. Acho que ir fechando cada escola de samba, e ir gravando aos poucos é um formato que a gente está implementando, testando, e se mostrar que é vitorioso a gente tende a repetir outra vez”.
Por fim, Hélio Motta comentou a questão dos coros das escolas, e ressalta mais uma vez a liberdade dada às escolas para entregarem o melhor nas gravações, dentro de uma sugestão apresentada previamente.
“Cada escola de samba está trazendo seu coro, e tem sim, profissionais da música contratados pelas escolas, e elas tem feito um misto entre profissionais e o pessoal do próprio carro de som da escola, que são profissionais também, mas não de coro. Cada escola vai fazer o seu mix. Pela editora, sugerimos dez pessoas no coro, seis mulheres e quatro homens, mas cada escola está liberada para fazer sua mixagem, sua composição de tons, conforme elas quiserem, no seu próprio arranjo”.
A Portela faz na sexta-feira a final de samba-enredo para o Carnaval 2025. Três parcerias estão na decisão. A escola, em 2025, homenageará o cantor e compositor Milton Nascimento com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”. Ouvimos um compositor de cada parceria defendendo seus sambas. Ouça abaixo.
O CARNAVALESCO abre espaço para os candidatos a vereador pela cidade do Rio de Janeiro. Evandro Bocão (PSB), ex-presidente da Vila Isabel, apresenta suas propostas. Os candidatos que são ligados a escolas de samba podem nos procurar pelo e-mail [email protected] – o espaço está aberto para todos, mas repetimos que é fundamental ter ligação com as escolas de samba.
Por que se candidatar a vereador?
“Estou nisso há muito tempo. Quantos baluartes morreram a míngua? Nossa candidatura nasce de um pedido das comunidades, muitas pessoas recorriam a mim, quando tinham uma necessidade de emprego ou algum outro tipo de socorro junto ao poder público, eles sabiam que eu já tinha ajudado muitos outros políticos, daí recorriam a mim. Perceberam que precisavam de um representante do bairro, um verdadeiro síndico, então recebi essa missão de defender os interesses da comunidade e prontamente aceitei ser candidato a vereador”.
O que você eleito vai propor que seja relacionado ao carnaval e escolas de samba?
“O Carnaval é uma oficina de talentos, que muitas vezes são vistos somente no período dos desfiles. Nós precisamos, utilizar os espaços destinados ao carnaval e criar oficinas com os profissionais do carnaval, com parceria público privada, criar mecanismos que viabilizam que aquela mão de obra do carnaval, tenha seu ofício aproveitado não apenas no período de confecção e produção do carnaval, mas também, nos outros meses do ano, seja se qualificando, ou ainda, qualificando pessoas, sendo renumerados para tal”.
Por que falta representatividade das escas de samba na Câmara?
“Estamos aqui pra mudar essa estatística, não tem como cada agremiação colocar mais de 3000 componentes na avenida e não conseguir colocar um vereador na câmara. Acredito que o componente, o folião, os profissionais do carnaval, precisam se sentir representados e eu sou o candidato que conseguirá representar e bem todos os seguimentos do carnaval, o eleitor pode ter certeza disso”.
Em entrevista concedida ao CARNAVALESCO, o candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Queiroz (PP), apresentou seu conjunto de propostas para o carnaval carioca, com destaque para a remoção do viaduto 31 de março, que há anos causa apreensão na entrada das escolas de samba no Sambódromo. Queiroz afirmou que pretende lançar um concurso em parceria com o CREA para eleger o melhor projeto de intervenção no local, visando dar mais igualdade à disputa entre as agremiações e melhorar a infraestrutura para os desfiles.
O candidato também abordou a importância de criar condições mais favoráveis para as escolas de samba ao longo de todo o ano, propondo investimentos contínuos para os ensaios técnicos e uma estrutura jurídica que permita às agremiações disputar investimentos privados e públicos. Ele destacou ainda planos para concluir a Cidade do Samba 2 e promover um calendário de eventos anuais, visando movimentar a economia e ampliar o alcance cultural do Carnaval. Confira a entrevista completa com Marcelo Queiroz.
O Sambódromo completou 40 anos em 2024. Obras de infraestrutura no local são pedidas há anos. Há previsão de alguma intervenção no equipamento caso você seja o prefeito?
“Estou pronto para fazer o que ninguém teve coragem até agora. Em parceria com o CREA e as outras associações de classe dos engenheiros, arquitetos e urbanistas, vamos promover um concurso para eleger o melhor projeto para tirar do caminho das escolas o viaduto 31 de março, pedra dos sapatos de todas as escolas que concentram no lado do edifício Balança mas não cai. Podemos suspender mais ou transformar em mergulhão, quem sabe. Mas isso vai dar mais igualdade à disputa e melhorar a entrada dos carros alegóricos no Sambódromo. E com as escolas como parceiras, vamos avaliar e viabilizar as outras intervenções para engrandecer ainda mais a nossa maior festa popular”.
O carnaval é o principal evento da cidade e traz um retorno em impostos que ajuda o Rio o ano todo. Eleito prefeito, como você pretende fomentar o maior evento cultural da cidade?
“O Carnaval é muito mais que o maior espetáculo da Terra. E acho que precisamos ter um olhar que vai além do subsídio para as escolas de samba. Meu plano de governo traz os planos para o Carnaval, que foram alinhados e escritos em conjunto com sambistas que fazem parte das associações de segmentos. Compromisso que assinei na Associação das Velhas-Guardas, na Abolição. Precisamos criar mecanismos para que as escolas tenham estrutura jurídica e contábil, tornando-as grupos prontos, com documentação e requisitos para disputar investimentos, não só públicos, mas também da iniciativa privada. Com isso, viabilizar para que programas de cultura, turismo, esporte e assistência social da prefeitura possam funcionar nessas agremiações para suas comunidades, sem que precisem se adequar, todos os anos, aos editais de lei de incentivo. Para que a batida do samba de fato ecoe o ano todo, vamos ajudar nos ensaios técnicos noturnos dos segmentos, como os de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Comissão de Frente, e alas coreografadas. Vamos dar estrutura para estes grupos fazerem seus treinos e investir na coordenação da agenda de uso do Sambódromo de abril a dezembro (em janeiro o espaço já recebe os ensaios técnicos abertos e testes de luz e som). Já passou da hora de a prefeitura enxergar as escolas como parte da engrenagem da prefeitura para promover bem-estar pros cariocas”.
As obras da Cidade do Samba 2 já começaram. Mas são muitas agremiações em outros grupos que não tem um teto digno para construir seu carnaval. Sua candidatura tem alguma proposta para essas comunidades?
“Sim, e não só para as fábricas de Carnaval. Vamos concluir a Cidade do Samba 2 que está em curso, mesmo que tenha sido um projeto anunciado de forma eleitoral pela atual administração. E vamos além: vamos construir, finalmente, os barracões das escolas de samba Mirins, reestruturar os barracões de escolas que desfilam na Avenida Intendente Magalhães e hoje funciona na Rua Carlos Xavier. Aliás, a passarela da Intendente Magalhães vai ganhar uma estrutura que leve dignidade aos componentes das escolas que lá desfilam. Pretendemos construir com as ligas e as escolas um calendário real de eventos o ano todo, movimentando ainda mais a economia e trazendo mais recursos para a cidade e para as agremiações conseguirem terminar suas apresentações no azul”.
A subvenção para as escolas de samba será mantida na sua gestão? Há previsão de aumento? Você pensa em usar as quadras das agremiações para atividades e projetos sociais da prefeitura
“Sim. A subvenção é fundamental para as agremiações. Mas, quem conhece o mundo do samba, sabe que não dá pra apostar todas as fichas somente no Grupo Especial, mas lembrar, sempre, de todos os segmentos e suas demandas para manter viva nossa identidade cultural. A Associação das Velhas-Guardas, por exemplo, que representa a origem de tudo, precisa ser lembrada todos os dias. Mas vive esquecida, traída, como outros serviços importantes da prefeitura como os servidores, em especial a Guarda Municipal, que tem atuação especial durante o Carnaval. Vamos levar incentivo também para associações que reúnem os grupos de harmonia, passistas, intérpretes, baianas e os casais de Mestre-sala, porta-bandeira e porta-estandarte”.
Quais as suas ideias para o fomento do carnaval de rua e como equilibrar os megablocos durante o carnaval com a vida da cidade?
“Muito importante dizer, antes dos megablocos, que já no próximo ano vamos trabalhar no fomento aos Blocos de Enredo e Blocos Afro que desfilam no Rio. Vamos melhorar esse planejamento e dialogar com os blocos e as associações que os representam. Um dos grandes pontos que podemos intensificar é a atuação da Guarda Municipal e de equipes do Segurança Presente no Carnaval. Vamos apoiar de verdade o Estado no Plano de segurança na esperança de reduzir os pequenos delitos como roubo de celular, por exemplo. O Rio tem estrutura e tem opção. Vamos juntos por esse Rio mais moderno, mais eficiente, mais diverso e mais Caramelo”.
O CARNAVALESCO abre espaço para os candidatos a vereador pela cidade do Rio de Janeiro. O primeiro é Diego Vaz (PSD), o Didi Vaz, ex-subprefeito da Zona Norte. Os candidatos que são ligados a escolas de samba podem nos procurar pelo e-mail [email protected] – o espaço está aberto para todos, mas repetimos que é fundamental ter ligação com as escolas de samba.
Foto: Álbum pessoal
Por que ser vereador pelo Rio de Janeiro?
“Acima de tudo, sou um carioca suburbano. E, como tal, um apaixonado pelas escolas de samba. O destino me levou a ser o gestor da região por três anos e meio, onde orgulhosamente nasci e fui criado. Portanto, não foi obra do acaso que a soma desses fatores me pusesse na condição de ter um olhar diferenciado para o carnaval”.
O que você eleito vai propor que seja relacionado ao carnaval e escolas de samba?
“Uma das minhas principais propostas, que inclusive venho defendendo e falando em reuniões, é a criação de uma lei garantindo estrutura para rodas de samba e ensaios de rua das escolas de samba. Essa ideia surge pois acompanhei de perto a dificuldade das escolas, principalmente as que têm menores investimentos, de conseguir estrutura para seus ensaios de rua, além das rodas de samba, que giram a economia local não só no carnaval, mas durante todo o ano! Acredito que, atuando nessa questão, a gente consegue ajudar no princípio das coisas, na base, onde nem sempre se tem um olhar mais atento e cuidadoso”.
Por que falta representatividade das escolas de samba na Câmara?
“Me coloco aqui a disposição de ser uma voz ativa das escolas de samba e do próprio carnaval na Câmara Municipal ano que vem, caso eu seja eleito. Acredito que inúmeros fatores levam a essa falta de representatividade, desde fatores culturais, de região, etc, mas como disse no início, trago muito viva essa cultura em mim, por ser um cara que nasceu no subúrbio e que viveu de perto o carnaval de rua, ensaio das escolas, além de ser ritmista. Tenho uma ligação muito forte com o carnaval e desejo ser um representante ativo dessa expressão cultural gigante que temos em nossa cidade”.
Um evento recheado de emoção, com pavilhões consagrados, aconteceu na Fábrica do Samba. Vai-Vai, Camisa Verde e Branco, Nenê de Vila Matilde e Unidos do Peruche, juntas, fizeram uma grande festa com um leque de sambas-enredo. Todas estas escolas são resistência do carnaval paulistano. As velha-guarda, com exceção da Águia da Zona Leste, aqueceram a festa e cantaram sambas históricos, principalmente, os de roda, que costumavam fazer na época.
Os sambistas da época sofreram todo o preconceito da cultura do carnaval. Eram marginalizados, mas resistiram. Nomes como mestre Tadeu e Fernando Penteado no Vai-Vai ainda estão ativos na agremiação. Dentro do Peruche, Seo Carlão é um ícone e será enredo no Carnaval 2025. Já no Camisa Verde e Branco, pessoas como Carlos Alberto Tobias e Zulu, residem na memória dos sambistas. Por fim, o saudoso Seo Nenê, tão importante para a cultura do samba, também está na memória. Essas são poucas das grandes personalidades das gigantes agremiações fundadas entre os anos 1930 e 1950.
Para tanto, um festival de samba-enredo foi preparado pelo Vai-Vai após a apresentação das fantasias. As baterias das quatro escolas se posicionaram cada uma em um canto do palco e os intérpretes se revezavam cantando sambas-enredo históricos, especialmente dos anos 70, 80 e 90. Todos os cantores oficiais estiveram presentes: Luiz Felipe (Vai-Vai), Igor Vianna (Camisa Verde e Branco), Agnaldo Amaral (Nenê de Vila Matilde) e Renan Bier (Peruche).
É tradição e o samba continua
Presidente do Vai-Vai, Clarício Gonçalves se diz feliz em ter todas estas entidades juntas em um evento. O gestor ainda pondera que, mesmo com as dificuldades que todas vêm enfrentando, seria gratificante tê-las no Grupo Especial, pois são pavilhões que nunca deveriam ter saído do mais alto patamar. “Eu acho que isso é mais gratificante para mim, porque era um sonho de reunir essas escolas para um evento. Eu queria fazer um evento aberto onde a gente sentisse realmente a parceria, e aqui infelizmente o chão é meio abafado, mas conseguimos reunir essas raízes do carnaval, não menosprezando as coirmãs. Mas seria interessante se nós tivéssemos todas essas agremiações no Grupo Especial. Não que a disputa não seja saudável com as outras coirmãs, mas é interessante essa coisa raiz. Quem viveu lá atrás é uma emoção diferente pelas condições de cada uma, que é um sofrimento tanto para mim quanto para eles para tentar colocar a entidade deles em lugar que não deveria ter saído”, afirmou.
Antigamente havia relatos de forte rivalidade entre as escolas, mas Clarício afirmou que isso só existe dentro da pista. “A rivalidade, como é o discurso de todos os presidentes, só existe quando se passa a linha amarela. Fora disso, todas são irmãs”, disse.
O carnavalesco Sidnei França preza muito pela história do carnaval paulistano. Desde sempre foi um estudioso da história. O artista deu um longo depoimento, exaltando a força das matriarcas do samba, que segundo o próprio tem muito a ensinar às escolas novatas. O profissional também citou a Lavapés, agremiação dos anos 30 fundada por Deolinda Madre, nome dado à Fábrica do Samba. “Quando decidimos fazer o evento, ficamos pensando quais atrações poderiam vir. Juntou a necessidade de ter uma atração para uma festa importante para, com a necessidade também de reunir essas quatro matriarcas carnaval de São Paulo. Aliás, eu preciso dizer que sinto muito da Lavapés não estar, porque é uma escola que eu também tenho muito respeito, mas eu tenho certeza que ela também vai galgar seu caminho e retomar estrutura. É uma festa que o Vai-Vai promove, convida as coirmãs, no intuito de criar mais ainda o encontro, sinergia, o entendimento das tradicionais como guardiãs da tradição, como escolas que têm fundamentos muito densos. São escolas que têm um lastro histórico que também tem muito a ensinar para o carnaval atual, porque hoje ele é muito tomado por escolas novatas e elas obviamente vão muito bem na pista, desenvolvem o desfile de uma forma magistral em todos os quesitos. Mas eu acho que a tradição nunca pode ser deixada de lado. A gente não pode pensar que uma escola nova pise no sambódromo sem entender os fundamentos, sem pedir licença para Exú. É muito sério a se discutir e hoje acho que essa manutenção da tradição é muito importante para estabelecer a perpetuação da força do carnaval de São Paulo”, declarou.
Estou falando de você…
O presidente Mantega, da Nenê de Vila Matilde, falou do prazer de fazer parte do evento e relembrou os títulos das agremiações para exaltar a grandiosidade das entidades. “É um prazer enorme estarmos aqui, pois é uma festa grandiosa e pesada. Nenê, Vai-Vai, Camisa e Peruche. É a tradição do carnaval de São Paulo. Realmente Nenê e Vai-Vai tem o maior número de títulos, têm um peso grande. Camisa também, são nove títulos, ainda mais o Peruche… Se for contar a história só de títulos tem carnaval que não acaba mais”, destacou.
O gestor contou da amizade que as escolas vivem entre si. “Nossa relação é muito boa, tanto Vai-Vai, Camisa e Peruche. São só amigos, não só dos dirigentes, mas da comunidade também. Temos uma relação boa com todos da comunidade. Sempre frequentei Vai-Vai, Camisa e Peruche, como sambista, como amigos que temos em todas as escolas e a relação é muito boa. Hoje é bacana encontrar todos”, comentou.
O mandatário, que comanda a Águia da zona leste desde a década passada, relembrou histórias que viveu com estes pavilhões na sua vida de sambista e, assim como disse Clarício Gonçalves, a rivalidade só fica na passarela. “O que temos são só histórias boas. Estamos aqui eu como presidente, sambista, componente de harmonia de escola de samba que é a minha origem, a minha essência. Já pulei na pista para ajudar o Peruche uma vez que eles tiveram um problema com o carro alegórico, o Vai-Vai, o Camisa, temos uma relação muito boa. Graças a Deus são amigos, em todos os lugares que nós vamos. O Camisa, a barraca do coquinho que íamos, coisa de mil anos atrás. Era a rua do samba… Toda a diretoria do Vai-Vai aí são parceiros, somos amigos há uns três ou quatro anos. Aqui no samba não tem rivalidade. Somente na faixa amarela é uma querendo superar a outra. Querendo ser melhor, mas sem querer que a outra seja pior. É alegria, samba e confraternização em todos os momentos”, completou.
Sagrado manto
O presidente da Unidos do Peruche, Alessandro Zóio contou que a festa foi o início de um projeto que provavelmente vai acontecer mais vezes em eventos das outras escolas. ”Arrepia só de entrar e saber que tem as quatro matriarcas do samba. As outras coirmãs também tem o nosso respeito, o Peruche, Camisa e Nenê, fazem a diferença. É uma festa que precisa acontecer mais vezes. É um projeto que a gente está aqui, vai passar pelas outras entidades. Vai acontecer no Peruche e acho que vai acontecer também no Nenê e no Camisa”, revelou.
Zóio disse que são escolas que ajudam a Filial do Samba. Os presidentes das agremiações ligam constantemente para saber da situação de carnaval, e que pode contar com a ajuda. “Além de ter o respeito que é gigante, são escolas que desde quando eu assumi a nossa gestão em 2019, são as três escolas que ajudam o Peruche. Entenderam a necessidade e eu conto com a ajuda delas todo ano. Eu colho material e corpo humano também. O próprio Mantega, o Clarício e a Érica, sempre estão entrando em contato perguntando como estão as coisas, falando que pode contar com eles”, comentou.
O gestor falou das relações de sambista que teve com as escolas. De acordo com Alessandro, frequentava ensaios de todas as coirmãs e tinha um tio presidente da velha-guarda, especialmente no Camisa Verde e Branco para ver o seu tio presidente da velha-guarda. “Eu sou frequentador de ensaios. Antigamente acabava o Peruche e eu ia para o Camisa. Meu tio Bolão, que é o presidente da velha guarda no Camisa, eu ia lá para ver. O Vai-Vai quando eu ia na Bela Vista era aquela emoção total. Eu frequentava mesmo a zona leste, até pela distância, sou da Casa Verde. Mas sempre que tive essa oportunidade, sempre estava também no terreiro da Nenê. Novamente, respeito todas as coirmãs, mas essas quatros fizeram o samba de São Paulo”, finalizou.
Com foco no carnaval de 2025, a Portela anuncia suas Alas Comerciais. As vendas já estão abertas, e os interessados podem adquirir suas fantasias diretamente com os responsáveis pelas alas. A partir de agora, os portelenses que estão distantes têm a oportunidade de realizar o sonho de desfilar na Majestade do Samba e buscar o caminho que leva ao sol. Confira a seguir os nomes dos responsáveis por cada indumentária e seus contato:
A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP) está inovando mais uma vez na divulgação do carnaval, propondo a criação de um material audiovisual inteiramente gravado ao vivo, com o objetivo de capturar de forma autêntica a magia dos desfiles das escolas de samba. Este novo projeto visa alcançar um público ainda maior, consolidando a presença digital do carnaval paulistano em diferentes plataformas. Com base no sucesso de produções anteriores, como o “Esquenta de Bateria” no YouTube e o “Som da Avenida” nas principais plataformas de streaming, a Liga-SP aposta em formatos curtos e dinâmicos que têm gerado grande engajamento.
O material proposto incluirá vídeos de 15, 30 e 45 segundos, que são os formatos com melhor desempenho nas redes sociais. Além disso, será produzido um conteúdo de maior duração, com 5 minutos e 35 segundos, garantindo uma cobertura completa e rica em detalhes do samba-enredo de 2025 de cada agremiação.
“Acreditamos que os vídeos curtos têm um potencial enorme para engajar o público, especialmente quando utilizamos introduções dinâmicas que capturam a atenção nos primeiros 20 segundos. Queremos utilizar essa estratégia para não só fortalecer nossa base de seguidores, mas também atrair novos públicos e potenciais patrocinadores”, explica Jairo Roizen, Gerente de Comunicação da LIGA-SP.
As gravações na Fábrica do Samba com as escolas do Acesso 1 e do Grupo Especial começam nesta sexta-feira, contando com grande elenco de cada escola. Sob a produção de Guma Sena, o projeto pretende elevar o padrão da cobertura audiovisual do Carnaval paulistano.
“Nosso objetivo é criar um material que não só capture a essência dos desfiles, mas também proporcione uma experiência imersiva para o público, de forma que ele sinta toda a energia do samba. A estratégia de combinar conteúdos curtos com gravações mais elaboradas é essencial para engajar tanto o público que já é fã quanto novos seguidores”, explica Guma”.
O projeto, além de potencializar a divulgação do carnaval nas redes sociais, será uma importante ferramenta de prospecção, contribuindo para a expansão do carnaval paulistano e da cultura do samba.
“Com essa iniciativa, a Liga-SP reforça seu compromisso em valorizar e promover o trabalho das escolas de samba, levando a arte e a tradição do carnaval para um público ainda maior, de forma inovadora e acessível”, afirma Sidnei Carriuolo, presidente da Liga-SP.