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Parcerias de Xande de Pilares e Marcelo Motta dão show em semifinal acirrada do Salgueiro

A equipe do CARNAVALESCO, atrás da série “Eliminatórias”, acompanhou na noite de sábado, mais uma etapa da disputa de samba-enredo do Salgueiro para o Carnaval 2025. Três parcerias estão classificadas para final, que acontece na sexta-feira, dia 11 de outubro. * OUÇA AQUI OS SAMBAS FINALISTAS

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Parceria de Xande de Pilares: O primeiro samba da noite foi assinado pelos compositores Xande de Pilares, Pedrinho da Flor, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Leonardo Gallo, Jorginho Via 13, Jeferson Oliveira, Jassa e W.Correa. A torcida compareceu em grande número e causou um impacto na quadra. Os intérpretes Pitty de Menezes e Charles Silva mostraram um entrosamento perfeito e deram um show na condução da obra. O palco foi força total do início ao fim da apresentação. O alusivo “Eu adorei as almas” já foi um aperitivo do que seria uma exibição de gala da parceria. O refrão principal foi “explosivo na quadra”, pois teve excelente rendimento e foi possível notar ele sendo berrado pela torcida “Macumbeiro, mandigueiro, batizado no gongá/Quem tem medo de quiumba, não nasceu pra demandar/Meu terreiro é a casa da mandinga/Quem se mete com o Salgueiro, acerta as contas na curimba”. Outra parte que obteve um forte rendimento na quadra foi o final da segunda parte, já preparando para a chamada do refrão de cabeça “Salve seu Zé, que alumia nosso morro/Estende o chapéu a quem pede socorro/ Vermelho e Branco no linho trajado/Sou eu malandragem de corpo fechado”. Chamou bastante atenção durante as passadas, o rendimento da primeira parte do samba, pois não caiu em nenhum momento. O curto refrão de meio foi outra parte de destaque em termos de rendimento na quadra “Tenho a fé que habita o sertão, de lampião, o cangaceiro/ Feito Moreno eu vou viver/Mais de cem anos no meu Salgueiro”. Foi mais uma apresentação de bastante força e impactante da parceria.

Parceria de Marcelo Motta: O penúltimo samba da noite foi assinado pelos compositores Marcelo Motta, Rafa Hecht, Thiago Daniel, Clairton Fonseca, Júlio Alves, Kadu Gomes, Alex Oliveira, Daniel Paixão e Fadico. A torcida apaixonada cantou bastante o samba do início ao fim. Tinga foi um “mostro” na condução do samba. O intérprete da Vila Isabel junto com o palco estavam inspirados na condução da obra. A apresentação foi forte do início ao fim. O ponto “Xangô, meu pai, amarra o inimigo e dá um nó” mostrou força na quadra em todas as passadas. O refrão de meio que é a união perfeita de letra e melodia, obteve um excelente desempenho na quadra “Quando moreno taca fogo na cabaça/O sertão fica pequeno pra tinhoso na garrafa/O bicho é brabo, tem um trato com o diabo/Coisa feita não lhe alcança nem tocaia no cangaço”. Na saída do refrão de meio, vem uma parte que faz com que o samba não tenha queda de rendimento “Meu catimbó, catimbó, catimbozeiro/ Meu catimbó, catimbó pra defumar”. A melodia do samba é bem resolvida com variações melódicas em toda a obra. O refrão principal também foi outro destaque da grande e forte apresentação.

Parceria de Fred Camacho: A última parceria da noite foi composta pelos compositores Fred Camacho, Luiz Antônio Simas, Eri Johnson, Diego Nicolau, João Diniz, Guinga do Salgueiro, Fabrício Fontes, Wilton Tatá, Gustavo Clarão e Francisco Aquino. A torcida também marcou presença e foi muito bem conduzidos pelo intérprete Evandro Malandro, o responsável por ser a voz principal da obra. O palco também merece destaque, junto com o intérprete da Grande Rio. O refrão principal com todo o seu gingado obteve um bom desempenho na quadra “O Salgueiro tem mandinga de preto velho!/Fundanga de marabô! Axé!/Ma curimba meu tambor é brabo/Corpo fechado, saravá seu Zé”. Uma parte que chamou atenção pelo rendimento foi o refrão de meio, onde os compositores interpretam e jogam pra longe toda doença, mau olhado e desacato. A letra da primeira parte do samba chama atenção por toda a construção e capricho que os compositores tiveram. Foi uma boa apresentação para fechar com qualidade a noite de semifinal do Salgueiro.

Beija-Flor de Nilópolis apresenta uma fantasia para o Carnaval 2025

A Beija-Flor divulgou uma fantasia para o desfile do Carnaval 2025. O enredo, Laíla de Todos os Sambas, Laíla de Todos os Santos, homenageia o diretor de carnaval, Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, eternamente conhecido como Laíla. Em 2025, a Beija-Flor será a segunda escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval, 3 de março. Veja abaixo o texto da escola.

“Celebramos o continente africano como o berço da humanidade e a fonte dos saberes ancestrais que moldaram nossa identidade. A Ala 8 (África, Fonte de Conhecimento: A História da Nossa Gente!) reverencia o legado dos povos africanos, que resistiram, criaram e transformaram o mundo ao seu redor, inspirados pela cosmovisão africana. Esse legado, refletido na história de Laíla e de nossa comunidade nilopolitana, é o pilar da preservação das tradições, tecnologias e valores ancestrais da Beija-Flor de Nilópolis”.

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Fotos: Jaime Shouriço e Danilo Ventura/Divulgação Beija-Flor

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São Clemente faz junção de sambas e define obra para o Carnaval 2025

A São Clemente definiu na madrugada deste sábado, em final realizada na quadra, juntar duas parcerias para escolher o samba-enredo para o Carnaval 2025. Vão assinar a obra os compositores Lucas Thyerry, Gabrielzinho Poeta, Gabriel Ribeiro, Leonardo Bessa, Alexandre Araújo, Henrique Figueira, Rodrigo Telles, Edu da Cuíca, Rodrigo Gauz, João Pedro Figueira, Patrick Soares, Duda SG, Rod Torres, Paulo Beckham. A escola levará para Marquês de Sapucaí “A São Clemente dá voz a quem não tem”. A proposta da escola é defender a causa animal. Ressaltando como é fundamental adotar animais e lutar contra os maus tratos.

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“Depois de 24 anos eu venho voltar a ganhar um samba na minha escola, que eu tenho um carinho muito grande e gratidão enorme pela São Clemente. Depois de 24 anos, voltar a ganhar um samba aqui é uma alegria e satisfação, e ainda mais um enredo tão importante falando sobre os animais. Eu sou pai de pet, sou apaixonado por animais, e foi isso que me envolveu a fazer esse samba”, contou o compositor Leonardo Bessa.

“Ganhar o samba é sempre uma emoção, e ainda mais eu, que sou nascido e criado em Botafogo, o bairro de origem da escola. Ganhei a primeira vez há 12 anos e conquisto agora novamente. Na São Clemente eu me sinto em casa e isso é muito bom”, comentou o compositor Gabrielzinho Poeta.

O compositor Alexandre Araújo procurou o CARNAVALESCO e falou do resultado e da vitória na sua escola de coração. “Foi uma decisão que nos surpreendeu, mas respeitamos a decisão da escola. Parabens aos parceiros por mais uma vitória. Pela primeira vez ganho um samba com junção, foi uma vitoria com gosto diferente, mas uma vitória, a quinta na minha escola. Que a São Clemente faça um grande desfile. Parabens a outra parceria, capitaneada pelo Bessa”.

Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente Renatinho revelou o que é possível esperar do desfile da São Clemente em 2025.

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“É diferente, o enredo é uma coisa bem comunicativa. Trouxemos o Mauro (Leite, carnavalesco). Ele é um presente da Rosa Magalhães para gente. Ela ficou 30 anos com ele”.

Ao falar com o CARNAVALESCO, o artista Mauro Leite prometeu surpresas para o desfile da São Clemente em 2025.

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“Eu acho que o povo pode esperar algumas surpresas. É aparentemente simples, na verdade, tem um lado complexo. A Rosa me indicou para fazer o carnaval da São Clemente e ela faleceu no dia que eu fui contratado. Eu não sei se foi um presente, mas eu acho que é uma coisa do destino. Eu trabalhei com ela 37 anos e espero poder honrar esse legado que ela deixou. As pessoas podem esperar da São Clemente, um desfile emocionante”.

O diretor de carnaval, Leandro Azevedo, contou como está o trabalho na escola, sobre o samba e a expectativa para o desfile do ano que vem.

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“A São Clemente é uma escola gigante. A gente sempre espera o melhor, todo clementiano espera o melhor da sua própria escola, da própria diretoria. A esperança que a gente tem é de fazer um belo carnaval no nível do nome que a São Clemente carrega por esses mais de 60 anos de escola. O samba é praticamente 50% para mais do desfile, porque um bom samba-enredo acaba emocionando também, ele empolga, alegra e mexe. Nosso enredo é atual, porque a gente vê muito os maus-tratos aos animais. A gente está dando voz realmente aos animais no nosso enredo, é crítico, não é caricato, é para a gente raciocinar, parar e pensar que aquele animalzinho indefeso que não pode falar precisa da gente, precisa de cuidados”.

Comandante da “Fiel Bateria”, mestre Bruno Marfim fez um balanço do desfile de 2024 e comentou o que esperar do ritmo clementiano em 2025.

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“Saldo completamente positivo. Primeiro ano, estreando na Série Ouro. Comecei com o pé direito, nota máxima. Trabalhamos oito meses do início até o desfile. Fomos contemplados com a nota máxima. O meu trabalho funciona em cima do samba. Eu costumo valorizar o samba, a melodia, e todos os arranjos que eu faço”.

Recém-contratado pela São Clemente, o intérprete Rafael Tinguinha abordou o trabalho na escola e a relação com a bateria clementiana.

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“São Clemente é uma escola maravilhosa, de chão e de muita tradição. É uma oportunidade e uma satisfação enorme. A relação com a bateria é ótima. Já tinha uma amizade de antes com o mestre, fica mais fácil, já estamos conversando muitas coisas. Temos algumas coisas diferentes, tenho certeza que vai dar certo, a parceria é muito boa”.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira fez um balanço da parceria.

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“A Thais é uma pessoa muito boa de trabalhar, a gente tem uma boa interação. A nossa construção esta sendo bem progressiva. A gentre tem trabalhado muito, ensaiado muito, ate porque somos um casal novo. Espero que seja um desfile muito comovente, que mexa bastante com as pessoas, sim, e que a gente faça um grande desfile com o que tiver que ser feito”.

“Complementando o que o Alex disse, ele me recebeu muito bem e eu estou super a vontade aqui na São Clemente, para poder condtruir um trabalho solido, conquistar as notas, e eu estou muito feliz com essa parceria, e acredito que vai dar muito certo, como já esta dando. Nosso enredo é uma causa muito importante, muito nobre. Todo mundo tem um animalzinho que ama. Acredito que cada um vai levar esse amor para a avenida, sinalizou a porta-bandeira”.

Campeão na comissão de frente

Após o título em 2024 com a Unidos de Padre Miguel na Série Ouro, o coreógrafo David Lima chega na São Clemente para comandar a comissão de frente. Ele falou sobre o enredo de 2025 e como está o trablho.

“O que eu fiz na UPM, de colocar a escola no Grupo Especial é a minha pretensão agora fazer com a São Clemente também. Eu me emocionei muito essa semana vendo todo o contexto da escola, os figurinos, a reprodução. Nós já tivemos três temas para essa comissão que estão sendo estudados. E eu tenho certeza que essa semana nós vamos fechar um dos melhores temas e vamos levar uma surpresa bacana para a avenida”.

Letra o samba de 2025 da São Clemente

Compositores: Lucas Thyerry, Gabrielzinho Poeta, Gabriel Ribeiro, Leonardo Bessa, Alexandre Araújo, Henrique Figueira, Rodrigo Telles, Edu da Cuíca, Rodrigo Gauz, João Pedro Figueira, Patrick Soares, Duda SG, Rod Torres e Paulo Beckham.

São Francisco abençoa
Um grito ecoa no meu coração

Pelos animais clamo em prece
O carinho a quem merece Muito mais que estimação

No lar de felicidade
Alegria e paz… cumplicidade
Te aperto em meus braços
Vou seguindo seus passos
Meu companheiro onde quer que eu và

É Preto É Caramelo
Teu afeto curador
Vira lata corre e brinca
Livre como um sonhador

Pelas ruas a vagar…
Um cão sem dono
Anjo sem asas à procurar…
Um lugar onde o medo não faça morada
Longe do homem tão cruel
E que a maldade seja abandonada
Respeitar é resgatar dignidade
Em doses de humanidade
Cuidar e proteger (Como eu amo você)
ONDE HOUVER FOME, EU LEVO ESPERANÇA
ONDE HOUVER TRISTEZA, QUE EU LEVE A FÉ
PRO BEM-VIVER EU SOU A VOZ PRO AMOR VENCER

São Clemente vai na raça
Brasileiro, vira-lata, o povo te adotou
Fiel companheiro, no escuro me guia, és minha luz
Teu olhar é o que me seduz

Parcerias de Jefinho Rodrigues e de Paulo Cesar Feital entram com favoritismo na final de samba da Mocidade

A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou mais uma etapa da disputa de samba-enredo da Mocidade para o Carnaval 2025. A parceria de Zé Glória foi eliminada do concurso. A próxima fase é a final, no dia 12 de outubro. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

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Parceria de Jefinho Rodrigues: O samba foi feito por Jefinho Rodrigues, Arlindinho Cruz, Marquinho Índio, Lauro Silva, Prof. Renato Cunha, Cleiton Roberto, Felipe Mussili e Igor Leal. O intérprete Wander Pires foi o responsável por comandar o carro de som da equipe e fez uma ótima condução. A parceria contou com apoio e uma grande torcida, que levou balões nas cores verde e branco, além de bandeiras da agremiação, e cantou forte. Alguns componentes da escola também cantavam trechos da obra. Destaque para a melodia e o refrão principal: “Posso provar a verdade da gente/É o passado, futuro presente/raiz da Vila Vintém, à flor da idade/eternamente Mocidade/”. É um refrão fácil de decorar. A apresentação foi um dos destaques da noite e entra como um dos sambas favoritos na grande final.

Parceria de Jaci Campo Grande: Samba composto por Jaci Campo Grande, Paulo Ferraz, Alex Cruz, Dr. Marcelo, Duda Coelho, Marcinha Souza, Lucio Flávio, Elian Dias, Paulo Bachini e Bimbim Portela. Fantasiado de astronauta, Leozinho Nunes comandou o carro de som juntamente com Igor Pitta. Os dois foram fundamentais para o bom rendimento da obra durante a apresentação. Fora do palco, os torcedores deram um show e compareceram em peso – muitos com bandeiras e balões nas cores da agremiação -, com direito a fantasias de aliens, e guarda-chuva transformados em discos voadores. Foi a torcida mais animada nesta noite. A parceria conseguiu se sobressair e garantiu a vaga na grande final.

Parceria de Paulo Cesar Feital: A última obra a se apresentar foi escrita por Paulo Cesar Feital, Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denilson Rozario, Carlinhos da Chácara, Marcelo Casanossa, Rogerinho, Nito de Souza, Dr. Castilho e Léo Peres. Um dos destaques da noite, o samba foi interpretado por Thiago Brito e Igor Vianna, que fizeram uma boa apresentação. A torcida fez sua parte e levou balões nas cores da Mocidade, além de bandeiras. Nas duas primeiras passadas – sem a bateria -, os torcedores assumiram a responsabilidade e cantaram o refrão principal forte, em coro, sozinhos. Na quadra, alguns componentes da Verde e Branca também cantavam trechos do samba. O refrão principal “chiclete” contribui para que o público pegue a letra com maior facilidade. Destaque, também, para a riqueza poética da letra. Sem dúvida, a parceria chega na final como forte candidata ao hino oficial da escola.

Inspirada por Diogo Nogueira, X-9 Paulistana apresenta samba para Carnaval 2025

Honrando o apelido de Terra da Garoa, a fria noite de sexta-feira em São Paulo tinha um motivo para comemoração na Zona Norte: a apresentação do samba-enredo da X-9 Paulistana, escola que retornará ao Grupo de Acesso I no carnaval 2025 como campeã da terceira divisão da folia na cidade. Para embalar o enredo “Clareou! Um novo dia sempre vai raiar”, desenvolvido pelo carnavalesco Amauri Santos, os compositores Diogo Nogueira, Arlindinho Cruz, Inácio Rios, Igor Leal e André Diniz criaram a obra exposta, pela primeira vez em público, na quadra da agremiação, localizada na Travessa Casalbuono, ao lado do shopping Center Norte, na Vila Guilherme. O CARNAVALESCO marcou presença no evento e conversou com diversos segmentos da escola sobre a canção e, também, sobre o enredo para o Jubileu de Ouro da instituição – a escola completa 50 anos no dia 12 de fevereiro de 2025.

Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Samba aprovado

Com sambistas conhecidos nacionalmente dentro e fora do mundo do carnaval, a obra teve aprovação unânime de todos os ouvidos pela reportagem. A começar por uma figura importantíssima da escola: Reginaldo Tadeu Batista de Souza, muito mais conhecido como Adamastor. Na ficha técnica, ele aparece como presidente da instituição, mestre de bateria e também foi citado como diretor de carnaval – algo que ele próprio negou, destacando que a Comissão de Harmonia também exercerá a primeira direção citada.

Falando especificamente da canção, o principal nome xisnoveano aproveitou para falar sobre o trabalho como um todo: “Eu sou suspeito a dizer porque nós fizemos parte desde o início do projeto. O que é muito legal e eu tenho que ser muito transparente para dizer é que todos os presidentes querem um bom samba. O próprio compositor, em muitos anos acerta a mão e, no outro ano, não acerta a mão. E eu digo que a nossa felicidade na X-9 foi que os compositores, através de todo um trabalho do projeto da direção de carnaval, carnavalesco, eu estando junto, acertaram a mão. Foi um projeto detalhado, foi um projeto muito sério, foi um projeto muito grande de carnaval para se chegar a essa obra que eu acredito que é um dos melhores sambas do carnaval de São Paulo. E nós estamos muito pés no chão e sabemos que a nossa grande preocupação é apresentar um grande desfile para a X-9 ano e para o carnaval de São Paulo”, pontuou.

Assumindo como carnavalesco solo em 2025 (em 2024, a X-9 teve uma Comissão de Carnaval), Amauri Santos também mostrou-se satisfeito: “Gostei muito, muito mesmo, do samba. Ele demorou um pouquinho a sair, era uma ansiedade que a gente também estava. Devido ao compromisso dos compositores, por saber que ele foi encomendado, a gente tinha quase certeza que sairia um samba bom. E saiu. Eu gostei muito desse samba desde a primeira vez que eu ouvi. Nós fizemos alguns ajustes, mas está aí. Eu acho que é um dos melhores sambas do ano”, elevou.

Responsável por conduzir o pavilhão verde, vermelho e branco, Julia Mary foi só elogios à obra: “Se eu gostei do samba? Com certeza! A expectativa da galera tem que ser bem grandiosa. Do pouquinho que a gente ouviu ali, na reunião interna da X-9, vem samba bom por aí. Fiquem preparados, porque é um samba muito emocionante. É um samba que toca a gente, no fundo do nosso coração. E, quando o samba toca a gente dessa maneira tão íntima, não tem como um trabalho ser ruim. Além de um samba bom, esperem um trabalho muito bom do casal de mestre-sala e porta-bandeira também”, disse – aproveitando para destacar o trabalho feito por ela. Igor Sena, parceiro de Julia e mestre-sala da agremiação, foi sucinto: “Como a Júlia disse, o samba está muito lindo, está muito emotivo. Ele, literalmente, toca na gente. Vai ser incrível, vai ser bem lindo, vai ser bem especial”, vaticinou.

Para cantar bastante

Um dos pontos mais destacados por muitos que participam de setores musicais da X-9 Paulistana em relação ao samba foi o canto da comunidade logo no primeiro ensaio – após a apresentação, a escola já começou a rotacionar desfilantes. Para Paulo Rogério, o Paulinho Barba, integrante da Comissão de Harmonia da escola, tal característica da obra ainda não chegou no ápice: “Eu já tinha escutado o samba no estúdio, é um samba que vai crescer muito ainda. E um excelente samba, que foge da mesmice do carnaval. Se você pegar a letra dele, ele foge dessa mesmice. É um samba pra cima, bom, o objetivo dele é levantar a galera – e vai levantar a galera lá no dia do desfile”, prometeu.

Mestre da “Pulsação Nota Mil”, bateria xisnoveana, ao lado de Adamastor, Keel Silva filosofou sobre a qualidade da canção: “Eu achei o samba sensacional! O samba não tem o que falar. É emocionante. É um samba que, no primeiro dia, já deu para ver aqui no evento que a gente fez, que a escola já abraçou, a escola já estava cantando. Um samba que a gente tem certeza que vai funcionar na avenida, que vai emocionar muita gente. A mensagem do enredo, a mensagem do samba, ela já é uma mensagem que emociona, que mesmo as pessoas que não são da escola, quando ouvirem, vão refletir sobre a própria vida, sobre o recomeço, sobre as vezes que a gente cai no chão, que a gente tem que levantar, tem que se reerguer. No samba, os caras acertaram na mão. A gente tem um baita samba na mão pra colocar na avenida. Agora é trabalhar”, destacou.

O canto foi o destaque da canção para Daniel Collete, um dos intérpretes da instituição: “Curti muito o samba! Ainda mais por estar junto deles, pelo desempenho que foi e pela resposta que o samba teve. A melhor resposta é o povo: com uma passada só eles já estavam cantando. Se você perceber, nós, praticamente, só fizemos cacos de janela para não atrapalhar o povo do canto”, afirmou. Ele foi acompanhado por Helber Medeiros, parceiro de microfone: “Se você for ver, a diferença você nota no povo cantando. Você percebe a valentia que o samba tem com o povo cantando. Até perdemos um pouco da nossa essência, já que, se deixar, o samba flui naturalmente. Não precisamos nem cantar. O samba é isso, bastante valente”, vislumbrou.

Reestreando de maneira oficial na X-9, Royce do Cavaco elogiou a obtenção de uma identidade para a obra: “Eu fui o último a chegar, então eu comecei a aprender o samba hoje. Quando você começa a aprender, você começa a pegar paixão pelo samba com a essência dele. O interessante é que esse é um samba diferente do trivial que ouvimos normalmente. Ele é diferente, e isso é um ponto positivo. Além de tudo, ele é valente”, comentou.

Música que virou enredo

Pouco a pouco, a ideia de músicas ganharem roupagem de desfile de escola de samba foi se popularizando no carnaval. Em São Paulo, a Dragões da Real, que já tinha feito “Dragões Asa Branca” em 2017, novamente investirá em um clássico do cancioneiro brasileiro em 2025, com “A vida é um sonho pintado em aquarela”. A Mancha Verde, em 2022, foi campeã com “Planeta Água”. No Rio de Janeiro, a junção de duas músicas de Luiz Carlos da Vila foi apresentada em “Nas Veias do Brasil, É a Viradouro em um Dia de graça” pela Unidos do Viradouro em 2015, enquanto “O que é, o que é?” foi a canção do Impéro Serrano em 2019.

Em 2025, a X-9 Paulistana se inspirou em “Clareou”, música já imortalizadana voz de Diogo Nogueira, mas composta por Serginho Meriti e Rodrigo Leite – este último presente na apresentação do samba-enredo.

E, de tão emocionado, ele fez uma comparação nada usual: “É uma emoção inédita, quase inexplicável. A gente está do outro lado do balcão, do outro lado da caneta, a gente recebe o tema e desenvolve, trabalha em cima disso. Todos os dias, com os meus parceiros, nesse caso, o Serginho Meriti, que é meu mestre. Eu estava até falando com o Diogo Nogueira essa semana, ele perguntou se eu gostei do samba e eu falei que não tenho nem muito o que falar. Eu estou meio em êxtase, eu estou sem palavras… é uma notícia que ainda está chegando, eu estou absorvendo ainda. É muita emoção, é um grau muito elevado de emoção. É como um filho mesmo que vai para a NASA, que vai para outro mundo. Foi uma surpresa, é emocionante demais. A gente está muito feliz de poder contribuir para essa volta da X-9, que é uma escola gigantesca. Eu sou paulista, sou daqui, e sei o tamanho da X-9, toda a sua tradição, toda sua história. A gente poder contribuir para essa volta, que eu acho que vai ser certeira, é muito gratificante”, chocou.

Como não poderia deixar de ser, ele também gostou da canção que homenageia uma canção dele próprio, aproveitando para destacar os compositores que criaram o samba-enredo: “”Amei o samba, sou louco pelo samba. Agora já estou até cantando ele! Essa semana, tive o privilégio de ter o acesso um pouquinho antes do que outros pessoas, então já estou decorando. Amo, inclusive, os compositores do samba – que são, na sua maioria, todos meus amigos – Diogo Nogueira, Arlindinho, o Inácio Pires… eu acredito que tenha sido um desafio também enorme: você pegar uma obra e transformar aquela obra numa numa outra obra! Tem sido surreal, tem sido um pouco inexplicável. Mas, não importa o que a gente diga, o que está rolando no coração… é muito forte, mesmo”, comentou.

Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Ainda sobre o enredo…

Amauri aproveitou para exaltar quem ajudou na criação da temática, estreando na agremiação: “Na verdade foi uma parceria, essa sinopse foi uma parceria com o Leonardo Dahi, nosso enredista. E o samba está completamente dentro do enredo, porque nós preparamos também algo muito didático para o compositor. Como nós já havíamos desenvolvido uma boa parte do trabalho de fantasias, alegorias também, nós escrevemos tudo isso para os compositores. Demos uma cartilha ali e eles, com o talento deles, deixaram muito justo. O samba veio e nós fizemos pequenos ajustes para ficar mais dentro do que a gente pensou, mas o samba, como eu falei, caminha perfeitamente de mãos dadas com o que a gente desenvolveu”, destacou, afirmando que, ao contrário do que muitas vezes acontece, a parte estética já está em desenvolvimento antes da apresentação do samba.

Daqui em diante

Utilizando uma metáfora com o mundo do automobilismo, Adamastor explicou o motivo pelo qual apresentou o samba-enredo apenas no mês de outubro, enquanto muitas outras co-irmãs já estão com as canções há mais tempo oficializadas: “É igual uma estratégia de corrida. Quando você sai correndo muito na frente, você pode perder o fôlego no meio ou mais para o final. Isso é o que eu entendo para o projeto da minha escola. Eu não quis sair muito na frente porque eu sei os potenciais que eu tenho e que não tenho. Eu precisava ter o momento da X-9 Paulistana para dar início no projeto. Eu acredito que eu estou começando no momento correto, que corresponde ao momento da nossa comunidade. O pessoal veio com a quadra cheia, gostaram do samba. E, a partir de agora, nossos ensaios serão de sextas e domingos”, comentou.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira também exalou confiança para falar do futuro próximo: “A gente já deu aí alguns passos, já pensamos em algumas coisas para introduzir e criar o começo do corpo do nosso trabalho. Estamos na expectativa, é um samba bem legal, que abrange muita coisa. Dá para a gente fazer bastante coisa, muito movimento de trabalho. A gente está com uma expectativa muito grande para ser um trabalho bem grandioso”, destacou Julia. Igor aproveitou para fazer uma confissão: “Particularmente, esse é um dos momentos que eu mais gosto: a parte de montar a coreografia. É um samba que exige muito, mas é fácil de se montar coreografia porque tem bastante coisas, bastante palavras, expressões… tudo isso facilita esse processo coreográfico. A cabeça está a milhão já, está explodindo de ideias. Vai ser bem legal”, prometeu.

Com direito a uma brincadeira no final, Keel destacou o quanto a Pulsação Nota Mil já, inclusive, executou bossas e convenções na apresentação: “Como a gente faz umas três semanas que estamos com o samba, eu falei com a galera para a gente preparar alguma coisa para ter algo a mais além do samba no evento de hoje. Por exemplo: o tamborim e o chocalho já estavam fazendo algumas passagens diferentes, o surdo de terceira também. A gente fez a bossa da introdução, do grito de guerra com os três cantores (que, inclusive, está na faixa oficial, quem ouvir vai conseguir identificar), e a gente fez uma bossa especial na faixa que a gente resolveu. Essa bossa dá para fazer, e a gente veio ensaiando há umas duas, três semanas atrás. A bateria executou hoje, deu tudo certo. E tem mais surpresas por aí! A gente vai tentar trabalhar com o samba, sempre ter as bossas, as convenções que a gente vai fazer. Muitas têm algum sentido do que está falando da letra – se não faz sentido para as pessoas que estão ouvindo de fora, para a gente é que faz sentido. Às vezes é uma homenagem para alguém, homenagem para alguém da escola, uma homenagem para alguém que já se foi. A gente sempre tenta trazer coisas que as pessoas vão entender. Se as pessoas da escola entendem, até as pessoas de fora vão entender. Para mim, tudo tem que ter um sentido na bateria. Mas, aguardem: tem bastante novidade poraí, em breve já vai ter vídeo pra caramba, já que hoje em dia vídeo viraliza”, riu.

A dinâmica da Comissão de Harmonia também foi revelada por Paulinho: “Bom, primeiramente, nós somos uma comissão. Nós já fomos a Comissão de Harmonia na escola em 2024, nosso objetivo é fazer o povo cantar – o povo é muito carente de canto. Nós vamos ensaiar especificamente o canto, trazer o pessoal para a quadra, ensaiar o canto indo, por exemplo, em alas que nós temos fora de São Paulo ensaiar com o pessoal lá, trazer o pessoal e distribuir a Harmonia dentro da escola, já desde o começo para cada um saber quem é o seu chefe de ala. Assim, eles vão poder estar interagindo e estar sempre trazendo o samba na ponta da língua”, comentou.

Daniel Collete não se deu por satisfeito ao falar do quanto a canção interpretada por ele pode crescer: “Falta coisa para caramba! Queremos chegar na avenida sem deixar recado para ninguém. Graças a Deus nós temos um grande professor, o Royce do Cavaco, eu vim na bota dele e ele também veio com a gente. Nós estamos colocando várias ideias em prática. Se é bom para a X-9, é bom para a gente”, destacou.

Mesmo sendo interrompido pelos parceiros após fazer uma brincadeira, Royce do Cavaco mostrou a perícia que a experiência traz ao dar uma prévia de quando a obra estará melodicamente pronta: “O trio é eles! Eu vim tirar uma onda. Para fechar a tampa da parte técnica do samba, com visão, melodia e etc, acredito que até meados de novembro já estará fechadinho. Dali até o carnaval, é só ajustar os cacos, ver o que fica mais bacana e legal”, finalizou.

‘lyá chamou Oxalá preto rei pra sambar!’ Em disputa apertada, parceria de Samir Trindade vence samba-enredo da Portela para o Carnaval 2025

Por Luan Costa, Lucas Santos e Guibsom Romão

Na decisão mais apertada da história centenária da Portela, segundo o presidente Fábio Pavão, a Majestade do Samba consagrou a parceria de Samir Trindade, Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira como vencedora do concurso de samba-enredo para o Carnaval 2025. O resultado foi divulgado depois de 6h deste sábado e a quadra seguiu lotada para festa dos portelenses. A escola, em 2025, homenageará o cantor e compositor Milton Nascimento com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”, que será desenvolvido pelos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga.

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Foto: Guibsom Romão/CARNAVALESCO

O compositor Samir Trindade, quatro vezes campeão da disputa de samba-enredo da Portela, conversou com o CARNAVALESCO após a vitória na escola.

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Compositor Samir Trindade venceu pela quarta vez na Portela

“É a quarta vez campeão aqui na Portela, mas dessa vez é especial, eu estava engasgado, alguns vices seguidos, muito sofrimento, muita luta e resiliência, mas essa torcida merece muito, é uma torcida que me carrega aqui, é uma torcida da comunidade, estavam com a espinha na garganta pra gritar é campeã. Eu tenho certeza que a Portela vai chegar na avenida com um grande samba, estou muito feliz. Quem acredita na vida não deixa de amar e eu nunca deixei de amar a Portela”, disse o compositor Samir Trindade.

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O compositor Paulo Lopita 77, que também venceu pela quarta vez, celebrou a conquista: “Eu ganhei na Portela por três anos seguidos, 2016, 2017 e 2018. Ganhei com o Samir. Estamos nesta parceria juntos há 20 anos. Já tinha um tempinho que a gente não ganhava. É um novo tempo, uma conquista muito grande. Foi muito trabalho, muita luta, vem com um sabor muito grande. Esperamos que esse samba possa ser para a Portela muito importante na Avenida, assim como a gente ganhou aqui, que ela possa ganhar lá. E fazer samba sobre o Milton, que é um grande artista, não foi fácil, tivemos que estudar muito, mas gerou essa grande obra”.

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Compositor Brian Ramos

O compositor Brian Ramos comemrou sua primeira vitória na disputa de samba da Portela. “A primeira conquista, a primeira vez. Sensação indescritível, ano passado vice-campeão, esse ano campeão, estou realizando um sonho de infância. Realmente, quem acredita na vida não deixa de amar”.

Feliz com a safra de sambas da Portela para o Carnaval 2025, o presidente Fábio Pavão conversou com o CARNAVALESCO sobre a disputa e abordou também a confiança da escola no enredo e na comissão de frente.

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Presidente Fábio Pavão

“Eu queria aproveitar para parabenizar a ala de compositores da Portela pela qualidade nas obras e pelo engajamento que eles tiveram nesse concurso, pela forma como esse concurso de samba aconteceu. Ser compositor da Portela, ninguém no mundo pode entender, mas requer que a pessoa tenha um conjunto de valores de respeito ao samba, de respeito à Portela. A minha confiança no enredo de 2025 é total. Os carnavalescos, o André e o Antônio, desde que propuseram o enredo, tudo que vem sendo feito até agora e vem sendo apresentado é de grande excelência! A sinopse, os sambas, as fantasias, e agora é uma parte importante que culminou o processo de escolha com um grande samba. Também tenho confiança total na nossa comissão de frente. “Tanto que nós renovamos os coreógrafos que perderam um décimo agora e que gabaritaram no ano anterior”.

‘Milton Nascimento está feliz’, garante carnavalesco

No segundo ano a frente do carnaval da Portela, os carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga se mostraram já mais entrosados com a comunidade e com a expectativa de fazer um desfile ainda melhor que em 2024.

“Acho que a gente está bem esperançoso agora, essa é a palavra e eu acho que na noite de hoje a gente está muito tranquilo. É um sentimento de serenidade também. A Portela está muito feliz com o trabalho que a gente fez e com o enredo. Estamos muito empenhadados em fazer um grande carnaval e melhor até que o último que passou”, analisa André.

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Os pesquisadores da Portela com os carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga

“Foi um passo muito importante para a escola nessa reconexão com a forma de fazer carnaval competitivo e forma de fazer carnaval feliz. A escola está muito feliz e a gente espera acelerar ainda mais este processo. E o Milton Nascimento também está muito feliz. Ser homenageado pela Portela, acho que é a maior alegria que uma pessoa pode receber em vida. Ele está muito, muito contente. A gente tem um contato de muito respeito, de troca. Ele está muito lisonjeado e na expectativa de um grande carnaval, de uma grande homenagem”, acrescentou Gonzaga.

André Rodrigues revelou qual em sua opinião será o grande trunfo para a Portela no próximo carnaval.

“O que a gente está sentindo hoje, é primeiro a comunhão do portelense, a comunhão de quem ama essa escola, e, principalmente, o acreditar no campeonato. Eu acho que esse é um dos grandes trunfos e um dos grandes legados do último carnaval, que é acreditar que a gente pode levar o campeonato, acreditar que a Portela é uma grande escola, que ela tem que ser respeitada, que ela tem que pisar na avenida com o tamanho que ela tem, sendo respeitada pela história que ela tem, sendo propositiva também. A expectativa é de realmente fazer um carnaval para ganhar, e a gente espera que o portelense também pegue esse ânimo e vá pra avenida com ele. É a união de duas grandes marcas, o Milton e a Portela, é a cultura brasileira”.

Diretor de carnaval da Portela, Junior Schall contou ao CARNAVALESCO como está a preparação da escola para o desfile e falou dos ensaios projetados para o Carnaval 2025.

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Junior Schall, diretor de carnaval da Portela

“A gente vai esperar uma Portela intensa como foi a final. A Portela precisa entender com ênfase que esse é o caminho. O caminho da potência. O caminho de quem vai encerrar as carnaval homenageando Milton Nascimento, ou seja, com um obra que contempla o enredo e com isso alicerçam o trabalho do André Rodrigues e do Antônio Gonzaga (carnavalescos). Semana que vem a gente já vai divulgar a agenda dos ensaios de quadra, ensaios de rua, pra começar o mais imediato possível todo esse trabalho, para manter a excelência do ano passado. Cantar e evoluir com uma Portela se emocionando de dentro pra fora. É importante dizer isso. Esse samba que emociona o povo também para fora e uma escola consegue fazer o caminho contrário, que a gente possa cada vez mais treinar, treinar, treinar, cantar, cantar, cantar e nos emocionar”.

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O intérprete Gilsinho falou ao CARNAVALESCO sobre a relação com mestre Nilo Sérgio, o samba de 2025 e o sucesso do ponto de Xangô na arrancada de 2024.

“O relacionamento com a bateria do Nilo Sérgio é antigo, funcionou nos outros anos e vai continuar funcionando, é um casamento perfeito. O samba deste ano saúda o Milton, canta sua obra e leva a musicalidade forte da Portela para a avenida. Em 2024, o ponto de Xangô fez muito sucesso, mas em 2025 iremos com algo tão marcante quanto, podem aguardar”, prometeu o cantor.

Em entrevista ao CARNAVALESCO, mestre Nilo Sérgio fez um balanço do trabalho em 2024, a preparação da “Tabajara do Samba” para 2025 e o entrosamento com o intérprete Gilsinho.

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Mestre Nilo Sérgio, comandante da Tabajara do Samba

“A preparação é em cima da musicalidade do Milton Nascimento. A Portela está preparando algumas coisas, eu venho com tambor de mina, a família Silva está sempre ajudando a gente. A bateria da Portela está preparada e eu já estou com alguns arranjos já preparados pra poder colocar no samba. Sobre as notas de 2024, na hora eu não entendi como eu perdi dois décimos na bateria, mas teve um simpósio na Liesa e eu entendi um pouco o que eles falaram, mas essa parte da musicalidade que eu coloquei da afinação, cada uma escola tem a sua afinação, não estou falando que estava errado ou não. Eu fiquei revendo e acho que não teve problema, mas eu perdi, é igual jogo de bicho, vale o que está escrito. Eu aceitei. E vamos trabalhar mais um pouquinho. Eu e o Gilsinho somos lá do Irajá. Sempre achei ele fora de série. O Gilsinho é uma grande voz e temos um casamento perfeito. A bateria casou com com a voz com a voz dele e ele encaixou com a bateria”.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Portela, Marlon e Squel, conversou com o CARNAVALESCO sobre a preparação para o desfile, mais uma cabine de julgamento, e, claro, a fantasia de 2025.

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“A gente já tem ideias de desenhos coreográficos, de movimentos, mas esperamos o samba ser escolhido para saber se casa ou não. O tempo, como que se vai ser feito. Nos meus últimos carnavais eu digo que eu saio da avenida e consigo desfilar novamente se for preciso. Se eu tivesse que fazer mais três, quatro cabines, eu faria. É acreditar na preparação que eu faço e acreditar na minha dedicação, é só uma questão de ensaio, é só mais um ensaio. Acho que praticamente vamos começar do zero, em relação ao desfile de 2024, estamos estudando as justificativas para fazer algo novo, é tudo novo. Os portelenses vão gostar das nossas fantasias, só digo isso, eles vão gostar”, garantiu a porta-bandeira.

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“A gente já tem um corpo coreográfico pré-pronto. Esperammos sair o samba agora do carnaval de 2025 e adaptamos esse corpo de coreografia que são os requisitos que normalmente se cobra. Várias características que a gente sabe que tem que ter na dança do mestre-sala e porta-bandeira. E com esse samba escolhido, a partir deste momento, a gente começa a elaborar, a desenvolver mais o corpo coreográfico que a gente já tem em mente. Sobre ter mais uma cabine de julgamento, com certeza, muda a preparação física. A gente começou a intensificar um pouco mais. E uma nova cabine, um novo modelo de se apresentar, porque querendo ou não, vai muito do psicológico também, a gente está adaptado a entrar, se apresentar para uma cabine dupla, depois mais uma no meio e depois outra no final. E agora a gente tem uma outra, uma quarta cabine antes da finalização da Sapucaí. E aí, você moldura a sua forma e sua técnica de dançar. Você começa a se resguardar mais em alguns pontos da Sapucaí para realmente chegar inteiro na última. Minha mudança de 2024 para 2025 é que vou tentar deixar a emoção um pouquinho mais contida, eu acho que 2024 foi um carnaval muito emotivo para mim em várias perspectivas. Troca de porta-bandeira, a chegada da carnaval do centenário, que mexeu muito comigo psicologicamente e eu estava muito emotivo. A entrada da Portela na Sapucaí em 2024 foi algo alucinante, e talvez a emoção foi mais a flor da pele. Com certeza 2025 não vai ser dessa forma, é algo que eu já venho trabalhando há alguns meses. A fantasia de 2025 é maravilhosa, divina, inclusive, já fizemos até a primeira prova”, afirmou o mestre-sala.

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Novamente, a Portela terá no comando da comissão de frente os coreógrafos Leo Senna e Kelly Siqueira. Ao CARNAVALESCO, eles falaram do carinho da comunidade portelense, da relação com os carnavalescos e do trabalho para o desfile do ano que vem.

“A gente nunca se sentiu tão abraçado, tão acolhido pela comunidade, pelos segmentos da escola. A comunidade aumenta, a nossa responsabilidade. Quando nós chegamos aqui, a comissão de frente era chamada de ‘calcanhar de Aquiles’, a gente acabou com isso. Mas agora a nossa responsabilidade aumenta na Portela. A gente não quer só o básico. A gente não trabalha com um rendimento que não nos leve ao melhor resultado possível, temos que entregar o melhor para a comissão sempre. Os carnavalescos participam muito, desde a escolha do enredo, a gente começa a ter reuniões. A gente leva para eles essa troca de ideias, todas debatidas entre nós quatro. A gente vai criando a narrativa inteira, que eles dão muita autonomia pra gente também. Levar a construção da comunidade frente a frente. É uma troca entre as diferentes áreas. Já estamos trabalhando a nossa narrativa através do enredo, e agora com esse samba vencendo, a gente acredita que a escolha foi muito bem apropriada, nos permitindo dialogar com um grande samba, com melodia forte e a gente vai encaixar perfeitamente”, comentou o coreógrafo Leo Senna.

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Coreógrafos Leo Senna e Kelly Siqueira

Como passaram os sambas na final

Parceria de Toninho Geraes: O primeiro samba da noite teve a assinatura dos poetas Toninho Geraes, Eli Penteado, Alexandre Fernandes, Víctor do Chapéu, Paulo César Feital, Juca e Juninho Luang. Samba com uma melodia muito forte, criativa e bem desenvolvida, como Milton sempre assinou as suas obras. O samba chama atenção principalmente pela construção da harmonia e encontros melódicos entre suas diferentes partes. Menos explosivo que os concorrentes, conta com um refrão principal que homenageia Milton através do jogo de palavras com “Mil tons geniais”, reverenciando também mestre Candeia e a Portela e a música mineira através dos “tambores de gerais”. Destaque melódico para o refrão do meio, principalmente pelo trecho “feito ouro aluvião, bateiando uma canção, veio à beira do rio”. No refrão principal “o meu samba é oratório” permite uma segunda voz como resposta, realizado algumas vezes pela equipe de voz. Comandado no palco por trio Bruno Ribas, Emerson Dias e Chitão Martins, os cantores mostraram entrosamento e solidariedade, sem vaidade deixando cada um se destacar. Bruno, particularmente, pode “brincar” com uma melodia que pedia sua terças e vocalizacões de sua voz aveludada A parceria trouxe uma torcida animada com bandeiras e tapetes de bolas, os componentes na passada sem o acompanhamento dos cantores, cantaram com força principalmente o refrão principal. Já com a quadra o envolvimento foi bem tímido e o samba teve um andamento que trazia mais para o meio da apresentação uma queda na animação, ainda que não tenha tido problemas para encaixar com a “Tabajara do Samba”.

Parceria de Jorge do Batuke: O segundo samba da noite foi assinado pelos compositores Jorge do Batuke, Neizinho do Cavaco, Feijão, Marcio Carvalho, Araguaci e Claudio Russo. O samba, bastante melodioso e com uma “jeitinho bem nostálgico” em termos de melodia, começa arrumado em duas quintilhas (estrofes de 5 versos) que são semelhantes em harmonia e ajudam a obra a ganhar ritmo ao mesmo tempo que introduzem o tema e apresentam o homenageado através de versos imagéticos, apresentam Milton, a Portela e a Minas Gerais de fundo. A partir de “Dobrando a esquina lá vem Madureira”, que também em um destaque melódico pela escolha das notas, há uma mudança de notas com o forte e dançante “É pó! É poeira”, até chegar o refrão do meio “La êh” fazendo referência de forma proposital a vocalização da música “Maria, Maria”. A partir de “vozes que vão encontrar” a escolha é por notas que exprimem um assunto mais sério, mas ainda sem perder a alegria e a nostalgia da melodia. No refrão principal “No azul da Romaria” a aposta segue não pela explosão, mas por uma linha melódica mais desenvolvida e clara. Comandado por Pitty de Menezes e contando com os apoios de Tem-Tem Jr e Tuninho Jr, a apresentação trouxe para a quadra uma atmosfera diferente. Muita gente se envolveu, dançou e cantou, a torcida, inclusive, participou bastante naquela primeira passada sem as vozes no microfone. Um andamento gostoso, cadenciado, balanceado, mas com muita pressão permitiu que a “Tabajara do Samba” ficasse bem a vontade. Na torcida também se observou uma grande festa de cores com papel picado, mini-sois, balões, além de Oxalá, a águia e um sósia do Milton Nascimento, erguidos no ar. Apresentação muito consistente de um samba bem consolidado e aparentemente já na boca do portelense.

Parceria de Samir Trindade: Além de Samir Trindade, a obra foi composta por Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira. A obra traz uma negritude muito forte que marcou não só a música, mas a história de Milton Nascimento. Essa negritude, esse molejo, essa força já está presente de cara no refrão principal “Oxalá preto rei pra sambar Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar Anjo negro é o Sol que faz a Portela cantar Anjo negro é o Sol na minha Portela”. A obra também tem um caráter de versos construídos em uma linha melódica de notas mais alegres, pontuando bastante as finalizações antes dos refrãos, como nos versos “Onde Candeia é chama/Brilha Milton Nascimento”. O refrão do meio “Nessa estrada é sonho, é poeira” como em outras obras, a própria construção melódica e a letra traz esse tom mais nostálgico que é presente também na música de Milton, principalmente em relação às coisas do dia a dia e em especial de Minas Gerais. Destaque melódico para a construção de notas para o trecho “Nas mãos, girassóis na travessia minh’alma em cantoria vem a tarde, vão-se as dores”. Comandado por Tinga no palco, a parceria manteve o clima bem quente tendo muita força e energia no refrão principal “Iya chamou Oxalá preto rei…”. O canto foi bom, inclusive, na passada sem as vozes no microfone e a quadra teve um bom envolvimento com a obra. O andamento também esteve bem ajustado com a “Tabajara do Samba”. A torcida foi um show de colorido com estandartes e girassóis na mão, além de um sósia de Milton Nascimento sendo erguido no ar. Apresentação com muita energia como vinha sendo característico da parceria.

Império Serrano divulga sambas concorrentes para o Carnaval 2025

O Império Serrano divulgou nesta sexta-feira os sambas concorrentes para o concurso que vai escolher o hino para o enredo “O que espanta miséria é festa”, de 2025. Assinado pelo carnavalesco Renato Esteves, o tema é uma homenagem ao compositor Beto Sem Braço. Na última terça-feira, o Reizinho de Madureira recebeu 15 composições, que passaram por uma avaliação interna antes de serem apresentados ao público.

Conheça os sambas inscritos:
Samba 1 – Alex Ribeiro, Luiz Fernando, Rodolfo Caruso, Juarez Amizade, Márcio Juniot e Edu D’Ávila.
Samba 2 – Pedro Russo
Samba 3 – Dom Vidal, Makley Matos, Léo Capoeira e Igor Ribeiro
Samba 4 – Xande de Pilares, Aluísio Machado, Henrique Hoffmann, Carlos Senna, Jefferson Oliveira e Leandro Maninho
Samba 5 – Nego Jussa, Jorginho da Flor, Darlen, Licio e Berequinho
Samba 6 – Eduardo Henrique, Tião Sapê, Sandro Santos, Jerri Miranda, Genesis Nascimento e Adalberto Jr
Samba 7 – Luís Carlos do Cavaco, Og do Cavaco e Malibuá da Cuíca
Samba 8 – Vera Alice, Sérgio Mineiro, Vera Lúcia, Amarildo Ribeiro, Edilamar e Delson Antunes
Samba 9 – João Bôsco, Duda Marechal, Neném Madureira e Tonho de Rocha Miranda
Samba 10 – Edson Titia, Tácio Dom, Augusto Locutor e Leandro Alegria
Samba 11 – Marinho Sommelier
Samba 12 – Victor Rangel, Wagner Guerra, Gigi da Estiva, Patrick Avelar, Zé Mauro do Império e Rubinho Carioca
Samba 13 – Arlindinho, Lucas Donato, Lula Antunes, Victor Mendes, Totonho e Rafael Falanga
Samba 14 – Paulinho Valença, Marcão da Serrinha, Nilson Rangel, Cunha Barreto, Felipe Pithan e Bruno Maselli
Samba 15 – Matheus Machado, Cassiana Pérola Negra, Rafael Prates, Geraldo M Felicio, Bray do Samba e Gabriel Simões

Os sambas inscritos serão apresentados ao vivo durante a tradicional Feijoada Imperial, marcada para o dia 19 de outubro. A disputa seguirá nos dias 22 e 29 do mesmo mês, com a semifinal prevista para 5 de novembro e a grande final no dia 15.

George Louzada leva o samba pelo mundo em turnê europeia

O professor de samba e coreógrafo, George Louzada, uma referência no carnaval carioca, recentemente concluiu sua turnê pela Europa, que ocorreu de 22 de agosto a 29 de setembro de 2024. Durante um mês e meio, Louzada, como é conhecido no mundo da folia, passou por 10 países como Inglaterra, Espanha, França, Holanda, Portugal, Itália, Irlanda, Suíça e Polônia, levando a arte do samba no pé e a cultura do carnaval.

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Foto: Divulgação

“Em cada lugar que eu estive, a recepção foi sempre muito calorosa. Em todos os países que passei, encontrei grupos dedicados ao samba, que se esforçam para aprender e praticar essa arte”, comentou.

Além da turnê pelos países europeus, Louzada também esteve na Argentina. O dançarino também foi convidado a desfilar como destaque no famoso Carnaval de Notting Hill, em Londres, pela London School of Samba (LSS) e atuou como professor de samba no Festival de Estarreja, em Portugal, onde encerrou a turnê no maior festival de samba do norte português.

Ao longo da viagem, foram mais de 20 aulas particulares e 12 workshops realizados, atingindo uma média de 300 alunos. Com essa turnê, George Louzada não apenas promoveu o samba, mas também reafirmou seu compromisso com a cultura afro-brasileira e as questões sociais.

“A arte é um ponto de partida para que possamos discutir temas importantes como racismo e pertencimento”, concluiu.

O coreógrafo também destacou a importância do intercâmbio cultural entre os países: “O samba abre portas e rompe barreiras. É uma forma de conectar pessoas e culturas diferentes”.

Além de seu papel como educador, Louzada também coreografa alas e comissões de frente, consolidando seu nome no cenário do carnaval. Com vasta experiência em danças como street dance, danças urbanas e dança afro, fundamentais para sua conexão com a ancestralidade, hoje ele é um pilar na formação de novos talentos do samba, com nomes como Gabi Mendes, atual rainha do carnaval, e Dedê Marinho, rainha de bateria da Unidos de Padre Miguel entre seus ex-alunos.

Com mais de 52% dos votos, parceria de Samir Trindade é favorita para vencer samba na Portela

A Portela faz nesta sexta-feira a final de samba-enredo para o Carnaval 2025. Três parcerias estão na decisão. A escola, em 2025, homenageará o cantor e compositor Milton Nascimento com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”. Em enquete com os leitores do CARNAVALESCO, a parceria de Samir Trindade, Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira foi apontada por 52,8% como favorita para vencer a disputa. A parceria de Jorge do Batuke, Neizinho do Cavaco, Feijão, Marcio Carvalho, Araguaci e Claudio Russo ficou com 26,3% e a parceria de Toninho Geraes, Eli Penteado, Alexandre Fernandes, Víctor do Chapéu, Paulo César Feital, Juca e Juninho Luang ganhou 20,9%.

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Eugênio Leal ouve os compositores finalistas da Portela

Portela divulga fantasias das alas comerciais para o Carnaval 2025