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Viradouro é catimbó na busca pelo bicampeonato consecutivo! Parceria de Feital vence disputa de samba

Por Allan Duffes, Gabriel Gomes e Luan Costa

A Viradouro escolheu o samba-enredo da parceria de Paulo César Feital, Inácio Rios, Marcio Andre Filho, Vitor Lajas, Vaguinho, Chanel e Igor Federal para levar para Marquês de Sapucaí para o Carnaval 2025 e brigar pelo bicampeonato consecutivo do Grupo Especial do Rio de Janeiro, que seria o quarto da agremiação de Niterói. A escola, em 2025, terá o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, que será desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. * OUÇA AQUI O SAMBA DE 2025

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Aos 73 anos, o compositor Paulo Cesar Feital chegou ao terceiro título em disputa de samba-enredo na Viradouro. Ao CARNAVALESCO, ele celebrou a conquista e agradeceu a escola, além de exaltar o enredo.

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“A Viradouro foi a primeira escola que eu fiz samba-enredo. A Viradouro que me recebeu a vida inteira, com muita gentileza, com muita delicadeza e essa alma da Viradouro faz parte da minha alma. É de imenso valor, prazer, que eu sigo aos 73 anos comemorando uma vitória aqui, é como se eu voltasse aos 16. Além de agora, eu ganhei em 2016 com Alabê e 2020 com as ganhadeiras. Esse de 2025 é samba social, eu passei a minha vida inteira lutando pelo povo preto. É um samba de crítica social. O povo vem através do imaginário e da espiritualidade encontra um protetor e defensor. O Malunguinho é quando vem para o afro se torna exu-trunqueiro reencarnado. É aquele protetor que o povo pobre brasileiro precisava”, afirmou.

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Compositores Márcio André Filho e Inácio Rios

Inácio Rios festejou o resultado na escola da sua cidade. “Eu já chorei, já sorri, não sei o que eu faço. É um amor de infância aqui, eu sou de Niterói, nunca ganhei na escola, era um sonho ganhar aqui, agora estou realizando esse sonho. É uma mistura de emoções. É trabalhar agora para esse samba ser muito lindo na avenida. Eu gosto do ‘Acenda tudo que for de acender’ e do refrão principal, o da chave porque a chave foi muito falada na entrega do enredo”, disse o compositor Inácio Rios.

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Compositor Marcio André Filho

Quem também festejou demais foi o compositor Marcio André Filho: “O sentimento é de felicidade, essa parceria que eu já tenho com o Inácio, e o Feital também veio para agregar. Ele é um gênio, é um monstro da música popular brasileira. Acho que a gente acertou esse samba na veia, é um samba contagiante, ele tem várias partes altas, tem uma melodia diferenciada. Graças a Deus, a gente saiu com a vitória aqui na Viradouro, é uma felicidade muito grande. Queria agradecer a todos, a diretoria pela lisura da disputa, queria agradecer também a minha parceria inteira. Hoje a gente sai campeão dessa escola, que é uma escola a ser batida no carnaval”.

Galeria de fotos da final de samba da Viradouro para o Carnaval 2025

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Presidente de honra da Viradouro, Marcelão Calil, falou da busca pelo título, mais uma vez, no Carnaval 2025. “A gente só comemora, a gente não fica espalhando nada por aí, a não ser mais amor e mais tentativa de continuar ganhando. Por isso, essa escola na sua gestão tem dois caminhos, o caminho da disputa com as outras agremiações em que a gente sabe que é difícil, mas a gente faz o possível pela vitória. E o segundo caminho que é vitorioso, o ano inteiro que é ver a comunidade amando e curtindo essa agremiação”.

Diretor executivo da Viradouro, Marcelinho Calil falou ao CARNAVALESCO do samba campeão e do trabalho da escola para buscar o bicampeonato consecutivo do Grupo Especial em 2025.

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“O samba tem o espírito do homenageado. Os três sambas que estão aqui já preencher 99,9% das questões necessárias para ser campeão. Na verdade, havia uns 6 ou 8 com uma potência muito grande. Acho que é um samba que nos coloca em outro lugar para 2025. O enredo é o mais forte competitivamente falando que eu já fiz aqui, temos um enredo extremamente representativo, uma história brasileira negligenciada e que precisa ser contada. Precisamos manter tudo, a gente teve um carnaval muito feliz em 2024 e eu bato em uma tecla de que não foi um achado, foi a consolidação de um trabalho que já vem há algum tempo, basta ver Rosa Maria Egípcíaca e Arroboboi. A força competitiva da escola foi constituída nos últimos anos em pilares sólidos e isso, na minha concepção, é um fato. Precisamos ter toda atenção aos detalhes, não deixar o passageiro sucesso que já foi interferir no trabalho daqui pra frente. É a mesma vontade, o mesmo tesão, a mesma humildade, o mesmo pé no chão, o mesmo brilho no olhar, literalmente, de 2019″.

Carnavalesco com dois títulos na Viradouro, Tarcísio Zanon vai para mais um ano com um enredo muito elogiado. O artista conversou com o CARNAVALESCO sobre a aceitação do público, o samba campeão e o trabalho para 2024.

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“O samba tem o espírito do nosso Malunguinho. A gente sabe que o Malunguinho precisou lutar pelo povo dele. Por isso, a obra tem a força da Jurema, do Catimbó, do João Batista, desse grande líder. Todo ano é uma pesquisa muito intensa para o enredo. Eu gosto sempre de pautar enredos que sejam desconhecidos no grande público e de caminhar por esse Brasil profundo. E a Viradouro gosta de enredo místico. Esse ano, mais uma vez, a gente conseguiu acertar. Eu estou muito feliz. Mais uma vez, eu vou trabalhar artes cinéticas, que eu gosto muito, que tem tudo a ver com o conceito do enredo. E está tudo muito bonito. Eu espero que vocês gostem, porque a gente está fazendo com muito carinho”.

Diretor de carnaval da Viradouro, ao lado de Dudu Falcão, Alex Fab conversou com o CARNAVALESCO e citou qual será o caminho para buscar o bicampeonato consecutivo do Grupo Especial em 2025.

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“Sempre tem o que melhorar. As escolas se preparam, elas buscam a sua excelência. Cada ano é um ano, é um enredo, é um processo. A gente sabe aquilo que a gente pode melhorar e estamos trabalhando nesse sentido. Hoje, é um marco para esse processo, um dia muito especial, muito importante, o ciclo do carnaval expandindo. Nós entramos agora num processo de, após a escolha do samba, na próxima semana a gente faz uma preparação para gravação. A gente grava dia 23, é uma semana de trabalho, e aí após esse dia, a gente começa o nosso ensaio de canto. Os ensaios de rua começam, a princípio, 17 de novembro, na Amaral Peixoto, que é o nosso Maracanã”.

Comandante da “Furacão Vermelho e Branco”, mestre Ciça fez ao CARNAVALESCO um balanço do desfile de 2024, falou sobre o episódio que quase levou sua saída escola e projetou o desfile do ano que vem.

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“Muda um pouco de 2024 para 2025. A gente terá instrumentos diferentes e não serão usados atabaques. É um segredo agora para colocar em prática nos ensaios. E vamos colocar na avenida. Eu amo essa comunidade e a escola. Eu não sei se eu me senti mais querido pela escola, porque não me vejo assim. Eu vejo que eu sou um profissional; chego cedo, trabalho para caramba. E a comunidade gosta de mim assim, independente do que aconteceu. O meu melhor momento foi aqui e na União da Ilha. Lógico, a Estácio é uma escola para aprender tudo, é a minha escola de coração. Eu moro no bairro do Estácio, mas a Viradouro é uma coisa que fez parte da minha vida. Dos 37 anos de mestre de bateria, eu fiquei mais anos na Viradouro do que em qualquer outra escola. Tenho um carinho muito grande por essa escola”.

Indo para mais um ano como rainha de bateria da Viradouro, Érika Januza disse que se sente muito acolhida pela comunidade. Ela lembrou quando chegou na escola.

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“Quando eu cheguei aqui, uma novata na quadra, eu pensei, ‘ah gente, como vai ser?’ E eu fui muito bem recebida e acolhida. Eu amo estar aqui e eu fico feliz quando, por exemplo, eu não venho por algum motivo e os ritmistas mandam mensagem pra saber porque eu não apareci, o que aconteceu. A gente sabe que é verdadeiro. A minha relação com eles é muito boa. Eu fiquei muito feliz com o acolhimento, tinha um pouco de medo porque a gente tinha uma rainha que estava aí há alguns anos, mas estou conseguindo construir a minha história”, comentou Érika ao CARNAVALESCO.

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O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho e Rute, formam um ponto de segurança da escola para obter os 40 pontos. Eles falaram ao CARNAVALESCO sobre o trabalho e o apoio que recebem da escola, seja da direção ou da comunidade.

“É uma questão que deixa a gente com mais responsabilidade de não querer decepcionar. A gente trabalha muito para ajudar a nossa escola, para corresponder a toda confiança que a nossa diretoria deposita, por toda a estrutura que nos é dada e por nós mesmos. Porque todo artista tem a sua vaidade. E a vaidade do casal de mestre-sala e porta-bandeira é gabaritar. A comunidade acreditar no seu trabalho é um carinho, mas deixa a gente com mais responsabilidade, mas chega aqui só como combustível”, disse a porta-bandeira.

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“É uma pressão gostosa. Porque a gente não quer ficar em uma zona de conforto. Esta zona é ter as notas 10 na Quarta-Feira de Cinzas e esperar o próximo carnaval. A gente trata a pressão com leveza, mas com muita responsabilidade, sabendo da confiança que a escola tem na gente e, principalmente, a comunidade”, completou o mestre-sala.

Responsáveis pela comissão de frente da Viradouro, uma das melhores do carnaval, o casal Rodrigo Negri e Priscilla Mota conversou com o CARNAVALESCO e disse como é possível superar o trabalho de 2024.

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“Esquecendo a que passou, infelizmente, porque a serpente ficou, está cravada no coração. O Marcelão (Calil, presidente de honra), eu falei, você tá pronto para gente se despedir dela hoje? Ele, não, não estou. É porque foi muito marcante, assim como a Rosa (enredo de 2023) também, foi difícil para gente deixar a Rosa ir embora, mas é necessário. Para gente conseguir abrir as portas e os caminhos para o Malunguinho chegar, ele já chegou chegando. Ele chegou chegando, ele tomou conta da gente. Eu e o Rodrigo, junto com o Tarcísio, a gente trabalha de uma forma muito intuitiva juntos, a gente se conecta muito com a nossa espiritualidade e o Malunguinho chegou rasgando tudo, tomando conta de tudo a gente sente essa energia, muito bom”, comentou a coreógrafa.

“Quando sai o enredo a gente começa a mergulhar e entender tudo sobre ele. A gente termina o carnaval já emendando o outro, em relação a expectativa que gera em relação ao nosso trabalho, para gente é difícil, todo ano ter essa missão, não só para o público, mas para os jurados também, mas é o que a Priscilla falou, tem que virar a página e focar nesse carnaval 2025, mas confesso que o exercício assim que a gente faz diariamente mas não é fácil não”, afirmou Rodrigo Negri.

Como passaram os sambas na final

Parceria de Deco: Parceria de Deco: a primeira parceria a se apresentar nesta moral foi composta por Deco, Samir Trindade, Fabrício Sena, Victor Rangel, Deniy Leite, Robson Moratelli, Felipe Sena, Jeiffer e Ricardo Castanheira. Mesmo abrindo as apresentações, a obra conseguiu atrair toda atenção do público presente e contagiou boa parte dele.

Foi uma das apresentação extremamente consistente, muito por conta da torcida extremamente numerosa e animada, que criou coreografias, levou gelo gelo seco para representar fumaça e deu um verdadeiro show. A potência vocal no palco, onde todos os cantores desempenharam um papel fundamental, tendo a liderança de Pitty de Menezes, foi outro ponto positivo.

Em nenhum momento houve queda no rendimento, a obra se destacou como um todo, porém, refrão de meio foi o grande destaque, com os versos “É pena, é palha, é coroa” tendo ótima recepção do público. A parceria soltou fogos de artifício no início da apresentação e durante a passagem do samba, utilizou um artista circense para “incendiar” o público, o que deu um clima ainda mais especial à noite.

Parceria de Paulo Cesar Feital: O segundo samba da noite teve autoria de Paulo Cesar Feital, Inácio Rios, Márcio André Filho, Vaguinho, Chanel, Igor Federal e Vitor Lajas. Antes mesmo do início o clima de expectativa tomou conta da quadra e ao longo da apresentação toda essa expectativa se confirmou, o samba “incendiou” o público presente e mostrou toda sua força.

A presença de Tinga como intérprete principal foi fundamental para que a apresentação desta noite excelente, ele pisou no palco disposto a mostrar porque é considerado um talismã das finais. O intérprete Carlos Jr, da Rosas de Ouro, também participou do time de canto.

A apresentação mexeu com inúmeros presentes na quadra, de segmentos e diretoria, até quem foi apenas para acompanhar a final. Em nenhum momento houve queda de rendimento, inclusive, nos momentos de parada da bateria era quando a torcida mais cantava. O jogo de palavras utilizado no refrão principal é um achado e mexe com o público, é como se todos fossem “obrigados” a cantar, principalmente na parte “Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo”. Outros momentos da letra merecem destaque, como o verso que abre a primeira parte do samba “Acenda tudo que for de acender”.

Parceria de Mocotó: O samba da parceria de Mocotó, PC Portugal, J. Lambreta, Peralta, Alexandre Fernandes, André Quintanilha, Bira do Canto, Rodrigo Deja, Ronilson Fernandes e Carlão do Caranguejo foi o último a se apresentar e encerrou com chave de ouro, a obra manteve o alto nível das apresentações anteriores e balançou a quadra, deixando a final totalmente equilibrada. O intérprete Emerson Dias cantou ao lado de Evandro Malandro e ambos demonstraram enorme entronsamente e presença de palco, parte da ótima apresentação do samba deve a perfomance de ambos.

Durante os 25 minutos de apresentação o que se viu foi uma obra extremamente aguerrida, defendida muito bem por sua torcida, uma das mais numerosas da noite, foi possível observar vários segmentos da escola entregues à obra e cantando com muita empolgação. Não houve queda de rendimento e a consistência foi a marca dessa passagem.

A letra sintetiza bem o enredo e tem passagens muito interessantes, como nos versos, “sete pontas da estrela que encantam, sete flechas e calungas se encontram”. O refrão principal foi o grande momento de explosão, foi difícil encontrar alguém parado nesses momentos.

Veja o momento do anúncio do samba campeão

Parceria do Chacal do Sax é destaque da semifinal da Mangueira

CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve na etapa de semifinal de samba da Estação Primeira de Mangueira. A Verde e Rosa levará para a Avenida o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude entre Dores e Paixões”, sobre a influência da cultura banto no Rio de Janeiro. A final de samba acontece no dia 19 de outubro. * OUÇA AQUI OS SAMBAS FINALISTAS

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Parceria de Chacal do Sax: O primeiro samba da noite de semifinal foi dos compositores Chacal do Sax, Fábio Martins, Marcelo Martins, Bruno Vitor, Jean do Ouro, Pastor Gaspar. A torcida marcou grande presença e cantou bastante o samba durante todo o tempo. Os intérpretes Tem-Tem Jr e Pixulé comandaram muito bem o palco. A apresentação começou impactante e quente, sacudindo a torcida. O refrão principal é o mais forte da disputa da Mangueira e foi um dos grandes aliados da parceria na semifinal “O quilombo de Mangueira, simembá mantém de pé/ O quilombo de Mangueira traz a flor do Candomblé/ É verde kabila, rosa de matamba/ Ancestralidade de Luanda”. A chamada para o refrão de cabeça também passou forte em todas as passadas “Eu sou “mais um Silva” do buraco quente/ Da massa funkeira, sou linha de frente/ Cria de Mangueira, produto do nosso quintal”. O refrão de meio foi outro ponto de destaque durante a apresentação “Erva por erva, no meu terreiro/ Preta velha ensinou, ciência de mirongueiro/Kota rifula, põe dendê no duburu/ Capoeira tem! Resistência de Zungu”. O samba tem se apresentado de forma muito consistente e forte no palco. Abriu com chave de ouro a semifinal e se a final tivesse sido hoje seria o campeão pela apresentação que fez.

Parceria de Ronie Oliveira: A terceira obra da noite foi assinada pelos compositores Ronie Oliveira, Jotapê, Giovani, João Vidal, Miguel Dibo e Cabeça do Ajax. A torcida também compareceu e fez a sua parte mostrando o samba na ponta da língua. Os intérpretes Gilsinho, Charles Silva e Matheus Gaúcho foram os responsáveis pela condução e tiraram onda com um ótimo desempenho. Assim como a parceria do Chacal que tem uma chamada para o refrão de cabeça forte, este samba também possui uma ótima chamada para o refrão principal “Dê um “dengo” mãe… Teu “moleque” é valentia/Quem é cria lá do morro faz nascer a poesia/Dê um dengo mãe, teu “moleque” foi vencer/Quem é cria lá do morro, faz um novo alvorecer”. O refrão principal obteve um rendimento muito bom “Aê, dindin! Aê dindá/Ê Mangueira de aruê, ê matamba de aruá/ É gente preta descendo a ladeira/ Pra fazer na quarta-feira a mainha festejar”. Outro destaque da apresentação foi a cabeça do samba que também obteve um rendimento muito bom. Foi uma apresentação de qualidade da parceria.

Parceria de Lequinho: O último samba da noite foi dos poetas Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Júlio Alves, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim. A torcida fez uma linda festa, cantando bastante o samba. O Intérprete Pitty de Menezes começou conduzindo o palco com excelência. Depois de algumas passadas, Tinga chegou da final da Mocidade, para assim formar aquela dupla imbatível. O grande trunfo da parceria é a letra muito bem elaborada e isso fica perceptível em vários versos, como por exemplo “Onde a Escola de vida é Zungu, fui risco iminente”. A chamada para o refrão de cabeça teve um desempenho muito bom “É de Arerê, vento de matamba/ É dela o trono onde reina o samba” Outra parte de bom desempenho na apresentação foi o refrão principal “Sou a voz do gueto, dona das multidões/ Matriarca das paixões, Mangueira/O povo banto que floresce nas vielas/ Orgulho de ser favela”. Foi uma apresentação de qualidade da parceria, fechando a noite de semifinal mangueirense.

Galeria de fotos da final de samba da Mocidade para o Carnaval 2025

Em decisão unânime e com Rogério Andrade no palco, Mocidade escolhe samba da parceria de Paulo Cesar Feital para o Carnaval 2025

Por Allan Duffes, Matheus Morais e Rhyan de Meira

A Mocidade Independente de Padre Miguel escolheu a parceria de Paulo Cesar Feital, Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denilson Rozario, Carlinhos da Chácara, Marcelo Casanossa, Rogerinho, Nito de Souza, Dr Castilho e Léo Peres como vencedora do concurso de samba-enredo para o Carnaval 2025. No momento do anúncio do samba-enredo campeão, por volta de 5h deste domingo, o presidente de honra, Rogério Andrade foi ao palco e disse que não está á toa na escola e sim para dar o título. Ele citou que o resultado do concurso de samba foi unânime. A Estrela Guia de Padre Miguel, em 2025, terá o enredo “Voltando para o futuro, não há limites pra sonhar”, desenvolvido pelos carnavalescos Márcia e Renato Lage.

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Foto: Rhyan de Meira/CARNAVALESCO

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Ao CARNAVALESCO, o compositor Paulo Cesar Feital celebra sua terceira conquista na Mocidade. Ele enalteceu a comunidade e deixou recado para os torcedores.

“Eu já tive isso em 2017, 2018, mas para sempre é a primeira vez. Apesar da minha idade (73 anos), a sensação é da paixão de 16. Porque isso é grande cultura nacional, isso é a voz de um povo, e o independente, me cativa de todas as maneiras, tanto metaforicamente como realisticamente. Que sejam independentes mesmo, sejam libertos, e aprendam nesse momento a usar como é o samba socialmente, a música em razão e em favor do seu povo. Eu passei minha carreira inteira defendendo uma coisa, o Brasil, o povo preto e o povo pobre. E esse samba me traz isso. Quando eu falo do meio ambiente, da robotização da alma, e do renascimento de um povo. Os independentes, para mim, eles significam o Brasil”, afirmou.

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Os compositores Claudio Russo e Paulo Cesar Feital

O compositor Claudio Russo comemorou a parceria com Feital e disse que o resultado atendeu ao que queria a comunidade da Mocidade.

“Do lado do Feital é a certeza que eu vou conseguir fazer um samba muito bom, porque além de ser meu parceiro, de ser um irmão mais velho, ele é um gênio da música. Ele ajuda muita gente que aprende a cada momento. Sem falsa modéstia, a gente já sabia que estava fazendo um grande samba. Mas esse grande samba precisa ser sacramentado na quadra. A comunidade tem que abraçar, a diretoria tem que abraçar. E vocês da imprensa, mais do que eu, ouviram quando o Zé Paulo começou a cantar o samba no resultado e a quadra veio a loucura, veio abaixo. Estão cantando até agora. Isso mostra que a gente fez um trabalho digno de honrar a Mocidade Independente na Avenida”, disse o compositor Claudio Russo.

Galeria de fotos da final de samba da Mocidade para o Carnaval 2025

O compositor Alex Saraiça também falou sobre a vitória: “É uma sensação indescritível. Eu sou Mocidade Independente de coração, fanático e apaixonado. Nasci e fui criado dentro da escola. Nós ganhamos o samba em 2018 e, depois de seis anos sem vencer na minha escola, chegar nesse momento é algo que não consigo nem explicar. Só Deus sabe a alegria, a emoção, a satisfação de poder contribuir com a minha escola através desse samba. Um samba que, na minha opinião, é lindo, poético, cheio de metáforas e muito inteligente. Trabalhar com Feital e Claudio Russo foi uma honra, eles são feras. Resumindo: felicidade define o que estou sentindo. E, como diz o samba, ‘o céu clareou’”.

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Renato Lage está feliz com a volta para Mocidade. Ao CARNAVALESCO, ele falou sobre o momento e o trabalho para o desfile de 2025.

“A sensação de estar voltando depois de 22 anos é estar voltando para casa. Voltei para casa! A gente não vai recriar a Mocidade, a Mocidade está criada ha muito tempo, muitos anos. A gente vem contribuir para o sucesso da escola. O trunfo é que a gente está com vontade, a escola está com vontade e eu sei que há uma expectativa muito grande do nosso retorno, mas para mim, como eu falei, a gente está voltando para casa. A gente está se sentindo bem, fazendo o que a gente quer fazer, dentro do nosso tema, da nossa proposta. Espero que dê tudo certo e estamos trabalhando para isso”.

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Pelo segundo ano consecutivo no comando do microfone principal da Mocidade, o intérprete Zé Paulo já conquistou os torcedores da escola. Ao CARNAVALESCO, ele falou do trabalho na agremiação.

“Depois de 20 anos, sendo 10 na Viradouro, que também é uma comunidade fantástica, chegar aqui foi uma mudança muito radical. Mas, como dizem, parece que eu sou da Mocidade desde criança. Fui muito bem acolhido, a comunidade me abraçou demais. Me sinto muito à vontade aqui. Trabalhar com o mestre Dudu, com uma bateria incrível, o André na direção musical, o Mauro Amorim, que conheço desde os tempos de Viradouro, além do Capoeira, Sandrinho e toda a equipe de harmonia, facilita muito o trabalho. É uma super escola de samba, fizemos um show incrível, e a quadra estava cheia de gente feliz. Tenho certeza que estamos no caminho certo”.

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Contratado para ser o diretor de carnaval da Mocidade, Mauro Amorim volta para escola de coração. AO CARNAVALESCO, ele falou do trabalho na escola de Padre Miguel.

“Cara, eu prefiro acreditar que os destinos de Deus são maiores que qualquer coisa. O coração falou mais alto. Estou muito feliz, o trabalho está fluindo bem, estamos construindo a equipe, e tem sido uma experiência muito boa esse início de jornada. O samba tem energia, vibração, conta o enredo de forma que mexe com as pessoas. O Renato Lage vem com sua assinatura inconfundível, trazendo muito amor, carinho e paixão pelo que faz. A Mocidade vai desfilar com cara de Mocidade, e isso, para o coração do torcedor, é maravilhoso. Nossa previsão é começar os ensaios de rua no dia 30 de novembro. Estamos trabalhando para que tudo corra bem, com muita dedicação e foco”, contou.

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Comandante da “Não existe mais quente”, mestre Dudu comentou o sentimento que possui quando ouve o reconhecimento da comunidade pelo trabalho feito na bateria.

“É um trabalho de formiguinha. Quem é mestre de bateria sabe muito bem o que eu estou falando. É um trabalho árduo e de longo prazo. Eu estou fazendo meu 13º carnaval com a Mocidade no comando da bateria e fico triste ao ver outros segmentos, infelizmente, não gabaritando as notas. A escola não é só a bateria. E o patrono vem fortalecendo o trabalho para que fique mais concretizado. Eu tenho certeza que o trabalho esse ano vai ser muito diferente do que a Mocidade vinha passando apresentando. O nosso samba é quente como a nossa bateria. Eu tenho certeza que esse ano os compositores acertaram na veia. A bateria da Mocidade é diferenciada. E, por isso, eu vou trabalhar o samba e pode aguardar que com as minhas todas maluquices – uma maluquice para o bem – para poder gabaritar e poder ganhar nota. Além de entregar um trabalho legal para o indedependente que merece esse retorno”.

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Referência dentro da Mocidade, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo e Bruna, conversou com o CARNAVALESCO. Eles falaram do apoio que recebem da comunidade.

“Recebemos esse carinho com muito respeito e ficamos muito felizes. A gente sabe que cada ano é um ano e trabalha sempre para dar a nota máxima para a escola. Que papai do céu permita que a gente continue trazendo o 40 para a nossa escola, com muita humildade e trabalho. Muita gente pergunta qual o nosso segredo, mas é trabalho”, disse a porta-bandeira.

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“É uma pressão gostosa. Essa responsabilidade é consequência do nosso trabalho duro. E a gente lida tranquilo, sabendo do que a escola precisa. É muito gostoso viver isso”, completou o mestre-sala.

Com o comando de Geroge Louzada, novo diretor artístico da escola, a Mocidade fez um grande show dos seus segmentos. Ao CARNAVALESCO, ele falou do trabalho na Estrela Guia de Padre Miguel.

“Eu acredito que isso se deve muito ao trabalho que já vínhamos realizando com os passistas da escola e também pela confiança do nosso presidente. Eu fui diretor artístico em 2016, mas naquela época acabei entregando o cargo, porque ficou muita coisa para administrar, e eu quis focar em outras áreas. Agora, me sinto mais preparado. Voltei com a proposta de trazer algo novo para a escola, e felizmente a Mocidade comprou a ideia. Fizemos um show lindo na final do concurso de samba-enredo. Eu sinto que consegui contribuir muito para o desenvolvimento artístico da escola. Tivemos um cuidado especial com o retorno do Renato Lage. Criamos uma proposta com duas “páginas”: uma dedicada aos grandes carnavais do Renato no passado, e outra com um olhar para o presente e futuro da escola”.

Contratado para comandar a comissão de frente da Mocidade em 2025, o coreógrafo Marcelo Missailidis conversou com o CARNAVALESCO sobre o convite e o trabalho com os carnavalescos Márcia e Renato Lage.

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“Muito feliz e contente de poder reviver uma parceria com Renato Lage, e ter a oportunidade de conhecer mais de perto a Mocidade pela historia fantástica que a escola tem e ao longo desses anos vários componentes que trabalham comigo são aqui da região, são da Mocidade de coração. Está sendo uma experiência nova super gratificante. Eu trabalhei com eles (Márcia e Renato) entre 2003 e 2008, e sempre foi muito prazeroso. Foi uma parceria que fez muito sucesso, acho que a gente está misturando essa questão da experiencia de trabalhar juntos, com uma escola que vem super determinada a reviver o protagonismo do carnaval aqui no Rio de Janeiro”.

Como foram as apresentações na final

Parceria de Paulo Cesar Feital: O samba de Paulo Cesar Feital foi bem conduzido por Tinga, e sendo muito cantado na quadra nesta final para além da torcida. Os refrões foram o ponto alto da apresentação, em especia,l o refrão final “O céu vai clarear/Iluminar a Zona Oeste da cidade/E Deus vai desfilar/Pra ver o Mago recriar a Mocidade” cantado a plenos pulmões por diverosos dos torcedores presentes, inclusive, num momento tendo somemte a voz da quadra a cantar o refrão. A segunda parte também foi bem cantada por diversos dos presentes.

Parceria de Jefinho Rodrigues: O samba de Jefinho Rodrigues foi defendido por Wander Pires, sendo bem cantado na quadra durante a apresentação. Com o refrão “Posso provar a verdade da gente/É o passado, futuro presente/Raiz da Vila Vintém à flor da idade/Eternamente Mocidade” o ponto alto do samba na apresentação. Teve destaque também o refrão do meio. Os versos “Quem dera amor… um pierrot sambar na lua” e “Ávida, a mente gira como órbita” tambem foram bem cantados, assim como a subida para o refrão “A bomba que explode a emoção/E o samba toca seu coração”, por pessoas de fora da torcida da parceria.

Parceria de Jaci Campo Grande: O samba de Jaci Campo Grande foi cantado por Leozinho Nunes e Igor Pitta. Bem divertido, foi bem cantado pela torcida e alguns dos torcedores da escola presentes na quadra. O verso “Meu perfil de avatar é o castorzinho apaixonado” foi o mais cantado, possivelmente pela referência ao mascote da escola. A apresentação foi bem correta, mas menos envolvente que os outros concorrentes.

Anúncio do samba campeão

Parceria de Mocotó é eleita pelos leitores do CARNAVALESCO favorita para vencer na Viradouro

A Viradouro, atual campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro, faz neste domingo a final de samba-enredo para o Carnaval 2025. Três parcerias estão na decisão. A escola, em 2025, terá o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”. Em enquete com os leitores do CARNAVALESCO, a parceria de Mocotó, PC Portugal, J.Lambreta, Peralta, Alexandre Fernandes, André Quintanilha, Bira do Canto, Rodrigo Deja, Ronilson Fernandes e Carlão do Caranquejo foi escolhida por 44,2% dos votos como favorita para vencer a disputa. A parceria de Paulo César Feital, Inácio Rios, Marcio Andre Filho, Vitor Lajas, Vaguinho, Chanel e Igor Federal teve 31,8%. A parceria de Deco, Samir Trindade, Fabrício Sena, Victor Rangel, Deniy Leite, Robson Moratelli, Felipe Sena, Jeiffer e Ricardo Castanheira recebeu 24%.

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O evento, na quadra, vai começar às 17h. A abertura terá show com Chrigor e repertório recheado de sucessos como “Meu Jeito de Amar”, “Megastar” e “Telegrama”. Na sequência, terá um super show da escola, reunindo grande elenco formado por segmentos da agremiação. O enredo da atual campeã do Carnaval carioca para o ano que vem é “Malunguinho: o Mensageiro dos Três Mundos”, do carnavalesco Tarcísio Zanon.

A quadra da Viradouro fica na Av. do Contorno, 16, no Barreto, em Niterói. A entrada, à venda na secretaria da quadra, custa R$ 50. Informações: 21-2828-0658. A classificação etária é seis anos.

Final de samba-enredo com show de Chrigor
Data: 13/10, domingo
Horário: 17h
Local: Quadra da Viradouro, Av. do Contorno, 16, Barreto, Niterói
Atrações: Show de Chrigor e escolha do samba para 2025
Ingresso (pista): R$ 50, à venda na secretária da quadra
Informações: 21-2828-0658
Classificação etária: 6 anos

Eugênio Leal conversa com compositores finalistas da Viradouro

Vai começar! Clipe do samba feito pela Imperatriz para o Carnaval de 2025

Enredo: ÓMI TÚTÚ AO OLÚFON – ÁGUA FRESCA PARA O SENHOR DE IFÓN

Autores: ME LEVA, THIAGO MEINERS, MIGUEL DA IMPERATRIZ, JORGE ARTHUR,
DANIEL PAIXÃO E WILSON MINEIRO

VAI COMEÇAR O ITAN DE OXALÁ
SEGUE O CORTEJO FUNFUN AO SENHOR DE IFÓN, BABÁ

ORINXALÁ, DESTINA SEU CAMINHAR
AO REINO DO QUARTO ALAFIN DE OYÓ
ALÁ, MAJESTOSO EM BRANCO MARFIM
CONSULTA O IFÁ E ASSIM
NO ODÚ, O PRESSÁGIO CRUEL
NEGANDO A PALAVRA DO BABALAÔ
SOBERANO EM SEU TRONO, SENHOR
VÊ O DOCE SE TORNAR O FEL

OFEREÇA PRA EXÚ… UM EBÓ VAI PROTEGER
PENITÊNCIA DE EXÚ, NÃO SE DEIXA ARREFECER
ELE ROMPE O SILÊNCIO COM A SUA GARGALHADA
É CANCELA FECHADA, É O FARDO DE DEVER

MAS O DONO DO CAMINHO NÃO ABRANDA
FOI VINHO DE PALMA, DENDÊ E CARVÃO
SABÃO DA COSTA PRA LAVAR DEMANDA
E A MONTARIA O LEVA À PRISÃO
O POVO ADOECEU, TRISTEZA PERDUROU
NOS SETE ANOS DE SOLIDÃO

JUSTIÇA MAIOR É DE MEU PAI XANGÔ
TRAZ ÁGUA FRESCA PRA JUSTIÇA VERDADEIRA
(MEU PAI XANGÔ MORA NO ALTO DA PEDREIRA)

PRECEITO NAGÔ A PURIFICAR
DESATA O NÓ QUE NINGUÉM PODE AMARRAR
TRANSBORDA AXÉ NO IBÁ E NA QUARTINHA
PRA FIRMAR TEM ACAÇÁ, EBÔ E LADAINHA

ONÍ SÁÀ WÚRE! AWURE AWURE!
QUEM GOVERNA ESSE TERREIRO OSTENTA SEU ADÊ
IJEXÁ AO PAI DE TODOS OS ORIS
RUFAM ATABAQUES DA IMPERATRIZ

Pedido dos sambistas atendido! Mariana Gross na transmissão da TV Globo no Carnaval 2025

A jornalista Mariana Gross, comandante do telejornal “RJTV 1”, da TV Globo, está escalada para a transmissão da emissora dos desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro no Carnaval 2025. A informação foi divulgada pelo jornalista Gabriel Vaquer, na Folha de São Paulo. A notícia atende ao pedido antigo dos sambistas. A emissora ainda não revelou os comentaristas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

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Além de Mariana, a transmissão terá novamente Alex Escobar, Karine Alves e Milton Cunha. Em São Paulo, segundo o jornalista, a TV Globo terá a equipe formada com Everaldo Marques, Valéria Almeida e Ailton Graça.

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Foto: Manoella Mello/Divulgação TV Globo

Galeria de fotos da final de samba do Salgueiro para o Carnaval 2025

Salgueiro é a casa mandinga! Parceria de Xande de Pilares vence disputa de samba para o Carnaval 2025

Por Allan Duffes, Luan Costa e Rhyan de Meira

A parceria de Xande de Pilares, Pedrinho da Flor, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Leonardo Gallo, Jorginho Via 13, Jeferson Oliveira, Jassa e W.Correa venceu a disputa de samba-enredo do Salgueiro para o Carnaval 2025. O resultado saiu às 05h50 deste sábado. A noite foi especial na Academia do Samba. Quadra lotada e com a maior arrecadação da história da agremiação. Além do troféu em forma de figa de madeira, um símbolo da tradição do Salgueiro, a parceria campeã levou R$ 100 mil, e as demais finalistas, R$ 50 mil cada. A surpresa foi revelada pelo presidente André Vaz, como um presente do patronho Adilsinho. * OUÇA AQUI O SAMBA DE 2025

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Foto: Luan Costa/CARNAVALESCO

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Galeria de fotos da final de samba do Salgueiro para o Carnaval 2025

Ao CARNAVALESCO, Xande de Pilares comentou a conquista na disputa de samba do Salgueiro para 2025. Essa é a quarta conquista na escola. As outras foram em 2014, 2015 e 2018.

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“Eu não vejo como vitória. Vejo como uma oportunidade de tentar garantir uma vitória para a minha escola de samba, que eu amo de coração. Eu sou salgueirense. E quando o samba é escolhido aqui, a gente tem a oportunidade de representar a escola na avenida e ver se o samba vai encaixar com a escola, para que na abertura dos envelopes confirme o que foi escolhido hoje. Quando é o meu samba e quando não é, a emoção é a mesma na avenida. Porque eu sou muito salgueirense. A minha parte favorita no samba é que a fala do seu Zé. Eu sou morador de morro. Salve o seu Zé. Que aluvie a nossa gente do morro. Estende o chapéu. Todo morro tem um patrono. Todo morro tem um cabeça de área”.

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Compositor Pedrinho da Flor

O compositor Pedrinho da Flor também falou da conquista: “Eu já cheguei a ganhar três vezes seguidas, em 1990 ganhei também, no total foram quatro vezes e depois de tantos anos de de escola eu comecei agora essa fase de descobrir a forma de disputar um samba pra ir à final. E aí está dando certo porque a gente está fazendo bem feito. Cara vez é uma grande emoção, porque é muito grande, a gente não sabe o que vai ser dito ali. Para gente começa a chegar na reta final e a cabeça fica mil, a gente não dorme, pensa o que vai acontecer, se vai acontecer aquilo e na verdade de repente o samba já tá até escolhido a gente não sabe, mas hoje estou muito feliz”.

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Compositor W. Correa

O compositor W. Correa também festejou o resultado. “São 15 anos de parceria e a sensação é sempre como se fosse a primeira vez. É como ver o nascimento de um novo filho. A emoção se renova todo ano. Estou muito feliz de estar ao lado dos meus parceiros. São mais do que amigos, são a minha família. Muito gratificante ver nosso trabalho sendo reconhecido e, mais do que isso, ver a comunidade abraçar o samba como se fosse deles. É uma vitória coletiva, não só nossa, mas de toda a escola. Eu gosto de todo o samba, mas a parte que mais mexe comigo é o refrão principal”.

O compositor Betinho de Pilares falou sobre a vitória: “Essa é a quinta vez que venço. A emoção é sempre diferente, foi um samba que a comunidade abraçou e para gente o que importa é isso, ver a comunidade toda feliz, confraternizando, eu estou feliz demais”.

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Compositor Betinho de Pilares

Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente André Vaz falou sobre a importãncia da chegada do diretor executivo, Leandro Santos, e do patrono Adilsinho, para o desenvolvimento do projeto do Salgueiro para o Carnaval 2025.

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“A gente pegou um Salgueiro aqui em dezembro de 2018 em terra arrasada, não tinha nada no barracão. A gente conseguiu fazer um carnaval de Xangô no maior sacrifício, a comunidade e várias pessoas ajudando, a quadra que é nosso maior patrocinador também. E conseguimos o quinto lugar naquele ano. E, de lá para cá, vieram várias dívidas. A gente sabe como é que funciona o carnaval. Dificuldade de alguns repasses que seria na data certa. Isso vai isso dificultando a organização do conjunto da obra. O nosso patrono veio e está dando tranquilidade para gente, todos funcionários recebendo em dia, a gente comprando material com mais tranquilidade, podendo escolher se é a vista ou se é a prazo, podendo escolher a qualidade do material. O Salgueiro nos últimos carnavais, tinha ano que a gente precisava esperar o dinheiro entrar e com essa demora aquele material específico já tinha acabado. A gente tinha que ir para o plano B. Agora, o clima está leve, todo mundo feliz. Volto a dizer tudo que o Jorge Silveira está pedindo em termos de carnaval a escola está entregando, Paulo Pina (coreógrafo) a mesma coisa. A gente vai fazer com que seja o melhor carnaval do Jorge, o melhor carnaval do Paulo, melhor carnaval do nosso casal. Para ser campeão tem que ter esses conjuntos todos que eu estou falando aqui. Pagar em dia, organização no barracão, no projeto que o Wilsinho está tocando, com certeza, leva a escola muito mais tranquila e leve para Marquês de Sapucaí”.

Em sua estreia no Salgueiro, após ter conquistado dois títulos consecutivos na Mocidade Alegre, em São Paulo, o carnavalesco Jorge Silveira falou sobre o trabalho no Salgueiro para o conjunto de fantasias dos desfile do ano que vem.

“A gente fez um trabalho esse ano muito especial que foi ter estudado o Salgueiro com profundidade. Eu costumo dizer que cada escola de samba tem uma identidade própria, tem uma marca própria, tem uma matriz própria. Cada componente de escola se vê dentro da sua agremiação pelo repertório que a escola construiu ao longo do tempo. Junto com a minha equipe a gente percebeu e estudou os anos em que o Salgueiro teve um melhor desempenho de nota de evolução, harmonia, canto, são os anos que o conjunto de fantasias focava em evolução. O Salgueiro vê historicamente momentos em que ele explode melhor na avenida, quando ele tem um conjunto de fantasias que possibilita ao salgueirense entregar essa energia no desfile. A gente projetou esse ano um conjunto com fantasias que são mais voltadas para o aspecto do figurino, para o conforto do componente, mas ele entrega leitura, entrega riqueza, vai entregar o luxo. As opções de material e acabamento que a gente está fazendo é o nível que o Salgueiro merece, eu também gosto de acabamento. Essa lógica vai ficar muito clara no desfile, que vai entregar muita potência para o componente e muito conforto pra que ele possa sentir a vontade para melhorar a sua alegria de maneira espontânea”.

Diretor de carnaval do Salgueiro, Wilsinho Alves, falou ao CARNAVALESCO como está o trabalho no barracão da escola para o desfile do ano que vem.

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“É um trabalho de muito cuidado do Jorge Silveira, respeitando muito as origens, tradições, o que o salgueirense quer. Fui convencido por ele a dar spoiler das fantasias, ele me pediu e o presidente aprovou, e fez bastante sucesso. O trabalho de barracão já está acontecendo há bastante tempo, o Salgueiro já terminou há muito tempo o desenho de suas fantasias, já tá reproduzindo a primeira metade, a gente trabalha por etapa, a tendência é que a gente vire o o ano sem fantasias para reproduzir, todas já serão reproduzidas. Estamos indo pra quarta alegoria de esculturas, a gente trouxe uma equipe exclusiva de Parintins. O Salgueiro, como o presidente falou, vive um momento calmo com seus trabalhadores, com pessoal do barracão, essas empreiteiras todo mundo recebendo em dia, e isso tem se refletido no dia a dia e se Deus quiser vai refletir no carnaval”.

O intérprete Igor Sorriso conversou com o CARNAVALESCO, falou da volta para o carnaval do Rio de Janeiro e enalteceu o trabalho musical da escola.

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“Foram seis anos longe do carnaval do Rio, mas eu nunca me afastei completamente. Durante esse tempo, acompanhei tudo de perto. Estudei o regulamento, me mantive informado sobre as mudanças e as novas regras, porque minha função é cantar samba-enredo, e eu levo isso muito a sério. Preciso estar sempre atualizado com o que está acontecendo, o que está mudando e o que meus colegas estão fazendo para alcançar as notas máximas. Eu analiso onde estão ganhando e perdendo pontos, para ajustar meu desempenho de acordo com o que o carnaval exige. A parte musical do Salgueiro está sendo preparada com muito cuidado, cheia de riqueza, detalhes e qualidade. Já estamos trabalhando intensamente para isso. E, sinceramente, me sinto mais tranquilo por estar rodeado de profissionais tão capacitados, o que me dá ainda mais confiança de que vamos entregar um excelente trabalho”.

Referência em nota 40, o casal de mestre-sala e porta-bandeira do Salgueiro, Sidclei e Marcella, citaram ao CARNAVALESCO que já estão trabalhando forte para manter o padrão de excelência da dupla no carnaval.

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“Quando termina o carnaval, já começamos a pensar no próximo. Estudamos as justificativas dos jurados, analisamos vídeos dos outros casais, e nos preparamos para buscar algo a mais no ano seguinte. Estávamos ansiosos pelo samba, porque o trabalho para os jurados começa com a música, que ele inspire nossa apresentação. Quanto à fantasia, recebemos um presente maravilhoso do Jorge (Silveira, carnavalesco). É uma fantasia que combina perfeitamente com a nossa personalidade, com o Salgueiro e com o enredo. Um spoiler que posso dar é que estaremos de “corpo fechado” para o Carnaval de 2025, para garantir que ninguém tire a décima estrela da nossa escola”, disse a porta-bandeira.

“O trabalho começa muito antes de termos o samba nas mãos. Estudamos as justificativas dos jurados e o que cada um busca ver na avenida. Mesmo quando ganhamos nota 10, queremos entender como podemos evoluir. A tradição é fundamental para nossa dança, mas sempre buscamos trazer algo novo sem desrespeitar essas raízes. Esse é o nosso objetivo: apresentar algo que honre a tradição e, ao mesmo tempo, surpreenda”, completou o mestre-sala.

Contratado para o Carnaval 2025, após passagem pela Mocidade, o coreógrafo Paulo Pinna citou ao CARNAVALESCO como foi o convite para comandar a comissão de frente salgueirense.

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“Foi uma alegria imensa. O Salgueiro é uma escola que, mesmo nos anos em que não disputa o título, está sempre muito focada e sólida. Quando recebi o convite, fiquei extremamente feliz porque sabia que esse ano seria uma virada de chave para mim. O que me deixou mais contente foi o clima leve e tranquilo que encontrei na escola. Mesmo sendo meu primeiro ano aqui, sinto uma energia diferente. Temos total liberdade para fazer o trabalho que queremos, e o projeto é incrível! Queremos surpreender e tocar o coração do salgueirense, resgatar o encanto que o Jorge Silveira mencionou. Nossa comissão vai trazer inovação, mas sem perder a essência do Salgueiro. A expectativa está altíssima, e estamos prontos para fazer um grande Carnaval”.

Comandantes da “Furiosa”, os mestres Guilherme e Gustavo foram perguntados como está o entrosamento com o intérprete Igor Sorriso e o carro de som da escola. Eles demonstraram muita confiança no trabalho que vem sendo realizado.

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“Apesar do Igor Sorriso estar em outra escola, em São Paulo, a gente sempre teve afinidade muito grande. O Igor foi intérprete, quando eu fui mestre de bateria na escola mirim. Pode esperar que a parte musical do Salgueiro, estará preparada e bem forte. Vocês podem esperar um Salgueiro com muita força para buscar a décima estrela”, disse mestre Gustavo.

“A partir de hoje, vamos falar sobre ritmo, andamento e o que é bom para a bateria e o carro de som. Não tem como só pensar na nossa nota, porque o que está em jogo é o carnaval do Salgueiro. A afinidade é muito grande com o carro de som, e com o Alemão do Cavaco, nosso diretor musical”, garantiu mestre Guilherme.

Veja como foram as apresentações na final

Parceria de Marcelo Motta: A parceria formada por Marcelo Motta, Rafa Hecht, Thiago Daniel, Clairton Fonseca, Júlio Alves, Kadu Gomes, Alex SP e Fadico foi a primeira a apresentar nesta final e o samba rapidamente se destacou na quadra. A obra foi interpretada por Tinga, que, com sua voz marcante e puro carisma, trouxe ainda mais intensidade à apresentação, elevando a obra e criando uma conexão imediata com a torcida.

Desde os primeiros versos, o samba mostrou sua força, vale destacar expressões como “Porteira aberta, vela acesa e cachaça” e “Entoa ponto ao meu padroeiro”, que permeiam todo o enredo. A melodia, aliada à letra, fez com que o público acompanhasse com empolgação, especialmente nos trechos mais envolventes como “Xangô meu pai, amarra o inimigo e dá um nó”, onde a quadra respondeu com muita empolgação.

A interação entre letra e melodia fluiu de maneira natural, facilitando o canto e envolvendo o público. O desempenho da parceria foi satisfatório, com Tinga conduzindo a apresentação de forma precisa e com a torcida dando conta do recado. Porém, ao longo dos 30 minutos de apresentação foi possível que parte da quadra dispersou, perdendo interesse em acompanhar o samba.

Parceria de Xande de Pilares: A parceria formada por Xande de Pilares, Pedrinho da Flor, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Leonardo Gallo, Jorginho Via 13, Jefferson Oliveira, Jassa e W. Correa deu sequência as apresentações e deixou ótimas credenciais. O samba foi interpretado por Xande de Pilares, Pitty de Menezes e Charles Silva, que conduziram a apresentação com muita energia e sintonia com a comunidade do Salgueiro, contribuindo para o sucesso da obra na quadra.

Desde o início, o samba mostrou sua força com referências às tradições religiosas afro-brasileiras, como no trecho “Prepara o alguidar, acende a vela”, mostrando total relação com o tema proposto pela escola. O público acompanhou com animação, respondendo bem às passagens mais marcantes, como no refrão do meio “Tenho a fé que habita o sertão, de Lampião, o cangaceiro”. A letra, rica em simbolismos de proteção, foi bem recebida, especialmente as menções a figuras como Exu e Xangô. A melodia acompanhou de forma fluida, permitindo ao público cantar junto com facilidade, o que ajudou a manter a energia na quadra ao longo da apresentação.

O samba conseguiu se destacar, manteve o nível durante todo o tempo e teve excelente aceitação do público presente. Como grande destaque fica o refrão principal, é aguerrido, como todo salgueirense gosta e mostra que a escola está pronta para brigar. Vale mencionar a presença maciça da torcida, extremamente animados, eles preencheram toda a quadra bandeiras e balões.

Parceria de Fred Camacho: A parceria formada por Fred Camacho, Luiz Antônio Simas, Eri Johnson, Diego Nicolau, João Diniz, Guinga do Salgueiro, Fabrício Fontes, Wilson Tatá, Gustavo Clarão e Francisco Aquino encerrou as apresentações da noite, trazendo um samba com momentos de destaque, apesar de uma recepção mais moderada do público. O samba foi interpretado por Evandro Malandro, Diego Nicolau, Thiago Brito, Juan Briggs e Rodrigo Tinoco, que deram o seu melhor em termos de energia e presença, mas não conseguiram conquistar completamente a comunidade presente na quadra.

Alguns momentos de destaque incluíram passagens de impacto como “O Salgueiro tem mandinga de preto velho!”, que trouxeram respostas mais intensas do público, especialmente no refrão principal. No entanto, apesar de uma melodia fluida e bem estruturada, o samba teve dificuldades em gerar uma adesão generalizada na quadra, possivelmente por falta de uma maior explosão em determinados trechos. A obra encontrou dificuldades em estabelecer uma conexão profunda com a comunidade durante a apresentação.

Embora o samba tenha cumprido bem sua proposta, e seus intérpretes tenham se dedicado, ele não conseguiu alcançar a mesma sinergia com a comunidade que outras parcerias tiveram ao longo da noite. A recepção, apesar de positiva em certos momentos, não foi suficiente para que o samba se tornasse um dos favoritos da final.