A Unidos de Padre Miguel apresentou oficialmente, durante sua tradicional feijoada, os quatro candidatos que irão representar a escola no concurso da Corte do Carnaval 2025. A Vermelha e Branca da Zona Oeste é uma das que possui mais representantes na disputa deste ano e está dando total apoio aos seus concorrentes, que foram ovacionados pela comunidade na quadra da escola.
Fotos: Fausto Ferreira/ S1 Fotografia e Comunicação
Conheça os candidatos
Monalyza Freire é a candidata ao título de Rainha do Carnaval. Aos 20 anos, ela tem uma trajetória de amor pela escola, que começou em 2014, quando passou a acompanhar os ensaios junto com seu pai. Em 2018, foi convidada a integrar a ala de passistas, onde desfila desde então.
Xandy Sambista, que concorre ao posto de Rei Momo, tem 18 anos de dedicação à escola. Sua trajetória no samba começou em 2001, desfilando em diversas escolas de samba, mas foi o som da bateria Guerreiros da Unidos, em 2006, que o fez querer fazer parte da agremiação. Desde 2007, Xandy representa a ala de passistas da escola e é conhecido por seu carisma e samba no pé.
Degê Martins, candidat_ ao título de Cidadão Não Binário, é o primeiro passista não binário da Unidos de Padre Miguel. Com 23 anos, Degê desfila na escola há quase seis anos. Além de representar a diversidade e a luta pelos direitos da população LGBTQIAPN+, Degê vê no concurso a oportunidade de dar mais visibilidade a essa causa dentro do Carnaval.
Marcelo Silva, de 19 anos, também foi apresentado como candidato ao título de Muso do Carnaval. Ele iniciou sua trajetória na Unidos de Padre Miguel em 2015, como integrante da ala das crianças, e retornou à escola em 2022, realizando o sonho de se tornar passista. Agora, Marcelo quer elevar seus sonhos e representar a comunidade da Vila Vintém como Muso do Carnaval 2025.
A Mocidade Independente de Padre Miguel promoveu no último sábado, na quadra, mais uma edição do tradicional Festival do Refrigerante, evento dedicado às crianças da comunidade da Vila Vintém. O evento foi um marco de solidariedade e diversão, com distribuição de alimentos, brinquedos, além de diversas brincadeiras e um show especial da Estrelinha, a bateria mirim da escola.
O festival contou, ainda, com a presença da musa da escola e coordenadora de ala de passistas mirins, Gabriella Mendes. Emocionada, ela compartilhou a importância do evento para a comunidade e para sua própria trajetória: “Feliz demais em poder estar aqui no festival. Esse evento faz parte da infância de todo Independente e estar aqui coordenando a ala de passistas da Estrelinha enche meu coração de alegria. Agradeço ao George por toda confiança e à presidência por valorizar os nossos pequenos. Seguiremos plantando a semente por aqui”.
Evento já tradicional no calendário da agremiação, o festival reforça o compromisso da Mocidade com o bem-estar social e cultural da comunidade, proporcionando alegria e união, além de incentivar o desenvolvimento das futuras gerações de sambistas.
O Império de Casa Verde foi fundado em 27 de fevereiro de 1994 e a ascensão foi meteórica, em 2003 já estava no Grupo Especial e 2005 foi campeão, repetiu a dose em 2006. Logo recebeu o apelido de ‘Caçulinha do Samba’, com apenas doze anos já tinha dois títulos. A tricampeã do carnaval, venceu o primeiro título com o enredo: “Brasil: Se Deus é por nós, quem será contra nós?”, e o bicampeonato veio com “Do Boi Místico ao Boi Real – De Garcia D´Ávila na Bahia ao Nelore – O Boi que come capim – A Saga pecuária no Brasil para o Mundo”. Em 2016, veio o tri, “O Império dos Mistérios”. De lá para cá, foram quatro vezes no desfile das campeãs e outras duas que bateu na trave com o sexto lugar, como foi em 2024 no enredo em homenagem à Fafá de Belém.
O diretor de carnaval, Tiguês falou sobre o apelido da escola que completou trinta anos de história: “São 30 anos aí, já não é tão Caçula, tão nova, mas uma escola que tem uma história muito bonita, foi ascendendo o grupo a grupo até chegar no Grupo Especial, foi muito jovem campeã do grupo especial. no terceiro ano de desfile no Especial com o título. E ao longo dos anos colhemos alguns insucessos, algumas coisas que não foram tão legais, mas a maioria das vezes esse sentimento de felicidade, de gratidão ao pavilhão, de gratidão à escola, ao nosso Presidente ele sempre fica lá”.
Diretor de carnaval, Tiguês
Em contrapartida, o diretor de harmonia disse que a escola nunca deixará de ser a Caçulinha do Samba: “Esse título de caçula ninguém vai tirar da gente. Podem vir outras escolas, mas ficou muito marcada com o Império”.
A Caçulinha já tem trinta anos, e Serginho complementou falando sobre o sentimento pelo pavilhão: “Olha, 30 anos de Império, ela fala por si só. O Império é uma escola que se transforma. Uma agremiação que quando você olha desde 2003 e 2004, você percebe. ‘Ah é grandiosa, e luxuosa, sim’, mas ela também é uma escola aberta para todos, que abraça a todos, que recebe todos e que vem mudando o público, mudou de endereço, que também teve essa transição de presidente, mas que sempre tem trazendo na sua essência a diversidade, as pessoas, recebemos as pessoas de braços abertos. Então os 30 anos reflete isso, é uma escola em evolução, não é uma escola que está parada no tempo. Uma escola que está evoluindo conforme o tempo. Trinta anos é maravilhoso, feliz demais de poder estar aqui e ficou triste um pouco de ter saído e de ter voltado, mas como se eu tivesse saído em um dia e voltado no outro”.
Serginho, diretor de harmonia
História dos diretores se cruzam no mesmo ano
Dois nomes marcantes no Império de Casa Verde são dos diretores, o Tiguês e Serginho, que estão há muitos anos na agremiação e iniciaram curiosamente no mesmo ano, em 2004, mas cada um trilhou seu caminho até chegar na diretoria de um quesito.
No caso do diretor de carnaval, Tiguês contou sua história: “Eu estou aqui há 20 anos, eu vim para cá como ritmista em 2004. Tô aqui há 20 anos, fui aí fazendo uma espécie de plano de carreira. Fui chefe de aula, fui harmonia e virei diretor de carnaval. Tô no cargo há onze anos e cara para mim é uma honra, uma devoção muito grande que eu tenho. É o meu trabalho, é aquilo que eu gosto de fazer, que eu amo fazer e quando você gosta do que faz não é bem um trabalho. E aí você faz um lugar que você ama fica mais fácil ainda”.
Já, Serginho que começou na Morada do Samba, mas teve mudança de rota: “Cheguei no Império em 2004, junto com o meu pai, com os meus tios e a gente se encantou com a escola pelo jeito, pela estrutura, do jeito que ela tava olhando pro carnaval. Então naquela época já tínhamos a certeza que a escola, o Império era uma escola que nasceu grande e aí fiquei de 2004 a 2010, saí da escola. Tive alguns problemas particulares e volto em 2018, estou até hoje e pretendo não sair. Até teve um ano de 2022 para 2023, o presidente me ligou e falou ‘e aí’, e eu respondi: ‘só saio quando você quiser, se você não quiser não saio e tá tudo bem”.
O diretor de harmonia ainda ressaltou a agremiação: “Então a Império para mim, eu costumo dizer né? Eu tenho uma escola que eu aprendi a ser sambista que é a Mocidade Alegre, que eu respeito muito. Mas o Império de Casa Verde me fez ser diretor de Harmonia, foi a escola que me abriu as portas. Então eu sou gratidão do meu chão, de onde eu venho, mas hoje com muito amor, com muito carinho, meu coração azul e branco. Foi o Pavilhão, foi a escola que me abriu portas. Tenho que ser grato e grato ao presidente Alexandre, toda a diretoria, ao Tiguês que é nosso diretor de carnaval, um cara incrível sempre tô do lado, sempre aprendendo. O Império de Casa Verde é a minha escola que eu quero levar pro resto da vida”.
Mudança de endereço
O Império de Casa Verde teve uma mudança de endereço, onde fica na Avenida Engenheiro Caetano Álvares, e agora está localizada ao lado do Anhembi, Rua Brazelisa Alves de Carvalho.
Serginho elogiou a mudança de endereço da agremiação que segue na Casa Verde: “Essa mudança é fruto do nosso presidente Alexandre Furtado, ele que batalhou muito para isso e acho que aqui é Império vem com uma virada de chave justamente com sambas enredos, com quadra nova, público novo. Então já somos uma escola de comunidade, mas você percebe frutos novos saindo dessa caçula sabe. E acredito que a mudança de quadra ajudou bastante. E você vê o povo do carnaval vindo, estando presentes, vem na festa do Ziriguidum. Tá todo mundo sempre esperando que a próxima festa que vem aí. Já aproveitando para convidar todo mundo que vai ser dia 26 de outubro. Casa nova, pessoas novas, sambas que também vem marcando, tudo isso é a nova Império de Casa Verde, nova não digo assim, mas ao novo endereço do Império de Casa Verde que traz tudo isso”.
Assim como relatou Tiguês em relação a mudança de quadra: “Depois que mudamos de endereço, o perfil da escola mudou, o estilo de desfile da escola mudou, conseguimos colocar mais a nossa cara de uma forma mais interna mesmo. Uma coisa que a gente gostava de fazer aqui dentro e tinha que colocar pra pista. Então já fazem três anos aí que a gente vem grandes desfiles, grandes espetáculos. Independente do título ou não, o trabalho dentro de casa tem sido bem feito e cara. Estamos bem felizes com esse elenco que temos aqui”.
Trabalho de 2024 e elenco todo renovado
A agremiação da Casa Verde, Zona Norte de São Paulo, apresentou o enredo “Fafá – A Cabocla Mística em Rituais da Floresta” em homenagem à Fafá de Belém e ficou em sexto lugar, fora do desfile das campeãs. Mas antes mesmo da apuração, o elenco todo estava renovado, afinal o Império foi bem elogiado pelo mundo do samba por conta do desfile realizado, e os diretores ressaltaram todo o trabalho na construção do último carnaval para a manutenção do time.
Avaliando o trabalho em 2024 e mudanças para 2025, o diretor de carnaval Tiguês disse: “Se a gente for olhar bem, for puxar pela memória, o presidente renovou a escola inteira todo mundo no domingo de carnaval, confiando não só que poderia vir um título ou algo melhor do que o sexto lugar, né? Mas principalmente valorizando o nosso trabalho. O que é importante sabermos que existe essa valorização, que existe esse tipo de reconhecimento por parte do presidente, por parte do Fabinho nosso vice-presidente e a nossa diretoria executiva nós não tivemos nenhuma mudança. Continuamos com a mesma equipe e só fortalece, você ter sempre a mesma equipe por anos, você acaba tendo uma continuidade de um trabalho bem bonito”.
Seguindo a mesma linha, o diretor Serginho mostrou otimismo com o entrosamento do elenco: “Não dá para jogar fora o trabalho. Foi um trabalho super positivo, como você falou dos prêmios. Os prêmios também dizem, é importante dimensionar. Muito respeito à campeã, mas também fizemos um baita desfile. Cabeça de jurado é sempre uma caixinha de surpresa. Enfim acho que agora é zeramos 2024, entendemos ali o processo e estamos reformulando algumas coisas. Não estamos jogando tudo fora, mas estamos entendendo que talvez vale ousar um pouco mais. O Império já é uma escola ousada, mas acho que vale ousar um pouco mais e é um pouco desse projeto que vem para 2025. Um pouco mais de ousadia em uma escola que já é ousada, de uma escola que não tem medo de arriscar. Então por isso que eu tô te falando 2025 vem coisas boas, vem coisa diferente aí”.
Estratégia de lançamento de enredo, samba e escolha do horário
O diretor de carnaval revelou ser uma estratégia em ser a última a lançar o enredo e também o samba-enredo para sentir como está o cenário do samba, seja as concorrentes ou as mudanças de regulamento, como explicou Tiguês em entrevista exclusiva.
“Não deixa de ser uma estratégia. Acabamos tendo tempo, né de analisar muita coisa e de poder olhar o tabuleiro do carnaval de uma forma mais assertiva. E esse enredo aí a gente tinha outras possibilidades. O Leandro apresentou outras possibilidades pra a gente e nós tivemos aí a felicidade de aparecer esse enredo eu que sou uma amante da literatura para mim foi uma coisa maravilhosa. Acaba virando uma estratégia porque você consegue entender o cenário do carnaval. Estávamos esperando o máximo que conseguimos, nessa questão de mudança de jurados e tal, para entender de que forma que iriam julgar a surpresa e tal. Infelizmente não deu tempo, mas foi estratégico sim, a gente poder inclusive a colocação, né, a posição da gente no dia do desfile no sábado de carnaval. A segunda escola também é uma estratégia da gente”.
Em relação ao samba, antes de ser lançado oficialmente, Serginho tinha ressaltado ao CARNAVALESCO: “Para 2025 também é óbvio que às vezes tem essa comparação, mas a gente vai tentar fazer o melhor que se enquadre dentro do enredo que faça com que seja também um samba que a escola se identifique consiga ali ter essa conexão como foram os anos que você comentou. Mas acredito que assim como o diretor de Harmonia é bom, é ótimo quando você tem um samba bom ajuda muito no projeto. Mas também tem força para tentar fazer o melhor porque no geral tanto a escola quanto toda a comunidade do samba vai esperar que essa escola venha cantando. Um samba bom que vem ali então como nosso diretor de carnaval fala, o Tiguês, tentamos forçar para cantar para Deus ouvir e isso é uma marca da Império de Casa Verde também. Então 2025, vamos cantar muito mais alto para Deus ouvir”.
Império explica escolha por barracão próprio
O diretor de carnaval relatou a escolha da escola por não utilizar a Fábrica do Samba: “É um espaço maravilhoso, não resta dúvida, todas as escolas estão bem lá. Mas para o Império se você olhar a facilidade que temos estando do outro lado da rua, para transporte de alegoria e para qualquer eventualidade na hora do desfile, para montagem da escola, então nós somos verdadeiros felizardos mesmo de ter uma localização muito privilegiada praticamente dentro do Sambódromo. E até porque nós temos um presidente que gosta muito dessa questão do gigantismo. E aí o gigantismo você precisa ter espaço para que você possa produzir. Então não só a altura, largura, comprimento, você precisa ter algo que funcione. Talvez lá na Fábrica do Samba, não desse. Então é completamente estratégico mesmo, não tem jeito”.
O Império de Casa Verde tem como enredo para 2025: “Contando Contos: Reinos da Literatura” e será a segunda escola a desfilar no sábado de carnaval, dia primeiro de março.
A Mocidade Alegre proporcionou uma grande festa para a comunidade na noite deste domingo. O intuito de expor as fantasias ao público foi bem feito. Dentro da Arena Morada, local utilizado para maiores eventos da agremiação, a escola montou uma passarela em formato retangular onde todos conseguiam enxergar com nitidez o contexto e a leitura do que estava sendo mostrado enquanto os modelos desfilavam. Para ficar ainda melhor, havia um telão intercalado com apresentações teatrais para explicar cada setor. O carnavalesco Caio Araújo junto da equipe de barracão foi responsável por todo o desenvolvimento das vestimentas apresentadas.
Somado a isso, houve um momento de comoção durante a cerimônia. Um grande terço foi formado e a presidente Solange Cruz junto de mestre Sombra ficou no centro do tablado, enquanto o intérprete Igor Sorriso cantava os últimos versos do samba-enredo 2025. Solange não escondeu as lágrimas e outros componentes também se emocionaram, mostrando a sinergia de quem está incansavelmente na busca pelo tricampeonato.
O enredo da Mocidade Alegre para o Carnaval 2025 tem como título “Quem não pode com mandinga não carrega patuá”, sendo assinado pelo carnavalesco Caio Araújo com pesquisa do enredista Léo Antan. A agremiação do Limão será a terceira a desfilar no sábado.
Coroação de um trabalho à vontade na escola
O carnavalesco da Mocidade Alegre não escondeu a emoção ao falar sobre a festa dos pilotos. Caio elogiou toda a equipe de barracão e diz que tudo feito foi para coroar o trabalho na apresentação dos figurinos para a comunidade. “O sentimento é de alegria, porque é muito bom quando a gente vê a comunidade tendo o primeiro contato com o que estamos preparando de visual. As fantasias são eles que vão defender o quesito e vão vestir. A confecção foi tranquila, a gente tinha um projeto muito certo do que a gente queria. A Mocidade tem a equipe do Fabson Rodriguez, que é um grande artista, ele faz itens no Garantido em Parintins e a gente conseguiu criar uma conexão muito grande na realização desses pilotos. A Mocidade não tem essa correria para fazer os pilotos dela, mas foi um processo muito prazeroso. Hoje a gente está aqui como uma grande peça para coroar o mesmo trabalho desenvolvido ao longo desses últimos meses”, disse.
Caio Araújo é um jovem carnavalesco. Ele estreou recentemente pela Mocidade Unida da Mooca no carnaval de 2024, onde ganhou notoriedade. Mesmo não alcançando o acesso com a agremiação da Zona Leste, a Mocidade Alegre enxergou potencial no profissional e o contratou para substituir Jorge Silveira. Aconteceu tudo rápido na carreira do artista, mas de acordo com Caio, a pressão só vem de início e, agora, quer trabalhar ao máximo para deixar a comunidade da Morada com orgulho. “Acho que no começo a gente sente a pressão, mas depois vemos que o andamento de um barracão é parecido em todas as escolas de samba. A gente para de pensar no peso do pavilhão e de conseguir o tricampeonato. Desta forma eu fico mais leve. No final das contas é isso: trabalho e mais trabalho. A única pressão que eu coloco na minha cabeça é de proporcionar um desfile no qual a comunidade da Mocidade se orgulhe. Eu quero que eles entrem na avenida batendo no peito com orgulho de ser Mocidade Alegre. Meu principal objetivo como carnavalesco é esse”, contou.
Carnavalesco Caio Araújo
Caio falou sobre o trabalho que realiza com a presidente Solange Cruz. Segundo o profissional, os feitos que a gestora faz com a comunidade da Mocidade Alegre são de alto nível, além de mover toda a paixão pelo componente da escola. “Nós somos sambistas e gostamos muito de carnaval. Todo mundo já ouviu falar da Solange, a galera fala que ela é uma grande presidente e uma grande administradora. Você trabalhando de perto com ela, vê que tudo que dizem é verdade. Mas acho que o mais bonito com o trabalho dela é que em cada momento ela está pensando na comunidade da Mocidade. Ela conhece essa comunidade como ninguém, ela conhece essa escola como se fosse a palma da mão dela. Acho que além de uma grande administradora, é muito legal ver o respeito que ela tem por quem constrói a escola junto dela. Está sendo um desafio gostoso e interessante de ver uma lenda do carnaval trabalhando do jeito que ela trabalha”, concluiu.
Fantasias de nova roupagem e ótima leitura
Dando declarações mais técnicas, o diretor de carnaval Júnior Dentista revelou que a escola pensou bastante na leitura dos critérios de julgamento. O comandante da agremiação também se diz satisfeito com a roupagem da Morada, “A gente pensou muito tecnicamente na hora da construção e na idealização das fantasias. O Caio está chegando e vocês viram que é outra roupagem. O Caio colocou bem a cara dele e a gente está muito técnico. A gente pensou muito em dar leitura, porque o critério é leitura pura. Eu acho que as fantasias estão muito claras com isso e tiramos todos os riscos do desfile para poder desfilar tranquilo. Eu gostei muito do visual. Por ser um tema um pouco religioso, te limita em algumas determinadas situações. Mas o Caio foi muito feliz, eu gostei muito do conjunto das cores. Vai ser impactante”, comentou.
O diretor contou elogiou o trabalho de Caio Araújo e contou que procurou deixá-lo o mais confortável possível. Teve todo o apoio da presidente Solange e do enredista Léo Antan.“A gente deixou ele muito à vontade. O Léo Antan é um enredista que trabalha com o Jorge também no Salgueiro, deu todo o suporte para ele e a gente deu toda a liberdade para criar em cima do que ele achava que era para gente ir para o tricampeonato. Ele foi muito feliz em cima das fantasias. A escola apoiou demais e a gente até colocou mais coisas. A Solange é vaidosa demais, ela tem um bom gosto que ela põe o dedo dela também. Ele está muito feliz, porque em cima do que ele construiu, viu que a escola proporcionou condições para ele tirar do papel e colocar o que a gente viu hoje aqui. O Caio está super satisfeito, alegre e muito em casa”, declarou.
Falando do barracão, Júnior contou que está contente com o resultado e que promete emocionar na pista. “O barracão está na decoração. Acho que a maioria das escolas também. Estamos na decoração do segundo carro e está tudo muito a contento. Nós estamos muito felizes, com uma roupagem diferente do Jorge Silveira, o Caio tem um pouco mais de luxo e o Jorge é mais caricato. Nós estamos bem alegres do que estamos vendo no barracão. Vai ser um desfile emocionante”, disse.
Momento de emoção e felicidade
Como citado, nesta noite, Solange de fato se emocionou em um momento onde integrantes da escola se uniram em volta da passarela dos pilotos. A presidente esteve junto de mestre Sombra e, por todo o tablado, havia uma grande terço, simbolizando o ‘imenso cordão’, citado no samba-enredo. Solange também carregava seus tradicionais terços. “Foi incrível! Estou muito feliz primeiro com a escolha do enredo, depois com a escolha do samba e agora feliz porque a comunidade abraça as coisas aqui. A nossa prioridade é agradar os componentes, esse é o primeiro passo. Tiveram momentos em que eu me emocionei, principalmente na parte do enredo onde os patuás abençoam a nossa família. É diferente de outras escolas, mas eu sou nascida e criada aqui dentro e tem uma simbologia muito grande em tudo aquilo o que a gente faz. Foi uma grata surpresa, fiquei emocionada, chorei e foi um momento único. O legal de ser de escola de samba é se emocionar a cada ano. Quando a gente perder esse tesão, tem que parar”, afirmou a presidente.
A gestora da Morada do Samba também elogiou o trabalho do carnavalesco Caio Araújo. Mesmo jovem e vindo do acesso, a agremiação gostou do que viu nele e decidiu apostar, como sempre fez em sua trajetória no carnaval. “A Mocidade Alegre tem essa coisa de apostar. Já lançou muitos carnavalescos, como Raul Diniz, Tito Arantes, Wagner Santos, Nelson Ferreira, Zilkson Reis… A gente tem uma coisa de querer apostar no novo. O Caio foi uma pessoa que se sobressaiu, tanto é que a MUM levou. Fez uma primeira passagem lá na nossa afiliada e agora trouxe uma poesia totalmente diferente para nossa escola, no qual a gente gostou muito. Ele risca muito, desenha demais e é muito gostoso transportar o que ele coloca no papel para aquilo o que a gente quer apresentar. Está sendo uma troca muito bacana, porque ele permite que a gente também palpite”, contou.
Solange seguiu a linha do diretor Júnior Dentista e revelou que a Mocidade Alegre vem bastante diferente do que foi apresentado nos últimos carnavais. Segundo a líder da agremiação, tudo está muito adiantado no barracão. “Quero parabenizar também o Fabson por todo esse trabalho incrível e quero agradecer o Léo Antan por todo esse desenvolvimento de enredo maravilhoso. A Mocidade Alegre já está bem adiantada com as fantasias, não temos mais materiais para comprar, já está praticamente tudo em andamento e decorando carro. Estamos a mil por hora no barracão e eu garanto que vocês vão se surpreender com o que a Mocidade Alegre vai apresentar na avenida. Totalmente diferente dos últimos anos”, concluiu.
O Boi da Ilha definiu na noite deste domingo que a parceria de Cadinho, Rafinha da Ilha, Fábio Teixeira, Laura Romero, Luizinho das Camisas, Rosangela Cunha e Sérgio Beto Português assinará o samba-enredo que homenageará o intérprete Quinho, no desfile do ano que vem, na Intendente Magalhães, pela Série Prata. Intitulado “Arrepia Boi da Ilha” o enredo será desenvolvido pelo carnavalesco Fran Sérgio. Ouça no fim da matéria o samba campeão.
“É uma honra muito grande essa vitória, principalmente, nesta fase de resgate do Boi. É uma emoção única o que está acontecendo na escola. Terceira vez que disputo e segunda vez que ganhei aqui. A primeira foi em 2022. O refrão principal resume todo o enredo da escola”, disse o compositor Rafinha da Ilha.
Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente Marcelo Santos, que é mestre de bateria da União da Ilha, falou sobre a homenagem para o cantor, que faleceu no início de janeiro de 2024.
“O Quinho é uma cria da Ilha, começou aqui no Boi. Sempre ficava feliz quando encontrava e ele me chamava de sobrinho. Queria fazer essa homenagem com ele em vida, mas infelizmente não deu tempo. Nossas famílias eram muito amigas. Estamos falando com eles. A família deu dicas sobre a religião, o grito de guerra com a representatividade e que ele era muito torcedor do Botafogo. Tenho certeza que a família dele está feliz e contente. O Boi da Ilha voltou e muito forte. Estamos homenageando o Quinho e nosso dever está quase cumprido, que é colocar novamente a escola na Sapucaí. Podem esperar que o Boi da Ilha vai arrepiar a Intendente. Sabemos da dificuldade, mas vamos fazer nossa parte, com muita alegria e irreverência, para buscar o título”, contou o presidente.
Irmão de Quinho e também intérprete, atualmente, no Império Ricardense, Nélio Marins falou da homenagem prestada pelo Boi da Ilha. “Estamos extremamente envaidecidos pela homenagem. Minha família começou no samba aqui. É muito legal ver essa homenagem, mas preferia que fosse em vida. É bacana mostrar o legado do meu irmão. Foi o melhor cantor que passou na Sapucaí. A escola que a gente nasceu, começamos aqui, e fico emocionado estar aqui e saber que ele é enredo do Boi da Ilha. Agradeço pela bela homenagem”, disse.
Filho do intérprete Quinho, Wilker Marques, agradeceu a homenagem e citou que o Boi da Ilha foi fundamental no início da carreira do pai.
“Agradeço a iniciativa da escola por ter colocado meu pai como enredo da escola. Não pode faltar no desfile a alegria dele. O canto será muito forte. A animação está garantida para obtermos a nota 10. Ele criou uma história linda aqui. O pontapé inicial foi aqui. Teve o dom de saber cantar samba-enredo”.
Responsável pelo desfile do Boi em 2025, Fran Sérgio explicou como será o desenvolvimento do projeto para o ano que vem. Ele ressaltou o que não pode faltar na apresentação da escola.
“O Quinho começou no Boi da Ilha. A escola decidiu homenagear esse grande artista do carnaval. É uma honra e alegria poder falar de uma figura tão poderosa, com seus bordões e alegoria. O Boi quer passar toda alegria do Quinho. Não pode faltar no nosso desfile a espontaneidade, ele falava, puxava o samba e tinha emoção. Vamos focar o desfile na vida profissional dele, suas passagens pelas escolas de samba e tem uma pecularidade dele, que é a pomba-gira dele, a Maria arrepiada. Vamos saudar a grande protetora do Quinho. O time de coração dele, o Botafogo, também estará em um setor muito importante do desfile. Esperem uma escola esbanjando alegria”.
O intérprete Nino do Milênio citou que teve oportunidade de conhecer pessoalmente o Quinho e até chegou a receber conselhos deles.
“Acho muito bacana e especial essa homenagem. Pude conhecer o Quinho. A minha geração recebia conselho dele e de outros grandes cantores. É uma responsabilidade muito grande cantar o samba que vai homenagear o Quinho. Posso afirmar que o nosso samba não faltará irreverência, a cara do Quinho. Nossa escola tem o meu amigo e agora patrão, o presidente Marcelo Santos, que entende a dificuldade do sambista. Isso facilita o trabalho”.
O Boi da Ilha uniu novamente o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Mosquito e Roberta, e ao falarem com o CARNAVALESCO eles citaram a importância do enredo e da homenagem para o intérprete Quinho.
“É uma felicidade muito grande. Ficamos um ano separados, mas não perdemos o contato. Quando surgiu a oportunidade, aceitamos logo. É muito emocionante o nosso enredo. O Quinho é um ícone do carnaval. Ele tem origem na Ilha e muito importante essa homenagem neste domingo. Sobre a fantasia, eu vou posso falar que vamos estar de vermelho”, disse a porta-bandeira.
“Graças ao Boi da Ilha estamos novamente unidos. Vamos trabalhar para ter o sucesso. O enredo é muita emoção. Acompanho o Quinho desde a época que eu estava no Salgueiro. Ele faz parte da minha história. Falar dele é muita emoção. Ah… nossa fantasia é muito bonita”, afirmou o mestre-sala.
Comandante da bateria do Boi, mestre Maurício Santos falou da relação com o irmão e presidente, Marcelo Santos, e como funciona a relação no trabalho.
“É uma responsabilidade grande, porque o Marcelo Santos é mestre de bateria e meu irmão. Ele me passa muitas dicas. É maravilhoso trabalhar com ele e estar em família. Ele não se mete em nada da bateria, confia muito em mim, mas quando ele apresenta algum palpite, eu sempre estou pronto para ouvir. Sinto uma felicidade imensa de termos um samba alegre, empolgante e falar do Quinho é uma grande emoção”.
Veja a letra e ouça o samba abaixo
Compositores: Cadinho, Rafinha da Ilha, Fábio Teixeira, Laura Romero, Luizinho das camisas, Rosangela Cunha e Sérgio Beto Português
Apoio Cultural: Gugu das Candongas, Marquinhus do Banjo e Waguinho
Melquisedeque é o meu nome
Nome que meu pai me batizou
Irreverente eu sorria menino
Que todos chamavam de Quinho
O rei da alegria chegou
Ô ô ô brilha no céu uma estrela
O glorioso, paixão verdadeira
Eu sou do povo, a voz da favela
“Aí que lindo” emocionei a passarela
Ê Maria pomba gira arrepiada
Ilumina toda minha caminhada
Eu sou filho desse chão tenho alma de guerreiro
Arreda, sou malandro batuqueiro
Pintei a minha história na avenida
Cantar foi o dom que Deus me deu
“O Sol que brilha essa noite vem da Ilha”
Me vesti de poesia,fiz da vida um carnaval
Na terra da garoa, deixei o meu legado
O “tambor”da academia eu fiquei arrepiado
Eu sou raiz, viajei na nostalgia
Do bloco do Boi da Freguesia
”Pega fogo” no gongá, é muita emoção
Eu tô de volta, “explode coração”
Eu sou o Quinho, sou da Ilha, sou Salgueiro
Orgulho nasci boiadeiro
Já era manhã de domingo quando a Acadêmicos de Santa Cruz escolheu o samba da parceria de Elias Andrade, Rafael Lima, Samir Trindade, Aurélio Brito, Zé Glória, Pierre Perez, Luiz Brasília e Carla da Barreira como o hino do Carnaval 2025. Defendido pelos intérpretes Tinga e Sandro Mota, a obra conquistou a comunidade, segmentos e diretoria, se consagrando a grande campeã da disputa.
Para a festa, uma super estrutura foi montada. A noite iniciou com o show da agremiação. A bateria dos Mestres Riquinho e Cleison Brown comandaram o ritmo. Passistas, baianas, casais de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, e todos os segmentos se apresentaram ao som dos grandes sambas da escola que fizeram história no Carnaval.
Depois, a apresentação dos sambas finalistas fez a quadra vibrar com as torcidas, deixando a disputa acirrada. Antes do anúncio, o público curtiu o show de Arlindinho Cruz, que subiu ao palco da Santa Cruz pela primeira vez e fez todo mundo cantar sucessos do samba e do pagode.
O samba campeão foi anunciado por volta das cinco da manhã na voz do intérprete oficial Roninho Remandiola e consagrou a parceria de número 02 que, além de ter o seu samba cantado por toda a comunidade no próximo desfile, ganhou o prêmio de 10 mil reais. Confira a letra:
Compositores: Elias Andrade, Rafael Lima, Samir Trindade, Aurélio Brito, Zé Glória, Pierre Perez, Luiz Brasília e Carla da Barreira
A intolerância veio pelo mar
Queriam dizimar memórias de Tupã
Rezaram a missa em inclemência
Pra catequizar a essência
Impor a crença, o seu afã
Brasil de Coaraci e Jaci
A natureza, louvava a nação Tupi
O originário em sua fé
Acreditava, na sabedoria dos Pajés
Águas de Yemanjá
Trouxeram os negros
Cultuando seus orixás
Mandinga de tambores
De deuses que dançam
Batuque de rituais
Nossa gente pelas ruas em altares
Resiste em manifestações populares
Festa do divino
Caboclinho vem da mata
Tem maracatus e cavalhada
O jeito que o povo celebra é assim
No santuário Tupiniquim
Mães do meu país
Somos todos filhos seus
E a paz em cada altar
Não importa a divindade
O que traz a salvação é a bondade
Eu tenho Maria e Oxalá Jesus
Eu tenho Zumbi, Pajés e Exus
Erês e Caboclos, axé da história
E a Santa Cruz no congá da vitória
Para o próximo ano, a Santa Cruz tem como enredo do enredo “Os Sagrados Altares Tupiniquins”, do carnavalesco Cid Carvalho, que traz as origens de diversas manifestações culturais por meio da fé e do sincretismo religioso. A escola será a 6ª a desfilar na Série Prata, pela Superliga Carnavalesca do Brasil, no dia 03 de março, na segunda-feira de Carnaval.
A Estação Primeira de Mangueira, “dona das multidões”, escolheu o samba-enredo da parceria de Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Júlio Alves, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim para o Carnaval 2025. A escola terá o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”, que será desenvolvido pelo carnavalesco Sidnei França. O resultado saiu por volta das 5h deste domingo. O Palácio do Samba, como sempre, ficou lotado e a Verde e Rosa fez uma linda festa para escolher sua obra para o desfile do ano que vem. Destaques para a bela performance da bateria, ala musical e os segmentos, sob direção de Fábio Batista, que fizeram um show impecável, digno da segunda maior campeã da história do carnaval do Rio de Janeiro. * OUÇA O SAMBA DA MANGUEIRA PARA 2025
“A emoção é como se estivesse ganhando o primeiro samba, porque ela se renova. Quando a gente entra na disputa, esquece tudo aquilo que já passou. Foca em tentar representar a nossa escola na avenida. Graças a Deus temos essa oportunidade novamente. O enredo é necessário. Tem que ser contado, não só uma vez, mas com essa temática muitas outras vezes. Porque o carnaval é do povo preto. Nós temos que agradecer ao povo preto por hoje estarmos pisando na avenida, porque foram eles que plantaram essa semente. Colher o fruto é fácil, mas quem sofreu para poder plantar a semente foram eles. Temos que agradecer e temos que cantar várias vezes em enredos de temática afro na Marquês de Sapucaí”, disse o compositor Lequinho ao CARNAVALESCO.
Compositor Lequinho
“Foi minha sexta vitória aqui. Cada vitória é como se fosse a primeira, essa escola é sagrada. Eu me sinto um ser humano muito privilegiado de fazer parte disso. Eu me sinto como em meu primeiro ano. A Mangueira, para gente relembrar o velho Luizito, é a maior escola de samba do planeta. Quem não sente isso não tem nem que pisar aqui, a Mangueira é a maior escola de samba do planeta e sou um privilegiado”, comentou o compositor Paulinho Bandolim.
Compositor Paulinho Bandolim
“Uma vitória difícil, mas graças a Deus, deu a gente aí nessa disputa acirrada. Um samba bonito, que a própria quadra abraçou. Era meu sonho ganhar um samba na Mangueira. Não consigo dizer um trecho favorito. Eu gosto do samba todo”, completou o compositor Júlio Alves.
Em entrevista ao CARNAVALESCO, a presidente Guanayra Firminou revelou com exclusividade que será candidata para reeleição. Ela falou sobre a contratação do carnavalesco Sidnei França, multicampeão em São Paulo, e ainda citou que não faltará recursos para o projeto do desfile de 2025 da Verde e Rosa.
“Acompanhava o trabalho do Sidnei França em São Paulo. Gostava muito do que fazia lá. Quando ele apresentou o enredo da Mangueira para 2025 foi amor a primeira vista. Tem a nossa cara. É forte! O mangueirense pode esperar um desfile potente. Temos um samba valente e que descreve muito bem o nosso enredo. Nos últimos dois anos, não dei muita sorte nas alegorias, mas o investimento fiz, não depende só de mim o resultado, mas garanto que não faltará recursos para o Sidnei França desenvolver o projeto inteiro. Acho que agora vai dar certo. Já estamos reproduzindo nossas fantasias. Nossos carros já estão na madeira e o abre-alas começou a decoração. Sobre a eleição do ano que vem, eu vou ser candidata para reeleição. Não é fácil ser mulher e presidente da Mangueira, mas dou conta. Não tenho e nunca tive medo de desafio”, garantiu a dirigente da Verde e Rosa.
Desfile ousado na parte plástica
Campeão por diversas vezes em São Paulo, Sidnei França chega na Mangueira para dar segurança para a parte plástica da Verde e Rosa.
“Eu tenho uma trajetória consolidada em São Paulo e agora iniciar um novo ciclo na Mangueira é uma consagração e é também uma oportunidade de testar o meu trabalho em um outro formato, outro Sambódromo, outro estado. Tem sido muito rico, valoroso e o meu coração de sambista está em festa, tenha certeza. Afinal de contas, a Mangueira é um patrimônio da cultura popular brasileira. É uma nova cara de Mangueira, menos tradicional, menos ligada à sua tradição quase centenária, e um desfile mais ousado, mais arrojado do ponto de vista estético. O nosso samba tem a garra do povo da Mangueira e a temperatura do povo da Mangueira. O trunfo é ter um enredo que fala sobre ancestralidade, a cultura preta, sobre o Rio de Janeiro negro. A partir daí, evidenciar, explorar, exaltar o seu chão, a sua raça, mais uma vez, para triunfar no carnaval”, explicou ao CARNAVALESCO o artista mangueirense.
Carnavalesco Sidnei França
Plástica perfeita com o chão da comunidade
Contratado para o desfile de 2025, Dudu Azevedo, diretor de carnaval da Mangueira, explicou o que representa chegar na Verde e Rosa e contou com está a programação para o desfile do ano que vem.
“A Mangueira tem sua história e está sempre nas prateleiras mais altas do carnaval. O pedido da comunidade é voltar para essa prateleira. Quando a gente encontra uma gestão como da presidente Guanayra, que quer planejar, organizar e desfilar bem, é colocar a escola na avenida para que a comunidade mostre a emoção. A gente tem o planejamento de desfilar com cinco alegorias, sendo que uma acoplada e três tripéis. Aproximadamente 3.300 componentes. A Mangueira é gigante e ninguém pode ficar de fora. O trunfo é unir uma plástica perfeita com esse chão de comunidade que a Mangueira possui. Esse é o caminho para a Mangueira estar onde nunca poderia sair”, disse o diretor de carnaval.
Em um momento espetacular de rendimento, os intérpretes da Mangueira, Marquinho Art Samba e Dowglas Diniz, conversaram com o CARNAVALESCO e abordaram o trabalho em parceria com a bateria.
“O processo para o sucesso tanto do carro de som, como a bateria é o conjunto. É o respeito que a gente tem um com o outro. A bateria, os mestres, eles possuem livre-árbirtro de vir poder opinar dentro do trabalho da gente, da ala musical, como também a gente pode opinar no trabalho da bateria. Ter o trabalho o nosso trabalho do carro de som sendo reconhecido pelo carnaval é uma felicidade. O nosso samba para 2025 é para o mangueirense cantar com o coração”, dise Dowglas Diniz.
“As coisas vão melhorando a cada ano que passa e vem o entrosamento. Nós fomos montando o time do carro de som dentro da necessidade de cada samba. E hoje sestá criado esse carro de som dos sonhos, maravilhoso. A gente vai trabalhar muito para poder chegar no rendimento melhor possível do samba na Avenida”, completou o cantor Marquinho Art Samba.
Mestres Taranta Neto e Rodrigo Explosão
Comandando uma das melhores baterias do carnaval, no atual momento, os mestres Taranta Neto e Rodrigo Explosão formaram uma dupla de ouro para a “Tem que respeitar meu tamborim”. Ao CARNAVALESCO, eles falaram do trabalho para 2025.
“A gente procura sempre evoluir. Fazer o melhor trabalho possível, a gente sabe que estamos vindo com uma pegada e para manter um nível de nota, a gente precisa sempre continuar elevando a bateria. Temos um enredo que propõe fazer coisas boas que possam ajudar a gente a levar essa nota 40 que queremos pegar novamente”, contou mestre Rodrigo Explisão.
“O balanço de 2024 gente foi muito positivo, foi 1000%. A gente conseguiu entregar o trabalho que queríamos. Conseguimos a nota para escola. Agora, o nosso samba está dentro do enredo que o Sidney França propôs. E vem aquele tempero. Aquelas possibilidades abertas para gente fazer o nosso trabalho, a escola evoluir bem, aquela melodia mangueirense de bater no peito. O resto a comunidade abraça”, assegurou mestre Taranta Neto.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira da Verde e Rosa, apelidado de “Casal Furacão”, conversou com o CARNAVALESCO sobre a sensação após o ótimo desfile da dupla em 2024 e o que esperar de 2025.
“Dever cumprido no desfile de 2024, acho que é sempre um dever cumprido dançar para essa comunidade, ver a festa da nação, representar a Estação Primeira de mangueira é incrível. A Mangueira sempre merece excelência. Sobre a fantasia de 2025 é aquela pergunta meu caro amigo que você vai ficar sem a resposta. Aguenta coração”, brincou o mestre-sala.
“Foram as notas que Estação Primeira de Mangueira precisava e a presidente Guanayara Firmino merecia. Já vi a fantasia. O Sidney França é extremamente cuidadoso desde quando ele desenhou até agora”, citou a porta-bandeira.
Evelyn Bastos elogia sensibilidade do carnavalesco Sidnei França
Mais um ano como rainha de bateria da Mangueira, Evelyn Bastos falou da fantasia para o desfile de 2025 e o trabalho como presidente da Mangueira do Amanhã.
“Eu ainda não peguei o desenho da fantasia, mas ele (Sidnei França) é um carnavalesco incrível e eu admiro muito o trabalho dele. É extremamente sensível com a comunidade, com o que ele faz e ele é diferente. É especial porque muito mais do que você ser um profissional muito bom na sua área quando você tem a sensibilidade do artista, faz com que o profissional seja ainda mais de bem sucedido. Eu, como presidente da Mangueira do Amanhã, sinto todas as dificuldades de colocar um desfile mirim na rua, não só colocar o desfile na Sapucaí, mas ter ensaios, trazer as crianças para dentro das quadras. É um trabalho de formiguinha”, afirmou Evelyn Bastos.
Responsáveis pela comissão de frente da Mangueira, os coreógrafos Lucas Maciel e Karina Dias, falaram sobre a estreia na escola em 2024 e projetaram o desfile do ano quem vem.
“O balanço de 2024 é de dever cumprido. É tanto esforço, tanta entrega, que é só uma coroa do trabalho. Eu acho que é um banho de descarrego quando vêm as notas. Cada ano é ano e a gente está correndo muito atrás e querendo muito que isso se perpetue. Já planejamos tudo tudo para 2025”, citou a coreógrafa.
“Quando saíram nossas notas, a gente se ligou e começou a chorar sem falar nada. Foi só gratidão por tudo que a gente passou e ter nosso trabalho reconhecido. Isso é maravilhoso. A gente recomeçou mais um ano agora. Vamos buscar esses 40 pontos agora para 2025. E cada ano é um ano. A gente acaba um ano, encerra, agradece por tudo que passou, mas recomeça do zero”, completou o coreógrafo.
Como passaram as parcerias na final
Parceria de Chacal do Sax: O primeiro samba da noite foi de autoria de Chacal do Sax, Fábio Martins, Marcelo Martins, Bruno Vitor, Jean do Ouro e Pastor Gaspar. A dupla de intérpretes Tem-Tem Jr e Emerson Dias foram os responsáveis por conduzir o samba nesta noite e juntos contribuíram para que a obra conseguisse conquistar atenção do público presente desde o primeiro minuto de apresentação. Foi uma apresentação com início forte e extremamente aguerrido. A melodia tem uma cadência firme e envolvente, fazendo com que o ritmo se alterne entre passagens mais suaves e momentos mais intensos. Porém, durante a apresentação houve uma alternância no canto, foi possível notar principalmente quando a bateria e os cantores pararam de cantar, faltou mais constância para sustentar lá em cima.
Os destaques ficaram para os refrões, que foram bem cantados, porém, a parte que incendiou a quadra foram os versos que antecedem o refrão principal, “Eu sou mais um Silva, do buraco quente, da massa funkeira, sou linha de frente, cria de Mangueira, produto do nosso quintal”. Vale destacar ainda a presença maciça da torcida, com bandeiras nas cores da escola e luzes e muita animação.
Parceria de Ronie Oliveira: O segundo samba a se apresentar nesta noite foi composto por Ronie Oliveira, Jotapê, Giovani, João Vidal, Miguel Dibo e Cabeça Ajax. A obra foi conduzida pelos intérpretes Charles Silva e Gilsinho, a dupla, aliada a um carro de som entrosado, conduziu de forma consiste a obra.
A obra passou de forma linear nesta final, os momentos de maior explosão ficaram para o refrão principal, a torcida, bem numerosa e com balões coloridos contribuiu para que a apresentação fosse boa. Porém, a sensação é de que faltou estofo para uma passagem mais explosiva. O canto não se sustentou durante a parada dos cantores e da bateria.
Parceria de Lequinho: O último samba da noite teve autoria de Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Júlio Alves, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim. No comando, um carro de som de peso, liderado pelos intérpretes Tinga e Pitty de Menezes, ambos deram um show e foram peças fundamentais para o excelente rendimento nesta noite. A parceria é composta por autores acostumados a ganhar samba na Mangueira, o samba deste ano tem características marcantes que fazem com que o torcedor se identifique, além de contar bem o enredo, a exaltação ao pavilhão está presente e mexe com brio do mangueirense.
A apresentação desta noite foi excepcional, o rendimento se manteve alto durante todo o tempo, não foi possível perceber quedas notáveis, o entrosamento com a bateria foi nítido, assim como sinergia com o público presente na quadra. A torcida foi a maior da noite, extremamente animados e com o samba na ponta da língua eles deram um show. Como destaque é possível mencionar os refrões principais e também o verso que abre a segunda parte do samba “Forjado no arrepio da lei que me fez vadio, liberto na senzala social, malandro, arengueiro, marginal”. Ao final da apresentação, de forma unânime, os presentes na quadra gritaram “é campeão”, foi a coroação de uma apresentação impecável.