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Jack Vasconcelos revela andamento da pesquisa para o enredo do Tuiuti e liberdade para os compositores

Jack Vasconcelos apresentou, no último 13 de maio, a sinopse do enredo “Lonã Ifá Lukumi”, sobre o Ifá cubano, tema que o Paraíso do Tuiuti levará para a avenida em 2026. Artista responsável pela história que o “Quilombo do Samba” quer mostrar na Sapucaí, Jack — que aniversariou nesse mesmo 13 de maio — conversou com o CARNAVALESCO sobre as percepções que a pesquisa para o enredo vem trazendo, a linha que será adotada e o que espera do samba da escola.

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Carnavalesco Jack Vasconcelos. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Para o carnavalesco, a pesquisa começou a partir do babalaô do diretor de carnaval, Leandro Azevedo, que sugeriu o enredo à agremiação. Jack destaca a beleza da experiência de se aprofundar nessa realidade.

“Foi uma ideia trazida pelo nosso diretor de carnaval, o Leandro Azevedo, que me apresentou a proposta de conhecer o Ifá cubano. Ele, como adepto, me levou para conhecer o padrinho dele, o babalaô, e, com isso, fui sendo apresentado a essa cultura de maneira muito intensa. A gente, com a velocidade do carnaval, sabe como é. Lançamos o enredo em abril e, em maio, a sinopse já tem que estar pronta. É sempre um processo muito intenso. E eu fui mergulhando nessa experiência dentro do espaço sagrado, dentro do terreiro, conhecendo alguns rituais. Está sendo, ainda, uma vivência muito enriquecedora e muito bonita”, comentou o artista.

Dentro da pesquisa, o que mais mexeu com o carnavalesco foi o senso de comunidade, ao lidar com o tema do Ifá durante a elaboração da sinopse.

“Acho que é o sentido de comunidade. Esse sentido de comunidade humana mesmo. Falo em termos de conexão que cada ser humano tem com o outro, mesmo que, às vezes, não se dê conta. Você não precisa conhecer realmente a pessoa, mas existe uma conexão energética e espiritual que forma uma malha, que une todo mundo. E isso envolve também a natureza, o mundo em que vivemos. É tudo uma coisa só, tudo interligado. O despertar para esse olhar é algo muito impactante”.

Sobre a linha que o enredo vai seguir, Jack ressaltou que o desenvolvimento passará tanto pela dimensão histórica quanto pela espiritual, ao tratar do Ifá cubano. Ele destacou que a narrativa gira em torno do conceito de destino.

“A gente vai fazer uma união, para que as pessoas conheçam um pouco da trajetória histórica, mas também sejam apresentadas ao lado espiritual. Na verdade, o enredo fala do destino, como o Ifá fala. A mensagem que Orunmilá traz serve para encaminhar as pessoas ao seu destino. Vamos mostrar isso como se fosse o destino segundo o Ifá, harmonizando todo o planeta. Lonã Ifá Lukumi é isso: o caminho do destino segundo o próprio Ifá”.

Por fim, Jack falou sobre sua relação com os compositores e como prefere deixá-los livres para criar a obra que a escola cantará na avenida, discutindo a ideia do enredo, mas permitindo que os poetas assumam a história a ser contada. O Tuiuti encomendará, novamente, o samba para 2026. Vão assinar Claudio Russo, Gusttavo Clarão e Luiz Antônio Simas.

“Geralmente, converso apenas sobre a ideia do enredo e, se eles tiverem alguma dúvida sobre o que escrevi especificamente, esclareço. Não tenho o hábito de exercer uma gerência ou interferência grande sobre as obras de outros artistas, porque eles são artistas como eu. O importante é que o compositor sinta e entenda o enredo. Não é sobre decorar setor, nem ficar descrevendo. É para ele ser tocado pelo enredo e, assim, decodificá-lo com sua arte”.

Presidente do Tuiuti celebra enredo afro-cubano, define compositores e projeta lançamento do samba para agosto

Agnaldo Amaral é o novo intérprete do Peruche e faz história ao cantar nas matriarcas de São Paulo

Durante o anúncio da ordem dos desfiles do Carnaval de São Paulo 2026, um dos momentos mais surpreendentes da noite foi a confirmação de Agnaldo Amaral como novo intérprete oficial da Unidos do Peruche. Com carisma de sobra e a emoção à flor da pele, o cantor falou com o CARNAVALESCO sobre sua chegada à tradicional agremiação da Zona Norte.

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“É um sentimento maravilhoso. Reconstrução de uma nova história junto com o Peruche”, declarou Agnaldo, visivelmente empolgado. “Já passei nas famosas grandes. Eu sou balzaquiano! Vai-vai, Camisa, Nenê, Mangueira… e tava faltando o Peruche. Agora não falta mais, está no currículo”.

Com um currículo invejável e trajetória marcada por passagens por grandes escolas de samba de São Paulo e do Rio, como a Estação Primeira de Mangueira, Agnaldo destaca um feito raro: cantar nas quatro chamadas “matriarcas” do samba paulistano – Vai-Vai, Camisa Verde e Branco, Nenê de Vila Matilde e, agora, Unidos do Peruche.

“É algo único. Pelo menos comigo foi assim. Só tenho a agradecer ao Papai do Céu, que me deu esse dom. Onde eu vou, pego na mão de Deus e digo: o Senhor que sabe das coisas. E Ele quis assim. Esse ano me chamaram para o Camisa, chamaram para ir para o Vai-Vai também. Mas eu tava querendo dar um tempo, descansar, me reciclar. Até pintou a Flor da Vila Dalila. Mas quando apareceu o Peruche, eu falei: ‘peraí, gostei’”.

Fazendo jus ao seu estilo descontraído e popular, Agnaldo encerrou a entrevista com sua já conhecida irreverência: “Agora meu sangue é peruchiiano. ‘Peruxi’, guerreira! Vamos pro choque! Se espirrar, saúde!”

Com aproximadamente dez meses até o próximo desfile, a expectativa da comunidade da Unidos do Peruche é grande para ver o novo comandante do carro de som em ação. Agnaldo Amaral chega para somar com a proposta de reconstrução da escola, que almeja retomar o protagonismo no carnaval paulistano.

Raiz que renova: Império Serrano aposta em pratas da casa para reconstrução em 2026

O Império Serrano iniciou sua caminhada para o Carnaval 2026 sob o signo da reconstrução e da renovação com afeto. Após o incêndio que destruiu grande parte de suas fantasias em 2025, a escola aposta em talentos forjados dentro de casa para defender suas cores na avenida. Em mais uma edição da Feijoada Imperial, realizada no último sábado, na quadra da agremiação em Madureira, a escola apresentou ao público seus novos talentos: Felipe Santos, novo mestre de bateria; Vitor Cunha, no posto de intérprete; e Matheus Machado e Maura Luiza, formando o novo primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira.

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A escolha por nomes com trajetória dentro da escola mostra o desejo da agremiação de se fortalecer a partir de suas raízes. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente da agremiação, Flavio França, falou sobre o momento de reconstrução da escola do Morro da Serrinha: “Depois de tudo o que ocorreu, temos noção da responsabilidade que o Império Serrano tem com sua comunidade. Estamos nos colocando no lugar de escuta. Ouvir a comunidade para entender quais são os melhores caminhos”, declarou. E o caminho apontado pela comunidade da Serrinha parece ter sido mesmo o da aposta em talentos já conhecidos na agremiação.

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Equipe do Império Serrano para o Carnaval 2026. Fotos: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

Entre as decisões mais simbólicas desse novo ciclo está a escolha de mestre Felipe Santos para assumir a “Sinfônica do Samba”. Sua estreia foi marcada por um esquenta que arrepiou quem estava na quadra. Cria do Império, Felipe chegou à bateria entre 2009 e 2010 e, desde então, construiu sua trajetória com dedicação. Em 2026, assume a batuta da bateria imperiana, sucedendo outro cria da escola, mestre Vitinho, que segue como referência e conselheiro.

“Vitinho é meu irmão e meu mestre. Me deu a oportunidade e me dá conselhos. É uma honra dar continuidade ao trabalho dele”, afirmou Felipe, que terá como missão preservar a identidade da bateria imperiana. O agogô, instrumento símbolo da escola, continuará como protagonista, reforçando a tradição da agremiação. Além de Vitinho, Felipe busca inspiração em nomes consagrados como os mestres Gilmar, Lolo e Ciça, referências para o seu trabalho.

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Mestre Felipe Santos

A sintonia entre ritmo e melodia, fundamental na harmonia de um desfile, também se reflete na estreia do novo intérprete da escola. Para Vitor Cunha, o desafio de assumir o carro de som vem acompanhado de emoção e pertencimento. Filho de Carlinhos da Paz, intérprete da escola em 1998 e entre 2000 e 2002, Vitor volta ao Império após anos de estrada em outras escolas do Rio e de São Paulo.

“É uma oração o que vou fazer durante minha estadia no Império”, declarou o cantor, que animou o público presente cantando sambas históricos da escola. “Tenho certeza de que não vou cantar sozinho. A escola vai cantar comigo”, afirmou Vitor, que acredita que o afeto da comunidade e a força do pavilhão serão combustíveis para entregar um trabalho à altura da tradição imperiana.

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A harmonia entre os setores do Reizinho de Madureira foi revelada no reencontro do casal de mestre-sala e porta-bandeira. Matheus Machado e Maura Luiza, que já haviam dançado juntos entre 2016 e 2019 como segundo casal da escola, agora assumem o posto de primeiro casal com o desafio de defender o pavilhão imperiano com elegância.

“Ah, é um prazer muito grande estar retornando ao Império Serrano. Estou muito feliz de estar dançando com a Maura. Ela é uma porta-bandeira muito elegante e clássica. Coisas que o Reizinho pede”, declarou Matheus.

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Casal de mestre-sala e porta-bandeira. Matheus Machado e Maura Luiza

Para Maura, aceitar o convite para assumir o posto ao lado de Matheus é dar continuidade à sua herança familiar. “Foi uma emoção muito grande receber esse convite. É uma responsabilidade dupla, por ser imperiana e por defender um pavilhão de uma escola tradicional como o Império Serrano. Nós crescemos aqui dentro da escola. Encontrei no Matheus um excelente mestre-sala e um parceiraço”, disse a porta-bandeira.

Com todas as estreias e a apresentação da equipe completa para o Carnaval 2026, o Império desenha uma nova temporada em que passado e futuro se encontram. O presidente Flavio França reafirmou que a escola está trabalhando para garantir melhores condições de trabalho para os artistas da agremiação. “Foi um ano difícil. Tivemos o repasse de recursos tardiamente, o que torna não só o Império, mas todas as outras agremiações passíveis de sofrer o que aconteceu. Foi um alerta. Estamos pensando na qualidade e no cuidado que os artistas que fazem o desfile do Império merecem”, declarou.

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Presidente Flavio França

Ao lado dele, o carnavalesco Renato Esteves prefere o silêncio estratégico. Depois de classificar o desfile de 2025 como “melhor/pior” da vida, ele garante que a escola trabalha com convicção, mesmo mantendo o enredo de 2026 em segredo.

“Acho que, este ano, a gente vai falar menos e mostrar mais. A gente acredita muito que o caminho a ser trilhado é esse”, afirmou o artista. Com um time que conhece bem o Império Serrano, o desfile de 2026 promete ser uma travessia entre o trauma e a esperança, guiada pela força ancestral da Serrinha abrindo alas para um novo tempo.

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Carnavalesco Renato Esteves

Presidente da Liga-SP da definição da ordem dos desfiles aberta ao público e anuncia novidades para o Carnaval 2026

O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, Renato Remondini, o Tomate, celebrou com entusiasmo o sucesso do evento que definiu a ordem dos desfiles para o Carnaval 2026, realizado com presença do público, na noite deste sábado, na Fábrica do Samba. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o dirigente exaltou a adesão do sambista ao evento e revelou novidades importantes para os próximos meses, entre elas, uma ação inédita no Dia das Crianças e a data do aguardado lançamento oficial dos sambas-enredo.

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Renato Remondini, o Tomate, presidente da Liga-SP. Foto: Reprodução de internet

“A gente teve muito mais gente neste ano do que no ano anterior. Os nossos eventos já começam com sucesso e têm se consolidado como sucesso. O mais importante para a gente é ver o sambista feliz. É um dos nossos pilares, junto com a questão de critério de regulamento, que estamos debruçados nisso e discutindo muito, muito”, afirmou Tomate.

A realização do sorteio com presença do público foi uma inovação implantada para o Carnaval 2025 e aprovada pelos sambistas. A Liga-SP optou por repetir o formato, agora ainda mais estruturado e com maior participação popular, consolidando a iniciativa como um marco do calendário do samba paulistano.

Evento inédito para crianças no mês de outubro

Durante a conversa com a reportagem do CARNAVALESCO, Tomate revelou uma novidade que promete emocionar e envolver ainda mais a comunidade do samba: a realização de um desfile infantil inédito no dia 12 de outubro.

“Em outubro, vamos fazer no dia 12, pela primeira vez na história do carnaval de São Paulo, as escolas e as ligas do Estado, que vão trazer suas escolas mirins para desfilarem no Dia das Crianças. Serão mais de 5 mil crianças carentes que vão ser atendidas com brinquedos, comidas e tudo que merecem. Vamos mostrar a paixão que se chama carnaval”, anunciou o presidente.

O evento será realizado na Fábrica do Samba e contará com a participação de agremiações de todo o estado, reforçando o papel social e formativo do carnaval na vida de milhares de jovens.

Ingressos com desconto e data do lançamento dos sambas

O dirigente também divulgou que a venda dos ingressos para os desfiles do Grupo Especial do Carnaval 2026 já está disponível através do site Clube do Ingresso, com uma condição especial para quem se antecipar. * CLIQUE AQUI PARA COMPRAR O SEU INGRESSO

“A partir deste momento, no site Clube do Ingresso, a gente já começa a vender os ingressos para o Carnaval 2026. Todos os ingressos estão com 50% de desconto. Esse ano, 40 dias antes dos desfiles, não tinham mais ingressos. É bom correr para comprar com desconto”, alertou Tomate.

Outra informação importante confirmada pelo presidente é a data do lançamento oficial dos sambas-enredo para o próximo ano. Os tradicionais minidesfiles, que movimentam a Fábrica do Samba com apresentações ao vivo das obras, serão realizados no dia 7 de dezembro.

Com o sucesso do sorteio, ações sociais programadas e uma organização antecipada, o Carnaval 2026 em São Paulo já começa a tomar forma com grandes expectativas. A Liga-SP mostra que segue trabalhando para fortalecer o espetáculo, valorizar os sambistas e aproximar cada vez mais o público da festa.

São Paulo conhece ordem oficial dos desfiles do Acesso 2, Acesso 1 e Grupo Especial para o Carnaval 2026

São Paulo conhece ordem oficial dos desfiles do Acesso 2, Acesso 1 e Grupo Especial para o Carnaval 2026

Em grande festa na noite deste sábado, na Fábrica do Samba, a Liga-SP definiu a ordem oficial dos desfiles do Acesso 2, Acesso 1 e Grupo Especial para o Carnaval 2026. A entrada do público foi grátis e a casa ficou lotada. Todas agremiações puderam cantar seus sambas no palco. Durante o evento, foi anunciado o início da venda dos ignressos para os desfiles do ano que vem. * CLIQUE AQUI PARA COMPRAR SEU INGRESSO COM 50% DE DESCONTO

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GRUPO ESPECIAL

SEXTA
1 – Mocidade Unida da Mooca
2 – Colorado do Brás
3 – Dragões da Real
4 – Tatuapé
5 – Rosas de Ouro
6 – Vai-Vai
7 – Barroca Zona Sul

SÁBADO
1 – Império de Casa Verde
2 – Águia de Ouro
3 – Mocidade Alegre
4 – Gaviões da Fiel
5 – Estrela do Terceiro Milênio
6 – Tom Maior
7 – Camisa Verde e Branco

Grupo de Acesso 1

1 – Camisa 12
2 – Vila Maria
3 – Tucuruvi
4 – Mancha Verde
5 – Nenê de Vila Matilde
6 – Pérola Negra
7 – Dom Bosco
8 – Independente Tricolor

Grupo de Acesso 2

1 – Amizade Zona Leste
2 – Imperatriz da Paulicéia
3 – Torcida Jovem
4 – X-9 Paulistana
5 – São Lucas
6 – Peruche
7 – Morro da Casa Verde
8 – Imperador do Ipiranga
9 – Uirapuru da Mooca
10 – Primeira da Cidade Líder

Presidente da Liga-SP celebra sucesso do sorteio aberto da ordem dos desfiles e anuncia novidades para o Carnaval 2026

Com elenco renovado, Unidos de Vila Maria apresenta enredo para o Carnaval 2026

A noite da última sexta-feira teve um grande evento na Zona Norte de São Paulo – mais precisamente no Jardim Japão, bairro em que fica a quadra de uma das mais tradicionais escolas de samba paulistanas. Na data, a Unidos de Vila Maria fez uma série de apresentações: do enredo para o carnaval 2026, intitulado “Do chão que alimenta a culinária que encanta: Brasil um banquete de sabores” e desenvolvido pelo carnavalesco Vinícius Freitas; até o do próprio elenco para o ciclo da folia de Momo – que conta com novos nomes.

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A programação começou com um show da Velha Guarda da agremiação. Depois, os tradicionais alusivos da agremiação – “Você Mora No Meu Coração”, hino da escola; e “És Meu Pavilhão”, outro alusivo conhecido em toda a cidade.

Depois, alguns sambas-enredo históricos tiveram vez: “Aparecida – A Rainha do Brasil. 300 Anos de Amor e Fé no Coração do Povo Brasileiro” (de 2017), “A Vila Famosa é Mais Bela, Ilhabela da Fantasia” (2016), “Intolerância Não! Viva e Deixe Viver!” (2002) e “Nos Meus 60 Anos de Alegria – Sou Vila Maria, e Faço a Festa Resgatando do Passado Brinquedos e Brincadeiras de Criança” (2014).

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Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Depois da sequência, começaram as apresentações. Primeiro, os novos integrantes da agremiação. Mestre Marcel Bonfim foi empossado como o nome comandante da Cadência da Vila, bateria da escola. Como primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Kadu Andrade e Camila Moreira também receberam um cerimonial especial por parte da Associação de Mestres-Sala, Porta-Bandeiras e Porta-Estandarte de São Paulo (AMESPBEESP). Os três têm passagens marcantes na agremiação verde, azul e branco e o retorno teve muita emoção por parte de cada um deles e de familiares presentes no local.

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Quem também foi apresentado foi Vinícius Freitas, novo carnavalesco da instituição. O clã em questão também teve um discurso muito aplaudido feito por Taiane Freitas, coreógrafa da comissão de frente da agremiação (premiada com o Destaques do Ano, votação popular do Estrela do Carnaval, organizado pelo CARNAVALESCO, como melhor comissão de frente do Grupo de Acesso I de 2025) e irmã do novo quadro da escola.

Mas… e o enredo?

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Depois das apresentações, todos ansiavam por saber qual seria a temática a ser abordada pela Vila Maria em 2026. Com um vídeo, o enredo foi apresentado. Na película, Vinícius aparece mostrando o projeto em questão para a presidência e, logo depois, integrantes da escola participaram da produção.

Vale destacar que o vídeo deixou claro que uma linha cronológica será evidente, já que o início das imagens tinha a locução afirmando que o Brasil já era um local de fartura alimentícia mesmo antes da chegada dos europeus.

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Palavra de quem fez

Ao ser perguntado sobre qual será o destrinchamento do enredo, Vinícius foi detalhista: “É um enredo em que todos vão se encontrar. E é um enredo riquíssimo, também culturalmente falando, pois ele ressalta muito, por exemplo, o quanto a alimentação, o quanto a nossa culinária, o quanto a nossa gastronomia influencia e faz parte da nossa identidade quanto o povo. Isso vem desde a ancestralidade, desde quando o Brasil ainda não era Brasil. Desde então, já havia alimentos nesse solo. A gente parte por toda a miscigenação, também – essa mistura de cores e sabores de todos os povos que passaram por aqui. Aí, finalmente, a gente chega no Brasil brasileiro – que é a nossa maior identidade como povo. É a riqueza dos nossos alimentos em relação ao ritual de se alimentar. São rituais brasileiros a hora do nosso cafezinho, a hora da nossa cerveja, a hora da nossa feijoada. Tenho certeza que todo mundo vai se encontrar na avenida, todo mundo vai encontrar o seu sabor na avenida e vai ser um espetáculo bem grandioso”, prometeu.

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Carnavalesco Vinícius Freitas

Se a linha cronológica está bem evidenciada tanto no vídeo apresentado quanto na fala do carnavalesco, ele próprio deixa claro que a parte estética também terá muito esmero: “Com certeza teremos surpresas! Modéstia à parte, como artista, a gente sempre busca essas surpresas. Em relação ao enredo, modéstia à parte, todos verão uma Vila Maria com bastante originalidade e luxo na avenida. É o que a gente preza”, destacou.

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Originalidade

Alguns enredos com temáticas semelhantes já foram vistos no Anhembi. No carnaval 2004, por exemplo, que comemorava os 450 anos da cidade de São Paulo e tinha a obrigatoriedade de falar de temas relacionados ao município, X-9 Paulistana (com “Se Vens a Minha Casa Com Deus no Coração. Senta-te à Mesa e Come do Meu Pão) e Águia de Ouro (“Sou Mais São Paulo… Ana Maria Braga Conta 450 Anos da Culinária Paulistana) tinham a gastronomia como temática. Em 2017, o Rosas de Ouro apresentou “Convivium. Sente-se à mesa e saboreie”, contando a história dos banquetes.

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Indagado sobre quais serão os diferenciais do desfile da Vila Maria de 2026 em relação aos lembrados pela reportagem e outros tantos, Vinícius também foi bastante explicativo: “Com toda a sinceridade e com toda a humildade, já começa com esse nome. É um nome fortíssimo: ‘Do chão que alimenta a culinária que encanta. Brasil, um banquete de sabores’. Isso aí, modéstia à parte… eu não canso de me arrepiar toda vez que eu falo e ouço. Mas eu sei que o maior diferencial vai ser essa comunidade. Disso eu tenho certeza. Essa comunidade aqui, graças a Deus, abraçou esse projeto com tanta humildade, com tanta força, com tanto entusiasmo, que eu tenho certeza que eles vão ser o maior diferencial na avenida desse espetáculo, desse desfile”, comentou.

Clamor pela arte

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Durante a entrevista, Vinícius Freitas aproveitou para falar sobre critérios de julgamento – tema recorrente no universo do carnaval paulistano: “Só esperamos que o carnaval de São Paulo preze pela arte e julgue a arte. Para que ele não faça apenas uma conferência de certo ou errado. Senão, quem perde é o artista. O artista não pode pensar assim: ele tem que apresentar o melhor, ele tem que apresentar espetáculo. Afinal, o que o brasileiro tanto fala é que o desfile das escolas de samba é o maior espetáculo da Terra. E, infelizmente, o critério do carnaval de São Paulo está indo por esse lado. O carnaval é uma competição, mas o título é uma consequência. Você tem que apresentar o melhor espetáculo possível. Você tem que valorizar as pessoas que vão assistir – e elas querem ver coisas bonitas, querem ver criatividade. Não querem ver se está certo ou errado, pasta debaixo do braço. Isso aí, para mim, desculpa o palavreado, chega a ser medíocre. Eu tenho certeza que o carnaval de São Paulo vai, agora, prezar a questão do espetáculo, a questão da criatividade, a questão da arte. É isso que a Vila Maria, com toda humildade, com muito trabalho, vai buscar levar para a avenida”, vociferou.

Ideia

Nomes importantes da Vila Maria são os responsáveis pelo enredo em si. O primeiro deles, obviamente, é Vinícius. Ele, entretanto, citou outras pessoas: “O enredo veio do vice-presidente Marcelo Rocha. Nós nos unimos junto com o meu enredista, para montar esse enredo. Senti que era o momento porque é um enredo leve, é um enredo solto”, destacou.

Quem deu mais detalhes a respeito foi Júlio César Dias Alves, popularmente conhecido como Queijo, diretor de Carnaval e de Harmonia da agremiação: “Na verdade, teve uma ideia do vice-presidente, mas é uma ideia conjunta. Foi uma ideia dos dois, que foram criando essa ideia. A família do vice-presidente teve essa ideia junto com ele e, nesse caminho, tudo foi construído junto com o Vinícius… algumas pessoas foram construindo”, destacou.

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Júlio César Dias Alves, popularmente conhecido como Queijo, diretor de Carnaval e de Harmonia da agremiação

Adílson José de Souza, presidente da instituição, confirmou a história: “No término de um carnaval já se é pensado no próximo tema. Nessa discussão de qual seria um tema ideal para a nossa escola, o Marcelo já tinha isso com ele. Apresentamos o tema ao carnavalesco e teve uma aceitação de primeira ordem do Vinícius. Com a técnica dele, com a disseminação de arte que ele tem, ele desenvolveu e montou toda uma estrutura que vai unir essa parte cultural com a parte prática para ter uma resposta do que é o encanto do desfile de carnaval”, refletiu.

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Adílson José de Souza, presidente da Vila Maria

Aprovação total

O próprio Queijo destacou a diversidade gastronômica brasileira para defender a temática: “O vídeo mostrou muito o que é o enredo. A gente está falando que a gente adotou alguns continentes para a gente falar da comida cotidiana. Tudo que planta, por aqui, dá. O nosso chão é bem rico no Brasil. Todo mundo olha para o Brasil pela diversidade de alimentos. Tudo isso me encanta pela riqueza que vai ser no dia do Anhembi, vai ser diverso, todo mundo está pensando o que ser que vem por aí. E vai ter uma riqueza múltipla de vários continentes que nós adotamos como uma culinária nossa – que faz sucesso hoje no mundo inteiro”, destacou.

O diretor mostrou-se confiante na disputa do Grupo de Acesso I com a temática: “Se Deus quiser (e Ele quer), é com esse enredo que voltamos ao Especial, porque aqui tem muito trabalho. A gente teve um acerto muito grande no enredo e, agora, é para a gente acertarmos num bom samba. Nossa comunidade, hoje, mostrou que já está todo mundo aí, que a nossa equipe trabalha com os Harmonias, com a diretoria, com todo o elenco da escola – e está todo mundo preparado. É acertar um bom samba e trabalhar. Não tem segredo! O segredo da vitória é trabalhar. Sempre. E aí, se Deus quiser, ano que vem, estaremos lá em cima de novo”, observou.

Adílson também gostou do que virá: “é um enredo muito cultural, um enredo que vai falar da base de um povo, de um país que tem na sua essência a condição de melhores alimentos do mundo. Quando nós falamos que o Brasil é um banquete de sabores, é uma verdade muito grande. Graças a Deus somos privilegiados e vivemos isso. Esse banquete, a cada região, a cada lugar, tem a sua identidade, tem a sua cultura, tem a sua forma de ser. Sofremos influência mundial em relação à culinária. E, hoje, temos nesse Brasil imenso vários pratos, sabores e bebidas que encantam. Todos que ouvirem falar do enredo, de alguma forma, terão na boca algum lugar do nosso Brasil, já que o desfile vai remeter a alguma refeição que foi feita e que ficou marcada na memória, na essência de cada um”, finalizou.

Em mais um enredo autoral na Mangueira, Sidnei França conta como surgiu a ideia: ‘história que pudesse ser salva do cruel apagamento’

Após estrear em 2025 na Marquês de Sapucaí, conduzindo a Estação Primeira de Mangueira, o carnavalesco Sidnei França segue para seu segundo ano, e, mais uma vez, apresentará um enredo autoral na Verde e Rosa. A agremiação levará para Avenida o enredo “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju – O Guardião da Amazônia Negra”, que mergulha na história afro-indígena do extremo Norte do país a partir das vivências de Mestre Sacaca. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o artista contou como surgiu a ideia e celebrou ter gabaritado o quesito Enredo neste ano. Veja abaixo o papo.

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALESCO

Como surgiu a ideia do enredo?

“Surgiu da busca por uma história que pudesse ser salva do cruel apagamento comumente imposto às figuras populares, bem como da vocação da Estação Primeira de Mangueira de jogar luz à nomes e fatos que expliquem o Brasil e o sentimento de brasilidade”.

O que até agora na pesquisa do enredo mais mexeu com você?

“Até aqui chamou a minha atenção de maneira especial a surpreendente presença da cultura negra no extremo-norte do país, contrariando a percepção errônea de que a Amazônia é homogênea e unicamente habitada pelos povos originários e aculturada pela população indígena”.

Após gabaritar o quesito Enredo o que você sentiu e como é ir para mais um tema autoral na Mangueira?

“É fundamental para um carnavalesco e sua equipe a liberdade de contar histórias de maneira autoral e preservar sua percepção particular e autêntica sobre tudo. Gabaritar o quesito Enredo foi a consequência de um forte trabalho em equipe, onde cada decisão estético-visual respeitou a argumentação proposta desde a sinopse do rnredo até a defesa do projeto perante os julgadores, no chamado livro Abre-alas”.

Saiba mais

Mestre Sacaca é o enredo da Mangueira para o Carnaval 2026

Veja a logo do enredo da Mangueira para o Carnaval 2026

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A Estação Primeira de Mangueira apresenta seu enredo para seu Carnaval de 2026: “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju – O Guardião da Amazônia Negra”, que mergulha na história afro-indígena do extremo Norte do país a partir das vivências de Mestre Sacaca. O enredo é assinado pelo carnavalesco da agremiação Sidnei França. E dá início ao triênio do centenário da agremiação.

Mestre Sacaca é o enredo da Mangueira para o Carnaval 2026

Mestre Sacaca é o enredo da Mangueira para o Carnaval 2026

A Estação Primeira de Mangueira apresenta seu enredo para seu Carnaval de 2026: “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju – O Guardião da Amazônia Negra”, que mergulha na história afro-indígena do extremo Norte do país a partir das vivências de Mestre Sacaca. O enredo é assinado pelo carnavalesco da agremiação Sidnei França. E dá início ao triênio do centenário da agremiação.

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De origem negra e indígena, cernes da formação do Amapá, Raimundo dos Santos Souza, personagem central da Verde e Rosa apresenta os encantos que viveu no seu território. Ao ser apelidado como Sacaca, uma titulação xamânica, ele navegou pelos rios que cruzam a
região Norte do Brasil, entrando em contato com diferentes populações tradicionais.

Mestre Sacaca tornou-se um personagem brasileiro de profundos saberes sobre o manuseio de ervas, seivas, raízes e elementos que compõem a Amazônia Negra amapaense. Utilizava seus conhecimentos no tratamento de doenças e do cuidado comunitário por meio de garrafadas, chás, unguentos e simpatias. Por isso, também ficou conhecido como “doutor da floresta” em diferentes cidades das terras Tucujus – expressão oriunda de um grupo indígena que habitava essa região, e que atualmente é utilizada para se referir ao povo desse estado.

Para além dos atendimentos e dos pedidos diários de cura, disseminou receitas e simpatias com a publicação de livros e de seus programas em rádios locais. No cotidiano, portanto, promovia a medicina ancestral e também o poder das ervas, manuseando a natureza em um equilíbrio entre ciência e espiritualidade.

Sacaca também foi marabaixeiro (alguém que pratica ou participa do marabaixo, uma manifestação cultural afro-amapaense que combina música, dança e ritual). Participou ativamente da maior manifestação cultural desse estado, e integrou-se ativamente ao carnaval do Amapá, outro importante festejo da região. Foi Rei Momo por mais de 20 anos, além de fundar blocos e escolas de samba do estado. Tornou-se um defensor e estimulador dos tambores da Amazônia Negra.

Nascido em 1926, o Xamã Babalaô – como foi chamado em uma canção póstuma composta por Ricardo Iraguany e Enrico Di Miceli – ainda é presente na memória do povo amapaense. Sua família segue perpetuando seus saberes, conhecimentos e vivências. Sacaca, cujo nascimento se aproxima do centenário, dedicou sua vida à defesa da floresta e das tradições, práticas e culturas afro-indígenas. Por essa razão, a Mangueira, contadora de diferentes histórias brasileiras, celebra essa figura que é uma das caras do nosso país diverso e de dimensões continentais.

“Estamos falando de algo inédito na historiografia da Mangueira: tratar de costumes afro-indígenas. Mesmo no Brasil, muitas vezes ainda predomina uma visão monolítica sobre a Amazônia, com muitas narrativas e personagens ainda inexplorados ou sem ter a devida atenção”, avalia Sidnei França, carnavalesco da Mangueira. “Com sua vocação de contar ‘outras histórias’, a Mangueira vai apresentar Mestre Sacaca, um legítimo representante dessa floresta afro-indígena”, conclui.