O Dia Nacional do Samba ganhará três dias de comemoração com desfiles especiais das agremiações do Grupo Especial na Cidade do Samba. Neste ano, o evento acontecerá em 29 e 30 de novembro e em 1° de dezembro, tendo apenas a doação de 1 kg de alimento não perecível como entrada. Os portões abrirão às 19h em todas as datas.
A celebração começa na sexta-feira, com as escolas que desfilam no primeiro dia de Carnaval: Unidos de Padre Miguel, Imperatriz Leopoldinense, Viradouro e Mangueira. Todas levarão os principais segmentos, como comissão de frente, casal de mestre-sala e porta-bandeira, passistas, baianas, velha-guarda e parte dos ritmistas e de componentes de alas. A abertura ficará por conta do Cacique de Ramos e, o encerramento, do cantor Belo.
Foto: Divulgação/Rio Carnaval
Já o sábado terá as agremiações do segundo dia: Unidos da Tijuca, Beija-Flor, Salgueiro e Vila Isabel. A abertura será com o Terreiro de Crioulo e, o encerramento, com o Samba da Volta.
Para fechar os festejos, o domingo receberá mais quatro agremiações: Mocidade Independente, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio e Portela. Ao final dos desfiles, os sambistas poderão confraternizar ao som de Jorge Aragão.
A Cidade do Samba fica na Rua Rivadávia Correa, 60, na Gamboa.
Dia Nacional do Samba
Data: 29 e 30 de fevereiro e 1º de dezembro
Local: Cidade do Samba – Rua Rivadávia Correa, 60 – Gamboa
Abertura dos portões: 19h
Entrada: 1 kg de alimento não perecível
Atual vice-campeã do carnaval carioca, a Imperatriz Leopoldinense recebeu em sua quadra, em Ramos, Zona da Leopoldina do Rio, a acão de conscientização da campanha “Não é Não! Respeite a decisão”, da Secretaria de Estado da Mulher. A campanha, que visa oferecer mais segurança às mulheres, promoveu rodas de conversa, além da capacitação de funcionários e seguranças para identificar casos de assédio e saberem como atuar e acolher possíveis vítimas.
“É uma luta de todas e todos nós, e um compromisso meu e da Imperatriz. Nossa quadra sempre estará aberta para campanhas que defendam as mulheres de qualquer violência. Toda ação é muito bem-vinda”, afirmou a presidente Catia Drumond, que em agosto deste ano assinou uma Carta-compromisso em defesa de meninas e mulheres do Estado.
A superintendente de enfrentamento à violência contra a mulher, Giulia Luz, e toda equipe da secretaria presente, também sinalizaram os banheiros da quadra com cartazes que levam informações sobre como pedir ajuda em casos de emergência, incentivando as mulheres a baixar no celular o aplicativo gratuito Rede Mulher.
A Secretária Estadual da Mulher, Heloisa Aguiar, reforçou a importância da parceria com a verde, branco e dourado e com o Carnaval.
“O Rio de Janeiro é conhecido mundialmente pela alegria e a beleza do Carnaval, e a nossa secretaria vem atuando há dois anos para tornar essa grande festa mais segura para todas, para que elas possam se divertir sem correr o risco de sofrerem qualquer tipo de violência. Estamos muito felizes em termos a Imperatriz Leopoldinense e tantas outras escolas como grandes aliadas nessa causa”, disse Heloisa.
A Unidos de Padre Miguel traz uma frase de impacto para abrir o carnaval. O verso mais forte de seu samba grita que a “Vila Vintém é terra de macumbeiro”! Uma comunidade que chega ao Grupo Especial afirmando sua religiosidade de matriz africana com orgulho é um soco no estômago do preconceito. Uma frase que alguns anos atrás poderia ser usada como “acusação” chega à maior manifestação cultural do país como exaltação. É uma prova de resistência e um atestado da vitória do Candomblé que, no final das contas, é a mensagem que permeia todo o enredo: como uma crença saiu de África, germinou e se estabeleceu forte em outro continente contra todo tipo de retaliação da sociedade.
O enredo começa em Oyó, reino liderado pelo Alafin Xangô, de onde várias pessoas foram arrancadas para serem escravizadas no Brasil. Entre elas estava Yiá (mãe) Nassô que conseguiu criar em Salvador, na Bahia, um Ilê (terreiro) ao lado da Igreja da Barroquinha. É sobre isso que fala a primeira parte do samba, que é resultado da junção de dois concorrentes e que, por isso, leva nada menos que dezesseis assinaturas (Thiago Vaz, W. Corrêa, Richard Valença, Diego Nicolau, Orlando Ambrosio, Renan Diniz, Miguel Dibo, Cabeça Do Ajax, Chacal do Sax, Julio Alves, Igor Federal, Caio Alves, Camila Myngal, Marquinhos, Faustino Maykon e Claudio Russo). Na verdade, da segunda parceria (que começa no nome de Chacal do Sax), entrou apenas o refrão final – importante destacar. O corpo do samba é do time de Thiago Vaz até Miguel Dibo.
A abertura fez uma saudação a Xangô e seu reino e como a fé ficou interiorizada nas pessoas que de lá saíram, como Yiá Nassô. “Eiêô! Kaô Kabesilê Babá Obá! / Couraça de fogo no Orô do velho Ajapá / A raça do povo do Alafin, e arde em mim… / Rubro ventre de Oyó / Na escuridão, nunca andarei só”.
Os versos seguintes, ainda dentro de uma mesma estrutura melódica, abordam a vinda de Yiá Nassô para terras brasileiras em meio a muito sofrimento, mas sempre mantendo sua fé, até que consegue abrir o primeiro Ilê. “Vovó dizia / Sangue de preto é mais forte que a travessia! / Saudade, que invade! / Foi maré em tempestade Sopra a ancestralidade no mar (ê rainha) / Preceito é herança sem martírio / Airá guarda seus filhos no Ilê da Barroquinha”.
É uma “primeira” de melodia muito forte, comunicativa e envolvente que sofre uma interrupção com os versos que se seguem e que soam como dois refrões centrais. “É a semente que a fé germinou, Yiá Adetá, O fruto que o Axé cultivou, Yiá Akalá / Yiá Nassô, ê Babá Assika / Yiá nassô, ê Babá Assika”, em que se exaltam os primeiros movimentos para a fundação do Candomblé no Brasil e as pessoas responsáveis por isso. E depois, de fato, um refrão: “Vou voltar mainha, eu vou / Vou voltar mainha, chore não / Que lá na Bahia / Xangô fez revolução”, quando os autores falam do momento em que Yiá Nassô, liberta, retorna à África após a revolta dos Malês.
Este trecho, permeado por repetições de palavras e linhas melódicas, trava a fluidez melódica da obra. Mas ela reaparece na “segunda” do samba quando os autores chegam a um segundo momento. É a hora em que Yiá Nassô traz sua herdeira, Obatossi, a Salvador e ela cria a Casa Branca do Engenho Velho, terreiro definitivo para a fundação do Candomblé. O samba também fala dos Orixás que servem de pilares desta casa (Oxossi, Oxum, Ogum, Oxalá e volta a Xangô – Agodô). “Oxê… a defesa da alma na palma da mão / No clã de Obatossi, há bravura de Oxossi no meu panteão / É D’Oxum o acalanto que guarda o Otá / Do velho engenho, Xirê que mantenho no meu caminhar Toca o Adarrum que meu Orixá responde / Olorum, guia o boi vermelho seja onde for / Gira saia Aiabá, traz as águas de Oxalá / Justiça de Agodô, tambor guerreiro firma o Alujá”.
Embora a letra aí seja quase um enfileiramento de Orixás com citação a itens que os representam a música vem numa crescente empolgante para explodir no refrão final. Neste ponto se encontram os dois sambas “juntados”, mas o encaixe melódico é perfeito como se os trechos tivessem sido concebidos no mesmo processo criativo. E chega o refrão final, que é onde fica o verso citado na abertura do nosso texto. Antes há mais uma repetição de versos, mas que não parece travar o andamento melódico porque há um crescimento entre o primeiro e o segundo que os diferencia. E depois o fechamento perfeito exaltando o fato de que também na UPM as mulheres são as comandantes e consagrando Yiá Nassô, a grande homenageada, como Rainha do Candomblé. “Awurê Obá Kaô! Awurê Obá Kaô! / Vila Vintém é terra de macumbeiro! / No meu Egbé, governado por mulher… / Iyá Nassô é rainha do Candomblé!”.
A repetição das palavras em Yorubá “Kaô” e “Obá” no início do refrão e no primeiro verso da estrofe seguinte pode sugerir o que os julgadores têm enquadrado como “falta de riqueza poética”, mas no caso embora a sonoridade seja idêntica elas têm significados diferentes dentro dos contextos citados. “Awurê Obá Kaô”, pelo que procurei saber, significaria algo como “Boa sorte àquele que sobreviveu, ou àquele que a fé não se questionou”. Enquanto na cabeça do samba o “Kaô Kabecilê” é uma saudação ao Rei Xangô e “Obá” parece ser uma referência à sua primeira mulher.
Os sambas repletos de palavras em Yorubá como este ainda geram alguma dificuldade de interpretação para quem não é iniciado nas religiões afro-brasileiras, mas isso já deixou (ou deveria ter deixado) de ser uma questão para os julgadores. A UPM chega ao Grupo Especial, depois de tanta espera, com um sambe valente que tem alguns ótimos momentos melódicos e um refrão explosivo, para mexer com o público.
A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro realiza no dia 25 de novembro a reserva de frisas para os desfiles do Grupo Especial de 2025. Com valores entre R$ 1.375 e R$ 8.000, será possível adquirir um espaço para seis pessoas no Sambódromo, por dia de desfile. Em breve, serão divulgados os detalhes, assim como a tabela de preços completa.
Os interessados devem acessar o site www.liesa.com.br e clicar no banner específico, que estará no ar exclusivamente no horário entre 9h e 11h. Ao acessar o link da reserva, será necessário preencher todos os dados para contato, além de escrever para quais setores e filas tem interesse na reserva.
Os contemplados serão divulgados no dia 17 de dezembro, a partir das 9h, pelo telefone (21) 3190-2100.
Vale ressaltar que o atendimento acontecerá por ordem cronológica da chegada de pedidos, de acordo com a capacidade de cada setor da avenida.
A Estácio de Sá foi a segunda agremiação a gravar no estúdio, em Marechal Hermes, para o álbum do Carnaval 2025 da Liga-RJ. Com o enredo “O Leão se engerou em encantado amazônico”, do carnavalesco Marcus Paulo, o samba da parceria de Júlio Alves traduz musicalmente a viagem do símbolo da vermelho e branco, o Leão, à Amazônia, por meio de mitos e lendas. Após sair em 2022, Serginho do Porto retorna a Estácio de Sá para acompanhar o cantor Tiganá no microfone oficial.
Além de marcar a quarta parceria da escola com Serginho do Porto, o intérprete também é um dos autores do samba-enredo ao lado de Júlio Alves, Claudio Russo, Magrão do Estácio, Thiago Daniel, Filipe Medrado, HB, Diego Nicolau, Tinga, Adolfo Konder, Dilson Marimba e Marquinhos Beija-Flor. O cantor contou o que podemos esperar do Berço do Samba para o próximo carnaval.
Fotos: Gabriel de Souza/CARNAVALESCO
“A Estácio é uma das escolas mais antigas do carnaval. Tem uma comunidade muito forte, que canta a plenos pulmões. E quando a comunidade abraça o samba, é difícil de parar. A Estácio vem muito bem. O samba atende a escola e estamos preparando um belíssimo carnaval”, afirma Serginho.
Tiganá que, no carnaval passado, dividiu o cargo com Charles Silva, elogia a composição do novo companheiro. “A Estácio tem uma emoção própria. O samba, neste ano, é um dos melhores sambas, com certeza. É mais um samba excelente da escola”, exalta Tiganá.
Ritmo nortista presente na gravação da obra
No comanda da bateria da “Medalha de Ouro”, mestre Chuvisco conversou com a reportagem do CARNAVALESCO e explicou que a qualidade dos instrumentos é fundamental durante a gravação.
“Para mim é uma honra estar gravando mais um ano a faixa da Estácio. É uma dedicação muito grande minha e da bateria. A gente faz com um maior cuidado para ficar bom, mas, na verdade, aqui na gravação, é o samba que tem que aparecer. A gente faz de tudo para o samba ser a grande estrela”, pontua o mestre.
Chuvisco também contou sobre as melodias que a bateria irá tocar para aproximar o Rio de Janeiro com o Norte do país.
“A gente vai fazer no refrão do meio um carimbó, originado no Pará, para poder identificar um ritmo amazônico.
Em 2025, a Estácio de Sá irá se apresentar na sexta-feira de carnaval, primeiro dia de Desfiles da Série Ouro, sendo a quinta escola a cruzar a Marquês de Sapucaí.
A Unidos de Padre Miguel realiza, nesta terça-feira, seu primeiro ensaio de canto reunindo todos os segmentos e componentes para o Carnaval 2025. Marcado para as 20h na quadra da escola, localizada na Vila Vintém, o ensaio busca integrar os preparativos da agremiação para o tão aguardado desfile no Grupo Especial.
De acordo com o diretor de Carnaval, Cícero Costa, até então, os ensaios vinham sendo realizados em grupos separados, mas chegou o momento de unir toda a escola. “Estávamos fazendo ensaios segmentados para cada ala, mas agora é a hora de juntar a família UPM e fortalecer a união de todos os componentes”, afirmou Cícero.
Em 2025, a Unidos de Padre Miguel será a primeira escola a desfilar no domingo, marcando seu retorno no Grupo Especial com o enredo “EGBÉ IYÁ NASSÔ,” uma homenagem à história afro-brasileira e ao legado de Iyá Nassô, precursora do candomblé no Brasil.
Com oito sambas, o Império Serrano realiza nesta terça-feira, a partir das 20h, a semifinal do seu concurso de samba-enredo para o Carnaval 2025. A noite promete muita emoção na quadra do Reizinho, em Madureira, para decidir os finalistas que buscam ser o hino do enredo “O que espanta miséria é festa”, uma grande homenagem ao compositor Beto Sem Braço. Em sorteio realizado, ficou definida seguinte ordem de apresentação.
1 – Samba 15 – Matheus Machado e cia
2 – Samba 05 – Nego Jussa e cia
3 – Samba 08 – Vera Alice e cia
4 – Samba 13 – Arlindinho e cia
5 – Samba 04 – Xande de Pilares e cia
6 – Samba 01 – Alex Ribeiro e cia
7 – Samba 14 – Paulinho Valença e cia
8 – Samba 12 – Victor Rangel e cia
Foto: Luis Miguel Ferreira/Divulgação Império Serrano
Os ingressos para a semifinal custam R$ 20,00 e serão vendidos na portaria da quadra, a partir das 19h, na própria terça-feira. A grande final está marcada para 15 de novembro e os bilhetes podem ser adquiridos na plataforma Sympla (https://www.sympla.com.br/evento/grande-final-de-samba-enredo-imperio-serrano-carnaval-2025/2693819) e estão com preço promocional de R$ 10,00.
Em 2025, o Império Serrano vai fechar os desfiles da Série Ouro, no sábado, dia 1º de março, na Marquês de Sapucaí.
Nesta segunda-feira, Jojo citou que não desfilará no carnaval do ano que vem na escola de Padre Miguel. “Esse ano, eu nem vou desfilar não. Por que? Porque talvez eu vá fazer a cirurgia da perna, eu quero fazer um lifting na perna e deve ser nesse período aí do Carnaval. Eu acho que vou viajar, aí volto, comemoro meu aniversário com vovó, acho que vou de novo viajar e volto pra fazer minha cirurgia”, disse.
No próximo Carnaval, a Estrela Guia será a primeira escola a desfilar na terça-feira, 4 de março, com o enredo “Voltando para o Futuro – Não Há Limites para Sonhar”, desenvolvido pelos carnavalescos Renato e Márcia Lage.