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Magdalini Kozłowska: a musa que une Polônia, Grécia e Brasil no carnaval carioca

A União do Parque Acari confirmou a presença de Magdalini Kozłowska como uma das musas da agremiação para o Carnaval de 2026. A sambista, que reúne influências culturais da Polônia e da Grécia, é uma das figuras em ascensão no cenário internacional do samba e marcará presença na Marquês de Sapucaí no desfile da escola, que será a terceira a se apresentar na primeira noite da Série Ouro, promovida pela Liga RJ.

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Foto: Divulgação/Acari

Magdalini iniciou sua trajetória no carnaval carioca em 2024, mas seu envolvimento com a cultura do samba já vinha sendo construído há anos. Ex-passista do G.R.E.S. Corvo de Prata, tradicional escola de samba brasileira sediada em Portugal, ela também é dançarina de danças latinas, instrutora de fitness certificada e fundadora do grupo profissional de samba Queens, que se apresenta em diversas cidades da Polônia.

Além das performances ao vivo, Magdalini participa ativamente da cena do samba internacional: ministra e participa de workshops, treina com grandes nomes do samba por meio de plataformas online e é presença constante no Festival de Samba de Sesimbra, em Portugal, onde desfilou em 2023 com a Corvo de Prata.

O talento também corre na família. Ao lado da filha, Monika, a dançarina encantou os jurados do programa Poland’s Got Talent com uma vibrante performance de samba, recebendo três votos favoráveis.

“Mal posso esperar para desfilar no Sambódromo durante o Carnaval de 2026!”, declarou a nova musa da União do Parque Acari.

Sob o enredo “Brasiliana”, desenvolvido pelo carnavalesco Guilherme Estevão, a agremiação do Complexo do Acari prepara-se para mais um desfile marcante na avenida.

Unidos de Padre Miguel prorroga inscrições e divulga novo calendário da disputa de sambas para o Carnaval 2026

Atendendo à solicitação da Ala de Compositores, a direção da Unidos de Padre Miguel decidiu prorrogar o prazo de entrega dos sambas-enredo para o Carnaval 2026. A nova data para a inscrição das obras será no dia 9 de agosto, das 16h às 19h, na quadra da escola, localizada na Rua Mesquita, 8 – Padre Miguel.

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Foto: S1 Comunicação/Divulgação UPM

“A prorrogação foi uma decisão conjunta com a nossa ala de compositores, com o objetivo de garantir que todos tenham tempo suficiente para aprofundar a pesquisa e desenvolver suas obras com ainda mais qualidade. Queremos uma disputa forte, com sambas que emocionem e representem com verdade a grandeza do nosso enredo e da nossa escola”, destacou o Diretor de Carnaval, Cícero Costa.

Com o enredo “𝘒𝘶𝘯𝘩ã-𝘌𝘵é: 𝘖 𝘚𝘰𝘱𝘳𝘰 𝘚𝘢𝘨𝘳𝘢𝘥𝘰 𝘥𝘢 𝘑𝘶𝘳𝘦𝘮𝘢”, desenvolvido pelo carnavalesco Lucas Milato, a Unidos propõe uma imersão na trajetória da guerreira indígena Clara Camarão, símbolo de coragem, liderança e resistência feminina no Brasil colonial.

A expectativa da direção é que a nova data estimule a criação de obras ainda mais potentes, que traduzam com emoção e respeito a proposta do desfile da Vermelha e Branca da Vila Vintém. Para apoiar os compositores nesse processo, a escola poderá promover mais dois encontros de tira-dúvidas com o carnavalesco, caso haja demanda das parcerias.

Confira o novo calendário oficial:
📅 09/08 – Entrega dos sambas
📅 17/08 – Feijoada com apresentação dos sambas concorrentes
📅 22/08 – 1ª eliminatória
📅 29/08 – 2ª eliminatória
📅 05/09 – Semifinal
📅 13/09 – Grande Final

A Unidos de Padre Miguel será a quinta escola a desfilar na sexta-feira de carnaval, pela Série Ouro do Rio de Janeiro, em busca do título e do retorno ao Grupo Especial.

‘Volto mais maduro para minha casa’ Leandro Azevedo reassume direção do Tuiuti e promete trabalho de união e maturidade

Leandro Azevedo está de volta ao Paraíso do Tuiuti, assumindo novamente a direção de carnaval do Quilombo do Samba, cargo que ocupou pela última vez em 2018. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o diretor falou sobre o retorno à escola de São Cristóvão, os planos para o desfile de 2026 e comentou as recentes mudanças no Manual do Julgador da Liesa. Para Leandro, o reencontro com o Tuiuti representa uma nova fase em sua trajetória.

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Foto: Divulgação/Tuiuti

“Representa voltar mais maduro para a minha própria casa. É muita emoção, é a escola do meu coração, é uma grande felicidade. Mas, do ponto de vista profissional, me sinto muito mais preparado, mais capaz de contribuir com a escola e com os companheiros de trabalho. Vamos com união e humildade trabalhar para fazer um grande carnaval e levar o Paraíso do Tuiuti à vitória”, declarou.

Azevedo destacou o potencial do enredo de 2026 como uma das forças da escola e falou sobre sua proposta de trabalho.

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“Temos um ótimo enredo, o que já nos ajuda bastante. Provavelmente teremos um grande samba-enredo também. A direção de carnaval precisa estar atenta a todos os quesitos: identificar onde erramos, reforçar os pontos fortes e corrigir o que for necessário, sempre com união. Ninguém faz nada sozinho. Acredito que a direção de carnaval, hoje, precisa ser agregadora, aproximar os segmentos, integrar os departamentos, profissionalizar e seguir em frente”, afirmou.

O diretor também comentou sobre sua atuação na São Clemente em 2025, escola pela qual desfilou como diretor de carnaval: “Em 2025, o trabalho na São Clemente foi muito bem executado, mas os jurados seguiram por outro caminho. A avaliação faz parte do processo, mas sigo confiante e focado no trabalho à frente do Tuiuti”.

Por fim, Leandro comentou as mudanças que estão sendo estudadas no Manual do Julgador para o próximo carnaval: “A Liesa, por meio do presidente Gabriel, tem feito um ótimo trabalho ao ouvir os segmentos e os artistas. Acho que essa é a direção correta para a evolução do carnaval. É importante pensar no espetáculo como um todo. Estamos recebendo as mudanças com bons olhos. Claro que haverá adaptações, mas será igual para todos. O mais importante é o espetáculo que a Liga está construindo”, concluiu.

Vizinha Faladeira aposta em dupla feminina para coordenar ala de passistas no Carnaval 2026

A Vizinha Faladeira contará com uma dupla de coordenadoras à frente de sua ala de passistas para o Carnaval 2026. Suh Cassia e Flavi Gomez assumem a responsabilidade de resgatar a tradição do segmento e promover oportunidades para jovens da comunidade, valorizando as raízes da escola do Santo Cristo.

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Foto: Divulgação/Vizinha Faladeira

Flavi Gomez é nascida e criada no samba, com origem na própria região do Santo Cristo. Iniciou sua trajetória na Vizinha Faladeira ainda na infância e, ao longo dos anos, passou por outras importantes agremiações cariocas, como passista da Vila Isabel, Império da Tijuca e Unidos da Tijuca. Desde 2018, é rainha do bloco Pinto Sarado, título conquistado por meio de concurso. Em 2019, disputou o concurso da Corte do Carnaval, alcançando a sétima colocação. Flavi também desfilou como musa da Feitiço Carioca em 2023 e, no ano seguinte, foi musa da Vizinha Faladeira. No último Carnaval, aceitou o desafio de coordenar a ala de passistas da escola.

Suh Cassia iniciou sua trajetória no samba ainda criança, na escola mirim Pimpolhos da Grande Rio. Há mais de uma década, conheceu e se integrou à comunidade da Vizinha Faladeira, da qual se orgulha em fazer parte. A convite da direção, passou a atuar como secretária da ala de passistas e, com o tempo, mostrou talento e dedicação, ganhando espaço e, agora, dividindo a coordenação com Flavi Gomez para o próximo desfile.

A escola também desenvolve o projeto Samba SoulSuh, idealizado por Suh Cassia, com o objetivo de integrar e formar novos passistas. Interessados, sejam iniciantes, intermediários ou avançados, podem participar das aulas gratuitas, realizadas todas as quintas-feiras, das 20h às 22h, na quadra da Vizinha Faladeira, localizada na Rua Nabuco de Freitas, nº 19, no bairro do Santo Cristo.

Prefeitura do Rio oficializa nome ‘Circuito Preta Gil’ para trajeto dos megablocos de carnaval

O tradicional trajeto dos megablocos do carnaval de rua do Rio de Janeiro passa a se chamar, oficialmente, Circuito de Blocos de Carnaval de Rua Preta Gil, ou simplesmente “Circuito Preta Gil”, em homenagem à cantora e artista carioca. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Município nesta terça-feira, assinado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD). O trajeto oficial do circuito — agora batizado com seu nome — terá concentração na Rua Primeiro de Março, entre as ruas do Rosário e do Ouvidor. O desfile seguirá pela Avenida Presidente Antônio Carlos até a dispersão, na altura da Rua Araújo Porto Alegre, no Centro do Rio.

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Foto: Felipe Panfili/ Divulgação

Na justificativa do decreto, o prefeito Eduardo Paes exaltou a contribuição de Preta Gil para o fortalecimento do carnaval de rua carioca. “Considerando a participação decisiva de Preta Gil na retomada do carnaval de rua no Centro do Rio, contribuindo para sua afirmação enquanto espaço urbano de cidadania cultural”, escreveu Paes no documento.

Preta Gil faleceu no último domingo, nos Estados Unidos, em decorrência de complicações de um câncer no intestino. Ícone da cultura brasileira e apaixonada pelo carnaval, a cantora sempre demonstrou uma forte ligação com a folia carioca. Fundadora de um dos megablocos mais famosos da cidade, também já foi rainha de bateria da Estação Primeira de Mangueira. Em seus últimos desejos, Preta expressou que gostaria que seu cortejo fúnebre acontecesse em um trio elétrico, reforçando sua entrega e amor à festa popular.

Valeska Reis exalta enredo e passistas da Mocidade Unida da Mooca: ‘Faz talentos em casa’

Das personalidades mais conhecidas do carnaval paulistano, Valeska Reis tem muito mais que samba no pé: ela também tem muita história para contar. Atualmente rainha de bateria da Chapa Quente, bateria da Mocidade Unida da Mooca, ela relembrou uma trajetória que possui na folia de Momo e contorno como é ser uma inspiração para tantas meninas que estão no mesmo universo em que ela reina. O CARNAVALESCO escolheu Valeska Reis na apresentação oficial de “Gèlèdés – Agbara Obinrin”, samba-enredo da agremiação para o carnaval 2026 – a reportagem, por sinal, também pegou a rainha de bateria sobre um tema no evento, na quadra do MUM, na Zona Leste de São Paulo.

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Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Identificação imediata

Pode parecer uma informação errada, mas é importante ressaltar que Valeska Reis é rainha de bateria da Mocidade Unida da Mooca “apenas” desde 2023. Figura sempre presente em tudo que envolve a MUM, muitos pensam que ela está há muito mais tempo na agremiação da Zona Leste.

Ela própria dá razão para quem tem essa percepção: “Eu ouvi de muitas pessoas sobre essa história de ‘ter chegado agora’ praticamente e ter criado tanta identificação com a escola – em especial com a bateria. Eu acho que todos me deixaram tão à vontade que os dias foram passando tão rápido e esses dias passaram anos”, explicou.

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Relembrando a origem dela própria, Valeska faz questão de exaltar a comunidade mooquense: “Esses três anos que eu estou aqui parece que são, sei lá, quinze. É todo um ambiente muito acolhedor, realmente. Aqui eu me sinto realmente em casa, todo mundo me trata muito bem. Não só aqui dentro da quadra, mas fora dela – em redes sociais e Whatsapp, por exemplo. As pessoas que eu encontro aqui pelo bairro, já que eu também sou da Zona Leste, também me tratam bem demais. Tudo é muito propício para esse acolhimento e essa sensação boa Eu estou muito em casa, de verdade”, destacou.

Terreiro de passistas

Nos últimos anos, a MUM passou a emplacar vários nomes nas mais diversas cortes do carnaval paulistano. Em 2025, por exemplo, Maria Eduarda, popularmente conhecida como Nega Du, foi a rainha eleita pela União das Escolas de Samba Paulistanas (UESP, que organiza os grupos que dão acesso aos pelotões da Liga-SP) e Kauã Nogueira se tornou o Passista de Ouro da instituição. Ambos tiveram a nomeação como representantes da Joia da Coroa – escola-escola satélite da MUM. Eles próprios, por sinal, ganharam destaque na agremiação depois da nomeação.

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Em 2008, ela própria foi eleita a Rainha do Carnaval pela SPTuris. Reconhecida por todo o carnaval paulistano, ela mesma relembra as honrarias que possui: “Algumas das meninas da ala de passistas citam que eu sou um tipo de inspiração para elas. São longos anos de trabalho no carnaval, estou no carnaval desde 2002. Sou rainha de bateria há 17 anos se somar todas as escolas em que eu passei. Chegar agora, no 17º ano, e ouvir esse tipo de coisa das meninas é realmente muito especial. É sinal de que tudo que foi feito até aqui foi muito bem visto, foi muito bem… é tão louco que eu não sei nem o que dizer”, pontuou.

Com o olhar clínico para descobrir novos talentos, Valeska fez questão de crescimento como passistas da Mocidade Unida da Mooca: “Eu fico muito feliz porque a gente trabalha muito – e a gente trabalha muito com vaidades. É uma loucura! Ouvir isso das meninas que estão aqui há muito mais tempo do que eu é muito especial. Posso falar que várias meninas têm condição de fazer uma história muito linda aqui na MUM e nas cortes por onde passarem: corte do carnaval da SPTuris, corte da UESP, corte da ASASP, corte LGBT… a MUM faz muitos talentos em casa! Eu tenho certeza de que, nesse ano também, vem aí grandes representantes nas cortes mais importantes do carnaval de São Paulo”, profetizou.

Nada de especial

A Mocidade Unida da Mooca, pela primeira vez na história, disputará o pelotão de elite do carnaval paulistano. É claro que a sensação foi descrita pela rainha da Chapa Quente: “Em 2026, vai ser o meu terceiro carnaval com a MUM. A Mocidade Unida da Mooca sempre me surpreende com os temas, com os enredos, com os lindos desfiles. E eu acho que o carnaval 2026 tem tudo para ser muito especial, até porque é o primeiro ano da escola no Grupo Especial. Tende a ser um ano marcante para toda a comunidade da Mooca”, refletiu.

O enredo, que trata da força da mulher afrodescendente, foi muito comemorado por Valeska: “Eu estou numa expectativa muito grande, porque é um tema que também tem tudo a ver comigo. Eu ergo muito a bandeira do empoderamento feminino, do poder da mulher preta, do não dependa de ninguém, do fazer tudo sem pensar na opinião das pessoas. Esse cai enredo como uma luva para a minha história de vida – e eu vou conseguir apresentar grandes momentos daqui até o carnaval”, finalizou.

Elisa Fernandes assume direção de carnaval da Tijuca ao lado de Fernando Costa: ‘Muitas mulheres estão aptas a exercer esse cargo’

A Unidos da Tijuca será a única escola do Grupo Especial, em 2026, com uma mulher na direção de carnaval. Elisa Fernandes assume o cargo ao lado de Fernando Costa e promete um desfile à altura de Carolina Maria de Jesus. Em entrevista ao CARNAVALESCO, na noite de lançamento do enredo, ela falou sobre sua trajetória no Carnaval e como surgiu o convite do presidente Fernando Horta.

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Elisa Fernandes assume o cargo ao lado de Fernando Costa. Foto: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

“Eu já venho conversando com o Horta há alguns anos. Comecei na direção de carnaval na União de Jacarepaguá, que é a minha escola do coração. Desde então, vi que gostava dessa função. Já atuei em muitas áreas dentro do carnaval, inclusive como assessora de imprensa na própria Tijuca. Neste ano, entendemos que era o momento. Ele me ligou, fez o convite, e eu aceitei com muito prazer”, contou.

Ao lado de Fernando Costa, figura tradicional na agremiação, ela dividirá o trabalho de forma estratégica. Elisa ficará responsável pelos trabalhos de barracão, fantasias, alegorias e ensaios de barracão. Já Fernando assumirá a frente da harmonia, dos ensaios de quadra e do contato direto com a comunidade.

“Essa divisão pode até não parecer tão visível para quem está de fora, mas, para a gente, está bem marcada. É importante para que cada um possa dar atenção às suas frentes, e a gente possa entregar um trabalho de excelência. Está funcionando muito bem, e estou gostando bastante”, explicou.

Fernando Costa, que ocupa o cargo desde 2014, destacou o reforço de Elisa na equipe que já cuida do carnaval do Pavão para 2026. “Quanto mais gente tiver para ajudar, mais forte a equipe fica. Assim como foi com o Marino no passado, com o mestre Laíla, a Elisa vem para somar. Ela sabe chegar, sabe lidar com a comunidade, e isso é essencial”, afirmou.

Elisa encara a função com entusiasmo, mas também com o peso simbólico que ela carrega. “Representa uma responsabilidade muito grande. Eu sou uma diretora contratada para esse cargo e sei que as mulheres podem estar em todos os lugares. Já recebi mensagens de outras mulheres dizendo que querem ser diretoras de carnaval. Eu espero que, em 2027, a gente já encontre outras, para que eu não fique sozinha nessa função. Muitas mulheres estão aptas a exercer esse cargo”, defendeu.

A diretora também destaca a boa relação com o carnavalesco Edson Pereira, com quem já trabalhou na União de Jacarepaguá. O entrosamento entre os dois é um trunfo para o andamento dos processos criativos e o fortalecimento da construção do desfile.

“O Edson é um amigo. É o artista. Ele tem que criar, desenhar. Meu trabalho é garantir que o trabalho dele aconteça da melhor forma: acelerando, viabilizando e coordenando. Ele ouve bastante, é um cara muito aberto. Estou aqui para que o trabalho dele aconteça da melhor forma possível”, disse Elisa.

A Unidos da Tijuca já está com os trabalhos a todo vapor para apresentar, como define a diretora, um desfile à altura de Carolina Maria de Jesus. Com uma equipe afinada, uma liderança com funções bem divididas e uma homenageada de peso, a escola promete fazer de 2026 um ano marcante em sua trajetória.

Sinopse do enredo dos Gaviões da Fiel para o Carnaval 2026

Enredo: Vozes ancestrais para um novo amanhã

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No princípio, era o sonho…

A vida tocava o meu rosto com seu vento;
banhava meu corpo com as águas límpidas dos rios que cortam a floresta.
O solo germinava a beleza e fornecia o sabor da eternidade.
O céu cristalino emoldurava a despretensiosa dança das plumagens.

Assim vivíamos no tempo do sonho.
Foi o que ouvi dos espíritos xapiri, quando imergi no transe de yakoana.
Um caminho de luz resplandeceu por entre as matas
e eles vieram até mim dançando com todo seu brilho e esplendor.

Em transcendência, ouço seu canto e suas histórias.
Eles me contaram que quem criou a floresta e os rios foi Omama;
quem formou as árvores e as plantas, as flores e as sementes;
quem concedeu todo esse paraíso fazendo de nós seus descendentes.

No seio da floresta construímos nossas malocas,
cantamos e dançamos com nossos filhos e mulheres nas festas da aldeia.
A terra, o céu, os rios, os animais, tudo em equilíbrio, tudo em seu lugar.
Trama perfeita de Omama que chamamos de lar.

Mas um dia no horizonte surgiu xawara.
Era o final do tempo do sonho e o começo do tempo da estrada.
Sobe a fumaça do metal, escorre a lama da ganância.
O ouro canibal devora o sonho e patrocina a matança.

A cruz que esteia o “progresso” desencarde a invasão.
Em nome de um vulgo senhor, rouba minha terra e profana meu chão.
E foi assim que a gente de Yoasi foi esvaziando a floresta de seus habitantes.
Desfilando suas máquinas à diesel sobre o nosso sangue.

O orvalho sumiu do véu das cachoeiras,
tantas histórias diluídas em meio às labaredas.
Sou Caeté, Cariri, Canindé, Tapajó, Guarani, Potiguar…
Meu corpo pereceu, mas minha memória ainda habita o maracá.

Eu sou a voz que ecoa da floresta,
sou a resistência dos povos originários.
Sou a luz da esperança que ainda nos resta,
sou o brado em defesa do nosso santuário.

Eu sou o retumbar do canto dos meus ancestrais,
sou a confluência de 305 povos que ainda hoje clamam por respeito.
Sou o vestígio de centenas de nações que foram extintas
e o vislumbre de um futuro que será refeito.

Eu transformo filosofia em lenda para que você entenda a minha história.
Nossos mitos são sagrados porque a tradição é a nossa escola.
Em cada conto, a nossa luta ganha imagem e poesia.
Ressoamos nossa voz através da nossa mitologia.

Se a Terra aquece feito brasa,
Aru balança o remo e traz brisa.
Quando das águas fiz brotar Tapiraiauara,
denunciei o descaso que a natureza vinga.

O brilho mortal da cobiça
reluz nos olhos da fera que emerge da terra.
Boiúna de fogo encandeia a noite
para os filhos de Anhangá vencerem a guerra.

No transe de rapé, a magia do pajé paira na aldeia.
Sua reza é forte e afugenta a morte cessando nossa dor.
Mil cobras aladas no clarão da lua cheia
devoram Xawara, o monstro devorador.

E assim, com mitos e lendas, vamos tecendo o nosso ideário.
A nossa visão de mundo é real porque é mítica,
mas nossa luta é tão poética quanto política.
Ainda sonhamos com um Brasil originário!

Respeite as vozes ancestrais que repercutem no Planalto
reivindicando a maternidade da Pátria-Mãe hostil.
Se há um marco temporal, este é 1500;
quando Pindorama não era Brasil.

Que as palavras de Sônia, Joênia, Célia e Juruna
demarquem seu pensamento devastado.
E a luta de Tuíre Kayapó, Raoni, Ailton Krenak, Davi Kopenawa e tantos mais
reflorestem seu coração colonizado.

Ouça a sabedoria que emana das matas,
o canto dos beiradões e o som das cascatas.
Reconhece tua cara, Brasil, e não se deixe mascarar
Teu sangue é caboclo e tua vocação é ser Guajupiá!

Ouça a minha voz no canto dos Gaviões!
Ela é flecha que atravessa o tempo, luz que ilumina gerações.
Se a floresta é a vida, a minha voz é guardiã.
Enquanto existir o povo indígena, ainda existirá o amanhã.

Rogério Félix exalta bambas e quesito Evolução da Dragões da Real: ‘Projeto de toda a escola’

Em todo e qualquer evento em que os Dragões da Real tenha algum tipo de participação (seja como organizadora ou como convidada), uma figura se destaca. Um homem alto e que impõe respeito, mas que também sabe comandar por meio da simpatia e que sabe que não existe nada mais diplomático que um sorriso, um aperto de mão e uma palavra acolhedora. Trata-se de Rogério Félix, diretor de Harmonia da agremiação. Durante a Superfeijoada que comemorou os 25 anos de agremiação não foi diferente. E, nela, o profissional falou sobre diversos temas pertinentes não apenas à entidade da Vila Anastácio, mas, também, assuntos que são caros ao carnaval paulistano como um todo.

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Foto: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Primeiro, uma feijoada

Quando a reportagem chegou ao evento, logo apresentamos alguns nomes importantes da Dragões para realizar entrevistas. Com cerca de seis mil pessoas presentes, nada mais natural que a tarefa demore um pouco. Foi escolhido, ir a um local em que, tradicionalmente, os barracões da Fábrica do Samba se tornam mais vazios: uma antessala entre o espaço em que são montadas as alegorias e a recepção do espaço de cada escola. Para a Superfeijoada, a agremiação utilizou tal espaço para servir a refeição – eram alguns espalhados para a festividade.

Em tal antessala, quem coordenava os presentes era Rogério Félix. Ele orientava, aconselhava, apontava, pegava mais talheres, ajudava na chegada das panelas, chamava quem queria fazer o prato, organizava a fila. Tal cena, como dito anteriormente, é bastante comum em eventos de agremiação.

Rogério, por sinal, destacou a importância do evento para a comunidade: “A Superfeijoada é um encontro onde a nossa comunidade, junto com seus familiares e amigos, participam. sintam bem de servir a comunidade no dia do desfile A feijoada, para nós, é um marco.

Citando sempre as inovações trazidas pelos Dragões para o carnaval paulistano (algo pelo qual a escola muito se orgulha), Rogério lembrou como a agremiação serviu à comunidade mesmo em tempos bastante complicados no planeta: “Assim como algumas entidades, nós não paramos: durante a pandemia, por exemplo, nós fizemos feijoada. As pessoas passando de carro dentro da nossa quadra e receberam o kit da feijoada. Assim nós fizemos festas juninas, também. Da mesma forma nós fizemos uma final de feijoada. samba-enredo – na qual as pessoas assistem de dentro do carro. A responsabilidade de sempre oferecer algo novo para a nossa comunidade é a nossa raiz, queremos fazer um lugar de gente feliz e entregar isso para todos”, comentou.

Dos grandes eventos organizados por escolas de samba no país, os Dragões iniciaram as tradições da Superfeijoada com um público bem menor: “A Dragões é uma escola que sempre tenta se reinventar. Nosso slogan, ‘lugar de gente feliz’, nos cobra demais. São 24 horas de cobrança, esse slogan fica na nossa cabeça. Sempre nos perguntamos o que nós vamos fazer para deixar a nossa comunidade feliz. Lá atrás, quando nós começamos essa feijoada, há 15 ou 16 anos, já era muito feliz. divertido. Comemoramos quando teve a primeira – acho que tivemos 34 ou 36 pessoas. Nós comemoramos semanas por termos feitos uma feijoada, para você ter ideia Hoje a gente recebe quase quatro mil pessoas só para comer – e depois, juntando com o público do show, é uma responsabilidade muito grande.

Nome consagrado

Muitas se surpreenderam quando Rogério Félix, em 2010, assinou com os Dragões da Real. Já consagrado à época, ele relembrou a própria trajetória para começar a explicar tal situação: “Foi bastante eu conseguir convencer as pessoas que eu ia fazer os Dragões. Contando um pouco da minha trajetória, nasci para o samba na Leandro de Itaquera, escola para a qual eu devo muito ensinamentos. Passei por Mocidade Alegre, tive uma passagem muito gostosa pela Tom Maior tive uma passagem rápida pela Unidos de Vila Maria (com o Mercadoria), uma passagem rápida também pelo Peruche, no projeto de carnaval. Eu já Tinha algumas passagens nesse sentido. Eu tinha saído da Tom Maior, tinha feito um ano sabático, no qual eu queria estudar um pouco mais”, lembrou.

O momento do convite foi relembrado logo depois: “Aí, o Tomate, que não era presidente ainda, era vice-presidente, me chamou para conversar e me fez o convite. pouco. Eles abriram o aprendizado e foi assim que nasceu a minha paixão em 2010 junto com os Dragões E, assim, a gente veio só crescendo, com toda a comunidade respondendo aos projetos propostos”, destacou.

Mais uma inovação

O CARNAVALESCO deu destaque para o trabalho realizado pela Dragões da Real em relação ao quesito Evolução . Se a Harmonia da agremiação já é reconhecidamente forte, a completa liberdade para que a comunidade brincasse o samba chamou atenção desde os ensaios técnicos. Em principal responsável por tal característica, Rogério fez questão de compartilhar os louros do reconhecimento: “Esse projeto não é só meu. Eu gosto de ser justo com todos os projetos que eu encampo. Para começar: o Jorge Freitas é um presente para o carnaval de São Paulo. E, para mim, é um presente na minha vida. Não sou pago para falar isso, quero deixar claro. Eu sei que teve muita gente que falou que, quando ele viesse para cá, que a gente iria brigar. Mas a verdade que a gente nunca nem discordou de ideias. Pude ver como a conexão é tão de alma quando a gente começou a sentar para fazer trabalhos É muito gratificante trabalhar com o Jorge Freitas”, comentou.

Ele não foi o único relatado, entretanto: “E o Tomate é um cara que não deixa ninguém quieto. Você para e um segundo e ele fica dizendo que quer novidade mil vezes. Tudo isso somado com o Jorge Freitas, um trabalho que eu já vi o Jorge fazer no Rosas de Ouro. Quando ele chegou, a gente começou a fazer um trabalho e a ideia era soltar a escola. Queríamos fazer um trabalho nesse aspecto. As pessoas se incomodavam um pouco porque não é todo mundo que vê um carnavalesco no meio da quadra, interagindo. Achavam que ele estava fazendo a parte da Harmonia. Quando, na realidade, é justamente o contrário: a gente está fazendo todo o mundo junto, senta junto”, explicou.

O caminho para que tal Evolução bastante leve também fosse possível foi destrinchado: “Esse projeto é de toda a escola, muito na mão do Jorge Freitas. O Jorge Freitas, junto com a Harmonia, junto com os coordenadores, ensaiou todas as alas no ensaio – o que inclui todos também ensaios específicos. Foram feitos esses trabalhos, principalmente para que as pessoas experimentassem soltas, para que as pessoas divertidas brincassem. A ideia é que eles se divertissem. Esse projeto não para aí. Vamos buscar uma forma dele ficar mais nítido ainda na avenida, com fantasia e tudo – como aconteceu nos ensaios técnicos. A gente está fazendo um estudo para que ele aconteça desse jeito. Tudo isso para que, simplesmente, as pessoas olhem e falem que querem vir brincar de carnaval com a gente desse jeito”.

Ensinamentos de crianças

Como não poderia deixar de ser, Rogério Félix já trabalhou com diversas pessoas que carregam consigo boa parte da história do carnaval paulistano. O profissional se mostrou extremamente grato a cada um deles: “Eu sou uma pessoa que sei cabelo branco. Eu sou herança de ensinamentos de Mercadoria, Buiu, Edson da Leandro, o próprio seo Leandro, Elaine da Mocidade… tanta gente. Bebi muito do berço da Mocidade, por exemplo. Acho fundamental respeitar os mais velhos, os que vieram antes e os que conquistaram antes. Não ouvir Jorge Freitas é ser simplesmente louco. Se eu tenho a oportunidade de ver um grande campeão, que sabe fazer, meu pensamento é parar, sentir e aprender”, refletiu.

Reconhecimento histórico: Wantuir celebra conquista do Estrela do Carnaval 2025 após três décadas de samba

O CARNAVALESCO entrevistou o intérprete do Porto da Pedra, Wantuir de Oliveira, vencedor do prêmio Estrela do Carnaval 2025 de Melhor Intérprete da Série Ouro. No último carnaval, a escola de São Gonçalo apresentou o desfile “A História que a Borracha do Tempo Não Apagou”, sobre a cidade de Fordlândia, na Amazônia. O enredo foi assinado por Mauro Quintaes.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

Wantuir é um artista versátil e experiente. Já comandou o carro de som de grandes escolas, como Unidos da Tijuca, Portela, Paraíso do Tuiuti e Grande Rio, no Grupo Especial, além de Tradição e Inocentes, na Série Ouro. Foi em 2025, no retorno à Marquês de Sapucaí, que conquistou seu primeiro troféu Estrela.

“Depois de mais de 30 anos cantando no carnaval, receber um prêmio com essa relevância me deixa muito orgulhoso. É mais um incentivo na minha carreira para continuar buscando títulos e prêmios”, afirmou o intérprete.