Monique Rizzeto foi coroada como nova rainha de bateria da Acadêmicos de Niterói. Buscando uma conexão com a escola, a nova majestade optou por realizar uma confraternização fechada para bateria, segmentos, diretoria e lideranças que compõem a azul e branca da cidade sorriso. O intuito do evento era celebrar com todos que estarão com ela nesta jornada além de agradecer o carinho recebido desde o primeiro contato.
Para a ocasião Monique usou dois looks nas cores da escola, em sua chegada a rainha recebeu todos os convidados presentes e aproveitou para curtir cada detalhe junto de todos. A festa contou com feijoada, pagode e muita alegria para os presentes.
Tendo Wilson Neto, ex-rei momo, como mestre de cerimônias, Monique recebeu flores do Presidente Wallace Palhares e da Diretora de Carnaval Amanda Palhares, além da faixa do Mestre Demétrius e a coroa de sua mãe Yolanda Rizzetto. Em suas palavras, Monique agradeceu todo carinho recebido desde o primeiro dia em que chegou à escola.
“Desde o meu primeiro contato com a Acadêmicos de Niterói eu vi que ali seria o início de uma grande história. O mestre Demétrius foi o meu primeiro mestre, ainda na Tradição. Se o destino quis unir nós dois novamente é porque algo especial estava por vir. Quis realizar a festa da minha coroação para todos aqueles que estarão comigo nesta jornada. Quero somar com a escola em busca deste título”, revelou a rainha.
Após a cerimônia, os segmentos presentes se apresentaram com a rainha já embalados pelo samba-enredo de 2025 “Vixe Maria”. A Acadêmicos de Niterói será a 7ª escola a desfilar no sábado de carnaval, na Marquês de Sapucaí.
Dando continuidade aos preparativos para o Carnaval 2025, a Unidos de Padre Miguel convida todos os seus componentes e a comunidade para o segundo ensaio de canto geral, marcado para esta terça-feira, a partir das 20h, na quadra da escola, localizada na Vila Vintém.
“Após o sucesso do nosso primeiro ensaio, agora é hora de fortalecer ainda mais nossa comunidade. Cada componente desempenha um papel crucial para o nosso desfile”, afirmou o diretor de carnaval, Cicero Costa.
Em 2025, a Unidos de Padre Miguel abrirá o desfile no domingo do Grupo Especial com o enredo “EGBÉ IYÁ NASSÔ,” uma homenagem à rica história afro-brasileira e ao legado de Iyá Nassô, precursora do candomblé no Brasil.
O carnavalesco João Vitor Araújo conversou com o CARNAVALESCO sobre o momento em que vive na Beija-Flor. O artista é, pelo segundo ano consecutivo, o responsável pelo desfile da escola de Nilópolis. Após gabaritar o quesitos Fantasias em 2024 ele prepara a homenagem para Laíla, um dos maiores sambistas da história do carnaval.
Durante o bate-papo, João Vitor falou do enredo de 2025 da Deusa da Passarela, contou o que está projetando para o conjunto de fantasias, que já recebeu muitos elogios nas fotos divulgadas pela escola, e revelou detalhes das alegorias para o desfile do ano que vem. Veja abaixo a entrevista completa.
O que representa para você desenvolver esse desfile em homenagem ao Laíla?
“Falar sobre o Laíla é falar um pouco sobre todos os profissionais do carnaval. É sempre bom lembrar que o nosso homenageado atuou em praticamente todas os setores de uma escola de samba. Para mim está sendo um desafio imenso. Um enredo muito bem pensado, muito bem pesquisado para que tudo fique a altura deste grande sambista que sempre foi tão exigente e rigoroso com tudo. Acho que de certa forma todos nós estamos sendo laureados com este enredo. Muito bom fazer parte deste momento em que a Beija-Flor faz justiça a este homem que tanto fez para o carnaval e para a escola”.
Você vem de gabaritar o quesito Fantasias em 2024. O que o nilopolitano pode esperar do seu conjunto de fantasias para 2025?
“Olha, sou suspeito em falar sobre o nosso projeto. Quem me conhece sabe que não sou de ficar elogiando o que faço. Gosto mais de sentir a reação daqueles que trabalham comigo e de pessoas ligadas a escola. Depois de ouvir a opinião de pessoas super importantes que viram o projeto, acho que temos mais um conjunto a altura da nossa escola. Às vezes ouço muitos pedidos para que as fantasias sejam leves e frescas. Faço o possível para que não sejam tão grandes, pesadas e quentes, mas o público, o júri estão sempre esperando coisas grandiosas. Eu fico ali no meio tentando agradar todas as partes. Mas sempre ciente de que é difícil demais atender a todos”.
Em cima das fantasias, o que você pode falar delas em leituras, uso de materiais e a exuberância que o nilopolitano gosta?
“Vocês estiveram no barracão e observaram a quantidade de materiais diferentes que utilizamos na confecção de nossas fantasias. Tudo feito com muita pesquisa e na dosagem certa para que tudo aquilo reluza feito ouro na avenida. Sem extravagância no uso de tecidos absurdamente caros, aviamentos e pedrarias igualmente caros. A pesquisa e o cuidado na hora de pensar e usar materiais mais em conta e alternativos, deve ser sempre minuciosa e com bom gosto. Tenho sorte de ter excelentes profissionais dentro da escola que me ajudam a executar este trabalho de forma brilhante”.
E o conjunto de alegorias o que você está projetando para 2025?
“Temos um excelente conjunto alegórico. Como eu disse acima sobre as fantasias, não elogio e me apaixono pelo meu projeto de cara. Prefiro sentir a reação das pessoas.
Vale lembrar que no último carnaval quase gabaritamos, se não fosse o problema na alegoria de número quatro que teve sua lateral arrastada na grade quando virou no setor 1. Tivemos uma escultura danificada. Com o descarte, ficamos 1 décimo de gabaritar o quesito. As alegorias estão sendo preparadas com muito esmero e atenção para que nada fuja do nosso planejamento (tecnicamente falando). Essa parte é sempre discutida (no melhor sentido) entre mim, nossa projetista, nosso ferreiro, nosso diretor de carnaval e nosso diretor de barracão e financeiro, para que tudo saia da forma planejada”.
A Imperatriz realizou no dia 8 de outubro a gravação da sua faixa para o álbum oficial das escolas de samba de 2025, no Century Estúdio. A escola levará para a Sapucaí no próximo carnaval o enredo “Ómi Tútu ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”, de autoria do carnavalesco Leandro Vieira. Em entrevista ao CARNAVALESCO diversas figuras da escola comentaram sobre o processo de gravação da faixa.
Mestre Lolo, responsável pelo “Swing da Leopoldina”, comentou do andamento da obra na gravação, se fez alguma bossa, e como é estar à frente da bateria em mais uma gravação do álbum.
“O andamento foi 140 BPM (batidas por minuto) para dar brilho a obra, para a rapaziada aprender o samba. Para a avenida, para o ensaio, já é outra parada, é outro andamento. A gente fez um estoquezinho aqui, que vamos usar no desfile, uma previazinha, não dá para passar batido, temos que fazer alguma coisa. Estou feliz, muito feliz. Já vou para quase 10 anos na escola. Cada ano é mais importante pra mim mostrar que a comunidade gosta de mim, a bateria gosta de mim. Fico feliz pra caramba de estar fazendo esse trabalho na Imperatriz”.
André Bonatte, um dos diretores de carnaval da Rainha de Ramos, falou o que esperar da gravação da escola, na expectativa de ser melhor que o último álbum, além de dizer como o samba mexe com ele.
“Eu acho que sempre tem uma questão de expectativa de ser melhor do que o ano anterior. Acho que a própria Liga se cobra isso. É um trabalho muito sério e o público também. Eu acho que fica uma expectativa, inicialmente, sempre de superar o que a gente fez no ano anterior, e acho que a gente está caminhando para isso. A Imperatriz encontrou um caminho de samba. Gosto das surpresas melódicas que esse samba vai apresentando, das boas surpresas melódicas. Que ele te leva por um caminho, que quando você pensa que ele vai naquele caminho, ele vai para outro e te apresenta a outro. Vai te apresentando boas surpresas harmônicas e melódicas. E acho que tem uma letra muito bonita, muito profunda. Eu acho que é o perfeito casamento de letra e melodia”.
O diretor falou também sobre como foi a mobilização da escola, em especial da bateria, para estar presente na gravação, além de como é estar presente e ajudar a comandar e organizar os segmentos para a realização da faixa. “Na verdade, a estrutura é quase que padronizada por conta do que a gravadora pede para a gente em termos de números de ritmistas, canto, coro e de cantores. O que fica mesmo na particularidade, é a parte da percussão, da percussão mais harmônica, com a conga, com o timbal, agogô, os instrumentos que vão dar um brilho melhor ao samba. Estar aqui é, antes de tudo, uma responsabilidade muito grande, porque você está coordenando aquilo que vai ser o nosso principal elemento de trabalho até o carnaval, que é o samba-enredo. A expectativa é que essa gravação nos ajude, ajude aos nossos componentes nos nossos ensaios”.
Pitty de Menezes, intérprete da escola, contou sobre a preparação para gravar o samba da Imperatriz no álbum das escolas, como o descanso e o auxílio de fonoaudióloga. “Primeiro é dormir bem, ter uma noite de sono muito boa para que a gente possa acordar bem, depois a alimentação. O auxílio da nossa fono, a doutora Isabel, ela passa alguns exercícios, e antes de cantar ela também faz alguns exercícios com a gente. É beber muita água e dormir bem. Importante para que a voz esteja boa na hora da gravação”.
Para o intérprete da Verde e Branca, três partes do samba de 2025 chama a atenção dele e de alguma forma tocam o seu coração. “‘A justiça maior é de meu pai Xangô’. É muito bonita. Como eu já falei, eu sou filho de Xangô, então me emociona. ‘Oní sáà wúre! Awure, awure! Quem governa esse terreiro, ostenta seu adê, Ijexá ao pai de todos os oris, rufam atabaques da Imperatriz’. Falar sobre Oxalá, a Imperatriz que vem falando sobre esse Itã, é outraparte que me emociona muito também esse refrão, e o refrão de cabeça, ‘vai começar o Itã de Oxalá’, acho que vai ser muito forte nessa entrada da escola, vai ser muito forte na cabeça da escola”.
O cantor falou sobre a técnica e a emoção no momento de gravar o samba de forma oficial para o álbum, destacando que busca sempre passar a emoção da obra.
“Tem que ser técnico, mas também tem que passar a emoção. Carnaval é o movimento da emoção, os grandes sambas aconteceram por causa de pegar as pessoas na emoção. A gente procura colocar a emoção no samba, mas junto com a técnica”.
Por fim, Pitty de Menezes comentou sobre a repercussão do samba de 2005, destacando que um bom samba ajuda a escola num todo, nos ensaios e no momento do desfile. “Fica muito mais fácil cantar um samba que é maravilhoso. Todo mundo está gostando, isso para gente é muito bom, largamos um pouquinho na frente. Se o samba for bom, tudo acontece na avenida, tudo flui da forma que a gente quer”.
Pedro Miguel foi o arranjador da obra pela Imperatriz e contou sobre o processo de elaboração do arranjo destacando o atabaque na faixa da escola: “Foi todo baseado no enredo. A gente tem bastante toques das religiões de matriz africana e toda aquela atmosfera que envolve essa viagem de Oxalá. Demos bastante conforto para quem vai cantar e sinta toda essa atmosfera. A gente já pôde acrescentar o atabaque, mas não só utilizado com as mãos, mas utilizado com uma baqueta, que é chamada de aguidavi, que dá uma sonoridade muito especial a esses cânticos, com essa roupagem”.
João Drummond, diretor executivo da Imperatriz, esteve presente na gravação e falou sobre o que espera da faixa e do samba da escola, elogiando a obra que a Imperatriz vai levar para a avenida: “Fizemos pequenos ajustes em relação ao samba da disputa, acho que é natural. O samba é muito bem escrito pelos compositores, muito bem defendido pelos intérpretes na disputa. Agora é só realmente uma afinação da bateria com o Pitty, com o time musical da escola. Eu gosto do samba inteiro, tem uma pegada que é a cara da nova Imperatriz. A comunidade aprendeu a desfilar de uma maneira, a escola tem desfilado de uma maneira que o samba é importante para que tudo isso dê certo, acho que é um samba com a cara da nova Imperatriz”.
Um dos compositores do samba, Me Leva, também esteve presente na gravação e contou sobre a importância do samba deste ano para a vida dele, o oitavo que ganhou na escola da Leopoldina, além de citar qual parte do samba mais toca o seu coração.
“Todo samba para mim é importante. O que eu mais quero mesmo é que a escola passe bem na avenida e traga o título para Ramos de volta. O que eu mais quero, independente do samba ser meu ou não. A parte do Xangô: ‘Justiça maior é de meu pai, Xangô. Traz água fresca para a justiça verdadeira’ é a que eu mais gosto, me emociona mais”.
As cortes mirim, infantil e juvenil do carnaval de São Paulo para 2025 estão formadas! O concurso que coroou passistas de diversas escolas foi realizado neste domingo (10 de novembro), na quadra da Dragões da Real, localizada na Vila Anastácio, Zona Oeste de São Paulo. A iniciativa, organizada pela ASASP (Associação dos Sambistas do Amanhã de São Paulo) teve mais de vinte participantes e coroou, ao todo, quinze deles. O CARNAVALESCO esteve presente no evento e conta como foi toda a festividade, sempre marcante para um sambista em formação. O portal também entrevistou nomes importantes para a ocasião, como antigos campeões e jurados.
Todo o evento foi inteiramente voltado para os pequenos sambistas. Houve, por exemplo, uma grande roda de pavilhão, com muitos casais formados por componentes com menos de dezoito anos de idade. Pouco depois, a ala das crianças da Dragões da Real também entrou em cena, cantando os sambas de 2024 (“África – Uma constelação de reis e rainhas”) e 2025 (“A vida é um sonho pintado em aquarela!”) da agremiação. Eles, por sinal, fizeram o show juntamente com Léozinho Tatuapé (integrante mirim do carro de som da escola da Zona Leste de São Paulo, que cantou a canção de 2017 da agremiação, “Mãe África conta a sua história: do berço sagrado da humanidade à abençoada terra do grande Zimbábwe”) e Thiaguinho, da Mocidade Alegre.
Os participantes do concurso passaram por duas etapas. Na primeira delas, respondiam perguntas feitas pelos apresentadores Yohana Obyara (princesa da Ritmo Que Incendeia, bateria da Dragões da Real, e Rainha Infantil em 2018) e Marlon Lamar (paulistano e desde 2018 primeiro mestre-sala da Portela, com passagens por Império de Casa Verde e Dragões da Real). Depois, veio a amostra de samba no pé, com direito a caracterização. Os passistas preferiram roupas mais tradicionais, tipicamente associada aos malandros, enquanto elas variaram entre vestidos e fantasias completas.
Com a palavra, alguns dos eleitos
Eleita para a mais alta hierarquia no concurso, Marisol Suzarte, Rainha da categoria Juvenil (que reúne as passistas mais experientes, com treze participantes) e musa da bateria da Raízes de Vila Prudente (escola do Grupo de Acesso de Bairros III da União das Escolas de Samba Paulistanas [UESP]), relembrou o primeiro contato dela com o mundo das agremiações carnavalescas: “Eu cheguei nesse universo há três anos, quando eu cheguei em uma escola de samba e vi que aquilo era para mim. Desde então, eu nunca mais saí de uma escola de samba. Fui atrás, fui perseverante, liguei para o meu sonho que eu tinha desde pequena, quando via o carnaval pela televisão e não podia ir porque a minha família não é do mundo das escolas de samba”, revelou.
Marisol aproveitou para destacar a ajuda que teve da própria rede de apoio e da agremiação: “O momento que eu percebi que tinha talento foi quando as minhas treinadoras começaram a me incentivar muito. Elas me fizeram acreditar nesse sonho, que eu tinha potencial e poderia vencer. Foi aí que eu vim aqui na ASASP representando a Raízes de Vila Prudente”, comentou.
Primeira Princesa Juvenil, Mariah Oliveira é criada nem uma das mais tradicionais escolas de samba paulistanas: “Eu sou nascida e criada na Rosas de Ouro! Minha mãe é diretora de ala e meu pai é diretor de harmonia. Eles estão comigo em todos os momentos e isso não tem preço! Eu fui da Ala das Crianças da Roseira durante muitos anos, começando em 2015 e saindo em 2020. Desfilei um ano em uma ala e fui depois para a Ala das Passistas. De lá eu não saí mais, destacou.
A integrante da corte, por sinal, mostrou planejamento, mas não escondeu a emoção ao falar da conquista: “Estou preparada para todos os eventos que virão. Já estava planejando isso e agora é só carregar a faixa! Essa é uma sensação inexplicável. Só de estar aqui, representando a minha escola, já vale por tudo e eu já tinha certeza de que já era vencedora só por isso. Ter conquistado a faixa, para mim, é um sonho realizado e uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida”, emocionou-se.
É interessante notar o quanto a história de cada um dos eleitos é diferente. Beatriz Carvalho, Primeira Princesa da categoria Infantil (a intermediária entre as três existentes) representando o Amizade Zona Leste (que desfilará no Grupo Especial de Bairros da UESP em 2025), possui uma ligação bastante antiga com a instituição: “Eu sou cria da escola, desde pequena estou lá. Conforme o tempo foi passando, fui aprendendo sobre o carnaval e fui me apaixonando cada vez mais pelo samba. Hoje, o samba faz parte da minha vida. Hoje eu estou realizando um grande sonho”, garantiu.
Ainda em formação como sambista e como pessoa, Beatriz quer incentivar mais garotas a participar do universo carnavalesco: “A minha paixão pelo carnaval, agora, explodiu! Eu quero muito levar essa sensação para outras meninas. Vou falar para elas que, se elas têm o sonho de participar, elas têm que buscar isso. Esses eventos sempre me emocionam, todas as crianças e adolescentes merecemos um futuro melhor”, empolgou-se.
Passista de Ouro da categoria Mirim (a que reunia os candidatos mais jovens do concurso), Guilherme Cerqueira, do Vai-Vai (que elegeu os seis candidatos que levou para o evento), comentou sobre o frisson que causou logo ao pisar no palco: “Eu curti demais a reação da torcida! É a primeira vez que estou passando por isso na vida, agora que estou entrando para a corte. Estou muito feliz com essa faixa. Vou dar o meu melhor para honrá-la, vou me jogar inteiro com ela!”, animou-se.
Família orgulhosa
Os eleitos mais jovens tinham a presença de um responsável. Um deles era Fábio Cerqueira, pai de Guilherme – que, é claro, estava muito feliz com o filho: “Eu fico muito feliz com o que ele faz, ele samba desde a barriga da mãe. Ele tem uma projeção há anos e foi uma batalha grande chegar onde ele chegou: ser o Passista de Ouro pelo Vai-Vai. Desde quando a mãe dele estava grávida ele reagia quando ouvia samba, ele nasceu para fazer coreografias – não só relacionadas a carnaval, mas música no geral”, revelou.
Alexandra Carvalho, mãe de Beatriz, detalha que sempre incentivou a filha a participar das atividades no Amizade Zona Leste: “Lá em casa, é diferentíssimo daquelas em que os pais não gostam de ver os filhos no samba. O pai dela era mestre de bateria e eu era passista. Nós nos conhecemos dentro da escola, nos casamos, desfilei grávida dela. Levo ela na escola desde quando ela nasceu, ela começou a gostar e, só de estar aqui, já é um grande passo. Ela vai crescer sempre, acredito muito na minha filha. Eu e o pai dela sempre incentivamos muito ela porque ela era muito tímida, e nós trabalhamos para que ela se soltasse mais, já que ela sempre soube sambar e sempre foi da Ala das Passistas. Hoje, ela é a minha primeira princesa!”, orgulhou-se.
Passando o bastão
A corte de 2024 foi substituída, embora tenha marcado para sempre os respectivos nomes na história do concurso. Fernanda de Paula, rainha juvenil da corte de 2024, tentou exemplificar: “É uma sensação muito boa, um misto de emoções. Tem um pouco de tristeza e felicidade, porque tenho certeza que as meninas vão representar a gente muito bem. Lembro que eu tinha recebido o convite da ASASP três anos atrás, mas achava que não estava preparada. Eu tive o apoio da minha família e deu tudo certo”, rememorou.
Daqui para frente, de acordo com Fernanda, o nome de cada um dos eleitos brilhará no universo carnavalesco paulistano: “Esse processo foi muito bom para gente, nós ficamos muito reconhecidos. A gente ia em todos os eventos em todas as escolas. Eles nos enxergaram de verdade. Esse é o intuito da ASASP, que é representar todos os adolescentes do carnaval de São Paulo”, disse.
Ao ser perguntada sobre o início no universo carnavalesco, ela aproveitou para também falar sobre o futuro: “Eu comecei no Vai-Vai em 2017 pela ala das crianças e agora estou na ala das passistas. Minha mãe sempre frequentou a escola. Quando eu nasci, ela parou de ir, mas quando eu fiz 8 anos nós voltamos juntas. No momento em que pisei naquele chão já senti a energia e me apaixonei. Por enquanto eu não tenho nenhum plano, mas acho que mais para frente quero tentar concorrer UESP, Liga e rainha do carnaval. É isso o que eu quero”, destacou.
Júri gabaritado
A comissão julgadora do concurso teve uma série de nomes muito respeitados no universo carnavalesco. Karine Grum (rainha da Ritmo Que Incendeia), Isadora Salles (princesa da bateria da Dragões da Real), Aline Oliveira (rainha da Ritmo Puro, bateria da Mocidade Alegre), Thai Rodrigues (rainha do carnaval carioca de 2022), Keise Cristine (Rainha do Carnaval da UESP) e Robério Theodoro (duas vezes Rei Momo do carnaval paulistano e candidato ao concurso carioca) eram apenas alguns que estavam no júri.
Thai exemplificou como é sair do palco e passar a julgar os pequenos: “É uma loucura, o sentimento fala muito mais alto porque a gente sabe o que passou por ali. É uma cultura muito desvalorizada, uma cultura onde a gente tem que ter o esforço dobrado para provar e também para adquirir os nossos figurinos, maquiagem, sandália… é tudo muito caro. O sentimento sempre transborda, sempre fala mais alto. É uma responsabilidade imensa também mexer com os sonhos, com vontades, sabendo que já foi o meu sonho e a minha vontade”, comentou.
Sobre o nível do concurso, ela fez questão de destacar o altíssimo nível de todos os participantes: “Eu amei, eu fiquei super orgulhosa, realmente fiquei de boca aberta em ver o quanto as meninas têm como base os estudos. Fiquei admirada em ver o quanto elas sabem o quanto é importante o estudo, o estar bem em matemática e português. Eu percebi que todas se preparam, elas vão fazer aula de oratória, dá pra ver que elas ensaiaram. Fiquei muito feliz com o que eu vi no concurso no São Paulo”, impressionou-se.
Responsabilidade na revelação
Josefa Silvana da Silva, presidente da ASASP, comentou sobre a importância do concurso realizado pela instituição: “A valorização é a principal marca, porque as crianças estão sempre nas respectivas alas, mas lá tem muito talento. O que é uma escola de samba? É samba no pé, e essas crianças no concurso arrasam, elas mostram para o pessoal, para todo mundo, o quanto é importante manter o samba no pé. Não é só coreografia, é importante dizer. Muitas escolas também têm samba no pé. Têm escolas que, para manter a tradição de escolas de samba, mantém, até mesmo, uma ala de passistas mirins. Isso mostra o quanto a prática deve ser valorizada”, destacou.
É claro que existem barreiras para realizar tal confronto – e elas foram destrinchadas por Silvana. “Os principais desafios são: apoio, financeiro mesmo, porque nós colocamos tudo do nosso bolso. Tem pessoas que ajudam: a Lilian Gonçalves,sempre dá uma ajuda para a gente, por exemplo. No ano passado também tivemos o vereador Adriano Santos; mas, na maioria das vezes, somos nós mesmo. Eu falo que a gente é o décimo terceiro salário, nosso décimo terceiro é o dono do concurso. Têm escolas que não tem ainda esse interesse de enviar candidatos, embora todas as escolas já mandaram: se não mandaram esse ano, mandaram em outros anos crianças para concorrer – e a criançada sempre quer. Outra dificuldade são os meninos, porque os meninos não são muito inscritos. Desde o primeiro concurso tiveram poucos meninos inscritos. A gente quer que eles participem e que os meninos também voltem a ter a ala de passistas masculina para a malandragem ganhar”, elencou.
Por fim, Silvana também comemorou a iniciativa da Liga-SP de realizar o desfile mirim no Sambódromo: “Essa iniciativa da Liga-SP, para nós, é muito, muito importante. Eles estão reconhecendo que sem as crianças não haverá futuro de carnaval. É uma valorização que eles estão dando que não tem palavras para explicar. Eles estão reconhecendo o futuro depois de muita luta. Acredito que a Liga-SP também tenha batalhado muitos anos para isso e, agora, eles firmaram. Sem criança não há futuro de carnaval”, deu o recado.
Confira todos os eleitos para as cortes mirim, infantil e juvenil do carnaval de São Paulo para 2025:
Miss Simpatia: Sophia Machado (Vai-Vai)
Musa do Carnaval 2025: Marjorie Sofia (Unidos de São Lucas)
Passista de prata: João Miguel (Acadêmicos do Tucuruvi)
Mirim Passista de Ouro: Guilherme Cerqueira (Vai-Vai)
Segunda Princesa: Kathellyn Rafaelle (Vai-Vai)
Prineira Princesa: Mafer Oliveira (Tom Maior)
Rainha: Isa Passos (Nenê de Vila Matilde)
Infantil
Passista de Ouro: Murilo Ceríaco (Camisa Verde e Branco)
Segunda Princesa: Kenia Morena (Império de Casa Verde)
Primeira Princesa: Beatriz Carvalho (Amizade Zona Leste)
Rainha: Málika Ayana (Vai-Vai)
Juvenil
Passista de Ouro: Kairê Hilário (Vai-Vai)
Segunda Princesa: Yas Melo (Bloco Fuzuê/Vai-Vai)
Primeira Princesa: Mariah Oliveira (Rosas de Ouro)
Rainha: Marisol Suzarte (Raízes da Vila Prudente)
A Tradição apresentou no último domingo, em uma casa de festa, na Zona Oeste do Rio, o samba-enredo para o Carnaval 2025. A escola encomendou a obra aos compositores Fred Camacho, Pretinho da Serrinha e Diego Nicolau. Para o desfile do ano que vem, o enredo é “Reza”, o desenvolvimento é do carnavalesco Leandro Valente. Após 10 anos fora da Sapucaí, a agremiação voltará a desfilar na Marquês de Sapucaí, pela Série Ouro.
Ao CARNAVALESCO, a presidente Raphaela Nascimento falou sobre a o samba-enredo apresentado para 2025 e missão de estar na Série Ouro.
Fotos: Gabriel de Souza/CARNAVALESCO
“Para mim, é um prazer muito grande voltar a desfilar no Sambódromo. É um desafio enorme, mas somos movidos a desafios. Nós lutamos muito para retorna à Marquês de Sapucaí. A Tradição já vem encomendando o samba em outros carnavais. Não há nada mais justo do que o Pretinho da Serrinha ser um dos compositores do samba, por causa da inspiração da música dele no enredo”, explicou.
Presidente Raphaela Nascimento
O carnavalesco Leandro Valente, responsável pelo enredo “Reza”, citou a força do tema escolhido pela Tradição. Ele falou também da parceria com os compositores para elaboração do samba-enredo.
Carnavalesco Leandro Valente
“É um enredo forte, principalmentem pelo momento que a escola vive. Nós retornamos à Sapucaí depois de dez anos. São os dez anos que eu acompanho a Raphaela na Intendente Magalhães. A escola é uma parte de mim. Somos uma escola que fizemos um carnaval inclusivo na Intendente. Eu sempre falo que reza também é um movimento político. Por exemplo, no desfile, teremos uma mini parada gay, onde gritaremos reza para existir. Nós fizemos uma reunião com Pretinho da Serrinha, no qual ele trouxe o Fred Camacho e o Diego Nicolau. Foi incrível porque na primeira reunião eles ficaram empolgados com a sinopse e criaram o samba no mesmo dia. Em duas horas, o samba estava pronto. É mais do que um samba, é uma trilha sonora do que será mostrado na Avenida. As alegorias e as fantasias estarão dignas para uma escola que está subindo e quer se manter, mas muito do que isso, elas estão dignas para brindar a comunidade”, garantiu Leandro Valente.
Intérprete Tuninho Jr
O intérprete Tuninho Jr elogiou a obra apresentada para o Carnaval 2025 e disse estar honrado com a missão de cantar pela Tradição na volta ao Sambódromo da Sapucaí. “É uma felicidade enorme. Hojem a Tradição está completando 40 anos de histórias de carnaval e eu fazendo parte disso é muita emoção. Temos um samba-enredo muito bonito, alegre e fácil de cantar. O povo irá cantar na Sapucaí. O mestre Praxedes é muito gente boa. Em São Paulo, nós dois estivemos uma troca de ideia, acredito que a bateria está bem comandada”.
Novidade no Rio de Janeiro para o Carnaval 2025, mestre Thiago Praxedes chega para o lugar de Átila. Ao CARNAVALESCO, ele falou sobre o trabalho que vai desenvolver na bateria da Tradição.
Mestre Thiago Praxedes
“Estamos trabalhando muito para manter o ritmo próximo que a Tradição já possui na comunidade. Iremos entregar um trabalho bonito que o pessoal do Rio de Janeiro irá gostar. O samba encomendado é um processo mais fácil por ter um caminho já definido pela escola. Desenhamos caminhos melódicos que podem ajudar o intérprete e o carro de som. Acredito que a bossa tem o poder de elevar e engrandecer o samba”, citou Thiago Praxedes.
David dos Santos, um dos diretores de carnaval da Tradição, assegurou a que a escola vai surpreender o público na volta ao Sambódromo da Sapucaí. Ele contou também o trunfo para o desfile do ano que vem.
David dos Santos, um dos diretores de carnaval da Tradição
“Iremos desfilar, a princípio, com 1800 componentes, três carros alegóricos e um tripé na comissão de frente. A Tradição é uma escola que irá surpreender com esse enredo forte. Tenho certeza que será um sucesso e um grande ‘bicho papão’ da Sapucaí no próximo ano. O maior triunfo é o nosso pavilhão. A Tradição é uma escola muito querida. O sambista quer ver a escola de volta. E também o apelo com o grande homenageado, o Sílvio Santos. Ele era um judeu, está dentro do nosso enredo. Eu acho que a homenagem ao Silvio Santos no nosso último carro pode ser um triunfo”, afirmou David.
Para o desfilar de volta na Marquês de Sapucaí, a Tradição terá o casal de mestre-sala e porta-bandeira experiente. A dupla, Jorge Vinícius e Verônica Lima, está confiante na apresentação na Série Ouro no ano que vem.
“É um um momento muito especial para a escola. Estamos vindo com muita garra e abraçando essa oportunidade. É um recomeço para a escola. Nós começamos a ensaiar com antecedência. A nossa representatividade já é uma conexão com o sagrado, com o enredo. Nós estamos procurando se conectar nos ensaios para fazer o melhor desfile que a Tradição merece”, disse a porta-bandeira.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira experiente. A dupla, Jorge Vinícius e Verônica Lima
“É um retorno triunfal. Nós iremos vir forte, porque a escola está se preparando desde o ano passado. É uma honra defender o pavilhão. Nós estamos ensaiando danças e ritmos que conversam com o enredo. Estamos nesse patamar que é subir de degrau em degrau para o nosso bailado”, completou o mestre-sala.
A rainha mirim para o Carnaval 2025 é Valentina Monteiro, 10 anos de idade, da Inocentes da Caprichosos, e o rei momo mirim é Arthur Miguel, 10 anos de idade, representante da Estrelinha da Mocidade. Também integram a corte mirim, a primeira princesa, Maria Eduarda Damas, 10 anos, da Virando Esperança, e Kawany Venâncio, 11 anos, do Aprendizes do Salgueiro, a segunda princesa. O concurso foi realizado na Casa Carnaval, no Centro do Rio, na Rua do Mercado.
Pela ordem, Kawany Venâncio, Maria Eduarda, Arthur Miguel e Valentina Monteiro. Foto: LF Mello/Divulgação
As crianças que participaram do concurso, tinham de 6 a 11 anos de idade e são oriundas das 17 escolas de samba tradicionais que hoje integram a Associação das Escolas de Samba Mirim do Rio de Janeiro (AESM-RIO), realizadora do evento.
“Os principais quesitos para vencer: desenvoltura, graciosidade e samba nos pés, além de comprovada matrícula e assiduidade em rede de ensino pública ou privada”, ressaltou Waleska Marinho, fundadora da corte mirim.
O CARNAVALESCO prepara mais uma edição do prêmio “DESTAQUES DO ANO“. É a quinta edição da premiação. Até o dia 20 de novembro, o leitor poderá indicar pessoas e escolas de samba. De 22 de novembro até 13 de dezembro será o prazo para votação. A festa de premiação deve acontecer ainda em dezembro, em horário e local que vamos informar posteriormente.
Nesta fase atual de indicações, vamos levar em consideração apenas os nomes citados pelo público. Na outra etapa o sistema de pontuação será o seguinte para cada categoria: 40 pontos para o mais votado pelos internautas, 30 pontos para o mais votado pela equipe do CARNAVALESCO e 30 pontos para o mais votado entre os jornalistas. Em caso de empate, o escolhido será o que venceu na votação popular.
A edição deste ano terá novidades. As categorias passista feminino, passista masculino, musa, ritmista do ano, profissional do barracão e sambistas do ano vão ser relacionadas todas 12 escolas de samba do Grupo Especial. Cada agremiação indicará sua pessoa que irá concorrer. Essa votação só começará no dia 22 de novembro.
Abaixo, você pode fazer suas indicações nas categorias de 2024.
Mestre Jeyson é um dos símbolos do Camisa Verde e Branco nos últimos anos. Sua história começou com o mestre Coca e a sua mãe Dona Chuca, dupla que marcou história no carnaval de São Paulo. E, hoje, é a vez do mestre seguir os passos dos familiares, como mestre de bateria do Camisa Verde e Branco. No dia da final do samba-enredo, o Camisa Verde fez uma homenagem para o mestre Jeyson que tinha perdido sua mãe, Dona Chuca, poucos dias antes. De luto, o mestre da “Furiosa da Barra” falou da mãe, que tinha forte identidade com o Camisa Verde e Branco, apesar da história com a Mocidade Alegre.
“A história da minha mãe no samba é muito linda. Ela foi rainha de bateria da Mocidade Alegre em 1985, quando o mestre de bateria era o Kit, a minha história na música começou pela minha mãe. Meu pai era o mestre Coca, e minha mãe rainha de bateria, aí veio eu aqui e desde então minha mãe sempre me acompanhou e me apoiou no carnaval, aliás em tudo que eu faço. Minha mãe é minha companheira, eu sou filho único, então morava eu e ela. Não tenho muito a dizer… É minha companheira, minha rainha, é meu tudo. E ela sempre foi Camisa Verde e Branco, tocou na bateria do Camisa e hoje (na final do samba) teve essa homenagem para ela. Infelizmente um problema respiratório e Deus quis que ela partisse. Foi para um lugar melhor do aqui, tomara que onde ela esteja, seja bem melhor que aqui e ela está de lá, me olhando e protegendo”.
Entrada do Jeyson no samba foi na Mocidade
Com sua mãe entre Camisa e Mocidade, o mestre Jeyson iniciou na Morada do Samba, mas logo partiu para o Camisa, onde começou a construir sua história nos anos 90. “Entrei como ritmista na Mocidade Alegre entre 88 e 89 e em 90 vim para o Camisa. A minha família já era do Camisa e da Mocidade, só que ela tinha aquele receio que o Camisa era meio perigoso. Aí em 90 não teve como me segurar, eu vim com o Betinho, vim para o Camisa com os meus tios e estou aí até agora”.
Momento vivido no carnaval
O Camisa Verde e Branco passou anos bem complicados no Grupo de Acesso I, mas vai para o segundo ano consecutivo no Grupo Especial, fato que não acontecia desde os anos 2000, onde a escola ficou de 1998 até 2006 na elite. Voltou em 2008 e 2012, mas caiu no mesmo ano. Portanto, mestre Jeyson mostrou ser um privilegiado pelo momento vivido com a escola em reconstrução: “Sou privilegiado e estou realizado, porque já entrei para a história. O Camisa Verde e Branco subiu em 2011, eu era o mestre de bateria. No decorrer fiquei, depois saí, voltei, e agora o Camisa Verde e Branco subiu para o Especial de novo, o ano passado e eu estava no comando da bateria de novo. Permanecemos no Especial comigo no comando e vamos desfilar comigo no comando de novo. Sou um cara privilegiado, só tenho que agradecer a Deus e vamos para mais um carnaval”.
Fotos: Fábio Martins/CARNAVALESCO
E complementou falando sobre como está a bateria “Furiosa da Barra” que vive transformação nos últimos anos: “Temos muito ritmista novo. A inovação é sempre válida, hoje em dia temos poucos caras da antiga. A bateria do Camisa é uma bateria que tinha muito cara de idade e não tiramos ninguém. Só que às vezes queremos passar uma bossa e o cara que tem mais idade, não consegue assimilar. Então o cara mesmo para: ‘fala mestre pô, não tô conseguindo pegar hein?’ Tipo assim, eu dou o papo para os caras: ‘gente se não conseguir pegar, infelizmente não vai dar para desfilar’. Porque é igual em uma empresa, você vai ficar três meses lá e a falta de experiência, se você não der resultado, o cara vai te mandar embora. Mas fico muito feliz pela renovação, eles pegam umas coisas muito rápido. Tem que dar uma seguradinha que eles são meio afobados, mas é isso”.
Importância das eliminatórias
O Camisa Verde e Branco é uma escola tradicional do carnaval de São Paulo e mantém tradições como as eliminatórias do samba que não são mais tão comuns como antes nas quadras das escolas de samba. Os mestres de bateria das escolas tem frisado a importância, foi Mestre Sombra e agora é a vez do mestre Jeyson trazer sua opinião.
“Vejo como tradição em escolas que infelizmente hoje em dia não tem mais isso. Eu acho que tem que ter eliminatórias. Cada escola faz o seu jeito, mas eu acho que perde um pouco da essência. Porque hoje em dia quase ninguém faz eliminatórias de samba-enredo, muita gente encomenda o samba. Parabéns para quem faz isso, cada um faz de tudo que quer. Só que o caminho da Verde e Branco faz e segue as nossas tradições de fazer eliminatórias também enredo. Antigamente tinha até mais, eram três fases ou quatro fases hoje encurtou bastante, mas pelo menos ainda tem, que é a semifinal e a final, é super válido, porque o carnaval é isso, esse é o clima do carnaval. Como lá na frente quando começarem os ensaios técnicos, de rua ou de quadra. Isso aí é o carnaval, porque no dia do carnaval é muito tenso, você nem curte direito. Então para mim e para muitos foliões, as eliminatórias, o corte de samba, o ensaio de quadra e ensaio de rua e o técnico, isso é o carnaval, tem que ter isso”.
O Camisa Verde e Branco para o mestre
“O Camisa Verde e Branco é minha vida, sou suspeito de falar. Agradeço a Deus por ser Camisa Verde e Branco e por estar participando da realidade do Camisa”.
Chamou a comunidade do Camisa para ensaios
Com espaço livre, Jeyson Ferro decidiu dar um recado importante para a comunidade do Trevo comparecer nos ensaios e participar do ciclo.
“Só mandar um recado que é para todo, o povo do Camisa Verde e Branco ir participar do ensaio. Esse samba aí que a escola escolheu, agora é da escola o samba, tem a crescer demais e precisamos do canto da escola e para ter um canto bom na escola, tem que ter gente na quadra nos ensaios. Então pedimos, falo em nome da direção da escola, que é para o nosso componente, em um geral, que é a bateria e as alas, participarem dos ensaios que se fizermos uma coisa boa agora, lá na frente vai dar bom”.
O Camisa Verde e Branco é a última escola a desfilar na sexta-feira de carnaval e virá com o enredo “O Tempo Não Para! Cazuza – O Poeta Vive”, uma homenagem ao artista Cazuza.