Valorizando a prata da casa, a Acadêmicos de Niterói anunciou a passista Carine Almeida como nova musa da comunidade para o carnaval de 2025. O anúncio foi feito pela Diretora de Carnaval, Amanda Palhares, durante o primeiro ensaio da agremiação, realizado nta terça-feira. Carine representou a escola no concurso da corte do carnaval carioca, mas segundo Amanda o cargo de musa da comunidade já estava nos planos da diretoria por toda dedicação e fidelidade da passista com a agremiação.
Pega de surpresa com o anúncio, a passista celebrou o anúncio e agradeceu a confiança e a valorização da diretoria. “É gratificante ver como a escola está valorizando a sua comunidade. Sempre me fiz presente pelo amor que tenho pela agremiação, não tenho palavras para agradecer o Presidente Wallace e a Diretora Amanda por todo suporte que recebi no concurso, pela confiança e agora esse verdadeiro presente. Representarei a comunidade com muito orgulho” – finaliza Carine.
Carine é moradora de Niterói, mãe de duas meninas, cursa administração e trabalha como fiscal de loja. Iniciou no mundo do samba em 2016, pela Acadêmicos do Sossego, onde já desfilou como passista e foi mulata show. No carnaval de Niterói passou por agremiações como Folia do Viradouro, Bem Amado, Alegria da Zona Norte e Folia do Viradouro. Já foi passista da Viradouro de 2018 a 2022, musa dos passistas do Data Vênia Doutor, 2ª Princesa do Bloco Arrasa Tudo e Rainha de bateria da escola de samba Morro do Castro. Atualmente integra a ala de passistas da Acadêmicos do Niterói e da Acadêmicos do Cubango.
A Superliga, que administra as séries Prata e da Série Bronze, que desfilam na Intentende Magalhães, lança nesta quarta-feira nas plataformas digitais os sambas oficiais para o Carnaval 2025. Produzido por Jeferson Carlos, o projeto reflete a energia e dedicação de cada escola envolvida.
“Muito feliz em participar desse projeto das séries Prata e Bronze com profissionais de alta qualidade, estúdios com toda estrutura e suporte, além da dedicação das escolas que foram importantes no processo do tempo curto de produção. Tenho certeza que o público vai adorar. Aproveito a oportunidade para agradecer ao presidente Vinicius e ao vice Heitor pela oportunidade dada nossa equipe”, declarou o produtor.
Os EPs também contam com a participação de Victor Alves, responsável pelos arranjos e cordas, mestre Vitinho, que assina a percussão e arranjos, e a arte gráfica de Duda Sales. As gravações aconteceram em dois estúdios: a Série Prata foi registrada no estúdio do Maurício, enquanto a Série Bronze ganhou vida no estúdio do Prates.
Para Vinícius Macedo, presidente da Superliga, este trabalho é um marco importante: “Registrar esses sambas em um EP é fundamental para fortalecer a nossa cultura e valorizar o trabalho de tantos compositores e intérpretes talentosos. É um legado para o samba e para todos os amantes do gênero”.
No Carnaval de 2025 as escolas da Série Prata desfilam nos dias 2, 3 e 4 de março e as da Série Bronze nos dias 7 e 8 de março na Intendente Magalhães.
A “última dança” será em homenageam ao parceiro Laíla. Assim, Neguinho da Beija-Flor anunciou que fará no desfile do ano que vem sua última apresentação como intérprete oficial no carnaval do Rio de Janeiro. Um dos maiores nomes da história da escola de Nilópolis e do carnaval possui mais de 50 anos de serviços prestados ao samba.
“Nesse Carnaval de 2025, em homenagem ao Laíla, que trabalhou comigo antes da Beija-Flor, é meu último carnaval na Sapucaí com a Beija-Flor. Encerro minha carreira na Avenida. É isso! É difícil falar isso. A gente morre duas vezes. Quando morre mesmo e quando para de atuar. Estou perando depois de 50 anos de Beija-Flor como intérprete na Avenida. Tudo tem o seu tempo. Ele é maravilhoso, tanto que cheguei aos 75 anos de idade. Depois de 50 anos com essa convivência com a família Beija-Flor é difícil parar”, afirmou Neguinho da Beija-Flor, em entrevista ao “RJTV1”, da TV Globo.
A Beija-Flor se pronunciou sobre a saída de Neguinho da Beija-Flor. Veja abaixo o texto da escola.
“O desfile de 2025 será marcado por uma emoção ainda mais especial. Além de homenagearmos o inesquecível mestre Laíla, será também o momento de nos despedirmos profissionalmente de nossa maior e inigualável voz no microfone oficial: Luiz Antônio Feliciano Marcondes, o nosso Neguinho.
Em 11 de junho de 1975, o então conhecido “Neguinho da Vala” chegou a Nilópolis, a convite do nosso presidente de honra, Anísio Abraão David, que também foi responsável por sugerir o nome artístico que se eternizou: “Neguinho da Beija-Flor”. Desde então, sua voz ecoou em cada verso que cantamos, em cada vitória que celebramos e em cada nota 10 que nos fez vibrar. Agora, após cinco décadas de dedicação à Beija-Flor, ele decidiu encerrar sua jornada profissional no mesmo ano em que prestamos homenagem ao legado de seu grande amigo Laíla.
Essa despedida, no entanto, é apenas do posto de intérprete oficial. Neguinho é, e sempre será, a essência da Beija-Flor. Não há Beija-Flor sem ele. Sua história está gravada em nossas cores, nossos sambas e nossos corações.
O próximo Carnaval da Beija-Flor, portanto, terá um sabor ainda mais especial: será a celebração de uma vida inteira dedicada ao samba. Seremos, mais uma vez, testemunhas de sua grandeza, celebrando juntos uma trajetória que soma mais de 50 anos, 14 títulos, 6 Estandartes de Ouro e um grito de guerra que ecoará para sempre no Carnaval brasileiro.
Agradecemos por cada momento, cada nota e cada emoção que Neguinho nos proporcionou. Se somos essa “comunidade que impõe respeito e bate no peito”, é porque ele sempre esteve ao nosso lado, construindo essa história.
Depois do êxito das três edições do “Carnaval de Dados” e diversas edições temáticas da série “Rio em Dados” – como o “Réveillon em Dados”, publicações da Prefeitura do Rio lideradas pelo Instituto Fundação João Goulart (FJG) e pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico (SMDUE), foi lançada a publicação “G20 em Dados”, sobre os diversos eventos ligados ao grupo das maiores economias do mundo, que correspondem a 85% do PIB mundial e 2/3 da população global, e impactaram a economia carioca em aproximadamente R$ 600 milhões durante a presidência do Brasil no grupo.
“O G20 no Rio é mais do que um evento econômico, é uma vitrine da capacidade do Rio de integrar a agenda global de desenvolvimento. Esse legado de transformação e impacto econômico que vemos é resultado do compromisso de todos os órgãos e da dedicação de cada cidadão carioca que participa da construção de um Rio mais forte e conectado com o mundo”, comemorou o prefeito Eduardo Paes.
Todos esses projetos são iniciativas desenvolvidas inicialmente por meio da metodologia GTT (Grupo Transversal de Trabalho) do Instituto Fundação João Goulart (FJG), com equipe formada por Líderes Cariocas – servidores públicos de diferentes órgãos da Administração Pública Municipal, que prestam uma “consultoria interna”, sem custos, fora dos seus horários de expediente, para entregar um produto ao cliente, posto este que, no caso dos GTT “Carnaval de Dados” e “Réveillon em Dados” foi ocupado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico (SMDUE) e agora no GTT “G20 em Dados” é compartilhado entre o Comitê Rio G20, a Coordenadoria de Relações Internacionais e o FJG.
“O “G20 em Dados” reafirma o potencial do Rio para eventos de grande escala, deixando um legado tangível de cooperação e infraestrutura aprimorada, consolidando sua imagem como uma cidade pronta para os desafios do presente e do futuro. Gosto de destacar a competência de servidores do Programa Líderes Cariocas, da Prefeitura do Rio, na construção desse relatório. Os números do G20 no Rio ajudam a revelar uma cidade global que não se esquece daquilo que a faz única: os cariocas”, afirmou Rafaela Bastos, presidente do Instituto Fundação João Goulart, que também é diretora de marketing da Liesa, organizadora da publicação “G20 em Dados” e das edições do “Carnaval de Dados”.
A importância do “G20 em Dados”, assim como acontece com o “Carnaval de Dados” e o “Réveillon em Dados”, é municiar a todos – imprensa, classe política, brasileiros e, principalmente, os cariocas – da sua importância econômica, além de cultural, o chamado soft power.
“O Rio é o Brasil no mundo. As pautas do G20 se traduziram em mais de uma centena de reuniões ao longo de um ano. Alianças globais, comunicados, declarações, regras e padrões que impactam as finanças e a política de todo o mundo foram produzidos no Rio, buscando um futuro sustentável para o crescimento econômico. Os impactos econômicos nos setores de eventos e negócios reforçam a estratégia de décadas, consolidada sob a liderança do prefeito Eduardo Paes, de sediar grandes eventos internacionais na cidade. O legado, porém, é também diplomático, simbólico e intangível”, disse o presidente do Comitê Rio G20, Lucas Padilha.
E há alguns dados relacionados ao Carnaval na publicação “G20 em Dados”. O PIB do G20, por exemplo, equivale a 98,3 mil vezes a movimentação econômica do Carnaval carioca, que é de R$ 5 bilhões. Já a população do G20equivale a 1,5 milhão os desfilantes de uma Escola de Samba.
Os participantes dos mais de 130 eventos do G20 Rio (122,8 mil) equivalema 40,9 vezes os desfilantes das Escolas de Samba.
E, por fim, todos os eventos do G20 Rio tiveram, no total, 917 horas, que equivale a 688 desfiles das Escolas de Samba.
“Um dos grandes focos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico, além da elaboração e execução de diversas políticas públicas e ações de desenvolvimento econômico, é a análise e elaboração de estudos econômicos sobre a economia do Rio. E depois de estudos sobre o Carnaval, Réveillon, Web Summit Rio, show da Madonna, o G20 não poderia ficar de fora, já que além de ser um instrumento de discussões globais, também é um claro vetor de desenvolvimento econômico local, movimentando a economia carioca, com arrecadação de impostos e geração de emprego e renda!”, afirmou o subsecretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Marcel Balassiano, organizador da publicação “G20 em Dados” e das edições do “Carnaval de Dados”.
A publicação completa está disponível no Repertório e no Observatório Econômico do Rio.
A Mocidade gravou no último dia 22 de outubro o seu samba para o álbum oficial do Carnaval de 2025, no Century Estúdio. A Estrela Guia de Padre Miguel levou alguns de seus componentes integrantes para gravar a faixa da escola, que levará o enredo “De volta para o futuro – Sem limites para sonhar”, dos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage, para a Sapucaí no próximo ano. O CARNAVALESCO conversou com alguns integrantes da escola, entre eles, mestre Dudu, que começou falando sobre o andamento empregado para a gravação da escola.
“Fico feliz pela obra que foi entregue para gente. Acho que os compositores estão entendendo que a nossa bateria é diferenciada e muito cadenciada. E nós botamos andamento na gravação de 138 BPM (batidas por minuto) e ficou perfeito com o nosso samba”.
Dudu comentou sobre bossas utilizadas na gravação da escola, destacando que, somado a gravação da escola, deu a oportunidade de observar as paradinhas para o samba da escola. “A gente não perdendo a nossa característica, me lembrou muita coisa do passado, até botando a paradinha na hora que fala da mão que faz a bomba. Depois da escolha do samba para cá, começamos a estudar mais a obra e abriu muito a mente. Além dessa gravação aqui, a escola produziu uma, que me deu a oportunidade também de gravar outras paradinhas. Sei que vai ser sucesso”.
Mestre Dudu. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO
O mestre comentou sobre estar mais uma vez a frente da “Não existe mais quente” em uma gravação para o álbum oficial da Liesa: “É sempre bom entregar o melhor para a nossa escola. Fico feliz em mais uma vez comandar essa bateria de mestre André, mestre Coé, mestre Jorjão. É motivo de muito orgulho. Eu sempre conto histórias, que não passava na minha cabeça ser mestre de bateria e de um tempo para cá eu comecei a acordar, enxergar e acho que está em boas mãos. Venho fazendo um belo trabalho. Não é à toa que estão vindo os resultados, juntamente com a minha direção”.
Mauro Amorim, diretor de carnaval. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO
Mauro Amorim, diretor de carnaval da Mocidade, destacou que a gravação oficial visa emocionar o torcedor da Verde e Branco, destacando como é emocionante presenciar a gravação do samba do qual destacou o techo que mais mexe com ele: “É uma gravação para mexer com a emoção do independente. É um trabalho realizado dentro dos padrões que a Liga estipula de igualdade para todas as escolas, mas cada uma vai dar seu tempero especial. A parte: ‘Naveguei, no afã de encontrar eu me emocionei’ vai emocionar o torcedor. É um samba aclamado pela escola, foi consagrado por unanimidade dentro de todos os segmentos, o que mostra uma escola unida. É muita emoção estar aqui vivendo este momento que a Mocidade está atravessando e é um pré-carnaval que remete muita esperança a todo torcedor independente”.
Jorge Cardozo, responsável pelo arranjo. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO
O maestro Jorge Cardoso foi o responsável pelo arranjo da escola para a gravação e explicou como elaborou e pensou o mesmo em cima do enredo e do samba escolhido: “A primeira coisa que a gente faz quando vai fazer um arranjo é ler a sinopse do enredo. Depois ver o que a gente pode usar musicalmente dentro do samba-enredo. Esse é um enredo que lembra os carnavais da Mocidade e faz uma alusão ao futuro. É um samba com a letra muito inspirada, bem feita, dentro do enredo, com uma melodia muito bonita, rica. Quando você tem um samba com uma melodia rica, facilita mais para quem vai fazer o arranjo, porque é a melodia que te dá os caminhos para você fazer harmonia e fazer aqueles truques e paradinhas. É muito bem construído e vai render muito mais, e, principalmente, com a escola sendo a primeira a se apresentar na terça de carnaval, ele vai trazer um ar de novidade. As pessoas vão sorrir e se sentir bem”.
Zé Paulo, intérprete da Estrela Guia, contou como foi sua preparação para botar a voz na faixa oficial do samba: “A gente trabalha com fono, faz aula de canto, descansa bastante, apesar dos períodos corridos e curtos. Bebi bastante água, mas o que preocupa é a mudança de tempo. Toda hora está calor, faz frio, chove, a gente entra no ar condicionado, sai de ar condicionado. É ter cuidado com a imunidade para não baixar. E o restante é tudo parte técnica mesmo: fono, aula de canto e concentração”.
O cantor também destacou trechos do samba que mais mexem com ele: “Acho que na primeira: ‘Será que é de ter carnaval sem minha cadência? Alas em tom digital no fim da existência’, é muito bonitq. É uma frase, um trecho que mexe muito comigo. Mas no final do samba: ‘naveguei no afã de me encontrar, eu me emocionei. Lembrei da corda bamba que atravessei. São tantas as viradas dessa vida’. Além de fazer parte do enredo, contempla qualquer pessoa que passa por um motivo difícil e está vivendo isso, ou já viveu. As pessoas vão se identificar bastante com essa parte, é a que vai mais emocionar. O samba pede um pouco de técnica e pede muito de emoção. Ele é dramático em certas partes. Tem tem um apelo mais emocional, mais interpretativo”.
Zé Paulo falou sobre a expectativa que ocorria em relação à escola escolher uma obra que fosse para o lado do Caju, de 2024. O cantor falou sobre sambas populares e como o fenômeno foi um momento único para o carnaval: “São sambas de propostas diferentes. A gente, infelizmente, não teve nenhum samba de apelo popular como Caju, neste ano, que eu acho que faz falta para o carnaval. É totalmente o oposto do caju, mas tem momentos de popularidade. É um samba muito mais denso, com muito mais desenvolvimento crítico. Pode acontecer e se tornar popular por alguns motivos e detalhes que ele tem. Mas acho que o Caju foi um momento único até para o carnaval, há muito tempo a gente não vivia isso no carnaval e de uma hora para outra o samba acaba viralizando e entrando para a história do carnaval. O caju não é um samba campeão do carnaval, mas é um samba campeão de audiência. As escolas têm que aproveitar isso. Toca em roda de samba, toca em outros países, toca em outros estados”.
Compositor Léo Peres. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO
Léo Peres, um dos compositores da obra de 2025, comentou sobre a importância do samba para ele: “É uma obra muito importante. A nossa parceria veio de uma vitória em 2018, o samba da Índia, também um samba muito bom, e a gente veio batendo uma trave nas últimas disputas e, graças a Deus, esse ano deu tudo certo. É um samba bem completo, que propõe e entrega muito ao enredo. Tem uma questão social muito grande, em prol do meio ambiente, da sociedade. Possui dois refrões muito fortes, uma saída de segunda muito forte. Se encaixa e dialoga a cadência e o andamento da ‘Não Existe Mais Quente”.
A Unidos de Padre Miguel dá mais um passo na sua preparação para o Carnaval 2025 com o início dos ensaios de rua. Após semanas de ensaios de canto realizados na quadra da agremiação, os treinos agora ganham as ruas de Padre Miguel. O primeiro treino acontecerá na sexta-feira, a partir das 21h, na Vila Vintém, na Rua Lomas Valentina, na altura da Loja Chiquita Rações. Todos os componentes e segmentos da escola estão convocados para este importante momento.
“Os ensaios de rua são essenciais para trazer a comunidade para perto e ajustar cada detalhe técnico que será avaliado na avenida. Nossa preparação para o desfile de 2025 está intensa e com muita dedicação. Queremos levar o nome da Unidos de Padre Miguel ao mais alto nível do Carnaval carioca”, afirmou a Diretora de Carnaval, Lara Mara.
Com o enredo “EGBÉ IYÁ NASSÔ”, desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Louzada e Lucas Milato, o Boi Vermelho da Zona Oeste promete emocionar com um desfile que celebra a história afro-brasileira e o legado de Iyá Nassô. A escola será a primeira a desfilar no domingo de Carnaval em 2025.
Na noite da última segunda-feira, o Acadêmicos do Salgueiro foi destaque em um evento especial promovido pela RioTur no Museu de Arte Moderna, no Aterro do Flamengo. A iniciativa fez parte da programação oficial voltada aos representantes das delegações presentes na reunião de cúpula do G20, que reúne as maiores economias do mundo e segue até esta terça-feira. A convite do presidente da RioTur, Patrick Corrêa, a Academia do Samba representou a cultura brasileira em grande estilo, levando ao palco um espetáculo de 30 minutos com o ritmo e energia da vermelho e branco tijucana. A apresentação contou com o casal de mestre-sala e porta-bandeira Sidclei Santos e Marcella Alves, passistas, a potente Bateria Furiosa, comandada pelos mestres Guilherme Oliveira e Gustavo Oliveira, e a voz marcante do intérprete Charles Silva.
O público, composto por autoridades de diversos países, não resistiu e se entregou ao samba. Até o presidente da RioTur, Patrick Corrêa, caiu na dança ao som de “Peguei um Ita no Norte (Explode Coração)”, um dos sambas mais icônicos da história do Salgueiro e do Carnaval carioca.
A participação do Acadêmicos do Salgueiro no evento reforçou a importância do samba como um dos maiores patrimônios culturais do Brasil. Para o mestre Gustavo, a apresentação da Academia do Samba marcou a passagem dos líderes do G20 pelo Rio de Janeiro.
“Pra nós é uma honra ver nosso samba, nosso ritmo sendo valorizado, né? Não podia ser diferente. O G20, que é uma conferência mundial tão importante, está acontecendo no Rio de Janeiro nesse momento, então tinha que acabar em samba, né? É, claro, com o Salgueiro presente. Foi uma sensação incríver ver a Furiosa sendo aplaudida por tantos chefes de Estado, de governo, autoridades de todas as partes do mundo aplaudindo o nosso ritmo, foi uma sensação muito maneira”, celebra.
Para Sidclei Santos, foi uma grande honra fazer parte da história, apresentando o pavilhão salgueirense para o mundo.
“Eu me sinto totalmente honrado em viver esse momento tão maravilhoso de estar representando o Carnaval nesse congresso mundial, que é o G20 Brasil 2024, ao lado da minha escola do Salgueiro. Estou muito feliz por levar o Carnaval pro mundo, dando boas-vindas às delegações para esse evento. Foi um prazer imenso participar desse congresso”, comemora.
A Imperatriz é mais uma escola a abandonar sua característica cultural para buscar abrigo na temática afro-religiosa. Com o enredo “Ómi Tútú ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón“, do carnavalesco Leandro Vieira, vai contar na Sapucaí a história descrita em um dos mais famosos Itans (lendas) que compõem a cultura Iorubá, aquele que revela a história das “águas de Oxalá”.
Considerado pai de todos os Orixás, Oxalá, conhecido na África por Obatalá, se veste de branco e prima pela limpeza. Nesta história ele sai de seu reino, Ifón, para fazer uma visita a Xangô, Alafin (líder) de Oyó. Antes de partir, faz uma consulta a seu Babalaô (conselheiro) que o orienta a levar três mudas de roupa branca porque ele passará por provações. Oxalá também deveria fazer uma oferenda a Exu, que controla os caminhos, e não deveria negar qualquer pedido que fosse feito a ele.
Mas Oxalá, poderoso, deixa de realizar a oferta a Exu. No caminho o “dono do caminho” apronta com o “pai de todos” e o suja três vezes, obrigando-o a trocar de roupa três vezes. Ele chega a Oyó sujo e maltrapilho, encontra um cavalo perdido, que havia dado de presente a Xangô, e monta nele para devolver ao dono. Mas é confundido com um ladrão e preso pelos guardas. Durante os sete anos que Oxalá fica detido no reino de Xangô a desgraça se abate sobre a população local. Até que Xangô consulta um conselheiro que alerta sobre uma pessoa presa injustamente em seu reino. O orixá da justiça vai até a prisão e encontra Oxalá, sujo e mal cuidado. Ele o leva para o palácio e providencia um banho com as águas mais limpas e cristalinas que houvesse em Oyó, em sinal de respeito e devoção. Daí surge o ritual das águas de Oxalá, realizado no início do ano por muitas casas de Umbanda em todo o Brasil.
É essa história que o samba assinado por Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro relata com beleza e poesia. Uma obra que vai mudando sua melodia de acordo com o momento da trama, num casamento muito interessante. Ele já começa a letra de maneira muito incomum nos dias atuais, com uma introdução ao tema. “Vai começar o itan de Oxalá / Segue o cortejo Fun Fun pro senhor de Ifón, Babá”. Importante destacar que “Fun Fun” é como são conhecidos em África todos os orixás ligados à criação e o mais famoso deles é o Oxalá, por isso chamado de “Orixa – Alá”.
A passagem desta introdução para a história é um diferencial do samba, uma continuidade melódica muito bonita e rara nas obras musicais deste gênero, emendando com o início da viagem do rei de Ifon. “Babá…Orixalá, destina seu caminhar / Ao reino do quarto Alafin de Oyó…”. Cabe ressaltar a preocupação dos autores em variarem ao máximo o vocabulário a fim de evitar repetições de palavras. Para referência ao personagem principal da história eles usam, além de “Oxalá”, as expressões “Senhor de Ifon”, “Babá”, “Alá”, “O senhor” e “Pai de todos os Oris”.
A letra segue aproveitando para destacar as roupas sempre brancas do seu protagonista antes de relatar a consulta ao Ifá, sistema divinatório que tem os babalaôs como sacerdotes e serve como conselheiro. Na linguagem popular carioca ele foi jogar os búzios para saber se deveria fazer a viagem. Mas o “Odú” (destino) lhe reservava problemas. “Alá, majestoso em branco marfim / Consulta o Ifá e assim / No Odú, o presságio cruel / Negando a palavra do Babalaô / Soberano em seu trono, o Senhor / Vê o doce se tornar o fel”. Este último verso é interessante pois uma das peças pegadas por Exu no caminho de Oxalá é feita com melaço. Então, o doce realmente se torna fel. Neste trecho a melodia fica um pouco acelerada podendo trazer alguma dificuldade de canto para quem não estiver bem ensaiado, mas acho que não será problema para a Imperatriz
O rei, entretanto, não segue todas as orientações do seu conselheiro, também citadas na letra do refrão central. “Ofereça pra Exú… um ebó vai proteger / Penitência de Exú, não se deixa arrefecer / Ele rompe o silêncio com a sua gargalhada / É cancela fechada, é o fardo de dever”. A segunda parte do samba segue relatando os problemas da viagem. “Mas o dono do caminho não abranda / Foi vinho de palma, dendê e carvão / Sabão da costa pra lavar demanda / E a montaria o leva à prisão”.
Um corte melódico traz as consequências duras para o povo de Oyó após a prisão injusta. “O povo adoeceu, tristeza perdurou/ Nos sete anos de solidão”. Para logo depois destacar que Xangô aparece para promover a justiça, num outro momento melódico em exaltação ao Alafin (rei) de Oyó. “Justiça maior é de meu pai Xangô / Traz água fresca pra justiça verdadeira / Meu pai Xangô mora no alto da pedreira”.
O ritual das águas de Oxalá é descrito num outro módulo melódico, perfeitamente identificado com o momento de cura, resgate e leveza. Aqui os compositores desfilam uma série de itens dos rituais religiosos como Banho de Abô (banho com ervas), Ibá e Quartinha (recipientes usados para colocar água) terminando com comida (Acaçá), oferendas (Ebô) e orações (Ladainha). “Preceito nagô a pra purificar / Desata o nó que ninguém pode amarrar / Transborda Axé no Ibá e na Quartinha / Pra firmar tem Acaçá, Ebô e Ladainha”.
A melodia vem numa crescente até explodir no refrão principal que começa com uma saudação ao “Senhor do tempo”, desejando boa sorte a ele: “Oní sáà wúre! Awure, Awure!” para em seguida falar de sua coroa (Adê) e exaltá-lo como pai de todos os Oris. “Quem governa esse terreiro ostenta seu Adê / Ijexá ao pai de todos os Oris /Rufam atabaques da Imperatriz”.
É um grande samba-enredo. Descreve o Itan com beleza e muita essência. O casamento de letra e melodia, ambos muito ricos, é perfeito na medida em que a música acompanha a dramaticidade de cada momento da letra. Pensando no desempenho técnico, proporciona energia para embalar a evolução dos componentes. Um dos melhores do ano. Samba de escola que briga pelo título e não pode perder pontos. Não deve perder neste quesito.
A Unidos de Vila Maria fez uma mudança no intérprete oficial para o Grupo de Acesso I em 2025, e conta com o retorno do Clayton Reis, que fez parte da ala musical da agremiação. O intérprete chega para substituir Royce do Cavaco e Nêgo que conduziram o samba-enredo em 2024. Entre 2018 e 2023, a Vila Maria teve como intérprete principal, Wander Pires, uma das grandes vozes do carnaval carioca e que se consolidou no carnaval paulistano. Mas após rebaixamento para o Acesso I, ocorreram mudanças na agremiação da Zona Norte de São Paulo.
Em relação ao retorno para a agremiação, Clayton Reis falou sobre a conversa com o diretor de carnaval Queijo e como foi a negociação para o retorno à agremiação.
“Todo mundo já sabe o sentimento que eu tenho pela Vila Maria, sabe que eu desde a primeira vez que eu pisei aqui em 2016 já senti que teve aquele casamento. Começamos com Clóvis, depois veio o Wander, aí teve épocas que o Wander não estava vindo. Porque daí eu já estava segurando os ensaios, por isso que virou de domingo que era mais de sexta do que de domingo. Aí domingo deu aquela pegada na rapaziada na comunidade. Daí começou vim todo mundo de domingo. Daí mudou, ficou só de domingo, ficou tudo certo daí tá até hoje. Mas é isso, é um sentimento que eu tenho por essa escola aqui, não sei, é diferente e foi um prazer. Quando ele me chamou, ele falou: será? ‘Queijo vai dar certo? Vai dar certo! Tô esperando Queijo…’ Aí demorou, demorou, ligo para ele de novo: ‘Queijo, vai dar certo? Vai dar certo’… Aí na última deu certo, pode vir e vamos assinar”.
O diretor da agremiação da Zona Norte confidenciou sobre a negociação: “Eu to muito feliz, de verdade, eu ligava para o Clayton e falava ‘Calma, Clayton’ e o presidente comprou a ideia lá do começo, né? Porque o Clayton passou aqui nessa história e nessa parte de domingo. O Clayton mostrou a cara dele para nós. Aí ele foi para a coirmã fazer o trabalho dele e nós aqui, na primeira oportunidade, o que é filho volta, né? Falava, ‘oh Clayton, não fecha com ninguém não, que nós estamos conversando aqui e vai dar bom’ e deu bom. E aí é o casamento que não acaba tão cedo, viu? Já fica aí gravado” Clayton completa: “Se Deus quiser, vamos permanecer aí até quando Deus quiser”.
O diretor de carnaval da escola, Queijo sobre o retorno de Clayton Reis e o papel importante na escolha do novo samba-enredo: “Primeiro estamos muito felizes de ter o Clayton na escola, voltando sendo o intérprete oficial. Eu sou um cara que sou amigo dele particular como o diretor de carnaval era um sonho ter o Clayton cantando conosco aqui de novo como primeiro, pela capacidade, pela voz que o Clayton tem, pela humildade dele e o trabalho. Essa ideia do Cleiton quando ele trouxe para a diretoria foi aceita de primeiro, porque é um projeto diferente”.
E em seguida explicou como funcionou a ideia de escolha do samba de 2025: “É um projeto que nós sentimos o samba nosso da escola, então quando você abre para o público dá diversas opiniões ao contrárias, né? Então você fica meio tenso e nesse formato ficou muito tranquilo e todo mundo dos compositores compraram a ideia. Então os dez sambas para nós escolher, você não tem noção da briga que foi cara. Tinha muito samba bom de verdade assim a gente se reunia aqui e não saia nada definido, mas Deus abençoou. Estamos com samba maneiro bom para caramba. Aí o samba que a gente pretende voltar para o Especial que samba segue campeão, estamos trabalhando muito para isso e acho que para poder ganhar para poder vencer. Tem que trabalhar, esse é o nosso trabalho quietinho e batalhando”.
Clayton e a fase vivida na carreira
“Agora é tudo momento novo. Porque lá na Mooca a gente cantava em dois que era eu e Guilherme e era um jeito diferente, era mais um clima diferente, era uma dupla. Agora é sozinho, eu acho que é um momento novo. É esperar para ver o que vai acontecer. Coisas novas que tinha na minha cabeça e lá eu tinha que dividir, mas agora aqui é sozinha. Tenho que firmar o pé no chão e fazer essa galera levantar que nem a gente fazia lá”.
Papel importante na mudança de data do ensaio
O Clayton Reis revelou que teve papel na mudança do ensaio na Vila Maria, e explicou melhor sobre o caso: “A mudança de dia dos ensaios: “Isso aqui era um ensaio de sexta-feira, um ensaio show e tinha festa, daí começava a tarde para caramba. Começava meia-noite, uma hora da manhã, e acabava só quatro horas de ensaio. Daí eles tiveram a ideia, vamos começar de domingo, vamos fazer o ensaio específico, só que esse ensaio específico virou o ensaio oficial da quadra e a sexta acabou caindo e foi ficando fraca. Daí quando eu saí em 2019, ainda estava de sexta e domingo, aí entre 2020 e 2022, já foi para domingo e parou com essa sexta-feira”.
E deixou um recado para a comunidade da agremiação: “O recado que eu deixo é para essa comunidade maravilhosa que eu peço só ajuda deles que sigamos juntos com muita alegria, muita emoção e muita energia, se Deus quiser o ano que vem 2025 estaremos no Especial” e sobre a ala musical: “O Tim continua, os da casa continuam, Tim, Igor e Dente. Daí trouxe o Fabiano Melodia, mais a Roberta Oliveira e a Karina Salles que cantava comigo lá na Mooca e vai ser um time bem legal que vai ter umas mudanças e variações de voz, contracantos. Vamos fazer a festa”.
Com o carnavalesco Eduardo Caetano, a Unidos de Vila Maria vai cantar o enredo: ‘O Planeta Terra pede socorro. É tempo de renovar e preservar’, e será a quarta escola a desfilar no domingo, dia 2 de março de 2025.