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Saiba como está o andamento do projeto que propõe imposto sobre bebidas alcoólicas para financiar o carnaval

Um projeto de lei que pode transformar o financiamento do carnaval brasileiro deu mais um passo em sua tramitação na Câmara dos Deputados. O relator da proposta, deputado Alfredinho (PT-SP), apresentou um novo parecer ao PL 2769/2023, que cria um imposto específico sobre bebidas alcoólicas com a finalidade de alimentar um fundo de apoio às manifestações carnavalescas. A proposta, de autoria dos deputados Washington Quaquá (PT-RJ) e Ricardo Abrão (União-RJ), prevê a criação do FunCarnaval (Fundo Nacional de Incentivo e Manutenção do Carnaval).

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Foto: Alexandre Vidal/Divulgação Rio Carnaval

A arrecadação viria de uma tributação sobre a venda de bebidas alcoólicas, com alíquotas fixas:
0,5% sobre bebidas nacionais, como cerveja, vinho e destilados;
1% sobre bebidas alcoólicas importadas;
Isenção para pequenos produtores artesanais.

O texto propõe que os recursos arrecadados sejam distribuídos da seguinte forma:
60% para escolas de samba;
20% para blocos de rua;
10% para outras manifestações culturais ligadas ao Carnaval;
7% para a capacitação de trabalhadores do setor;
3% para a preservação da memória carnavalesca.

O parecer mais recente também rejeita duas emendas que haviam sido propostas anteriormente. O projeto está atualmente sob análise da Comissão de Cultura (CCULT), que devolveu o texto ao relator para nova deliberação.

Após passar pela Comissão de Cultura, a proposta ainda precisa ser analisada, em caráter conclusivo, pela Comissão de Finanças e Tributação e pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Caso seja aprovada nessas etapas, poderá seguir diretamente para o Senado, sem necessidade de votação no plenário da Câmara dos Deputados.

A proposta surge em um momento em que o Congresso Nacional discute a taxação do setor financeiro, com impasse envolvendo o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), e se apresenta como uma alternativa de financiamento contínuo para uma das maiores expressões culturais do Brasil: o Carnaval.

Se aprovado, o FunCarnaval poderá representar uma mudança histórica na forma como os desfiles das escolas de samba, os blocos de rua e outras manifestações carnavalescas recebem apoio, garantindo sustentabilidade a longo prazo para a cadeia produtiva do setor.

iGaming, a face moderna do setor

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Em Portugal, a indústria do iGaming está a crescer de uma maneira ativa, proporcionando aos utilizadores novas oportunidades de entretenimento e de ganhos. 

O segmento organize-se não apenas nos casinos online e apostas desportivas, mas também nos formatos de jogo inovadores que implementam as tecnologias digitais. Neste sentido, a plataforma bizbet apk está a converter-se numa ferramenta importante para os jogadores que procuram um acesso conveniente ao jogo dos dispositivos móveis. Nos últimos anos, o governo português tem regulamentando o mercado da internet, o que oferece condições mais seguras e atraentes para os jogadores e operadores. Uma abordagem assim permite manter o crescimento do setor e minimizar os riscos de sites ilegais.

O impacto do iGaming na economia e na cultura

Para além da sua função de entretenimento, a indústria de iGaming em Portugal impacta significativamente a economia do país, com o número de empregos a aumentar, novas startups abertas e com os impostos das operadoras que reabastecem a receita do Estado.

É também importante mencionar a dimensão cultural: o iGaming está a tornar-se parte do entretenimento, e plataformas de qualidade, tornam o processo de jogo mais conveniente e seguro.

O segmento também está a desenvolver-se, devido à utilização activa de tecnologias móveis, que dão a possibilidade aos jogadores de participar em jogos a qualquer hora e em qualquer lugar do país.

Estatísticas principais do iGaming em Portugal

Para entender melhor a dimensão e as perspetivas da indústria de iGaming, apresentamos alguns números:

  • Aumento da receita. Em 2024, a receita do jogo online em Portugal cresceu 15% em relação ao ano passado.
  • Número de utilizadores. Mais de 1,5 milhões de portugueses utilizam as plataformas de iGaming pelo menos uma vez por mês.
  • Uso de aplicações móveis. Mais de 60% das apostas são realizadas por dispositivos móveis, havendo um forte interesse em soluções.
  • Confiabilidade dos operadores licenciados. Aproximadamente 80% dos jogadores fazem suas escolhas em plataformas legais e licenciadas, o que indica uma aderência e confiança nos operadores.
  • Setor de Apostas. As apostas desportivas permanecem em primeiro lugar. Cerca de 55% de todos os utilizadores fazem suas apostas por apostas desportivas.
  • Mercado Casino online. Aproximadamente 35% de toda a receita de iGaming do país é proveniente de casinos online.
  • Emprego no setor. Mais de 5.000 pessoas trabalham em Portugal diretamente ou indiretamente no setor do iGaming.

Estes números indicam que o iGaming em Portugal não é um tipo de diversão, mas um setor importante para a economia e que apresenta um grande potencial de crescimento.

Perspectivas e desafios da indústria 

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Apesar dos resultados promissores, a indústria de iGaming em Portugal está a enfrentar uma série de desafios. Um dos principais desafios é manter um equilíbrio entre a segurança dos jogadores e o desenvolvimento de novos formatos de entretenimento. Questões como a regulamentação, jogabilidade responsável e proteção de dados estão a tornar-se cada vez mais relevantes. 

Existem também concorrentes de operadores internacionais que estão a oferecer condições favoráveis e conseguir atrair o público. Por isso, as empresas portuguesas estão a apostar cada vez mais em tecnologia e a adaptar as suas plataformas para os seus consumidores modernos.

Considerações finais 

O iGaming em Portugal mantém-se confiante no caminho do desenvolvimento e da digitalização e plataformas, tornam esse trabalho ainda mais fácil e inovador, atraindo a olhos de um público gigantesco. 

Devido ao crescente interesse no setor e ao apoio por parte do Estado, o iGaming em Portugal continua a desenvolver-se, oferecendo aos utilizadores uma experiência fiável e de qualidades superiores. 

No futuro, podemos esperar uma integração de tecnologias inovadoras ainda mais ativa que abrirão novas possibilidades tanto para operadores como para os jogadores.

 

Opinião: ‘Corpo e desejo: a metamorfose poética da Imperatriz para o Carnaval 2026’

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Foto: Wagner Rodrigues/Divulgação Imperatriz

A alma da Imperatriz Leopoldinense no Carnaval 2026 estará colorida de liberdade, coberta de brilho e com o corpo em movimento. Nas mãos afiadas do carnavalesco Leandro Vieira, a escola de Ramos mergulha no universo de Ney Matogrosso, um dos maiores nomes da nossa cultura, para construir o enredo, que recebeu o título de “Camaleônico”, e envolve poesia, transformação e provocação. Na sinopse, Ney não é apenas homenageado por sua trajetória musical. Ele é apresentado como figura fluida, atemporal, mutante. Um artista que transita entre o humano e o animal, entre o marginal e o sublime, entre a festa e a denúncia. Camaleônico, mas também pavão, lobisomem, fauno, serpente e cavalo alado. Ney aparece como potência de invenção e resistência, como o corpo possível de todas as contradições.

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O enredo mergulha na obra de Ney, evocando os discos fundamentais da carreira e a estética performática que redefiniu a presença masculina nos palcos brasileiros. De “Secos & Molhados” a “Bandido”, de “Água do Céu-Pássaro” a “Feitiço”, o texto se estrutura como uma costura de sons e imagens. Gera algo sensorial. Mas a proposta vai além do tributo musical. Leandro Vieira utiliza Ney como lente para narrar os corpos que escapam ao padrão: o andrógino, o bicho marginal, a bicha, o louco, o artista nu em sua ousadia.

Há, na sinopse, uma sofisticação rara: o texto não se satisfaz em descrever — ele deseja performar. A narrativa é construída com densidade poética, desafiando o leitor a sentir a farra, a provocação, o delírio e a intensidade que o Leandro Vieira pretende traduzir. Ney é, aqui, o estandarte de uma “festa ensolarada”, onde o erotismo, o drama e a liberdade coexistem sem censura. Como quem convida o público a “botar o bloco na rua”, o enredo nos lembra que o carnaval é corpo e expressão.

Sinopse do enredo da Imperatriz Leopoldinense para o Carnaval 2026

Ao anunciar o desfile como uma celebração dos “desgarrados”, o enredo da Imperatriz reafirma o carnaval como espaço de legitimação da diferença — o lugar onde o marginal vira centro, onde o censurado vira bandeira, onde o corpo nu vira fantasia. O texto é uma celebração da metamorfose como identidade, da liberdade como regra, da arte como transgressão.

Para quem acompanha o trabalho de Leandro Vieira, o enredo reafirma sua capacidade de criar desfiles com assinatura própria: visualmente arrebatadores, poeticamente densos e socialmente pulsantes. Para a Imperatriz, é mais uma oportunidade de mostrar que a escola tem força para unir ousadia artística e competitividade, com alma, beleza e discurso.

João Drumond defende modelo inclusivo e igualitário na disputa de samba da Imperatriz

Imperatriz Leopoldinense convida jovem que viralizou em homenagem a Ney Matogrosso para desfilar no Carnaval 2026

Disputa pela Sapucaí: Castro pede conversa com Alerj e Prefeitura do Rio para definir gestão

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Divulgação/Riotur

Em meio ao embate político entre a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a Prefeitura do Rio e o Governo do Estado pela administração do Sambódromo da Marquês de Sapucaí, o governador Cláudio Castro (PL) se manifestou publicamente nesta terça-feira e propôs um caminho de conciliação. Durante o lançamento de um aplicativo de combate a roubo e furto de celulares, ele afirmou que é necessário abrir um diálogo entre os entes envolvidos para encontrar uma solução pacífica. O governador ressaltou que o equipamento foi construído com recursos do estado e pode ser utilizado para reduzir dívidas ou até gerar receita para o governo.

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“Acho que a melhor saída é o diálogo. Esse ativo pode, de repente, ser usado para diminuir uma dívida e dar lucro ao estado, já que foi o estado que construiu esse ativo. Vamos dialogar com a Assembleia e a Prefeitura, porque quem tem que ganhar é o Carnaval. O Estado está aqui para colaborar, não para ser motivo de briga”, declarou Castro.

Disputa pelo comando do Sambódromo

A fala do governador ocorre um dia após a Alerj derrubar, em sessão extraordinária, o veto de Castro ao Projeto de Lei 57/23, de autoria do deputado Rodrigo Amorim (União). A proposta determina que a gestão do Sambódromo seja transferida da Prefeitura do Rio de Janeiro para o Governo do Estado. O texto teve 38 votos favoráveis e 19 contrários.

O projeto é parte de uma disputa política entre a base aliada de Castro, que apoia a pré-candidatura do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), ao governo estadual, e o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), provável adversário nas urnas em 2026.

A gestão do Sambódromo, inaugurado em 1984 pelo então governador Leonel Brizola, está atualmente sob responsabilidade da Prefeitura do Rio, amparada pelo Decreto-Lei 224/75. A mudança proposta visa devolver a administração do espaço ao estado, de onde foi originalmente cedido.

Reação da Prefeitura

Menos de uma hora após a votação, o prefeito Eduardo Paes reagiu com ironia e anunciou que a Prefeitura irá recorrer à Justiça para manter a administração da Passarela do Samba. Paes classificou a movimentação da base de Castro na Alerj como “perda de tempo” e sugeriu que o governo estadual estaria priorizando o Carnaval por falta de questões mais urgentes.

A disputa pela gestão da Marquês de Sapucaí, palco principal dos desfiles das escolas de samba do Rio, coloca em jogo muito mais do que o controle de um equipamento cultural. Ela reflete a antecipação do embate eleitoral para 2026, envolvendo dois grupos políticos que travam uma batalha estratégica em diversos campos da administração pública.

Como a Legalização dos Jogos Pode Transformar o Carnaval Brasileiro

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Foto: Fernando Maia/Riotur

O Carnaval é mais do que um evento cultural; ele é o coração pulsante do Brasil. Durante décadas, o brilho das escolas de samba, os carros alegóricos monumentais e os desfiles cinematográficos foram impulsionados por um apoio pouco reconhecido, mas vital: o jogo do bicho. Agora, com o avanço da pauta no Senado para legalizar bingos, cassinos e o próprio jogo do bicho, a relação histórica entre o Carnaval e os jogos de azar pode ganhar um novo capítulo.

O Jogo do Bicho e o Carnaval: Uma Relação Histórica

Poucas pessoas sabem, mas o jogo do bicho, criado em 1892 no Rio de Janeiro, desempenhou um papel crucial no desenvolvimento do Carnaval como o
conhecemos hoje. Durante décadas, os bicheiros — organizadores desse jogo informal — tornaram-se os maiores mecenas das escolas de samba.

No período em que o financiamento público era escasso e patrocinadores corporativos ainda não haviam descoberto o potencial do Carnaval, os bicheiros garantiram recursos para fantasias luxuosas, alegorias grandiosas e até mesmo a construção das quadras das escolas de samba. Sua influência era tão grande que algumas escolas foram praticamente moldadas sob sua tutela, como a Beija-Flor, que brilhou no Sambódromo com desfiles luxuosos financiados por essa fonte.

Embora a relação entre o jogo do bicho e o Carnaval tenha sido envolta em controvérsias, é inegável que essa parceria ajudou a elevar os desfiles a um patamar internacional.

A Legalização dos Jogos: Uma Nova Era de Patrocínios

Com a tramitação avançada do projeto de lei que legaliza bingos, cassinos e o jogo do bicho, o cenário do Carnaval pode estar prestes a mudar mais uma vez. Caso aprovada, a legalização promete abrir novas oportunidades para a captação de recursos pelas escolas de samba, desta vez em um contexto formal e regulado.

Os cassinos, em particular, têm um histórico global de investimento em entretenimento e cultura. Grandes eventos como o Grand Prix de Mônaco e espetáculos de Las Vegas são exemplos de como os cassinos podem ser patrocinadores estratégicos. No Brasil, com a legalização, eles poderão se tornar grandes apoiadores do Carnaval, oferecendo patrocínios robustos que podem financiar desfiles ainda mais grandiosos.

Imagine um cenário em que escolas como Mangueira, Salgueiro ou Portela têm o apoio direto de marcas de cassinos, com contratos transparentes e acordos regulados. Isso não apenas aumenta os recursos disponíveis, mas também profissionaliza ainda mais o Carnaval, atraindo investimento estrangeiro e ampliando a visibilidade do evento no exterior.

Como os Jogos Podem Impactar o Carnaval

1. Patrocínios Diretos e Marketing Criativo
Com cassinos e bingos liberados, é possível imaginar parcerias exclusivas entre marcas de jogos e escolas de samba. Assim como vemos patrocinadores estampando suas marcas em camisetas de times de futebol, poderemos ver marcas de cassinos nos carros alegóricos ou até mesmo temas relacionados ao luxo, à fortuna e à prosperidade inspirando enredos.

2. Ampliação do Turismo e da Economia do Samba
O Carnaval já é um motor de turismo para o Brasil, atraindo milhões de visitantes todos os anos. A entrada dos cassinos no mercado pode impulsionar ainda mais esse setor, criando pacotes turísticos que integrem noites de jogo em resorts-cassino com ingressos para os desfiles no Sambódromo.

3. Financiamento de Projetos Sociais
Historicamente, muitas escolas de samba realizam projetos sociais em suas comunidades. Com recursos ampliados graças a patrocinadores, será possível expandir iniciativas como aulas de música, dança e costura, beneficiando diretamente as comunidades carentes que sustentam o Carnaval.

Um Olhar para o Futuro

Além do impacto econômico, a legalização dos jogos de azar também traz desafios. Assim como o jogo do bicho teve uma relação controversa com o Carnaval, será essencial criar regulamentações sólidas para garantir que os recursos cheguem de forma ética e beneficie as escolas e suas comunidades.

Ainda assim, o potencial é imenso. Os bicheiros, que antes financiavam o samba nos bastidores, podem agora ver suas práticas legitimadas e contribuir formalmente para o evento que ajudaram a construir. Ao mesmo tempo, grandes empresas de cassinos podem agregar profissionalismo e visibilidade internacional ao Carnaval, levando as escolas de samba a um novo patamar de excelência.

Cassinos Online: Uma Nova Fronteira

Embora a regulamentação proposta pelo Senado esteja focada nos cassinos físicos e no jogo do bicho, é importante lembrar que os cassinos online já estão liberados no Brasil. Plataformas como Casino.com Brasil oferecem opções confiáveis e regulamentadas para jogadores, e a listagem completa de cassinos autorizados pode ser encontrada em sites especializados.

Esses cassinos online já movimentam bilhões de reais por ano, e com a possível regulamentação dos jogos físicos, eles podem desempenhar um papel complementar, patrocinando tanto eventos carnavalescos quanto ações comunitárias das escolas de samba.

Carnaval e Jogos Possuem sua História Interligada

O Carnaval e o jogo do bicho compartilham uma história intrincada, que mistura paixão, controvérsia e criatividade. Com a legalização dos jogos no horizonte, essa relação pode evoluir para um novo capítulo, onde cassinos e escolas de samba caminhem juntos em uma parceria transparente e benéfica para todos os envolvidos.

Se por um lado a legalização promete recursos mais robustos e estruturados, por outro, ela também exige responsabilidade na implementação e no uso desses fundos. Com planejamento, o Brasil pode transformar essa oportunidade em uma vitrine para o mundo, mostrando que tradição e inovação podem andar lado a lado, embaladas pelo som do samba e iluminadas pelo brilho do Carnaval.

Opinião: ‘Mangue, batida e manifesto: Grande Rio aposta na cultura de resistência para o Carnaval 2026’

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Equipe responsável pelo desenvolvimento do enredo no desfile da Grande Rio em 2026. Foto: Rafael Arantes/Divulgação

Vice-campeã do Carnaval 2025, a Grande Rio prepara para 2026 um mergulho na lama mais fértil da cultura brasileira: o Manguebeat. Com a chegada de Antônio Gonzaga como novo carnavalesco, em sua primeira empreitada solo no Grupo Especial, após dividir trabalhos com André Rodrigues na Portela, a escola de Duque de Caxias mergulha no universo do Manguebeat para construir um enredo que pretende ser, ao mesmo tempo, poético, urbano e provocador.

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A sinopse do enredo, intitulada “Nação do Mangue”, parte das margens do Recife para mostrar que a cultura de resistência ainda pulsa nas periferias, nos guetos, nos becos onde a arte não é luxo, é sobrevivência. É um texto que convida o leitor a imaginar o carnaval como lugar de regeneração. Como os manguezais. Gonzaga propõe um carnaval que vai além da estética: pretende provocar reflexão sobre urbanização selvagem, apagamento cultural e devastação ambiental.

Sinopse do enredo da Grande Rio para o Carnaval 2026

Inspirada no movimento Manguebeat, que explodiu no Recife nos anos 1990 com nomes como Chico Science, Fred Zero Quatro e Mundo Livre S/A, a Grande Rio abraça a proposta de carnaval-manifesto. o enredo tem batida. Tem suor. Tem caranguejo, lama, antena parabólica e tambor.

O texto da sinopse mistura lirismo e urgência. “A cidade está doente”, afirma um trecho. Mas doente de quê? De abandono, desigualdade, ausência de escuta. A resposta vem da batida do mangue: “somos os que brotam da lama e anunciam o amanhã”. A proposta convoca reflexão sobre o Brasil das margens, onde a vida pulsa com mais força e menos recursos. É um enredo que exige sensibilidade para transformar o caos em beleza, a crítica em espetáculo.

Grande Rio mergulha no Manguebeat e celebra força das periferias em seu enredo para o Carnaval 2026

O maior desafio do enredo será traduzir a densidade simbólica em alegorias e fantasias que dialoguem com o grande público, sem perder a crítica e a raiz que fundamentam o tema. Mas a escola tem credenciais.

Se a escola acertar na concepção visual, no samba e na narrativa de chão, pode colocar mais uma vez seu nome entre as favoritas. Afinal, o Manguebeat é, por essência, uma explosão criativa.

Texto sobre a Beija-Flor 2026

Opinião: ‘Do Recôncavo à Sapucaí: Beija-Flor prepara um carnaval de corpo e espírito’

Aprendizes do Salgueiro anuncia enredo para 2026 em homenagem a Quinho

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Foto: Divulgação/Aprendizes do Salgueiro

O Aprendizes do Salgueiro anunciou o enredo que levará à avenida no Carnaval 2026: uma homenagem emocionante ao intérprete Quinho do Salgueiro, um dos nomes mais icônicos da história da Academia do Samba.

Com o título “ARREPIA, APRENDIZES!”, o enredo celebra a trajetória de Quinho, sua voz marcante, seus gritos de guerra inesquecíveis e o legado que deixou para novas gerações. Mais que um intérprete, Quinho foi símbolo de resistência, ancestralidade, emoção, e agora será exaltado por aqueles que cresceram ouvindo sua arte.

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A proposta da escola é transformar a avenida em um grande altar em memória ao artista. “Se o céu hoje tem uma nova estrela, a nossa homenagem será um canto eterno”, afirma o texto de lançamento divulgado pela agremiação mirim.

Quinho marcou época na Sapucaí com refrões como “Arrepia, Salgueiro!” e “Pimba, pimba! Ai que lindo, que lindo!”, que continuam ecoando na memória afetiva dos sambistas. A homenagem reforça o compromisso do Aprendizes do Salgueiro em manter viva a história do samba e dos grandes nomes que fizeram do carnaval um espetáculo cultural único.

O desfile de 2026 promete emocionar o público e será um tributo à altura da grandiosidade de Quinho, agora eternizado também no coração dos pequenos salgueirenses.

Mais informações sobre o desenvolvimento do enredo, equipe criativa e cronograma de atividades serão divulgadas em breve.

Estreia no Grupo Especial com impacto: Niterói pode levar história de Lula para a Sapucaí

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Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação PR

A Acadêmicos de Niterói pensa em entrar de vez na história do Grupo Especial do Rio. Campeã da Série Ouro em 2025, a escola cogita uma estreia com um enredo de forte impacto político e social: a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser o tema da agremiação em 2026. A informação foi publicada pelo colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo. Segundo ele, a proposta da escola é apresentar a trajetória do homem que saiu do sertão nordestino, tornou-se operário e líder sindical e chegou à Presidência da República, posto que ocupa pela terceira vez. A agremiação baterá o martelo sobre o enredo no dia 9 de julho.

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A expectativa é grande, não apenas pelo conteúdo do tema, mas também pelo momento especial da escola, que viverá sua primeira experiência na elite do carnaval carioca. Caso o enredo sobre Lula seja realmente anunciado, a Acadêmicos de Niterói entra para a crescente lista de escolas que, em 2026, optaram por homenagear personalidades. Também estão previstas homenagens a Rita Lee, Rosa Magalhães, Mestre Ciça, Mestre Sacaca, Ney Matogrosso, Carolina Maria de Jesus e Heitor dos Prazeres.

A escolha da Niterói promete movimentar debates e chamar atenção para o desfile da nova integrante do Grupo Especial, que poderá começar sua jornada entre as gigantes com um enredo de enorme repercussão.

Alerj tira gestão da Sapucaí da Prefeitura e transfere ao Estado; Paes promete ir à Justiça

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Foto: Fernando Maia/Riotur

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) derrubou, em sessão extraordinária realizada nesta segunda-feira, o veto do governador Cláudio Castro (PL) ao projeto de lei que transfere a gestão do Sambódromo da Marquês de Sapucaí da Prefeitura do Rio para o Governo do Estado. Com 38 votos favoráveis e 19 contrários, a maioria dos deputados estaduais optou por retomar para o Executivo estadual o controle da Passarela do Samba, construída em 1984 por Leonel Brizola e cedida anos depois à administração municipal.

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O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), reagiu imediatamente após a votação, classificando a medida como uma “perda de tempo” e anunciando que o município recorrerá à Justiça para barrar a nova legislação. Nas redes sociais, Paes ironizou o interesse do Governo do Estado pela folia, sugerindo que o Executivo estadual deveria priorizar temas como segurança pública, educação e infraestrutura.

“Tinham era que passar o Imperator e o Theatro Municipal para a prefeitura, que é quem tem que cuidar dessas coisas. Deixem as tarefas municipais para o poder municipal e dediquem mais tempo e foco à segurança, à melhora do IDEB, à saúde pública, à manutenção das estradas vicinais, à ampliação do transporte sobre trilhos”, disse Paes.

O projeto de lei é de autoria do deputado Rodrigo Amorim (PTB) e foi aprovado pela Alerj em dezembro. A proposta revoga o Decreto-Lei 224/75, que transferia a posse de imóveis da região da Cidade Nova, incluindo o Sambódromo, para o município após a fusão do antigo Estado da Guanabara com o Estado do Rio. Segundo Amorim, o objetivo é permitir o uso do espaço ao longo de todo o ano, aumentando o potencial de arrecadação do estado.

Em janeiro, o governador Cláudio Castro vetou o projeto, alegando inconstitucionalidade — segundo ele, a Alerj não teria competência para modificar o domínio de um bem municipal. Mesmo assim, sua base legislativa liderada pelo presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União Brasil), conseguiu reverter o veto.

Opinião: ‘Do Recôncavo à Sapucaí: Beija-Flor prepara um carnaval de corpo e espírito’

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Fotos: Divulgação/Beija-Flor

A Beija-Flor de Nilópolis vai voltar à Sapucaí em 2026 com a responsabilidade de quem carrega a faixa de atual campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Para isso, ela vai transformar o desfile em um ato de fé, memória e resistência. O enredo “Bembé” mergulha fundo em uma das mais poderosas expressões da cultura afro-brasileira, o Bembé do Mercado, celebração do Candomblé realizada há mais de 130 anos em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano.

O título do enredo não poderia ser mais certeiro. “Bembé”. Uma palavra só, curta, mas com uma força ancestral imensa. Quem conhece, sente imediatamente a vibração. Quem não conhece, sente o chamado para saber mais. “Bembé” não precisa de explicação longa. Carrega o peso e a beleza de uma tradição que atravessou séculos enfrentando preconceito, intolerância e silenciamento.

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Mas a Beija-Flor não ficou apenas na ideia. Foi além. O carnavalesco João Vitor Araújo e integrantes da escola foram até Santo Amaro. Estiveram lá, ouvindo histórias, sentindo o chão, compartilhando do axé. Em uma Era em que o carnaval se reconecta com as raízes do povo, essa escuta, esse gesto de respeito, faz toda a diferença. Traz para a narrativa não só consistência, mas verdade.

Beija-Flor celebra receber carta do Iphan em reconhecimento ao ‘Bembé’ ser enredo para o Carnaval 2026

A sinopse apresentada é quase um convite à emoção. Nos leva entre balaios de flores, perfumes, oferendas às águas e tambores de xirê que chamam os Orixás. O mercado vira terreiro. A rua, templo. O povo preto, protagonista da própria história. A escola promete um desfile que deve emocionar não apenas pelo impacto visual, mas pela alma. Porque o Candomblé não apenas sobreviveu: ele ocupou espaços e construiu caminhos de pertencimento no meio da cidade, no meio da vida.

E é disso que o carnaval também precisa falar. Do Brasil real, profundo, que nem sempre cabe nos livros de história, mas pulsa forte nos terreiros, nos batuques, nas festas de rua. Transformar o “Bembé” em enredo é um gesto potente, simbólico. É dar luz a uma herança cultural que ainda hoje sofre com o preconceito. É dizer, em plena Marquês de Sapucaí: essa fé é nossa, esse canto é nosso, essa rua também é nossa.

Beija-Flor inaugura escola mirim oficial: nasce o ‘Sonho do Beija-Flor’

A Beija-Flor mostra que carnaval não é só brilho e pluma. É espaço de afirmação, é ferramenta de resistência. Em tempos tão marcados por intolerância religiosa e racismo estrutural, ver a atual campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro exaltar um culto ancestral negro, coletivo, pulsante, é mais do que arte: é ato político. E necessário.

PodCARNAVALESCO RJ: veja o programa com Marquinho Marino e João Vitor