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Evandro Malandro desfruta do samba da Grande Rio para 2025: ‘reúne todas características que gosto de cantar’

A Grande Rio gravou a sua faixa para o álbum das escolas de samba, no último dia 9 de outubro, no Century Estúdio. A escola de Caxias levará para a Sapucaí o enredo “Pororocas parawaras”, dos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad. Alguns dos integrantes da escola conversaram com o CARNAVALESCO sobre a gravação da faixa da Tricolor de Caxias. O intérprete Evandro Malandro contou como foi a preparação para a gravação da escola, tanto dele, quanto do carro de som. Para o cantor, “A mina é cocoriô” é uma das partes que mais chama a atenção no samba-enredo da Tricolor da Baixada.

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Fotos: Matheus Morais/CARNAVALESCO

“Eu tenho minha aula particular e o carro de som também tem a aula separada deles. A gente tem um aulão também com o nosso professor Pedro Lima, que é quem prepara vocalmente, que configura ou conserta final de frase, postura, a forma de cantar para emitir o som. ‘A mina é cocoriô’ já tomou conta, emocionou todo mundo. Esse samba tem muita melodia, tem uma força muito incrível, reúne todas características que eu gosto de cantar, que o Fafá gosta de trabalhar. É um casamento perfeito”, disse.

Veja o clipe oficial do samba-enredo da Grande Rio para o Carnaval 2025

Clayton Bola, integrante da comissão de harmonia da Grande Rio, acompanhou os trabalhos de gravação, e falou um pouco sobre o que esperar da faixa da escola. “Com todo respeito às coirmãs, nós temos um dos melhores cantores do Grupo Especial e a melhor bateria do Grupo Especial. É esperar 100% de aproveitamento. A gente sempre conversa que esse samba é uma oração. A emoção do Evandro Malandro passou cantando te arrepia, te deixa emocionado de verdade, com os olhos lacrimejando”.

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Clayton Bola, integrante da comissão de harmonia da Grande Rio

Marquinhos Silva, que foi o cavaquinista da gravação da escola, falou sobre o arranjo da obra da Grande Rio para o álbum oficial da Liesa: “A gente analisa muito como é que é o samba. Quando vem praticamente pronto, fica muito mais fácil da gente criar. O samba, quando surgiu na disputa na eliminatória do Pará, ele veio com uma identidade muito forte, quase que impossível da gente poder modificar, porque pegou na veia, e foi unânime o fato de abraçar o samba. Teve muita conversação de instrumentos, cavaco com o violão de sete cordas e a bateria. O resultado vocês vão vão adorar, tenho certeza, e pode esperar que o samba está maravilhoso”.

Mestre Fafá, comandante da bateria, falou sobre o andamento do samba na gravação. “O andamento é que fazemos nos últimos anos e que tem sido uma receita de sucesso da Grande Rio. A escola tem cantado muito mais, tem feito excelentes desfiles. Vamos manter essa mesma pegada. É um samba extremamente melodioso, que é para ser cantado e não gritado. Acho que isso facilita muito o nosso trabalho, a nossa forma de pensar. Tenho certeza que ficou uma gravação muito boa e tenho certeza que vai ser sucesso”.

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Mestre Fafá

Fafá continuou falando sobre não se preocupar com o uso de bossas na gravação, já que para a faixa a preocupação é em acertar a bateria e sustentação do andamento: “Eu ainda não estou preocupado com bossa, estou preocupado em acertar a bateria, equalizar, acertar a sustentação do andamento, depois a gente vai trabalhar nisso. Mais uma vez, poder gravar pela Grande Rio, para a Grande Rio, é uma honra gigante assim para mim”.

Rodrigo Pimentel explica álbum da Liga-SP para o Carnaval 2025 e diz que a ideia foi buscar a emoção do ao vivo

A Liga-SP já divulgou as faixas do álbum de samba-enredo e o projeto audiovisual da Liga-SP. Foi um trabalho coletivo, contou com várias empresas, mas a prática de áudio e vídeo diretamente com as escolas ficou a cargo de Guma Sena e Rodrigo Pimentel, se comunicando a todo instante enquanto as escolas estavam trabalhando. Todas as agremiações cumpriram à risca o manual padrão que exigia, gravando cantor com bateria, instrumento solo, cordas e o coral. Pimentel é experiente na gravação de sambas-enredo, o seu estúdio ‘RW Studio’ opera há muitos anos com carnaval e, por isso, novamente foi convidado para fazer parte do projeto. O profissional conversou com o CARNAVALESCO, falou sobre os serviços prestados para a Liga-SP neste ano e deu detalhes da estrutura e modelo das faixas.

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Rodrigo Pimentel, um dos responsáveis pelo álbum de 2025. Foto: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

O que representa ser o responsável pelos áudios do álbum do samba-enredo para o Carnaval 2025?

Rodrigo Pimentel: “É sempre uma realização. O carnaval para mim é mais do que uma profissão. Eu comecei no carnaval dentro de uma escola de samba, desfilei em vários setores de uma escola de samba e hoje virou o meu trabalho. Não trabalho só com o carnaval, mas ele me ajudou muito a impulsionar a minha carreira. Também foi uma escola de aprendizagem muito grande, não só na parte do áudio, mas na parte de lidar com pessoas, como gerenciar esse tipo de projeto que envolve tanta gente. Deve ter passado mais de mil pessoas por aqui nesses dias”.

Qual é a relação do RW Studio com o carnaval desde o surgimento?

Rodrigo Pimentel: “O RW começou com uma paixão minha pela música desde pequeno. Meu pai é um músico e o RW na verdade é o R de Rodrigo e W de Wagner (pai). Quando criança eu fui a um estúdio com ele e um dia a gente resolveu montar um nosso. Claro que não pensávamos que chegaria nisso, porém um dia eu resolvi tomar a decisão de seguir essa parte para a minha vida profissional. Junto a isso havia a paixão pelo samba. Eu fui de uma escola de samba, da Sociedade Rosas de Ouro, desde 1992 ou 1993. A primeira vez que eu estive lá, vi o Royce cantando pela primeira vez e me apaixonei pelo carnaval. Desde então eu estive no carnaval todos os anos, seja dentro da escola e depois profissionalmente trabalhando. Mas aí eu não pude mais estar associado a nenhuma escola, também não me sentia confortável ser parte de uma agremiação, porque eu presto um serviço para a Liga-SP e devo ser o mais isento possível, fazendo esse serviço da forma mais lisa possível para todo mundo nas mesmas condições”.

Como foi a estrutura de gravação?

Rodrigo Pimentel: “Essa estrutura ao vivo já acontece desde 2011. Claro que cada ano é um ano em termos de tecnologia. Em 2011 para 2024 a tecnologia mudou imensamente e a última vez que a gente havia feito aqui na Fábrica do Samba foi em 2020. Depois veio a pandemia e parou. Ele é bem próximo do que já foi feito em 2018, 2019 e 2020. A mudança foi que nesse ano o Guma assumiu a parte visual, assumiu também a produção do trabalho e ele trouxe um ‘approach’ dele como músico que ele é e como uma pessoa do audiovisual excelente. A gente foi evoluindo e a parte da sonoridade e tecnologia a gente tentou manter com o que a gente já vem fazendo de forma escalada com a evolução dos equipamentos mais novos. Porém, vamos ter uma mudança grande na parte do vídeo. Quem assistir vai ver que o visual está muito bacana”.

Como funciona a tentativa de reproduzir o ‘Som da Avenida’?

Rodrigo Pimentel: “A ideia desse álbum é tentar reproduzir o que acontece lá na avenida. Claro que não tem como porque lá é ambiente onde cada escola tem duas mil, três mil ou quatro mil pessoas, Uma energia pulsante daquele momento que a agremiação se prepara um ano inteiro. Mas aqui a gente tentou de alguma forma concentrar essas pessoas e vamos tentar interferir o mínimo possível em estúdio para que esse disco realmente seja ao vivo, que ele tenha a emoção do ao vivo, tenha talvez a pequena impureza do ao vivo, mas essa pequena impureza realmente é o que torna um produto quente, caloroso e que represente realmente a tradição e a identidade de cada escola”.

O que o álbum dos sambas-enredo tem que ter como principal na execução das obras?

Rodrigo Pimentel: “O que não pode faltar é a energia do povo, a essência da escola, porque a ideia do ao vivo realmente é essa. A gente vai do lado muito técnico e frio de um estúdio para um lado bem quente do ao vivo que às vezes tem pequenas imperfeições, são times grandes gravando, elencos de 70 e 80 pessoas, são humanos e às vezes tem pequenos deslizes normais. Eu acho que a beleza do produto é ver seres humanos aqui interagindo depois especialmente de uma pandemia onde ficou todo mundo trancado em casa. Isso é uma vitória para o carnaval ver a celebração do samba em um produto audiovisual desse”.

O que sente quando ouve que o seu trabalho é referência no Brasil?

Rodrigo Pimentel: “Eu não concordo com isso de vencer ou perder e ser referência. Eu acho que isso é uma coisa eterna em todos os sentidos. O fã do Beatles geralmente não gosta dos Rolling Stones, o fã do Celtics odeia os Lakers. Existem essas comparações, mas o carnaval é carnaval. São Paulo tem suas características e o Rio de Janeiro tem as características dele. Eu particularmente ouço os dois discos incansavelmente desde 1992, conheço todos os sambas-enredo e sou uma das poucas pessoas talvez que eu conheço que ouço sambas-enredo todo dia dos dois carnavais. Ambos são um excelente produto, festa da nossa cultura, da nossa tradição e uma coisa que só nosso país tem. Ninguém mais vai ter”.

Cacique de Ramos oficializa a Corte do Carnaval 2025 em grande celebração

O Cacique de Ramos realizou no último domingo a aguardada solenidade de coroação da Corte do Carnaval 2025. No Doce Refúgio, espaço que guarda as memórias mais simbólicas do bloco, o evento foi marcado pela união da família caciqueana em torno da tradição e das novidades do carnaval vindouro, inspiradas na figura do Cacique Maior, Bira Presidente.

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Foto: Marcio Lopes/Divulgação Cacique

As atividades começaram com a roda de samba, formada pelos artistas residentes e acompanhada pelo coro das Alas Reunidas, com repertório clássico do gênero. Como destaque especial, o cantor Marcelo Salut trouxe ao palco sucessos de João Nogueira, entre outras composições que ressoam o espírito do samba de raiz.

Com o público já embalado pelo clima, o palco foi preparado para o momento central da solenidade: a coroação da nova Corte do Carnaval 2025. Na abertura, o primeiro reconhecimento da noite foi dedicado ao Dia do Mestre-Sala, Porta-Bandeira e Porta-Estandarte, com uma honraria à porta-estandarte Joana Darc, que há mais de dez anos carrega o pavilhão caciqueano. Vestida em tons de branco e prata, Joana foi agraciada com a faixa de 2025 pelas mãos da diretora-geral Kelly Nascimento.

A seguir, a diretora de comunicação Nayra Cezari conduziu os anúncios, começando pelo cargo criado para a Musa de Ouro Amanda Prestes, que conquistou o posto após uma trajetória marcante no bloco, passando por todos os cargos até ser rainha da bateria Tamarindo de Ouro. Agora, como Musa de Ouro, Amanda exalta sua história na instituição e festeja a nova etapa.

Na sequência, foi introduzido o Índio Caciqueano, um posto inédito criado para integrar os representantes oficiais da dança do samba do bloco. Bruno Barão, paulistano com ampla experiência no samba e passista da Vai-Vai e da Unidos de Vila Isabel, foi o escolhido. Mônica Rocha, diretora do segmento, destacou o simbolismo do cargo, e Márcio Nascimento entregou a Bruno o cocar branco e o arco e flecha, representando a resistência e a história do Cacique de Ramos.

As insígnias das musas foram entregues em seguida. A musa plus size Milena Gonçalves, que ocupa o cargo desde 2022, foi a primeira a ser reconhecida, recebendo sua distinção das mãos da vice-presidente Karla Marcelly. Elisa Cruz e Larissa Maia, estreantes no bloco, foram agraciadas com as insígnias pelas mãos de Mônica Rocha e Teteu José, respectivamente, destacando-se pela dedicação e pelo talento que trouxeram ao grupo.

As princesas também subiram ao palco. Bela Carrulo foi anunciada como segunda princesa, com sua faixa entregue por Sidney Machado, o Chopp. Ingrid Castro, por sua vez, assumiu o posto de primeira princesa, tendo a honra de ser agraciada por Walter Pereira, o Senhor Waltinho.

Sob manifestações de carinho e reconhecimento a rainha Kayza Regina, até então musa do bloco, foi aclamada para ocupar o posto de maior destaque. Com samba no pé e carisma, Kayza recebeu a faixa das mãos de Kelly Nascimento.

O momento mais aguardado ficou por conta da rainha da bateria do Cacique de Ramos 2025. Cássia Anastácia foi anunciada e fez a alegria da Tamarindo de Ouro, sob aplausos calorosos da plateia. Assim como Amanda Prestes, Cássia construiu sua história dentro do grupo oficial, ocupando diferentes posições ao longo dos anos e se destacando como uma das figuras mais emblemáticas do segmento.

A Bateria Tamarindo de Ouro, sob o comando do mestre Xula, acompanhou cada coroação com batidas precisas, criando o clima de festa. Já na parte final, o grupo oficial completo se reuniu ao som dos intérpretes Junior Nova Geração, Mariano Maia e Margarete Mendes, encerrando a coroação com uma apoteose de samba e alegria no palco.

Os músicos residentes voltaram ao palco para comandar o samba e receber, mais uma vez, a Diva Margarete Mendes para sua apresentação. O público comemorou junto à vitória dos novos representantes.

Promovendo uma recepção especial no camarote presidencial, a equipe Sabores da Kel preparou um buffet dedicado à ocasião, destacando os detalhes desse encontro festivo. A Diretoria de Ouro, cuidou do planejamento necessário para transformar a ocasião em uma data especial do calendário pré-carnavalesco do Cacique.

Corte do Carnaval 2025 – Cacique de Ramos

Rainha da Bateria: Cássia Anastácia
Rainha: Kayza Regina
Primeira Princesa: Ingrid Castro
Segunda Princesa: Bela Carrulo
Musa de Ouro: Amanda Prestes
Musa Plus Size: Milena Gonçalves
Musas: Elisa Cruz e Larissa Maia
Índio Caciqueano: Bruno Barão
Porta-Estandarte: Joana Darc

‘Samba é muito rico e completo’, diz Igor Sorriso na gravação do Salgueiro para o álbum da Liesa para o Carnaval 2025

No último dia 21 de outubro, o Salgueiro esteve presente no Century Estúdio para realizar a gravação da sua faixa para o álbum dos sambas-enredo de 2025 do Grupo Especial. Com o enredo “Salgueiro de corpo fechado”, do carnavalesco Jorge Silveira, a escola tijucana levou diversos integrantes para a gravação. Eles concederam entrevistas para o CARNAVALESCO sobre essa etapa tão importante para o desfile do ano que vem. O intérprete Igor Sorriso comentou como se preparou para gravação e qual parte do samba salgueirense para o próximo ano mais mexe com ele.

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“A preparação sempre é descanso, hidratação, para poder chegar aqui no dia no máximo da nossa qualidade, para conseguir colocar essa voz do jeito que o Salgueiro merece. Sobre o samba, é um samba muito completo, muito rico, gosto da entrega para o refrão: ‘Vermelho e branco, no linho trajado, sou eu malandragem de corpo fechado’. Não tem jeito, samba-enredo é sentimento. Música é sentimento”.

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Igor Sorriso na gravação do samba. Foto: Divulgação/Rio Carnaval

O intérprete da Academia do Samba comentou sobre a repercussão do samba para o próximo carnaval e como a escola vai se preparar para 2025: “O povo abraçou muito esse samba. Ele tem muita qualidade. Vai crescer muito nesse período até o carnaval. A comunidade já está sedenta”.

Mestres Gustavo e Guilherme estão à frente da “Furiosa”, em mais uma gravação e de primeira, Gustavo ressalta o andamento da bateria na gravação e o que a bateira preparou de bossas para a gravação.

Veja o clipe feito pelo Salgueiro para o samba-enredo de 2025

“O andamento está de 140 BPM (batidas por minuto). A gente sempre procura fazer um andamento confortável apra galera entender o samba, porque o maior intuito do álbum da Liesa é para o público estudar o samba, entender a letra, ver esse contexto com o enredo. Por isso, o andamento um pouquinho mais para trás para ficar mais confortável para galera poder entender e cantar junto com a comunidade. A gente costuma sempre fazer um trabalho de pesquisa com o enredo para ver qual entrega musical ele tem. Esse enredo é muito rico”.

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Mestres Gustavo e Guilherme

Mestre Guilherme ressaltou o motivo da escolha pelo andamento e falou também sobre qual foi o caminho da bateria na gravação da faixa salgueirense: “O enredo abrange vários rituais de fechamento de corpo. Tem uma parte da África, Malê, do Nordeste, tem uma parte da Umbanda, do Candomblé. A gente, na gravação, tentou buscar um pouquinho de cada dessa referência para a gente mesclar ali musicalmente com o enredo. Por mais um ano, participamos da gravação. Marcando história. É um samba que com certeza vai ser muito cantado, já está sendo cantado na quadra, a comunidade já abraçou”.

Alemão do Cavaco, diretor musical, falou sobre o arranjo da faixa do “Torrão Amado” e destacou os elementos colocados em referência ao enredo salgueirense. “O Salgueiro tem sete momentos dentro do enredo, entre elesm candomblé, cangaço, umbanda, o ritmo Malê da África islâmica, Bahia, Capoeira. A gente procurou alguns elementos desses, porque não dá para colocar tudo, ficaria uma faixa inteira de bossa, e não é o objetivo. Mas, principalmente, o ritmo Malê, que é bastante diferente”.

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Alemão do Cavaco, diretor musical

O diretor musical comentou também sobre outros destaques da gravação da agremiação. “Pensamos também, por exemplo, em uma introdução que saísse um pouco do comum, que é o solinho. A a gente faz um efeito para percussão, depois a gente faz o grito de guerra com o solo e mostra o samba. O importante é que as pessoas vejam a força do samba, da melodia e da letra, isso que a gente focou”.

Wilsinho Alves, diretor de carnaval da agremiação, comentou o que esperar da gravação da escola para o álbum: “A expectativa é que a gravação sirva ao samba, a beleza que ele possui, e que as pessoas possam cada vez mais ter contato com a obra do Salgueiro do Carnaval de 2025. A gente tem o nosso próprio maestro, que é o Alemão do Cavaco, nosso diretor musical, além dos brilhantes mestres Guilherme e Gustavo, que também são músicos internacionais”.

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Wilsinho, diretor de carnaval

Para o diretor de carnaval, o refrão principal do samba tem muita força e descreve bem o projeto que a escola se prepara para levar à Sapucaí: “Gosto de várias passagens do samba. É claro que o refrão principal é de muita força. A gente que conhece o projeto a fundo, o que o Salgueiro vai levar de fantasias e alegorias, o samba é uma obra que em diversos momentos ele remete ao conjunto alegórico, ao conjunto de fantasia, uma coisa está bem casada com a outra. Esse samba com certeza vai impulsionar o Salgueiro”.

Alcione tem sua história e obra revisitadas no ‘Globo Repórter Personalidades’ desta sexta-feira

Foi em São Luiz do Maranhão, no Grêmio Lítero Recreativo Português, que começou a trajetória de Alcione, uma das maiores vozes do Brasil, quando ela tinha apenas 12 anos. Hoje, aos 77 e mais de 50 anos de carreira, ela soma prêmios e reconhecimento internacional. Conduzida por Sandra Annenberg, a segunda edição do ‘Globo Repórter Personalidades’, que vai ao ar nesta sexta-feira, revisita a vida e a obra de Alcione Dias Nazareth, uma das mais notórias sambistas do país, também conhecida como “Marrom”, “Dama do Samba” e “A Voz do Samba”. Essa é uma edição especial do ‘Globo Repórter’ que conta a história de artistas, atletas e personalidades brasileiras, por meio de relatos de quem faz parte dessa trajetória.

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Alcione com a apresentadora Sandra Annenberg. Foto: Jorge Filho/TV Globo

Ainda menina, seguindo os ensinamentos do seu pai, que era maestro, Alcione deu os primeiros passos na música. Em um baile de debutantes, em São Luiz, ela substituiu o vocalista da ‘Orquestra Jazz Guarani’ e, ao subir no palco, transformou o baile em um grande show. Seu pai, João Carlos Dias de Nazareth, sonhava que a filha fosse professora e, por isso, a matriculou em uma escola normal. Sandra Annenberg visita o Instituto onde Alcione estudou e conhece as colegas de turma que a acompanhavam no dia a dia até ela se formar e seguir para o Rio de Janeiro.

A apresentadora vai encontro do músico e diretor Roberto Menescal, um dos fundadores da Bossa Nova, o primeiro a apostar na versão sambista de Alcione. Na época, ele precisava de uma cantora para concorrer com Beth Carvalho e Clara Nunes. No ‘Globo Repórter Personalidades’, Alcione relembra a amizade com Clara. “Ela era parceira mesmo. Em dias de desfile, ela ia lá pra casa para pintarmos as unhas com as cores das nossas escolas e nos maquiávamos com mesmo maquiador. Ela realmente era uma grande voz, com um repertório maravilhoso e uma grande amiga”, conta.

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Sandra Annenberg conheceu os alunos do novo projeto de mestre-sala e porta-bandeira, inspirado na Mangueira do Amanhã. Foto: Divulgação TV Globo

Pouca gente lembra que, na década de 70, Alcione comandou na TV Globo o programa ‘Alerta Geral’, dirigido por Ricardo Cravo Albin, recebendo os principais artistas da Música Popular Brasileira. Um dos maiores conhecedores de MPB do Brasil, Ricardo revela bastidores e conta à Sandra o motivo que levou a escolha de Alcione. “Foi um programa histórico. Era a defesa, dentro da maior emissora do país, da Música Popular Brasileira. Alcione era uma cantora nova, vinda do Nordeste, de grade presença, voz e diversas possibilidades”, conta.

Nesta sexta, Marrom revela as histórias por trás de alguns de seus grandes sucessos e conta que desde o início tinha certeza de que o trecho “Você é um negão de tirar o chapéu. Não pode dar mole senão você créu” seria um sucesso. “Quando eu fui mostrar para o meu diretor, ele falou: como você vai cantar uma palavra dessa, créu?”. E Alcione não pestanejou ao responder: “Você não sabe das coisas que eu sou capaz!”.

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Sandra conversa com o mestre-sala Matheus Oliverio e com a segunda porta-bandeira Débora de Almeida. Foto: Divulgação/TV Globo

Neste ano, a cantora e compositora foi homenageada com o enredo ‘Negra Voz do Amanhã’, da Estação Primeira de Mangueira, sua escola de coração. Alcione é uma das fundadoras do projeto ‘Mangueira do Amanhã’, uma escola de samba mirim que faz parte do Programa Social da Mangueira e que há quase 40 anos transforma a vida de jovens e crianças através do samba. O ‘Globo Repórter Personalidades’ visita a escola, na Zona Norte do Rio, e mostra o legado que é deixado para os novos sambistas.

Passando pelo Tambor de Crioula e pelos sabores maranhenses preferidos de Alcione, Sandra Annenberg ainda faz um mergulho nas origens da cantora. O programa também ouve parceiros, amigos, anônimos e outros artistas que falam sobre a importância e influência da Marrom na música brasileira e na luta das mulheres por meio da sua voz.

O ‘Globo Repórter Personalidades’ sobre a cantora Alcione vai ao ar nesta sexta-feira, dia 29, logo após a novela ‘Mania de Você’.

Maestro na condução da Acadêmicos de Niterói, Nêgo exalta união da técnica e emoção na gravação para o álbum da Liga-RJ

Com o enredo “Vixe Maria”, desenvolvido pelo artista Tiago Martins, a Acadêmicos de Niterói gravou o samba-enredo oficialmente para o álbum da Liga-RJ. A equipe de reportagem do CARNAVALESCO esteve presente durante no estúdio em Marechal Hermes e conversou com o mestre de bateria Demétrius sobre o que podemos esperar da “Cadência de Niterói”.

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Intérprete Nêgo. Fotos: Gabriel de Souza/CARNAVALESCO

Demétrius segue na azul e branco para o próximo carnaval. No desfile do ano passado, a bateria obteve três notas 10 e um 9,9, descartado na apuração. Desse modo, ele contou o que podemos esperar da “Cadência de Niterói” nesta faixa. “O andamento da bateria foi cadenciado, nós utilizamos 140 BPM (batidas por minuto), com duas paradinhas, sendo que possui o ritmo de forró”.

O samba-enredo encomendado dos compositores Totonho, Julio Pagé, Osmar Fernandes, Gabriel Machado, Mano Gaspar, Marcelinho Santos, Romeu d’Malandro, Edu Casa Leme, Soares do Cavaco e Flavinho Avellar. Eles traduziram musicalmente a sinopse, escrita pelo carnavalesco da escola, sobre as quadrilhas no São João. Sendo assim, o mestre disse pontuou a questão de utilizar ritmos nordestinos no Sambódromo.

“O enredo é sobre as quadrilhas, ou seja, o São João, o que é muito importante, pois é uma diferença dos enredos afro-brasileiros. Nós colocamos o triângulo para somar junto à bateria. Gravamos separados e, depois, a bateria responde”.

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Meio-campo na escola de samba

O intérprete Nêgo encabeça o carro de som da Acadêmicos de Niterói no próximo carnaval. Ele, que já foi campeão na Série Ouro com Império Serrano e Unidos da Porto da Pedra, integra o time da escola visando o campeonato. O cantor falou sobre como é chegar nesta nova jornada.

“Eu me sinto muito orgulhoso em estar cantando para a Acadêmicos de Niterói, que é uma escola da minha cidade, local no qual resido hoje. Fico feliz de acompanhar um grande diretor de bateria e de harmonia, além de contribuir com o carnavalesco, pois quero colaborar para a escola fazer um grande desfile na Avenida”.

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Além disso, Nêgo também avaliou a sensação de estar em um estúdio de gravação aos 59 anos, “Eu já estou gravando sambas-enredo há muitos anos. Quando chega o dia de entrar no estúdio e mostrar o samba para todos, é uma responsabilidade de ir bem durante a gravação, porque para a direção de harmonia da escola possa trabalhar nos ensaios, o cantor precisa dar o pontapé inicial”.

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Mestre Demétrius

Quando questionado a respeito das técnicas utilizadas para colocar a voz na faixa oficial, o cantor fez uma analogia ao mundo do futebol para explicar a importância de estar à frente a um carro de som. “Tem que ser igual um meio-campo na escola de samba. Nós precisamos usar a emoção e a técnica, porque uma coisa não existe sem a outra. É igual quando conduzimos na Avenida, precisamos saber quando iremos sair na arrancada e como não na atravessar no canto da escola. Nós somos a voz que irá conduzir o desfile, precisamos fazer a gravação da voz com emoção e técnica. É necessário ter o equilíbrio”.

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Em 2025, a Acadêmicos de Niterói irá se apresentar no sábado de Carnaval, segundo dia de Desfiles da Série Ouro, sendo a sétima escola a cruzar a Marquês de Sapucaí.

Vila Isabel apresenta corpo de musas para o Carnaval 2025

A Unidos de Vila Isabel apresentou o corpo de musas da escola para o Carnaval 2025. Monique Rizzeto, rainha de bateria da Acadêmicos de Niterói, volta para a azul e branca após 10 anos e Vivi Winkler, fisiculturista e influenciadora digital, estreia na escola ao lado das musas da agremiação Dandara Oliveira, Gabi Martins e Kauane da Glória e da musa da ala de passistas Anna Karolina.

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Fotos: Divulgação/Vila Isabel

As beldades Monique, Dandara, Kauane e Anna Karolina estiveram no barracão para receber os croquis das suas fantasias. “A escola representa muito para mim. Eu trabalho, conheço e vivo a comunidade. Esse retorno está sendo muito importante”, declarou Monique.

Já Dandara Oliveira, que fará seu 29° Carnaval pela escola, adiantou detalhes do que o público vai ver na Avenida: “A fantasia está linda como sempre e é leve para a gente poder bombar na Avenida. E o desfile desse ano tem um gostinho especial, porque está todo mundo imaginando uma coisa, mas será totalmente diferente do que estão esperando”.

“Todo ano é uma surpresa! Não posso falar muito, mas posso adiantar que está muito bonita e completamente diferente do que vocês imaginam”, completou Anna Karolina.

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Para Kauane, o público vai se surpreender com a grandiosidade do trabalho: “Eu achei minha fantasia impecável. É leve e tem uma cor perfeita. Vou conseguir me divertir e evoluir”.

Vivi e Gabi não puderam comparecer devido a compromissos profissionais e receberão os croquis em breve.

Última agremiação a desfilar na segunda-feira de Carnaval, a Vila Isabel levará para Sapucaí o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”. A escola vai transformar medo em alegria ao carnavalizar as assombrações que atazanam o imaginário popular, demonstrando como elas fazem parte do nosso dia a dia de várias formas, em diversas etapas da vida – desde a infância até a fase adulta.

Mocidade Alegre gravou álbum oficial do Carnaval 2025 com introdução na voz de Eder Miguel

A noite de 8 de outubro, na Fábrica do Samba, foi marcada pela gravação da bicampeã, Mocidade Alegre, para o projeto audiovisual da Liga-SP para o álbum oficial dos sambas-enredo para o carnaval de São Paulo de 2025, lançado nas principais plataformas digitais. A participação especial do cantor Eder Miguel marcou os trabalhos da escola do Limão durante os registros da obra assinada pelos compositores Aquiles da Vila, Fabiano Sorriso, Marcos Vinicius, Marcio André, Salgado Luiz, Daniel Goulart, André Aleixo, Fabian Juarez, Leandro Flecha, Tomageski, Beto Colorado e Chico Maia. A Morada do Samba será a terceira agremiação a desfilar no sábado pelo Grupo Especial com o enredo “Quem não pode com mandinga não carrega patuá”, assinado pelo carnavalesco Caio Araújo.

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Os componentes da Mocidade realizaram um cortejo do barracão da escola em direção ao Espaço Cultural Octávio da Silva, onde as gravações do álbum ocorreram. Com as bençãos de Pai Tinho à frente da procissão, a comunidade cantou sambas históricos e chegou aquecida para os trabalhos. Convidado para fazer uma participação na introdução da obra de 2025, Eder Miguel cantou versos do samba-exaltação composto por Mestre Sombra acompanhado pelo coral. A equipe do CARNAVALESCO conversou com pessoas ligadas à Morada para conhecer detalhes do processo de preparação para esse momento.

Confiança no trabalho reconhecido pelo público

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Foto: Divulgação/Liga-SP

Após fazer parte da junção do samba campeão de 2023, a parceria do compositor Aquiles da Vila venceu o concurso realizado pela Mocidade Alegre para o carnaval de 2025. O artista falou sobre a importância da obra para sua trajetória, destacando a busca da escola pelo tricampeonato consecutivo.

“É uma honra, especialmente por ser Mocidade Alegre. Nos últimos 20 anos é a escola que mais venceu, é a escola que vai brigar pelo tricampeonato, então é uma responsabilidade absurda, uma responsabilidade muito grande. Em 2023, com o samba do ‘Yasuke’ que é nosso em uma junção com outro samba, mas a escola foi campeã, em 2024 foi campeã novamente e agora vamos fazer parte desse cortejo que vai brigar pelo tricampeonato. Desde o início eu sabia que esse enredo poderia gerar um grande samba. A parceria se reuniu um bom tempo antes, pelo que se ventilava por aí. ‘Pô, acho que o Mocidade vem com afro’, e é uma coisa que a gente tem acertado bastante, então sou muito grato por isso. Acho que o peso, se tem alguma coisa especial, é de estar na Mocidade e de defender o tricampeonato”, declarou.

O compositor confia na popularidade que o samba conquistou entre os apaixonados por carnaval e na forma como a Mocidade lida com suas obras para que atinja o rendimento desejado na Avenida.

“Eu espero muito e acho que o samba já tem dado retorno. Todas as enquetes, desde a época das eliminatórias, já colocavam ele como um grande samba. Junto a alguns outros das corimãs, ele está muito bem cotado entre os grandes sambas do ano. Acho que também é mérito da escola pelo grande enredo e como ela conduz. Espero tudo de melhor, e se puder ser tricampeão junto com a escola vai ser muito maravilhoso”, afirmou.

Assinando quatro sambas que desfilarão no Anhembi em 2025, Aquiles da Vila vive um ano dourado como compositor. Antes do início das gravações, o artista testemunhou o cortejo feito pela Mocidade Alegre e falou do sentimento de ver uma obra de sua autoria sendo gravada pela atual bicampeã do carnaval.

“Acabei de deixar o carro aqui e falei: ‘deixa eu dar uma sapiada na gravação, no audiovisual da Liga’, e me deparei com os componentes que hoje vão gravar fazendo um mini desfile, um cortejo, vindo do barracão para cá, cantando todos os sambas à capela. Harmonia, baianas, rainha de bateria, o próprio cantor, a presidente na frente com o pai de santo da escola. São essas coisas que emocionam a gente. Eu vivo um momento muito especial como compositor e poder estar aqui, ver essa situação, só me emociona”, disse.

Para Aquiles, as partes do samba da Mocidade Alegre para 2025 que mais mexem com o coração são os refrões. “É difícil definir. No de 23 eu tinha a minha frase preferida, mas aqui, se eu puder escolher, eu acho que os dois refrões, acho que são muito fortes. Um, com uma energia mais afro, que manda o recado, cara da Mocidade Alegre, e o refrão de meio eu acho que é uma forma espetacular de conseguir representar uma coisa dançante, que retrata tudo aquilo que precisa desse enredo. Acho que os dois refrões. Parece meio clichê, mas às vezes nem sempre. No de 23 eu ficava com a frase ‘pode ter fé que todo preto pode ser o que quiser’, e nesse eu fico com os refrões, tanto em letra quanto em melodia”, opinou.

Batucadas e surpresas para samba pegar na veia

Integrante do time de cordas da Mocidade Alegre, Jr. Denden também é o arranjador do samba da Mocidade Alegre para a gravação oficial. O violonista de sete cordas falou sobre a estratégia adotada pela escola para os trabalhos realizados e afirmou que a participação especial do cantor Eder Miguel foi a pedido do próprio mestre Sombra.

“Teremos uma atração surpresa, que já não é mais tão surpresa, de um amigo muito querido que vai emocionar a todos, que é o Éder Miguel, que tem aquela voz maravilhosa. O Éder dispensa comentários, foi uma escolha do Mestre Sombra para cantar o alusivo do samba, que é o samba do Mestre Sombra inclusive. O samba começa com toda essa parte da emoção através da voz, através do encantamento, desse chamamento, para posteriormente entregar para a presidente Solange que vai ter uma fala também em forma de agradecimento pelo nosso bicampeonato. Aquele abraço coletivo e aquele chavão dela: ‘Vamos embora turma, bora comunidade!’. Está tudo rodeando para ser esse caminho, e em seguida vai ser entregue para o Igor Sorriso, que é o nosso intérprete. Eu sou suspeito de falar do Igor porque é um cara sensacional e que tem uma entrega nota um milhão. Vão ter muitas emoções. Sobre o arranjo, é um samba que fala da mandinga, então tem muita batucada. Tem batucada na introdução, as bossas criadas pelo Mestre Sombra estão muito envolventes também e a gente interage com as cordas juntamente com o arranjo que foi feito da bateria, fazendo esse meio caminho entre a envolvência da batucada, o canto e as cordas”, detalhou o artista.

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Integrante do time de cordas da Mocidade Alegre, Jr. Denden também é o arranjador do samba da Mocidade Alegre

Jr. Denden afirmou que o samba da Mocidade Alegre para o carnaval de 2025 tem características que permitem ao samba conduzir o enredo através da emoção.

“Temos um enredo valente, um samba que vem para causar na Avenida. A gente costuma falar, harmonicamente, que é um samba em tom menor. Quando ele pega na veia, é aquele que emociona. Esse é um samba em tom menor que tem uma explosão, que tem uma garra e vai vir para causar sim. Estamos aí para isso”.

Estilo afro para se destacar no audiovisual

Um dos principais veteranos da equipe da Mocidade Alegre com mais de duas décadas na escola, o diretor de carnaval, Junior Dentista, falou sobre o retorno ao formato de gravações ao vivo do álbum oficial dos sambas-enredo para o carnaval de 2025

“Não é uma novidade, a Liga já fez isso em 2019 e 2020. Espero que dê o resultado que a Liga espera de divulgação. As escolas se prepararam para isso, está na cara. A gente olha pelos clipes, todo mundo se preparou. Mesmo que a gente já tenha feito antes, é um diferencial para o carnaval”, disse.

Fortemente ligada à religiosidade de matriz africana, a Morada do Samba apostou em uma estética alinhada ao enredo da escola, com roupas características. O diretor detalhou a respeito.

“A gente sabe que o Mocidade vem muito organizado. A gente está fazendo uma maquiagem nas mulheres, uma maquiagem meio afro, turbante na mulherada, vestimenta impecável, e um arranjo surpresa que a gente vai fazer para emocionar”, explicou.

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Diretor de carnaval, Junior Dentista

Mais que um diretor, Junior Dentista é um apaixonado pela Mocidade Alegre. Mesmo após tantos anos participando de gravações de álbuns oficiais com a escola, o diretor demonstrou que o sentimento segue forte para mais um ciclo.

“Tudo que faz parte da história do Mocidade Alegre para mim representa tudo. Tudo, cada degrau que a gente passa rumo ao carnaval é um desafio, representa tudo. A gente faz com muito amor e tudo que a gente faz com amor o resultado é fantástico, representa tudo para a gente”, declarou.

A trajetória de Junior Dentista na Mocidade Alegre envolve também, ano após ano, acompanhar a forte emoção que a presidente Solange Cruz passa a cada apuração das notas dos desfiles. O samba de 2025 da Morada faz referência a esse momento, e para o diretor essa é a parte do samba que mais mexe com seu coração.

“Sou suspeito para falar. Eu gosto do samba todo, até pelo próprio enredo ele é emoção, que é o DNA da Mocidade. Mas a segunda do samba, ainda quando vem falando da fé, do 10, porque essa parte é a parte da apuração, é a parte que a Solange está com o terço na mão, é a parte que arrepia”, afirmou.

Técnica movida a emoção de uma escola de samba

Igor Sorriso personifica como poucos as características latentes da escola a qual defende. Dono de uma voz potente e de um estilo irreverente, o intérprete da Mocidade também é um profissional rigoroso quando se trata de preparação para suas atuações.

“Uma preparação sempre para cantar, independente do que seja, gravação, ensaio, desfile. Dormir, se hidratar, os exercícios de voz e estar disposto para poder cantar junto com a minha comunidade”, detalhou o artista.

O intérprete leva as características que definem uma escola de samba a sério, acreditando que a emoção é fundamental sem abrir mão da técnica na hora de atuar mesmo na gravação para o álbum oficial.

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Intérprete Igor Sorriso

“A técnica é importantíssima sempre, mas a emoção não pode faltar até porque é uma escola de samba. Escola de samba é movida a emoção, então não pode faltar. A gente tem que sempre colocar a emoção na faixa do nosso CD, com certeza”, afirmou.

Em 2025, Igor Sorriso defenderá o pavilhão da Mocidade Alegre pela nona vez, sendo a voz de três sambas campeões do carnaval de São Paulo. Questionado sobre o sentimento de cantar o samba do próximo desfile da Morada do Samba para o álbum oficial, o intérprete afirmou que a obra se destaca na história da escola.

“É bacana você perguntar isso porque a Mocidade Alegre é uma escola que tem uma discografia incrível. Muitos sambas de qualidade, muitos sambas inesquecíveis que foram para a história do carnaval, mas esse samba de 2025 é um samba que tem uma força muito, muito singular. Estou muito feliz de poder dar voz a esse samba, de poder cantar esse samba. A minha comunidade já abraçou o samba e eu tenho certeza de que vai ser mais uma faixa incrível. Mais um samba incrível, e o samba é o combustível para uma escola de samba. É escola de samba, o samba é o combustível, então a gente está bem servido e vamos fazer esse samba acontecer se Deus quiser”, declarou.

Em plena sintonia com o samba da Mocidade para 2025, Igor gosta da obra como um todo, mas tem uma parte que bate mais forte no coração do intérprete.

“Um trecho só é bem complicado porque é um samba bem completo, é um samba com uma musicalidade incrível, com uma melodia linda, com uma letra muito forte, mas eu vou ficar com o refrão principal. ‘Firma o batuque, ecoa um canto de fé! Mocidade é negritude, axé!’. Isso é muito forte, eu acho muito bacana”, opinou.

Simplicidade e carinho no trabalho de mestre Sombra

Completando 30 anos à frente da bateria “Ritmo Puro”, mestre Sombra falou sobre o planejamento para andamento e bossas planejadas para a gravação da faixa da Mocidade Alegre para o álbum oficial de 2025.

“A gente está estudando trabalhar com o andamento em 140 bpm, 142, mais ou menos. Vamos colocar a bossa que a gente já está ensaiando. Assim que escolhemos o samba, colocamos algumas bossas. Vamos fazer um esquenta ali e sentir que tem várias bossas, então vamos ver qual que fica melhor no ambiente para a gente colocar”, afirmou.

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Mestre Sombra

Vivendo um ciclo especial comandando os ritmistas da Mocidade Alegre, mestre Sombra é conhecido pela simplicidade em todas as atividades atreladas à escola. O artista falou sobre o sentimento de participar mais uma vez das gravações para o álbum oficial do carnaval de São Paulo.

“Para mim é normal. São tantos anos, eu estou há 30 anos fazendo isso, não tem uma novidade, uma particularidade assim, não tem alguma coisa assim que eu possa falar. O que tem de grande é o carinho com o trabalho, com a escola, tentar fazer o melhor possível para a escola e esperando que agrade ao público. Isso é fator natural de todo trabalho que a gente faz, essa é a grande expectativa”, declarou.

Força do enredo mexe com a comunidade e gera muita emoção no primeiro ensaio do Tuiuti para o Carnaval 2025

Em uma noite muito emocionante, o Tuiuti realizou seu primeiro ensaio de rua, em São Cristóvão, com um grande engajamento de sua comunidade, que se destacou pelo canto forte, e pelo conjunto da performance da bateria “Super Som”, comandada por mestre Marcão, em parceria com o carro de som liderado por Pixulé. O ensaio contou com a presença do mestre-sala Raphael, que não ensaiou devido a questão de saúde, mas que acompanhou cada momento. A agremiação levará para a avenida o enredo “Quem tem medo de Xica Manicongo?”, do carnavalesco Jack Vasconcelos, sendo a segunda escola a desfilar na inédita terça-feira de carnaval.

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Fotos: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Rodrigo Soares, um dos diretores da comissão de carnaval da agremiação, estava com uma boa expectativa para o primeiro ensaio da Azul e Amarelo de São Cristóvão, e para a temporada dos ensaios de rua como um todo, destacando a maturação que a escola teve trabalhando com o samba para o próximo carnaval e como o foco será treinar a evolução ao longo dos ensaios.

Vídeo: veja arrancada e ala a ala do Tuiuti no primeiro ensaio de rua para o Carnaval 2025

“A escola se preparou, sendo a primeira a lançar o samba, a gente vem com esse tempo todo de maturação, trabalho de quadra, com a bateria e carro de som. Hoje é conseguir colocar o contingente na rua e começar a trabalhar a parte de evolução. A expectativa é grande, a comunidade está abraçando muito esse projeto do Tuiuti 2025. É uma comissão formada de novo esse ano, e eu volto com uma bagagem do meu passado na escola, mas o que acho é que a gente precisa que o componente acredite na escola, nessa retomada, e esse enredo tem tudo a ver para esse momento”.

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Rodrigo Soares, um dos diretores da comissão de carnaval da agremiação

Destacando o que esperava para o ensaio, Rodrigo também comentou sobre o andamento do barracão e como o projeto da agremiação corre dentro do tempo, com algumas partes já adiantadas.

“Espero que o pessoal tire a poeira, bata a camisa, e que a gente comece bem, no sentido de o componente estar alegre. A escola sabendo o que ela quer, o trabalho que precisa desenvolver para alcançar resultado. O barracão está aquela correria, tem bastante coisa adiantada, principalmente, de fantasia. A parte de carros já está toda na madeira. Estamos bem adiantado com o projeto da escola”.

De frente para o tradicional Colégio Pedro II, o intérprete Pixulé iniciou os trabalhos com uma introdução realizada em parceria com a bateria, e com a voz de Bel Barbosa, que entoou os primeiros versos do samba. O cantor levou a obra tranquilamente, com o auxílio do carro de som.

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Intérprete Pixulé

“É o primeiro ensaio, a partir de hoje, a porrada começa a cantar e as expectativas são as melhores possíveis. Fizemos uma introdução diferente, uma parada legal que envolve a bateria. Uma novidade muito bacana, que foi elaborada por nós, da ala musical, não só pelo Pixulé, porque uma andorinha não faz verão sozinha. Nós trouxemos essa introdução e a bateria abraçou e a escola gostou. Espero a comunidade cantando, porque o samba é um boom, é muito esperado, não só no minidesfile, mas no ensaio técnico e no desfile oficial”.

Em decorrência do rompimento no tendão de aquiles, o mestre-sala Raphael Rodrigues, ainda em processo de recuperação, acompanhou o ensaio da escola, assim como Dandara Ventapane, primeira porta-bandeira da agremiação. O segundo casal da escola, Leonardo Thomé e Rebeca Tito, participaram do posto durante o ensaio. O CARNAVALESCO também conversou com Dandara e Raphael sobre o que eles esperam desta temporada de ensaios de rua. Dandara afirmou que será um ano com uma motivação a mais de superação para o casal.

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“Quando a gente vem para a rua, a primeira coisa que a gente repara, e hoje foi a primeira vez que eu assisti o ensaio de rua do Tuiuti, é o canto da comunidade, a força, e foi muito bom, foi uma energia a mais para mim, de assistir por um outro olhar, como a escola se apresenta. A rua é o termômetro, a energia da escola, é agora que a gente começa a fazer o samba crescer, o canto, a evolução. Vai ser um ano de preparação intensa, todo ano é intensa, mas um ano com uma superação a mais, mas que a gente está muito motivado”.

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Dandara falou também sobre a recuperação de Raphael e a previsão de retorno do ensaio do casal em vista do próximo carnaval, também fazendo um balanço do que eles buscam manter e do que buscam melhorar em vista do próximo carnaval.

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Porta-bandeira Dandara Ventapane

“A gente volta a ensaiar essa semana, primeiro internamente, entendendo como está o processo dele, está fazendo um acompanhamento muito forte, a gente vai aliar a dança junto com essa recuperação dele que tem sido incrível em tudo que eu venho acompanhando. Estamos muito ansiosos para essa semana que a gente retoma, fizemos algumas reuniões remotas, eu fiquei ensaiando um pouco sozinha, preparando já o que a gente vai colocar em prática agora. Já estávamos muito com o intuito de ter uma coreografia com bastante fluxo de dança, e isso é o que a gente procura manter, se apropriar ainda mais desses elementos. Faltam alguns pequenos detalhes assim de ajuste em relação a isso e principalmente trazer mais ainda o significado do bailado do casal, que a gente vem buscando desde o último ano”.

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Mestre Marcão, comandante da “Super Som”, destacou como o trabalho realizado ao longo dos meses ajuda nos ensaios de rua, mas mesmo assim, há algumas questões que só podem ser vistas no momento em que se vai para a rua.

“Foi o primeiro ensaio de rua, mas a gente já vem trabalhando há longos meses. É tudo mais fácil o modo de criar, de fazer as coisas, porque a gente vê a dinâmica mesmo lá fora. Algumas coisas que dá, tem outras coisas que não dá, hoje mesmo a gente já estava debatendo a respeito disso, do que foi bom, o que foi ruim, e o que a gente pode melhorar. Algumas coisas mínimas que a gente vai trocar, porque estamos no tempo”.

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Mestre Marcão

Marcão também comentou o que vem preparando de bossas, e como está sendo o processo de criação das mesmas, baseadas em cima da melodia do samba.

“Muita gente pensa que o nosso enredo é África, a gente passa na África, passa na Bahia. Estamos vendo na bateria o que podemos fazer com esse enredo, o que a gente pode não fazer. Tem umas partes que a gente vai bem fazendo bossa, uma melodia que fica maneira. No refrão do meio a gente está fazendo um reggae, que eu já tinha essa ideia lá atrás. O outro lado a gente faz tipo um Congo. Gosto de trabalhar muito em cima de melodia, porque ela te dá um caminho”.

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