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Com coral forte e coreográfico, Terceiro Milênio dá recado em gravação audiovisual

Com um tema forte e cheio de importâncias, a Estrela do Terceiro Milênio vai para a segunda vez ao Grupo Especial e na primeira apresentação dá primeiro recado de como conduzirá o enredo “Muito além do Arco-Íris – Tire o Preconceito do caminho que nós vamos passar com o Amor”. Na parte do coral, além do canto forte, a comunidade encenou bastante, a começar pela bandeira LGBTQIAPN+ sendo ostentada como um bandeirão dentro de uma arquibancada. Estrelas também foram utilizadas pela agremiação na parte do coral. O diretor de carnaval da escola do Grajaú, extremo sul de São Paulo, Carlos Pires, elogiou bastante o projeto desenvolvido pela Liga-SP.

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TerceiroMilenio et Geral
Fotos: Fábio Martins/CARNAVALESCO

“Um ótimo projeto da Liga, uma produção muito legal, nosso povo, trabalhamos bastante durante esses dias, esse mês aqui para chegar aí bem, fazer uma boa gravação, a gente sabe a importância da gravação que vai para o mundo inteiro. Estamos saindo bem contente, a comunidade gostou bastante, a bateria foi muito bem. Acho que essa união nossa faz a diferença na que a gente vai executar qualquer projeto.A gente fez o nosso melhor com certeza. Vocês vão ter uma surpresa com a nossa faixa”.

TerceiroMilenio et DiretorCarlao
Carlos Pires, diretor de carnaval

O mestre de bateria Vitor Velloso comemorou a gravação no formato atual: “É minha terceira oportunidade de estar gravando um audiovisual da Liga-SP e é maravilhoso, muito melhor do que você gravar um CD de estúdio. Eu acho que a importância é mostrar a força da comunidade, mostrar a característica de cada escola e ficar eternizado. Isso daí é o mais importante. Acredito que a Liga com certeza está de parabéns e que os próximos álbuns sejam dessa maneira de audiovisual”

Seguindo a mesma linha da dupla, o diretor de harmonia, Japa revelou a importância da gravação audiovisual da Liga-SP, principalmente pelo seu quesito estar presente, que são os componentes do coral.

TerceiroMilenio et Coral

“É um momento muito especial para a gente estar fazendo essa gravação. É um momento de entender um pouco o samba aí pela bateria, pela nossa ala musical, pela voz da nossa comunidade e a gente acertar aí um ponto ou outro que a gente talvez entenda que tenha um pouco de dificuldade. A gente gravou com a nossa bateria, com as nossas baianas, nossos casais, comunidade, ala musical, bateria. Estamos fazendo uma ótima gravação, tenho certeza que todos vocês vão gostar muito do que a gente vai apresentar aí”.

E complementou falando sobre as presenças no coral durante a gravação: “Dentro do nosso coral, nós temos vários departamentos. Temos harmonias, temos chefe de ala, temos componentes que fazem parte das nossas alas, nossas baianas, passistas. A gente procurou colocar um pouco de cada departamento aí pra gente poder fazer um uma bela apresentação”.

TerceiroMilenio et CasalEBandeiraLGBT

Assim como contou o diretor de carnaval sobre os componentes presentes na gravação audiovisual: “Aqui veio toda a parte técnica da escola. Todas as alas, um pouco de cada ala, os departamentos técnicos, a gente fez uma um trabalho de mais ou menos 40 dias lá na quadra ensaiando junto com a bateria, junto com o carro de som, então juntamos um pedaço de cada departamento da escola e deu esse resultado final que foi ótimo, foi bastante trabalho, mas é prazeroso quando todo mundo sai alegre sabemos que o resultado foi ótimo”.

Em relação ao samba, Carlão elogiou bastante a obra desenvolvida pela agremiação, que tem um tema muito importante de lutar contra o preconceito LGBTQIAPN+, e tem momentos fortes no samba construído.

“Pensamos em um samba equilibrado que a escola consiga cantar ele totalmente. Tem um refrão muito forte, um refrão de meio também muito forte. É samba gostoso de cantar e não cansa. A comunidade está adorando. Estamos bem felizes com a escolha do samba e também com enredo que é espetacular. Estamos aprendendo bastante, nos unindo muito. Estamos escutando muito o nosso carnavalesco para entender o que precisamos executar, vai ser um grande desfile, espere da gente um grande desfile, muito competitivo e aguerrido com respeito à todas as escolas. Sabemos que é duro, tem mais 13 escolas disputando. Estamos bem felizes com o trabalho, estamos executando com calma e com tranquilidade. Dando passo a passo e a comunidade está entendendo o projeto”.

TerceiroMilenio et CasalECoral

Na preparação da Terceiro Milênio, o mestre de bateria contou como preparou as bossas e como foram os ensaios da agremiação: “Nós fizemos três ensaios, questão de bossa, quando saiu enredo começamos a pensar pouquinho o que cabe, então tem algumas partes aí que fala de axé, pagodão baiano ou o samba de caboclo, na verdade, colocamos um dance que cabe muito dentro do enredo, então assim, procuramos explorar bastante questão de letra e questão de melodia, o que o samba vir pedindo”.

Os interpretes Grazzi Brasil e Darlan Alves também conversaram com o CARNAVALESCO e comemoraram o sucesso da gravação. Por parte da Grazzi, relatou: “Emocionante, fico feliz demais, pois essa comunidade tem uma garra, uma vontade, coreografia, cantando tudo, é uma honra estar aqui, foi lindo”.

TerceiroMilenio et Interpretes

Enquanto o experiente Darlan Alves ressaltou a comunidade do Grajaú: “Marcante para a nossa comunidade, participar dessa gravação foi incrível, ver a alegria da nossa comunidade, o sorriso, voltando ao Grupo Especial, e tenho certeza que vai ficar muitos e muitos anos, décadas, e fico feliz com o resultado, parabéns para a nossa comunidade, diretoria, presidente Silvão Leite, valeu Grajaú”.

Em 2025, a Terceiro Milênio vai desfilar no sábado de carnaval, dia primeiro de março, sendo a penúltima escola a entrar na pista pelo Grupo Especial, ou seja, a penúltima da segunda noite de desfiles.

‘Bateria com identidade’ mostra força na gravação do Rosas de Ouro para o álbum da Liga-SP para o Carnaval 2025

No dia 07 de outubro, o Rosas de Ouro, sete vezes campeão do carnaval paulistano, gravou a faixa da agremiação para o álbum dos sambas-enredo do Carnaval 2025. Defendendo o enredo “Rosas de Ouro Em Uma Grande Jogada”, a obra, composta por Aquiles da Vila, Fabiano Sorriso, Salgado Luz, Leandro Flecha, Fábio Gonçalves, Fabian Juarez, Marcos Vinicius, Daniel, Wagner Forte e Biel será a sexta a ser executada na sexta-feira de carnaval (28 de fevereiro) pelo intérprete Carlos Jr. No estúdio, ficou evidente a força da “Bateria Com Identidade”, comandada por mestre Rafa. O CARNAVALESCO esteve presente na gravação e conversou com personagens importantes da Roseira sobre o momento tão aguardado.

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Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Em diversos momentos da faixa, foi percebido o um alto volume de diversos segmentos da agremiação. Além da já citada bateria, o coral da escola também cumpria muito bem o papel – sobretudo na passagem com todos à vista. Vale destacar que os presentes carregavam pompons azuis e rosas, cores da instituição – e que, por sinal, também foram exibidos por Ana Beatriz Godói, rainha dos ritmistas.

Tal característica da Roseira foi destacado por alguns personagens do Rosas. Dante Baptista, um dos diretor de Harmonia, juntamente com Fernando Rosa e Bruno Amaral, foi um deles: “Eu acho que, o que temos de especial e único, é a força que essa comunidade tem na hora de cantar. Pelo tempo que eu tenho de escola e nas minhas duas passagens, é uma escola que a gente vê muita força de canto, muita alegria. Eu acho que a gente consegue trazer um nível de entretenimento alto. Os últimos desfiles que todo mundo vê, independentemente até dos nossos últimos resultados, eles sempre são desfiles que as pessoas se empolgam em assistir. A gente quer, de novo, passar essa energia. A gente vai ter algumas ações, desenhos de mão pra que as pessoas vejam e tudo mais – não vou abrir muito, que é para todo mundo esperar gravação e para a gente não dar spoiler, mas a gente vai ter alguns adereços de mão pra brincar. A gente se organizou bastante para essa gravação. A força do nosso canto é a alegria que cada componente tem de ser Rosas de Ouro. A gente está muito empolgado com esse desfile, a gente está muito empolgado com todas as possibilidades que esse desfile pode trazer. É um refrão que já diz: o jogo vai virar. A gente está realmente empolgado e querendo muito que esse jogo vire – e que a gente seja parte dessa virada de jogo para o Rosas de Ouro”, comentou.

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Dante Baptista, um dos diretor de Harmonia

Mais sucinto, Evandro Souza concordou: “A gravação tem os seus próprios padrões; mas, pensando no Rosas, o que vai ter de mais especial é o canto da nossa comunidade. É uma coisa que a gente vem trabalhando há um bom tempo, é um ponto forte da escola. A gente vai berrar o samba lá”, revelou.

Aproveitando para falar do trabalho em relação à obra, Carlos Junior, o Carlão, aproveitou para relembrar um episódio do carnaval de 2024 e, também, para elogiar a obra: “Eu, particularmente, acho que é um baita samba. Tenho, na minha consciência, que preciso trabalhar muito mais com esse samba porque quem gravou o samba na eliminatória foi o Bruno Ribas, no tom dele. No ano passado, o Rosas perdeu um décimo em samba-enredo, segundo o jurado, porque eu cantava alto pela canção, me preocupou o samba ser alto: não é se o samba é bom ou ruim, é se o samba cabe para ser cantado por todos. Não esperávamos por isso. Gosto, cada um tem o seu, mas nós vamos trabalhar triplicado. Vou fazer o meu trabalho: vou me afogar no samba, ouvir o povo, se tiver que mexer no tom eu vou mexer”, prometeu.

Elogiados celebram a ‘Bateria com Identidade’

Os responsáveis pela bem quista obra fizeram questão de realçar o quanto os ritmistas são importantes para o resultado final. Aquiles da Vila, um dos compositores da obra, foi um deles: “Quando a gente fala de Rosas de Ouro, temos uma identidade com a escola há muitos anos – e acho que uma das marcas da escola é a identidade da bateria. A bateria bem pra frente, cheia de recursos… a gente sempre pensa nisso na hora de fazer um samba. Muitas pessoas imaginam mais uma reflexão sobre o jogo, mas é algo que vai muito além, vai nas relações humanas. É um samba que tem bastante energia para o horário que vai desfilar a escola, é um samba com bastante força e vai levar a comunidade que já canta demais para mais um grande desfile”, comentou.

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Compositores do samba

Ricardo Rigolon, o Chanel, arranjador da canção, aproveitou para destacar que também é integrante da comunidade: “Eu também destilo no Rosas há alguns anos. Acho que o diferencial é que, aqui, a gente tem um pouco mais de liberdade para solar junto com a parte rítmica. Dobrando caixa, dobrando tamborim, dobrando surdo, essas coisas. Dá bem mais trabalho, mas acho que fica uma faixa diferente. Pelo menos em relação as que eu estou colaborando, acaba ficando uma faixa diferente das demais por causa dessa relação, dessa conversa entre cordas e a percussão, essa distribuição toda especial. Não é que as outras não tem, mas é uma característica do Rosas umas bossas mais extensas, mais longas. É algo mais difícil. Você acaba tendo que pensar diferente ou toca: ou faz junto ou tira a mão. Nas demais a gente ataca junto, faz junto. Essa é a ideia”, frisou.

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Ricardo Rigolon, o Chanel, arranjador do samba de 2025

Elogiado traz lembranças

Comandante da “Bateria com identidade”, mestre Rafael Oliveira, o Rafa, aproveitou para destacar que há uma grande mudança nos comandados para 2025: “Nós, da ‘Bateria Com Identidade’, tivemos uma proposta diferente nesse ano. Colocamos a bola no chão, revimos algumas coisas e estamos trabalhando mais tranquilo referente às bossas: elas estão com menos compasso e menos difíceis, mais fácil para as pessoas assimilarem. Para a gente está sendo um desafio porque estávamos desde 2015 fazendo muita bossa complexa, mas chegou a hora de colocarmos a bola no chão e pensar mais no componente que cante e evolui, no cantor e na ala musical. Deixamos um campo bem livre e um solo bem tranquilo para o Carlão cantar. Tem bastante bossa, mas é tudo muito tranquilo, dentro da melodia. Não tem nada muito quebrado, não tem um pelinho ou centavo quebrado. Já temos três bossas, queremos mais uma ou duas para, quando começarmos a largar, abrilhantar e dar aquele espetáculo que gostamos de fazer, para tirar uma onda. O samba foi feito para o Carlão, pensado para a bateria tocar. Estamos trabalhando”, afirmou, depois de dizer que o andamento da bateria estará entre 144 e 146 BPM (batidas por minuto).

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Mestre Rafa

Novamente, trazendo recordações de outros carnavais, Rafa escancara o processo de autocrítica pelo qual toda a agremiação passa: “É um trabalho desafiador desde 2019. A escola não tem conquistado uma posição satisfatória, uma que almejamos. Já começa por aí: temos que trabalhar isso, correr atrás de uma colocação melhor. Esse é o primeiro desafio. O trabalho está sendo diferente esse ano porque está todo mundo junto e envolvido, em todos os setores, para alcançarmos um melhor resultado. Trocamos carnavalesco, diretrizes… o modo de trabalhar está sendo mudado. Estamos empenhados em sair da zona de rebaixamento já tem algum tempo, isso não é legal para a história da nossa escola. Isso também não condiz com alguns resultados que a gente teve. Não concordamos, mas continuamos trabalhando e não somos uma escola que fica culpando jurado A, B ou C. Se eles anotam, tentamos melhor nesse sentido. Estamos trabalhando e nosso intuito maior é tirar a escola dessa zona de rebaixamento. A voz do povo é a voz de Deus e muitas pessoas falam que não esperam as colocações do Rosas de Ouro. Não sei o que está acontecendo, os jurados veem assim… enfim. Não concordamos com muitas coisas, trabalhamos em cima das justificativas. A cara da escola já está sendo mudada, com uma plástica muito bacana de fantasias cheias de luxo e que há anos não tínhamos, alegorias muito legais. Vamos continuar trabalhando e lutar para obterum bom resultado. Não falo de campeonato. Pés no chão, para que a gente volte a estar lá em cima, no topo, brigando com as grandonas”, vislumbrou.

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Mais referências, mais autocrítica

Quem também fez uma viagem ao passado para falar do carnaval 2025 do Rosas foi Aquiles da Vila, histórico compositor da instituição: “Eu venci sete vezes no Rosas de Ouro, é a escola que eu concorri sete vezes e venci sete vezes. Começou em 2009, na ‘era Jorge Freitas’, vamos chamar assim. Fomos campeões lá em 2010 com o cacau, o último título da escola. E, depois pegamos os carnavais do André Machado – em 2017, 2018 e 2020. E, agora, esse, com a nova proposta da escola. As pessoas sempre ligam o nosso nome com a escola, mas a gente tem esses intervalos, esses hiatos grandes. Sempre a volta para a escola, o último samba que a gente fez, foi lá em 2020. Estamos falando em cinco carnavais. É sempre uma volta, é sempre um retorno. É uma volta triunfal. A gente conseguiu atender a expectativa da nossa comunidade, que cobra mais da gente pelo histórico. É uma volta espetacular e vamos junto até a última linha amarela”, prometeu.

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Já Carlos Juniors enveredou pela linha da autocrítica: “Em uma gravação, a técnica é mais importante. Mas isso não quer dizer que eu tenha essa técnica, que eu consiga controlar o meu emocional ao ponto de deixar a gravação perfeita tecnicamente. Você nunca sabe se você, cantando tecnicamente, vai agradar a todos – ou vice-versa”, refletiu.

Preferências

Alguns entrevistados foram instigados a falar sobre o que mais gostam na canção. Carlão destacou um dos momentos de maior explosão na faixa: “Principalmente na parte de letra, o samba tem muitos momentos motivacionais. O refrão, por exemplo, fala que ‘o medo de perder não pode superar a gana de vencer’… isso é muito motivador”, comentou.

Já para Chanel, a bateria brilha na gravação: “O mais especial da faixa é a construção dos arranjos da batucada, que sempre vem com essa proposta e que já é a identidade da escola. Pode esperar que a batucada sempre vai vir danada bem cheia de bossas. A rapaziada vai gostar”, afirmou.

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Destacando a participação de muitos na comunidade, Dante falou da empatia que o Rosas trará ao torcedor: “A gente procurou trazer o máximo permitido pela Liga-SP. Com a rotação entre coral e ritmistas, a gente está realmente no limite aqui. O nosso critério foi ser o mais democrático possível. A gente procurou trazer representação de todas as alas, todos os segmentos da escola. Cada ala tem um representante, cada segmento da escola tem um representante. A gente quis que toda a nossa escola estivesse representado nessa gravação. Quem for assistir vai encontrar o chefe da ala um, da ala dois, da ala três, da ala quatro… vai encontrar o diretor de Harmonia, o diretor de Alegoria, o diretor de Carnaval, o pessoal do projeto social – que é uma marca muito forte nossa. A gente procurou, realmente, ter essa representatividade da escola como um todo dentro desse coral, dentro da nossa gravação para que cada componente da Rosas de Ouro se veja e se sinta representado na faixa”, buscou.

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Evandro Souza

Evandro falou como gestor: “A gente vem dentro do que a Liga-SP pediu em relação ao coral e tudo mais. A gente está trazendo as pessoas que estão trabalhando com a gente desde o lançamento do enredo. Optamos pelas lideranças da escola para a gente não, de repente, favorecer algum componente ou outro, para ficar uma coisa igual para todo mundo. Todo mundo tem a oportunidade de vir aqui e contribuir com a escola”, ponderou.

Por fim, Carlão elogiou ao modelo proposto pela Liga-SP: “Desde os primórdios da música, tem que ter o ensaio: é necessário ensaiar para fazer uma gravação – que, nesse caso, seria ao vivo. No estúdio, você monta o time com profissionais habilidosos e vai fazendo as coberturas, com as guias e o maestro direcionando tudo. Em uma escola de samba, é tudo muito diferente. Esse formato não é uma novidade, e os intérpretes têm que se virar em relação às bossas, para que elas encaixem certinho nas métricas. Um projeto audiovisual não é um CD ao vivo: é um conceito moderno, com cantor aparecendo, roupagem, entrosamento de canto e ritmo, alinhamento visual com o áudio. A diferença é essa”, finalizou.

Unidos de Bangu exalta Aldeia Maracanã na gravação do samba-enredo no álbum da Liga-RJ para o Carnaval 2025

A Unidos de Bangu gravou oficialmente o samba-enredo para o álbum da Liga-RJ, no estúdio, em Marechal Hermes. Com o enredo “Maraka’Anandê – Resistência ancestral”, desenvolvido pelos artistas Raphael Torres e Alexandre Rangel, sobre a história e a resistência da Universidade Indígena Aldeia Maracanã, a equipe de reportagem do CARNAVALESCO esteve presente na gravação.

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Igor Vianna encabeça o carro de som da escola pelo segundo ano consecutivo. Ele revelou qual é o sentimento de gravar o samba-enredo, devido a sua história com a vermelho e branco.

“Cada ano são novas emoções e grandes expectativos. É uma felicidade imensa estar representando o pavilhão mais antigo da Zona Oeste. A Unidos de Bangu possui um lugar cativo no meu coração, pois ajudei a compor o samba de quando a escola voltou a desfilar em 2013. E depois realizei uma breve passada para voltar em 2020, mas fui passear e voltei, de novo, em 2024 para me manter no próximo ano”.

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Intérprete Igor Vianna. Fotos: Gabriel de Souza/CARNAVALSCO

O enredo exalta a cultura e a luta da Aldeia Maracanã em um cenário urbano. Desse modo, Leandro Augusto, presidente da Unidos de Bangu, compareceu ao estúdio e falou sobre a importância de levar essa narrativa para a Avenida.

“É um enredo que precisava ser feito. É a primeira aldeia urbana do Rio de Janeiro e sofre uma covardia com o poder público. A Bangu está brigando pelo povo indígena e pela cultura do nosso país. Eu estou apaixonado pelo samba-enredo”.

Reforço da luta pelo território

O mestre de bateria, Laion, comanda a “Caldeirão da Zona Oeste” pela terceira vez consecutiva. No carnaval passado, ele gabaritou o quesito, para manter a continuidade no trabalho, Laion comentou como foi a gravação.

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Mestre Laion

“É uma sensação imemorável e de muita felicidade. É uma temática que já trabalhei, ou seja, o tema indígena. A Bangu, neste carnaval, vem em defesa dos povos originários em sentirem ameaçados, principalmente, com a questão da perda do lar. O nosso samba vem reforçando isso. Eu me sinto muito orgulhoso, pois acredito que a comunidade irá gostar”.

O samba-enredo é composto por Junior Fionda, Romeu d’Malandro, Jonas Marques, Junior Falcão, Fábio Bueno, Juca, JV Albuquerque, Gulle, Edu Casa Leme, Jorginho Via 13 e Marcelinho Santos. A letra pontua a luta da Aldeia pelo direito à terra e ao não despejo das forças públicas. Desse modo, Laion nos conta qual foi a construção da melodia para acompanhar a parte lírica.

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“Não utilizamos nenhum instrumento específico na gravação, mas na Avenida teremos. A parte da bossa, musicalmente falando, joga em uma temática indígena”, contou Laion.

Em 2025, a Unidos de Bangu irá se apresentar no sábado de Carnaval, segundo dia de desfiles da Série Ouro, sendo a quarta escola a cruzar a Marquês de Sapucaí.

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Vigário Geral realiza primeiro ensaio de rua nesta quinta

A Acadêmicos de Vigário Geral realizará seu primeiro ensaio de rua, nesta quinta-feira, 28 de novembro, na Praça Catolé do Rocha, em Vigário Geral. O ensaio marca o início da preparação para o Carnaval 2025, onde a escola levará para a Avenida o enredo “Ecos de um Vagalume”.

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primeiro ensaio vigario
Foto: Divulgação/Vigário Geral

O enredo faz uma homenagem ao jornalista Francisco Guimarães, que com suas crônicas, retratou o cotidiano da comunidade e do Rio de Janeiro com uma sensibilidade, abordando temas como a luta pela dignidade humana, as memórias afetivas das pessoas simples e a busca constante por justiça e liberdade. A concentração será no Bar do Bibil, localizado em frente à Praça, a partir das 19h.

Serviço
Primeiro ensaio de rua dos Acadêmicos de Vigário Geral
Quinta-feira, 28 de novembro, a partir das 19h
Praça Catolé do Rocha 4, Vigário Geral

Unidos de Bangu anuncia a chegada do novo 2º mestre-sala para o Carnaval 2025

A Unidos de Bangu anuncia a chegada de Leandrinho Silva como o novo 2º mestre-sala da escola para o Carnaval de 2025. Natural de Bangu e da comunidade, Leandrinho iniciou sua trajetória no samba através do projeto Manoel Dionísio e também fez parte da ala de passistas da própria Unidos de Bangu. Sua paixão pela dança o levou a outras grandes agremiações, como a Estrelinha da Mocidade e os Acadêmicos de Santa Cruz.

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Foto: Divulgação/Bangu

Com o retorno de Leandrinho à agremiação, agora como segundo mestre-sala e formando parceria com Cris Soares, a Unidos de Bangu segue valorizando e investindo nos talentos da casa, reforçando seu time e se preparando para o Carnaval de 2025, quando levará para a avenida a força e a resistência da Aldeia Maracanã.

Em Cima da Hora inicia inscrições para sua ala de comunidade

A Em Cima da Hora abriu inscrições para a sua ala de cmunidade para o Carnaval 2025. Os interessados deverão preencher as fichas disponibilizadas nas redes sociais da escola e efetuar o pagamento de uma taxa no valor de R$ 70 e atender ao requisito de presença obrigatória em todos os ensaios técnicos da escola. Os ensaios ocorrem semanalmente, às quartas-feiras, no Parque Madureira (Portão 2), com concentração às 19h30.

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Foto: Anaiara Gois/Divulgação Em Cima da Hora

Neste carnaval, a agremiação apresentará o enredo “Ópera dos terreiros – O canto do encanto da alma brasileira”, uma criação assinada pelo carnavalesco Rodrigo Almeida. A Em Cima da Hora será a sétima escola a desfilar na Série Ouro da Liga-RJ, no dia 28 de fevereiro de 2025, sexta-feira, na Marquês de Sapucaí.

Viradouro apresenta alguns figurinos do abre-alas e alegorias para o Carnaval 2025

Atual campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro, a Viradouro apresentou alguns figurinos do abre-alas e de alegorias para o Carnaval 2025. A escola, no ano que vem, terá o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, que será desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon.

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Sobô Nirê Mafá! Saudação para “Reis Malunguinho”. Uma entidade afro-indígena. Ora Caboclo, Ora Mestre, Ora Exu Trunqueiro. E assim a Unidos do Viradouro caminha forte rumo ao Carnaval 2025. Alegoria 04 “Matriarcas Ajuremadas” Venha fazer parte dessa história. Contato para vendas : Lu Altman – Tel 21 999914504 (whatsaap) Ficha Técnica Criação: Tarcisio Zanon Desenho de Figurino: Roberto Monteiro: Confecção : Atelier Alessandra Reis e equipe. Registro Fotográfico: Renata Xavier Direção de movimento: Marcio Moura Maquiagem: Christina Gall e equipe Iluminação: Leandro Lucas e JPC Iluminação Transporte: Edilson Mude Home Modelos: Pablo Jalles, Thais Timóteo, Naiara Gonçalves e Clara Xavier Lucas
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Sobô Nirê Mafá! Saudação para “ Reis Malunguinho”. Uma entidade afro-indígena. Ora Caboclo, Ora Mestre, Ora Exu Trunqueiro. E assim a Unidos do Viradouro caminha forte rumo ao Carnaval 2025. Abre-alas e Alegoria 02 “Espíritos Incandescentes” Venha fazer parte dessa história. Contato para vendas : Lu Altman – Tel 21 999914504 (whatsaap) Ficha Técnica Criação: Tarcisio Zanon Desenho de Figurino: Roberto Monteiro: Confecção : Atelier Alessandra Reis e equipe. Registro Fotográfico: Renata Xavier Direção de movimento: Marcio Moura Maquiagem: Christina Gall e equipe Iluminação: Leandro Lucas e JPC Iluminação Transporte: Edilson Mude Home Modelos: Pablo Jalles, Thais Timóteo, Naiara Gonçalves e Clara Xavier Lucas
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Sobô Nirê Mafá! Saudação para “Reis Malunguinho”. Uma entidade afro-indígena. Ora Caboclo, Ora Mestre, Ora Exu Trunqueiro. E assim a Unidos do Viradouro caminha forte rumo ao Carnaval 2025. Abre-alas e Alegoria 02 “Ancestrais do Fogo” Venha fazer parte dessa história. Contato para vendas : Lu Altman – Tel 21 999914504 (whatsaap) Ficha Técnica Criação: Tarcisio Zanon Desenho de Figurino: Roberto Monteiro: Confecção : Atelier Alessandra Reis e equipe. Registro Fotográfico: Renata Xavier Direção de movimento: Marcio Moura Maquiagem: Christina Gall e equipe Iluminação: Leandro Lucas e JPC Iluminação Transporte: Edilson Mude Home Modelos: Pablo Jalles, Thais Timóteo, Naiara Gonçalves e Clara Xavier Lucas
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Sobô Nirê Mafá! Saudação para “Reis Malunguinho”. Uma entidade afro-indígena . Ora Caboclo, Ora Mestre, Ora Exu Trunqueiro. E assim a Unidos do Viradouro caminha forte rumo ao Carnaval 2025. Alegoria 03 “Protetores da Mata” Venha fazer parte dessa história. Contato para vendas : Lu Altman – Tel 21 999914504 (whatsaap) Ficha Técnica Criação: Tarcisio Zanon Desenho de Figurino: Roberto Monteiro: Confecção : Atelier Alessandra Reis e equipe. Registro Fotográfico: Renata Xavier Direção de movimento: Marcio Moura Maquiagem: Christina Gall e equipe Iluminação: Leandro Lucas e JPC Iluminação Transporte: Edilson Mude Home Modelos: Pablo Jalles, Thais Timóteo, Naiara Gonçalves e Clara Xavier Lucas
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Sobô Nirê Mafá! Saudação para “Reis Malunguinho”. Uma entidade afro-indígena. Ora Caboclo, Ora Mestre, Ora Exu Trunqueiro. E assim a Unidos do Viradouro caminha forte rumo ao Carnaval 2025. Alegoria 05 “Oferendas para Malunguinho” Venha fazer parte dessa história. Contato para vendas : Lu Altman – Tel 21 999914504 (whatsaap) Ficha Técnica Criação: Tarcisio Zanon Desenho de Figurino: Roberto Monteiro: Confecção : Atelier Alessandra Reis e equipe. Registro Fotográfico: Renata Xavier Direção de movimento: Marcio Moura Maquiagem: Christina Gall e equipe Iluminação: Leandro Lucas e JPC Iluminação Transporte: Edilson Mude Home Modelos: Pablo Jalles, Thais Timóteo, Naiara Gonçalves e Clara Xavier Lucas
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Sobô Nirê Mafá! Saudação para “Reis Malunguinho”. Uma entidade afro-indígena. Ora Caboclo, Ora Mestre, Ora Exu Trunqueiro. E assim a Unidos do Viradouro caminha forte rumo ao Carnaval 2025. Alegoria 06 “Festa e Reparação” Venha fazer parte dessa história. Contato para vendas : Lu Altman . Tel 21 999914504 (whatsaap) Ficha Técnica Criação: Tarcisio Zanon Desenho de Figurino: Roberto Monteiro: Confecção : Atelier Alessandra Reis e equipe. Registro Fotográfico: Renata Xavier Direção de movimento: Marcio Moura Maquiagem: Christina Gall e equipe Iluminação: Leandro Lucas e JPC Iluminação Transporte: Edilson Mude Home Modelos: Pablo Jalles, Thais Timóteo, Naiara Gonçalves e Clara Xavier Lucas

Vem aí a Academia do Samba! Salgueiro realiza primeiro ensaio de rua nesta quinta-feira

Com o desfile do Carnaval 2025 cada vez mais próximo, o GRES Acadêmicos do Salgueiro intensifica os preparativos e realiza, nesta quinta-feira, seu primeiro ensaio de rua. A partir das 20h, “os macumbeiros mandingueiros” salgueirenses tomam conta da Rua Maxwell, na altura do Tijolinho, para trabalhar canto e evolução.

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Foto: Anderson Borde/Divulgação Salgueiro

“Os ensaios de rua são fundamentais para que a gente garanta o melhor desempenho dentro de cada quesito. Temos uma comunidade bastante presente, e os primeiros ensaios dentro da quadra já mostraram a garra que o nosso componente sempre apresenta”, destacou o presidente André Vaz.

O ensaio reunirá todos os segmentos da escola, um dos momentos mais aguardados no aquecimento para o grande desfile. Para Igor Sorriso, intérprete que lidera o carro de som, a participação do público é um ponto alto.

“É muito bom sentir a energia e vibração do público. Eles são um termômetro para nós e um incentivo ainda maior para que a gente possa buscar a perfeição a cada semana”, afirmou Sorriso.

Em 2025, a Vermelho e Branco levará à Marquês de Sapucaí o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”, criado por Igor Ricardo e desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Silveira. A narrativa mergulha nas tradições místicas e espiritualistas que prometem proteger o corpo contra males físicos e espirituais, conectando influências africanas, europeias e indígenas da cultura brasileira.

O Acadêmicos do Salgueiro será a terceira escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval, 3 de março de 2025.

Serviço
Primeiro Ensaio de Rua do Salgueiro
Rua Maxwell, altura do Tijolinho
Quinta-feira, 28 de novembro
Local: 20h

Piano na introdução chama atenção na gravação do Águia de Ouro para o álbum oficial do Carnaval 2025

Com uma introdução ao som de piano e a força do canto da Vila Pompéia, o Águia de Ouro realizou no dia 8 de outubro, na Fábrica do Samba, sua gravação para o projeto audiovisual da Liga-SP para o álbum oficial dos sambas-enredo para o carnaval de São Paulo de 2025, lançado nesta semana nas principais plataformas digitais. A obra assinada pelos compositores Rapha SP, Marcus Boldrini e Marcelo Nunes fará parte do desfile da Azul e Branco, que será a primeira escola a desfilar no sábado pelo Grupo Especial com o enredo “Em Retalhos de cetim, a Águia de Ouro do jeito que a vida quer”, assinado pelo carnavalesco André Machado. Apostando em um samba carregado de referências a sucessos do sambista Benito Di Paula, que será homenageado pela escola no próximo carnaval, o Águia de Ouro contará com a emoção para conquistar o Sambódromo do Anhembi. A equipe do CARNAVALESCO conversou com diferentes lideranças da escola para conhecer detalhes da preparação para essa gravação.

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Foto: Igor Souza/Divulgação Liga-SP

Samba de um fã para o ídolo

Celebrando a primeira vitória em um concurso promovido pelo Águia de Ouro e fã de Benito di Paula, o compositor Raphael Sinopoli, o Rapha SP, falou sobre a importância da obra escolhida pela escola da Vila Pompéia para sua carreira.

“Esse samba para mim tem uma importância muito grande não só por ser o primeiro samba que eu componho para o Águia de Ouro, que é uma escola que eu sempre admirei bastante e sempre tive um carinho, mas nunca tive essa oportunidade de compor. Também é por falar de Benito di Paula, que é um artista que eu sou muito fã e eu vivo da música, sou músico, eu trabalho com isso, eu vivo disso. É um artista que desde criança sempre acompanhei o trabalho dele, sempre fui muito fã da música dele, das composições dele, da forma dele conduzir aquilo com o piano, o samba no piano. Poder fazer parte dessa homenagem para mim é uma coisa que vou levar para sempre na minha vida”, declarou.

Rapha SP acredita que as referências a obras que marcam a carreira de Benito di Paula podem ser o diferencial para o bom rendimento do samba do Águia de Ouro, gerando um sentimento de identificação da parte do público.

“Creio eu que ele vai causar um grande impacto não só pelo tamanho do artista que está sendo homenageado, mas também pelas obras que são de conhecimento nacional. As músicas dele são de conhecimento nacional e elas são citadas ali no samba, tem trecho das músicas. Creio que a maioria das pessoas que vão estar ali acompanhando ou que vão estar acompanhando pela televisão conhecem e vão se identificar com aquilo. Tem frase que emociona, tem frase que é para chorar, tem frase que é uma alegria maravilhosa. Ele mescla muito bem tudo isso, todas essas emoções. Ficou um samba muito bom, muito fácil de ser cantado e creio que vai ser muito bem executado pelo Água de Ouro na Avenida”, afirmou.

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O samba do Águia de Ouro para 2025 tem no refrão principal seu momento mais chamativo, mas para Rapha SP o começo da primeira parte do samba é o trecho que mais mexe com seu coração.

“O samba tem várias partes que eu gosto. Ele foi muito bem construído, tanto a letra quanto a melodia, foi tudo muito casado e muito bem pensado, mas uma parte que realmente me orgulha de ter feito é a cabeça do samba. O refrão do samba é maravilhoso, é uma explosão maravilhosa, mas a cabeça do samba eu acho que é um negócio que realmente mexe comigo e é uma das partes do samba que eu mais gosto, que é: ‘Retalhos de cetim dão vida e cor à inspiração. Já comprei surdo e tamborim pra me vestir de emoção. Moço, aumenta esse samba que o verso não para. Batuque mais forte, a tristeza se cala’. Essa parte, essa embalada do começo aí para mim é a minha parte preferida”, disse.

Assinatura do homenageado

O arranjador do samba para a faixa oficial do Águia de Ouro, Chanel Rigolon, explicou a estratégia adotada para a gravação. O artista teve uma preocupação especial em destacar a essência dos instrumentos que são assinatura de Benito di Paula em conversas com o músico Cristiano Gibi, que também participou das gravações de maneira especial.

“Como fala do Benito, uma lenda viva do nosso samba, a primeira coisa que a gente pensou foi no piano, em uma introdução que lembrasse alguma música dele. Nessa, conversei com o Gibi e mostrei para ele algumas ideias e teve um pedido: ‘faz junto com o cavaquinho’. Falei: ‘acho que é um especial só, uma homenagem para o Benito’, então no começo da introdução, na largada do samba, só tem o piano. A gente fez a introdução baseada em um trecho do samba que fala da parte do Benito, justamente uma parte menor, bonita, aí sim a gente foi distribuindo. Interessante que no refrão do meio também tem um acordeão, então o próprio Gibi, que gravou o piano, foi no refrão do meio e vai ficar intercalando entre o piano e o acordeão. Normalmente eu já tenho esse hábito de fazer os arranjos e as dobras junto com corda pensando também em batucada, então é como uma conversa. Muitas coisas eu vou fazer junto com o violão, outras coisas eu faço junto com bandolim, então vai virando uma conversa. De repente eu faço uma pergunta e outro instrumento responde, ou a percussão tocou de alguma maneira e eu respondi. Desde 2000, quando comecei a fazer arranjo e entrar no carnaval que eu venho fazendo esse tipo de pensamento diferente. Eu não sou do choro, mas gosto muito do choro e nele acontece muito isso. Você pega os arranjos do Pixinguinha, tem muita coisa que já é obrigação naquela frase. É que nem aqui, nessa parte menor em especial. Tem um trecho que a gente padronizou todo, a gente fez com todas as cordas. Fiz cavaco, bandolim e sete cordas, e o piano fazendo também, pensando em resposta da voz e pensando junto com a harmonia”, disse.

Chanel elogiou a confiança do Águia de Ouro em seu trabalho e citou algumas características que costuma aplicar em seus trabalhos como arranjador.

“Posso falar que, graças a Deus, o Águia tem um respeito enorme e confiança no trabalho. Eles deixam à vontade mesmo, então dificilmente alguma coisa que vou sugerir é cortada. Essa confiança, essa troca, já não é o primeiro ano. Eu já faço há muito tempo no Águia também, então se tem uma coisa pra falar é isso. Esse respeito mesmo, esse carinho, esse cuidado, respeitando cada um. A mesma coisa do Douglinhas, a gente já pensa no grito, ou seja, você vai na introdução pensando no grito de guerra. ‘Essa é aquela parte onde o Douglinhas tem que dar o grito, é a parte em que ele vai brilhar’. ‘Nessa parte aqui a batucada vai’. Tudo é meio pensado. ‘A faixa tem 5 minutos e 35 segundos, então vamos fazer isso de introdução, vamos fazer isso aqui’. Tem essa questão dessa organização, mas sempre perguntando para eles, eu nunca defino nada. Normalmente não mexem, mas eu sempre mostro. Faço questão de mostrar”, declarou.

Comunidade presente de corpo e alma

A diretora de carnaval Jacqueline Meira, que acompanhou a equipe do Águia de Ouro nos trabalhos orgulhosa da apaixonada comunidade da Vila Pompéia, falou sobre o que o mundo do samba pode esperar da faixa da escola para o álbum oficial do carnaval de 2025.

“O pessoal está empenhado em fazer uma belíssima apresentação. O pessoal está muito feliz com o nosso enredo, e o Águia de Ouro é uma escola que canta muito, graças a Deus. A galera vai fazer um lindo show para vocês”, declarou.

São as pessoas que fazem a diferença no sucesso de uma escola de samba, e a comunidade do Águia de Ouro se fez presente na gravação. Jacque celebrou a presença do povo da Vila Pompéia ao falar das pessoas que fizeram parte dos trabalhos da escola.

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Diretora de carnaval Jacqueline Meira

“Hoje nós estamos com a nossa comunidade na gravação. Temos a nossa rainha, Renata Spallicci, mas hoje é a comunidade. É uma festa, uma celebração da comunidade de ter voltado o audiovisual, todo mundo está feliz. É só a comunidade mesmo”, afirmou.

Mesmo fazendo parte da comunidade da escola desde a infância, para a diretora cada etapa do ciclo carnavalesco sempre é especial. Questionada sobre o sentimento de estar presente no processo de gravação da faixa oficial, Jacque fez uma verdadeira declaração de amor ao Águia de Ouro.

“Falar de Águia de Ouro, mostrar o Águia de Ouro, para mim é uma das coisas mais importantes. Estou muito feliz, amo muito minha escola e sou muito grata aos meus componentes, que são os nossos maiores tesouros. Fico muito honrada sempre que posso mostrar o Águia, vestir o Águia, falar de Águia e cantar Águia”, disse.

Sambas de homenagem tendem a ser emocionantes, e para celebrar Benito di Paula o Águia de Ouro traz uma obra carregada desse sentimento. Para Jacque Meira, definir uma parte que mexe mais com o coração é desafiador.

“Os refrões são muito marcantes, são muito fortes. Mas se tratando de Benito di Paula, trazemos os versos com as obras dele, então fica difícil escolher uma parte do samba. E eu amo o samba demais. O samba é extremamente melódico, é bem bacana. Eu não consigo dizer mesmo qual a melhor parte do samba”, opinou.

Foco no resultado

O presidente do Águia de Ouro, Sidnei Carriuolo, também é o presidente da Liga-SP, e foi o idealizador do retorno das gravações do álbum oficial no formato ao vivo. O dirigente celebrou a realização dos trabalhos, que foram interrompidos em função da pandemia da Covid-19.

“Acho que são resgates que a gente tem que fazer. Tem que lembrar que a pandemia nos tirou muita coisa, a pandemia fez muito mal ao carnaval e ele está retomando. Isso é uma retomada legal, a gente está com bons olhos justamente por causa disso”, comemorou.

O presidente destacou a presença dos instrumentos que são assinatura dos trabalhos de Benito di Paula na composição da faixa oficial nos trabalhos do Águia de Ouro. “O que a gente vai fazendo é introduzir o piano. Vai ser o diferencial. Tem também uma sanfona, que a gente vai estar colocando na gravação. O importante é a gente gravar o samba bem para as pessoas assimilarem e aprenderem o samba, isso que é o mais importante”, disse.

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Sidnei tem como característica conhecida o pleno foco em todas as atividades relacionadas ao carnaval. Destacou seu trecho favorito do samba do Águia de Ouro, mas reforçou que a prioridade é obter o melhor resultado para que a comunidade se beneficie dele.

“O refrão porque também tem referência à música do Charlie Brown, que já está acostumada no ouvido das pessoas. O importante é você gravar o samba bem, que as pessoas consigam ouvir legal e possam cantar dentro daquilo que é realmente a obra”, declarou.

Homenagem ao ídolo nas vozes de lendas

Vida e obra do sambista do Rio de Janeiro radicado em São Paulo Benito di Paula terão o clamor na Avenida comandado pelas vozes do paulista Douglinhas Aguiar e do fluminense Serginho do Porto, nomes também históricos do samba brasileiro. Os cantores falaram da preparação que fizeram para realizar a gravação da faixa oficial do Águia de Ouro.

“A gente fez uma preparação espiritual. Normalmente faço uma mentalização grande do que vai acontecer. Eu imagino, mais ou menos, a cena de como a gente vai estar gravando, o que a gente vai falar, o que a gente vai fazer, e a gente tem vibrações positivas para chegar e fazer o melhor trabalho possível”, declarou Douglinhas.

“Acho que a nossa energia positiva transforma tudo isso, e a maior preparação para que a gente faça esse desenvolvimento maravilhoso é descansar. É a gente estar com a mente bem positiva, sabendo que o nosso samba é maravilhoso, que a escola tem um carnaval para 2025 maravilhoso para pôr na Avenida, então, isso tudo mexe com a gente”, afirmou Serginho.

Para Douglinhas, técnica e emoção se fazem necessário pelo fato de o samba-enredo ser um gênero musical diferenciado.

“Não, é tudo junto. Samba-enredo é uma modalidade muito difícil, acho que é a modalidade mais difícil de ser cantada, de verdade. Sempre falo o seguinte: samba enredo é uma maratona corrida na velocidade de 100 metros rasos, ou seja, é extenso e toda a passagem é ali, é no gás. O sambista é um maratonista rápido.”

Douglinhas e Serginho exaltam o fato de Benito di Paula poder receber tamanha celebração em vida. Os veteranos intérpretes demonstraram grande admiração pelo homenageado ao falarem do sentimento de darem voz ao samba do Águia de Ouro na gravação oficial.

“A emoção grande porque o Benito está vivo. Todas as homenagens que as pessoas fazem, normalmente a pessoa já não está mais aqui e o Benito não. Ele vai estar aqui, vai estar desfilando com a gente, e o samba foi feito na primeira pessoa, é como se o Benito estivesse cantando. É uma emoção muito grande”, afirmou Douglinhas.

“São flores em vida, e essa é uma homenagem inédita. É a primeira vez que o Benito di Paula é enredo, tanto no Rio quanto São Paulo ou em qualquer outra parte do Brasil. Essa homenagem em vida para ele está sendo maravilhosa para todos nós do Águia de Ouro. Meu ídolo, como é ídolo também do Douglinhas. A gente cresceu ouvindo o Benito di Paula juntamente com todos os nossos familiares. Vai ser emocionante não só para o Benito como para toda a escola”, disse Serginho.

Entre o refrão e a cabeça do samba, os intérpretes apontaram diferentes partes da obra do Águia de Ouro para 2025 como as que mais mexem com seus corações.

“Para mim esse samba é maravilhoso, mas eu acho que todas as partes são muito boas. Mas o refrão, acho que já está na boca de todo mundo. É muito fácil, é bonito”, afirmou Douglinhas.

“Eu gosto muito da abertura do samba porque descreve um pouco do Benito. Aquele Benito que desceu a serra e foi para a Tijuca, para o Morro da Formiga e depois veio para a terra da garoa e tomou esse caminho todo grande. ‘Retalhos de cetim, dão vida e cor à inspiração. Já comprei surdo e tamborim para me vestir de emoção’. É muito forte”, opinou Serginho.

Estratégias da bateria de mestre Juca

Comandante de longa data da “Batucada da Pompeia”, mestre Juca falou sobre o plano elaborado para andamento e bossas no samba do Águia de Ouro para a gravação oficial.

“O andamento foi um 146 BPM. Acho que para a gravação, com essa levada de caixa, é o ideal. Todos os diretores, ritmistas, todos nós elaboramos as bossas. A gente fez lá um apagão no começo, na cabeça do samba, e a gente tem também, que a gente vai levar para a avenida, um forró na parte do samba que fala do Luiz Gonzaga”, disse.

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Mestre Juca é quase que sinônimo de Águia de Ouro. É um dos integrantes mais longevos da história da escola, sendo mestre de bateria há mais de 30 anos. Para o artista, a confiança em seus ritmistas o permite realizar seu trabalho com tranquilidade.

“São muitos anos já à frente da bateria do Águia de Ouro, então eu me sinto tranquilo. A rapaziada sabe o que tem que fazer, então venho para cá tranquilo que eu sei que vai dar bom”, afirmou.

Independente Tricolor se destaca pela participação da comunidade na gravação do álbum oficial para o Carnaval 2025

A Independente Tricolor reuniu sua equipe no dia 7 de outubro para a gravação do projeto audiovisual da Liga-SP para o álbum oficial dos sambas-enredo do carnaval de São Paulo de 2025, lançado nesta semana nas principais plataformas digitais. O trabalho da escola se destacou pela qualidade técnica e comprometimento da comunidade presente no coral para clamar a obra assinada pelos compositores André Diniz, Evandro Bocão, Mirandinha Sambista, Rodrigo Peçanha, Fábio LS e o intérprete Chitão Martins. A Maior Família Tricolor do Brasil será a terceira agremiação a desfilar pelo Grupo de Acesso com o enredo “Gritos de Resistência”, assinado pelo carnavalesco André Marins.

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Buscando o retorno ao Grupo Especial após a queda em 2024, a Independente Tricolor renovou parte de sua diretoria e começa a colher os frutos. A técnica da ala musical aliada ao bom trato dos representantes da comunidade presentes no coral, que se sentiram parte do processo e cantaram de forma espontânea e animada o samba, mostram que a escola está levando a sério o principal objetivo para o ciclo do próximo ano. A equipe do site CARNAVALESCO conversou com diferentes lideranças dos segmentos da Independente para saber mais sobre a preparação realizada para a gravação.

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Foto: Igor Souza/Divulgação Liga-SP

Identidade Independente com essência carioca

Estreando na função de diretor musical, Digo Sá foi o encarregado pelos arranjos da faixa da Independente Tricolor. O diretor exaltou o comprometimento da comunidade ao longo dos ensaios e detalhou qual foi o plano elaborado para a execução musical da gravação do samba, que é assinado majoritariamente por compositores do Rio de Janeiro.

“Viemos com o arranjo pensando nas características da escola. A Independente todo ano tem uma característica de um samba que é polivalente, com as introduções que marcam, e procurei trazer isso sem mexer na essência da escola. A gente procurou manter essa essência de uma introdução bem melodiosa, pesada e do samba que veio do Rio de Janeiro, um samba bom que agradou muito a comunidade. Procurei deixar o samba mais com a essência do pessoal mesmo do Rio, sem mudar muito o arranjo. O samba já veio praticamente pronto, a gente trocou uma palavra ou outra. Em termos de cordas coloquei uns arranjos um pouco mais ousados, os ataques de cordas e os contratempos de cordas. E em relação aos instrumentos, a gente vai com o time da escola, que é o meu time de cordas. É meu primeiro ano, confio muito no meu time. Senti isso nos ensaios, o pessoal está bem determinado e a gente está muito focado em voltar para o grupo Especial do carnaval. Mantive muita essência, procurei não sair tanto, pensando na escola. Não polemizando, mas a gente vê muitos arranjadores que procuram deixar a marca deles, mas esquecem que a gente tem que trabalhar para a escola. Eu pensei nisso e falei: ‘eu vou trabalhar de uma forma que eu tenho que agradar a minha bateria, que eu tenho que agradar meus diretores, meu pessoal’. A essência foi essa”, explicou.

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Diretor musical, Digo Sá

Para o samba de 2025, a Independente optou por seguir uma abordagem mais conservadora, focando na identidade do gênero musical e sem adicionar instrumentos que não sejam os tradicionais.

“Priorizei muito as características de samba-enredo mesmo, com cavacos e violões, apenas isso. Como o samba pede um ato de resistência, preferi deixar a resistência do carnaval mesmo. Os cavacos na cara, violão na cara, os solos ali naqueles momentos e priorizando principalmente a escola. Evitei teclados, evitei sopros, o que eu quero é mostrar a resistência do carnaval”, afirmou Digo.

Um rebaixamento é sempre doloroso, mas a Independente está disposta a dar a volta por cima. O diretor demonstrou confiança com o trabalho realizado pela escola e afirma que o foco é na família tricolor.

“A Independente virá forte. Estamos com um samba bom, que agradou muito a comunidade e que é um ato de resistência. Tenho certeza que de a gente virá para um Carnaval muito bonito. A escola está trabalhando muito. Já nos primeiros dias a gente sentiu que a comunidade, pelo fato do que aconteceu em 2024, está um pouco ainda com o coração ferido, mas tem uma garra. Eu senti nesse meu primeiro ano que a escola tem muita garra e está com muita vontade de voltar para o Especial. A gente vai trabalhar só nisso, o samba vai ser para a escola. Não para mim, que sou o arranjador. Não para o mestre Cassiano, não para o Luiz, que é o diretor. O samba é para a escola e a gente vai trabalhar para isso”, concluiu.

Todos os setores representados na gravação

Outra novidade para a equipe da Independente, o diretor de carnaval Ronny Potolski comemorou o retorno das gravações ao vivo para o álbum oficial do carnaval de São Paulo ao falar das expectativas para o trabalho realizado.

“É um grande produto o samba ao vivo, ainda mais no formato que a Liga-SP está propondo. Voltando, principalmente no pós-pandemia, é mais um sinal de que o carnaval está firme e forte, e a Independente vem aí dando seu grito de independência”, declarou.

Ronny contou que a ideia ao montar a equipe que esteve presente na gravação da Independente Tricolor foi a de garantir que todos os componentes da escola se sentissem representados de alguma forma nos diferentes segmentos da gravação.

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Ronny Potolski, diretor de carnaval

“A gente apresentou uma ideia de todos os setores estarem representados pelo menos com algum componente. Lógico, não dá para vir a escola toda pela limitação física, mas todas as alas estão presentes. São chefes de alas de alguns componentes, trouxemos o casal oficial representando o quadro de casais, a comissão de frente está presente, musas e passistas também, baianas, harmonia, alegoria. São vários setores. Ala musical, é claro, bateria, vários setores que participaram dessa pré-produção nossa. A gente fez alguns ensaios anteriores à gravação, e hoje é transformar isso em um grande produto para o carnaval de São Paulo”, explicou.

O diretor citou os elementos do samba da Independente que mais lhe agradam. “É um samba que acho que tem nuances melódicas muito bonitas, mas a saída da segunda, depois do refrão de meio, que fala da causa praieira e dos pontos do candomblé, eu acho que é a parte que mais me toca por ser melodicamente bonito e de ter palavras de resistência cultural no meio da letra do samba. Tem uma parte histórica e também uma parte cultural muito legal”.

A relação do momento da escola com a situação do Brasil tem um significado especial para Ronny Potolski na missão de comandar a equipe da Independente Tricolor nos trabalhos da gravação do samba.

“Acho que para a escola é grito de resistência mesmo. A escola vem de um resultado de descenso, então é um enredo que tem a ver com ela, tem uma característica dela. O momento do país também pede isso, um grito de resistência em várias frentes da sociedade. Particularmente para mim, estar esse ano à frente da escola junto com a diretoria, liderando o projeto, é um desafio bem legal. Sempre difícil, mas acima de tudo prazeroso”, afirmou.

Foco na correção de erros e valorização da comunidade

Responsável direto pela preparação do coral da Independente, o diretor de harmonia Ulisses Ozzetti falou sobre as expectativas para a gravação da faixa da escola para o álbum oficial do carnaval de 2025.

“Eu espero que a nossa comunidade arrebente, que nós venhamos com esse propósito. Fizemos ensaios na quadra, durante três semanas, para o pessoal pegar bem o samba e para a gente fazer a gravação o mais rápido possível, porque a ideia não é ficar muito tempo gravando. A gente faz os ensaios já para isso, para quando chegar aqui já matar de uma vez. Espero que a escola faça uma gravação maravilhosa como faz os ensaios”, declarou.

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Ulisses Ozzetti, diretor de harmonia

Ulisses gosta do samba da Independente como um todo e valorizou as características da obra ao falar qual parte mais lhe agrada. “Acho que o samba inteiro conta uma história, o samba inteiro é legal e é um samba fácil. Ele não é um samba longo, não tem palavras difíceis. É um samba fácil que acaba virando um ‘chicletinho’, esse é o bom do nosso samba desse ano. Para o nosso trabalho de pista, de chão, facilitou muito e a gente já percebeu nesses ensaios de coral”, opinou.

A Independente Tricolor focou em consertar os erros cometidos no passado aliado às características da comunidade para reverter os resultados do carnaval de 2024, de acordo com o diretor.

“A escola já tem o pessoal da gente, já tem a nossa comunidade. Nós estamos só reforçando o trabalho em cima dos erros que a gente teve no último carnaval para melhorar, para consertar os erros e a comunidade vir com aquela alegria que vem sempre. Nossa comunidade tem uma pegada forte por ser oriunda de torcida. Já tem uma pegada, uma vontade diferente então a gente está usando isso”, afirmou.

Ulisses valorizou a oportunidade de mostrar ao mundo do samba os frutos do trabalho realizado ao falar do sentimento de participar das gravações do projeto audiovisual da Liga-SP para o carnaval de 2025.

“A importância para mim, por exemplo, é que é o primeiro passo. Você constrói um samba, você trabalha em cima do samba. Essa gravação, o audiovisual, é a primeira vez que a gente vai mostrar o nosso trabalho para fora. Essa é a importância para nós, é fazer um trabalho legal para mostrar para fora a força da nossa comunidade”, disse.

Amor ao samba na voz da emoção

Em seu segundo ano na Independente, o intérprete Chitão Martins falou sobre a preparação que fez para participar da gravação do samba que defenderá no Anhembi no próximo carnaval.

“Primeiro, o prazer é sempre nosso de estar falando com vocês. A preparação é a normal do dia a dia. A gente descansa bem, chega aqui e faz um bom aquecimento vocal, ainda mais hoje que está um ventinho gelado. A gente se prepara bem para estar com a voz bem aquecida para poder fazer um grande trabalho lá dentro”, disse.

Como a ideia do álbum oficial do carnaval de 2025 é passar a sensação de estar ouvindo o samba na Avenida, Chitão acredita que a abordagem tem que ser equivalente.

“Hoje como é uma gravação diferente, um lance ao vivo, eu procurei trazer a emoção como se fosse na Avenida mesmo. Procurei transmitir bastante emoção e alegria, que é a minha característica. Geralmente, quando é gravação no estúdio, a gente procura pôr um pouco mais de técnica e trazer a emoção na segunda parte do samba, para trazer aquela garra, mas aqui, um clima de ao vivo, a gente tentou trazer a emoção no samba inteiro”, explicou.

O intérprete exaltou a confiança da escola e o trabalho dos compositores ao falar sobre o sentimento de cantar o samba de 2025 na gravação do álbum oficial.

“Sentimento maravilhoso de paixão ao pavilhão e de amor ao samba, de amor à música. Graças a Deus, sempre consegui cantar na Avenida bons sambas e esse ano mais uma vez é um bom samba. Eu só tenho que ser grato à Independente por confiar no meu trabalho e grato aos compositores, apesar de eu estar assinando a obra também, mas grato aos compositores por me dar essa obra maravilhosa”, celebrou.

Para Chitão Martins, o trecho do samba que mais lhe chama atenção está na parte final da obra. “O samba todo é legal, mas aquela finalzinha ali do samba… ‘Jovem, olhar da esperança pintando a cara, na rua, favela a gente não para, pois o samba é revolução’, acho que isso é uma parte forte do samba”, opinou.

Valorizar a letra do samba é prioridade da bateria

Realizando a preparação da bateria “Ritmo Forte” para a gravação, o mestre Cassiano Andrade falou sobre a estratégia planejada de andamento do samba.

“A gente pretende colocar 146 bmp. Acho que é a nossa proposta para a escola, de um andamento um pouquinho mais para a frente do que a gente costuma fazer, mas está dentro ainda do que a gente já faz em ensaios. Vamos ver a energia, que às vezes pode ser um pouquinho mais para trás. Tudo depende de como começa, é só na hora de gravar que a gente vê o que tem de necessidade mesmo”, contou.

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Mestre Cassiano Andrade

Na visão do mestre, a prioridade da gravação está em destacar a letra do samba, o que o faz preferir uma abordagem mais simples quanto a aplicação de bossas no samba.

“Eu vou colocar uma bossa afro no refrão do meio que é ‘picotadinha’, bem legal, dentro da melodia do samba, na introdução e no final. A gravação valoriza mais a letra, não cabe encher de muitas bossas não. Uma bossa só está bom”, explicou.

Cassiano Andrade falou sobre o sentimento de comandar a “Ritmo Forte” em mais uma gravação para o álbum oficial do carnaval.

“O sentimento é mais que um dever cumprido. A gente imprimiu o que ensaiamos há tantos meses aí. É chegar e fazer o que tem que ser feito bem feito com o que está sendo ensaiado junto com a ala musical. A gente vai dar o nosso melhor para fazer uma boa gravação. Se Deus quiser, vai dar tudo certo”, concluiu.