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Resultado ‘Destaques do Ano’ – votação dos convidados

Personalidade do Ano

Compositor do Ano

Gestor do Ano

Destaque nas redes sociais

Fez a diferença em 2024

Ação de impacto

Influenciador

Influenciadora

Representatividade preta

Melhor Live de final de samba

Melhor divulgação de Enredo

Responsabilidade Social

Show na final de samba

Diretor de Carnaval

Diretor de Harmonia

Artista do Ano

Representatividade LGBTQIAPN+

Musa

Profissional de Barracão

Vídeos: rainhas de bateria do Grupo Especial nos desfiles na Cidade do Samba

Apenas Maria Mariá, da Imperatriz, e Sabrina Sato, da Vila Isabel, não estiveram presentes.

Samba do Milton Cunha estreia no Casarão do Firmino com o grupo ‘Puxadores do Samba’

Nesta sexta-feira, estreia no Casarão do Firmino, o Samba do Milton Cunha. O evento terá o grupo os “Puxadores do Samba” que é formado pelos intérpretes Tinga (Unidos de Vila Isabel), Bruno Ribas (Unidos de Padre Miguel), Marquinho Art Samba (Estação Primeira de Mangueira), Wantuir (Unidos do Porto da Pedra) e Serginho do Porto (Estácio de Sá). A bateria, comandada por Mestre Wesley, os passistas da APASB/ABAC, Thayane Milene, Luara, Thai, Aldione Senna, Karla Moreno, Gleyson Rodrigo, Pablo Jales, Amaury e Dhu Costa. A abertura fica por conta de Margarete Mendes e um convidado surpresa. Nos intervalos tem a DJ Nicolle Neumann. A entrada é colaborativa. Paga o quanto puder e paga se quiser. O Casarão fica na Rua da Relação, 19, na Lapa. Classificação: 18 anos. Mais informações: 21 99926-5295.

Foto: Divulgação

SERVIÇO

Samba do Miton Cunha com os ‘Puxadores do Samba’
DATA: 13 de dezembro – sexta-feira
LOCAL: Rua da Relação, 19, na Lapa
Horário: A partir das 18h.
ENTRADA COLABORATIVA
Classificação: 18 anos
Mais informações: 21 99926-5295

Governador define que apoio ao Grupo Especial entrará no orçamento anual do Estado

O governador Cláudio Castro anunciou, nesta quinta-feira, o maior investimento da história do Governo do Estado às escolas de samba do Grupo Especial. Serão destinados R$ 40 milhões para o espetáculo carnavalesco no Sambódromo. Parte deste recurso será utilizada também na operação do Sapucaí, em serviços como a iluminação, sonorização e a iluminação. Além de beneficiar os trabalhadores e artistas da cadeia produtiva da festividade, a iniciativa do governo estadual em incluir o Maior Espetáculo da Terra no orçamento público garantirá o sucesso de uma das grandes atrações turísticas do Rio, o Carnaval. De acordo com o governador, as escolas não precisarão mais esperar a definição de patrocínios via lei de incentivo.

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Foto: Marcelo Regua/Divulgação Governo do Estado RJ

“É um passo muito importante na relação poder público e Carnaval, algo que a gente nunca teve antes. Não é mais fatura política, esmola, ajuda ou penduricalho, agora passa a ser política pública. Não importa se o governante é de direita, de centro, de esquerda ou se ele gosta do Carnaval. O que importa é que isso é uma política pública do Rio de Janeiro. A grande mudança e novidade deste ano é essa profissionalização dessa relação”, disse o governador.

O anúncio do investimento ocorreu nesta manhã, no Palácio Guanabara, que também contou com a presença do presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Gabriel David.

“Ao investir no Carnaval, o poder público garante não só novos recursos para que as escolas de samba promovam apresentações ainda mais impactantes na Sapucaí, mas, principalmente, permite que elas sigam exercendo o seu papel social e cultural, além de movimentar a indústria criativa da folia, gerando emprego e renda. Isso sem falar no estímulo ao Turismo, que será ainda mais impulsionado com os três dias competitivos do Rio Carnaval 2025”, ressalta David.

O valor que será destinado às escolas tem origem nos recursos reservados às ações de “Fomento, Promoção e Desenvolvimento do Turismo no Estado do Rio de Janeiro”. Em 2025, a festa acontecerá nos dias 2, 3 e 4 de março, quando acontecem os desfiles do Grupo Especial. No dia 8/3, a celebração se encerra com Desfile das Campeãs.

Impacto econômico e capacitação em gestão

O acréscimo de mais um dia de desfiles trará impactos adicionais na economia fluminense. A organização do Carnaval estima um retorno financeiro de R$ 17,4 milhões na capital e um total de R$ 22,4 milhões em todo o estado, gerando emprego e renda a 16 mil trabalhadores, com uma massa salarial de R4 7,8 milhões.

Além da verba investida no desfile, os integrantes das escolas de samba do Grupo Especial vão ser beneficiados com uma capacitação de gestão do Carnaval. Por meio da Secretaria de Planejamento e Gestão, eles vão receber uma Capacitação para Prestação de Contas. O objetivo é dar mais transparência e cuidado com o dinheiro público.

Eugênio Leal sobre o samba da Portela para 2025: ‘Quem acredita na vida não deixa de amar’

Homenagear um compositor e cantor no carnaval sem citar as letras de suas músicas é uma tarefa rara e muito difícil. O grande público, muitas vezes fã do artista, normalmente espera cantar ou relembrar um pouco da obra dele na avenida. Neste caso falamos de Milton Nascimento, um dos gigantes da MPB. Há na memória coletiva uma infinidade de versos famosos que ele compôs ou cantou. Mas a proposta da Portela para este carnaval é fazer outro tipo de homenagem. O nome já diz: samba-enredo. A música deve ajudar a contar a história que está sendo mostrada. E a maneira encontrada pelos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga para celebrar Milton Nascimento não passa pelas músicas que marcaram sua trajetória.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

O enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento” é uma procissão do povo brasileiro partindo da Portela, em Madureira, até o interior de Minas Gerais – terra de Milton Nascimento. Neste caminho outras pessoas vão aderindo à jornada que vai desfilando a principal temática da obra de Milton, a vida do povo brasileiro. A história é dividida nas fases do dia – manhã, trade, noite, madrugada e o amanhecer. Cada faixa de tempo reflete um momento da obra do homenageado. Até que as pessoas o encontram ao amanhecer do dia seguinte para celebrá-lo.

O compositor Samir Trindade, que encabeça a parceria, falou ao podcast SAMBA LEAL que a proposta dos autores do samba era fazer um samba para Milton Nascimento e não “com ele”, ou seja: a Portela ofertando a sua própria arte sem “pegar carona” nas ideias de seu homenageado. Pode parecer uma posição presunçosa, ambiciosa, mas eles não compuseram uma música do “Clube da esquina” e sim um samba-enredo – coisa que conhecem bem – e dos bons.

Portela 2025: ouça a versão oficial do samba-enredo

Samir Trindade, Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira venceram uma disputa acirrada com outras obras maravilhosas. E têm mérito pra isso. Levantaram a quadra e emocionaram muita gente. É um samba-enredo em sua essência, de letra muito inteligente e original, embalada por melodia valente e bonita. A gravação inicial dos compositores deixa essa impressão clara. Infelizmente a versão oficial optou pela “excelência” técnica em detrimento da emoção; além de algumas mudanças melódicas que tiraram um pouco da essência interpretativa da procissão. Quem conhece o samba pela versão oficial do álbum da LIESA pode achar que ele é frio, sem impacto. Mas não o é. Ou não deveria parecer ser.

Os primeiros versos já apresentam, com beleza, o início da história. É a Portela “concentrada” para iniciar a caminhada: “Manhã / Alvorada das nossas lembranças / Peito aberto, carrego esperança / Do altar de São Sebastião / Estou onde a mãe do ouro me afaga / E fiel abraçado à Águia / Vou partir em procissão”. Logo na primeira palavra o samba deixa claro a ideia da divisão da história a partir das fases do dia ao gritar ‘Manhã!”. Em seguida já dá uma passada nos sentimentos que Milton causa nos seus fãs ao falar das lembranças e dizer que carrega esperança. São Sebastião (Oxosse), Mãe do ouro (Oxum) – padroeiros da escola – e a Águia são citados para contextualizar a Portela como ponto de partida.

Vídeos: apresentação da Portela na Cidade do Samba para o Carnaval 2025

E a letra parte para a procissão lembrando a fé, tema recorrente das músicas de Milton, das amizades (outra característica de sua vida) das pessoas cantando suas músicas… “Na fé, que faz do artista entidade / E sagrada as amizades / Ardem vozes, mil tambores…”. Para retomar as imagens da procissão e pontar a chegada de outro momento, a tarde: “Nas mãos, girassóis na travessia / Minh’alma em cantoria / Vem a tarde, vão-se as dores”. Versos que resgatam a magia que a música de Milton proporciona a quem as admira.

Chegamos então ao refrão central que mantém a narrativa da caminhada entremeada às imagens, sensações e sentimentos causados pela obra do homenageado: “Nessa estrada, é sonho, é poeira / Passa o trem azul, sigo em paz Feito Rio… só me leva / Pra Deus filho de Maria / Tantos mares em um cais”. O terceiro verso deste refrão é o único do samba que, para mim, tem uma quebra de fluidez. O “Pra Deus filho de Maria” me soa um pouco apertado na melodia.

E o samba parte para um lindo crescimento na “segunda”, onde já aborda o sucesso do “Clube da esquina”, que aproximou pessoas de vários lugares do Brasil. “E as raízes se juntaram / Na esquina uniram a nação Venceram as lutas que travavam /Pra ver Zumbi no céu da canção”. E chega a noite, período da ditadura militar, em que o artista vira “farol” para quem vivia na escuridão. “Noite apaga o arrebol / Num milagre ser farol / E continuar…” para chegar ao verso em que o samba mais se aproxima da aura de Milton: “Quem acredita na vida Não deixa de amar”, com direito a uma repetição para reforçar a ideia e valorizar a emoção.

Na estrofe seguinte vem a reabertura política. “Dorme a maldade após o temporal / Na bandeira a liberdade, vem Bituca triunfal” e chega o final da procissão, marcando a essência da Portela, ao lembrar de uma das suas referências musicais, Candeia – trazendo a escola ao nível do homenageado. “Cheguei com meu povo, mesmo sentimento
Onde Candeia é chama / Brilha Milton Nascimento”.

Galeria de fotos: apresentação da Portela na Cidade do Samba

E vem o refrão, de muita garra, colocando Milton como Oxalá, o preto-rei ou “anjo negro”, mas acima de tudo na condição de sol que marca o amanhecer, fim da linha, e guia a Portela em seu desfile. “Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar / Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar / Anjo negro é o Sol que faz a Portela cantar / Anjo negro é o Sol na minha Portela”.

É um refrão ousado por não terminar exatamente com um rima, mas com uma variação do verso anterior. Também muito marcado em repetições de versos ou palavras, o que pode ajudar no canto dos componentes. Mas é antes de tudo um refrão aguerrido, pra puxar os brios da escola. Desde que seja entendido desta forma pela própria agremiação.

O encerramento do carnaval 2025 tem tudo para ser emocionante. A Majestade do Samba celebrando o povo brasileiro através de um gênio da raça. Com um enredo muito interessante e um samba muito bonito e emotivo. Espero que seja um grande desfile.

Neguinho fala da decisão de não cantar mais no carnaval, projeta futuro e revela que gostaria de ser enredo

Uma das maiores vozes dos gêneros samba e samba-enredo vai parar de cantar na Sapucaí. Neguinho da Beija-Flor anunciou a sua aposentadoria do carro de som da Deusa da Passarela, aos 75 anos. 50 deles dedicados à escola de Nilópolis, onde cantou todos os 14 títulos. Em nova fase da carreira, ele seguirá cumprindo sua agenda de shows e levando o carnaval e o samba para o mundo. Ainda não há sucessor definido. Neguinho começou a cantar no bloco carnavalesco Leão de Iguaçu. Depois, se juntou ao Cordão da Bola Preta e logo foi descoberto e ingressou na escola de samba onde fez sua casa, sua família e seu chão.

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALESCO

Luiz Antônio Feliciano Marcondes foi Neguinho da Vala. Mas, não se contentou em catar rãs nos córregos e, nas asas de um Beija-Flor, voou para ganhar o mundo. Voz marcante do samba, tornou-se referência. Nascido na Baixada, hoje é o norte de quem inicia a carreira nos carros de som de escolas. Reverenciado no carnaval, é rei em Nilópolis. Pé quente, já chegou ganhando o título da elite do carnaval. Simplesmente, Neguinho da Beija-Flor. Em 2025, ele completará 50 anos de carreira e foi nas bodas de ouro, o momento escolhido para o adeus à avenida de tantas glórias. Neguinho contou ao CARNAVALESCO que já estava pensando na aposentadoria, ponderando seus compromissos e a agenda do carnaval.

“Isso começou há uns três, quatro anos atrás. Comecei a amadurecer essa ideia de que o tempo passa, e você tem que deixar a vez para a rapaziada que está chegando com todo o pique e gás. Então não vou ficar empatando, querendo a vez da rapaziada que quer chegar e ter seu lugar ao sol. Também tenho viajado muito, já não tenho o mesmo tempo de antes”.

Neguinho revelou que está morando em Portugal e precisa viajar muito. Por isso, ele deu início a uma série de últimas vezes para emocionar os sambistas. Gravou sua última faixa de samba-enredo pela Beija-Flor. Fez seu último ensaio de rua, no último dia 7 e terá seu último ensaio de quadra. Terá ainda o último ensaio técnico e o derradeiro último desfile. Mas, quem conhece a rotina da Deusa da Passarela, sabe que nenhuma dessas últimas vezes será tão difícil como foi para o Neguinho anunciar a despedida para o patrono, Anísio Abraão David.

“Eu realmente levei esses 3, 4 anos para tomar essa decisão porque eu não tinha coragem de chegar nele. O difícil foi chegar nele e dar essa notícia. Mas ele aceitou legal, perguntou quantos anos eu tinha. Falei 75. E ele disse que realmente, depois dos 70 é difícil. Mas ele me pediu para pensar, se não queria ficar mais um pouco. Eu disse que não era preciso. Eu sei que para ele foi difícil, mas ele aceitou”, revelou o cantor.

Para o presidente Almir Reis, a aposentadoria de Neguinho é um momento triste na perspectiva de fã. Assim como outras pessoas da escola, Almir conta que a notícia foi um choque.

“A admiração que eu sempre tive por ele desde novo e hoje, eu sendo o presidente e ver o Neguinho ir embora, estou muito triste. Não dá para explicar o que estou sentindo. Esse anúncio da saída do Neguinho foi um choque para todos nós. Estamos todos muito tristes, mas ao mesmo tempo, nos deixou com mais sangue nos olhos para fazer um grande desfile. O Neguinho entrou na escola com a Beija-Flor ganhando e vamos torcer para que ele saia, mais uma vez, levando um título”.

Alinhado ao discurso do presidente, o diretor de carnaval Marquinho Marino também pensa que o último desfile do grande intérprete vai fazer com que a comunidade busque o título na garra e no canto mais forte.

“Eu acho que é mais uma situação de emoção que vai ser difícil conter. A gente não tem como prever o que o coração do componente vai falar na hora. Mas eu acredito que essa emoção vai ser revertida para muita garra, para muita força e a gente vai trazer esse carnaval aí pela Beija-Flor, pelo presidente Almir que merece também, pelo trabalho que ele faz. Será pelo Neguinho e pelo nosso mestre Laila”.

Neguinho canta Laíla

O desfile de 2025 da Beija-Flor será marcado pela saudade. No enredo do carnavalesco João Vitor Araújo, “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os sambas”, a homenagem ao maior sambista do mundo, e no microfone, a maior referência de samba-enredo para cantar. Foi de Neguinho a autoria do samba que deu à Azul e Branca o primeiro título do carnaval. Que ele mesmo cantou, sob a coordenação de Laíla. O enredo era “Sonhar com rei dá leão”, do carnavalesco Joãosinho Trinta. Daquele ano, 1976, vieram mais dois títulos consecutivos (77 e 78). E Neguinho se acostumou a vencer ao lado de Laíla.

“A nossa convivência era maravilhosa. A gente brigava de vez em quando, mas a gente só briga com quem gosta. E o Laíla foi o principal incentivador da minha carreira, bem antes da Beja-Flor, no Cordão da Bola Preta, no Renascença… Foi meu primeiro produtor e quem me deu muita força para que eu não desistisse da carreira”.

Neguinho dos momentos inesquecíveis

Todo sambista tem um momento marcante com o Neguinho. E todo não-sambista sabe gritar “olha a Beija-Flor aí, gente”. Para Claudinho, lendário mestre-sala da escola de Nilópolis, é no grito de guerra que a comunidade entra no modo “rolo compressor”; que o carnaval se acostumou a ver.

“Neguinho é um ícone, uma entidade. O grito de guerra é marcante. A gente já entende que a escola tem que pulsar 220 por hora, tem que botar garra, determinação. Quando o Neguinho fala ‘olha Beija-Flor aí, gente’, todo mundo sabe que precisa dar o máximo porque o grito dele é o grito de direção, do caminho para chegar até a vitória”.

Ao ser questionado sobre um momento inesquecível dele mesmo, Neguinho volta no tempo. Ele lembra do primeiro carnaval, quando o cantor ainda podia disputar no concurso de samba-enredo, e cita Laíla como parte importante de sua trajetória de sucesso.

“Um momento inesquecível foi em ‘Ratos e Urubus, larguem minha fantasia’, tem também o primeiro campeonato no ‘Sonhar com o Rei dá Leão’. O Laíla foi muito importante na minha vitória no samba, na minha vitória da Beja-Flor”.

Quem não se lembra de 2009, quando Neguinho casou no sambódromo? Ele selou a união com Elaine Reis, antes do desfile da Beija-Flor. Ele ainda estava careca, se recuperando do tratamento de um câncer. A porta-bandeira Selminha Sorriso, outra gigante do carnaval, lembra dessa fase como algo inesquecível para ela.

“Tem uma imagem dele na quadra com uma bata, ela branca ou prata, e ele careca. E aí você fica pensando: esse negócio de câncer tem cura. Que bom que ele foi um dos escolhidos para ficar curado e continuar entre nós com esse com esse grito de guerra, que vai fazer muita falta para a gente durante muito tempo. Esse momento do ano que ele casou e que ele estava se curando do câncer é muito mágico”.

Com os olhos marejados, o presidente Almir Reis contou de quando ele criança. Tal como muitos meninos, ele contemplava os sambas cantados por Neguinho na sala de casa.

“Eu era muito novo, uns 11 anos. Lembro que no carnaval de 1979, eu ficava em casa assistindo o Neguinho pela televisão. Eu me encantava com ele cantando samba, cantava junto. Eu me lembro muito bem de uma parte do samba e eu achava aquilo magnífico. Eu olhava o Neguinho e ficava idolatrando, apaixonado”.

Neguinho do futuro

O homem de tantos sambas além dos enredos, embalou o carnaval com a música tema da TV Globo, empolgou as torcidas eternizando o domingo no Maracanã, e emocionou apaixonados com “Ângela” e tantas outras canções que marcaram gerações. Agora, Neguinho se dedicará aos palcos, dando adeus ao microfone principal de sua comunidade nilopolitana. Ele revelou que não pensa na sucessão, que deixou para a escola tratar do tema. A Beija-Flor, por sua vez, garante que não é a prioridade e que a direção firmou acordo para só pensar em um cantor depois do carnaval.

Para o futuro, Neguinho não esconde que gostaria de ser enredo: “Seria bom, seria legal”, ele disse. E aproveitou para brincar sobre a sua aposentadoria também dos palcos: “Eu vou ver se sobra aí mais uns 5, 10 anos. O carnaval toma muito tempo da gente e me impossibilita de algumas coisas. Eu vou ver se dou continuidade aos shows para garantir uma aposentadoria”, disse.

A despedida de Neguinho da Beija-Flor deixa uma marca no samba. Por outro lado, abre espaço para novas gerações que, seguirão se inspirando no legado imortal do artista. A Beija-Flor e o samba jamais serão os mesmos sem sua presença, mas sua história continuará a ser cantada e reverenciada. “O carnaval vai ter uma virada depois da aposentadoria do meu irmão Neguinho da Beija-Flor. Teremos agora outro momento do carnaval. Nos últimos anos, muitos grandes sambistas se foram. Mas o Neguinho não está indo para o plano espiritual. Ele está indo para voar para outras áreas, conhecer outras culturas, levar o carnaval do Brasil, sobretudo do Rio de Janeiro, a todos os cantos do mundo e, agora, com mais liberdade, com mais tranquilidade”, concluiu Selminha Sorriso.

Uma parte da história do carnaval se despede em 2025 para uma merecida aposentadoria da Sapucaí. O sambista chora de emoção, porque será cantado por ele o último samba-enredo na avenida. Quando a sirene tocar, a referência vai sair de cena para ficar nos bastidores guiando os caminhos de quem está por vir. Chora o público por saudade de sua voz. Chora a Beija-Flor por gratidão. Chora, cavaco.

‘O Tradicional e o Moderno na Dança do Mestre-Sala e da Porta-Bandeira’ estreia na Academia Brasileira de Artes Carnavalescas

Um dos casais de mestre-sala e porta-bandeira mais festejados do carnaval carioca, Rute Alves e Julinho Nascimento, estrelas da Sapucaí há mais de 20 anos, têm sua história contada e dançada por eles mesmos no espetáculo teatral “O Tradicional e o Moderno na Dança do Mestre-Sala e da Porta-Bandeira”. Idealizada por Luiz Antonio Pilar, com texto de Leonardo Bruno (dupla à frente do premiado musical “Leci Brandão – Na Palma da Mão”), a montagem estreia em 18 de dezembro na Academia Brasileira de Artes Carnavalescas (Abac), com entrada franca. A direção e coreografia são de Juliana Meziat.

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Foto: Divulgação

Desde 2018 na Unidos do Viradouro como primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho Nascimento e Rute Alves estão acostumados com as multidões da Sapucaí defendendo a bandeira da escola. Desta vez, eles vão estrear em um palco inédito, do teatro. Em cena, os artistas recordam suas trajetórias pessoais e profissionais dançando ao som de diferentes ritmos que fizeram parte de suas histórias na Zona Norte do Rio. Julinho vem de uma família de sambistas (o pai era compositor da Portela). Já na casa da Rute, a família era evangélica e o carnaval não era bem visto, mas essa vocação se desenvolve fora do mundo do samba e ela vai atrás do carnaval.

Permeado por músicas como “Bumbum Paticumbum Prugurundum”, “Maria Helena e Chiquinho” e “O Canto Livre de Angola”, o texto criado por Leonardo Bruno é fruto de longas conversas com o dois e da sua própria relação como jornalista que cobre o carnaval há 20 anos. “Tem a trajetória cronológica deles, mas especialmente o que eles sentiram. Qual foi a sensação de ganhar um título? Qual foi a sensação de ser dispensado por uma escola? As emoções que eles viveram foram muito importantes para nortear o roteiro”, diz o autor. “O bailado do casal de mestre-sala e porta-bandeira é uma tradição brasileira que deve ser valorizada e preservada”.

Ao lerem juntos o texto do espetáculo pela primeira vez, Julinho e Rute se emocionaram e viram um filme de suas vidas. “É algo inovador na minha vida. Penso que é um presente chegar aos 51 anos, vivendo esse momento de maturidade no carnaval, e, ao mesmo tempo, ser presenteado com algo novo tão grandioso”, conta Julinho, que teve sua estreia como mestre-sala aos 16 anos na Escola de Samba Tradição, dançando ao lado da madrinha Vilma Nascimento, história contada no espetáculo. Os figurinos e objetos cênicos criados por Rute vão acompanhando a história dos dois. “Vou levar para a cena o boneco que eu carreguei nas costas no desfile de 2012 pela Vila Isabel. Tenho ele guardado até hoje”, lembra a artista.

Depois das três apresentações (18, 20 e 21 de dezembro) na Academia Brasileira de Artes Carnavalescas (Abac), o espetáculo terá uma única apresentação na quadra da Unidos da Viradouro, em Niterói, no dia 27 de dezembro.

FICHA TÉCNICA
Texto/roteiro: Leonardo Bruno
Coreografia e Direção: Juliana Meziat
Elenco: Rute Alves e Julinho Nascimento
Atores Narrando em off: Verônica Bonfim e Milton Filho
Figurinos: Rute Alves
Cenários: Lorena Lima
Iluminação: Caio Maciel
Contrarregra: Feliphe Santos
Identidade Visual: Marquinho Passos
Idealização e Direção de Produção: Luiz Antonio Pilar
Realização: Lapilar Produções Artísticas Ltda.

SERVIÇO:
“O Tradicional e o Moderno na Dança do Mestre-Sala e da Porta-Bandeira”
Apresentações: dias 18 (quarta) e 20 (sexta) de dezembro, às 19h.
Dia 21 de dezembro (sábado), às 10h.
Local: Academia Brasileira de Artes Carnavalescas (Abac)
Endereço: Travessa do Ouvidor, 9 – Centro
Entrada franca.
Dia 27 de dezembro, às 18h.
Local: Quadra Unidos da Viradouro
Endereço: Av. do Contorno, 16 – Barreto, Niterói
Entrada franca.
Recomendação etária: Livre

União de Maricá realiza primeiro ensaio de rua na sexta-feira

Preparando-se para o Carnaval 2025, a União de Maricá fará o seu primeiro ensaio de rua na próxima sexta-feira, a partir das 20h, na Passarela do Samba Adélia Breve, localizada na Rua Abreu Rangel, no Centro. Em busca do inédito acesso ao Grupo Especial, a escola apresentará na Série Ouro o enredo “O cavalo de Santíssimo e a coroa do Seu 7”, desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira.

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Foto: Magaiver Fernandes/CARNAVALESCO

O presidente Juliano Oliveira convidou todos os moradores e amantes do samba a se unirem à União de Maricá neste momento de preparação. Ele destacou a importância do apoio popular para o sucesso da agremiação.

“No último desfile, mostramos a força da nossa comunidade e o brilho do nosso samba na Sapucaí. Isso só foi possível com o apoio incansável de cada maricaense. Para o próximo ano, estamos ainda mais determinados a conquistar o título e a tão sonhada vaga no Grupo Especial. Venham participar do nosso ensaio, sintam a energia da União de Maricá e ajudem a escrever mais um capítulo dessa história”, destacou Juliano.

Em 2025, a União de Maricá será a sexta escola a desfilar na sexta-feira, primeiro dia da Série Ouro, em 28 de fevereiro.

Mocidade faz parceria para fornecimento de água no barracão em ações especiais

A Mocidade Independente de Padre Miguel firmou uma importante parceria com a empresa Águas Purin, que será a água oficial da escola até o próximo carnaval. Pelo acordo, a empresa carioca, cuja fonte está localizada na reserva biológica de Silva Jardim, no Rio de Janeiro, fornecerá água para os profissionais do barracão e para ações especiais promovidas pela agremiação.

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Foto: Divulgação/Mocidade

Bryan Clem, diretor de marketing da verde e branco, ressaltou a relevância da parceria: “Essa é mais uma iniciativa que reforça nosso trabalho de licenciamento e amplia a atuação da marca da escola na rotina dos torcedores. Estamos felizes em contar com uma empresa que também se alinha aos pilares de sustentabilidade que defendemos em nosso manifesto pelo futuro da humanidade”.

A parceria também mira o futuro: a expectativa é de que, em breve, os torcedores possam adquirir a água oficial da Mocidade em mercados cariocas.

Marco Antônio, sócio do grupo Purin, celebrou o acordo e destacou sua importância para ambas as partes: “Estamos muito felizes com essa parceria. Sabemos da força do carnaval e da Mocidade no cenário cultural e no marketing. Esse acordo nos permitirá levar nossa água de qualidade a cada vez mais pessoas”.

A Águas Purin já é a fornecedora oficial de água dos estádios de Vasco e Botafogo, reforçando sua presença no Rio de Janeiro e seu compromisso com iniciativas relevantes no estado.

Unidos de Padre Miguel ensaia nesta sexta na Guilherme da Silveira

Nesta sexta-feira, o Boi Vermelho promete agitar as ruas de Padre Miguel com mais um ensaio de rua. Com concentração a partir das 21h, na Praça Guilherme da Silveira, a direção convoca toda comunidade e segmentos da UPM para mais um treino de harmonia.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

Com o enredo “EGBÉ IYÁ NASSÔ”, desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Louzada e Lucas Milato, o Boi Vermelho da Zona Oeste promete emocionar com um desfile que celebra a história afro-brasileira e o legado de Iyá Nassô. A escola será a primeira a desfilar no domingo de Carnaval em 2025.