Com o carnaval praticamente pronto desde o fim do ano passado, Paulo Barros não perde aquela tensão tradicional às vésperas do desfile. De volta à Viradouro, o artista com mais conquistas nos últimos anos, recebeu a reportagem do CARNAVALESCO para a série ‘Entrevistão’. Firme convicto nas respostas, reconhece falhas nas últimas comissões de frente que criou, acha os enredos com cunho político e social oportunistas e declara que não pretende deixar a Viradouro.
Muita gente tem dito que a Viradouro não disputa o rebaixamento. Você credita isso à sua chegada?
“As pessoas já creditaram quem é que desce? Você estão estão carecas de saber que desfile se ganha ou se perde na hora. Não tem essa história. O carnaval é dito pelo que você apresenta na avenida. Fui parar em 9º lugar no ano passado. Alguém acreditava? Tem muita Zora Ionara solta por aí”.
Seu desfile de 2004 completa 15 anos. Você mudou o patamar estético da festa?
“Eu não considero que eu tenha mudado absolutamente nada. Tenho convicção de que eu adquiri novos ensinamentos, tendo conhecimento. A vida nos traz exatamente isso, ir agregando ano após ano, coisas que deram errado e você vai acertando. Traduzo minha trajetória como um eterno aprendizado. Infeliz daquele que acha que sabe tudo. O carnaval é um processo realizado por uma equipe, que é esmiuçado durante o ano e se concretiza ali no dia”.
A existência do ‘fio condutor’ nos seus enredos virou tendência. Como surgiu?
“Eu nem sabia que eu tinha implantado essa característica de fio condutor. Sempre enxerguei em desfiles que acompanhei, o chamado fio. Não é o diferencial, mas as pessoas começaram a agregar isso a mim, pois é sempre um personagem. Eu não vejo isso como uma criação minha. Embora tenha se tornado uma constante em meus trabalhos. É uma ferramenta usada para justificar e pontuar bem o enredo. Fazemos isso para dar referência à história que será contada”.
Você é o único carnavalesco com a sala no térreo do barracão. Algum motivo especial?
“Eu estou ficando velho. Tive a oportunidade de usar esse espaço, que é morto para construção de carro alegórico. Essa sala já existia e construir carros aqui ficaria inviável. Aproveitei pois isso facilita a solução. No terceiro andar é um sobe e desce o tempo todo. A coisa fica mais tranquila”.
Já parou para pensar que pode ser o primeiro carnavalesco campeão por uma agremiação oriunda do Acesso?
“Quem não gostaria de exercer um feito dessa magnitude? Querendo ou não isso entra no currículo. Quem não gostaria de ter tirado a Portela do jejum? Mas o feito é dividido entre todos. Eu não vou mentir, é muito possível a gente ser campeão. Estamos indo para a avenida com igualdade de condições. Essa possibilidade que se cria da escola que sobe, desce, é pela estrutura que é muito mais difícil. A gente precisou colocar todos os carros praticamente no zero. Isso é um custo grande. E a Viradouro hoje tem estrutura para partir para uma disputa. Eu posso garantir que estamos dentro”.
Enredos críticos e sociais viraram uma tendência no carnaval?
“Eu não considero uma tendência. Foi algo que deu certo ano passado. Algumas escolas estão decidindo enredos dentro de um mesmo conceito, mas cada um é dono de seu nariz. Chegamos à conclusão aqui na Viradouro que precisávamos de uma estratégia de enredo. Fizemos um estudo de possibilidades e a que mais se adequou foi a que escolhemos. Por conta da minha plástica, das características da bateria. O modismo de enredo crítico e social eu vejo como um oportunismo. O povo gosta da lamúria e do sensacionalismo. Cada um tem um direito de fazer a sua escolha. Escolhemos outro caminho”.
Você concorda que suas comissões de frente não repercutiram nos últimos anos?
“A minha linha de frente será a comissão de frente. Tenho uma dedicação enorme com esse segmento. Minhas últimas comissões não deram certo? Não estou aqui para concordar ou discordar. Cada um tem direito a emitir sua opinião. Tive problemas sérios de entrosamento com os coreógrafos nos meus dois últimos trabalhos. Precisei substituir há poucos dias do desfile e isso obviamente tem um impacto. No ano passado, por exemplo, na Vila Isabel eu tive um problema técnico, o equipamento que fomos buscar não funcionou, no que diz respeito ao que ele deveria fazer e não fez. Precisei fazer adaptações e isso impactou o resultado final. Tive a felicidade de contar com o Alex Neoral, ele foi bastante guerreiro. Esse ano pela primeira vez eu tive praticamente um ano de trabalho. A comissão tem um trabalho totalmente seguro. Se ela vai surpreender é outra coisa. Essas coisas acontecem na hora. Minha ideia e meu olhar é de que promete grandes momentos em nosso desfile”.
Qual desfile derrotado você mais lamenta?
“Não me sinto derrotado em momento algum. Tenho boas lembranças de todos. O julgamento me amadureceu. Ele vai te colocar no lugar que ele quiser. Se eu tivesse que escolher o meu desfile preferido talvez fosse preciso arrancar algo de cada um e criar um super desfile”.
O Paulo Barros vai ficar na Viradouro pós desfile de 2019?
“Estou querendo ficar quieto em um lugar. Para você fazer um trabalho sólido você necessita no mínimo de três anos. Isso de ficar trocando de escola não é bom. Se eu pudesse ficaria um tempo maior nas agremiações. Quantos frutos a minha permanência na Unidos da Tijuca me trouxeram? Quando há a troca você tem que começar do zero e é muito ruim. Se eu pudesse escolher, escolheria ficar aqui. Minha última lembrança aqui não foi boa. Mas eu tenho inteligência suficiente para entender que o momento da escola é outro. A essência da Viradouro é que não mudou”.

A Liesa coloca à venda, nesta quarta-feira, 20 de fevereiro, a R$ 10 (meia entrada a R$ 5), os ingressos das arquibancadas populares dos setores 12 e 13 para os desfiles do Grupo Especial de 2019, domingo (3 de março) e segunda-feira (4 de março).
Boa notícia para quem acompanha de perto os desfiles da Intendente Magalhães. A Liesb (Liga das Escolas de Samba do Brasil) fechou acordo com a emissora MAX TV RIO, que vai transmitir os desfiles da escolas de samba do Grupo B este ano.
A Liesa realizou, na noite desta segunda-feira, o segundo curso de julgadores para os desfiles do Grupo Especial do Carnaval 2019. A relação sofreu uma alteração em relação ao que foi divulgado há uma semana: por razões particulares, a julgadora FABIANA SOBRAL solicitou dispensa no quesito EVOLUÇÃO, sendo substituída por LUCILA BEAUREPAIRE.
A raça da comunidade nilopolitana é algo bem conhecido por todos que acompanham ensaios e desfiles da azul e branca da Baixada Fluminense. No último domingo, diante da chuva torrencial que caiu na região metropolitana do Rio de Janeiro, essa garra e a vontade de vencer apareceram de novo. Enchendo a Avenida Mirandela com toda a sua pujança, a Beija-Flor não se deixou abater pelo temporal e realizou um grande ensaio.
A vermelho e branco de Niterói fez uma bela homenagem a Bibi Ferreira durante a concentração do ensaio técnico e pegou a todos de surpresa, ninguém esperava a singela lembrança para memória da grande cantora, que faleceu na última quarta feira, vítima de uma parada cardíaca aos 96 anos. Nem mesmo Tina Ferreira, filha única de Bibi, tinha ideia de que sua mãe iria ser lembrada e agraciada.
“Eu não esperava essa homenagem da Viradouro, eu soube hoje dessa homenagem, através do empresário da minha mãe. Nós recebemos a homenagem da Viradouro no velório da minha mãe, foi tão bonito, eles foram lá cantar o samba-enredo de 2003 e foi realmente emocionante. E hoje estou mais emocionada ainda, de estar aqui na Sapucaí, que eu estive junto com ela no desfile. É tão bonita a bandeira da Viradouro com o nome da minha mãe”.
“Eu estou muito cansada e esses dois dias foram muito complicados, mas eu disse eu viria. É o povo fazendo homenagem a minha mãe e minha mãe trabalhou para o povo”.
O intérprete Marquinho Art Samba, da Estação Primeira de Mangueira, foi solto na noite desta segunda-feira, após ser preso no fim do ensaio técnico da Verde e Rosa, no domingo, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. O cantor foi preso devido a falta de pagamento de pensão alimentícia.
O mestre de bateria Kito Ferreira anunciou durante entrevista com exclusividade ao site CARNAVALESCO sua saída do comando da Pulsação Nota Mil após o desfile de 2019. O comandante divide o posto principal da bateria com o Fábio Américo.
“Há três anos eu e Fábio precisávamos um do outro pra conduzir a Pulsação, é uma bateria de peso e a gente não tinha sido mestre de nenhum lugar. Optamos pelo
A ex-presidente do Salgueiro, Regina Celi, esteve presente no ensaio técnico da escola, na noite de sábado, no Sambódromo, e aproveitou para provocar a atual gestão da agremiação. “Foram nove anos tomando conta, administrando, fazendo bons carnavais, e agora vão ter que fazer carnavais melhores que os meus”, disse. O site CARNAVALESCO informou para atual gestão que o veículo está disponível para resposta, caso seja interesse da diretoria. Ouça abaixo o áudio de Regina Celi.