Rodeado de amigos na Colorado do Brás, mestre Acerola de Angola relembra a própria trajetória
Ao completar dez anos no comando de baterias na cidade de São Paulo, mestre Acerola de Angola ganhou um presente mais do que especial: logo no ano de estreia à frente da Ritmo Responsa, da Colorado do Brás, ele conquistou o acesso ao pelotão de elite do carnaval paulistano.
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Indo para o segundo ano na escola do Centro de São Paulo, o ritmista-mor da Ritmo Responsa concedeu uma entrevista exclusiva ao CARNAVALESCO falando sobre uma série de assuntos pertinentes à trajetória dele.
Como que veio o convite para chegar na Colorado do Brás – e, também, qual que é o balanço em relação ao trabalho no Grupo de Acesso I em 2024?
“O convite veio através do presidente Ká e de diretores da escola. Foi muito bom, eu assumi e, de prontidão, falei que estávamos juntos. Depois eu entendi como é que funcionava: a escola se parece muito comigo. É uma escola muito tranquila, muito de boa e eu sou muito de boa, muito tranquilo, muito alegre. Eles falam que é a escola mais feliz, é a escola mais alegre, a Colorado é alegre e eu sou muito alegre. Quem me conhece sabe que eu sou alegre, eu danço na avenida e tudo mais. É uma escola muito alegre, então parece muito comigo. Entre o carnaval de 2024 para o de 2025, a mudança foi mais difícil para mim porque eu entrei em uma escola em que eu não era daqui e a bateria não era completamente da agremiação – chegou bastante gente que gostava do meu trabalho e veio acompanhar. A escola que eu nasci, que eu fiz parte, vai desfilar logo em seguida da minha. Bastante gente que eu criei, então, não vaid esfilar comigo porque eu falei pra eles irem desfilar na outra agremiação. A gente teve um processo de agregar mais ritmistas novos, fazer a escolinha do zero, pegar mais ritmistas, pegar o pessoal que era antigo da escola, resgatar pessoas daqui. A gente está formando um trabalho e, no final, se Deus quiser, vai dar tudo certo”.
Você já mudou algumas coisas em relação ao trabalho do mestre Allan Meira. Para o ano que vem, o que muda? Como você pretende fazer para balancear a bateria da escola?
“A gente vai tocar Bahia – então, nesse ano, a escola vai ser um ano que a gente vai ter timbau na bateria, algo que não tinha no ano passado. Em 2024, a gente fez umas coisas mais voltadas para o Nordeste, mais pensando no xaxado, no Baião, no forró. Nesse ano, viremos mais para o afoxé, para o afro. É uma parada mais voltada só para a Bahia. Tem timbau, os repiques-mor vão fazer paradas que vão remeter à Bahia. Essa é a ideia de diferente que a gente tem. A gente tem uma bossa que usa o guiso – pra quem não conhece, é um instrumento que dá um brilho para a canção. Na parte que fala de magia, a gente dá uma magia toda especial. A gente pretende levar isso para a avenida”.
Já te vi em alguns eventos com o Léo do Cavaco. Como é a sua relação com ele e também com o restante do carro de som?
“Eu sou fã do Léo, ele é um cantor da nova geração igual eu, que sou um mestre da nova geração. Hoje a gente é realidade, mas ele é novo no processo e eu também sou novo no processo. A gente tem essa parada de ser novo e estar junto e falar que esse aqui é o momento das nossas vidas. A gente não pode perder, a gente vai entregar junto, a gente vai se abraçar e vai correr junto até o final. É maravilhoso o processo, não tem o que reclamar dele e da ala musical inteira. Essa ala é maravilhosa!”.
Qual o seu desfile inesquecível e por quê?
“O desfile inesquecível da minha vida foi o meu primeiro desfile. Não foi no Anhembi, foi no Butantã. Para quem não sabe, eu assumi a bateria do Barroca no Butantã, Faltando dois meses para o carnaval. Era meu sonho ser mestre de bateria da minha escola. Eu sou Colorado hoje, mas a minha escola é o Barroca. O meu desfile inesquecível foi esse porque foi muito difícil. A gente ralou! E o pessoal da escola falou que a gente só largaria isso aqui quando a gente estivesse no Especial. E o Barroca, hoje, é do Grupo Especial. O mestre de bateria de lá é meu irmão, para quem não sabe – e tem muita gente que sabe, mas é meu irmão de sangue. A gente esta no Especial, Graças a Deus eu voltei para o Especial e a gente desfila seguidamente. É até engraçado desfilar em seguida, primeiro eu desfilo na Colorado e depois vem o Barroca. E o meu desfile inesquecível foi esse de 2014 no Barroca, no Butantã, ainda na UESP”.
Quais são as suas principais referências enquanto mestre bateria porquê?
“Enquanto mestre de bateria, as principais referências são os meus amigos com quem eu cresci. Assumimos baterias quase ao mesmo tempo, eu falo que é a nossa geração de mestres. O Pelé, da Leandro de Itaquera, o Fernando Neninho, o Klemen… a gente virou mestre meio que com um ano ou outro de diferença, mas tudo ao mesmo tempo. E, é lógico, os mais velhos. O Sombra, o Zoinho e o Tadeu são todos meus amigos, a gente está sempre se falando, estamos direto juntos, fazendo churrasco, conversando. E tem os mais novos, que veio um pouquinho depois da gente – o Dennys, o Guma – eu fui diretor do Guma na Tucuruvi, pra quem não sabe. Todos eles são minhas referências. E, lógico, o maestro Neno, que é a nossa maior referência não só de mim, mas da maioria dos mestres. Foi o que ensinou muita coisa em concepção de bossa, de balanço, de swing. Foi o que mais ensinou a gente”.
Camarote Camisa 10 abre o Carnaval em parceria com a Approve com presença de personalidades do samba
O Camarote Camisa 10, reconhecido como um dos espaços mais exclusivos da Marquês de Sapucaí, deu início ao seu Carnaval com um evento de apresentação das camisas oficiais para a temporada, realizado na última quinta-feira, no VillageMall.
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As peças, assinadas pela marca Approve, são uma homenagem ao samba e ao espírito vibrante que define o Carnaval. Sempre autêntica em suas criações, a marca de roupas e acessórios streetwear foi escolhida para traduzir o que o espaço representa.
“Nosso objetivo é oferecer proporcionar uma vivência única, onde o samba é o protagonista. Essa parceria traz um toque especial de autenticidade para esse projeto que tanto amamos”, destacam Yuri Cruz e William Bottino, sócios-fundadores do camarote.
O evento foi conduzido com a energia inconfundível de Milton Cunha, um dos maiores embaixadores do samba. Sua presença trouxe um brilho especial à noite, conectando os convidados ao espírito vibrante do Carnaval.
“O Camarote Camisa 10 não é apenas um espaço no Carnaval, ele é uma verdadeira celebração do samba! Um lugar onde a energia da avenida se encontra com o conforto, onde a emoção toma conta de cada esquina e onde o samba, de fato, é o protagonista”, destacou.
A noite teve ainda apresentação da Unidos de Vila Isabel que colocou todos os convidados para entrar no clima do carnaval.
Entre os presentes, Capitão Guimarães, ex-presidente da Vila Isabel, chamou atenção como símbolo do legado do samba com as novas gerações do Carnaval. O evento reuniu ainda nomes como as ginastas Flávia Saraiva e Lorrane Oliveira, as cantoras Gabi Martins e Marvilla e Ivo Madoglio, da TV Globo. A musa da Vila Isabel, Luiza Caldi, também marcou presença, ao lado de personalidades como Daniel Trovejani, Matheus Crivella (Novinho), as Influenciadoras como Sarah Fonseca e Ana Carolina, e muito mais.
Com vista privilegiada para o Desfile das Escolas de Samba, localizado no setor 8, open bar de primeira linha, gastronomia premium e uma vista privilegiada para o coração da Sapucaí, o Camarote Camisa 10 não é apenas um espaço, mas uma experiência completa. É onde a tradição do samba encontra a sofisticação e onde o Carnaval se torna ainda mais vibrante.
Aí sim, Academia do Samba! Salgueiro demonstra garra dos componentes em ensaio de rua vibrante
O Salgueiro realizou mais um ensaio de rua na Maxwell, com a presença forte de seus componentes e sua comunidade na noite da última quinta-feira. A agremiação tijucana cantou bem forte, contando com apresentações bem corretas e empolgantes da comissão de frente de seu primeiro casal. A Academia do Samba vai levar a Sapucaí o enredo “Salgueiro de corpo fechado” sob o comando de Jorge Silveira, carnavalesco da escola, que será a terceira escola a desfilar no segundo dia de desfiles do Grupo Especial, na segunda-feira de carnaval. O próximo ensaio da escola ocorrerá na quinta-feira.
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Ao fim do ensaio, o presidente André Vaz falou ao CARNAVALESCO sobre o desempenho da escola.
“A cada dia é melhor, com a escola empolgando mais, cantando mais o samba, sentindo mais confiança e a crescente é para chegar na Marquês de Sapucaí dia 3 de fevereiro e conquistar esse campeonato tão sonhado”.
Comissão de frente
Comandada por Paulo Pinna, a comissão da Academia se apresentou com uma coreografia bem dinâmica e descritiva, retratando a letra do samba, com movimentos relacionados ao que estava sendo cantado como a risca no chão ao início e os gestual relacionado a Xangô durante a citação ao orixá na obra, terminando a apresentação com alguns componentes realizando a dança própria dos orixás representados como Oxum e Iansã. A comissão também teve o espaço de tripé demarcado por alguns membros da mesma.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Sidclei e Marcella fizeram uma apresentação bem tradicional da dança de mestre-sala e porta-bandeira. O bailado foi bem executado, com diversos giros mostrando bem o já conhecido entrosamento da dupla responsável pelo pavilhão salgueirense em mais uma apresentação na Maxwell.
Harmonia
Com a forte presença de sempre, os componentes do Salgueiro cantaram bem forte o samba de 2025 da escola, com muita constância e firmeza nos versos do samba, com todas as alas bem engajadas durante a passagem da escola. Igor Sorriso, e seu carro de som, guiou bem a comunidade durante mais este treino na rua.
Evolução
Durante a passagem pela Maxwell a agremiação veio forte e com uma evolução bem potente tanto dos componentes em alas normais quanto nas coreografadas, como a penúltima ala que veio no ensaio, e a tradicional ala do maculelê, passando bem como um todo. A escola veio com os componentes bem soltos e animados, ainda que na busca de respeitar as fileiras das alas.
Samba
A obra salgueirense para o próximo carnaval teve uma boa execução na voz de Igor Sorriso, com o intérprete dando um bom rendimento ao samba, ao longo do ensaio de rua da última quinta-feira. O samba teve seus versos bem cantados pela escola.
Outros destaques
A “Furiosa” deu mais um show com o comando dos mestres Gustavo e Guilherme, e com a presença da rainha Viviane Araújo usando um biquíni prateado com franjas, à frente dos ritmistas. As musas da Vermelho e Branco também estiveram presentes, com a estreia de Flávia Alessandra como musa da escola.
Tinga diz estar feliz no Império de Casa Verde e exalta o carnaval paulistano: ‘Vem melhorando cada vez mais’
O renomado intérprete Tinga caiu nos braços da comunidade do Império de Casa Verde. Há muito tempo, no Rio de Janeiro, o cantor é dono de uma das vozes mais potentes do carnaval brasileiro, e a agremiação da Zona Norte é muito feliz em tê-lo. Nos ensaios, Tinga se doa e faz a festa com os componentes, anima o povo e mostra cada vez mais estar entrosado com a comunidade do Tigre Guerreiro. O intérprete conversou com o CARNAVALESCO e passou suas impressões do carnaval paulistano e também falou sobre como é cantar no Império de Casa Verde.
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Como vem sendo esses anos no Império de Casa Verde?
“Aqui é maravilhoso. Toda comunidade recebe a gente bem, a gente tem muito carinho, muita alegria, o que é muito importante. Confiar bastante no trabalho que está sendo feito. Por isso que a gente está aqui até hoje. Eu quero sempre fazer o trabalho com muita seriedade e buscar fazer o melhor para ajudar o Império sempre”.
Qual samba gostou mais de cantar? Império dos Tambores em 2023 ou Fafá de Belém 2024?
“Os dois foram maravilhosos. Espero que esse também seja para 2025. Se Deus quiser vai ser. Tem sido muito abraçado nos ensaios. É muito bom ter esse calor humano, esse carinho, esse respeito, essa confiança que eles dão para a gente de cantar aqui no Império, vindo depois de um grande cantor que tinha na casa. A gente recebe esse carinho e fica bem feliz”.
O que tem de impressão do carnaval de São Paulo?
“O carnaval de São Paulo sempre vem numa crescente, vem melhorando cada dia mais. A gente espera que sempre melhore, assim como o do Rio também. A gente fica feliz de chegar aqui e encontrar sempre alguma coisa diferente”.
O que vê de diferença entre o carnaval do Rio e de São Paulo?
“Não tem muita diferença. É o mesmo trabalho, todo mundo trabalha bastante para chegar ao seu objetivo, todo mundo é apaixonado pela sua agremiação, pela sua bandeira”.
Hoje temos muitos enredos afro, mas você vai cantar dois sambas lúdicos no próximo carnaval. Gosta disso?
“Para mim é maravilhoso não ficar na mesmice do afro. Não tenho nada contra, mas no Rio, principalmente, se eu não me engano de 12 escolas, nove são enredos afro. A Vila vem com um enredo diferente, divertido, que vai falar sobre assombrações, e no Império vai ser um conto de fábulas, mas também vai ser uma crítica”.
Jorge Perlingeiro comemora aniversário de 80 anos, 55 de carreira em show no Rio e diz estar pronto para apuração do Carnaval 2025
O comunicador Jorge Perlingeiro, ex-presidente da Liesa, faz na próxima terça-feira uma grande festa, apenas para convidados, no Ribalta, na Barra, Zona Oeste do Rio, para celebrar 80 anos de vida e 55 de carreira. O evento terá participações de grandes nomes da MPB. A abertura será com o ballet, de Jaime Arôxa, e o encerramento com show da Vila Isabel.
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“Terça-feira. Vou comemorar 80 anos e mais de 55 carreira. Decidi fazer também como uma prestação de contas. Completar 80 anos é uma dádiva. É um desafio chegar aos 55 anos de carreira. Luta incessante para ficar em atividade e ser respeitado. Grandes artistas vão estar presentes para me abraçar. A grande maioria começou comigo. Tem gente que trabalha há mais de 40 anos. Será também um resgate a memória e a imagem do meu pai. Ele me deu anzol, isca, e só não me deu o peixe. Tenho orgulho dele”, disse Perlingeiro.
Ao citar artistas que recebeu em seu programa, Perlingeiro lembrou de nomes de pessoas ilustres. “O Xande de Pilares fez o primeiro programa comigo. Ele tremia igual vara verde. Ele sempre conta isso. É um dos grandes nomes do samba. Tem a carreira solo consagrada. O Zeca Pagodinho na época não tinha 50 kg, hoje é amigo particular. E o carnaval é parte integrante da minha vida. A Vila Isabel vai fechar minha festa. É a escola que admiro e que cheguei em 1984 com meu amigo Capitão Guimarães”.
Durante a entrevista ao CARNAVALESCO, Perlingeiro falou do trabalho na apuração dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial.
“Vou fazer apuração. São 32 anos. É uma marca. Vai ser novamente na Cidade do Samba. O dez nota dez é patrimônio imaterial da cidade do Rio de Janeiro. Continuo com meu podcast com 2 milhões de visualizações. Estou recebendo todas escolas”.
Perguntado sobre um susbtituto futuro para ler as notas do Grupo Especial, Perlingeiro falou: “O Wanderley Borges (atual apresentador das escolas no Sambódromo), que já faz a Avenida. Ele começou comigo. Tem presença muito boa. Ali, requer seriedade. Compartamento para apresentação”.
A celebração de 55 anos de carreira traz também uma reflexão sobre o momento da televisão. “Eu sinto falta de programa de samba na TV. O grande problema é a comercialização. Tem que captar dinheiro para manter produção, horário e equipe. É preciso ter vontade e garra. Não está fácil. Mercado e o mundo mudaram”, afirmou Perlingeiro.
Luiz Felipe relembra começo da carreira no Vai-Vai e exalta a Escola do Povo
Intérprete oficial do Vai-Vai desde 2022 e empunhando o microfone principal da Saracura de maneira solo, cantor Luiz Felipe relembrou começo da carreira na Bela Vista. Leia o papo abaixo.
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Quais cuidados você toma nos dias anteriores à gravação do samba?
“Procuro dormir bastante, não beber gelado, fazer exercícios, falar pouco, escutar músicas relaxantes, esses são meus cuidados”.
Alguns intérpretes tentam ser mais técnicos ao gravar, outros preferem se deixar levar pela emoção. O que você buscou na faixa do Vai-Vai para 2025?
“Eu estudo muito o samba antes de gravar, busco técnica e também emoção, mas na hora de soltar a voz, a emoção me toma conta, cantar no Vai-Vai é pura emoção. A faixa de 2025 é pura emoção pelo próprio homenageado, Zé Celso é fogo, Vai-Vai é fogo”.
O que você sente quando está com a comunidade do Vai-Vai?
“Sinto uma sensação de leveza, de felicidade, de estar nas nuvens. É uma troca de carinho e uma união muito grande, coisa de família mesmo. É difícil explicar exatamente a sensação, mas é coisa de estar sempre vivendo um sonho”.
Como é trabalhar em uma escola de torcida tão forte como o Vai-Vai? Tem pressão?
“Trabalhar com essa torcida é estar de mãos dadas e irmos juntos em busca de um só ideal: o melhor para o Vai-Vai. Tem pressão, tem tudo que se tem em uma escola da dimensão do Vai-Vai. Lido com isso com tranquilidade, já que ser nascido e criado aqui ajuda bastante. Confesso que não sinto pressão, mas o frio na barriga eu tenho sempre”.
Como é sua relação com a bateria?
“A melhor possível! Tenho total intimidade com os mestres, com os diretores, com os ritmistas. Eu vim de lá, então temos essa intimidade, nos falamos no olhar”.
Como é a relação com o presidente? Ele cobra muito? Como são os papos?
“Clarício é um presidente muito tranquilo em relação a mim. Sou um Intérprete que não dou problemas e isso também facilita o trabalho, facilita a relação entre presidente e intérprete, é tudo muito tranquilo e calmo. Sobre as cobranças, não tem comigo: porque eu já me doo muito, me entrego muito. Não tem nada de cobrança. Vindo dele tem muita tranquilidade, calmaria e paz”.
Qual o samba-enredo da sua vida? Por qual motivo?
“Pergunta muito difícil, é complicado escolher um só. Eu escolho o samba-enredo de 2006 do Vai-Vai, foi o início de tudo, o pontapé inicial da minha vida no carnaval”.
E qual você não cantou, mas gostaria de ter cantado de qualquer escola?
“Eu gostaria de ter cantado o samba-enredo de 2005, e em 2023 eu tive a honra e a felicidade de cantar ele quando o reeditamos. Ainda colocamos ele na história como um samba campeão – então, esse sonho eu também realizei”.
Ela vai te pegar! Vila ‘assombra’ Boulevard em mais um ensaio de rua com samba na ponta da língua
Em mais uma quarta-feira tomando conta do Boulevard 28 de setembro, a Vila Isabel realizou seu ensaio de rua rumo ao Carnaval de 2025. Com mais uma grande performance de Tinga e com seu chão com canto na ponta da língua, a escola do bairro de Noel esteve cercada pela sua comunidade após a chuva da última semana, que acompanhou a apresentação com bastante ânimo. A Vila vai levar ao Sambódromo o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece”, do carnavalesco Paulo Barros, encerrando o segundo dia de desfiles na segunda-feira de carnaval. O próximo ensaio da escola será na quarta-feira.
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Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal Marcinho e Cris Caldas dançou suavemente e bem confiante no ensaio desta quarta, demonstrando mais uma vez o entrosamento entre os artistas. O casal veio apresentando a coreografia que já vem passando no Boulevard, com passos bem tradicionais e movimentos em momentos específicos da letra do samba, como no verso “chora viola, pra alma penada sambar” onde se encontram e dançam juntos rapidamente.
Harmonia
O chão da escola mais uma vez demonstrou a força de seu canto durante a apresentação da Azul e Branco no Boulevard, com muita constância no mesmo. A condução de Tinga mais uma vez fez a diferença para o canto da escola, em uma noite bem inspirada. Ao final do ensaio, o cantor falou com o CARNAVALESCO sobre seu parecer.
“A escola está feliz demais, e estamos sentindo que a escola quer cantar, quer desfilar, quer vibrar. Então a gente vai para a avenida de peito aberto, coração aberto. Se Deus quiser, mais uma vez, fazer um grande desfile, mas esse ano vai ser diferente, a comunidade está feliz demais com o nosso samba, com o nosso enredo. E vamos para ganhar o carnaval”.
Evolução
O Povo do Samba veio bem durante o treino desta quarta-feira, com uma evolução bem coesa. As alas vieram bem demarcadas e soltas, com várias fazendo as coreografias durante os refrões, relativos ao ritmo ou letra do samba. Moisés Carvalho, diretor de carnaval da Vila, falou sobre o resultado do ensaio.
“A Vila está fazendo seu dever de casa a cada ensaio, a cada quarta-feira. Os ensaios que a gente tem feito separadamente, tanto na quadra quanto no barracão, têm surtido grandes efeitos na 28. E mais um degrauzinho hoje, feliz com todos os segmentos, bateria, comunidade, carro de som, todos os casais, só agradecer. Cantamos muito, evoluímos muito e estamos prontos, a Vila vai te assombrar”.
Samba
O hino da Vila para 2025 foi bem defendido por Tinga mais uma vez, e todo o carro de som da escola, tendo um bom rendimento, bem animado, durante o ensaio desta quarta. Os versos da obra vem sendo bem cantados pelos componentes, em especial os refrões e a subida para o refrão final, que levam o componente a cantar mais forte ainda “Eu aprendi que desde os tempos de criança / A minha Vila sempre foi bicho-papão / por isso me encantei com esse feitiço / Que hoje causa rebuliço / Arrastando a multidão”.
Outros destaques
A “Swingueira de Noel” fez mais uma grande apresentação sob o comando de mestre Macaco Branco. A ala de passistas da Vila também se apresentou de forma bem animada e com bastante samba no pé.
Queridinhos da Mocidade, Diogo e Bruna falam do sucesso na dança, relação com a comunidade e da preparação para o Carnaval 2025
No quesito Mestre-Sala e Porta-Bandeira, a Mocidade não precisa sonhar porque já vive sua realidade. O casal formado para o Carnaval 2020 se consolidou e hoje é quase certeza de notas máximas pela escola. Enfileirando bons resultados, a dupla mudou a coreógrafa, treina como atleta em um clube de futebol e se prepara para ser a primeira escola da novidade para 2025: os desfiles da terça-feira de carnaval. Bruna Santos, atingiu toda a esperança depositada nela, enquanto Diogo Jesus, venceu a rejeição para formar um casal aclamado e provar uma das tantas viradas na vida em Verde e Branco.
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Diogo Jesus era o mestre-sala, quando Padre Miguel explodiu de alegria com o título da Mocidade de 2017. Bruna Santos, era a segunda porta-bandeira da escola. Diogo se envolveu em uma polêmica carnavalesca e deixou a Verde e Branca. Bruna, chamava a atenção pela qualidade de seu bailado. Em 2019, Diogo foi anunciado de volta para o desfile de 2020. Bruna, enfim foi promovida a defender a nota com o pavilhão da Estrela-Guia. Assim, é um resumo da história que uniu dois sambistas, que meteoricamente formou um dos mais poderosos dos casais de mestre-sala e porta-bandeira do carnaval.
Antes do desfile do reencontro com a Mocidade, Diogo Jesus precisou trabalhar dobrado. Afinal, ele precisava limpar a imagem dele com os independentes que torceram o nariz pela sua volta. Rejeitado, contou com o time de assessores da escola para a missão de recuperar o prestígio com a comunidade. E faltava a principal parte dele, que era ganhar o amor da torcida com nota. E quando, ao lado da Bruna, entraram na primeira cabine de jurados, o casal de Louva-a-Deus – a fantasia que usavam – não deu chance para dúvidas. Três notas 10 e duas 9,9. 29,9 pontos e o único décimo contado que foi perdido nos quatro desfiles que fizeram. Ponto final nesta etapa. A barra de Diogo Jesus estava finalmente limpa. Virou certeza de notas e, hoje, é aclamado em Padre Miguel.
“O carnaval, o futebol… Todo lugar que a gente ocupa de exposição de imagem, requer um cuidado. E naquela época eu não tive esse cuidado. Foi muito trabalho e culpo, positivamente, a toda a diretoria, Brayan, diretor de marketing, que fez um trabalho incrível de imagem comigo junto com o Rodrigo Coutinho, na época assessor de imprensa, e a direção da escola que me deu o suporte para trabalhar, junto com a Bruna, que do meu lado, conseguimos fazer um grande trabalho. E isso transformou positivamente nesse carinho que a comunidade tem com a gente. Então, eu acho que com muito trabalho e muita humildade a gente conseguiu, e eu consegui transformar isso”, explicou o mestre-sala.
Para Bruna, a missão era da estreia e a pressão por corresponder às expectativas, além de ajudar ao Diogo a ficar bem com a torcida. Ela conseguiu muito mais que isso. Bruna virou holofotes para ela e, quando começa a girar com a bandeira, é velocidade e precisão que impressionam. Quando perguntada se já fez alguma reflexão sobre o que já conquistou nesses quatro anos defendendo o pavilhão da Mocidade, ela faz a linha de que cada ano é um ano e conta que ainda não parou para refletir sobre ter conseguido atender à esperança que depositaram nela.
“Eu ainda não acreditei em tudo que eu estou passando e vivendo. Graças a Deus, ao lado do Diogo, que com a sua experiência, vem me ajudando bastante. E ao lado de grandes profissionais que nos ajudaram a chegar até aqui. E, agora, treinando com a equipe do Fluminense, com o fisioterapeuta, com a Poli e o Pedro, o nosso preparador físico, o Saulo. Acredito que esse ano vai ser mais um trabalho incrível e que a gente possa superar mais uma vez as expectativas”, disse Bruna.
Casal atleta
Basta acompanhar as redes sociais dos casais de mestre-sala e porta-bandeira para ver a puxada rotina de preparação da dupla. É estúdio, academia, treino pesado e muito trabalho. Mas, a Mocidade foi além e deu ao seu casal uma rotina de atleta de alto nível. Uma parceria com o Fluminense F.C. fez com que Diogo Jesus e Bruna Santos suassem a camisa ainda mais, tendo treino de atletas de ponta para tirar de letra mais um desfile e, agora, com uma cabine a mais de jurados. Durante a final de samba, em outubro de 2024, Diogo contou ao CARNAVALESCO que uma parada a mais na cabine de jurados não mudaria em nada e que eles estavam preparados e sempre trabalharam para isso. O que ele não sabia, é que ia precisar ter treinos mais puxados, a partir de dezembro. Bruna, contou que os treinos no Tricolor das Laranjeiras é outra realidade e acrescentou:
“É um trabalho mais profissional. Não que a outra equipe não seja profissional, mas agora temos equipamentos de alto nível. Eles treinam pessoas de altos níveis. Então, a preparação está sendo incrível. O Fluminense está dando todo o suporte para a gente e estamos com pessoas incríveis ao nosso lado. A equipe está nos ajudando bastante, assim também como a nossa antiga equipe nos ajudou bastante no início do ano. Somos gratos a eles pelo que eles fizeram com a gente no início do ano, mas agora bola para frente porque mudou tudo e o Fluminense está nos ajudando, colocando mais pressão para ter um trabalho mais condizente com o desfile”.
Em lua de mel com a torcida
Diogo e Bruna não são queridos apenas pelo sorriso cativante. Eles ajudaram a salvar a Mocidade em apurações sombrias que a escola teve, principalmente, em 2023. Considerados, junto da bateria, garantias de notas, eles passam longe de preocupar a diretoria, que consegue colocar seus esforços em quesitos que não têm conseguido agradar aos jurados.
Sobre o assunto, Diogo costuma dizer que gosta da pressão e acredita ser consequência do trabalho do casal, e afirma lidar com tranquilidade com a questão de ser uma garantia de notas boas. Aplaudidos de ponta a ponta durante os ensaios de rua da Mocidade, o casal ganha carinho do público não só independente, mas de outras comunidades, como foi o caso do ensaio que fizeram em Nilópolis, no Encontro de Quilombos, organizado pela Beija-Flor.
“A gente fica muito feliz de receber esse carinho da nossa comunidade. E para a gente é um termômetro de ver que está entregando um bom trabalho, que a comunidade está gostando do que está vendo e que está apoiando, que também é algo bem importante para a gente. A gente nota que a comunidade está vendo todo o nosso esforço, e o trabalho que nós entregamos para eles”, disse a porta-bandeira Bruna.
Ganhando 10, mas trocando a coreógrafa
Ao final do carnaval de 2024, após mais uma apresentação nota máxima, Vânia Reis, deixou a função de coreógrafa do casal da Mocidade. Ela, que também integrava a direção de carnaval, se desligou da escola quando a comissão foi desfeita e assumiu o trabalho com o casal da vizinha Unidos de Padre Miguel. Vânia de trabalho reconhecido e resultados incontestáveis, foi substituída por Ana Paula Lessa (foto), que já ensaiou casais que foram campeões do carnaval por três vezes.
“Quando ocorreu a troca da coreógrafa, achamos que mudaria toda a visão do que a gente já fazia. Mas, a Ana é inteligente ao ponto de não mexer naquilo que estava dando certo. E também com a nossa experiência, conseguimos manter o trabalho e melhorar alguns pontos. A Ana está sendo incrível do nosso lado e está dando todo o suporte como coreógrafa. O casal precisa de uma visão de fora, uma pessoa experiente que olha nosso corpo. E a Ana tem essa experiência. Eu tenho certeza que está dando certo e vai dar certo”, falou o mestre-sala sobre sua nova ensaiadora.
Ana falou ao CARNAVALESCO sobre como ela recebeu a missão de pegar um trabalho já consagrado no carnaval: “Era um trio que funcionava muito bem e um trabalho que eu admirava. Então, exige mais de mim, da minha dedicação, da minha atenção. Mas eu costumo dizer também que cada pessoa que passa na nossa vida como direção, como uma visão crítica, artística ou estética, consegue contribuir. Então a frase mais perfeita para tudo na nossa vida é 'como nós podemos melhorar', mesmo que a gente seja incrível. E é em cima disso que é o trabalho. Não existe ninguém que seja tão bom, que não possa melhorar também, em qualquer aspecto. Então eu encaro como um bom desafio, não como uma coisa difícil, complicada ou negativa para mim ou para eles, mas como um bom desafio para todos nós”.
Sobre o casal, a coreógrafa contou que sempre quis vê-los juntos e que se apaixonou ao ver o primeiro desfile e, ali, já tinha interesse em trabalhar com Diogo e Bruna. Ana aproveitou para elogiar os dois. Segundo ela, são disciplinados e criativos. E o trio vai precisar de criatividade para alinhar a dança tradicional ao enredo futurista da Mocidade. Ana se diz vanguardista, enquanto o casal é mais moderno. Bruna Santos explicou o meio-termo deste trabalho:
"A gente está mantendo a dança tradicional e estamos colocando alguns passos dentro do enredo, sim, mas nada que seja muito ligado, até porque nós precisamos manter a tradição e não tem como fugir muito, mas tem alguma coisa ou outra ali, sim, na coreografia, que remete ao enredo", contou a porta-bandeira.
Carnaval 2025
Para o próximo carnaval, a Mocidade será a primeira escola da terça-feira de carnaval (4 de março), com o enredo “Voltando para o Futuro – Não há limites pra sonhar”, desenvolvido pelos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage. Espera-se muito futurismo, mas o primeiro casal da Verde e Branca faz mistério quando o assunto é fantasia. Diogo e Bruna elogiaram suas indumentárias, mas nada os fez revelar se terá penas de faisão albino ou será uma fantasia intergaláctica.
Para abrir uma noite de desfiles, a missão do casal é conquistar os jurados e o público. Diogo Jesus, o mestre-sala, prometeu realizar uma coreografia marcante. Eles, que já treinam o número oficial nos ensaios de rua, precisam trabalhar para que o pavilhão da Estrela-Guia brilhe para as arquibancadas e no caderno de notas, ao mesmo tempo.
“Não é fácil fazer um trabalho que vai alegrar, vai emocionar todo mundo e, principalmente, o jurado. Mas também não é só para a cabine, é para o público em geral. A gente está com uma coreografia linda, limpa e vai trabalhar ela até o final, até o dia do desfile. Mas é uma coreografia que vai marcar e que já está nos marcando também”, concluiu o mestre-sala.
Deu match! Tijucanos aprovam participação de Anitta e apostam na fé em Logun Edé rumo à prosperidade
Estreante como autora de samba-enredo, Anitta assina a obra oficial que representará a Unidos da Tijuca na Marquês de Sapucaí no próximo Carnaval. Ao lado de renomados compositores do mundo carnavalesco, a artista mergulhou no universo das tradições afro-brasileiras para falar sobre Logun Edé. O orixá é filho de Oxum e Oxóssi e está associado à prosperidade, beleza, fartura e ao encanto. A parceria foi composta com a participação de Estevão Ciavatta, Feyjão, Miguel PG, Fred Camacho e Diego Nicolau, resultou em um dos sambas mais elogiados da safra e ganhou o coração da comunidade tijucana.
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Para a passista e estudante de fisioterapia, Letícia Loureiro, de 23 anos, a excelência do hino e a visibilidade da artista vão ajudar e muito no desfile da Amarelo Ouro e Azul Pavão.
“Acho que deu muito certo. É o melhor samba desde 2003. Há uns 20 anos que a Tijuca não tinha um sambão desse. Acredito que foi muito bom para a escola em questão de visibilidade, lógico, e ela também é uma ótima compositora. Sou apaixonada nela. Ela se juntou com ótimos compositores que já fazem um ótimo trabalho na escola há muitos anos. Eu adorei”, opinou a passista.

E a cantora do pop brasileiro não é a única estreante na Tijuca. Encantados pelo samba e enredo, filhos do Orixá também decidiram participar do desfile. É o caso do profissional de marketing, Bruno Fernandes, de 36 anos. Ele destaca que a entidade é pouco conhecida, mas pode ajudar a Tijuca no caminho da prosperidade, rumo ao título.
“Logun Edé é um orixá muito incompreendido. Ele é o último dos orixás e as pessoas ainda não entendem. A Tijuca vai poder contar sobre esse orixá, que é um orixá da prosperidade e alegria. Daí, vamos conseguir colocar a Tijuca num caminho de prosperidade. Vai ser um marco, porque é a cara da Tijuca. É o Odu, é cumprir seu destino e propósito”, confiante, afirmou o componente.

Já Rodrigo Santana, de 39 anos, participou de todas as disputas de samba e decidiu se inscrever em uma das alas após ficar encantado pelo hino. Para ele, a força tijucana somada à visibilidade de Anitta ajuda a mostrar a força do candomblé e na compreensão de Logun Edé.
“Esse samba me envolveu bastante. É a fé do povo. Logun Edé é um orixá que muita gente não conhece. Trazer quem é o orixá certamente fortalece a fé da população. É uma revolução para a religião, porque a religião precisa de pessoas que venham trazer e mostrar que o candomblé não é só uma coisa de esquina ou do passado. É algo que se renovou e cresce”, afirmou Rodrigo.

Com a força do orixá, a Unidos da Tijuca vai abrir a noite de desfiles na segunda-feira de Carnaval.