Por Lucas Santos
Primeira escola a desfilar, com a reedição do enredo “Oferendas”, de 1984 – que faz reverência aos ritos feitos para cada orixá nas religiões africanas – a Unidos da Ponte trouxe logo no início do desfile as grandes sacerdotisas que chefiam os terreiros de Candomblé “queto”. A ala das baianas foi responsável pela justa homenagem às Ialorixás, líderes e responsáveis pelas principais decisões dentro dos terreiros por meio da consulta aos búzios.
Vestidas de branco, com uma roupa bem tradicional e simbólica, as baianas desfilaram com bordados prateados na saia, esplendor e penas também prateadas. Outro detalhe que chamou a atenção foi uma pomba prateada que se destacava na parte frontal da saia da fantasia.
Uma das mais antigas na agremiação, dona Regina Antunes, que desfila há 36 anos na Ponte e há 18 só na ala das baianas, se disse orgulhosa pela escola representar um enredo que homenageie as religiões de matriz africana.
“A escola vem trazendo todos os orixás: começo, meio e fim, além de trazer um Xirê (dança ou roda utilizada no candomblé para invocação dos orixás) completo. Hoje em dia, a nossa religião, muitas vezes, não é tão aceita, mas nós mostramos na avenida, com toda garra, o porquê de ela existir: a arte africana, os negros, os orixás. E a ala das baianas representa as Ialorixás”, disse.
Elenice Francisca, que marcou presença na ala das baianas pelo terceiro ano, fala sobre a forte chuva que atingiu a Sapucaí no início do desfile da Unidos da Ponte. Ela, que desfilou pela primeira vez debaixo de chuva acredita que, apesar de desafiadora, a chuva possa ser um sinal dos céus de aprovação ao desfile.
“Este ano, a roupa das baianas está representando os orixás, a relação das mães de santo com os orixás, as Ialorixás, que são as guias dos terreiros. Só a chuva que está atrapalhando, mas é bom. Tudo que Deus manda está bom! É muita emoção! E representa uma grande responsabilidade ao mesmo tempo”, afirmou.
Já dona Nereide Alves, uma das mais antigas da ala das baianas, com 38 anos defendendo o estandarte da agremiação, confessa que não entende muito sobre o Candomblé, mas se diz muito feliz com a escolha do enredo.
“Além ala das baianas representa as Ialorixás, as mães de santo e está dentro do enredo que vem falando sobre as oferendas. Estou muito feliz. O enredo fala de respeito. Eu não entendo muito porque eu não faço parte do Candomblé, mas estou muito feliz de desfilar na escola e por ela respeitar as religiões de matriz africana”, comemorou.

Na semana que antecede a sexta-feira de carnaval, a equipe do Camarote do King se divide em duas frentes. A primeira assume o credenciamento dos clientes, no Hotel Windsor Marapendi, na Barra da Tijuca, enquanto a outra permanece cuidando dos detalhes da arrumação do camarote, na Avenida. Este é o terceiro ano que o King reina na Marquês de Sapucaí.
Em função da grande quantidade de clientes que retorna ao camarote nos anos seguintes, Lilian também contou que a partir de 2019, as informações ficam na base de dados para que o cliente apenas atualize, no caso de voltar no ano seguinte. Eduardo Costa é produtor de eventos, esteve no camarote em 2018 e volta esse ano para os desfiles de segunda-feira.
O Camarote do King aumentou de tamanho e está com 1.400 m². A boate cresceu e foi para o primeiro piso, enquanto a área de buffet, no terceiro andar, ampliou. Mesmo com mais espaço, a capacidade continua para 1.200 pessoas por noite. Os ingressos estão praticamente esgotados. Sábado, por exemplo, já encerraram as vendas.
“Eu sempre quis conhecer o Rio de Janeiro e no carnaval é uma ótima época para isso. Chegamos na terça-feira, já fomos há alguns pontos turísticos e no sábado e domingo iremos aos desfiles, estamos super empolgados, tem tudo para ser maravilhoso” destacou Soraya Hamdar.