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Alegorias suntuosas marcam o desfile da Império de Casa Verde

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Por Matheus Mattos

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Segunda agremiação a desfilar, a escola de samba Império de Casa Verde entrou na Avenida com uma chuva mais fraca que atingiu a agremiação anterior. A escola mostrou um ótimo acabamento nas alegorias, a bateria valorizou o canto dos componentes e comissão de frente com coreografias diferentes, demonstrando um ótimo sincronismo. Porém, a evolução da escola foi comprometida nos últimos minutos, fazendo com que os desfilantes tivessem que correr na Avenida. O Império trouxe muitas alas coreografadas, dando a sensação de ausência de espontaneidade.

Alegorias

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Os carros alegóricos surpreenderam pelo acabamento, diversidade de cores e interação coreográfica em praticamente todas as cinco. O abre-alas representou o templo da sétima arte e trouxe um gigante tigre, com movimentos da cabeça e boca. Os detalhes como a cartola e as asas enriqueceram e deram um tom mais irreverente para o mascote da agremiação.

Na segunda base, muitos famosos personagens do cinema foram vistos, como Harry Porter, Jack Sparrow, Power Ranger, Willy Wonka e os Umpa-Lumpa, The Flash, Mulher Gato, Mulher Maravilha, entre outros. A segunda alegoria, O mundo de OZ , contou com uma diversidade de cores, além das crianças que interagiam com o público. A cor dourada na parte debaixo, junto com o cinza e roxo da parte de cima, ocasionou uma ótima conversa de cores na terceira alegoria. Na terceira, os detalhes da face das árvores nas laterais, cada uma com reações diferentes foram bem vistas. Bailarinos fantasiados pelo personagem do filme Harry Potter encenavam batalhas constantemente. Última alegoria soltava papel picado, ato que levantou os presentes no sambódromo. A quarta alegoria trouxe um tom mais musical, com cenas teatrais constantes e, finalizando o quesito em alto estilo, a representação do mundo de Star Wars pela alegoria “O Império Contra-Ataca”. O ato de jogar papel picado em direção do público levantou a animação dos que assistiam.

Bateria

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Os ritmistas da bateria Barcelona do Samba, comandada pelo Mestre Robson Zoinho, tocaram fantasiados de Darth Vader, vilão da saga Star Wars. A batucada valorizou a sustentação do canto, efetuando bossas em pontos específicos, como durante o trajeto na monumental (setor B). O mestre Marcão, ex Salgueiro, regeu a bateria ao lado do Zoinho, que já era esperado e defendido desde o primeiro ensaio técnico. A empolgação e entrosamento dos ritmistas do chocalho se destacaram durante todo o trajeto.

Evolução

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O quesito de evolução da escola foi um dos pontos negativos da agremiação. Um problema no alinhamento do abre-alas atrasou a entrada da escola na Avenida, fazendo com que a escola demorasse pra chegar na metade do sambódromo. A entrada no recuo da bateria também foi um drama, o andar dos desfilantes foi afetado por mais de 6 minutos. Os últimos setores da escola, inclusive a bateria, tiveram que correr pra o portão fechasse no limite máximo do tempo estipulado. Em relação as alas, os dois primeiros setores trouxeram uma proposta muito coreografada, mas isso afetou a empolgação de diversos sambistas. A ala que homenageou o filme Avatar foi um grande destaque pela organização, simpatia e empolgação durante o desfile.

Fantasia

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O quesito cumpriu o regulamento a risca. A agremiação optou por fantasias leves e sem exagerar na grandiosidade. Um destaque ficou por conta das alas de heróis, onde os personagens não seguiam uma linha de organização e eram separados de forma aleatória. A ação foi vista também na ala do Toy Story.

Comissão de Frente

A comissão de frente, coreografada pelo André Almeida, trouxe a invenção do filme através dos irmão Lumiére. O quesito contou com a presença de diversos personagens que trabalham atrás das câmeras, como: maquiadores, roteiristas, figurinistas, iluminadores, fotógrafos, operadores de câmeras, entre outros. Teve presente também atores que representavam o mocinho, o vilão, a doce mocinha e os irmão Lumiére. O tripé representou um imenso projetor de cinema. A frente da alegoria trouxe um cenário que recriou cenas clássicas de disputa entre o mocinho e o vilão.

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Duas coreografias foram notadas, a evolução da ala variava entre Os irmão Lumiére e o confronto entre mocinho e vilão. Todos os bailarinos estavam com os rostos pintados e os artistas que homenagearam a dupla que inventou o cinema se destacaram pelo entrosamento e domínio dos passos elaborados.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Rodrigo Antônio e Jéssica Gióz, veio representando a sétima arte, nome dado para o cinema. A dupla enalteceu o preto e o prata no figurino. Ambos não se abalaram pela pista molhada e bailaram da mesma forma que ensaiaram nos técnicos. A porta-bandeira se destacou pela simpatia, domínio do pavilhão e evolução cativante, principalmente em frente à terceira cabine de jurados do quesito.

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Enredo

O Império de Casa Verde apostou numa homenagem ao cinema para 2019. O enredo não é linear, ou seja, a construção do desfile não foi feita contado o começo da história até chegar nos dias de hoje. Cada setor em específico trouxe diferentes filmes e gêneros, como se estivessem dentro de uma cena.

Harmonia

O alto nível de empolgação da escola durante os ensaios técnicos não foram notados no desfile. O primeiro setor, talvez pela presença das alas coreografadas, não demonstrou com domínio o samba. A ala “Noviça Rebelde” foi a que mais cantou, porém a intensidade imposta pelos componentes não se manteve nos setores seguintes.

Samba-Enredo

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Impulsionados por Carlos Júnior, o carro de som teve um ótimo desempenho na noite. Assim como a bateria, a postura do carro de som foi mais cautelosa e segura, sem arriscar. O intérprete adotou uma postura de parar de cantar pra valorizar o desempenho do canto.

Outros destaques

A ala de passistas sambou de forma espontânea sem perder os passos coreográficos. Os sambistas adotaram uma postura voltada para o público, com olhares e sorrisos em direção aos que assistiam.

Galeria de Fotos do desfile da Mancha Verde no Carnaval 2019

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Mancha Verde apresenta alegorias grandiosas, mas ‘chão’ sente o peso do favoritismo no Grupo Especial

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Mancha Desfile2019 29Aguardada como uma das grandes favoritas do ano no Grupo Especial de são Paulo, a Mancha Verde deixou a avenida esta noite certa de que apresentou um dos melhores conjuntos alegóricos da primeira noites de desfile no Sambódromo do Anhembi. Entretanto em alguns quesitos o propalado favoritismo foi sentido. A harmonia se apresentou de maneira fria e o conjunto de fantasias ficou aquém das excelentes alegorias apresentadas. O samba-enredo também não cativou o público. A verde e branca apresentou-se em 62 minutos com o enredo ‘ Oxalá, salve a princesa! A saga de uma guerreira negra’.

Comissão de Frente

Mancha Desfile2019 20A comissão de frente trouxe Exu abrindo o caminho para a Mancha Verde passar. O Congo celebrava a chegada de sua princesa, concebida pelas bênçãos dos orixás Xangô e Oxum, a pequena herdeira foi recebida pelos guerreiros guardiões. A indumentária impressionou pelo belíssimo acabamento da fantasia, em vários tons de verde. Todos os integrantes possuíam uma maquiagem no rosto, dando ainda mais realidade à apresentação. A coreografia era impactante e marcante.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Mancha Desfile2019 35O casal de mestre-sala e porta-bandeira trouxe uma fantasia intitulada ‘Brilho das riquezas’. Marcelo Luiz e Adriana Gomes se apresentaram com uma fantasia muito bem feita, com uma profusão de faisões em diversos tons de verde. Eles não vieram logo atrás a comissão de frente e sim à frente do abre-alas da escola. A apresentação se deu de maneira perfeita.

Harmonia

Mancha Desfile2019 37A Mancha havia deixado excelente impressão nos ensaio técnicos, de que pisaria forte no Anhembi. Entretanto não foi isso que foi visto na passagem da escola pela avenida. As primeiras alas pouco cantaram o samba-enredo e o padrão de canto esperado, ao estilo das escolas de Jorge Freitas, só foi ser notado de fato no trecho final da escola, que terminou sua apresentação com grande comunicação com as arquibancadas.

Enredo

Mancha Desfile2019 54A Mancha Verde se apresentou na avenida contando e cantando, por meio de uma história fictícia, a narrativa da saga de uma guerreira africana que representava também a trajetória de luta e resistência do povo negro – que trazido ao Brasil de forma brutal – foi escravizado, transformando o Brasil em seu solo. A proposta estética apresentada na avenida possibilitou o perfeito entendimento da concepção desejada por Jorge Freitas.

Evolução

Mancha Desfile2019 72Passagem correta e técnica da Mancha pelo Anhembi, com alas bem organizadas e brincando bastante. Só não foi perfeita porquê aos 25 minutos de apresentação houve um excessivo tempo parada, logo após a entrada da bateria no recuo. Depois desse momento a escola fluiu corretamente pela pista, terminando seu desfile sem precisar correr, tanto que reduziu o passo e mesmo assim concluiu no tempo regulamentar sem dificuldades.

Samba-Enredo

Mancha Desfile2019 5Apesar da boa condução de Freddy Viana e o carro de som, o samba da Mancha Verde não conseguiu cativar o público em sua apresentação, ao contrário do que vinha acontecendo nos ensaios técnicos. Os primeiros setores da arquibancada reagiram com indiferença ao início do desfile. Com a chegada da escola nos setores finais, onde se encontravam os torcedores da escola, o rendimento do samba cresceu e a harmonia também.

Fantasias

Mancha Desfile2019 87Um conjunto irregular. Algumas alas possuíam um grande volume de materiais interessantes, causando bonitos efeitos, como por exemplo a primeira ala da escola depois da comissão de frente, que possuía até cores diferentes dentro do mesmo agrupamento. Entretanto havia uma excessiva repetição de ‘tiras de plástico’ em uma quantidade enorme de alas, causando uma sensação de repetição do mesmo recurso. A saia da ala de baianas, para reproduzir um efeito de cesta de palha, apelou para a sublimação.

Alegorias

Mancha Desfile2019 98O conjunto alegórico foi um dos melhores apresentados na primeira noite de desfiles no Anhembi. os carros eram grandiosos e estavam muito bem acabados e iluminados arrancando aplausos do público. O abre-alas foi um dos mais imponentes desta sexta com dois acoplamentos e esculturas enormes de negras, que chegavam a brilhar, tamanha a qualidade do acabamento. Certamente o ponto alto de todo o desfile.

Bateria

Mancha Desfile2019 47A bateria fez uma paradinha no momento em que o samba chegava no trecho ‘tambores vão ecoar’ e causava um grande canto na escola. A longa bossa ia até o trecho que falava ‘Ora iêiêô’. As terceiras desenhavam nesse momento. Uma julgadora de bateria cantou bastante o samba na torre de julgamento após o primeiro recuo.

Outros Destaques

Mancha Desfile2019 10Viviane Araújo como sempre foi um furacão na avenida. A fantasia chamou menos atenção que a peruca black-power que a beldade usava. Muitos cliques de fotógrafos e do público. O presidente da Mancha Paulo Serdan cobrou a comunidade antes do início do desfile. “Sete quesitos são com vocês. A parte da escola vocês podem ver que foi feita’. Ficou uma sensação de que a escola sentiu o peso de pisar no Anhembi apontada como uma das favoritas.

Galeria de Fotos do desfile da Império de Casa Verde no Carnaval 2019

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Comissão de frente e leitura do enredo são destaques no desfile da Alegria da Zona Sul

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Por Rodrigo Coutinho

Alegria desfile2019 67

A Alegria da Zona Sul foi a segunda escola a pisar na Avenida na chuvosa noite desta sexta-feira. A agremiação oriunda da Zona Sul, demonstrou leitura clara e objetiva do enredo “Saravá, Umbanda’’, desenvolvido pelo carnavalesco Marco Antonio Falleiros. Ao mesmo tempo, porém, ficou claro a limitação financeira da escola para produzir fantasias e alegorias. O ponto negativo mais latente foi o quesito evolução. Dois buracos aconteceram nos dois primeiros módulos e a vermelha e branca precisou “apressar o passo” na reta final. Mesmo assim, terminou o seu desfile com 56 minutos, um acima do máximo permitido. A comissão de frente também se destacou!

Comissão de Frente

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O grupo comandado por João Paulo Machado representou uma verdadeira “falange espiritual”. Diversas entidades foram muito bem representadas pelos integrantes. As fantasias eram simples, mas de leitura muito clara e a representação corporal bem perto da perfeição, com direito a gritos característicos das entidades. A coreografia tinha dois momentos em que uma bandeira era mostrada. No início da apresentação, a imagem de Virgem Maria. No fim da participação, a imagem de Jesus. Cinco integrantes representavam trabalhadores do “Canzuá”. O público reagiu positivamente à apresentação, principalmente no terceiro módulo de julgadores.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Alegria desfile2019 27

O primeiro casal da escola, formado por Diego Nascimento e Thaís Romi, venceu a dificuldade da pista molhada e da roupa consequentemente pesada. Apresentou um bailado bem clássico e cheio de sincronia. Diego teve pontuações bem inerentes à letra do samba em alguns momentos da apresentação. Se destacou bastante. Já Thaís teve dificuldades com o aparente peso da saia, mas mesmo assim não chegou a comprometer. A fantasia de ambos era extremamente simples e o costeiro dela poderia ter mais volume para acrescentar no conjunto da dupla. Eles representaram a Divina Luz.

Harmonia

Alegria desfile2019 106O canto da escola foi irregular. Duas alas, porém, se destacaram no aspecto canto. As baianas e a sétima ala do desfile (Caravana de Ciganos), Já as alas “Princípio Religioso-Amor’’ e ‘’Caboclo das 7 Encruzilhadas’’ passaram com pouquíssimos componentes cantando o samba. Em suma, o refrão principal era bastante cantado, mas o restante da obra não apresentou um nível de canto satisfatório por parte dos componentes. O carro de som comandado pelo intérprete Igor Vianna esteve bem e entoou o samba de forma correta.

Evolução

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Esteve neste quesito o Calcanhar de Aquiles da agremiação. Nas duas apresentações da bateria nos dois primeiros módulos, a frente da escola não parou e dois buracos foram abertos nos dois momentos. O ritmo da escola na pista esteve bem irregular também, acima do normal. Um início lento, com o início da caminhada aos cinco minutos de desfile, e depois as alas praticamente sem parar após a entrada da bateria no segundo recuo. O ritmo de desfile voltou a ser mais lento após a saída da bateria do segundo box. A ala se apresentou no último módulo e a escola se esforçou, mas acabou estourando o tempo em minuto. A desenvoltura dos componentes na Avenida foi satisfatória. Grande parte dos integrantes evoluiu de forma natural.

Enredo

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Importante contar a história da centenária religião! Marco Antonio Falleiros, mesmo enfrentando um nítido problema de execução do trabalho, fruto do momento financeiro da maioria das escolas, misturou originalidade e clareza de leitura em diversas fantasias e alegorias. O tema fez um ‘’passeio’’ por entidades e linhas da umbanda de forma bem leve.

Fantasias

Alegria desfile2019 90Outro ponto irregular do desfile da Alegria da Zona Sul. Em algumas, como a da ala das baianas (Sabedoria da Vovó Maria Conga), da bateria (A Magia dos Pretos Velhos) e crianças(Alegria da Ibeijada) por exemplo, houve muita originalidade e execução a contento. Já outras, como Ondinas, Princípio Religioso: Amor, e Santo Antônio da Batalha, a execução deixou bastante a desejar no nível visto na Série A. As fantasias das alas que vieram logo após o carro abre-alas (Caboclos de Pena, Mandingas dos Baianos e Boiadeiros) tiveram realização bem parecida, mudando pequenos detalhes e as cores, deixando esta parte da escola monótona visualmente.

Alegorias e Adereços

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Mais um quesito em que limitação financeira atrapalhou. Os dois primeiros carros apresentaram leitura fácil e poucas falhas de acabamento mais consideráveis. Já o tripé Povo da Rua e o terceiro carro da Alegria – A Purificação em Águas Sagradas – não acompanharam o cenário. Passaram com esculturas tendo suas pinturas se desfazendo ao longo do desfile e sem iluminação que pudesse valorizar o conjunto.

Samba-Enredo

Alegria desfile2019 95O samba da Alegria esteve longe dos mais comentados da Série A no período pré-carnaval, mas funcionou bem no desfile. O carro de som comandado por Igor Vianna cumpriu bem o seu papel, mantendo a tonalidade e dinâmica da melodia.

Outros Destaques

A escola trouxe muitas musas. Elas estiveram quase sempre à frente das alegorias e ocuparam bem este espaço. O destaque delas foi Thais Fidélis, vestindo uma fantasia bem feita e representando o papel de “indígena” com bom humor.

Eugênio Leal analisa o desfile da Mancha Verde

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Rocinha 2019: Galeria de fotos do desfile

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Rocinha

Debaixo de temporal, Unidos da Ponte abre com desfile forte no rendimento do samba e leitura do enredo

Por Geissa Evaristo

Ponte desfile2019 58A Unidos da Ponte volta à Série A no Carnaval 2019 reeditando um de seus mais importantes enredos: “Oferendas”, de 1984 fazendo reverência aos ritos feitos para cada orixá nas religiões de origem africana, como a Umbanda e o Candomblé. A escola teve a missão de abrir os desfiles de sexta-feira de carnaval depois de um dos maiores temporais da história da Sapucaí com cerca de 30 minutos de atraso. O desfile teve duração de 54 minutos.

Trazendo a força do seu samba como seu grande trunfo, 35 anos depois, na Marquês de Sapucaí, a obra com melodia envolvente e letra didática, além de conhecida pelo público que acompanhou o primeiro desfile desta noite embalou o desfile que desafiou a chuva. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, no entanto, foi o quesito mais prejudicado da noite. A dupla sofreu com o contratempo em todas as cabines dos módulos de julgadores.

Sem deter de muitos recursos financeiros, a escola da Baixada Fluminense, a azul e branca de São João de Meriti apostou em uma plástica simples. Os carnavalescos Rodrigo Marques e Guilherme Diniz apresentaram uma releitura do que foi apresentado anteriormente, e não exatamente uma reedição. Em sua segunda passagem pela Sapucaí, “Oferendas” trouxe uma nova estruturação e organização de enredo, além de uma estética atualizada, com toques mais modernos, se comparado ao que foi apresentado em 1984.

Comissão de Frente

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A comissão de frente dos coreógrafos Daniel Ferrão e Léo Torres apresentou “Agô para os meus orixás”. O grupo representou os filhos de santo praticando o ritual de oferenda “Padê” para saudar Orixá Exu Bará e abrir os caminhos. O grupo apresentou uma coreografia sem erros, no entanto a saia da fantasia de uma integrante desmontou na segunda cabine de julgadores e se apresentou da mesma forma frente as outras cabines. Partes da decoração imitando palha no tripé também desmancharam no decorrer do desfile, deixando rastros após a apresentação frente às cabines. Com a Sapucaí ainda fria e com chuva intensa, o grupo não empolgou o público.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

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Yuri Souza e Camyla Nascimento foram os que mais sofreram com o temporal que atingiu a Sapucaí no início dos desfiles da Série A. A dupla com um belo figurino representava “O sagrado oráculo de Ifá” e trazia os guardiões vestidos de “O jogo de Búzios”, apresentados pelo síndico da passarela do samba, Machine. A bandeira de Camyla chegou a enrolar algumas vezes tanto na primeira, quanto na segunda cabine de jurados. Sem sintonia, o mestre-sala estendeu a mão para a porta-bandeira que não retribuiu em ambas cabines. O bailado do casal estava inseguro, muito provavelmente pelo risco de virem a cair com a pista completamente molhada.

Harmonia / Samba-Enredo

O samba foi o grande destaque do desfile da Unidos da Ponte que escolheu a obra por sua força. A obra foi cantada por componentes e público, mas faltou explosão. Desfilar com um samba-enredo reeditado costuma colaborar para a Harmonia da escola e deu certo. No entanto, o canto dos componentes ficou aquém do esperado para um samba-enredo clássico da agremiação. As alas poderiam ter cantado com mais vontade o samba, porém as condições do desfile podem ter prejudicado o ânimo e garra dos componentes que tiveram uma concentração para o desfile com chuva muito intensa. Intérpretes oficiais Lico Monteiro e Tiganá fizeram um excelente trabalho no carro de som da azul e branca de São João de Meriti inflamando os componentes o tempo inteiro a cantar.

Enredo

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Com um enredo visualmente fácil de interpretar, a escola teve leitura clara tanto em alegorias, quanto em alas. A proposta dos carnavalescos estreantes. A escola respeitou a construção original da Ponte de 1984, mas trazendo características próprias em tudo. Como fantasias novas, uma leitura estética diferente, a construção dos carros. Tudo trabalhando com a questão da fé e da prosperidade.

Evolução

O desfile da Unidos da Ponte contou com uma boa evolução. Não foram percebidos buracos, nem grandes espaçamentos entre as alas que também tiveram suas demarcações bem definidas. A escola nem acelerou, nem andou rápido demais, mantendo um andamento regular. A agremiação encerrou seu desfile com 54 minutos. Componentes soltos, só faltou empolgação.

Fantasias

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A escola vestiu seus componentes de maneira simples. O conjunto de fantasias tinha leitura e quase nenhum luxo. As fantasias ficaram bem abaixo das alegorias, porém não foram percebidos problemas de acabamento nas alas, ainda que com o temporal que cai durante o desfile. Somente uma baiana foi vista sem o arco da saia. O mesmo aconteceu na comissão de frente. As fantasias demostravam facilidade para o componente desfilar, é bom destacar.

Alegorias

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As alegorias da agremiação estavam sem nenhum tipo de problemas de acabamento e continham efeitos de luz. Destaques para o carro abre-alas “Um culto ancestral afro brasileiro” que trazia os escravos como composição, a cerâmica como trabalho cenográfico e o uso de materiais rústicos. A quarta e última alegoria também chamou atenção uma escultura central caracterizada de Oxalá e uma homenagem a Mãe Stella de Oxóssi, que faleceu em meados de dezembro de 2018. Todo confeccionado na cor da escola.

Bateria

Ponte desfile2019 42A bateria de mestre Vitinho veio vestida de Ogans num figurino simples e leve facilitando a execução dos ritmistas que durante as passagens frente as cabines de julgadores abaixavam-se. A rainha de bateria, Rosana Farias vestiu-se com uma das mais belas fantasias apresentadas no desfile.

Alegria da Zona Sul 2019: Galeria de fotos do desfile

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Rocinha: bateria ao vivo no desfile

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