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Eugênio Leal analisa o desfile do Vai-Vai

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Mocidade Alegre faz começo de desfile com postura de campeã, mas correria pode prejudicar o sonho

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Por Matheus Mattos. Fotos: Magaiver Fernandes

MocidadeAlegre Desfile2019035Terceira agremiação a entrar na avenida, a Mocidade Alegre trouxe uma estética indígena através do enredo “Ayakamaé – As águas sagradas do Sol e da Lua”. Logo no início o clima imposto pela agremiação levantou a arquibancada, e os espectadores correspondiam com gritos, aplausos, e movimentação de braços e bandeiras. A coreografia da bateria, harmonia constante, bailado entrosado do casal e comissão de frente com fácil interpretação foram os destaques positivos. Até o minuto 56 a escola apresentava uma pinta de campeã, porém os dirigentes não cronometraram o tempo correto, fazendo que a evolução fosse prejudicada em pelo menos duas cabines de jurados do quesito.

Evolução

MocidadeAlegre Desfile2019025A escola demonstrou ter o domínio do quesito no começo, porém sofreu com o tempo. Ainda no minuto 56, a bateria se encontrava no recuo e a última alegoria ainda não tinha cruzado a linha do meio do sambódromo. O andar mais acelerado ocasionou buracos entre as alas e prejudicou também o cantar dos componentes. A entrada no recuo da bateria não comprometeu o quesito.

A ala que melhor mostrou espontaneidade sem perder a organização, foi a “Olhos de Guaraná”, vista logo atrás do segundo casal. A coreografia “vermelho no sangue e na cor” foi feita por toda a escola, com participação direta do público nas arquibancadas. A ala “Pássaros de Arrebol” demonstrou efeito visual agradável ao realizar a coreografia.

Comissão de Frente

MocidadeAlegre Desfile2019009A comissão de frente trouxe uma encenação na qual o sambista personificado da Mocidade pedia licença aos Deuses para deslumbrar os mistérios e contemplar as magias que rodeiam o rio amazonas. Os personagens principais, Jaci e Guaraci, foram representados durante a encenação, assim como sua história de amor. O figurino trouxe uma riqueza nos detalhes dos bailarinos complementares, com atenção dada até nas costas. Um grande destaque do quesito foi a atuação do artista que representava o Deus Tupã, ele encarnou o personagem e impressionou pela intensidade do olhar. Os passos se mostraram ser bem elaborados e efetuados de forma correta.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

MocidadeAlegre Desfile2019021O casal oficial, Emerson Ramires e Karina Zamparolli, representou os dois principais personagens do enredo tratado, Guaraci e Jaci, que no desenvolver se transformam no Sol e na Lua. O grupo cênico trouxeram e enriqueceram o contexto romântico da narrativa. A fantasia do casal foi uma das mais bonitas do carnaval, além da beleza, volume e uso das cores de forma estratégica, o figurino surpreendeu também pela fácil representação dentro da proposta. A dupla carregou em sua passagem passos minuciosos, olhar constante entre eles, e com um detalhe de falta de sincronismo ainda no minuto 16, mas longe do campo de visão do jurado. Em frente à cabine, ambos mostraram entrosamento necessário, estendo o pavilhão e saudando o jurado da forma que o regulamento pede.

Harmonia

MocidadeAlegre Desfile2019030A escola apresentou um cantar constante e uniforme durante praticamente todo o desfile. Assim como nos ensaio técnicos, o 2° setor se destacou pela força imposta e evolução empolgante. O cantar dos componentes foi prejudicada nas últimas alas pelo ritmo acelerado imposto.

Alegorias

MocidadeAlegre Desfile2019068O abre-alas “Do Amor e Sol e Luas nasce Ayakamaé – As águas sagradas” trouxe duas base, onde a primeira fazia referência ao sol e a segunda a lua. A segunda “O Santuário da Vida” mostrou movimentação de esculturas de animais marinhos. O terceiro carro, “Sob os ramos da Samaumeira, o poderoso ritual de cura”, chamou atenção pela imagem de um tigre e por dois curupiras, na parte final, também com movimentação. A quarta alegoria teve um destaque negativo, ainda quando estava no setor B, uma escultura caiu, comprometendo o quesito pra agremiação. A última alegoria falou sobre o encontro do sol e da lua, e notou-se uma queda de nível em comparação as outras.

Bateria

MocidadeAlegre Desfile2019039A bateria Ritmo Puro, comandada pelo mestre Sombra, representou os Guerreiros Manaós-Ajuricaba, que são defensores leais do território indígena. A ousadia da batucada foi o ponto alto, ainda quando estavam em frente ao setor B, os ritmistas realizaram o tradicional cubo-mágico. Nada mais é que a bateria se divide, uma parte anda e os lados se invertem. O movimento levantou a arquibancada. Outro destaque também foi a bossa baseada no ritual indígena feita no segundo refrão. A rainha de bateria Aline Oliveira chamou a atenção por dois motivos. Coreografia com a ala da frente e por tocar surdo de terceira enquanto a batucada estava no recuo.

Samba-enredo

MocidadeAlegre Desfile2019105O intérprete Igor Sorriso cantou de forma solta e com ótima competência musical. O cantor realizava cacos que puxavam a animação da escola, mas em pontos específicos, sem exageros. O samba funcionou de forma clara, sendo cantado até mesmo pelos foliões de fora do desfile.

Enredo

MocidadeAlegre Desfile2019100A Mocidade Alegre apostou num tema indígena que conta, de uma forma lúdica e romântica, o surgimento do rio Amazonas. A lenda se inicia com a história de amor entre Guaraci e Jaci, um casal que foi impedido de ficarem juntos. Ao se relacionarem surgiu um cata crisma na terra e Deus Tupã interviu, enviando ambos como astros, um em forma e sol e a outra em forma de lua. A linhagem do enredo começa à partir disso, aprofundando o contexto de como o rio é importante para a região. A leitura da escola foi simples e fácil, um simples conhecedor da lenda entende o desfile de forma clara.

Fantasia

MocidadeAlegre Desfile2019084Todas as fantasias demonstraram ótimo acabamento e leitura simples, como as alas “Jacarés” e “Cobra Grande”. A agremiação trouxe muitos componentes com rostos pintados, casando com a proposta da fantasia. A ala “Arraias do encontro das águas” utilizou um material simples e barato, mas ocasionando um efeito visual bacana. No geral, a escola apresentou um dos melhores efeitos visuais do carnaval, cada uma com sua particularidade e com criatividade na cores.

MocidadeAlegre Desfile2019065Destaques

A presidente Solange veio logo no início, com uma roupa vermelha e maquiagem de índio. As baianas também cativaram pela cor e quantidade, foram mais e 70 mulheres na ala. A coreografia em praticamente todo trecho do samba enriqueceu a ala dos passistas.

Estácio 2019: galeria de fotos do desfile

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Amigos e familiares marcam presença em desfile da Porto da Pedra em homenagem a Antônio Pitanga

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Por Juliana Cardoso

Porto da Pedra Desfile2019 114Assim como a Santa Cruz, o Unidos do Porto da Pedra escolheu homenagear na Avenida em 2019 um veterano ator negro. Com o enredo “Antônio Pitanga, um negro em movimento”, a escola de São Gonçalo levou para seu desfile uma alegoria que festeja o ator e sua relação com o Rio de Janeiro. O quarto carro da escola cruzou a Passarela do Samba com a presença de Antônio, que desfilou radiante e vestiu um tradicional traje de malandro, e de amigos e familiares do artista.

“Estou muito feliz por receber esta homenagem em praça pública, no melhor espaço do mundo, que é o Sambódromo. É um teatro! A cultura é uma fonte enriquecedora. Vim para receber os aplausos dos cariocas e a alegria desse povo”, disse Antônio momentos antes de tomar seu lugar na alegoria.

O ator baiano chegou ao Rio de Janeiro na década de 1960 e se encantou pela singularidade do jeito carioca de ser. A alegoria que fechou o desfile foi intitulada como “O Rio de Janeiro Faz Festa para Antônio Pitanga” e trouxe referências a pontos turísticos da cidade que abraçou o artista. Um grande queijo em formato de chapéu foi colocado na dianteira do carro, lugar ocupado pelo homenageado.

Porto da Pedra Desfile2019 094Na parte lateral, o carro apresentou uma simbologia ao carnaval de rua carioca, com componentes vestidas de colombinas e posicionadas em cima de cartolas. Atrás, uma grande escultura de um pierrot deu um ar teatral à alegoria. A famosa estampa do calçadão de Copacabana dava acabamento a parte inferior do carro e os Arcos da Lapa, na parte da frente, abrigaram a velha-guarda e alguns amigos íntimos de Antônio.

Porto da Pedra 3“Sou amigo do Antônio há muito tempo, desde Corpo Santo em 1987. Eu o acho fundamental para a cultura brasileira e por isso estou aqui. Ele é raiz e representa um monte de gente. Acho uma obrigação estar aqui homenageando este grande pai em seus 80 anos”, afirmou o ator Chico Dias, que estava no carro.

Os filhos, Rocco e Camila Pitanga, também marcaram presença no desfile da vermelha e branca e se mostraram emocionados com a homenagem ao pai.

Porto da Pedra Desfile2019 092“Representar Antônio Pitanga na avenida é de uma responsabilidade imensa, é uma grande emoção. Ele é um negro de sucesso e representa a negritude. Porque nós, negros, somos a base deste país, que ainda precisa avançar muito e entender nossa história”, disse Camila.

E Rocco completou: “É uma verdadeira delícia representar a grande história do pai na Avenida. Eu e Camila somos os desdobramentos da grandioso caminhada de Antônio, mostrada na Marquês de Sapucaí”, disse, orgulhoso.

Tem Gringo no Samba? Francesas apaixonadas pelo carnaval carioca desfilam em alegoria da Renascer

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Por Gabriel Leal

Renascer Desfile2019 072A Renascer de Jacarepaguá foi a segunda escola a pisar na Sapucaí com o enredo homenageando o tradicional festejo baiano do dia 02 de fevereiro, dia de Iemanjá. Além da força da comunidade do largo do Tanque, a Renascer contou com alas comerciais para compor os componentes do seu desfile. Para este feito, muitos deles passaram por uma maratona para se “abrasileirar” e ajudar a escola a fazer uma bela passagem pela Avenida.

No enredo “Dois de fevereiro no Rio Vermelho”, a Renascer mergulhou fundo na estética negra e nos símbolos baianos presentes no imaginário popular. A escola trouxe para avenida toda a mitologia dos orixás nos dois primeiros setores, dedicando uma ala para cada orixá (ala 2: Oxalá, ala3: Iemanjá, ala 4: Nanã, ala 5: Ogum, ala 6: Xangô, ala 7: Oxóssi, ala 8: Iansã, Ala 9: Oxum) e a segunda alegoria fazendo menção às águas de Oxum. Este segundo carro era inteiramente dourada e decorada com espelhos e composto em sua grande maioria por mulheres, uma vez que Oxum é o orixá que rege a feminilidade, a beleza e a maternidade, segundo a mitologia Yorubá.

No time feminino de composições, além das já tradicionais integrantes cariocas, a Renascer de Jacarepaguá contou com cerca de 14 meninas francesas que desfilaram na Marquês de Sapucaí pela primeira vez. A ponte para esse encontro França-Brasil foi a professora de dança Alessandra Cabral. Há 18 anos ministrando oficinas de samba no pé por cidades, como Londres, Paris e Croácia, a ex-passista conta que o comprometimento é fator fundamental para integrar o grupo.

Renascer Desfile2019 069“Já tem um tempo que eu trabalho com isso. Eu faço workshop em vários lugares do mundo, e as pessoas pedem para desfilar. Então comecei a organizar isso. Mas pensei: ‘se vocês querem desfilar, não vai ser de qualquer jeito, vamos nos preparar, aprender o samba-enredo’. Foi quando comecei a organizar essas viagens há uns 8, 9 anos. Desde então, eu trago essas pessoas que são super interessadas pela nossa cultura”, comentou a professora de dança.

Mas muitos sambistas afirmam que a presença de gringos pode prejudicar a harmonia da escola de samba, uma vez que eles não falam português. A responsável pela caravana, no entanto, discorda desse posicionamento e felicita o carinho dos gringos pela cultura brasileira.

“Se você pegar as meninas e pedir para elas cantarem o samba-enredo, elas vão saber. Ensaiei com elas. Os estrangeiros valorizam mais a nossa cultura popular do que o próprio brasileiro. Lá fora eles são ávidos por aprender uma coisa que não é a cultura deles. Quando trabalhava aqui no Brasil, via muito essa coisa de musa, gente que quer desfilar, mas durante o ano não tem tanto interesse. Já elas fazem aula duas vezes por semana o ano inteiro”, garantiu Alessandra.

Num misto de português com inglês, os turistas comentaram a experiência de pisar pela primeira vez na Marquês de Sapucaí e por uma escola com enredo que fala de negritude e das matrizes africanas.

Renascer Desfile2019 076“É magnífico! Na minha cidade também há carnaval, mas não é o mesmo. Não tem os carros alegóricos. Eu vou tentar dançar e espero não cair”, brincou a enfermeira Pascalini, que completou: “Vi que o enredo é sobre a festa de Iemanjá na Bahia. Existe muito da cultura negra nesse tema e isso é legal porque eu sou negra”.

Crivella diz que respeita o carnaval do Rio, que festa de 2019 é um sucesso e fala novamente em ‘desmamar’

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    crivella carnavalO prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, utilizou as redes sociais para responder os sambistas e dirigentes das escolas de samba que protestam contra o desinteresse do político ao carnaval da cidade. Veja abaixo o post.

    “Respeito, sim, todos os carnavalescos. Mas precisamos respeitar igualmente as crianças nas escolas e os doentes nos hospitais, os orfanatos e asilos e as milhares de pessoas que se alimentam nas nossas creches, escolas e restaurantes populares todos os dias.

    Respeito sim, mas respeito também o restante da população do Rio que quer o dinheiro do município aplicado em serviços públicos. É o que mostra a pesquisa do Instituto Paraná. 88% da população quer que o carnaval seja patrocinado pela iniciativa privada.

    Respeito sim e posso provar: o Carnaval de 2019 já é um sucesso, batendo recordes dentro e fora da Sapucaí. A expectativa da Riotur é de que vamos superar 2018 com 1,5 milhão de turistas na cidade. A média de ocupação hoteleira está em 88%, segundo a Hotéis Rio.

    Respeito sim as 7 milhões de pessoas que vão aproveitar o melhor carnaval do Brasil nas ruas do Rio.

    Preparamos a cidade para receber essa festa. Temos quase 5500 guardas/ dia nas ruas para proteger os foliões; a Comlurb está trabalhando com 7.686; a Rioluz fez vistorias preventivas e corretivas; intensificamos os trabalhos de sinalização e iluminação; 300 profissionais de saúde estão a postos.

    Reduzimos o investimento público no Carnaval, mas trouxemos R$ 41 milhões de recursos do setor privado, mais um recorde histórico desse carnaval, o que significa que empatou a conta.

    Carnaval de sucesso, rentável, sem onerar tanto os cofres do município.

    Em época de crise precisamos de austeridade para poder prestar serviços a todos os contribuintes do Rio de Janeiro em especial os que mais precisam.

    Portanto, respeito sim, mas precisamos desmamar!”

    Renascer 2019: galeria de fotos do desfile

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    Império da Tijuca 2019: arrancada do samba no desfile

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    Império da Tijuca 2019: bateria ao vivo no desfile

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    Porto da Pedra 2019: arrancada do samba no desfile

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