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Com ênfase em Xangô e estética ancestral, Camisa 12 aposta em gravação emocional e arranjos ousados

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Em outubro, a Camisa 12 esteve na Fábrica do Samba para registrar a gravação oficial de seu samba-enredo para o Carnaval 2026 o primeiro audiovisual da história da escola. O clima foi de expectativa, emoção e afirmação coletiva de um projeto que marca o retorno ao Grupo de Acesso 1 após 23 anos. A obra, profundamente ligada à ancestralidade e ao culto a Xangô, tem mobilizado a comunidade e orientado o planejamento musical, técnico e estratégico da agremiação.

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Fotos: Naomi Prado/CARNAVALESCO

Direção de varnaval busca unidade e fidelidade ao trabalho na quadra

O diretor de carnaval, Demis Roberto, explica que a Camisa 12 decidiu fugir de fórmulas prontas e, pela primeira vez, registrar em vídeo aquilo que vem construindo internamente. “Nós pensamos em fazer algo um pouco diferente do que a gente está vendo as pessoas fazendo. Não sabemos ainda se vai dar certo, porque não gravamos ainda, mas vamos fazer algo muito parecido com o que estamos fazendo dentro da escola”.

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Diretor de carnaval, Demis Roberto

Segundo ele, a gravação reflete meses de ensaio e consolida um momento histórico da entidade. “É o primeiro audiovisual da Camisa 12. Estamos vivenciando muitas ‘primeiras’ coisas. Vamos fazer um bom trabalho e mostrar o motivo de estarmos neste grupo”.

Demis destaca que todos os setores da agremiação foram representados de forma proporcional e criteriosa. “A gente está cumprindo exatamente a numeração que a própria Liga-SP passou para nós. Mas nós só estamos trazendo as pessoas que verdadeiramente ensaiaram”.

Sobre a disputa acirrada do Acesso 1, o diretor não esconde a consciência do desafio. “A Camisa 12 é a única escola do grupo inteiro que nunca foi para o Grupo Especial. Então, é um grupo muito difícil”. Ainda assim, ele confia no projeto: “O que a gente está pretendendo dentro desse grupo é mostrar por que merecemos o Acesso 1”.

A parte do samba que mais o emociona resume o espírito da comunidade: “Kaô, kabecilê Xangô! Meu sangue é preto, é ancestral.”.

Interpretação: emoção, técnica e união na disputa mais acirrada de SP

O intérprete Tim Cardoso ressaltou que o frio no dia da gravação exigiu um cuidado vocal direto e objetivo. “É muito importante beber bastante água e sempre fazer um aquecimento vocal, mas nada de preparativo muito grande”.

Diferentemente das gravações em estúdio, o registro ao vivo reuniu comunidade, ala musical e todo o elenco. “Hoje, todo mundo junto, acho que vai mais a emoção do que a técnica. Hoje vai ser mais para cima”.

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Intérpretes Tim Cardoso e Clóvis Pê

Tim também destaca sua identificação com o trecho mais marcante do samba: “Kaô, kabecilê Xangô! Meu sangue é preto, é ancestral.”.

O intérprete Clovis Pê reforça que o retorno ao Acesso 1 exige preparação intensa. “A competição é sarrafo lá em cima. Então, a gente tenta ensaiar muito”.

Clovis revela que mantém exercícios técnicos diários desde 2000, quando enfrentou um problema vocal. Ainda assim, ele aponta que cantar diante da comunidade desperta outro nível de entrega. “Hoje é mais emocionante, porque você tem a comunidade junto”.

Para ele, a abertura do samba é o ponto mais forte. “O xirê é a festa. E o Carnaval é uma festa. É proibido ficar triste”.

Direção musical aposta em ousadia, ancestralidade e novas texturas sonoras

Responsável pela produção musical, Neuber André afirma que a gravação marca um renascimento da Camisa 12. “Depois de 23 anos, a gente está voltando para o Grupo de Acesso 1. Eu quero fazer uma gravação totalmente diferenciada”.

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Ele detalha que o trabalho terá ousadia tanto nas cordas quanto na bateria. “Vamos ter umas bossas com atabaques. E, na parte das cordas, eu vou colocar um banjo para deixar um pouco mais percussiva a questão das cordas”.

Neuber também se emociona com o trecho final do samba: “Kaô, kabecilê Xangô! Meu sangue é preto, é ancestral, o toque do tambor resiste no meu carnaval”.

Bateria reforça tradição, cadência e referências afro-baianas

À frente da “Fúria Azul e Branco”, o mestre Lipe explica que a escolha do andamento preserva a escola e honra a memória do pai, maestro Neno. “Adaptamos o andamento para 142 BPM (batidas por minuto), foi o que aprendemos no nosso início. Samba é cadenciado”.

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Para o desfile, o andamento deve subir sem perder a essência. “Aumentaremos um pouco mais para dar mais pressão, porém sem fugir dessa característica”.

A bateria apresentará três bossas, com forte influência afro-baiana. “Traremos muita Bahia, faremos um toque de Adarrun”.

Audiovisual como marco de afirmação

A gravação na Fábrica do Samba consolidou um movimento de reorganização e crescimento da Camisa 12. Com forte conexão espiritual e raízes afro-brasileiras, o samba-enredo tornou-se símbolo da busca da escola por estabilidade no grupo e, quem sabe, por voos ainda maiores.

A frase repetida por todos, intérpretes, direção e comunidade, sintetiza o que a escola leva para o Anhembi em 2026: “Kaô, kabecilê Xangô! Meu sangue é preto, é ancestral”.

Mancha Verde celebra força histórica de seu samba mais querido em gravação rumo ao Carnaval 2026

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A Mancha Verde reuniu 110 integrantes na Fábrica do Samba, em outubro, para registrar a reedição de um dos sambas mais emblemáticos de sua história. A gravação da faixa e do clipe mostrou a força emocional da obra, sua importância simbólica para a comunidade e a preparação técnica que sustenta o projeto musical da escola para o Carnaval 2026. Segundo o diretor de carnaval, Paolo Bianchi, a logística foi cuidadosamente organizada para facilitar o deslocamento da comunidade.

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Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

“A gente tem um ônibus nosso, a galera chegou na quadra por volta das 13h30, uma hora e meia antes do início da gravação aqui na Fábrica do Samba. Quem quis, pôde vir de carro direto, eu mesmo vim de carro direto por morar aqui perto. A maioria, porém, foi deixar o carro lá e veio no nosso ônibus, que fez duas viagens”.

Ao todo, 110 pessoas participaram da gravação, entre bateria, elenco teatral e segmentos. Para Paolo, a experiência de regravar o samba traz vantagens técnicas e emocionais. “É um samba que a comunidade adora. E, para o povo do carnaval, esse é um dos sambas mais cantados da Mancha Verde aqui em São Paulo e no Rio de Janeiro também. Quando a gente se apresenta no Rio, o pessoal sabe cantar o samba”.

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O diretor lembra que o enredo original marcou um momento de virada da Mancha. “Foi um dos desfiles da gente em que nós entramos de vez no jogo. A gente foi quarto colocado e era a última escola a desfilar naquela noite”. Segundo ele, o samba carrega a identidade espiritual da agremiação. “A Mancha é uma escola muito religiosa, e a gente se conecta demais como entidade com esse samba”.

Embora a obra tenha recebido pequenos ajustes de andamento para 2026, o diretor garante que a essência permanece intacta. “O espírito é o mesmo, e a gente encara isso como uma dupla vantagem: tanto da emoção como da parte técnica”.

Arranjo com assinatura emocional

O arranjador Ricardo Rigolon (Chanel) recorda a origem profundamente sentimental da obra. “Foi um momento especial na minha vida, também. Eu tinha acabado de perder minha avó, tem um sentimento bem especial esse samba… e não tem como, a música sente essa energia”.

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Arranjador Ricardo Rigolon (Chanel)

Ele destaca o processo criativo com Fredy Vianna e Armênio Poësia. “Lembro que a gente terminou esse samba na casa do Fredy se emocionando. Foram alguns anos assim, se emocionando com esse samba”.

O resultado foi tão marcante que a comunidade elegeu a obra como o maior samba da história da Mancha. “A gente teve a felicidade de ganhar o concurso interno da escola – e, depois, em uma votação na própria Mancha, esse foi eleito o melhor samba da história da escola”.

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No campo técnico, Chanel explica que a gravação começa com nuances do Ijexá graças à participação do percussionista Sandro Luiz. “Depois, eu comentei com os mestres que eles podiam fazer alguma bossa para entregar e começar o samba com o povo cantando”.

A integração entre arranjo e bateria foi determinante. “A batucada subiu maravilhosa com as bossas, com uma nova roupagem, muito bacana”.

Ele ainda destaca as diferenças entre gravar em estúdio e registrar tudo ao vivo. “O ao vivo tem uma energia diferente. Tocando junto, tem aquela coisa da troca”.

Bateria busca andamento orgânico e novas bossas

Os mestres de bateria Felipe Cabral e Viny Rezende reforçaram que a prioridade foi respeitar o clima do canto.

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Mestres de bateria Felipe Cabral e Viny Rezende

Cabral explica: “Hoje a gente usou um andamento mais orgânico. A gente não mediu quanto ao bpm (batidas por minuto), mas mais ou menos mediu 144, no máximo 146”.

Já Viny detalhou a estrutura das bossas para 2026. “A princípio, nós já estamos ensaiando duas bossas, que foi o que a gente realizou aqui. Vai ter paradão, provavelmente e novamente – e o paradão não conta como uma dessas bossas até pelo regulamento”.

Os mestres adiantam que a bateria deve apresentar novas surpresas na Avenida. “A gente acredita que mais uma ou duas a gente vai realizar em algum ponto estratégico”.

O dia da gravação acabou funcionando como mais um teste com a comunidade. “Hoje não deixou de ser o nosso segundo ensaio com a comunidade, já que estávamos horas atrás no aniversário de 30 anos da Mancha Verde”, comentou Cabral.

Viny complementou: “Tudo que a gente ensaiou e que a gente se propôs a fazer a gente conseguiu realizar com grande maestria”.

Fredy Vianna ressalta preparação vocal e devoção ao samba

Responsável pela condução vocal da obra, Fredy Vianna destacou a entrega total que exige do próprio corpo. “Seja nota mais alta ou mais baixa, o negócio é dar alicerce para o samba”.

Sobre a preparação para a gravação, ele explica a rotina intensa. “Para falar a verdade, eu odeio maçã, mas como bastante. Tomo muito suco de maçã por ser um adstringente natural”.

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O clima chuvoso também exigiu cuidados extras. “Temos que fazer muito exercício vocal para a garganta abrir – ainda mais num dia chuvoso e frio”.

Fredy reafirma sua paixão pela obra. “De zero a dez, eu gosto cem desse samba”.

Ele lembra que a comunidade escolheu a obra como seu maior ícone musical. “A Mancha fez uma enquete há alguns anos atrás e esse samba ganhou disparadamente como o melhor da história da escola”.

Para 2026, o intérprete acredita novamente na força da obra. “Tenho certeza que, mais uma vez, vamos fazer um grande desfile com esse samba. Segura a Mancha!”.

Ensaios da União de Maricá passam para terça-feira até o fim de dezembro

A União de Maricá segue firme na preparação para o Carnaval 2026. A escola retorna à Passarela do Samba Adélia Breve, no Centro da cidade, para mais um ensaio de rua. Até o final de dezembro, os treinos serão realizados em um novo dia: terça-feira, começando já hoje, sempre às 20h. A mudança temporária ocorre por conta dos festejos natalinos iniciados no último fim de semana em Maricá. Com isso, a escola optou por ajustar o calendário de ensaios, que voltarão a acontecer às sextas-feiras a partir de 9 de janeiro, seguindo até fevereiro.

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Foto: Ney Junior/União de Maricá

Confira o calendário atualizado de ensaios de rua:

Novembro
25/11 – ensaio de rua (terça-feira)

Dezembro
02/12 – ensaio de rua (terça-feira)
09/12 – ensaio de rua (terça-feira)
16/12 – ensaio de rua (terça-feira)

Janeiro
09/01 – ensaio de rua (sexta-feira)
16/01 – ensaio de rua (sexta-feira)
30/01 – ensaio de rua (sexta-feira)

Fevereiro
06/02 – ensaio de rua (sexta-feira)

Em 2026, a União de Maricá será a sexta escola a desfilar no sábado, 14 de fevereiro, pela Série Ouro, na Marquês de Sapucaí. A agremiação apresentará o enredo “Berenguendéns e Balangandãns”, desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira.

Salgueiro realiza audição para novas passistas nesta terça-feira

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O Salgueiro realiza nesta terça-feira, dia 25 de novembro, às 20h, a audição oficial para novos passistas da escola. A seleção acontece na quadra do Salgueiro, localizada na Rua Silva Teles, 104, e é aberta a mulheres a partir de 18 anos. Mais do que técnica e presença, a escola busca sambistas comprometidos com a rotina intensa da ala, que representa o Salgueiro não apenas na Avenida, mas também em shows, eventos e compromissos institucionais durante todo o ano. Para participar, é recomendado usar roupas confortáveis, preferencialmente pretas, e levar tênis e salto alto. Roupa de pinta é opcional, de acordo com a preferência de cada candidata.

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Foto: Raphael Vidal/Divulgação Salgueiro

À frente da seletiva, o diretor de passistas e diretor artístico da agremiação, Carlinhos Salgueiro, destaca a grandeza e a responsabilidade de integrar a ala.
“Ser passista do Salgueiro é carregar no corpo a história de uma escola gigante. É brilho, entrega e respeito pela comunidade que representamos. Quem pisa ali precisa entender que o compromisso vai muito além do desfile: é durante o ano inteiro, nos shows, nos eventos, em cada apresentação em que o Salgueiro é chamado”.

Carlinhos reforça ainda que a audição não avalia apenas performance, mas também a seriedade em relação à rotina da escola. “A disponibilidade e o comprometimento com os ensaios são fundamentais. Nossa ala é vitrine, é cartão de visitas. Precisamos de passistas que honrem essa responsabilidade, que estejam presentes e dispostos a viver o Salgueiro todos os dias”.

A audição promete receber sambistas de diferentes trajetórias, mas com um mesmo objetivo: fazer parte de uma das alas mais tradicionais e respeitadas do carnaval carioca. Para participar, basta comparecer no horário, preparada para mostrar samba no pé, atitude e, principalmente, dedicação.

Maratona 2026: Diretores de carnaval ajustam calendário para quatro fins de semana seguidos na Sapucaí

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Em 2026, as escolas de samba do Grupo Especial viverão uma verdadeira maratona de quatro fins de semana seguidos na Marquês de Sapucaí. Serão dois finais de semana de ensaios técnicos com luz e som oficiais (30, 31 de janeiro e 01 de fevereiro e 06 a 08 de fevereiro), os desfiles oficiais (de 15 a 17 de fevereiro) e o sábado das campeãs (21 de fevereiro). O novo calendário da Liesa é visto como positivo pelos diretores de carnaval ouvidos pelo CARNAVALESCO, mas todos reconhecem os desafios de um calendário condensado e de uma preparação que exige mais da comunidade e das equipes.

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Para Júnior Schall, diretor de carnaval da Portela, o calendário ampliado aumenta o potencial de rendimento das escolas. “É muito bom porque a estrutura que o presidente Gabriel David está proporcionando provoca, no melhor sentido, que as escolas trabalhem mais dessa maneira. A gente chega mais coeso e mais potente em etapas que são bem agudas”, afirmou.

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únior Schall, diretor de carnaval da Portela

Wallace Capoeira, da Mocidade, também aprovou a medida e diz já está acostumado com o ritmo intenso. “Eu sou corredor de maratona, então a gente está preparado. A gente recebe isso com o maior prazer, mas com uma responsabilidade danada”, declarou o diretor de carnaval.

Ganho dos dois ensaios técnicos

Entre os pontos mais destacados pelos diretores está a oportunidade de realizar dois ensaios técnicos com luz e som oficiais da avenida.

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Thiago Monteiro, da Grande Rio

Thiago Monteiro, da Grande Rio, lembrou que a escola enfrentou problemas no primeiro treino de 2025. “Ano passado fomos prejudicados no primeiro ensaio por conta da carência do carro de som. Agora não vai ter esse problema. A escola consegue se preparar mais, porque vamos ter dois ensaios, efetivamente, com o som da avenida”, enfatizou.

Já Wilsinho Alves, do Salgueiro, ressalta a dimensão prática. “Se a gente vai fazer um paradão, uma bossa diferente, botar algum efeito, ali a gente tem noção exata de como está o canto da escola. Por isso, considero fundamental esses dois ensaios com som e luz”, comemorou a medida.

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Wilsinho Alves, do Salgueiro

Pressão e mental

Se há consenso sobre os ganhos do novo modelo, também há reconhecimento do peso emocional. Capoeira encara a intensidade como parte da identidade do independente. “Pressão nenhuma, é privilégio. São quatro finais de semana intensos e a gente é intenso o tempo todo”, disse.

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Wallace Capoeira, da Mocidade

Schall prefere enfatizar a união. “A gente se une mais, a gente se fortalece nesse caminho, é um caminho de aprendizado. De mãos dadas, aprendendo mais e melhor, a gente consegue”.

Thiago reforça a entrega total. “Para a gente, nesse momento, faltando duas semanas, não tem vida. A gente tá olhando para a Sapucaí. Quanto mais ensaio lá, melhor”, declarou.

Wilsinho, por sua vez, chama atenção para a pressão sobre os profissionais: “O mental talvez seja algo que as pessoas que não trabalham no carnaval acabam subestimando. No meu caso, tenho uma nação atrás de mim. Todo dia a gente sai 2h, 3h, 4 horas da manhã e 9 horas já tem reunião no barracão. É um calendário exaustivo”, ponderou.

Paulo Barros fala sobre emoção por homenagem da Cidade Líder em SP e do futuro no carnaval

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No carnaval de 2026, a Primeira da Cidade Líder pisará no Anhembi para encerrar as apresentações do Grupo de Acesso 2 de São Paulo ao lado de Paulo Barros. Desta vez, porém, o carnavalesco desfilará como protagonista da festa, sendo o homenageado do enredo “Paulo Barros, o gênio do carnaval”. Paulo esteve na quadra da Cidade Líder, na Zona Leste paulistana, para a festa de lançamento do samba oficial, recebendo uma homenagem mais que especial da comunidade. A equipe do CARNAVALESCO esteve presente e conversou com o artista.

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Foto: Lucas Sampaio/CARNAVALESCO

Homenagem ao gênio em vida

O carnaval já retratou na Avenida a história de diferentes artistas fundamentais para o desenvolvimento dos desfiles das escolas de samba. Fernando Pamplona, Fernando Pinto e Arlindo Rodrigues viraram enredo em desfiles na Sapucaí, assim como Rosa Magalhães também será homenageada em 2026. Mas Paulo Barros será o primeiro arquiteto do maior espetáculo da Terra a receber essa honraria em vida. O carnavalesco, responsável por assinar memoráveis desfiles, falou sobre o sentimento de ver seu legado virar um desfile.

“Cara, é uma coisa assim que… Geralmente somos homenageados quando a gente se foi, quando estamos no outro plano é que homenageiam. Graças a Deus eu estou aqui para viver esse momento. É um momento único, a gente nunca acha que isso vai acontecer. Fazemos um trabalho baseado no carinho, na emoção, no amor, e acho que a resposta está exatamente aí: aquela consagração espontânea, não foi uma coisa que foi premeditada. O convite apareceu e eu estou super empolgado. Estou feliz e tenho certeza de que esse momento, quando essa escola estiver desfilando, ele vai ficar guardado o resto da minha vida”, declarou.

Paulo Barros foi recebido na quadra da Cidade Líder de forma bem inusitada: a escola decidiu lançar o samba oficial para 2026 assim que o carnavalesco chegou ao local, antecedida de uma recepção apoteótica com direito iluminação especial, flores, abraços e a obra recitada para o próprioele pelo intérprete Thiago Melodiah. O artista demonstrou surpresa e comentou sobre a emoção do momento.

“Esses gêmeos são doidos. Eles são pessoas maravilhosas, a escola me recebeu aqui hoje com um carinho enorme, me emocionei. Eu visto essa casca de durão, mas eu tenho um coração mole. É o carinho que você recebe, e isso é que vale a pena. Com essa coisa da internet, que é muito maldosa hoje em dia, a gente sofre muito, mas isso tudo eu deixo para trás. É viver esse momento de alegria e de agradecimento. Vai ficar guardado, com certeza”, disse.

‘Artistas não param’

O carnavalesco não assinará nenhum desfile em 2026, mas isso não significa que sua criatividade tenha parado. Paulo afirmou que já está visando o carnaval de 2027, e reafirmou sua paixão pelo carnaval.

“Eu já comecei a trabalhar para 2027! Já estou trabalhando. Somos artistas, e artistas não param. Independente de qualquer coisa, temos que botar a criatividade e o nosso trabalho para fluir. Eu vou ficar fora do carnaval de 2026, mas estou dentro do carnaval porque é uma paixão. Independente de qualquer coisa, eu sou um amante do carnaval”, concluiu.

Divulgadas primeiras imagens de Maria Gal como Carolina Maria de Jesus no longa ‘Carolina – Quarto de Despejo’

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A obra “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, um dos livros mais importantes da literatura brasileira, vai ganhar uma adaptação para o cinema. E a produção acaba de divulgar as primeiras fotos da atriz Maria Gal caracterizada como a escritora que se tornou símbolo de resistência ao transformar sua vivência na favela do Canindé, em São Paulo, em literatura (confira aqui). Intitulado temporariamente como “Carolina – Quarto de Despejo”, o longa será dirigido por Jeferson De, com roteiro de Maíra Oliveira e produção de Clélia Bessa. O filme é uma produção da Move Maria, Raccord Produções e Buda Filmes, com coprodução da Globo Filmes e distribuição da Elo Studios.

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Foto: Mariana Vianna/Divulgação

Para interpretar a escritora, Gal passou por uma importante transformação. Os cabelos ganharam novo comprimento que, segundo a atriz, contam aquilo que poucas palavras conseguem alcançar. “Quando eu aceito transformar meu cabelo pela história de Carolina, não estou apenas mudando o visual, estou abrindo espaço para acessar uma verdade que vai além da minha. Estou entrando no território dessa mulher gigante, que ainda hoje é uma das autoras mais importantes da literatura mundial. Carolina não é só um papel, ela é uma força literária que atravessou séculos, fronteiras e desigualdades, escrevendo de um lugar de silêncio imposto e, mesmo assim, fazendo ecoar a própria voz para o mundo inteiro”, explica Gal. Ainda como parte da composição da personagem, a atriz passou por um grande processo de emagrecimento, chegando a perder mais de 18kg e iniciou sua preparação como atriz há um ano, passando por profissionais do Brasil e dos EUA.

O filme é uma adaptação do livro “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, publicado em 1960, em que Carolina Maria de Jesus narra com autenticidade e força poética a vida na favela do Canindé, em São Paulo. Nascida em 1914, em Sacramento (MG), ela impactou o país com seu diário ao expor, com profundidade e sensibilidade, a realidade da fome, do racismo estrutural e da desigualdade social. Com apenas dois anos de educação formal, a autora vendeu mais de um milhão de exemplares, teve sua obra traduzida para 14 idiomas e se tornou a primeira escritora negra brasileira a alcançar reconhecimento internacional. A produção pretende revelar não apenas as dificuldades enfrentadas por Carolina e seus filhos, mas também sua genialidade, coragem e paixão pela escrita, que transformaram sua experiência em um poderoso testemunho de resistência. Ao lado de Maria Gal, a produção conta ainda com Raphael Logam, Clayton Nascimento, Liza Del Dala, Carla Cristina Cardoso, Ju Colombo,Caio Manhante, Jack Berraquero, Fabio Assunção, Alan Rocha, Thawan Lucas e grande elenco.

FICHA TÉCNICA
Título: Carolina – Quarto de Despejo
Direção: Jeferson De
Roteiro: Maíra Oliveira
Produção: Clélia Bessa
Baseado em: “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus
Elenco: Maria Gal, Raphael Logam, Laura Vick, Raphael Raposo, Thawan Lucas, Caio Manhente, Clayton Nascimento, Liza Del Dala, Carla Cristina Cardoso, Ju Colombo, Jack Berraquero, Fabio Assunção, Alan Rocha e grande elenco
Produção: Move Maria, Raccord Produções, Buda Filmes
CoProdução: Globo Filmes
Distribuição: Elo Studios

Câmara do Rio consagra o Trem do Samba como patrimônio cultural da cidade

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Prestes a completar três décadas de história, o Trem do Samba agora tem mais um motivo para celebrar. A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro aprovou, em definitivo, o projeto de lei que declara o evento como patrimônio histórico e cultural de natureza imaterial da cidade. A iniciativa é de autoria do vereador Leonel de Esquerda (PT) e segue para sanção do prefeito Eduardo Paes (PSD).

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Foto: Henrique Esteves/Divulgação Trem do Samba

Criado em 1995 por Marquinhos de Oswaldo Cruz, o projeto é inspirado nas viagens de trem de Paulo da Portela, fundador da escola azul e branca, que, no início do século 20, se reunia com outros sambistas nos vagões para escapar da repressão policial. Naquela época, o samba era mal visto pelas elites urbanas e frequentemente associado à vida fácil.

Os músicos se encontravam na estação Central do Brasil após o expediente e embarcavam às 18h04 com destino a Oswaldo Cruz, começando a tocar assim que as portas se fechavam. Atualmente, o acesso ao trem no dia da atividade ocorre mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível, e todas as apresentações nos palcos podem ser aproveitadas gratuitamente.

A edição comemorativa deste ano acontece no dia 6 de dezembro, sábado, próximo ao Dia Nacional do Samba, dia 2 do mesmo mês. A programação contará com quatro palcos, mais de 20 rodas de samba, e grandes nomes do gênero, como Roberta Sá, Leci Brandão, Dudu Nobre, além dos grupos Samba da Volta, Terreiro de Crioulo e Marcelinho Moreira.

“É fundamental reconhecer a importância da preservação da cultura popular e da resistência do samba. Esse gesto exalta a identidade do povo carioca, mantendo acesa a chama de uma tradição que foi passada de geração para geração. É a valorização da luta popular, reprimida ao longo da história, mas que jamais deixou de se manifestar contra a censura”, destaca o parlamentar.

Porta-bandeiras Verônica Lima e Selminha Sorriso recebem certificado de Guardiãs da Cultura Negra da Baixada

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A última sexta-feira foi marcante para duas importantes porta-bandeiras do carnaval carioca. Durante a Feira Preta, realizada na Praça do Pacificador, em Duque de Caxias, Verônica Lima e Selminha Sorriso receberam o certificado de Guardiãs da Cultura Negra da Baixada Fluminense. A homenagem foi entregue no Teatro Raul Cortez e integrou a programação do mês da Consciência Negra.  Indicada pelo seu trabalho à frente da Cia. de Dança Latopá, organização social que realiza o ensino da dança de casal de mestre-sala e porta-bandeira e de outras expressões populares na região, Verônica comemorou a honraria:

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Foto: Divulgação

“Receber este reconhecimento me enche de orgulho. É a confirmação de que a nossa arte transforma vidas e mantém viva a tradição do nosso povo. Estive cercada de grandes referências da cultura preta da Baixada, líderes espirituais e pessoas que dedicam suas trajetórias à valorização da nossa ancestralidade. Dividir essa homenagem com a Selminha, uma amiga que realiza um trabalho social tão bonito pela Beija-Flor, tornou este momento ainda mais especial”, disse Verônica.

A cerimônia destacou nomes fundamentais para a cultura, a memória e a espiritualidade da região. Entre os homenageados estiveram figuras como Mãe Andréia, Pai João, Mário Alves, Natalina, Yedo, Mariza, Pai Carlos, Iyá Janaina, Babá Rinaldo, Karol Ferreira, Wallace, Jéssica Volp e Débora, além de outros agentes culturais que fortalecem a identidade negra na Baixada.

O evento teve realização da Feira Preta, com apoio da Prefeitura de Duque de Caxias e instituições voltadas à promoção da cidadania, diversidade e direitos humanos.

‘Padrão Viradouro’ de qualidade continua! Sob chuva, escola lava a alma e mostra força dos quesitos em ensaio com canto potente

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Ciça, gratidão pelas lições que eu pude aprender’. Conduzida pelo sentimento de gratidão a um dos grandes de sua história, a Unidos do Viradouro fez mais uma exibição de alto nível no terceiro ensaio de rua da escola, na Avenida Ernani do Amaral Peixoto, rumo ao Carnaval de 2026. Nem mesmo a forte chuva que caiu no início do treino conteve o ímpeto da comunidade viradourense. Do início ao fim do ensaio, a Vermelha e Branca mostrou a força dos seus quesitos, com forte canto da comunidade, exibição de alto nível do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho e Rute, desempenho sublime de Wander Pires e da “Furacão Vermelho e Branco”.

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Em 2026, a Viradouro levará para a avenida o enredo “Pra Cima, Ciça!”, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. A narrativa presta uma homenagem aos 50 anos de trajetória do mestre de bateria Mestre Ciça no mundo do samba. A Vermelha e Branca de Niterói será a terceira escola a pisar na avenida no segundo dia de desfiles do Grupo Especial.

“Graças a Deus, a gente vem fazendo grandes ensaios. Acho que o trabalho realizado nos últimos anos também nos ajuda e nos coloca hoje nesse lugar. Claro, com muita cobrança, com a expectativa de ganhar o Carnaval todos os anos. E este ano, mais do que nunca, principalmente depois do último Carnaval. Mas isso também nos dá solidez: tanto na estrutura quanto no ensaio e na técnica. Um grande enredo e um grande samba nos proporcionam um início de trabalho arrebatador, forte, potente. A gente canta para um dos nossos. Quando a escola olha para o lado direito e vê o homenageado regendo a bateria, isso com certeza é um grande combustível para fazer um grande ensaio e, se Deus quiser,
consequentemente, um grande desfile”, analisou o diretor-executivo da Viradouro, Marcelinho Calil.

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Foto: Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

“A chuva no início foi aquela porrada, mas desde 2018 — na verdade, desde 2016, 2017 — a gente vem ensaiando forte aqui na Amaral. E já tivemos provas de que a chuva, na verdade, nos leva a ensaios mais potentes ainda. A escola não tem problema nenhum com água. A gente tomou um banho de alegria e, acho, deu um banho de Carnaval, um banho de ensaio”, completou.

COMISSÃO DE FRENTE

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Foto: Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

Comandada pelos experientes e premiados coreógrafos Priscila Motta e Rodrigo Negri, a comissão de frente da Unidos do Viradouro marcou presença e brindou o público presente na Amaral Peixoto com uma grande apresentação. Os bailarinos, com o samba na ponta da língua, realizavam movimentos fortes e bem sincronizados diante das áreas designadas como cabines de julgamento. Durante as apresentações, era possível perceber a representação de elementos da vida de Mestre Ciça, com passos de samba e a “regência” com as mãos.

MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA

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Foto: Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

O experiente casal de mestre-sala e porta-bandeira Julinho Nascimento e Rute Alves apresenta, a cada ano e a cada ensaio, um enorme padrão de excelência na dança. A dupla, sem dúvidas, é um dos grandes destaques dos ensaios de rua da Viradouro. Na apresentação, como tem feito nos últimos anos, o casal mescla elementos da dança tradicional com referências à letra do samba-enredo da escola. O entrosamento, a leveza e a precisão nos passos deram o tom da dança de Julinho e Rute.

HARMONIA E SAMBA

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Foto: Vinícius Ximenes/Divulgação Viradouro

Emocionados e empolgados com a homenagem da escola a Mestre Ciça, os componentes da Viradouro deram uma verdadeira aula de canto na Amaral Peixoto. Durante todo o ensaio, o canto se manteve firme e constante. O samba, de Cláudio Mattos, Renan Gêmeo, Rodrigo Gêmeo, Lucas Neves, Rodrigo Rolla, Ronaldo Maiatto, Bertolo, Silvio Mesquita, Marcelo Adnet e Thiago Meiners, encaixou-se perfeitamente na voz do brilhante intérprete Wander Pires, tendo uma grande exibição.

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Foto: Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

A bateria “Furacão Vermelho e Branco” também deu grande contribuição para o desempenho do samba, sobretudo com um grande paradão que antecede o refrão principal. Nesses momentos, era possível perceber a explosão do canto da comunidade da Viradouro.

EVOLUÇÃO

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Foto: Vinícius Ximenes/Divulgação Viradouro

A evolução seguiu o padrão de organização e perfeição demonstrado pela Viradouro nos últimos anos. A escola desfilou com segurança e fluidez ao longo da Amaral Peixoto, que emula as dimensões da Marquês de Sapucaí. Cada componente sabe exatamente o seu papel e evolui com precisão, sem acelerar ou reduzir o ritmo. A Vermelha e Branca não apresentou qualquer tipo de erro ao longo do treino.

OUTROS DESTAQUES

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Foto: Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

Comandada pelo homenageado Mestre Ciça, a bateria “Furacão Vermelho e Branco” deu um verdadeiro show no ensaio de rua. Destaca-se o grande paradão que antecede o refrão principal, executado com perfeição e contribuindo para o desempenho do samba-enredo da Viradouro.