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Freddy Ferreira analisa a bateria da Unidos da Tijuca no ensaio técnico

A bateria “Pura Cadência” da Unidos da Tijuca fez um excelente ensaio técnico, sob o comando de mestre Casagrande. Com sua pegada mais tradicional, a bateria tijucana mostrou toda sua classe musical, numa atuação de encher os olhos de torcedores, ritmistas e sambistas. Embalado pelo ótimo samba-enredo, a “Pura Cadência” aproveitou as nuances melódicas da obra, para executar bossas que aliavam pressão e seu ritmo consistente com levada de caixas envolvente.

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Na parte de frente do ritmo, um naipe de tamborins seguro e ressonante mostrou um trabalho sólido, além de contar com um carreteiro que misturava os toques de 2 por 1 e 3 por 1. Essa mistura acaba impactando positivamente o excepcional naipe de caixas de guerra tijucano, parecendo complementar um o toque do outro, valorizando por completo o conjunto rítmico. Outra coisa que contou a favor dos tamborins tijucanos foi o desenho rítmico de fácil assimilação e alta eficiência, sempre conectado à melodia do samba. Um naipe de chocalhos acima da média também contribuiu bastante com a musicalidade da cabeça da bateria. Tocando interligado com o naipe de tamborins, serviu para refinar o belo trabalho nos agudos da bateria da Tijuxa. Uma ala de cuícas de nítida virtude musical executou um trabalho eficiente, contribuindo no preenchimento musical.

Na cozinha da bateria “Pura Cadência”, uma afinação de surdos simplesmente primorosa foi percebida. Simplesmente incrível o agudo ressoando do surdo de segunda, bem como a eficiente afinação de primeira. Os surdos de primeira e segunda executaram um trabalho impecável, tanto na manutenção do andamento, quanto na participação em bossas. Os surdos de terceira também receberam evidente destaque, graças a um toque com extremo balanço, contribuindo com o ritmo da escola do Pavão. Repiques coesos e plenamente integrados ao ritmo mostraram um trabalho de qualidade. As caixas de guerra tijucana demonstraram todo seu luxuoso valor musical. Impressionante como as caixas da Tijuca servem como base de sustentação rítmica para os demais naipes. Tudo graças a um toque feito com misto de boa técnica e pulsação rítmica semelhantes. Ou seja, os caixeiros não precisam “largar o braço”, já que a ressonância acústica é proporcionada exatamente pela educação musical extremamente diferenciada e toques com frequências semelhantes.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

As bossas da Tijuca foram todas pautadas pela melodia do samba, revelando um trabalho musicalmente integrado e principalmente fluído. Sempre prezando pela excelência na condução rítmica, as bossas não são feitas de modo constante, revelando um esmero no acompanhamento do samba-enredo. A bossa da cabeça do samba possui uma interessante variação musical com tapas ritmados dos tamborins, sendo finalizada com a pressão dos surdos. Seu sinal era a batida de cabeça do Orixá. Já na bossa da segunda passada do refrão do meio, a bateria da Tijuca utilizou seus próprios instrumentos para executar um toque de Ijexá. Repiques, inclusive, faziam a intenção musical do toque do agogô, remetendo só Ijexá. No meio da segunda do samba, uma bossa cuja sinalização era o arco e flecha de Oxóssi executou o toque do Aguerê, mais uma vez usando os próprios instrumentos tijucanos. Uma criação musical de bossas enxuta, mas bastante potente e com valiosa integração musical.

Um grandioso ensaio da bateria “Pura Cadência” da Tijuca, sob a regência de mestre Casagrande. Um ritmo tradicional, potente e altamente musical foi apresentado. A bateria da Unidos da Tijuca mostra estar trilhando mais uma vez um bom caminho em busca de garantir a almejada nota máxima.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Unidos de Padre Miguel no ensaio técnico

A bateria “Guerreiros” da Unidos de Padre Miguel fez um ensaio técnico muito bom, comandada pelo já experiente mestre Dinho. É possível dizer, inclusive, que o mestre demonstrou a todo tempo ter a bateria na mão, tamanha era o entrosamento rítmico entre os naipes e as escolhas certeiras de bossas. Uma apresentação que uniu ritmo de qualidade, pressão explosiva de surdos e bossas com boa musicalidade.

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Na cabeça da bateria da UPM, cuícas corretas se uniram a um toque eficiente do naipe de agogôs. Uma ala de chocalhos de nítida virtude musical foi notada, com toque que por vezes era executado entrelaçado com o igualmente talentoso naipe de tamborins. O desenho rítmico dos tamborins junto da convenção dos chocalhos deram um brilho musical bastante valioso à bateria “Guerreiros” de mestre Dinho.

Na parte de trás do ritmo, surdos potentes e bem afinados, com intuito de dar pressão ao ritmo foram percebidos. Um trabalho preciso e eficiente dos ritmistas de primeira e segunda, tanto na execução de bossas, como na manutenção do andamento. Surdos de terceira abrilhantaram a cozinha da bateria “Guerreiros”, com um toque envolvente, que deu balanço ao ritmo e em paradinhas.

Caixas de guerra com um trabalho sólido deram base musical para sustentar com eficácia o ritmo, isso junto de repiques que tocaram de forma coesa e uníssona. O molho dado pelos naipes médios foi um recheio musical precioso de uma bateria que, graças a pressão de surdos, teve uma passagem explosiva.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Atabaques auxiliaram nas bossas, assim como um único agogô de uma campana (boca), ainda na parte traseira da bateria do Boi Vermelho da Vila Vintém.

Um leque de bossas dinâmico foi apresentado, demonstrando a versatilidade rítmica da bateria da Unidos de Padre Miguel. Paradinhas baseadas na pressão de surdos mostraram relativo impacto, assim como uma nuance rítmica na hora de cair para a segunda do samba se mostrou envolvente, além de bastante funcional.

A bossa do “Toca o Adarrum”, mesmo simples, é uma criação musical muito bem fundamentada, com atabaques utilizando baquetas, fato que remete ao uso do aguidavi sagrado, atrelando religiosamente o enredo à musicalidade do ritmo da UPM.

Uma passagem segura, equilibrada e muito boa da bateria “Guerreiros” da Unidos de Padre Miguel, sob a regência de mestre Dinho.

Um ritmo com balanço irrepreensível, bossas potentes e peças leves diferenciadas, que certamente deixou empolgada e esperançosa toda comunidade da Vila Vintém.

É o povo de Maricá! Integrantes da escola ressaltam planejamento sério e organização para o desfile no Carnaval 2025

Os integrantes da União de Maricá conversaram com o CARNAVALESCO sobre o trabalho na escola para o Carnaval 2025. A expectativa de todos é imensa pela segunda passagem da agremiação no Sambódromo da Marquês de Sapucaí com o enredo “O cavalo de Santíssimo e a coroa do Seu 7”, que é desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira. Na noite da última sexta-feira, após mais um dia de ensaios, os componentes falaram do andamento da preparação para o desfile.

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Fotos: Divulgação/União de Maricá

A porta-bandeira Giovanna Justo ressaltou que o ritmo é intenso e que ainda tem tempo para aprimorar mais até a apresentação oficial ao lado do mestre-sala Fabrício. “O trabalho é árduo. É o segundo ano da Maricá na Sapucaí. Mesmo a gente com vários anos de estrada é um trabalho super novo. Está sendo puxado, mas bom. Satisfatório, porque tenho certeza que esse ano será melhor ainda do que o ano passado, que já foi bom. Temos um mês ainda. Ainda vamos melhorar muito até o desfile. Estamos ensaiando muito. Lapidando nossa dança e coreografia que já está pronta. Vamos fazer um belo trabalho”, disse Giovanna.

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Júnior Cabeça, diretor de harmonia, apontou o planejamento sério de trabalho para o desfile da União de Maricá em 2025. “O trabalho vem evoluindo de acordo com o nosso cronograma. A escola de propôs a ser muito grande. Contratou grandes profissionais. Todos que já passarem pelo Especial. Isso facilita nosso trabalho. Nossa organização. Estamos cumprindo tudo que foi planjeado. Sempre temos que melhorar. Hoje, já temos 85% das fantasias prontas, a parte de chão da escola é novo, mas forte, muito empolgado e feliz. O canto vem evoluindo a cada dia e isso tem nos deixado confortável em relação ao desfile. A estética temos um carnavalesco (Leandro Vieira) e o canto terá um salto muito grande, melhora muito acentuada”, garantiu.

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Mestre Paulo Steves preferiu elogiar a energia dos seus ritmistas da “Maricadência”. “Estou à frente desde 2022 e vejo um crescimento muito grande da bateria. Podem esperar aquele macumbão e um ritmo muito alegre. Estamos indo degrau a degrau. Hoje, eu não troco a energia da nossa bateria por nada”, assegurou o mestre.

O trio de intérpretes, Matheus Gaúcho, Nino do Milênio e Bico Doce, contaram que o samba-enredo de 2025 da União de Maricá já conquistou os componentes. “Vamos fazer um grande desfile. A escola escolheu um grande samba. Está na ponta da língua dos componentes. Vamos fazer um grande carnaval. Temos uma sintonia grande com mestre Paulinho. Ele é um grande amigo, estamos sempre conversando e alinhando o que é melhor para bateria e carro de som”, apontou Gaúcho.

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“Estou achando espetacular a escola. O samba crescendo demais. A cada ensaio uma evolução. Podem esperar a Maricá maravilhosa na Sapucaí. O trabalho é sempre para melhor. O samba é realmente maravilhoso. Está na boca do povo”, assegurou Nino.

“O trabalho está andando. A escola está bem. O canto está forte. Temos tudo para fazer a diferença em 2025. O samba está rendendo muito. O samba é fácil. Garanto que o couro vai comer de verdade”, afirmou Bico Doce.

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Ele solta o bicho! Tinga é o orgulho da comunidade da Vila Isabel

“Solta o bicho! Alô, comunidade! Canta, canta, canta!” Este é o famoso grito de guerra de Anderson Antônio dos Santos, conhecido como Tinga, intérprete da Unidos de Vila Isabel. O cantor iniciou sua trajetória no final da década de 1990, na Vila Isabel. Sua voz já se destacava mesmo quando era apenas cantor de apoio. Foi campeão em 2006 e 2013. Depois, passou pela Unidos da Tijuca, até que, em 2019, fez seu retorno triunfante ao carro de som da sua escola de coração, a Vila Isabel.

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Fotos: Juliana Henrik/CARNAVALESCO

O CARNAVALESCO ouviu torcedores da escola sobre o intérprete Tinga e sua importância para agremiação. Maria Lúcia, uma fervorosa torcedora da Vila que desfila desde os 4 anos, acredita que Tinga é excepcional, não apenas por ser o intérprete da Vila Isabel, mas também como ser humano.

“Conheço o Tinga desde a época da Flor da Mina do Andaraí, depois ele passou pelos Herdeiros, e agora está na escola mãe. Tinga é o melhor que temos! A voz da Vila é a do Tinga, não há outra!”, disse Sandra Lúcia, moradora da Vila Isabel.

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O intérprete é condecorado com diversos prêmios por sua voz exuberante e seu grito que ecoa por onde passa. Em conversa com o mestre Macaco Branco, ele ressaltou a amizade e admiração que sente por Tinga, considerando-o um grande amigo, irmão e ídolo.

“O Tinga é um irmão, é um ídolo! Ele é mais velho que eu, mas sempre foi uma referência desde que eu sou jovem e ele já integrava o carro de som. É uma das maiores vozes do carnaval, uma referência não só para mim, mas para toda a nossa escola. Tinga vai ficar na história da nossa escola e do carnaval. Que Deus lhe dê muita vida e saúde para continuar soltando o bicho e levando alegria para todos nós da Vila Isabel”, afirmou o mestre.

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Sérgio Paulo, torcedor apaixonado, declarou que Tinga é realmente um orgulho da comunidade.

“Desfilo na Vila desde os meus 16 anos, até fui presidente de ala. Fiz uma pausa porque saí do país, mas sempre vi e acompanhei minha Vila Isabel. Sou da época de Marcos Moran e, desde então, vieram muitos intérpretes, mas Tinga é um que realmente se destacou. Ele é um show, um verdadeiro orgulho da comunidade!” disse Sérgio Paulo, de 65 anos.

A componente Sandroca resume o que todos sentem por Tinga, afirmando que ele é a alma e o coração da escola.

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“O Tinga é a alma e o coração, por isso estou aqui! Tive um tempo afastada dos desfiles, mas neste ano estou de volta porque a Vila vai pegar fogo e só dará a gente”, concluiu Sandra Maria, conhecida como Sandroca.

Com um sorriso no rosto, Tinga revela que a Vila Isabel é sua grande família, o lugar onde tudo começou, e sente-se orgulhoso disso.

“Aqui todos nos conhecemos pelo nome, formamos uma verdadeira família. Estou aqui desde a época dos Herdeiros da Vila. Vejo a baiana, que era amiga da minha mãe e do meu pai, a Velha Guarda, que também era próxima deles, e os da bateria que começaram junto comigo na infância. O carinho que sentimos na comunidade é recíproco. Sempre tivemos um pelo outro! Quando dou meu grito de guerra, sinto-me abraçado por eles, e tenho certeza de que eles também me abraçam” declarou Tinga.

Acadêmicos de Niterói inicia ensaios na Amaral Peixoto neste domingo

As ruas da cidade sorriso serão tingidas de azul e branco neste final de semana. A Acadêmicos de Niterói iniciará seus treinos na Amaral Peixoto neste domingo, a partir das 17h. Após diversos ensaios de canto no Clube Fluminensinho, a agremiação levará sua comunidade e segmentos para aperfeiçoar ainda mais os seus quesitos.

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Foto: Gabriel Belmiro/Divulgação Acadêmicos de Niterói

“O ensaio na Amaral Peixoto é essencial para sentirmos como a escola está em relação a harmonia e evolução. Já ensaiamos o canto no Clube e agora é mostrar a nossa força nas ruas. A escola vem para brigar pelo título. Nosso barracão segue a todo vapor, as fantasias sendo fielmente reproduzidas, aguardem a Acadêmicos de Niterói na avenida”, revelou o Presidente Wallace Palhares.

A Acadêmicos de Niterói será a sétima escola a desfilar na Marquês de Sapucaí, no sábado de carnaval, 7 de março. A azul e branca levará o enredo “Vixe Maria”, desenvolvido pelo carnavalesco Tiago Martins.

Com fantasias esgotadas, Unidos da Tijuca prepara surpresas para o ensaio técnico deste sábado na Sapucaí

A Unidos da Tijuca realiza neste sábado seu primeiro ensaio técnico na Sapucaí rumo ao desfile que se aproxima. O treino acontecerá após o ensaio da Unidos de Padre Miguel, primeira escola da noite que iniciará a sua apresentação a partir das 19h. Para o próximo carnaval, a Unidos da Tijuca terá um time renovado na defesa dos seus quesitos: as coreógrafas da Comissão de Frente Ariadne Lax e Bruna Lopes, o carnavalesco Edson Pereira e o diretor de Harmonia, Allan Guimarães. Completam o time os profissionais já consagrados na casa, mestre Casagrande, o diretor de carnaval Fernando Costa, o intérprete Ito Melodia e o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Matheus André e Lucinha Nobre. A entrada no Sambódromo é franca.

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Foto: Jullie Abreu/Divulgação Tijuca

Com concentração marcada para às 18h do lado dos Correios, mesmo lado do desfile oficial, a agremiação não quer perder a primeira oportunidade de ensaiar no campo onde acontecerá o jogo oficial. Carimbada como a escola dos segredos e inovações, a amarelo ouro e azul pavão do Morro do Borel promete mais um pioneirismo no ensaio deste sábado, a ser conferido durante o treino. Participam do ensaio o time completo da agremiação tijucana. Além da presença de sua guerreira comunidade e das três alas comerciais, composições e destaques dos carros alegóricos estarão presentes, assim como o time de beldades femininas entre os setores. A torcida Família Tijucana está garantida na arquibancada do Setor 3 e a DNA Tijucano no setor 2, com suas tradicionais faixas e bandeiras.

Faltando pouco menos de 40 dias para o desfile, e com o barracão em fase final de execução e entrega de fantasias a ser iniciada na primeira quinzena de fevereiro, a escola agora trabalha focada na preparação máxima dos seus componentes em busca da manutenção da nota máxima em harmonia e evolução, melhorando as colocações finais dos últimos anos.

Neste carnaval, a Unidos da Tijuca será a primeira escola a desfilar na segunda-feira, dia 3 de março na Marquês de Sapucaí com o enredo “Logun-Edé – Santo Menino que Velho Respeita”, desenvolvido pelo carnavalesco Edson Pereira, que celebra a história e a dualidade do orixá Logun-Edé, filho de Oxum e Erinlé abordando desde sua concepção e nascimento, passando pelo reconhecimento de sua linhagem, sua educação como guerreiro, seu encantamento na África, seu renascimento no Brasil e o encontro com a escola. O desfile destacará a importância de Logun-Edé na cultura afro-brasileira, sua influência na juventude do Morro do Borel e a conexão entre o tradicional e o moderno.

Bateria da Viradouro faz ensaio no setor 11 da Sapucaí, mestre Ciça é ovacionado e crava: ‘Temos o melhor samba do carnaval’

A Viradouro realizou na noite da última sexta-feira o seu ensaio de bateria no setor 11 do Sambódromo. Sob comando de mestre Ciça, os ritmistas da “Furacão Vermelho e Branco” estiveram presentes, além da rainha Erika Januza, o intérprete Wander Pires, a equipe do carro de som, integrantes da harmonia, o segundo casal Thiaguinho Mendonça e Amanda Poblete, passistas, e algumas alas da agremiação. O primeiro casal, Julinho e Rute, e a coreógrafa Priscila Mota também compareceram a Sapucaí para assistir ao ensaio.

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“Psicologicamente é bom, porque nós estamos no campo do jogo, é uma motivação a mais para o componente, e eu tive a bateria quase na sua totalidade. É difícil, às vezes, achar esse momento. É importante proque a gente tem umas coisas para corrigir ainda, é um momento para a gente ver o que está faltando, o que pode para melhorar. Mas o importante, é o clima em si, de carnaval, olha quantas pessoas estão aqui, isso motiva a gente. Já tenho as bossas prontas, as coreografias também estão. Vamos só colocar em prática aqui, o que vamos realizar no dia do desfile”, comentou Ciça ao CARNAVALESCO antes do ensaio começar.

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Fotos: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Wander Pires falou sobre a importância do esnaio de bateria também para o carro de som a escola e para a agremiação como um todo.

“É muito importante para sentir como é que a gente está, como a escola está, como está a bateria, o carro de som, qual é a função do samba, como é que ele está funcionando. Está maravilhosamente bem, acho que é um pontapé, um grande espelho”, comentou o intérprete.

Dudu Falcão, um dos diretores da escola, citou como o ensaio na Sapucaí é importante para a escola em especial para a ala musical.

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“A Viradouro já ensaia muito, o ensaio de rua a gente já tem muito uma sensação do que é o real, do que dá pra fazer, mas é inegável que existe uma energia diferente toda vez que vem para Sapucaí. Trazer parte da escola, principalmente a sua parte musical, que é bateria, carro de som e as alas que vêm coladas nela, faz com que o componente se solte mais, sinta o carnaval chegando de vez. Eu uso sempre uma expressão, que eu chamo de momento de soltar musculatura”.

O diretor executivo, Marcelinho Calil, também comentou a importância do ensaio de bateria no Setor 11 da Sapucaí.

“É um reconhecimento do gramado que a gente chama no futebol. Não que precise, porque todo mundo aqui já está cascudo, mas o fato é que como a gente tem um jogo só, que é uma vez por ano, esse contato prévio há um pouco mais de um mês para o desfile é necessário. A gente dá uma reconhecida, se ambienta, solta a musculatura para poder ir ganhando o corpo cada vez mais. É de fato aproveitar a oportunidade. É um trabalho eficiente, ensaio maravilhosamente bem executado, a gente pôde olhar uma coisinha ou outra que já viemos com essa intenção, de casa, e podemos cumprir fielmente o que a gente se programou. É ir construindo e buscando, para aí sim o gran finale no dia 2 de março, onde eu tenho certeza que a escola vai chegar no seu ápice”, explicou Calil.

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Ciça, Wander e Marcelinho também conversaram sobre o papel do carinho da torcida da escola para toda a ala músical e com a bateria da agremiação, e da importância de mestre Ciça.

“Acho fantástico esse carinho. O Ciça dispensa comentários: a experiência, a vivência, o que ele significa para o samba e para o carnaval. Com a pausa, ou melhor, o aviso que o nosso ídolo Neguinho da Beija-Flor deu recentemente de não cantar mais na Sapucaí, a partir do ano que vem, o Ciça passa a ser o integrante de quesito mais antigo do carnaval. Um cara que tem uma vasta e larga experiência no carnaval. A análise do trabalho dele é a melhor possível. A bateria vem ano após ano se aprimorando, buscando a melhor performance, e hoje ela consegue equilibrar perfeitamente uma qualidade musical absurda. Ela adaptou um pouco o andamento nos últimos carnavais. Acho que a gente consegue manter a identidade da bateria da Viradouro, manter a identidade do Ciça e ao mesmo tempo atender também aos julgadores e essa demanda de qualidade musical harmônica que é necessária para uma apresentação obviamente de samba-enredo”, ressaltou Marcelinho.

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“Me sinto muito feliz e contente que eu esteja conseguindo atendê-los. Atender a vontade do público, torcedores, escolas, dos meus patrões. Feliz e atendendo a minha expectativa também, graças a Deus”, resaaltou Wander ao comentar sobre o carinho da escola para com ele.

“Isso aqui é maravilhoso, a estrutura que a escola dá para qualquer profissional da Viradouro. Você viu, eu pedi um ensaio aqui. Isso é gratificante. Só tenho que agradecer aos patrões, ao nosso presidente, porque é uma estrutura incrível”, afirmou o mestre Ciça, agradrcendo o apoio da agremiação.

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Os entrevistados revelaram também sobre o que esperam do rendimento do samba de 2025, que levará a história e a esperitualidade ao redor de Malunguinho e da jurema, com o enredo “Malunguinho: O mensageiro de três mundos”, do carnavalesco Tarcísio Zanon, sendo a terceira escola desfilar no domingo de carnaval.

“É um samba que tem as duas funções para mim de um samba-enredo, ele atende com perfeição, defesa de quesito, letra e melodia. Além do contexto todo que o envolve uma música, envolve o samba-enredo, que é levar a escola para um grande desfile com a contribuição que ele tem direta para harmonia, e direta e indireta também para a evolução. É um samba que tem o espírito do homenageado. Combina perfeitamente com todas essas ferramentas que a gente vai levar para o nosso carnaval. Espero que ele seja muito bem executado, que a gente consiga ter um grande desfile no dia, que aí sim eu tenho absoluta certeza que a escola vem mais uma vez para brigar pelo título”, sinalizou Marcelinho Calil.

“O samba é excepcional, tem samba que a bateria tem que acgĝjudar, aqui é o contrário. O samba casou com a bateria, a coisa é perfeita. Aqui o samba é um sambaço. Temos o melhor samba do carnaval”, finalizou o mestre Ciça.

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“É uma opinião quase que geral da escola, que é um dos melhores sambas nossos nos últimos tempos. Eu não tenho problema em falar isso. É um samba que tem atingido fora da bolha da Viradouro, em todas as pessoas do carnaval. E a expectativa é a melhor possível. Porque é um samba melódico, valente, mexe com o brilho e, principalmente, capturou de fato o espírito do Malunguinho”, disse Dudu Falcão.

“É um grande samba, modéstia a parte, um dos melhores sambas, ou o melhor samba do carnaval. Temos escolas com grandes sambas também, mas o samba da Viradouro, eu tenho viajado ao Brasil, e está na boca do povo, na boca do Brasil. É um trabalho muito grande feito pela direção de carnaval, pela harmonia, pelos patrões, pela escola. Espero tudo do samba”, falou, confiante, Wander Pires.

Corte de São Paulo para o Carnaval 2025 é formada com torcidas participativas

Por Gustavo Lima e Will Ferreira

A corte para o carnaval paulistano de 2025 está formada! Na noite da última sexta-feira, véspera do aniversário da cidade de São Paulo, a São Paulo Turismo (popularmente conhecida como SPTuris), empresa oficial de turismo e eventos da cidade, realizou a eleição para os cargos de maior destaque na folia do município. Com direito a uma integrante que já estava dentre as selecionadas em 2024 (Bruna Negreska, da Tom Maior, novamente eleita primeira princesa), as demais escolhidas foram Arie Suyane (rainha, da Imperatriz da Pauliceia) e Gabi Evaristo (segunda princesa, do Vai-Vai). O Rei Momo do ano é Sandro Camargo, do Vai-Vai.

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Mesmo com um final de tarde e começo da noite caóticos na Grande São Paulo por conta de uma tão tradicional tempestade de verão e com as ainda mais tradicionais enchentes, o CARNAVALESCO esteve presente na ocasião, realizado na Fábrica do Samba Deolinda Madre, e traz todos os detalhes do evento.

Quesito a quesito

Tal qual um desfile de escola de samba, algo tão tradicional para todos os envolvidos no evento, a eleição não se deu por mera casualidade. Todos os candidatos foram avaliados em uma série de temáticas.

Após uma abertura musicalizada e com muita dança dos candidatos, todos sorridentes e interagindo entre si (o que incluiu a corte eleita no último ano), as candidatas participaram do quesito Simpatia e Estética Corporal. Apresentadora da eleição, Patrícia Liberato começou a apresentar, uma por uma, as postulantes. Depois, dois quesitos em que participantes de ambos os sexos mostravam seus talentos: Comunicação e Elegância e Simpatia e Samba no Pé – este último com ritmistas da “Ritmo Puro”, bateria da Mocidade Alegre, que executavam partidos-alto e sambas-rasgados.

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Fotos: Gustavo Lima e Will Ferreira/CARNAVALESCO

Em cada um deles, os participantes eleitos começaram a se destacar. Ariê mostrou muita segurança e contava com uma torcida bastante participativa; Bruna demonstrou personalidade com a experiência adquirida em 2024; Gabi teve entradas triunfais (no quesito Comunicação e Elegância, com uma indumentária afro antes de revelar um vestido preto com detalhes de ancestrais; em Simpatia e Samba no Pé, ela trouxe um figurino cheio de leds) e Sandro cativou a todos com o sorriso e com o bailado.

Aqui, também vale destacar alguns outros participantes: Magali Alves, do Barroca Zona Sul, interagiu com fluidez com o público por ser a musa da Ala Musical da verde e rosa; Juliano Maximiano apostou na defesa dos direitos LGBTQIA+; Valter Gonçalves, da Unidos de São Lucas e Papai Noel profissional, demonstrou muita personalidade ao discursar e vir com uma fantasia preta de Papai Noel; Tati Silva, da Camisa 12, focou em um discurso forte.

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Enquanto a decisão não saía, destaques

Ao final de todos os quesitos, os jurados se retiraram para uma área VIP e a organização do evento convocou outros bambas. A Embaixada do Samba Paulistano, representada pela presidente Laura Ísis (popularmente conhecida como Laurinha), apresentou o casal de Cidadão-Samba e Cidadã-Samba de 2025: Jorge Luiz de Oliveira, o Jorginho Saracura, do Vai-Vai; e Vera Lúcia Monteiro da Silva, a Tia Vera, da Prova de Fogo.

Após um show da Embaixada, chegou a vez de parte da corte mirim do carnaval sambar com a Ritmo Puro. Pouco depois, a rainha da corte de 2024, Jennifer Weida do Nascimento, da Mocidade Unida da Mooca, falou sobre a sua trajetória e sobre a importância do cargo que ocupa.

Palavra dos eleitos

Sempre o momento mais aguardado do evento, pouco a pouco era conhecida a nova corte do carnaval paulistano – e todos eles foram ouvidos pela reportagem do CARNAVALESCO. O primeiro a ser anunciando foi o Rei Momo: “É um sentimento muito bom, é muito gostoso estar aqui e sair coroado como o Rei Momo do carnaval 2025. Estive aqui ano passado, tive alguns problemas na comunicação… mas eu me preparei, analisei os pontos altos e os pontos baixos do concurso do ano passado. Eu vim mais preparado, consciente do trabalho que eu tinha que fazer, sempre respeitando os meus amigos que concorreram comigo. Graças a Deus o título veio! Eu estou muito feliz com essa conquista. É uma sensação indescritível, até porque eu me preparei esse ano todo para chegar aqui e conseguir superar o segundo lugar do ano passado. Fui com muita calma, muita perseverança e deu certo. Agora é evento atrás de evento. A responsabilidade é dobrada”, destacou Sandro.

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Sobre a disputa em 2024, ele mostra a sabedoria de um Rei Momo: “Quando eu saí daqui em 2024, eu não saí frustrado. Eu saí tirando isso como um ensinamento. Ali eu falei que preciso olhar primeiramente tudo o que aconteceu para que eu possa me preparar e estar aqui novamente. Eu fui analisando tudo. Foi um ano de preparo de samba, de comunicação. Eu já tinha a ideia em fevereiro da roupa que eu iria desfilar, que eu ia fazer a minha passagem para o samba”, revelou.

Depois, a segunda princesa foi revelada. Com uma participativa torcida do Vai-Vai (que também fez festa por Sandro), Gabi declarou: “É uma sensação indescritível! É muito difícil descrever a sensação de estar nesse palco fazendo esse show para a nossa comunidade do samba. Só quem participa e tem a coragem de participar consegue sentir isso. A gente fica feliz porque foi um trabalho muito bem feito. Eu estou muito feliz pelas candidatas, os candidatos são maravilhosos e eu quero aproveitar muito essa corte ao máximo”, pontuou.

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Sobre o caminho para a faixa, Gabi destacou a força mental: “É um processo muito longo. Quando você vai se preparar para o concurso, eu falo que esse processo começa na nossa mente. Depois, a gente vai materializando aos poucos. Foi isso que aconteceu comigo. Eu pensei e fui materializando até chegar aos concorrentes nesse palco”, comentou.

A primeira princesa, novamente, é Bruna Negreska – que, ao receber a faixa, comemorou muito com os participantes da corte de 2024: “Estar na corte e representar o carnaval, o sambista, já é um privilégio. Independentemente da posição, porque só nós sabemos como é difícil estar em cima desse palco, encarando os nossos desafios. É o mesmo gostinho do ano passado, com certeza! É um novo ciclo que se inicia, com outra corte, com o Sandro, com a Ariê queridíssima, com a Gabi Evaristo. Vai ser um outro ciclo, são outras pessoas e vai ser uma nova energia nesse novo ciclo”, destacou.

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Quando perguntada sobre um momento de destaque no evento, Bruna se soltou: “O pessoal do meu ateliê… eles são bem loucos! Uns seis meses atrás, eles me perguntaram se eu tinha vontade de voltar. Eu falei que eu tinha vontade, até porque o ano passado eu fiquei a apenas um ponto de diferença da rainha. Disse que queria ir de novo e estou aqui, muito feliz, já que continuo primeira princesa da corte de São Paulo”, comemorou.

Por fim, Ariê foi coroada rainha com mais uma torcida bastante participativa e com absoluta admiração e respeito de todos os presentes: “Ser rainha é representar o samba no pé do carnaval paulistano. É um sonho desde criança, eu desfilo há 18 anos sendo que eu tenho 22. É uma trajetória que começou desde pequenininha e é um sonho que está no meu coração desde cedo. Tudo isso é realização do meu sonho. Saber que eu realmente consegui. Sonhei e hoje estou realizando”, disse, com toda a pinta da realez que ocupa.

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Ela também aproveitou para destacar todos que torceram por ela na eleição: “Eu tive uma torcida muito forte. A todo momento, a minha torcida fez com que eu me colocasse, pensasse, me desse mais confiança de estar nesse lugar. Não tem um momento específico: em todos os momentos a minha torcida foi necessária para mim, porque foram eles que me impulsionaram a ir além”, destacou.

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Freddy Ferreira: ‘O que esperar dos ritmos nos ensaios técnicos da Sapucaí?’

A temporada mais desejada por todo sambista está prestes a começar! Vem aí o pré-carnaval preferido de todo amante de escola de samba: ensaios técnicos. Os times principais treinando diretamente no campo de jogo. Um evento popular que caiu nas graças do carioca e tem sido um verdadeiro marco no mundo do samba. São baterias completas apresentando seus ritmos ao povão. O efeito da catarse popular de uma paradinha poderá ser medido, assim como será possível avaliar o completo encaixe entre samba, harmonia de cordas e bateria na acústica ideal da pista.

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As agremiações do Grupo Especial dessa vez farão os ensaios aos sábados, com prenúncio de casa cheia e bastante interação popular. São aguardados ritmos consistentes e já consolidados, pois a profunda excelência cultivada ao longo dos anos vem garantindo resultado. No grupo de acesso, embora os trabalhos também caminhem para o nível de excelência, a própria cultura de dificuldade de ensaios com grande contingente gera empecilhos no desenvolvimento musical.

Os ensaios técnicos para as baterias do acesso são primordiais. São neles, invariavelmente, que as baterias reunirão seu maior quórum até então. Os treinos servirão, sobretudo, para que os ritmistas se desenvolvam em conjunto, buscando um toque que ressoe de forma equilibrada. O grau de desafio para as escolas do Acesso acaba sendo maior. Entretanto, a responsabilidade das baterias do grupo principal está longe de ser pequena, muito pelo contrário.

Existe de forma evidente uma tendência ao pré-julgamento nas baterias do Especial. O que é até certo ponto injusto, pois se trata de um ensaio. Mas é inegável o fato de que os ensaios técnicos têm servido cada vez mais de base ao menos para uma avaliação preliminar do ritmo que vai passar pela Avenida.

As bossas, cada vez mais elaboradas, também serão muito aguardadas. O processo de criação musical das paradinhas dos ritmos cariocas passa por uma era que tem gerado inclusive reflexões. As idéias, por vezes tão geniais e atreladas ao enredo, também esbarram em um nível cada vez mais alto de dificuldade e complexidade. Um exemplo disso tem sido o floreado do tamborim, que tem sido bastante utilizado no arranjo das bossas feito por caixas de guerra. Esse movimento musical certamente contribui para a própria evolução rítmica dos caixeiros envolvidos. Mas também pode acabar acarretando num grande acúmulo de informações musicais para um trecho melódico de métrica relativamente pequeno.

É importante, por exemplo, que se cante o samba de forma fluída enquanto se elabora bossas, garantindo que a própria harmonia será impactada de modo benéfico com o arranjo proposto.

Os ensaios técnicos permitem uma boa avaliação de tudo que está em excesso. É determinante que os mestres e suas diretorias de naipes avaliem criticamente como foram as execuções das convenções e paradinhas. E se existem ajustes que podem ser feitos, não só para simplificar e limpar o toque, mas principalmente para contribuir positivamente com o canto de toda a escola, enquanto o ritmo é executado, acompanhando o samba-enredo e suas nuances melódicas. Por maior que seja o show da bateria, o samba nunca deixará de ser a mola propulsora principal da base musical do espetáculo. A bateria encanta e sacode enquanto acompanha musicalmente, mas é o samba-enredo que levanta o povo e faz a mágica acontecer!

Outra questão musical que poderá ser evidenciada é como a parte da frente do ritmo se encontra cada vez mais refinada. As chamadas peças leves (tamborins, chocalhos, cuícas e agogôs) têm produzido trabalhos em franco desenvolvimento. Obviamente, a questão da complexidade e dificuldade de execução merece uma reflexão crítica mais aprofundada, papo que ficará para uma coluna posterior, pois essa segue a linha de análise mais geral e não específica. Mas, de uma forma ou de outra, será possível perceber que os agudos estarão com trabalhos cada vez mais caprichados e elaborados, principalmente os naipes de tamborim e chocalho. Outra constatação que também envolve o apuro do nível técnico é a participação dos surdos de terceira em convenções e paradinhas. É nítido o quanto o instrumento tem servido de base rítmica nas elaborações que exigem certo grau de refino musical. Mas assim como chocalhos e tamborins, excessos não só podem, como devem ser evitados.

Que a excelência rítmica das baterias cariocas cative o povo que comparecerá ao Sambódromo para curtir os ensaios técnicos. Que mestres, diretores e ritmistas brindem o público, além de toda imprensa carnavalesca com inúmeros sacodes. Que os aprendizados ao longo do percurso não sejam simplesmente esquecidos e sim usados em prol do desenvolvimento musical na reta final do trabalho. Que os ajustes necessários para o desfile oficial sejam realizados, proporcionados exatamente pela chance de ver a bateria completa na pista da Sapucaí. Que entre erros e acertos, saibamos extrair o que de melhor e mais genuíno produzimos dentro do carnaval carioca: o autêntico ritmo que representa a musicalidade da cidade dentro do maior espetáculo da Terra. Batuquemos!