Início Site Página 159

Abre-alas da UPM celebra a força de Iyá Nassô e da religiosidade de matriz africana

A Unidos de Padre Miguel foi a primeira escola a se apresentar na noite desse domingo, inaugurando o Grupo Especial. A escola, que ganhou a segunda divisão da disputa em 2024, obtendo acesso à competição principal em 2025, homenageou a sacerdotisa do candomblé Iyá Nassô, responsável pela fundação do primeiro terreiro no Brasil, em Salvador.

“A Iyá Nassô é responsável por trazer o candomblé da África, uma das três. Ela fundou a primeira casa de candomblé no Brasil, lá na Barroquinha, na Casa Branca. A gente também traz essa questão de hoje a Vila Vintém ser um terreiro, uma terra de macumbeiro, como o próprio samba fala. Como esse candomblé que ela funda gera frutos, raízes por todo o Brasil, hoje também a Vila Vintém é um terreiro, uma descendência dessa casa branca fundada lá na Bahia”, disse o integrante da equipe de criação carnavalesca Alex Carvalho, de 25 anos.

Alex Carvalho

Todo em dourado, com detalhes em marrom e vermelho, o carro abre-alas da escola trouxe, de forma imponente, a representatividade da religião de matriz africana para a avenida.

“O abre-alas representa o reino de Oyó. Ele traz toda essa imponência de Xangô, com muitos machados, leões, muito dourado, com cores quentes, muita palha, do jeito que Xangô merece ser representado, tendo toda essa ancestralidade africana na sua estética”, comentou Alex.

“O boi vermelho, símbolo da escola, traz imponência pela primeira vez com o corpo todo. Ele sempre veio só com a cabeça, agora ele vem com a cabeça e o corpo. O nosso objetivo é tocar o torcedor da União de Padre Miguel com essa o movimento. Ele vai sair fumaça, o efeito especial para que a gente possa conquistar o torcedor, o jurado e toda a Marquês de Sapucaí”, complementou.

A proposta do abre-alas foi abraçada pela comunidade da vermelho e branco da Vila Vintém. Destaques do carro relataram ao CARNAVALESCO a emoção de desfilar na primeira alegoria da escola.

“O abre-alas representa a riqueza do reino de Xangô. Cada um de nós estamos representando os guardiões e toda a riqueza do reino. Você vê em tons dourado aqui no carro a realeza, a riqueza. Eu, que não sou pertencente às religiões de matriz africana, acho interessante essa questão do enredo e da constituição também do nosso povo brasileiro. Diversas culturas fizeram crescer todo o nosso país”, defendeu o engenheiro e arquiteto Luiz Antônio Almeida, de 51 anos, em sua trceira vez na UPM.

Luiz Antonio

“O abre-alas é a cabeça da escola, mostra força, mostra energia, para o que que ela veio. Somos 12 homens, 12 negros, 12 xangôs. A UPM está com muita garra, muita vontade desse ano porque é o ano que finalmente subimos para o Grupo Especial”, compartilhou o cabeleireiro e maquiador Robertto Elias, de 38 anos, que desfila há seis na UPM.

Robertto

“É muito emocionante, é uma honra vir num carro tão importante para escola e representar a realeza de Xangô. É muito especial para mim, que venho pela primeira vez na escola, ter uma representatividade tão grande num carro tão importante que é o abre-alas. Eu desejo toda a felicidade dentro da Sapucaí, que a gente possa brincar, se divertir e que a UPM faça um ótimo desfile. Eu não tenho dúvidas que ela vai fazer”, finalizou a administradora Mariana Santana, de 33 anos.

Mariana

Ala Sociedade Secreta: espiritualidade e resistência no desfile da UPM

O enredo da UPM narra a fundação do terreiro Casa Branca do Engenho Velho, considerado o primeiro terreiro de candomblé Ketú no Brasil. Surgido na primeira metade do século XIX, durante a escravização, ele foi palco de diversas táticas de resistência contra a intolerância religiosa.

Sobre essas táticas de resistência, a ala 9, chamada “Sociedades Secretas” apresentou em suas fantasias adornadas em palhas e tons terrosos, dando a essência de grupos que cobriam os ritos religiosos afro brasileiros com seus mantos de resistência e espiritualidade. Na fantasia, o manto é representado por asas de fé em tons terrosos, cujas sociedades secretas eram guardiãs de negras e negros escravizados, oferecendo-lhes refúgio espiritual, resistência e proteção contra todas as adversidades.

Torcedora da escola e cria da comunidade, Raiane Silva está há mais de dez anos na escola e muito emocionada em estar presente na volta da UPM no Grupo Especial.

“É uma emoção muito grande, porque a gente veio lá do acesso por anos, sempre batendo na trave, e agora estamos desfilando de novo no especial, que é algo muito importante para a gente. A minha ala se chama Sociedade Secreta, que fala de resistência, ajuda mútua entre os negros na época da escravização, tem uma mensagem muito forte e muito importante para nós mesmos e para o nosso conhecimento”, disse a professora de 28 anos, que desfila há 12 pela escola.

image0 1

Em família, a mãe de Raiana falou da influência religiosa que a fantasia da ala apresenta.

“Desfilo há mais de dez anos e nossa, a emoção é muito grande porque nesses dez anos a gente vem batendo na trave muitas vezes e quando a gente conseguiu subir, foi uma emoção muito grande, muito grande mesmo. Ainda mais com essa fantasia grandona, representando toda emoção e grandiosidade da UPM. Com esse enredo perfeito que fala da nossa ancestralidade, a gente que é do candomblé vemos que a escola vem falando da nossa história mesmo. Vila Vintém é terra de macumbeiro”, disse Flávia dos Santos, costureira de 49 anos.

image2 1

Vindo no terceiro setor, chamado “Candomblé da Barroquinha”, a ala simbolizou homens e mulheres pertencentes a sociedades secretas, que além de ajudar Iyá Nassô na perseverança do candomblé, moldaram a história religiosa e política baiana da época.

“Tudo isso aqui é muito especial e muito importante, porque após muitos anos que a UPM vem tentando, finalmente consegue adquirir o lugar no especial, o lugar merecido. E estou muito ansioso, porque ela promete muito, ela se empenhou muito para estar no lugar onde ela está. E eu acho que ela vai entregar um belo desfile. Ainda mais com essa fantasia incrível. Perfeita em todos os detalhes, somos a Sociedade Secreta. É a ala dos Refugiados, que fugiram das revoltas, que fugiram da monarquia inglesa, se encaixando muito bem no enredo, que é bem interessante, traz uma proposta bem diferente, e é pura macumba, puro suco de macumba, então vem muita coisa boa”, declarou o promotor de vendas Gabriel Alves, de 20 anos, morador de Bangu que estreou na UPM.

image3 2

A ala “Sociedade Secreta” não apenas encantou pela riqueza dos detalhes em suas fantasias, mas também trouxe à avenida a força da resistência e da ancestralidade. O enredo da UPM resgata a história de luta do candomblé, reforçando sua importância cultural e espiritual. A volta ao Grupo Especial marcou não só um triunfo da escola, mas também a celebração da tradição afro-brasileira

Guardiãs Ílarìs: A ancestralidade das baianas da UPM brilha na Avenida

A ala das baianas da Unidos de Padre Miguel abriu o desfile do Boi da Zona Oeste neste domingo. A escola trouxe o enredo “Egbé Iyá Nassô”, que narra a trajetória de perseverança e bravura de Iyá Nassô, fundadora do primeiro terreiro de candomblé Ketú no Brasil. Para homenagear essa grande líder religiosa, a UPM escolheu a ala mais maternal do carnaval: as baianas, representantes de mulheres fortes de axé.

Chamada de “Guardiãs Ílarìs”, a ala representou as cuidadoras, guardiãs, servas, guerreiras do Império de Oyó, berço de Iyá Nassô, a grande homenageada do enredo! As Ílarìs eram aquelas que prestavam todos os serviços no Reino.

Para a candomblecista Jussara Alves, de 64 anos e descendente de Iyá Nassô na linhagem da religião, a emoção é imensa. Pois, estreando como baiana no carnaval, ela descobriu depois de entrar na ala, que o enredo seria sobre sua casa matriz do candomblé, a Casa Branca do Engenho Velho e sua matriarca.

“Não consigo não me emocionar em estar nessa homenagem a minha avó de santo, Iyá Nassô, a primeira Oxum da Bahia, sou das águas do Engenho Velho da Casa Branca, sou filha de santo de Luciano de Xangô,  de Duque de Caxias e tem muita gente da minha nação do meu axé, que eu não fui apresentada, mas eu sei que eles estão aqui lá na avenida para poder abrir o Carnaval da UPM, então é a minha raiz na Sapucaí. Eu gosto da escola porque eu tive um namorado que ele desfilava na UPM, mas nunca tive a oportunidade de desfilar. Esse ano eu já ia desfilar antes, mas quando eu soube do enredo, eu gostei mais ainda, pois vem falando do meu axé. Eu tenho muito orgulho da minha religião, tenho muito orgulho de ser candomblecista, tenho muito orgulho de ser de axé. Sou uma mulher de Ogum e meu pai Xangô e meu pai Oxalá me dão tudo que eu preciso, então nada mais justo do que eu desfilar hoje os homenageando”, disse Jussara Alves, técnica de enfermagem com lágrimas nos olhos ao falar de sua fé e devoção.

image4 1

Desfilando há mais de dez anos como baiana pela Unidos de Padre Miguel, a Jaqueline Duarte, é só sorrisos ao estar presente na volta da escola para o Grupo Especial.

“Estar com a minha escola é uma honra sempre, ainda mais na tão sonhada volta ao Grupo Especial. É uma emoção muito grande, ainda mais com esse enredo tão potente, mesmo eu não sabendo muito sobre essas questões religiosas, sei que é muito importante falar disso. A nossa fantasia é linda, vamos representar grandes mulheres guerreiras, que é o que as baianas são”, afirmou Jaqueline, de 29 anos.

image6 1

“Sou baiana há 25 anos, cinco só na UPM. Que além de nos dar esse presente lindo de fantasia, nos deu a oportunidade de abrir o desfile dela como primeira ala. Nós somos uma ala de pessoas mais velhas, então é importante ter a ancestralidade das mulheres da UPM abrindo essa homenagem, a gente vem com muita garra, independente de idade, a gente está aqui pelo amor ao nosso pavilhão”, disse a enfermeira Ironita Velásquez, de 62 anos.

image2

“Voltar ao Grupo Especial é um sonho que todo mundo espera por esses anos todos, isso é um sonho de anos e anos E hoje estamos concluindo esse sonho. Hoje temos a responsabilidade de abrir a nossa escola e mostrar na avenida para o público o que é esse sonho de estar aqui e representar essa figura maravilhosa que foi Iyá Nassô”, contou a professora Rosane Neves, de 62 anos.

image3 1

A mineira Isabela Nunes, que torce para a Vila Isabel, foi convidada para ser baiana também na UPM esse ano e não resistiu ao convite.

“Foi um convite irrecusável, sou baiana da Vila Isabel, mas estar aqui com a UPM neste momento tão importante para ela é muito emocionante. Não entendo muito bem o assunto do enredo, mas é a cara da escola e extremamente necessário falar de religião nesse país tão intolerante”, disse a auxiliar administrativa de 40 anos.

image11 1

Com isso, as baianas representaram a importância das mulheres no Palácio de Oyó. E falando em importância é impossível não falar do quão importante é a volta da UPM ao Grupo Especial e da relevância das tradicionais baianas, mulheres anciãs e grandes mães das escolas de samba, abrirem esse desfile tão feminino, empoderado e maternal.

Unidos de São Lucas 2025: galeria de fotos do desfile

Mocidade Alegre supera as adversidades para seguir na busca pelo tão sonhado tricampeonato

Terceira a desfilar na noite de sábado, a Mocidade ainda pode sonhar com o tricampeonato. O enredo “Quem não pode com mandinga, não carrega patuá” aguçou a superstição da Morada do Samba. A escola do bairro do Limão teve uma falha no gerador do último carro, que logo foi resolvida graças à força dos empurradores. Os quesitos da escola conversaram com o site CARNAVALESCO após o desfile e demonstraram confiança no resultado.

mocidadealegre25 24

* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp

Junior Dentista, diretor de carnaval Mocidade

“Eu saio muito satisfeito, não tive avaria nenhuma. Tive um problema no último carro porque ele é motorizado e aí ele não veio no motor, veio empurrando. O pessoal até me pergunta: ‘mas abriu um pouquinho’, e eu posso abrir até 4 grades, estou dentro da regra do jogo. Eu vim mantendo essas 4 grades, então está tudo certo. Mas montamos o terço, montamos o coração, veio dentro da proposta, bem solto, escola tranquila, calma. Graças a Deus, tudo certo. Ainda deu uma gordurinha de tempo aqui. É missão cumprida, nós trabalhamos muito durante o ano para poder estarmos preparados. As coisas acontecem na pista, sabemos que tudo acontece aqui, é a verdade. Nós temos que estar preparados de verdade. Há uns dois anos que o Mocidade vem mudando de estratégia. O Mocidade vem trabalhando em cima de planilha de erros porque nós trabalhamos muito para o acerto, trabalhamos muito para planilha de erros. Eu não esperava que o motorizado na hora ele não ia pegar, então veio na mão para podermos ter esse andamento. Nós viemos preparados”.

mocidadealegre25 3

Mestre Sombra, Mocidade Alegre

“Missão cumprida, nós entregamos o projeto. Ensaiamos bastante, conseguimos executar tudo que ensaiamos e agora é esperar, aquela ansiedade da espera do dia da apuração, mas eu acho que conseguimos cumprir a meta. Sabemos que tem outras grandes escolas almejando isso aí, então vamos com calma, com o pé no chão e esperar. Foi um ano meio complicado. Tive um problema de saúde, fiquei internado. Assim que eu saí do hospital passou alguns dias minha mãe ficou ruim e veio a falecer. Fiquei afastado do barracão praticamente 40 dias, dos ensaios no processo de recuperação, mas acho que é mais um momento de superação na vida, enquanto tivermos forças. Agradeço a Deus por poder ter desfilado, agradeço a Deus porque não choveu. Se tivesse chovido eu não ia poder desfilar porque eu não posso molhar meu pé, ficar com o pé encharcado ainda, estou em um processo de recuperação, mas graças a Deus deu certo e só tenho a agradecer a Deus por esse momento. Não tenho palavras para orar agora, para agradecer bastante. Agradecer a minha comunidade, a minha família que me deu muito apoio em um momento com várias dificuldades. Eu tenho que agradecer todo mundo que me apoiou, todo mundo que me visitou no hospital, as pessoas que foram me mandando mensagens via Instagram, Facebook, Whatsapp e nos dias difíceis de hospital. Eu só tenho a agradecer a Deus e a todos eles.”

Caio Araújo, carnavalesco

“Acho que agora é fazer um balanço, entender tudo o que foi agora na pista. Acho que sobretudo com uma sensação de superação, de alegria, de missão cumprida, de que a gente conseguiu entregar um trabalho bem feito e um conjunto visual que a galera que está assistindo gostou. Acho que é a nossa abertura, o nosso conjunto de comissão de frente até o abre-alas é bem impactante. Agora é um ciclo de missão cumprida, vamos descansar um pouco e ver o que acontece para 2026.”

Jhean Allex, coreógrafo da comissão de frente

IMG 20250302 012331216 HDR

“Acho que a gente veio trazendo uma história muito forte, é muita energia envolvida. Acho que a gente trouxe um carnaval muito bonito. A forma como foi conduzida a Comissão de Frente, que os bailarinos são guerreiros, porque não é fácil trazer uma roupa tão cheia de detalhes para a avenida. Mas foi tudo bem, graças a Deus. Eu vejo que quando estão todos os personagens em cena, a magia acontece muito mais forte. Preocupação a gente tem todo dia, toda hora, em todo carnaval. O carnaval é uma preocupação, porque a gente trabalha um ano para trazer um dos melhores espetáculos do mundo aqui para o público. Mas eu acredito que foi tudo bem e que vai dar tudo certo. O dever foi cumprido e trabalhar na Mocidade é sempre muita emoção. Então eu fico muito satisfeito e muito feliz de poder completar um desfile tão forte, de tanta energia. Porque não é só o tricampeonato que a gente busca, é a qualidade que a escola traz sempre.”

Diego Motta, Mestre-sala

“Eu acredito que a gente entregou tudo, tudo, mas tudo mesmo. Não faltou nada. A gente estava conversando agora e foi um desfile excelente. A gente tá muito satisfeito com o trabalho e com a entrega do trabalho, que eu acho que é o principal. Foi muito bom. Pra mim o ijexá que a gente faz é a parte mais gostosa da coreografia. Tá bem no meio da coreografia técnica, serve pra gente descansar, mas serve pra gente se divertir também, porque eu acho que é o principal também disso aqui. A gente relaxa pra entrar no ponto de mais tensão. Acho que foi o melhor desfile da minha vida. De tranquilidade, de fantasia. A Mocidade nos presenteou com uma fantasia incrível. Pra mim de verdade foi um excelente carnaval. Eu esperei 18 anos pra virar o Mestre-sala oficial de uma escola do grupo especial. Eu sei o peso da responsabilidade em uma escola que tá brigando pelo título, em que um décimo faz total diferença no resultado. Conhecer a Natália, Porta-bandeira e pessoa, eu acho que foi uma grata surpresa e fez a dança fluir melhor. A gente veio esse ano pra pista muito mais tranquilos, como um casal novo que a gente é, estamos completando nosso segundo ano, a gente teve a oportunidade e se deu a possibilidade de se conhecer, conhecer as histórias, os sonhos, as vontades, as dores… Então pra mim o que fica hoje é essa amizade com essa mulher forte pra caramba.”

mocidadealegre casal25

Nathalia Lago, Porta-bandeira

“Acho que a gente saiu da pista com aquela sensação de dever cumprido. Agora a nota vai ser uma consequência. Mas temos o coração tranquilo, a consciência tranquila de tudo que a gente trabalhou esse tempo todo, a gente conseguiu desenvolver. Eu sou muito grata ao Diego pela paciência, por tudo que a gente vive, que a gente passa, que é uma relação extremamente de conexão, amizade também e vai além de carnaval.”

FNT e Liesa transformam Sambódromo em polo de conectividade para o Carnaval 2025

A FNT Telecomunicações, em parceria com a LIiesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), anunciou um salto tecnológico histórico para o Sambódromo. A empresa detalhou projetos que colocam a Marquês de Sapucaí na vanguarda da conectividade, garantindo internet gratuita de até 100 Mbps para o público em 2025, além de iniciativas de segurança e planos ambiciosos para os próximos carnavais.

fnt

Os primeiros passos do projeto ocorreram durante os ensaios técnicos de 2025, onde foram realizados testes em ambiente controlado nas frisas e adjacências. Com participação massiva do público, a rede alcançou resultados “maravilhosos”, segundo a FNT, atendendo toda a demanda com estabilidade e segurança. A novidade oficializada no Carnaval 2025, marcado como o primeiro a oferecer conexão gratuita de alta velocidade aos foliões. “A rede implantada suporta até 100 Mbps por usuário, suficiente para transmissões ao vivo, redes sociais e streaming simultâneo”, explicou um representante da empresa.

Para sustentar o projeto, o Sambódromo recebeu 5 km de cabos de fibra óptica – 2 km deles em dutos subterrâneos, aumentando a segurança contra interferências. A estrutura ainda inclui centenas de pontos de Wi-Fi e um data center com capacidade comparável ao de “uma pequena cidade”. A FNT destacou o trabalho de uma equipe multidisciplinar, com engenheiros, projetistas e técnicos, para garantir a eficiência da rede mesmo durante os picos de uso.

Com 13 anos de atuação no carnaval – incluindo uma década fornecendo conexão exclusiva para camarotes e imprensa –, a FNT celebra a expansão do serviço para o público geral, um marco viabilizado pela Liesa. “O grande público é o verdadeiro protagonista, e precisamos evoluir junto com a tecnologia”, afirmou o representante. Para 2026, a empresa planeja parcerias com gigantes de tecnologia e a implementação de soluções baseadas em inteligência artificial, prometendo “o melhor da conectividade a serviço de todos”.

Além do entretenimento, a rede da FNT integra um sistema de segurança com mais de 20 câmeras de reconhecimento facial no entorno do Sambódromo – projeto piloto em 2023, agora oficializado. A iniciativa, em parceria com o governo, visa coibir crimes e garantir maior tranquilidade aos foliões. A empresa também ressaltou o desejo da Liesa de oferecer experiências híbridas, como assistir ao Oscar durante os desfiles: “Queremos unir o melhor da festa brasileira ao conforto tecnológico global”, destacou.

A FNT reforçou o objetivo de manter a parceria com a Liesa de forma duradoura, buscando tornar o Carnaval “o mais confortável e prazeroso de todos os tempos”. Ao final da apresentação, agradeceram aos colaboradores e à liga: “Acreditamos que a conectividade fará parte dessa história de sucesso. E em 2026, a maior festa popular do mundo também será a mais tecnológica”.

Mestre Zoinho se diz confiante no título e exalta intérprete Tinga após desfile do Império de Casa Verde

A segunda escola a desfilar no Anhembi, no sábado de Carnaval, pelo Grupo Especial, foi a Império de Casa Verde. Após a apresentação com o enredo “Cantando Contos. Reinos da Literatura” o diretor de harmonia Serginho conversou com a equipe do site CARNAVALESCO e mandou um recado para os ‘haters’ da entidade. Emocionado, ainda destacou os momentos positivos do desfile.

* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp

imperiodecasaverde25 27

“Difícil falar ainda porque foi um desfile bom, vibrante, com uma escola que apesar do calor que está fazendo em São Paulo, dançou e cantou bastante. Não quero retomar o passado, mas ouvimos muitas críticas e a resposta está aqui. A escola bonita, bem vestida, compacta, vibrante, uma ala musical boa, uma bateria boa, Jéssica e Rodrigo fantásticos, uma comunidade incrível. Independente do resultado, vamos para casa com
a sensação de dever cumprido”.

O comandante da bateria ‘Barcelona do Samba’, mestre Zoinho, disse estar confiante com o desfile realizado pela escola e exaltou o intérprete Tinga.

imperiodecasaverde25 24

“O desfile foi concluído com sucesso. Mais uma vez fizemos nosso ritmo, ajudamos na condução da escola e agora é esperar na terça-feira o resultado. Saímos daqui muito felizes e tranquilos após ter entregado um excelente trabalho. A bateria do Império e o Tinga parece que até que tocam juntas há muitos anos. Foi muito bom, cumprimos com o nosso trabalho. Estamos muito entrosados e está tudo certo.”

Anderson Rodrigues, coreógrafo da comissão, estava emocionado e afirmou que está orgulhoso com resultado do desfile.

imperiodecasaverde25 20

“Fiquei emocionado hoje porque tudo que pensamos e idealizamos conseguimos realizar aqui na avenida. Vi que as pessoas compraram a ideia. Desfile da Império foi lindo e maravilhoso. Agora é sonhar com o título”.

O carnavalesco Leandro Barboza conversou com nossa equipe e declarou estar realizado com tudo que a comunidade realizou na pista.

“Fizemos um desfile técnico e alegre. Os componentes se divertiram. Foi um belo conjunto e hoje provamos que os críticos estavam errados. Teve toda leitura, a arquibancada recebeu muito bem todos os questionamentos”.

imperiodecasaverde25 21

Após mais uma boa atuação, o intérprete Tinga exaltou o desfile e a parceria com toda escola.

“Estamos felizes demais com nosso enredo e com o samba. Tínhamos certeza que ele ia acontecer na avenida. Estou feliz demais, trabalho foi feito e o dever foi cumprido, procurando fazer sempre nosso melhor, ajudando o Império a chegar no objetivo que é ser campeão do Carnaval. Faço sempre meu melhor e estou feliz com a comunidade saindo daqui feliz após o belo desfile”, finalizou.

 

Série Barracões: Imperatriz retrata realeza africana ao contar itã sobre jornada de Oxalá para visitar Xangô

Um dos carnavalescos mais destacados da nova geração, Leandro Vieira vai para seu terceiro carnaval consecutivo na Imperatriz Leopoldinense. Após a estreia, e com dois campeonatos pela Mangueira, o artista foi campeão pela Rainha de Ramos em 2023, e conquistou o vice-campeonato no último carnaval. Além disso foi o responsável pelo título da escola em 2020 na então Série A, permitindo o retorno da agremiação ao Grupo Especial. Agora, o artista vai contar no Carnaval de 20205, o itã que retrata a ida de Oxalá, rei de Ifón, ao encontro de Xangô, rei de Oyó, não sem passar por algumas penitências pelo caminho, no enredo “Ómi tútú ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”.

imperatrizleopoldinense barracao25 4

Leandro contou sobre o surgimento do enredo da Imperatriz desse ano, como uma forma de ajudar também outros segmentos da agremiação, e como foi o processo de construção da saga de Oxalá indo ao encontro de Xangô.

“A ideia do enredo surgiu quase com uma vontade coletiva dos componentes da escola que sempre que podiam me pediam um enredo que eles chamam de afro. E não só os componentes da escola, mas também a personalidade da escola que eu ouço muito, que é o Pitty e o Lolo. A gente tem que levar em consideração que o universo afro também tem uma musicalidade específica. E essa musicalidade específica naturalmente favorece uma grande voz que pode fazer uma grande apresentação e favorece um mestre de bateria muito inventivo, o dono de um requinte de rítmico. Então, se o Lolo e o Pitty dizem que é bom, e eu entendo o Lolo e o Pitty como duas grandes personalidades, duas grandes potências da escola, eu estou aqui para jogar bola com o time. Então, eu acho que muito dos sucessos que a Imperatriz tem desfrutado tem a ver do entendimento que existe aqui um time que gosta de trabalhar com toque de bola. É um tocando a bola para o outro e possibilitando que na partida todo mundo jogue com as suas potências. O enredo da Imperatriz nasce desse desejo da comunidade, que é ouvida pelo carnavalesco, de um desejo de alguns integrantes da equipe que queriam potencializar as suas vocações e que também foram atendidos pelo carnavalesco. Então, é uma ideia de time, de coletividade, de um enredo que atende a interesses que não só os meus”.

imperatrizleopoldinense barracao25 3

Sobre a escolha de contar essa história, Leandro comentou sobre as características que achou interessante de retratar na avenida, e como é interessante ver a Imperatriz se debruçar sobre uma realeza africana.

“Esse itã, o protagonista dele é Oxalá, uma divindade que eu particularmente tenho muita intimidade e é uma divindade que tem algumas características estéticas muito exuberantes. É um orixá masculino que veste saia, é um orixá com características plásticas e com artigos ritualísticos muito exuberantes. É uma divindade que usa leque, é uma divindade que usa coroa, e a coroa aí já é um símbolo super adequado, uma escola que tem como símbolo uma coroa, é uma divindade de uma energia transformadora e que, dentro desse itã, ele me possibilita a contação de uma história que se aproxima de uma realeza. E você sabe que a Imperatriz tem um histórico de contar histórias da realeza. E o grande barato é que a escola tem essa vocação para histórias da realeza, mas durante muito tempo ela contou histórias de uma realeza europeia. E há quase 50 anos ela não se debruçava sobre uma realeza afro-brasileira. Então isso tem um conteúdo simbólico muito bom, porque é uma realeza ligada a uma divindade com um potencial estético absurdo e que, dentro desse itã, me possibilita uma construção estética de contorno épico, de contorno heroico, o que também visualmente é lindo. A soma de escolher esse itã é a soma de uma série de potencialidades que reforçam também as vocações da Imperatriz”.

imperatrizleopoldinense barracao25 7

Conhecido também pelo requinte das suas fantasias, Leandro falou sobre o processo das fantasias da escola para o próximo carnaval, com ênfase na beleza com a facilidade na evolução.

“Estou trabalhando há algum tempo a ideia de que o conjunto de fantasias deve favorecer a evolução e a participação do componente de uma forma exuberante. Continuo tentando fazer fantasias que juntem beleza, mas não atrapalhem a Imperatriz na pista. Acho que o Carnaval de 2024 mostrou uma escola que evoluiu com alegria, que evoluiu com intensidade, e acho que muito da qualidade do desfile da Imperatriz passa pela maneira como o componente da Imperatriz Leopoldinense se comportou na pista. Essa forma alegre, essa forma solta, dessa forma mais cheia de vigor, foi determinante para o sucesso da escola em 2024. Então, para 2025, eu continuo investindo nessa forma, somando a isso, um aumento no requinte, um aumento no acabamento, um aumento na qualidade do acabamento, na qualidade dos materiais utilizados, um aumento da sofisticação do fazer. E como agora estou trabalhando com um perfil de realeza africana, eu também tenho a certeza de que implementei esse ano um sabor mais gostoso aos figurinos que vão desfilar”.

imperatrizleopoldinense barracao25 6

Sobre as alegorias, Leandro destaca a exuberância do projeto alegórico como uma marca para este ano de 2025.

“Eu estou fazendo um conjunto alegórico muito debruçado nessa ideia de exuberância. E como é que essa exuberância se traduz? Primeiro que é certamente o meu conjunto alegórico com o maior número de esculturas. Então é uma escola com muitas esculturas, é uma visualidade muito densa. Essa ideia de carnaval, que as pessoas chamam de carnaval pesado, tem também um aspecto que é um investimento. Eu sempre gostei de dar acabamento, o acabamento acho que sempre foi uma marca das minhas alegorias. Mas esse ano além do acabamento acho que tem uma marca de exuberância. E além da marca da exuberância, desse refinamento, é um carnaval onde a pintura de arte e o gigantismo das esculturas que arremata esse visual, que é um visual épico e heróico. Então é um conjunto de alegorias de altíssimo nível”.

imperatrizleopoldinense barracao25 8

O carnavalesco destaca que o mais interessante relativo ao enredo é a questão ao redor do banho de Oxalá que liga a história do itã que a escola está contando com o sagrado.

“A ideia do banho, o banho de Oxalá. Porque o banho é exatamente o ponto de contato entre o mito e o rito. O mito é o Itã. E o rito é o mito transformado no sagrado do candomblé. Então o banho que é dado em Oxalá pelo estúdio, por Xangô, é fundamental para o entendimento do que vem a ser a cerimônia das Águas de Oxalá no candomblé, nos candomblés de Ketu e Nagô no Brasil. Então acho que o banho é fundamental, e é um dos momentos para mim, um dos momentos mais bonitos do desfile que virá”.

imperatrizleopoldinense barracao25 5

Trunfo da Imperatriz para 2025, na visão do artista é a parceria entre os diferentes segmentos da comunidade de Ramos, onde Leandro comparou a atuação deles como a de um time de futebol.

“O grande trunfo do desfile é o time que joga um para o outro. Acho que o grande trunfo da Imperatriz é contar com um time, primeiro, um time onde cada integrante é fã do outro. A outra coisa que é fundamental para o sucesso da Imperatriz recente, acho que é o grande trunfo, é que todo mundo aqui joga com a intenção de favorecer o jogo do outro. Eu usei uma expressão do futebol, que é a ideia do toque de bola. É um time que, para chegar ao gol, todo mundo joga, todo mundo dá o toque para o outro. Acho que a ideia de que carnaval se ganha em conjunto é muito forte entre os que vão para a pista para defender o quesito”.

Conheça o desfile da Imperatriz

A Imperatriz Leopoldinense terá 5 carros e 2 tripés no seu desfile de 2025. O carnavalesco Leandro Vieira define sua história e seus setores da seguinte forma sintetizada: “Começa com Oxalá, no meio do caminho tem o encontro com Exu, depois encontra encontra Xangô e termina na Cerimônia das Águas”.