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Harmonia e evolução marcam o ensaio da Primeira da Cidade Líder

Por Naomi Prado e fotos de Fábio Martins

A Primeira da Cidade Líder realizou seu primeiro ensaio técnico no Sambódromo do Anhembi para o carnaval de 2025. A garra e o canto da comunidade surpreenderam o público, mesmo debaixo de chuva os componentes não se deixaram abater com a condição climática e evoluíram do começo ao fim. Com um discurso emocionante na concentração da escola, a diretoria transmitiu para os integrantes muita força e gratidão, sentimentos esses que foram demonstrados durante o ensaio. A agremiação será a oitava escola a desfilar no sábado de carnaval no grupo de Acesso 2, levando o enredo “ÀJÒDÚN ODÉ, EM SEUS 40 ANOS DE AXÉ PAI TINHO CELEBRA OXÓSSI”, que é assinado pelos carnavalescos Ewerton Visotto e Cristiano Oliveira.

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Comissão de Frente

Composta por 15 integrantes a comissão de frente dirigida por Jonathan Paulino apresentou coreografias coincidentes com o enredo. Tendo cinco elementos principais que entendemos como representações de orixás, eles vieram segurando instrumentos característicos de orixás nas mãos. A ala realizou num ato uma espécie de renascimento ou iniciação, quando uma componente estende uma esteira no chão e toca um sino enquanto outro componente se ajoelha na esteira e faz a interpretação. A comissão vestiu-se com um tecido africano, em modelos também africanos. Contudo, a ala cumpriu os requisitos, demonstrando coesão e precisão nas apresentações.

PrimeiraLider et ComissaoDeFrente

Mestre-sala e Porta-bandeira

Mesmo enfrentando uma tempestade o casal Fabiano e Sandra, prosseguiram com a apresentação para os jurados, executando a coreografia com muita parceria. O mestre-sala optou por desfilar sem os sapatos para melhor se adaptar a pista escorregadia e molhada e, a porta-bandeira tentou ao máximo manter o pavilhão desfraldado mas as condições climáticas não colaboraram. Vestindo um figurino verde e estiloso a dupla realizou um ensaio de superação.

PrimeiraLider et PrimeiroCasal 2

Harmonia

A harmonia da Líder foi o grande destaque da escola. Embora a escola tenha desfilado com muita chuva, os componentes mostraram que questões climáticas não são um problema.
A agremiação está claramente com muita gana e vontade de vencer o campeonato. O canto foi acima do esperado para as condições em que se encontravam. O carro de som liderado pelo intérprete Thiago Melodia incentivou o canto da comunidade e influenciou positivamente neste ensaio.

PrimeiraLider et InterpreteThiagoMelodia 2

Evolução

Em bom sincronismo com a harmonia, a evolução também foi um ponto positivo. Como citado acima os integrantes da Cidade Líder não se acanharam com a forte chuva. A movimentação corporal esteve presente, o samba-enredo possui uma melodia que ajuda o componente a dançar e a evoluir como o regulamento pede. As alas se apresentaram compactas com os componentes em suas devidas posições mas sem perderem a liberdade de evoluir.

PrimeiraLider et Baianas

Samba

A Líder tem um dos melhores sambas do grupo de Acesso 2, facilitando a evolução da comunidade e podendo atrair a atenção do público. Thiago Melodia junto com sua ala musical, realizou um excelente trabalho neste ensaio ao que se refere a afinação e interação com a comunidade. O carro de som num modo geral também se destaca pela harmonia com a bateria principalmente no momento em que a bateria realiza bossas.

PrimeiraLider et 10 1

Outros Destaques

A bateria regida por mestre Alexandre também é uma das melhores baterias do grupo de Acesso 2. Às bossas foram executadas de maneira autêntica e clara. Ainda que a chuva prejudique, em partes, a afinação dos instrumentos, não foi um fator prejudicial para a “Batucada de Primeira”. Os diretores seguiram o objetivo do ensaio e realizaram muitas bossas ao longo da pista mostrando que realmente se preocupam com os desenhos, com o regulamento e o andamento da escola.

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A rainha de bateria Amanda Martins acompanhou com maestria seus ritimistas, com um figurino laranja e azul Amanda interagiu muito bem com o ritimo da bateria.

O primeiro ensaio técnico da Primeira da Cidade Líder demonstrou a força e a determinação da comunidade, que não se deixou abalar pelas condições climáticas adversas. Com uma harmonia envolvente, uma evolução bem executada e um samba-enredo potente, a escola mostrou que está preparada para a disputa no grupo de Acesso 2. Se o ensaio já foi marcado por emoção e garra, a expectativa para o desfile oficial é ainda maior.

Veja mais imagens do ensaio

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Com presença maciça da comunidade, Vila Isabel faz mais um potente ensaio de rua

A Unidos de Vila Isabel realizou no último domingo seu penúltimo ensaio de rua antes do ensaio técnico na Sapucaí, que ocorrerá no próximo sábado. Componentes e público se reuniram ao longo do Boulevard 28 de Setembro para prestigiar a agremiação e foram o destaque da noite. Em termos técnicos, além da elogiada coreografia do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcinho e Cris, a sintonia do carro de som com a bateria “Swingueira de Noel” marcou o treino. Este ano, a Vila apresenta o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece”. De autoria do carnavalesco Paulo Barros, o desfile promete se debruçar sobre superstições amedrontadoras através do fio condutor de um trem noturno e seu maquinista.

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“Hoje foi mais uma etapa concluída, mais um degrau que a gente sobe na 28 – como o Tinga fala, o Templo da Vila Isabel. Escola cantando muito, evoluindo muito. Parabéns a todos os segmentos, comunidade. Destaco também o entrosamento do Macaco Branco e de toda a bateria com o carro de som”, disse o diretor de carnaval da escola, Moisés Carvalho.

“Quero dar os parabéns a toda a comunidade, fizemos um belíssimo ensaio. Sem comunidade não tem escola de samba. A gente está fazendo um trabalho maravilhoso para chegar no dia e fazer um grande carnaval. É com essa alegria, com o nosso ritmo, com a cara pintada, com os acessórios que a gente vai assombrar na avenida”, afirmou o intérprete Tinga ao CARNAVALESCO.

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Foto: s1fotografiaecomunicacao/Divulgação Vila Isabel

Mestre-sala e Porta-bandeira

Marcinho e Cris se apresentaram com graça e desenvoltura. Além dos rodopios tradicionais, o casal apresentou passos que envolviam os corpos colados como em uma dança de salão. Enquanto riscava o chão da 28 de Setembro, fazendo jus ao início no samba como passista, Marcinho cortejava e protegia sua porta-bandeira. Ela bailou organicamente.

Harmonia

O “Povo do Samba” tomou conta da 28 de Setembro com seu canto forte e poderoso. Com sua voz potente, Tinga conduziu a comunidade com irreverência. Embora houvesse uma maior ênfase nos versos do refrão ““Solta o bicho, dá um baile de alegria/É o povo do samba, virado na bruxaria”, a escola cantou todo o samba – e encantou quem estava presente.

Evolução

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Apesar do grande volume de componentes público e da extensão do Boulevard 28 de Setembro, a equipe de Evolução da Vila Isabel foi impecável. Todas as alas estavam organizadas, sem buracos ou espaço entre elas. Trabalho da escola neste quesito é forte.

Samba-Enredo

O samba de Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva conseguiu transformar o enredo de tom sombrio de Paulo Barros em um hino leve e divertido, característico da folia carnavalesca. O samba é fácil de pegar e contagiou a todos os presentes, provando-se, mais uma vez, um acerto da escola.

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“Se o desfile fosse hoje, a gente estaria representando bem, brigando pelo título. O ensaio foi maravilhoso. A comunidade está cantando muito. O carro de som tá fazendo um trabalho lindo, o nosso diretor musical Douglas, o nosso grande intérprete Tinga, que é uma das maiores vozes no Carnaval. Quero agradecer a nossa comunidade por todo empenho, por acreditar em todo o trabalho. Vocês são peças fundamentais nesse projeto do Carnaval 2025. Só tenho a agradecer e pedir que no dia do desfile a gente cante, cante, cante como se não houvesse amanhã”, parabenizou Macaco Branco, à frente da bateria “Swingueira de Noel” desde 2019.

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Foto: s1fotografiaecomunicacao/Divulgação Vila Isabel

Outros Destaques

As musas Luiza Caldi, Monique Rizzeto, Anna Karolina, Dandara Barreto, Kauany da Glória, Dandara Oliveira e Vivi Winkler deram um verdadeiro show na 28 de setembro e fizeram o público esquecer da ausência de Sabrina Sato à frente da bateria de Macaco Branco.

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Quem roubou todas as atenções, no entanto, foi o pequeno Gael de Oliveira, filho do mestre de bateria Macaco Branco e da musa Dandara Oliveira. Com apenas 4 anos, o menino prodígio desfilou junto da equipe do carro de som cantando sambas-enredo antigos e o atual de ponta a ponta. Um nome para se ficar de olho.

Tigre de Guerra ruge na Sapucaí em bom ensaio da Porto da Pedra

Por Luiz Gustavo e fotos de Magaiver Fernandes  (Coloboraram Allan Duffes, Guibsom Romão e Raphael Lacerda)

A Porto da Pedra realizou seu ensaio técnico no último domingo mostrando que possui credenciais para novamente brigar pelo título da Série Ouro após conquistar o acesso em 2023. Com quesitos consolidados, a escola fez um ensaio muito firme e de ótima organização. Foi de longe a escola com maior contingente de desfilantes na noite, e seus componentes cumpriram o papel de evolução e harmonia com total correção. Com tantos veteranos de avenida, o destaque maior ficou para uma estreante no posto principal na agremiação, a porta-bandeira Pietra Brum de apenas 16 anos, que enfrentou a quebra do mastro de sua bandeira quando se apresentava para a primeira cabine de jurados. Apesar de obviamente ter ficado mexida com o fato, Pietra seguiu a apresentação segurando a bandeira sem mastro e bailando firme, mostrando garra, resiliência e talento.

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Neste embalo a Porto da Pedra será a quinta escola a desfilar no sábado de carnaval, trazendo o enredo “A história que a Borracha do Tempo Não Apagou”, desenvolvido pelo carnavalesco Mauro Quintaes.

“O ensaio foi excelente, de alto nível, a galera cantou muito. Temos que corrigir algumas coisas, ensaio é para isso, para nós corrigirmos os erros. Mas foi muito satisfatório, atendeu a expectativa. Um exemplo de correção é o apoio do nosso primeiro casal, que tivemos um problema com o mastro da primeira porta-bandeira. Se o apoio tivesse trazido mais um mastro, tudo seria mais fácil. Isso são coisas que temos que corrigir. O único problema foi esse. Isso foi ensinamento”, explicou Aluizio Mendonça, diretor de carnaval.

Comissão de Frente

Porto da Pedra 12

Coreografada por Junior Scapin, a comissão de frente da Porto da Pedra realizou uma apresentação de muito bom nível em todas as cabines. Em mais uma coreografia de temática indígena na noite, os integrantes exibiram uma evolução muito dinâmica,
com boa dança e passos bem sincronizados, tanto nos movimentos individualizados quanto nos passos em que rolavam interações entre os componentes, com todos os momentos bem concatenados. O que não funcionou tão bem foi o efeito de fogo saindo de tubos, em duas cabines um dos tubos não funcionou; na cabine final o efeito não foi utilizado.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Porto da Pedra 18

Com todo o problema com a bandeira no primeiro módulo, o casal Rodrigo França e Pietra Brum superou o susto e seguiu firme nos demais módulos. Na segunda cabine Pietra apresentou um pouco mais de nervosismo, com menos vigor em seu bailado e nos giros, mas nas duas cabines restantes ela recuperou o seu ritmo e obteve um desempenho de ótima qualidade, sendo conduzida por um excelente Rodrigo, que esteve impecável em
todos os módulos de apresentação. Pietra estreará em 2025 como primeira porta-bandeira, após dois anos fazendo parte do segundo casal da escola. Rodrigo vai para seu oitavo ano como mestre-sala principal da Porto da Pedra, estreou na função em 2018.

“Foi um ensaio ótimo. É a minha primeira vez aqui na cabeça da escola. E poder vir ouvir o canto da escola ali, no pé do ouvido, é uma sensação maravilhosa. Independentemente de tudo, eu estou muito orgulhosa do que a gente fez. Acredito que sempre tem algo para ajustar, sempre tem alguma coisa, a gente está no trabalho firme desde junho, quando eu fui apresentada, sendo assim, acredito que ainda tem algumas coisas para ajustar até o desfile, mas a gente está limpando a coreografia com o tempo. E o meu mastro quebrou! Logo no começo do setor 1, eu já senti ele dando uma viradinha, eu até cheguei a comentar com a minha irmã, mas não tinha mais o que fazer, ele teve que ir na força, mas acabou sendo um ensaio de superação. A Bárbara me emprestou o mastro dela, meus harmonias amarraram, firmaram o mastro com o pavilhão. E eu quero muito agradecer a Bárbara pelo carinho, eles vieram ali do nosso lado gritando o ensaio todo”, disse a porta-bandeira.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Porto da Pedra no ensaio técnico

“A minha escola não tem o que reclamar, é essa energia. Vocês sabem que a Porto da Pedra é a cara do Grupo Especial. O mastro dela quebrou, acontece! O importante é que ela não largou o sorriso. A dança não saiu do corpo dela. E a gente fez uma boa passada com a escola. A gente mesclou um pouquinho da coreografia oficial e do ensaio. A entrada é essa para a gente saber se vai bater juntinho com a comissão de frente. O final também é esse. Mas no meio a gente deu uma impactada para o público sentir que não é só aquela melancolia e que tem um pouquinho mais de pegada”, completou o mestre-sala.

Harmonia

Se não foi um canto tão explosivo, a escola passou com quase todas as alas com o samba na ponta da língua, não apresentando maiores dificuldades no quesito. Os momentos de canto mais forte foram no trecho final a partir do verso “borracha nenhuma pode apagar a nossa história” e no refrão principal, onde a escola mostrava mais empolgação. Mesmo com trechos onde o canto parecia arrefecer um pouco, a Porto não teve alas caladas, os componentes seguiam com a letra afiada.

Porto da Pedra 78

“É uma comunidade aguerrida. É uma escola de samba que tem sangue nas veias. Um sangue que pulsa forte mesmo. Ainda mais agora neste ano em que ela veio do descenso. É uma escola que vem pra Avenida mordida. Um samba que é uma aclamação, mas de guerreiro mesmo. Um samba maravilhoso. Uma bateria como essa, uma comunidade como essa, só pode dar isso: um baita ensaio técnico de muita pressão. A gente fica muito feliz. Para nós que estamos aqui dentro curtindo e vendo a evolução e euforia dos componentes. Agora, do lado de fora, a parte técnica, é com quem comenta carnaval e vai dizer se foi bom ou se foi ruim. Mas para nós, foi maravilhoso. A única coisa que vai acontecer é que quando vierem as fantasias, a escola vai ficar um pouco mais pesada – o que é normal. Mas já ensaiando desse jeito, você vê que os caras estão com vontade mesmo. Vai ser um baita desfile, com toda certeza. Podem aguardar no sábado de Carnaval a Porto da Pedra brilhando e tentando galgar uma coisa que ela acabou de perder, que é voltar ao Grupo Especial”, garantiu o intérprete Wantuir.

Evolução

Porto da Pedra 103

Excelente quesito da escola de São Gonçalo. A vermelho e branco se mostrou muito organizada e passou com tranquilidade pela pista, dando aos seus componentes a oportunidade de brincarem no final do ensaio. A Porto da Pedra teve o maior contingente da noite com alguma folga e soube trabalhar com este número maior de pessoas sem deixar a evolução mais pesada ou tendo que acelerar no final. A escola manteve um
ritmo bem agradável em toda a sua passagem pelo Sambódromo, com alas bem aproximadas deixando a Porto compacta. Uma ótima apresentação em termos de evolução.

Samba

Porto da Pedra 50

O samba de Guga Martins, Gustavo Clarão, Passos Junior, Cristiano Teles, Cadu Cardoso, Wendel Uchoa, Abílio Junior, Tangerina, Marcelo Moraes, Marquinho Paloma, Ailson Picanço e Leandro Gaúcho passou bem pela Sapucaí. Wantuir contribuiu bastante para o bom desempenho da obra com uma atuação muito segura junto com seu carro de som, o samba teve um bom encaixe com sua voz. O samba da Porto da Pedra acabou obtendo um desempenho compatível com a harmonia da escola, se não esquentou maciçamente os componentes, se manteve firme sem quedas durante todo o ensaio. O andamento imposto pela bateria de Mestre Pablo casou bem e manteve a obra com qualidade.

Outros Destaques

A citada bateria comandada por mestre Pablo mostrou um casamento perfeito entre arrojo, precisão e afinação dos instrumentos. É uma bateria das mais redondas do grupo, com bossas de difícil execução, mas que fluem maravilhosamente bem. Pablo ressaltou a felicidade com o trabalho da bateria e a força da escola.

“Já estamos com a bateria pronta, mas até o carnaval tem ensaio e a gente vai lapidando, quanto mais você vai passando aquele paninho no diamante mais brilhoso ele fica. A nota que eu dou é dez, se fossem 11 notas eu daria 11 notas dez pra bateria. Viemos aqui mostrar que o povo gonçalense é um povo de garra, de alegria, com vontade de voltar para o grupo Especial que lá é nosso lugar. Quanto à afinação da bateria gostei demais, tenho a ajuda de outros mestres amigos meus como o Washington (Inocentes de Belford Roxo), o Dinho Santos (ex-Renascer) que vieram me prestigiar aqui no ensaio. Só tenho a agradecer e dizer que estou orgulhoso dos meus ritmistas”.

Igor Vianna é destaque à frente do carro de som da Unidos de Bangu no ensaio técnico

Por Guibsom Romão e fotos de Magaiver Fernandes (Coloboraram Allan Duffes, Luiz Gustavo, Juliana Henrik e Raphael Lacerda

Com o enredo “Maraka’anandê – Resistência Ancestral”, a Unidos de Bangu foi a terceira escola a passar pela avenida no ensaio técnico do último domingo. De autoria de Alexandre Rangel e Raphael Torres, o desfile da escola da Zona Oeste exaltará a Aldeia Maracanã, localizada ao lado do estádio homônimo. A aldeia, símbolo da resistência indígena carioca, tem sido alvo constante de tentativas de apagamento, violência e desocupação.

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“Sem palavras. Eu só pedi para eles virem pra cá para se divertirem. O restante, quem tem que fazer é a gente. Fantasia, quem faz é a gente. Carro alegórico, quem faz é a gente. Eles só tem que despejar a alegria na Avenida. E o que aconteceu hoje foi maravilhoso. O Carnaval é feito de alegria e diversão e isso tem que ser mantido. Por isso, a gente está aqui hoje, porque o carnaval é folia, é alegria, é amor. Eu sou meio suspeito, porque eu não vejo muito o ensaio técnico como algo diferencial no desfile. O desfile tem vários quesitos que podem ser alterados. Cai uma pena, tu perde conto. Aqui não tem pena. Para mim, a verdade é que isso aqui é juntar a escola e fazê-la entender o que é a Sapucaí. A gente tem que usar o carnaval passado para que neste carnaval não cometa os erros que foram cometidos. O nosso objetivo este ano é buscar o título”, garantiu Marcelo do Rap, diretor de carnaval.

Comissão de Frente

Bangu 18

Sob o comando do coreógrafo Fábio Costa, a Bangu apresentou uma comissão composta por homens e mulheres trajando vestimentas inspiradas na cultura indígena, com pintura facial característica e cocares ornamentados. A coreografia, bem ensaiada e executada, combinou passos do ballet clássico com elementos de danças indígenas, resultando em um efeito visual impactante. Além disso, os integrantes entoaram brados que remetiam aos rituais dos povos originários do Brasil, reforçando a temática do enredo. No entanto, o canto ficou aquém do esperado para dar impacto, tornando-se necessário o incentivo direto do coreógrafo para que os componentes cantassem diante das cabines de jurados.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Bangu 26

Leonardo Moreira e Bárbara Moura, que já dançam juntos há alguns anos e também são o segundo casal do Salgueiro, demonstraram entrosamento e entrega ao longo do ensaio. Com uma coreografia bem decorada e executada, brilharam a cada apresentação diante das cabines. No entanto, ao se distanciarem, tornou-se perceptível uma diferença de ritmo entre eles: Leonardo exibia vigor e rapidez no bailado e riscado, enquanto Bárbara mantinha um desempenho mais cadenciado. Esse descompasso foi sendo ajustado ao longo da avenida, mas é um ponto que requer atenção para o desfile oficial.

Harmonia

Apesar da excelente performance de Igor Vianna à frente do carro de som, o canto da escola deixou a desejar. Algumas alas passaram pela avenida sem entoar um único verso completo do samba-enredo. O trecho “Originário é Bangu, Maracanã” empolgava e era cantado com força, mas um único verso não sustenta o conjunto do desfile. Para a apresentação oficial, será essencial que a comunidade cante do início ao fim para garantir uma harmonia sólida e convincente.

Bangu 87

“O time de canto se apresentou de forma bastante coesa no carro de som. Fizemos o que estava ao nosso alcance. As condições dos dados e a bateria mantiveram o ritmo que ensaiamos. Assim, no final, tudo correu bem! Posso afirmar que o resultado foi extremamente positivo. Com certeza, até o desfile estaremos ainda melhores! Isso é indiscutível, estamos dedicados a isso. E temos certeza de que vamos aprimorar ainda mais! Preparem-se para muitas surpresas! A cada ensaio, surgem novidades. Fico muito feliz com essa evolução”, declarou o intérprete Igor Vianna.

Evolução

Bangu 60

A evolução da escola também apresentou desafios. Algumas alas não demonstraram a organização esperada, com componentes se corrigindo mutuamente durante o ensaio. Além disso, a ala coreografada que representava indígenas sendo agredidos por policiais mostrou uma performance confusa e visivelmente pouco ensaiada, evidenciando a necessidade de ajustes tanto na execução quanto na clareza da proposta cênica.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Bangu no ensaio técnico

Samba

Embora o carro de som e a bateria, comandada pelo mestre Laion, tenham apresentado um bom desempenho, o samba da Unidos de Bangu não aconteceu na avenida. Como já mencionado, apenas um verso do refrão foi amplamente cantado pelos integrantes, o que comprometeu a energia geral da escola.

“Já diz o nome é ensaio técnico e eu me sinto muito orgulhoso pelo desempenho da Caldeirão da Zona Oeste na noite de hoje. Estamos trabalhando há alguns meses. Não é fácil para ninguém chegar aqui, também não é fácil pra gente. Hoje sinto que se fosse na noite do dia oficial, eu com toda humildade do mundo, eu conseguiria atingir o objetivo, que é a nota 40. A nossa maior proposta é jogar com regulamento debaixo do braço. E acho que no dia oficial com efeito da fantasia, com toda a nossa entrega, a magia que acontece no dia dos desfiles no dia oficial, será muito especial”, afirmou mestre Laion.

Bangu 82

Outros Destaques

Um dos momentos mais marcantes do ensaio foi a presença de indígenas da Aldeia Maracanã no desfile. Eles atravessaram a avenida carregando faixas com mensagens de resistência, como: “Eles combinaram de nos matar, nós combinamos de não morrer” e “Aldeia Maraka’nã quebrando o asfalto de corações e mentes”.

Bangu 14

A presença dos indígenas reforçou a importância do enredo e trouxe um peso simbólico forte para a apresentação, conectando o desfile à realidade histórica e social que ele busca retratar. Esse elemento deve ser potencializado no desfile oficial.

Casal de mestre-sala e porta-bandeira se destaca em ensaio técnico da Unidos da Ponte

Por Raphael Lacerda e fotos de Magaiver Fernandes (Colaboraram Allan Duffes, Guibsom Romão, Luiz Gustavo e Marcos Marinho)

Com uma apresentação abrilhantada pelo primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Emanuel Lima e Thainara Matias, a Unidos da Ponte foi a segunda agremiação a pisar na Marquês de Sapucaí durante a noite de ensaios técnicos da Série Ouro, no último domingo. Por outro lado, o canto abaixo do esperado e o baixo número de componentes comprometeram a harmonia e evolução da escola, respectivamente.

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Ainda no início, o carro de som precisou ser substituído por causa de problemas técnicos, o que resultou no atraso da arrancada da agremiação. O desfile começou por volta das 19h30 e terminou às 20h27.

No carnaval deste ano, a Azul e Branca de São João de Meriti levará para o Sambódromo o enredo “Antropoceno”, dos carnavalescos Guilherme Diniz e Rodrigo Marques. A agremiação será a quarta a desfilar na sexta-feira de carnaval.

“Ensaio é ensaio. A gente veio aqui hoje para mostrar a garra da do povo de São João de Meriti. A luta dessa comunidade, que, o ano todo, fica lá no ateliê, no barracão lutando para fazer um grande de carnaval. E como deu pra ver hoje a alegria do povo, da galera, todo mundo cantando, o carro de som com garra, nosso casal, a comissão de frente… A Ponte almeja, se não o título, um lugar melhor do que nesses últimos anos. Estamos fazendo um excelente carnaval através dos nossos carnavalescos Guilherme e Rodrigo. E o principal é a mensagem, foi a pioneira, a mensagem do Antropoceno. É todo mal que o homem causa a nossa planeta. Hoje, nós mostramos que a Ponte unida rompe barreiras, temos que manter essa união. Mantendo essa união a gente vai chegar ao nosso lugar desejado”, disse Ricardo Simpatia, diretor de carnaval.

Comissão de Frente

Ponte 13

O quesito foi comandado pelo coreógrafo Gabriel Castro, que está na agremiação há pouco mais de um mês. Mesmo com pouquíssimo tempo de casa, o artista apresentou uma coreografia bastante definida, coesa e sincronizada. Na Avenida, o quesito representou os povos originários. Ao longo dos quatro módulos de jurados, a equipe composta por 14 integrantes – sendo dois homens e 12 mulheres – fez uma apresentação de muita garra.

Ao fim do ensaio, Gabriel fez uma análise do trabalho apresentado na Passarela do Samba e revelou que praticamente 90% da coreografia apresentada será levada para o desfile oficial. Ainda, segundo ele, o quesito contará com um tripé.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Ponte no ensaio técnico

“A gente tinha um mês para fazer um trabalho de três meses, mas é um trabalho muito sério. Estamos ensaiando três vezes por semana durante, três, quatro horas de ensaio. É um grupo muito coeso. Sobre a nossa representação, a gente já está fazendo a coreografia oficial, mas sem o tripé. Quando chegar o tripé, a gente vai fazer algumas adaptações. E é um resumo do enredo. O antropoceno contado pela ótica dos povos originários brasileiros. Vai ter elementos no desfile, já na fantasia, que as pessoas vão olhar e já vão perceber que tem alguma coisa errada no mundo. É um mês de trabalho, mas pode ter certeza que a gente trabalhou tanto quanto os outros grandes coreógrafos que estão na Série Ouro”, avaliou.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Ponte 11

O grande destaque do ensaio técnico da agremiação de São João de Meriti. Emanuel Lima e Thainara Matias apresentaram um bailado impecável. Em determinados momentos, o casal trouxe uma coreografia com alusões ao enredo e a trechos do samba, mas sem perder as características da dança do quesito. Com giros precisos, Thainara conseguiu unir a leveza à garra. Por sua vez, Emanuel deu um espetáculo de condução. Cortejador, elegante, sempre esbanjando talento e simpatia. A segurança da dupla também impressionou e se destacou ao longo do desfile.

“A gente ama muito o que faz, embora a dedicação tenha que ser enorme, muita responsabilidade de ter a nota na mão de duas pessoas, a gente ama muito isso, os treinos de musculação, os treinos de posicionamento, os treinos aqui na Sapucaí, todos estão sendo muito intensos, desde meados do ano passado, mas quando a gente gosta do que faz vai de boa. Estamos dando de tudo, ainda mais com as quatro cabines que exigem mais fisicamente da gente, mas estamos conseguindo o nosso melhor”, disse a porta-bandeira.

Ponte 13

“A preparação física está sendo fundamental, a Thai já fazia essa preparação, agora também comecei a fazer, mas tivemos a ajuda da Bruna que é nossa coreógrafa, nossa tudo, pra fazer essa preparação que foi muito importante pra chegarmos aqui tranquilos, conseguimos realizar tudo que havíamos programado pra fazer, estamos felizes com a sensação de dever cumprido”, completou o mestre-sala.

Harmonia e samba

A comunidade pareceu não estar familiarizada com o samba-enredo. O canto foi baixo e tímido ao longo do ensaio técnico deste domingo. Pode-se citar como exemplo a primeira ala, que parecia pescar alguns trechos do samba ao longo da Avenida. Nos últimos metros de desfile, havia componente que sequer balbuciava o hino da agremiação. Por outro lado, entre os versos cantados pela comunidade, vale destacar “É bicho morrendo queimado (Ah, meu Deus)//”. De fato, a escola poderia ter cantado muito mais, no entanto, a comissão de harmonia ainda terá algumas semanas para corrigir o problema.

Ponte 60

Já o carro de som, comandado pelo intérprete Leonardo Bessa, fez uma boa condução da obra e ajudou a elevar o nível do canto da escola. O entrosamento com a bateria do mestre Darllan também foi nítido.

Evolução

Ponte 25

A evolução da Azul e Branca meritiense foi comprometida pelo tamanho da escola. Com uma quantidade baixa de componentes, foi preciso evoluir de forma mais lenta e, em determinados momentos, a escola chegou a segurar os passos na Passarela do Samba. Entre os destaques ala a ala, algumas delas levaram balões como adereços de mão.

Outros destaques

Destaque para a bateria do mestre de bateria estreante na Marquês de Sapucaí, Darllan Nascimento.

“Eu estou feliz demais. Estamos trabalhando desde abril, a cada 15 dias a galera chegando, meus alunos, meus amigos, minha família, todo mundo comigo é surreal para mim. O ensaio no setor 11 já foi ótimo, já me deixou muito feliz. Hoje é 75% do que a gente tem que entregar. Os 100% a gente entrega lá em março. Eu sei que vai ser um trabalho muito bonito. A gente tem mais uma bossa para passar. A gente não passou ela hoje. A gente só vai passar esse arranjo que tá faltando. No mais, é alinhar uma coisa ou outra ali, uma falta de atenção que acontece ali ou aqui. Fora isso, é só ser feliz”, disse o mestre.

Organizada, Tradição faz ensaio com boa Evolução, mas canto irregular dos componentes

Por Luiz Gustavo e fotos de Magaiver Fernandes (Colaboraram Allan Duffes, Raphael Lacerda e Guibsom Romão)

Há mais de uma década sem pisar no sambódromo, a Tradição realizou seu ensaio técnico mostrando entusiasmo em estar de volta ao templo sagrado do carnaval carioca. Porém o pique não foi sustentado durante toda a passagem da escola pela pista, após um início forte de bom canto por parte de algumas alas, gradativamente o ensaio caiu e terminou com muitos componentes mudos. Em contrapartida, a agremiação apresentou uma evolução organizada e constante do começo ao final, sem buracos e atropelos. Um dos diretores de carnaval, David dos Santos, falou ao CARNAVALESCO sobre o ensaio e o retorno ao sambódromo.

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“Ver a Tradição depois de dez anos fora da Sapucaí faz passar um filme, e a Tradição mostrou que chegou com cara de escola grande como ela sempre foi, e ter essa recepção do público, essa interação de quem esteve aqui presente prestigiando foi muito gratificante. O trabalho está sendo feito, construído e foi realizado com sucesso neste ensaio”.

A Tradição abre os desfiles da Série Ouro na sexta de carnaval, dia 28 de fevereiro, com o enredo “Reza” de autoria do carnavalesco Leandro Valente.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Tradição no ensaio técnico

Comissão de frente

A comissão comandada por Tony Tara apresentou um grupo vestido de bruxas e um componente central vestido de tranca rua com caveiras no chapéu e no elemento de mão. Uma coreografia de ritual bem elaborada, com boa teatralização e realizada com muita sincronia pelos componentes. Uma apresentação sem maiores arroubos, mas extremamente bem feita. No primeiro módulo a comissão utilizou elementos de fogo que tiveram falhas e foram abortados nas demais cabines.

Tradicao 6

Mestre-sala e Porta-Bandeira

Jorge Vinícius e Verônica tiveram um desempenho irregular ao longo do ensaio. Logo na primeira cabine a bandeira enrolou no momento em que Jorge Vinícius fez a pegada da bandeira. Nos demais módulos o erro não se repetiu, porém outras falhas aconteceram e mostraram um casal não tão à vontade na avenida, principalmente Vinícius que em vários momentos mostrou indecisão nos movimentos. Verônica também mostrou-se um pouco travada em sua dança, porém com mais segurança. Um ensaio para correções até o desfile.

Tradicao 40

“A gente entrou com uma energia muito boa. O enredo vem falando de fé. A gente veio caracterizado até pela santa do dia de hoje, 2 de fevereiro, Iemanjá e o pescador. E nós trouxemos essa energia, trouxemos a fé para esse ensaio de hoje. Foi um ensaio tranquilo. Fomos a primeira escola a passar, passamos com muita energia e, graças a Deus, não pegamos calorão do minidesfile. Graças a Deus, também não choveu. Acredito que foi a fé da escola, do povo todo pedindo para a gente não pegar chuva. A gente testou sapato
hoje, testamos coreografia, e daqui a gente vai analisar durante este mês que nós
temos até o desfile para acertar os pontos”, comentou a porta-bandeira.

“Acredito que a nossa entrada está perfeita. A gente está ensaiando desde abril, intensificado – balé, funcional, academia. A gente está dançando junto pelo segundo ano consecutivo. Veronica é uma baita experiente, e eu só estou fazendo o cortejo dessa Iemanjá linda que ela veio representando”, completou o mestre-sala.

Harmonia

A Tradição abriu o seu ensaio com um canto satisfatório nas primeiras alas, vários componentes entoando forte o samba da escola. Com o passar das alas o canto foi caindo de forma clara, com desfilantes apresentando dificuldades para cantarem até mesmo os refrãos. As últimas alas passaram praticamente mudas, como uma ala formada por mulheres vestidas de ciganas, que pouco abriam a boca para ao menos tentar acompanhar o samba da agremiação de Campinho.

“Para mim foi emocionante. A escola veio bem e cantando. Samba lindo, melodioso e valente. Estou feliz com a alegria da escola. E pode esperar que no dia 1 de março a gente vai cantar mais ainda”, assegurou o intérprete Tuninho Jr.

Evolução

Tradicao 75

Quesito onde a escola se mostrou bem organizada e linear durante todo seu ensaio. O ritmo foi mantido em todas as alas, sem alas se misturando ou espaçamentos significativos entre elas. A escola vem solta na maior parte de seu contingente, com três alas coreografadas que não travaram a evolução da Tradição. Foi um ensaio bem assertivo no quesito para uma agremiação que passou dez anos fora da Sapucaí.

Samba

Tradicao 10

A composição de Diego Nicolau, Pretinho da Serrinha e Fred Camacho apresenta uma estrutura melódica com várias nuances, algumas muito bem encaixadas, outras causando uma quebra no samba, como na repetição da palavra “reza”, resultando em uma obra que teve desempenho irregular neste ensaio técnico. O carro de som liderado por Tuninho Junior teve bom desempenho e extraiu bastante do samba, porém o mesmo não se sustentou durante o ensaio, principalmente na parte final da apresentação da Tradição.

Outros Destaques

A presidente Raphaela Nascimento vibrou com a passagem da escola e cantou bastante durante o ensaio. O mestre Thiago Praxedes analisou a performance da bateria no ensaio.

Tradicao 14

“Tivemos um desempenho bem satisfatório. Nesta semana completamos três meses à frente do trabalho. Chegamos em outubro. Inúmeras dificuldades, a Tradição está sem quadra. Então é toda uma complexidade para você começar a iniciar um trabalho com base. E o trabalho avançou no momento certo. Estamos muito satisfeitos com a evolução da bateria. Temos muito até dia primeiro de março para evoluir ainda. Mas a gente já sente que a bateria da Tradição criou uma identidade. E uma identidade muito parecida com a identidade da bateria do mestre Fornalha, do mestre Dacopê, no final dos anos 1980, quando a Tradição nasceu. Uma bateria grave, com os agogôs à frente sendo bem referencial. Eu fico muito feliz com isso. Uma bateria que está resgatando a identidade, mas uma bateria competitiva dentro do regulamento do carnaval. Hoje a gente veio num andamento 144. Talvez, por sermos a primeira escola, a gente coloque aí de um a dois bits um pouco para frente, mas aí a gente vai sentar com a direção de carnaval para fazer a avaliação do ensaio, para ver se realmente vale a pena a gente manter o andamento”.

Com Viviane Araujo e sob as bênçãos de Iemanjá, Mancha Verde faz primeiro ensaio técnico no Anhembi

Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Lucas Sampaio, Gustavo Lima, Nabor Salvagnini e Naomi Prado)

Tradicionalmente, o primeiro ensaio técnico da Mancha Verde é utilizado para descompressão e para que os componentes que não tenham desfilado no Anhembi reconheçam o Sambódromo. Apesar dos discursos dos ouvidos pela reportagem indicar tal flexibilidade na cobrança de quesitos, a Mais Querida provou que, mesmo quando vem “tirar uma onda”, é bastante competente. A Harmonia da agremiação se destacou na apresentação deste domingo (02 de fevereiro); e o samba, muito criticado no universo carnavalesco paulistano, deu resposta à altura – isso mesmo perdendo a comunicação pelos rádios por conta da chuva, mas estimando o ensaio técnico do enredo “Bahia, da Fé ao Profano”, que será o quarto a ser exibido na sexta-feira de carnaval (28 de fevereiro) em 61 minutos.

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Presente no ensaio técnico da Alviverde, o CARNAVALESCO analisa o quesito a quesito da agremiação e destaca que, se a agremiação volta para o Desfile das Campeãs desde 2018, a força em cada quesito é o ponto forte da instituição – que martelou bastante no fato do dia 02 de fevereiro ser o Dia de Iemanjá, sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes na religião católica.

Comissão de Frente

ManchaVerde et Iemanja

Ao contrário de boa parte das coirmãs, a Mancha não trouxe o tripé da comissão de frente – “apenas” marcou o espaço do elemento com faixas. Dentre os personagens, a impressão que passaram foi a de que os masculinos são Filhos de Gandhy e as femininas estavam fantasiadas tal qual baianas de escola de samba. Os dois grupos interagiam bastante entre si e não utilizavam tanto o espaço destinado ao tripé – que tinham dois integrantes, um de cada sexo, praticamente fixos.

Mestre-sala e Porta-bandeira

ManchaVerde et PrimeiroCasal 2

A chuva, é claro, prejudica deveras o quesito. Mas, ainda assim, Marcelo Silva e Adriana Gomes tiveram a habitual competência para sustentar com brio o pavilhão manchista. Vale destacar que, mesmo com a chuva e com a passarela molhada, ambos ensaiaram com calçados para asfalto seco – o que traz ainda mais brilho para a apresentação da dupla. Com diversas interações com o samba, vale também destacar a fantasia de Adriana, que estava de Iemanjá – Marcelo veio inteiro em um modelito verde com detalhes brancos, cores da agremiação. Ambos também tiveram ótima comunicação com a arquibancada, sendo muito saudados na Monumental.

Harmonia

Historicamente forte no quesito, a Mancha, novamente, se superou no canto. Com canto bastante forte e uniforme, os componentes (e até mesmo as arquibancadas) respondiam, sobretudo, na convenção que começava com um apagão no verso “Mancha Guerreira” e voltava na passagem seguinte do refrão de cabeça. Vale pontuar, também, que a chuva parecia um combustível para que os desfilantes cantassem ainda mais a canção – que, inclusive, funcionou a contento. Outro ponto de destaque está nos berros a cada vez que o refrão do meio era encerrado.

ManchaVerde et InterpreteFredyViana 2

Vale destacar que o esquenta da agremiação teve a participação de Sandro Luiz, umbandista que também tem destaque na música. Primeiro, ele cantou o Ponto de Iemanjá; depois, Tem Que Ter Fé.

Evolução

Como dito anteriormente, o staff da Mancha perdeu o contato que tinha entre si via comunicadores. Nada que comprometesse a ótima movimentação dos componentes, que curtiram bastante o ensaio técnico – e que, inclusive, se mexiam ainda mais com a chuva mais forte. Adornos como pompons foram muito utilizados, e as baianas que estavam na frente da tradicionalíssima ala jogavam rosas brancas para os presentes. Também é nítido que a agremiação segue investindo forte no Grupo Rítmico, com três alas coreografadas em diferentes momentos da exibição. No quesito, entretanto, esteve o grande ponto de atenção de todo o ensaio técnico: quando o segundo carro alegórico (marcado por caminhões de uma parceira da agremiação, inclusive) estava na Monumental, a agremiação ficou alguns minutos com movimentação bem mais vagarosa do que estava anteriormente.

ManchaVerde et BaianasIemanja

Diretor de carnaval da Mancha Verde, Paolo Bianchi comentou sobre o fato acontecido na Monumental: “É uma estratégia que a gente faz há uns cinco anos de segurar a escola, mesmo. Travar a escola. Eu sou o cara que vem lá atrás, Olhando quando a parte de trás da escola, O rabo da escola, começa a parar. Quando ele trava, A gente estabiliza a escola. Isso tem dado certo para a gente. Na entrada da bateria no recuo, a gente sim permite que a escola dê sua assentada. Isso tem sido bem positivo para a gente nos últimos tempos”, explicou.

O diretor também analisou a exibição: “A gente estava com 90% da escola aqui, praticamente do tamanho normal dela. E a gente combinou de fazer o tempo certinho – e a gente conseguiu fazer. Muita chuva, principalmente quando a bateria estava lá na Monumental. Acho que a Mancha conseguiu, além de treinar, identificar muita coisa. A gente vê algumas coisas em ensaios, eu acho que a chuva acabou atrapalhando um pouco no final, mas não em relação à empolgação nem em relação ao canto, mas no andamento. Pouca coisa aconteceu que a gente estava imaginando que ia ter que consertar. Mas, para o primeiro ensaio com essa chuva, o resultado é muito bom. A gente está muito feliz. Já tiveram ensaios que a gente saiu daqui preocupado. E é engraçado que sempre o primeiro ensaio é bom, aí fica preocupado para o segundo. Na minha avaliação eu vi algumas coisas, claro – até porque a chuva atrapalhou bastante. Mas a gente tem que estar preparado para desfilar na chuva, como já foi em 2023. Acho que foi um super ensaio, foi muito bom. o canto foi muito bem. uma pena que estava chovendo e tinha pouca gente no Anhembi, mas a gente está muito feliz”, confessou.

Samba

ManchaVerde et Baianas

Muito criticado por diversos integrantes do universo do carnaval paulistano, a canção teve exibição bastante satisfatória no primeiro ensaio técnico. A Puro Balanço, bateria da agremiação comandada pelos mestres Cabral e Viny, veio cadenciadíssima, facilitando o canto e, também, a Evolução dos desfilantes. O carro de som, comandado por Fredy Vianna, também teve excelente desempenho – apostando em corais para marcar determinadas partes do samba, como as vozes de fundo no verso “Vem brindar, purificar a alma e o coração”.

Mestre Viny, um dos comandantes da Puro Balanço, foi comedido ao fazer elogios à bateria no ensaio técnico: “Ainda vamos conversar com a nossa diretoria sobre a nossa apresentação. Acredito que foi um baita de um ensaio, apesar da chuva. Tem algumas coisas para corrigir, como a questão de afinação, mas isso tem muita relação com a chuva de hoje. Vamos ver o que aconteceu de ocorrência lá no meio porque nós não conseguimos ouvir tudo o que acontece lá da frente. Mas acredito que tenha sido um bom ensaio, que tenha sido um pontapé inicial bacana para nós”, frisou.

ManchaVerde et Musa

Mestre Cabral também foi cuidadoso ao analisar a apresentação: “É um trabalho que a gente só dá a certeza de alguma coisa perto do desfile. É o nosso primeiro ensaio com a escola no Anhembi e foi o que o Viny falou: foi um bom um ensaio, com energia mesmo chovendo. Quando você vai desfilar e começa chovendo no ensaio, beleza… agora, chovendo antes do ensaio, a gente dá uma segurada. A escola se soltou, ouvimos a escola cantar, a bateria veio muito bem, com uma energia que a gente não vê há muito tempo. O ponto positivo a gente só consegue dar perto do desfile. Agora, são muitos ajustes. Foi o que o Viny falou: nós temos que conversar com os diretores. Lá da frente, a gente não tem muita noção. Mas, até então, foi um bom ensaio”, comentou.

Outros Destaques

Rainha da “Puro Balanço” desde 2002, Viviane Araújo se fez presente no primeiro ensaio técnico da Mancha – vestida com patuás. Princesa da corte da bateria, Duda Serdan também estava à frente dos ritmistas – com fitinhas do Senhor do Bonfim na indumentária. Junto delas, o Manchão, mascote da agremiação, também apareceu.

ManchaVerde et RainhaVivianeAraujo

Além dos caminhões para marcar os carros alegóricos, um imenso tripé de Iemanjá também se fez presente – orixá que Paulo Serdan, presidente da agremiação, afirmou que aprendeu a respeitar ainda na infância, quando ia para a cidade de Praia Grande, na Baixada Santista.

Veja mais imagens do ensaio

ManchaVerde et 14 1 ManchaVerde et 11 2 ManchaVerde et 13 2 ManchaVerde et Comissao 3 ManchaVerde et CoreografosWenderMarcos ManchaVerde et DiretorPaulinhoSerdan ManchaVerde et DudaSerdan 1 ManchaVerde et MestreVinyCabral ManchaVerde et Passistas ManchaVerde et PresidentePauloSerdan 1

Mais que forte no quesito a quesito, Dragões pode inaugurar nova era do carnaval em ensaio técnico

Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Lucas Sampaio, Gustavo Lima, Nabor Salvagnini e Naomi Prado)

O último domingo com diversos períodos de chuva no Anhembi não foi suficiente para atrapalhar o primeiro ensaio técnico da Dragões da Real rumo ao carnaval 2025. Muito pelo contrário: conhecida pela força no quesito a quesito, a agremiação da Zona Oeste, mais do que correta, teve um grande destaque para bater no peito e falar que conseguiu um diferencial. Além de organizada, a agremiação da Vila Anastácio teve uma Evolução bastante leve para defender o enredo “A vida é um sonho pintado em aquarela!”, que será o terceiro a ser apresentado na sexta-feira de carnaval (28 de fevereiro).

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Comissão de Frente

Os já tradicionais tripés que acompanham o quesito ano após ano na Dragões estarão novamente presentes – e o elemento alegórico em questão é, novamente, bastante luxuoso, com estofado vermelho e um luminoso piscante na parte da frente que chamam bastante atenção. Se a maioria dos personagens está inteiramente vestida de vermelho, há um garoto, majoritariamente vestido de branco, que tem protagonismo e se destaca, se tornando o personagem com destaque na coreografia. Na parte de cima do tripé, acima de uma área mais amarelada, há uma integrante também inteiramente em figurino amarelo. Vale destacar, também, que o elemento do quesito soltava fumaça, mexendo com as arquibancadas.

DragoesDaReal et Comissao 1

Mestre-sala e Porta-bandeira

Atuais vencedores do quesito no Estrela do Carnaval, Rubens de Castro e Janny Moreno estavam inteiramente adequados ao setor em que estavam – logo no início do ensaio: em cores claras, simbolizando o que aparenta ser o início do desfile e de uma vida. Enquanto a porta-bandeira utilizava um calçado escuro e fechado sem saltos com um figurino cor de creme, o mestre-sala estava inteiramente de branco com calçados sem salto. Ambos focaram na dança e na interação com o samba, e a expressão facial de ambos deixou claro o quanto o Casal 40+, como eles se autointitulam, está afiado e entrosado – dançando desde 2023 juntos, por sinal.

DragoesDaReal et PrimeiroCasal 1

Harmonia

O canto da agremiação é conhecido pela força há tempos, e não foi diferente no ensaio técnico em questão. Tudo, é bem verdade, foi muito bem preparado pela agremiação: fogos no esquenta, as execuções de “Zé Pilintra”; do samba-enredo de 2024 da agremiação; e do hino da instituição antes das palavras de Renato Remondini, o Tomate, presidente da agremiação. Com tal show por parte de diversos segmentos importantes da agremiação, o resultado não poderia ser outro: o quesito funcionou à perfeição. Chega a ser injusto escolher uma ou outra ala que cantaram mais, mas é possíveld estacar a ala Pirituba (uma das primeiras a entrar na avenida) e a última, deixando claro o quanto a Harmonia foi forte e uniforme ao longo de toda a apresentação.

DragoesDaReal et InterpreteReneSobral 2

Evolução

Apesar de ser um ensaio extremamente eficiente no quesito a quesito, não é muito difícil entender que a Evolução foi o grande trunfo da Dragões no domingo. A origem de tal afirmação está no que pode ser uma passagem histórica de uma agremiação pelo Anhembi. A escola estava afiada em tal aspecto, com muitas movimentações e a escola dançando o samba – o que, aliás, também é de praxe na instituição da Vila Anastácio. A questão é que a movimentação dos componentes não se resumia a isso: ao menos na exibição em questão, o staff da escola pareceu liberar mais cada um dos desfilantes, deixando-os livres, sem ficar pegando tanto no pé e conter a felicidade alheia. Caso tal novo modelo persista e consiga um ótimo resultado, um período de renascimento do quesito, trazendo a movimentação mais leve e solta dos anos 1980 e 1990 no carnaval paulistano, pode se iniciar. A observação vai ao enconro do quê o presidente Tomate falou no seu discurso: ele pediu para que cada um seja feliz na avenida.

DragoesDaReal et AlaDasCriancas

Histórico diretor de Harmonia da agremiação, Rogério Felix demonstrou o motivo pelo qual a escola veio tão forte na avenida: “Nós tínhamos nos comprometido a fazer um desfile (é assim que tratamos ensaios técnicos) à altura dos dois que fizemos ano passado. E, mesmo com essa garoa (as nossas coirmãs pegaram, mais chuva do que nós), não dá para falar que isso atrapalhou. Acho que a garoa veio para dar uma refrescada na nossa comunidade. Saio daqui muito feliz: a minha comunidade se divertiu, cantou, brincou e representou o nosso enredo – para deixar claro que a vida é um sonho realmente pintado em aquarela. A organização sempre vai ser o principal que vamos buscar. Talvez subir o sarrafo do canto e da Evolução, a alegria, o sorriso No rosto e o prazer e a honra de estar vivo e poder passar nessa avenida”, surpreendeu o profissional.

DragoesDaReal et 10

Ele ainda truca e afirma que é possível melhorar ainda mais: “Para o diretor de Harmonia, dá para passar uma semana falando que dá para melhorar. Somos uns incansáveis, uns insatisfeitos, sempre buscando algo a mais. Tem bastante coisa que vamos conseguir trabalhar mais para deixar a escola cada vez mais solta, mais brincante, mais cantante também. Que as pessoas olhem e vejam, de verdade, uma escola de gente feliz”, disse, evocando o slogan da escola.

Samba

A canção, que divide opiniões no universo carnavalesco paulistano, teve excelente desempenho no Sambódromo – tal qual, de acordo com todos os ouvidos pela reportagem, está acontecendo na Caverna do Dragão, quadra da escola. Os muitos movimentos de naipes da Ritmo Que Incendeia, bateria comandada por mestre Klemen Gioz, colaborou para a ótima exibição, tal qual mais uma grande noite do carro de som comandado por Renê Sobral e com profissionais de gabarito como Jorginho Soares e Mayara Costa.

DragoesDaReal et Baianas 1

Klemen, por sinal, evocou o discurso de outros tantos mestres de bateria para anlisar o ensaio: “É clichê. Todas as escolas que vêm a primeira vez ao Anhembi para fazer um ensaio geral têm coisas para consertar, é normal. Apesar disso, foi muito bom – apesar da chuva, mas nós usamos a chuva para lavar a alma, mesmo. Foi muito bom, a gente só vê coisas boas. Agora, vamos assistir para ver se tem erro, se foi tudo isso mesmo e se não foi, aonde tem que consertar e continuar trabalhando”, pontuou.

Ao buscar um ponto positivo e outro negativo, Klemen não fugiu da resposta: “O andamento foi muito bom para nós. Gostamos muito do andamento – mas, com a chuva, acaba atrapalhando e é normal. Temos que trabalhar, porque a chuva pode acontecer no dia do desfile também e a gente tem que se preparar mais ainda para a chuva – não só a bateria como, também, a escola. As pessoas têm que perder o receio, quebrar esse tabu que chuva é sinal de ensaio bom ou ensaio ruim. Tem que vir com chuva e fazer acontecer”, trucou.

Outros Destaques

DragoesDaReal et DiretorRaphaMasliones

À frente da Ritmo Que Incendeia, como de praxe, a rainha Karine Grum e a princesa Yohana Obyara. Também ensaiaram personalidades da sociedade paulistana, como Simone Sampaio (historicamente ligada à escola) e a influencer Julia Puzzuoli, integrante da Dragões há alguns anos.

Veja mais imagens do ensaio

DragoesDaReal et Bateria DragoesDaReal et CarnavalescoJorgeFreitas 2 DragoesDaReal et ComissaoDeFrente DragoesDaReal et DiretorHarmoniaRogerioFelix 1 DragoesDaReal et Passistas DragoesDaReal et PortaBandeiraJanny DragoesDaReal et PresidenteTomate 1 DragoesDaReal et SimoneSampaio 1 DragoesDaReal et RainhaKarineGrum

Com forte chuva e pista molhada, casal e forte canto são grandes destaques no ensaio da Tatuapé

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Lucas Sampaio, Will Ferreira, Nabor Salvagnini e Naomi Prado)

Um canto forte é fundamental para o sucesso de uma escola, pois a moral e felicidade de todos vão para o alto. A direção é afetada e principalmente os componentes. Eles que trabalham nisso. E foi o que aconteceu na noite deste domingo, onde aconteceu o primeiro ensaio técnico da Acadêmicos do Tatuapé. A harmonia, que é sucesso há muito tempo dentro da escola, fez valer à pena novamente o seu nome e promete ser um dos destaques da Zona Leste no desfile oficial. Porém, o grande destaque foi o casal de mestre-sala e porta-bandeira Diego e Jussara. Devido às circunstâncias de uma pista extremamente molhada, a dupla não se intimidou e parecia que estavam ensaiando em um local perfeito. É uma parceria de longo tempo e, sem dúvidas, um dos melhores casais do carnaval paulistano.

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“Graças a Deus o resultado do nosso ensaio, o nosso primeiro técnico foi muito positivo, foi um ensaio muito produtivo dentro do que nós esperávamos que acontecesse, identificamos alguns erros, mas foram poucos, gostei muito do andamento da escola, do comportamento, da questão de canto, de harmonia, da questão de evolução, a expressão corporal”, avaliou o presidente e diretor de harmonia, Edu Sambista.

Comissão de frente

Tatuape et Comissao1 1

A ala, que é coreografada por Leonardo Helmer, levou para o ensaio uma comissão de frente de fácil leitura e um tanto conservadora devido à chuva que caía na pista e, além disso, imagina-se que não será a dança concreta do desfile oficial. Os bailarinos dançavam pela pista, se alinhavam, cumprimentavam o público e realizavam algumas interações, onde tinha uma personagem central. Havia um tripé todo embalado com saco preto, que certamente será usado no desfile. Neste elemento alegórico, os componentes da ala subiam e faziam caras e bocas malignas. Portanto, pelo pouco que foi mostrado, entende-se que haverá outros recursos no próximo ensaio.

Também vale ressaltar que os dançarinos, com uma fantasia branca, superaram as dificuldades da pista e evoluíram corretamente.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Tatuape et PrimeiroCasal 2

O grande destaque do ensaio. É impressionante a qualidade do casal Diego e Jussara. Mesmo com a pista encharcada, o que é um pesadelo para um casal de mestre-sala e porta-bandeira, a dupla dançou naturalmente, como se estivesse em perfeitas condições. A impressão que deu é que foi um motivo maior para realizar um desempenho maior. Vale destacar principalmente a Jussara, que conseguiu realizar intensos giros, também sendo coordenada pelo seu parceiro Diego. A coreografia dentro do samba foi executada corretamente. Não foi tão usada, mas entende-se que vão fazer mais no próximo ensaio.

Harmonia

Normal ver a Tatuapé mostrando a força do seu canto. Foi desta forma do começo ao fim. Neste primeiro ensaio a comunidade provou que entra ano e sai ano e o canto deles continua um dos melhores de São Paulo. Por muitas vezes o melhor. De ponta a ponta, bateria, passistas, ala das crianças… Todos colaboram para o sucesso da harmonia da agremiação.

A parte mais cantada são os últimos versos, onde a melodia é elevada ao máximo quando se pronuncia o nome da escola que, obviamente, é uma palavra oxítona. A frase também fala sobre o poder do povo preto, e isso deu um gás maior aos desfilantes.

Tatuape et InterpreteCelsinhoMody 1

Sobre o canto, Edu Sambista avaliou como positivo. “O andamento ainda vamos melhorar uns 20% para atingir quase que a perfeição. São poucos os detalhes que nós temos que arrumar nessa questão e ainda melhorar um pouco mais o canto. Claro que a chuva acaba prejudicando um pouco, mas independentemente de tudo isso, foi um bom ensaio tanto da parte de evolução quanto de de harmonia”, analisou.

Evolução

A escola evoluiu de forma bastante satisfatória, sobretudo no recuo de bateria. Foi ótima a organização mostrada nessa parte do treino, onde a equipe realizou toda a corte de bateria para preencher o espaço para a Qualidade Especial entrar no ‘box’. Foi um movimento muito rápido e que não precisou parar o andamento por muito tempo. As fileiras e alas estavam bem compactas entre si, deixando qualquer risco de buracos ou espaçamentos para trás.

Tatuape et 15

Os componentes não realizam coreografia, mas nos últimos versos, onde cantam sobre o poder do povo preto, todos cerram os punhos, passando a mensagem de que a agremiação da Zona Leste é resistência.

Samba

Ótimo desempenho de Celsinho Mody. O intérprete, que está completando 10 anos de Tatuapé, estava em uma noite inspirada e lembrou os melhores tempos do cantor com os microfones da Zona Leste. Diferente do ano passado, neste treino em específico, as vozes femininas pouco apareceram e, realmente, o timbre de Mody foi soberano no carro de som, que também conta com músicos de renome, como André Ricardo e Keila Regina. Essa última fez a introdução na arrancada do samba, cantando para xangô, o nome da escola e justiça.

Tatuape et VelhaGuarda 1

Outros destaques

A bateria “Qualidade Especial”, comandada pelo mestre Léo Cupim mostrou bastante qualidade, como diz o nome da batucada, especialmente na sustentação do samba.

Tatuape et MestreLeoCupim 1

Falando em andamento, Cupim promete melhorar ainda mais. “Tivemos um desempenho bom na pista, uma questão de andamento. Esse tempo de chuva não ajuda, não pegamos uma chuva forte igual as outras, mas mesmo assim atrapalha. Tenho certeza que nos próximos vamos vir nessa pegada”, disse.

Veja mais imagens do ensaio

Tatuape et 9 Tatuape et Tatuape et 12 Tatuape et 16 Tatuape et Baianas Tatuape et Comissao 2 Tatuape et CoreografoLeoHelmer Tatuape et CarnavalescoWagnerSantos Tatuape et PassistaMalandro Tatuape et PresidenteErivelto Tatuape et PrimeiroCasal1 1 Tatuape et RainhaMuriel 2 Tatuape et Talita

Freddy Ferreira analisa a bateria da Porto da Pedra no ensaio técnico

Um ensaio técnico excelente da bateria “Ritmo Feroz” da Unidos do Porto da Pedra, sob o comando de mestre Pablo. Um ritmo de bastante pressão sonora foi percebido, graças a uma boa afinação de surdos, além de um trabalho que realçou bastante a musicalidade das terceiras nas bossas.

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Na parte da frente da bateria da Porto, um naipe de tamborins de elevada técnica executou um desenho rítmico com certa complexidade de modo eficiente. Uma ala de agogôs de qualidade musical tocou de forma fluída. Os chocalhos se exibiram em grande plano, mostrando um trabalho que adicionou valor sonoro à cabeça da bateria. Assim como cuícas corretas ajudaram a marcar com um bom toque.

Na cozinha da bateria do tigre, uma boa afinação de surdos foi notada, com sua tradicional pegada mais pesada. Marcadores de primeira e segunda foram firmes e precisos. As terceiras foram um dos pontos altos musicais de toda “Ritmo Feroz” tanto dando balanço , como sendo marca registrada nas paradinhas. Uma ala de repiques coesa e ressonante tocou integrada a um naipe de caixas de bom nível técnico, num trabalho destacado dos médios.

Bossas autênticas e vinculadas à personalidade musical de mestre Pablo foram bem executadas durante todo o ensaio. Mesmo com certo grau de complexidade e dificuldade de execução. Uma criação musical seguindo as variações melódicas do samba-enredo da escola de São Gonçalo foi percebida, todas pautadas pela pressão envolvendo a boa afinação de surdos, além de um trabalho profundamente diferenciado dos surdos de terceira nos arranjos. É como se os surdos musicalmente “conversassem” com a obra gonçalense durante as bossas, tamanha era a integração rítmica.

Uma apresentação excelente da bateria “Ritmo Feroz” da Porto da Pedra, dirigida por mestre Pablo. Um ritmo dinâmico, com boa pressão de surdos, marcado por bossas integradas e caixas de guerra consistentes. Um grande treino, que foi gratificante o suficiente para ser comemorado, visando o desfile oficial.