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‘Chapa Quente’ empolga comunidade e MUM canta forte o ‘Brasil cocar’ em ensaio técnico

Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Gustavo Lima, Lucas Sampaio, Nabor Salvagnini e Naomi Prado)

Uma boa receita para fazer um bom ensaio técnico, por vezes, é bastante simples. Comece com uma atuação inspirada e ousada da bateria, complemente com uma comunidade aguerrida e sinta a mágica acontecer. Foi exatamente essa a fórmula da Mocidade Unida da Mooca no segundo ensaio técnico da instituição, realizado neste domingo (09 de fevereiro). A agremiação, que desfilará no domingo de carnaval (02 de março), sendo a segunda agremiação na data, levará para a avenida o enredo “Krenak – O presente ancestral”, foi competente na exibição do final de semana.

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Encerrando a série de catorze ensaios técnicos em três dias, a Mocidade Unida da Mooca teve o ensaio técnico avaliado pelo CARNAVALESCO nos quesitos que eram possíveis se avaliar.

Comissão de Frente

MocidadeUnidaDaMooca et ComissaoDeFrente 1

Na coreografia, destaca-se um componente que tinha folhas e penas vermelhas na indumentária. Ele parecia liderar outros originários, que faziam uma dança bastante expressiva na passarela – local onde acontecia boa parte dos atos do segmento. No tripé (inteiramente coberto por sacos pretos, por sinal), quando dançavam, todos pareciam ainda mais integrados.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

No primeiro ensaio técnico da agremiação, a dupla que ostenta o pavilhão oficial da Mocidade Unida da Mooca, Jefferson Gomes e Karina Zamparolli, não esteve presente – pelo que foi apurado pela reportagem, para se precaver de lesões em uma pista que ainda era pouco conhecida pelo mundo do samba paulistano. Agora, mostrando a arte e conhecendo o novo asfalto, ambos tiveram atuação bastante satisfatória. Ambos mostraram bastante sincronia nos giros e na execução dos movimentos pertinentes à integração com o samba-enredo e, também, correção em cada giro na frente dos módulos de jurados.

MocidadeUnidaDaMooca et PrimeiroCasal

Ambos entenderam que a passagem pelo Anhembi foi satisfatória: “A gente também sentiu falta da pista, são muitos anos aqui. A gente voltou bem, deu tudo certo, estou recuperado. Tivemos um tempo mais curto para nos prepararmos para esse ensaio técnico e conseguimos executar tudo – mesmo com muito vento. Conseguimos sair felizes com o ensaio técnico e a escola está muito bem na pista”, destacou Jefferson – que também teve uma recente lesão no tornozelo. Já Karina focou em outros pontos: “A gente sempre tem alguns ajustes, principalmente porque a gente perdeu o primeiro ensaio técnico – que é onde a gente vê realmente os erros. No nosso ponto de vista, foi muito positivo. Acredito que esse curto tempo que tivemos para ensaiar depois da volta do Jefferson, recuperando o pé, e a gente tomando o máximo de cuidado possível, acho que foi muito legal. Claro que tem alguns ajustes, a gente vai fazer até o desfile. O ponto positivo foi a superação do vento: por mais que estivesse ventando, a gente teve força para continuar, com todos os imprevistos que a gente teve ao longo do tempo. Foi muito positivo para nós dois”, comemorou.

Harmonia

O esquenta da Mocidade Unida da Mooca já deixava claro que a escola, novamente, teria ótima noite no quesito. Além de uma surpresa protagonizada pelo presidente Rafael Falanga (veja em “Outros Destaques”), foram executados os sambas-enredo “A Santíssima Trindade de Oyó”, (2018) e “Oyá Helena” (2024). Depois, veio, enfim, o samba-exaltação da agremiação – todos eles cantados com afinco pelos componentes. Já com todo o gás, a comunidade respondeu em ótimo nível – muito embalado, também, pela ousadia da Chapa Quente, bateria da instituição. Comandada por mestre Dennys Silva, os ritmistas fizeram quatro apagões no refrão do meio e executaram uma passada inteira do samba-enredo apenas com a marcação.

MocidadeUnidaDaMooca et InterpretesEmersonDiasGuiCruz

Dennys, por sinal, estava exultante ao falar com a reportagem: “Que loucura! Que felicidade imensa! Nós tivemos várias reuniões pós-ensaio técnico. Foi muito legal, mas são aqueles detalhes. Em resumo: eu queria que hoje fosse oficial. O resumo de hoje é que eu queria que fosse oficial. Só que teve alguns detalhes aqui na linha amarela que nos seguraram um pouquinho aqui para fazer aquela apoteose. Alguém ali deu uma notinha a mais, então não tem nada ganho, não tem nota, não tem nada. Nós vamos trabalhar até o último dia, mas eu quero agradecer demais a todos os meus diretores, a todos os meus ritmistas, apoios e familiares que estão comigo nas piores coisas que eu já passei e até nas melhores. Estou feliz demais!”, comemorou.

MocidadeUnidaDaMooca et Baianas 1

Ele também falou sobre um lado que poucos conhecem sobre mestres de bateria no geral: “Administrar uma bateria não é fácil. O que eu vou enaltecer é que cada um tem a sua responsabilidade dentro dessa bateria. Um é um cara mais do clima, outro é o cara da organização. Hoje nós temos até transporte dentro da bateria, e isso são os ritmistas que se mobilizaram vendo a nossa dificuldade ali no dia a dia. Os 188 ritmistas que vão desfilar estão se respeitando, estão se conhecendo, estão almoçando juntos, jantando juntos, fazendo várias ‘confras’. Tem uma discussão ou outra, mas o que eu mais quero é enaltecer o respeito e a dignidade, a volúpia com que eles vêm para tocar na bateria Chapa Quente, isso não tem preço. Independente de nota, independente de acesso ao Especial, eu quero enaltecer: está sendo a melhor temporada. Que nós consigamos terminá-la com chave de ouro”, elogiou.

Evolução

Além do ótimo desempenho da escola no quesito, chamou atenção um fato que era impossível não ser reparado: diversos integrantes dos grupos cênicos saíram bastante extenuados, com a pele vermelha, de tanta entrega. Por sinal, eram três espaços destinados a tais coreografados – um deles na segunda alegoria, com uma sequência que, aparentemente, mostrava a captura de povos originários com armas de fogo. Quem não participava de tais grupos e podia se movimentar com mais liberdade também colaborou, marcando determinadas partes do samba, se movimentando e explodindo nas horas certas.

MocidadeUnidaDaMooca et 13

Vitor Gabriel, um dos diretores de Carnaval da MUM, gostou do que viu: “Já tínhamos feito um primeiro ensaio bem bacana, mesmo sem as caixas de som ligadas. Pretendíamos ajustar alguns pontos e conseguimos nesse ensaio – como a compactação de alas. As alas mais numerosas estavam todas cantando. Saio muito feliz desse último ensaio e saio ainda mais confiante para o desfile depois desse ensaio. Sentimos que, em algumas alas, as fileiras estavam um pouquinho mais descompactadas. o espaçamento de casal é uma coisa delicada, acho que isso conseguimos acertar do primeiro para o segundo ensaio. além disso, teve a caixa de som – e isso valoriza um pouquinho mais, estimula um pouco mais o componente a cantar. O canto, a compactação da escola foi o que mais evoluiu do primeiro para o segundo ensaio técnico. A energia do pessoal foi muito bacana. Falaram que, mesmo em um contingente menor no primeiro ensaio, a escola veio cantando e conseguiu manter. A escola cantou, vibrou – e o time de canto, mais uma vez, se destacando, tirando uma onda. A bateria do mestre Dennys Silva idem. Acho que conseguimos manter a qualidade nos dois ensaios”, refletiu.

Samba

Em outro acerto da escola no quesito, a obra novamente funcionou muito bem. Extremamente animado e à vontade, Emerson Dias apenas não parece nascido abaixo do viaduto Bresser por conta do sotaque. Após alguns meses fora depois de estar desde 2017 na MUM, Gui Cruz mostrou o quanto está conectado à comunidade ao cantar o samba-exaltação da instituição no meio da bateria, no espaço destinado ao mestre Dennys Silva.

MocidadeUnidaDaMooca et 12

Emerson destacou a força da canção: “Foi muito bom O samba está na boca do povo, é um samba que o povo consegue cantar, brincar e, mais importante, passa a mensagem corresponde, a galera corresponde, o povo vem para dentro – principalmente nos apagões que fizemos aqui. Foi bem satisfatório, tal qual o desempenho da nossa equipe, também maravilhosa. Agora, estamos quase prontos para o desfile”, definiu. Gui Cruz concordou: “Conseguimos alinhar um pouco mais da técnica com o clima – e o clima da escola hoje foi maravilhoso. Conseguimos, também, passar esse clima para a escola. hoje foi um ensaio maravilhoso e, no dia 02, vai ser melhor ainda”, comentou.

MocidadeUnidaDaMooca et PresidenteFalangaLiderancas

Para a dupla de intérpretes, o segundo ensaio técnico foi melhor que o primeiro: “Sempre a energia melhora – e, quando a energia pega… na minha concepção, a energia que hoje está na atmosfera da Mocidade Unida da Mooca é energia de título, de ascensão. Mantivemos a Harmonia e a pegada, mantivemos a concepção e o andamento. Isso foi muito importante para poder ter mais ou menos o parâmetro para o dia oficial de desfile, resumiu. Gui concordou: “Conseguimos passar nosso clima para a escola. A escola cantou muito hoje – principalmente com o lance dos apagões. É uma escola que canta demais! Acho que a responsabilidade do carro de som é essa: impulsionar o povo a cantar. Se o povo cantou muito, acho que a gente conseguiu cumprir com o nosso papel. Não só manteve como melhorou o clima da escola. Foi maravilhoso, o povo está cantando demais”, pontuou.

Outros Destaques

MocidadeUnidaDaMooca et MestreDennys

Na noite anterior ao segundo ensaio técnico da Mocidade Unida da Mooca foi realizado o concurso que elegeu a corte do carnaval da União das Escolas de Samba Paulistana (UESP), responsável pela organização dos grupos de escolas de samba abaixo da Liga-SP. Nele, Maria Eduarda, popularmente conhecida como Nega Du, foi eleita a rainha, enquanto Kauã Nogueira conquistou a honraria de ser o Passista de Ouro. Ambos são ligados à Joia da Coroa, agremiação ligada à MUM e fundada para desenvolver novas gerações de sambistas, valorizar os talentos e dar oportunidades. Com base em tal eleição, Rafael Falanga, anunciou que Nega Du se tornou a musa da ala musical da Mocidade Unida da Mooca, enquanto Kauã será o destaque de chão, logo à frente do terceiro carro da instituição.

Também é importante destacar o bom gosto na escolha da indumentária da ala das baianas, inteira em tons terrosos – além de bonito, também com grande conexão com o enredo.

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MocidadeUnidaDaMooca et 14 MocidadeUnidaDaMooca et CarnavalescoRenaneYago MocidadeUnidaDaMooca et ComissaoDeFrente1 MocidadeUnidaDaMooca et ComissaoFrente2 MocidadeUnidaDaMooca et CoreografaSabrinaCasimiro MocidadeUnidaDaMooca et Criancas MocidadeUnidaDaMooca et Diretor MocidadeUnidaDaMooca et MusaWeida 1 MocidadeUnidaDaMooca et Passistas MocidadeUnidaDaMooca et PrimeiroCasal1 MocidadeUnidaDaMooca et RainhaValeskaReis MocidadeUnidaDaMooca et VelhaGuarda

Bateria é destaque em primeiro ensaio técnico da Pérola Negra

Por Naomi Prado e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Gustavo Lima, Lucas Sampaio, Nabor Salvagnini e Will Ferreira)

A Pérola Negra realizou no último domingo seu primeiro treino no Sambódromo do Anhembi para o carnaval de 2025. Com um bom canto e uma boa evolução a escola apresentou um bom desfile. A bateria, comandada pelo mestre Carlinhos Sombrinha, foi o grande destaque da tarde, com bossas bem elaboradas e até coreografia, foi um ótimo dia para os ritimistas. Para 2025 a Pérola levará para avenida o enredo “Exu Mulher” assinado pelo carnavalesco Rodrigo Meiners, a escola será a quinta agremiação a desfilar no sábado de carnaval pelo Grupo de Acesso 2.

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Comissão de frente

A comissão coreografada por Alê Batista, apresentou um bom desempenho. Trazendo quatro elementos principais sendo eles Exu homem e Exu mulher e outros dois personagens que supostamente reverenciam e guardam os exus. A ala desenvolveu passos precisos cumprindo com a obrigatoriedade de reverenciar a escola.

PerolaNegra et ComissaoFrente

Mestre-sala e Porta-bandeira

Kadu e Camila fizeram um ensaio com bastante coreografia que remetem o samba-enredo da escola. Camila enfrentou o vento forte e em frente a arquibancada monumental o pavilhão acabou enrolando mas prontamente o casal com muita técnica apresentou o pavilhão para o público e resolveu a situação. A dupla mostrou bastante parceria durante o ensaio.

PerolaNegra et PrimeiroCasal 2

Harmonia

A harmonia da Pérola Negra também foi um ponto positivo ao que se refere a canto. O samba cantado por Bruno Ribas e Lucas Donato é uma obra bastante desenvolvida e que a comunidade abraçou.

Evolução

PerolaNegra et 4 1

A evolução da escola foi dançante, os componentes puderam evoluir de maneira solta e leve mesmo estando posicionados de maneira alinhada. Após o recuo a escola ficou um curto tempo parada para arrumar as fitas que simularam um carro alegórico. Além das alas aproveitarem o bom samba, destacamos a ala das baianas que, desfilaram bem caracterizadas além de estarem dançando muito nos refrões.

Samba

PerolaNegra et InterpretesBrunoRibasLucasDonato

O samba-enredo cantado pela comunidade da Vila Madalena é uma das melhores obras do Grupo de de Acesso 2. Bruno e Lucas os intérpretes oficiais juntamente com toda a parte musical da escola fizeram um excelente trabalho neste treino.

Outros destaques

Como citado acima a bateria foi o grande destaque da escola, o mestre Carlinhos Sombrinha estreou na Pérola em grande estilo. Além das bossas harmônicas, a bateria apresentou uma “coreografia”. Destaque para os desenhos de chocalho e tamborim.
A rainha de bateria Joyce, veio representando o enredo, Exu mulher. Com muita ousadia e simpatia a rainha abrilhantou o quesito.

PerolaNegra et MestreSombrinha

A agremiação é uma forte candidata ao título do grupo, com uma boa desenvoltura neste primeiro ensaio técnico, a Pérola Negra tem grande potencial de ascensão.

Veja mais imagens do ensaio

PerolaNegra et Baianas PerolaNegra et 18 1 PerolaNegra et CarnavalescoRodrigoMeiners PerolaNegra et Bateria PerolaNegra et Comissao 3 PerolaNegra et CoreografoDiretorHarmoniaPresidente PerolaNegra et Criancas PerolaNegra et Passista 1 PerolaNegra et Passista1 PerolaNegra et RainhaJoyce PerolaNegra et RainhaJoyce1 PerolaNegra et VelhaGuarda

Colorado do Brás finaliza temporada de ensaios técnicos com destaque para a comissão de frente

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Naomi Prado, Lucas Sampaio, Nabor Salvagnini e Will Ferreira)

Encerrando a temporada de seus três ensaios técnicos, a Colorado do Brás realizou neste domingo o seu terceiro e decisivo treino no Anhembi. O destaque principal ficou para a comissão de frente coreografada por Paula Gasparini. Aparentemente o teatro consistia em “abrir os caminhos para Exu”, onde o ator central representava a entidade e era o destaque na encenação o tempo todo. Uma coreografia complexa feita em uma passada do samba ficou em maior evidência no ensaio. Outros quesitos como o canto e uma evolução leve também merecem uma menção honrosa.

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“Acho que nós chegamos aonde queríamos e no momento em que queríamos. A estratégia de fazer três ensaios técnicos, sendo um deles o segundo, um pouco mais focado no primeiro setor, com menos gente, mas com mais estratégia, chegamos hoje no que nós queríamos, com grande parte da escola aqui conosco, as alas compactas e cantando bastante. No primeiro ensaio, a escola surpreendentemente cantou muito e acho que hoje ela cantou o que gostaríamos que cantasse. Nós estamos tranquilos para chegar no dia do desfile e fazer o que temos que fazer na pista. O nosso samba está na boca dos componentes, a nossa evolução está muito tranquila, estamos passando com bastante tempo de sobra. Nós chegamos nesse último ensaio, faltando um pouco menos de 20 dias, mas chegamos com a tranquilidade de que estamos no caminho certo”

Comissão de frente

ColoradoDoBras et Comissao 3

A ala, comandada por Paula Gasperini, foi o grande destaque do ensaio. Uma coreografia complexa que mostrou as raízes dos Filhos de Gandhi. A encenação se resumia em uma passagem do samba. Nela, havia a figura a figura da entidade Exu, que ficava centralizada e interagia com o grupo do tripé. Outros bailarinos estavam vestidos com roupas típicas da Bahia e carregando sacos logo no início da apresentação. Além disso, havia componentes mulheres com vestidos e três destaques no elemento alegórico que representavam algo diferente – Uma mulher entregava um prato, que aparentava ser uma espécie de alimento para Exu. O tripé estava todo coberto e não deu para identificar o significado. Não dá para nomear ao certo os personagens, somente sabendo no desfile oficial.

Contudo, a interpretação que fica é que a comissão se trata de “abrir os caminhos pra fé da Bahia”, visto que tem a figura de Exu como principal fonte da dança.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal Brunno Mathias e Jéssica Veríssimo, realizaram um ensaio que mesclava entre a coreografia dentro do samba e a evolução pela pista. Notou-se que a dupla optou por algo mais estratégico, executando os giros e estendendo o pavilhão para os lados esquerdo e direito das arquibancadas à medida que a escola evoluiu, somente realizando a coreografia próxima das cabines de jurado.

ColoradoDoBras et PrimeiroCasal 3

Jéssica contou que foi o melhor deles, executando tudo corretamente. “No primeiro ensaio nosso, estávamos ainda reconhecendo o terreno. Já esse foi muito melhor e o da chuva foi sensacional. Por incrível que pareça foi surreal, mas hoje passamos redondinho, fazendo tudo o que aremos no dia do desfile oficial. Foi um ensaio incrível sem chuva, pegamos um pouquinho de vento, mas é normal, já estamos acostumados. Foi um ensaio magnífico para a nossa escola, para nós também, portanto eu e o Bruno passamos corretos”, disse a porta-bandeira.

Brunno foi além e disse que não tem nada a acrescentar, e agora é aguardar o dia do desfile. “Eu não tenho nada para ajustar, nós não temos mais oportunidades, só os específicos. Passamos bem, as finalizações tranquilas, a coreografia também. Estou muito feliz. Como a Jéssica disse, o primeiro a gente não reconhecia muito o terreno, o segundo foi embaixo de chuva forte e o terceiro foi com clima bom. Estamos muito felizes e que venha o nosso desfile oficial para darmos o nosso melhor pela nossa escola e por nós também. Trabalhamos para nos sentirmos bem e felizes”, completou o mestre-sala.

Harmonia

É mais um samba-enredo que a escola abraçou, tendo uma melodia do jeito que a Colorado gosta. A comunidade teve um canto satisfatório, linear e toda a escola sabe a letra, cujo é bastante fácil de pegar juntamente com uma melodia descontraída. Os últimos versos ecoaram forte junto com o refrão principal. O cantor Léo do Cavaco com seu carro de som contribuíram para isso.

“É um samba que foi muito pensado para o horário que vamos desfilar, primeira escola da sexta-feira. É uma obra para fazer uma abertura muito forte e nós conseguimos acertar nisso. São dois refrões muito bons, o samba empurra muito bem a escola, mas vamos esperar o desfile e trabalhar para acontecer melhor do que foi hoje’’, declarou o intérprete Léo do Cavaco.

Evolução

ColoradoDoBras et Comunidade

Acompanhando a leveza do samba-enredo, a escola desfilou solta. Os componentes evoluíram esbanjando felicidade ocupando a pista dançando de um lado para o outro nas fileiras. É uma estratégia bem usada nos dias de hoje para fazer o componente aproveitar, além de ser uma maneira de ocupar o espaço de forma nítida. Vale destacar o efeito nos últimos versos, onde os componentes se abaixam e pulam: “Pra saudar/Clara, Caetano, Gil e outros mais…” – Bexigas e adereços de mãos que as alas levaram deram um visual especial ao ensaio.

Samba

ColoradoDoBras et InterpreteLeoDoCavaco 2

O intérprete Léo do Cavaco, ainda em recuperação de lesão na sua perna, desfilou em pé, mas com uma bengala para se apoiar. Isso não foi problema para diminuir o seu rendimento, onde novamente, junto com a sua ala musical, colocou a escola para cima. Porém, quando o carro de som estava perto do Setor A, houve um problema com o microfone de Léo e a ausência foi sentida, pois escutando as caixas de som, a voz do cantor se sobressaia muito em relação aos apoios. Foram três ou quatro passagens do samba sem a voz do intérprete oficial.

Léo do Cavaco comentou sobre o ocorrido, dizendo que para ele não comprometeu. ‘’Hoje o microfone falhou algumas vezes por questão de sinal, porque nessa época ainda não tem fiscalização. Pode ser que tenha alguma interferência, pode ser bateria do microfone. Não perguntei ainda para a equipe, talvez seja algo disso, mas foi tranquilo, eles trocaram rapidinho e não comprometeu’’, contou.

ColoradoDoBras et 15

O intérprete avaliou o ensaio e disse que todos os detalhes que precisavam ser ajustados eles conseguiram. “Foi muito bom. Nós tínhamos alguns detalhes para consertar, conseguimos ajustar tudo o que precisava. Depois vou ouvir em casa, porque ali no ao vivo você não tem muita noção. A princípio achei muito legal, a escola cantou bastante, a bateria também veio tirando onda e foi tudo ok”, disse.

Outros destaques

Bossas e grande sustentação ao samba marcou o ensaio da “Ritmo Responsa”. O mestre Acerola de Angola avaliou o treino. “Achamos um ensaio muito bom, estamos evoluindo a cada dia. Temos uma bateria que é 100% da casa e 70% da bateria começou a escolinha esse ano. É muita gente nova, muita gente tem aquela emoção, aquela euforia de primeiro desfile ainda. Fomos muito bons hoje, evoluímos muito, ainda tem mais um ensaio técnico de bateria quinta-feira, dia 13, específico e melhoraremos muito mais até o dia do desfile. Tem uns pequenos detalhes para arrumar ainda, mas vai dar tudo certo, se Deus quiser”, destacou.

ColoradoDoBras et MestreAcerola 5

O mestre ainda revelou que terão surpresa no dia do desfile oficial. “Os andamentos e as bossas foram muito bons para nós. No andamento, estamos seguindo o que o presidente da escola quer, o que o samba pede e para o dia do desfile tem várias surpresas ainda, que não vamos contar todas mas algumas já estamos ensaiando, teremos um instrumento que é o guiso, um instrumento que não é de bateria, estamos usando na hora da magia, ele representa a magia, e aos poucos estamos pondo mais coisas de detalhes que a gente não está ensaiando aqui e sim na quadra para ser surpresa no dia do desfile, para o pessoal se surpreender com a Colorado”, completou.

Veja mais imagens do ensaio

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Estácio de Sá brilha no ensaio técnico com canto forte, casal seguro e carro de som impecável

Por Guibsom Romão e fotos de Magaiver Fernandes (Colaboraram Allan Duffes, Marcos Marinho, Matheus Vinícius , Marielli Patrocínio e Rhyan de Meira)

Mostrando porque é o Berço do Samba, a Estácio de Sá encerrou a noite de ensaios técnicos, no último domingo, no Sambódromo, com uma apresentação vibrante. Com um canto poderoso, uma comissão de frente aguerrida e um casal de mestre-sala e porta-bandeira em total sintonia, a escola encantou na Sapucaí. O carro de som brilhou em harmonia perfeita, e a comunidade cantou com garra, reafirmando o legado e a tradição do Leão rumo ao desfile oficial.

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Com o enredo “O Leão se o Engerou em Encantado Amazônico”, a Estácio de Sá, que será a 5ª escola a desfilar no sábado, dia 28 de fevereiro, irá para a avenida com um carnaval sobre os povos originários da região amazônica, tendo a floresta como locus central.

“O que a gente veio buscar, graças a Deus encontramos. A busca de hoje foi pelo canto e evolução e o que essa escola cantou… pelo amor de Deus, que bênção! A gente sai daqui com uma sensação de dever cumprido. Foi isso que a gente veio buscar e isso que a gente encontrou. Ensaiamos muito para dar esse resultado de canto, o samba já pegou, a comunidade chamou para si, ela já tem esse samba como dela. E estamos no caminho certo. Pontos para melhorar, sempre tem que ter, esse é o nosso lema, mas eu quero estar pronto no dia 28 de fevereiro, hoje eu não quero estar pronto, para melhorar tem sempre uma coisinha ou outra, sabemos onde tem que se regular. Mas no geral, a gente está muito satisfeito com esse resultado. O nosso barracão está lindo, estamos dentro do nosso cronograma”, disse Edvaldo Fonseca, diretor de carnaval.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Estácio no ensaio técnico

Comissão de Frente

estacio et25 2

Sob o comando do coreógrafo Júnior Barbosa, a comissão se apresentou toda de vermelho, com um figurino que remetia a vestimentas indígenas, assim como a pintura facial que todos os componentes estavam. Com uma coreografia forte, bem ensaiada e feroz, a dança apresentada tomava conta de toda a parte da avenida que estava na frente do módulo dos jurados. Não houve uso de elemento cênico, e nem foi preciso, pois com a coreografia fragmentada em grupos simultâneos, a sensação foi de que, com um figurino apropriado, a apresentação oficial já está pronta.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Feliciano Junior e Raphaela Caboclo também se apresentaram com figurinos que remetem à cultura indígena e com um bailado muito bem executado. Foi notável a sincronia do casal durante as apresentações diante dos módulos de jurados, além da segurança que eles demonstraram ao executar a coreografia. Foi uma apresentação que imprimiu nitidamente o estilo de dança do casal, não deixando margem para nenhum questionamento acerca de nada a respeito da apresentação.

estacio et25 4

“Minha análise do ensaio de hoje foi boa, foi bem boa dentro do que a gente se propôs fazer. Temos ainda duas semanas para a gente estar arrebentando do jeito que a gente quer. Minha estreia na escola e quando o começou o esquenta foi uma emoção. Quando a gente olha assim, a Estácio é uma escola gigante e isso ninguém tem dúvida, mas quando eu olhei para o lado, estava a torcida esperando, todo mundo vibrando muito com a gente passando ao longo da avenida, vibrando com a história que está se apresentando. A gente está muito feliz e honrados. Até o dia do desfile é daí para mais, para entregar tudo que a gente e o que a Estácio de Sá merece”, disse a porta-bandeira.

“A exigência é sempre muito grande, a gente quer sempre o melhor para nossa escola e ficou muito proveitoso pelo contato que a gente teve com a comunidade, o andamento da escola, fiquei muito emocionado. É a volta dessa parceria, o meu quarto na escola, estou muito feliz mesmo e realizado de estar na minha casa, porque eu comecei aqui. Foi muito proveitoso. A cada cabine eu senti a vibração e eu queria estar ali junto à Rafa, foi maravilhoso”, completou o mestre-sala.

Harmonia e Samba

No que diz respeito ao canto, os componentes da Estácio de Sá mostraram o porquê a agremiação tem o apelido de Berço do Samba. O canto foi conforme uma escola tradicional como a Estácio merece, forte, vivo e coeso. O carro de som foi um show à parte, Tiganá e Serginho do Porto jogaram em dupla de maneira magistral à frente do carro de som, foi possível ouvir o canto, os cacos e todas as características de cada um deles durante o ensaio, o espaço que cada um deu ao outro, os favoreceu individualmente e a harmonia da escola de maneira coletiva.

O samba funcionou e caiu nas graças e garganta dos estacianos. Os trechos “Eu sou o dom de resistir, eu sou Estácio” e “Desce o morro de São Carlos, pra voltar ao seu lugar” eram cantados com muita força pelos componentes, assim como o início do samba, que levantava a escola com o “Vai, Leão”.

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“Foi muito bom, a escola toda cantou maravilhosamente bem, agora a gente ia esperar o dia do desfile, sabendo que a gente ainda tem mais ensaios ainda para corrigir o que precisa”, comentou Serginho do Porto.

“Excelente. Para o primeiro ensaio, o primeiro teste na Sapucaí, foi excelente. Como o Serginho falou, tem algumas coisas para corrigir, mas se Deus quiser no dia 28, vocês podem esperar a Estácio de Sá, a gente vai pintar esse chão de vermelho e branco”, citou Tiganá.

Evolução

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A escola entrou animada e evoluindo de maneira acertada e de acordo com o andamento do samba enredo até o fim do ensaio, porém, quando a bateria se apresentou no 1º módulo, a escola continuou andando e, com isso, a ala de passistas preencheu todo o espaço do meio do setor 5 até o início do setor 7. Ajustando a comunicação entre a harmonia da escola na avenida, para prevenir questões como essa, a Estácio desfilará tranquila, pois a comunidade passou pulsando e evoluindo no ensaio.

Outros destaques

A rainha de bateria Tati Minerato chamou a atenção vindo fantasiada de leoa, que, além de ser tema do enredo, é o símbolo da escola.

A velha-guarda encerrou o ensaio a bordo de um ônibus aberto, dando um frescor para o final da noite de ensaios.

estacio et25 20

“O ensaio foi o melhor possível, já que ainda temos que ensaiar mais um pouco. Nós estamos buscando a perfeição, o 100%. Acho que, com esse ensaio de hoje, nós chegamos bem próximo disso. Estamos todos muito satisfeitos, tanto bateria quanto a escola. Foi um ensaio maravilhoso da Estácio de Sá. Mostramos que estamos na briga para ganhar o Carnaval. Temos ensaiado bastante a integração da bateria com o carro de som. Preparamos as convenções para buscar o canto forte da escola, a nota alta do samba, para poder sobressair o canto forte da escola e acho que está funcionando muito bem. Nunca está bom e devemos sempre buscar o melhor. Agora é focar o máximo possível, se concentrar o máximo possível, para poder chegar na madrugada do dia 28 [de fevereiro] para o dia 1º [de março] bem seguros, todo mundo sabendo o que tem que fazer com muita tranquilidade, muita segurança e muita perfeição.”, avaliou Mestre Chuvisco.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Estácio no ensaio técnico

Um ensaio técnico exemplar da bateria “Medalha de Ouro” da Estácio de Sá, comandada por mestre Chuvisco. Um ritmo que contou com pressão sonora de uma afinação mais pesada de surdos, além de um leque recheado de paradinhas que atrelaram a bateria ao enredo da vermelha e branca do morro do São Carlos. Cabe ressaltar que ritmistas, diretores e o próprio mestre vieram de cara pintada, com maquiagem indígena.

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Na cabeça da bateria da Estácio de Sá, um naipe de tamborins de imensa virtude sonora mostrou um trabalho caprichado. Uma boa ala de agogôs tocou com segurança, assim como um naipe de cuícas de qualidade também contribuiu no preenchimento das peças leves. Uma ala de chocalhos de inegável técnica tocou usando um cocar, assim como todos os diretores de bateria incluindo o mestre Chuvisco, entrando de vez no clima do enredo.

A cozinha da bateria estaciana apresentou sua tradicional afinação de surdos mais pesada, que contou com marcadores de primeira e segunda eficientes e firmes. Surdos de terceira deram um balanço único ao ritmo do Velho Estácio. Repiques de alta técnica se uniram a caixas de guerras de valor sonoro inestimável, com sua levada de partido alto ressoando com imensa qualidade.

Bossas bastante atreladas ao enredo com uma pegada florestal foram muito bem concebidas. Todas as criações musicais são profundamente conectadas ao aguerrido samba-enredo estaciano. Numa delas, parte dos tamborins adentra o corredor, para a realização de um trecho solo que conta com uma subida. Já na bossa do refrão do meio, todos os diretores vão para a frente da bateria “Medalha de Ouro” para tocarem juntos maracas, numa levada musical indígena. Um leque de paradinhas recheado da bateria da Estácio garantiu uma passagem potente por toda a pista. Bossas que se aproveitaram sobretudo da pressão sonora proporcionada pela afinação pesada dos surdos.

Galeria de fotos do ensaio técnico da Estácio na Sapucaí

Uma apresentação bastante notável da bateria “Medalha de Ouro”, dirigida por mestre Chuvisco. Um ritmo estaciano exemplar foi apresentado, com boa pressão de surdos, caixas de guerra ressonantes e um conjunto de bossas bem conectado ao tema do Berço do Samba. Não importa em que grupo esteja, é sempre especial ver uma bateria da Estácio de Sá com um trabalho destacado.

Maricá incorporou! Performances da comissão de frente, casal e canto causaram forte impacto no público na Sapucaí

Por Matheus Vinícius  e fotos de Magaiver Fernandes (Colaboraram Allan Duffes, Marcos Marinho, Guibsom Romão, Marielli Patrocínio e Rhyan de Meira)

A terceira escola a entrar na Sapucaí no último domingo, no Sambódromo, foi a União de Maricá. Em seu segundo ano na Série Ouro, a agremiação se apresentou de forma muito animada e compacta, apesar da grande quantidade de componentes. A comissão de frente de Patrick Carvalho arrebatou o público que assistia e o casal Fabrício Pires e Giovanna Justo foi responsável por arrancar aplausos sinceros da arquibancada e da frisa. O impacto das apresentações iniciais elevaram o nível para um desfile praticamente sem defeitos da União de Maricá. Foi um ensaio com muitos aspectos positivos do início ao fim.

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A escola vai narrar na Avenida a história da entidade da umbanda carioca Seu Sete da Lira através do enredo “O Cavalo de Santíssimo e a Coroa do Seu Sete!”, desenvolvido pelo multicampeão Leandro Vieira. Maricá será a sexta agremiação a desfilar pela Série Ouro, na sexta-feira, 28 de fevereiro.

“Excelente! A gente veio mostrar o que já faz lá em Maricá. A gente cantou e evoluiu para caramba. Eu gostei muito do rendimento do samba, que é um samba leve, um samba pra frente. Tudo que a gente programou deu certo. A gente tinha esse paradão que queria fazer também para mostrar o canto da escola, coisa que a maioria das escolas não tem feito, a gente resolveu fazer. Então, tudo certo, estamos prontos já para o desfile oficial. Teve um teste que eu fiz hoje, que a gente vai inserir no desfile, que é uma questão de andamento e marcações. Aqui é muito importante. O ensaio técnico, além do show e mostrar o trabalho para o grande público, é importante para a gente que está no dia a dia da escola, para fazer alguns testes, para colocar em prática algumas coisas e saber se deu certo ou não. E aqui tudo deu certo, a gente vai botar para frente. O paradão deve ser usado no desfile. A gente vai conversar com a equipe, existe essa possibilidade sim, já que hoje foi legal”, avaliou Wilsinho Alves, diretor de carnaval.

Freddy Ferreira analisa a bateria da União de Maricá no ensaio técnico

Comissão de Frente

O coreógrafo preparou uma comissão de frente impressionante e cheia de energia. Todos os componentes estavam vestidos em trajes brancos de filhos de santo, exceto o que representava o Exu, usando um cartola vermelha, muitas contas douradas e uma calça preta. Todos os passos foram dados com precisão e com firmeza com referências da umbanda.

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No primeiro módulo, alguns componentes apresentaram problemas com os lenços na cabeça. Como solução, a comissão optou por tirar os lenços nas três apresentações seguintes. Apesar de não demonstrar dificuldade em dançar com a cartola, o Exu fez seu solo colocando a cartola e dançando ao redor dele.

Outra ousadia desta comissão de frente foi utilizar a iluminação cênica da Sapucaí na exibição para o último módulo de jurados, aumentando assim a expectativa para o que Patrick Carvalho está planejando para o desfile oficial. As luzes acrescentaram dramaticidade e profundidade à coreografia muito bem elaborada pelo coreógrafo.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O mestre-sala Fabrício Pires e a porta-bandeira Giovanna Justo se apresentaram com um bailado aguerrido e com muita conexão. Eles foram expressivos com movimentos que retrataram alguma incorporação de entidade. Também fizeram valer a iluminação cênica na última cabine de jurados que deu mais foco ao seu bailado. Infelizmente, durante a apresentação no 2º módulo de jurados, a bandeira embolou devido ao vento e Giovanna teve que superar esse obstáculo. Nas outras cabines, o casal foi impecável.

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“Isso aqui é um termômetro para nós que fazemos parte do artístico do carnaval. Passar aqui nessa terra sagrada que é a Marques de Sapucaí para ter esse privilégio de ensaio, é ótimo porque a gente se erra, se acerta aqui, a gente está no ensaio. Esse tempo aqui para gente é ótimo, para mim hoje foi excelente. Tudo que nós pensamos, realizamos aqui, e eu só tenho que agradecer por esse ensaio de hoje que para mim foi maravilhoso. Sempre tem uma questão com o vento porque a gente fica em um vão, comissão e a gente, mas só que eu molho muito minha bandeira, ela está toda molhada, o peso vai todo na bandeira. Eu senti o vento, mas senti pouco”, disse a porta-bandeira.

É bem positivo de verdade. Não é igual todo mundo fala que foi maravilhoso, é bem positivo porque sou bastante crítico. O desse ano eu achei que foi legal, a gente conseguiu fazer bastante coisa, conseguimos impor o que a gente vai fazer no dia com algumas ressalvas pequenas da fantasia e tudo. Estou muito contente, muito feliz e agora só trabalhar um pouco mais para o desfile. Para o dia oficial a expectativa é que a gente faça um excelente desfile para coroar esse trabalho todo que a União de Maricá vem fazendo”, completou o mestre-sala.

Harmonia

O trio de intérpretes Nino do Milênio, Matheus Gaúcho e Bico Doce mostrou que estão em sintonia e conduziu muito bem o samba neste ensaio. Os componentes cantaram forte e integralmente o samba mostrando que este quesito não será um problema para a União de Maricá – a escola evidenciou que tem chão. O apagão da bateria de uma volta no samba no começo do desfile assinalou a capacidade da comunidade de Maricá de não deixar esse hino cair.

Samba

A obra de Wanderley Monteiro, Rafael Gigante, João Vidal, Vinicius Ferreira, Jefferson Oliveira, Miguel Dibo, Hélio Porto e André Do Posto 7 funcionou muito bem na Marquês de Sapucaí. A comunidade vestiu a camisa deste samba e estava com ele decorado de ponta a ponta. Além disso, é um samba animado que contagiou toda escola.

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“Eu sou chato, mas para mim é Maricá campeã, fizemos um belíssimo ensaio com a nossa escola toda cantando, foi perfeito”, avaliou Bico Doce.

“Estou numa felicidade gigante, felicidade gigante. Para mim que estou desde o início da escola, vi a chegada do Nino e a chegada do Bico. Tenho ensaiado muito, tenho trabalhado muito e hoje foi mais um grande ensaio. Se Deus quiser, chegaremos firme dia 28 para fazer um grande desfile, que foi fruto de um grande trabalho. Vamos que vamos!”, comentou Matheus Gaúcho.

Evolução

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A escola veio grande para brincar carnaval. A União de Maricá demonstrou muita organização e maturidade ao trazer para o ensaio técnico alas dispostas de forma compacta e coesa. O cortejo vermelho, amarelo e branco foi festivo como a entidade homenageada e fluido, contribuindo para um bom andamento da escola.

Outros Destaques

A bateria do mestre Paulinho Steves teve ousadia e muita qualidade musical. Como comentado anteriormente, houve um apagão acompanhado, provavelmente, de atabaques que provocou o canto mais forte da comunidade. Toda essa desenvoltura enquanto os ritmistas desfilaram todos descalços defendendo sua bateria.

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“Tudo que eu pedi a minha bateria, ela atendeu, nós estamos ensaiando há mais de oito meses e eu peço a energia, a alegria e felicidade. O balanço é positivo 100%, mas como eu cobro eles, eu não quero chegar só a 100%, eu quero passar na avenida com 1000%. Temos mais duas semanas pro Carnaval e pode ter certeza que quando a bateria da Maricá descer a Marquês de Sapucaí vai ser 1000%”, afirmou o mestre.

Freddy Ferreira analisa a bateria da União de Maricá no ensaio técnico

Um ensaio técnico excelente da bateria “Maricadência” da União de Maricá, comandada por mestre Paulinho Steves. Um ritmo bastante energético e potente foi apresentado, aliado a bossas profundamente conectadas ao grande samba-enredo da escola vermelho, amarelo e branco.

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Na cabeça da bateria da Maricá, um naipe de tamborins de elevada técnica tocou com precisão um desenho rítmico baseado nas nuances melódicas do belo samba-enredo da agremiação. Uma ala de chocalhos de grande qualidade também auxiliou a preencher a sonoridade das peças leves. Um naipe de agogôs eficiente executou uma convenção pautada pelas variações melódicas da obra. Cuícas tocaram de forma segura, ajudando a marcar o samba.

Na parte de trás do ritmo da “Maricadência”, uma afinação privilegiada de surdos foi notada, dando bastante pressão no trabalho firme e preciso dos marcadores de primeira e segunda. Surdos de terceira foram responsáveis pelo balanço de qualidade propagado pelos graves. Uma ala de repiques de boa técnica musical, tocou junto de caixas consistentes que mesclavam toque embaixo reto com a batida feita em cima, com levada de partido alto. Vale ressaltar o bom trabalho dos repiques solistas nas bossas, assim como as frases rítmicas feitas de modo cirúrgico pelas terceiras também nos arranjos.

Bossas altamente vinculadas a melodia do samba revelaram uma criação musical conceitualmente intuitiva. As paradinhas também se aproveitaram da afinação destacada dos graves para contribuir dando pressão sonora aos arranjos propostos. Um leque de bossas com boa integração com a obra da Maricá.

Galeria de fotos do ensaio técnico da União de Maricá na Sapucaí

Uma apresentação excelente da bateria da União de Maricá, dirigida por mestre Paulinho Steves. Um ritmo que contou com a pressão sonora da boa e pesada afinação de surdos, contribuindo sobretudo nas potentes bossas da “Maricadência”. Sem dúvida, tanto mestre Paulinho, quanto seus diretores e ritmistas têm motivos de sobra para atravessar a ponte rumo a Maricá com sorriso orgulhoso no rosto e sensação imensa de dever cumprido.

Vigário Geral faz ensaio com grande destaque para bateria e a comissão de frente

Por Matheus Vinícius  e fotos de Magaiver Fernandes (Colaboraram Allan Duffes, Marcos Marinho, Guibsom Romão, Marielli Patrocínio e Rhyan de Meira)

Era 19h30 do domingo, 09 de fevereiro, quando a Vigário Geral pisou na Avenida Marquês de Sapucaí, logo após o Arranco de Engenho de Dentro. A azul, vermelha e branca abriu o desfile com uma comissão de frente dinâmica e com bastante energia para representar o seu homenageado, Francisco Guimarães – jornalista negro relevante durante a Primeira República. A bateria de mestre Luygui também merece elogios pela condução, assim como o mestre-sala Diego Jenkis e a porta-bandeira Thaina Teixeira que se exibiram com precisão e competência.

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Um ponto negativo do ensaio da Vigário foi no quesito Harmonia, já que muitos componentes passaram sem entoar seu samba-enredo. Em contrapartida, o carro de som de Danilo Cezar fez um bom trabalho na Sapucaí. Os diretores de carnaval e harmonia, Ismar Silva, Renato Cosme e Ney Junior, avaliaram positivamente o ensaio técnico.

“Depois vamos assistir, mas inicialmente, dentro da nossa logística e de tudo que nós programamos foi melhor. Esperávamos a escola cantando, mas foi surreal de canto pelo que vimos. Animação e andamento foram perfeitos. Evolução foi perfeita. Saiu tudo como nós queríamos e até melhor. Para o desfile oficial, lógico, vamos melhorar o canto, apesar de acharmos que foi ótimo. Nós vamos buscar um canto impulsionado. De verdade, eu posso dizer que o intuito e o trabalho da Vigário são para vir para as cabeças e disputar o título”, analisou Ismar.

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O diretor Renato Cosme complementou já pensando no desfile oficial: “Se Deus quiser, no dia do desfile, estaremos melhor ainda, mais afiados e com mais animação. Vocês vão ver muitas coisas lindas nos nossos carros, com nossas musas. Vai ser tudo show de bola! A escola já está linda e nós vamos chegar no pedaço de cima [da tabela da Série Ouro]”, declarou.

Ney Junior acredita que há margem para melhorar o canto dos componentes: “Foi gratificante o nosso ensaio hoje. A escola cantou bem, foi compacta. E agora é esperar o dia do desfile para mostrar que a Vigário chegou para fazer um belíssimo desfile. Podemos melhorar o canto da escola, algumas alas eu acredito que podem melhorar. No dia do desfile estaremos 100%, com uma plástica muito bonita. Nós confiamos nos nossos componentes que vamos fazer um lindo desfile”, acrescentou Ney.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Vigário Geral no ensaio técnico

A Acadêmicos de Vigário Geral será a terceira escola a desfilar no sábado de Carnaval da Série Ouro, 1º de março, com o enredo “Ecos de um Vagalume” desenvolvido pelos carnavalescos Alex Carvalho e Caio Cidrini.

Comissão de Frente

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Coreografados por Handerson Big, os integrantes do quesito representavam jornalistas do final do séc XIX, com suas bolsas-carteiro e figurino de época, e entre eles estava aquele que representou Francisco Guimarães. Entre os passos sincronizados e ágeis dos componentes foi possível notar movimentos de dança urbana e de referências à religiosidade de matriz africana. No encerramento da apresentação, os componentes cobriam a boca com as mãos causando um impacto de crítica.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Diego Jenkis e Thaina Teixeira apresentaram um bailado mais próximo do tradicional, demonstrando bastante sintonia e confiança no casal. Na parte do “sino da igrejinha”, o casal executava movimentos que remetem a terreiro. Um detalhe que não passou despercebido foi o fato de que a porta-bandeira se apresentou no último módulo descalça, por conta de um problema que teve com o salto em a 3ª e 4ª cabine de jurados.

“Hoje nós apresentamos cerca de 80% do que pretendemos trazer para o desfile. Vão ter alguns ajustes e tem algumas coisas que a gente não colocou por serem movimentos específicos de fantasia e para o ensaio técnico não funcionariam tanto. Estou bem satisfeita, a gente pegou bastante vento, o que não é um problema, mas dificulta um pouco o desenvolvimento dentro das cabine, mas a gente conseguiu apresentar da forma que ensaiamos. Estou muito feliz com o trabalho, muito feliz com a energia, com a nossa entrega. A gente está ensaiando praticamente todos os dias aqui há Sapucaí. Está sendo tudo muito pensando e desenvolvido com muito carinho e muita dedicação”, disse a porta-bandeira.

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“Eu chego aqui na linha final com o sentimento de muita felicidade e muita gratidão. Primeiramente, agradeço à Deus, aos nossos Orixás e à presidente Betinha que mais um ano deu a oportunidade de continuarmos conduzindo o primeiro pavilhão dessa escola que faz parte da minha história e da minha vida. Estou muito feliz, é um sentimento de felicidade. Antes de entrar na última cabine, nós olhamos para a nossa coreógrafa, que é a Bia Oliveira, e eu falei assim ‘gente, tem mais duas?’, porque a gente tava com tanta vontade, com tanta felicidade que a gente nem sentiu passar essa quarta cabine que esse ano nós intensificamos o trabalho justamente por ter mais um cabine. Mas, fluiu tudo perfeitamente. O vento tentou nos atrapalhar, mas eu tenho uma porta-bandeira, que me desculpem as outras portas-bandeiras do Carnaval, mas eu tenho a melhor e ela conseguiu driblar todas as adversidades da natureza que o que vem de Deus, a gente não pode que é um ruim. Estou muito feliz”, completou o mestre-sala.

Harmonia

É relevante destacar a condução do intérprete Danilo Cezar à frente do carro de som. O trabalho foi bem executado pela equipe e em parceria com a bateria de mestre Luygui. Infelizmente, a escola não respondeu à altura, afinal os componentes não tiveram uma boa desenvoltura cantando o hino deste ano. Muitas alas passaram com canto irregular.

“Eu achei legal. No último ensaio que a gente fez no Parque Madureira, a escola tava cantando. A evolução do carro de som foi boa. Bateria deu um show, como sempre, Mestre Luygui, sempre deu um show. Acho que o trabalho foi feito. É só esperar mesmo, continuar ensaiando e esperar o desfile”, comentou o intérprete.

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Samba

A composição de Marcelinho Santos, Tem-Tem Jr, João Vidal, Romeu D’Malandro, Julio Cesar, Telmo Augusto, Mauricio Amorim, Marcos Barbeiro, Edu Casa Leme, Ricardo Simpatia e Totonho garantiu uma boa levada por parte do carro de som e da bateria. Em contrapartida, o samba não entrou integralmente na cabeça da maioria dos desfilantes. O segundo refrão é a parte que rende mais devido às palavras mais fortes com “vadeia” e “bambeia”.

Evolução

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A escola veio pequena e optou pela bateria não entrar no recuo. Para administrar melhor o tempo, a agremiação optou por segurar um pouco os últimos componentes ao final do ensaio. Apesar disso, a escola passou bem organizada ala a ala, não apresentando problemas graves neste quesito.

Outro destaque

A bateria de mestre Luygui merece uma menção honrosa neste ensaio técnico. Apresentou duas bossas muito interessantes: uma simulava um funk batidão no refrão principal e outra um ritmo ponto no trecho “O sino da igrejinha faz belém-blém-blom”. Além disso, fez teve um ótimo desempenho ao longo de todo ensaio e deu ritmo adequado para a evolução dos desfilantes.

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“Saio daqui bem feliz, muito satisfeito com o que a bateria Swing Puro apresentou. Tivemos umas semanas bem difíceis por causa da guerra lá em Vigário Geral, além da chuva, e com isso tivemos que cancelar alguns ensaios, mas eu confio muito na minha equipe, confio muito na minha bateria e eu sempre tive certeza que a gente iria apresentar um grande espetáculo hoje aqui no ensaio técnico. Destaco os meus surdos, primeiro, segundo e terceira, por causa da jogadinha que a gente tem, além das caixas de guerra que sustentam o nosso ritmo e o conjunto também do tamborim com chocalho”, afirmou o mestre.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Vigário Geral no ensaio técnico

Um ótimo ensaio técnico da bateria “Swing Puro” do Acadêmicos de Vigário Geral, sob o comando de mestre Luygui. Um ritmo com potência da pressão sonora dos surdos foi exibido junto de bossas igualmente explosivas que se pautavam pela melodia do samba da escola.

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Na cabeça da bateria da Vigário Geral, um naipe de cuícas tocou com segurança. A ala de agogôs mostrou valor sonoro, executando um desenho rítmico baseado nas nuances melódicas da obra da Vigário. Um naipe de tamborins eficiente também ajudou a complementar as peças leves com qualidade musical. Uma ala de chocalhos extremamente acima da média mostrou um apuro técnico elevado. Vale mencionar que os chocalhos estavam vestidos de vagalumes, com direito a luzes piscando na parte traseira da saia transparente, se conectando visualmente ao personagem homenageado pela agremiação.

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Uma parte de trás do ritmo da “Swing Puro” marcada por uma afinação de surdos bastante pesada. Marcadores de primeira e segunda foram firmes e seguros durante o cortejo. Surdos de terceira contribuíram dando um balanço envolvente na cozinha da bateria da Vigário, além da participação destacada nas paradinhas. Um naipe de repiques se exibiu de forma coesa, assim como caixas de guerra ressonantes e taróis sólidos ajudaram no preenchimento musical dos médios. Em meio ao corredor foi possível perceber atabaques e um agogô de duas campanas (bocas), sendo participativos principalmente nas bossas.

Bossas que se aproveitavam das variações melódicas do samba-enredo da Vigário foram percebidas. Bem como um trabalho de potência e pressão sonora envolvendo a afinação pesada de surdos demonstrou eficiência, deixando os arranjos altamente explosivos. Destaque para a participação das terceiras e das caixas nas bossas, que mesmo mais complexas, foram bem executadas.

Uma ótima apresentação da bateria “Swing Puro” da Vigário Geral, dirigida por mestre Luygui. Um ritmo potente, consistente e com bossas explosivas, envolvendo a boa e pesada afinação de surdos. Destaque para um naipe de chocalhos bastante diferenciado e surdos de terceira que ajudaram na boa musicalidade das paradinhas com nítida pressão sonora. Um trabalho para deixar mestre Luygui, seus diretores e ritmistas empolgados em realizar um bom desfile.

Comissão de frente do Arranco brilha no ensaio técnico na Sapucaí

Por Marcos Marinho e fotos de Magaiver Fernandes (Colaboraram Allan Duffes, Matheus Vinícius, Guibsom Romão, Marielli Patrocínio e Rhyan de Meira)

O Arranco do Engenho de Dentro levou à Avenida, no ensaio técnico, no último domingo, na Sapucaí, um treino que reverenciou a força, a resistência e os saberes das mulheres negras, com destaque para a comissão de frente composta por 15 mulheres que performaram a força feminina no axé. A apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego Falcão e Laryssa Victória, emocionou com gestos simbólicos de resistência e afeto, enquanto a bateria, comandada por mestre Gilmar, elevou o público com o ritmo contagiante do ijexá. Apesar de momentos em que a evolução oscilou, a escola mostrou dedicação e energia ao transmitir a mensagem do samba-enredo, celebrando o axé e a ancestralidade.

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“Excelente! Superou as minhas expectativas. A escola soube fazer um ensaio muito produtivo, que é uma coisa que a gente vem buscando. Hoje eu saí daqui satisfeito demais com o desempenho da escola. Sempre tem uma coisinha ou outra para melhorar até o desfile. Até mesmo porque cada ano é uma novidade pra gente. A gente pode ensaiar, fazer tudo 100%, que chega no dia, acontecem algumas coisas que fazem parte do processo. Eu sei que com a garra da escola a gente vai conseguir combater junto”, explicou Múcio Travasos, diretor de carnaval do Arranco.

Comissão de frente

Sob a concepção dos coreógrafos Lipe Rodrigues e Márcio Dellawegah, a comissão de frente do Arranco encantou a avenida com um bailado que reverenciou as mulheres detentoras dos segredos no axé. Composta por 15 mulheres negras, a apresentação destacou figuras poderosas, como a guerreira, a sacerdotisa, a yaô e a trabalhadora, simbolizando a diversidade das performances femininas. Em um momento de grande força e significado, uma cesta com frutas foi um importante elemento cênico, representando os alimentos preparados por aqueles que cuidam da comida dos orixás. Enquanto dançavam, os componentes entoaram com emoção os versos do samba-enredo, celebrando a ancestralidade e a resistência.

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Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego Falcão e Laryssa Victória, apresentou uma dança tradicional e cadenciada, com movimentos suaves e elegantes. A proposta da coreografia, que priorizava a delicadeza e evitava movimentos bruscos ou rápidos, foi bem executada. No entanto, em alguns momentos, os movimentos poderiam ganhar mais vigor e presença para conquistar ainda mais os módulos de jurados.

Um dos pontos altos da apresentação aconteceu no trecho emocionante do samba, onde se canta “Yalorixá que homem nenhum enfrenta”. Nesse momento, Laryssa levantou a mão com o punho cerrado, em um gesto poderoso e cheio de significado, simbolizando resistência e força feminina e de axé. Já no trecho em que o samba diz “Embala eu mamãe / Teu colo é chão onde eu quero morar”, Diego transformou-se na figura de um menino pássaro, recebendo em seu coração um toque carinhoso da mãe. Esses momentos foram destaques da apresentação, celebrando tradição, sentimento e a conexão da dança do casal com o enredo.

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“Hoje foi tudo dentro do nosso previsto. Por conta do horário a gente já imaginou o vento justamente, alteramos o ensaio para gente poder pegar esse tempo. Acredito que a gente fez tudo o que a gente queria fazer, tudo que a gente ensaiou, a gente conseguiu executar aqui hoje, vimos o que precisamos ajustar para o desfile. Eu estou muito feliz, acredito que meu mestre-sala também está porque tenho certeza que a gente entregou o melhor para a nossa escola. Acredito que a surpresa para o desfile oficial será a fantasia. O que a gente vem representando para esse enredo é muito importante”, revelou a porta-bandeira.

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“Os ensaios técnicos tomaram uma proporção de desfile mesmo, só que a gente enquanto sambista tem que atentar que isso é um ensaio e a gente trabalha para que tudo ocorra na mais perfeita harmonia. Mas, aqui é o lugar de errar, aqui é o lugar de ver o que dá certo e o que não dá, o calor da emoção do público, da bateria ao vivo. Têm ensaios nossos que são a gente, a caixa de som e o coreógrafo. A pegada da bateria dá toda uma diferença na coreografia e hoje é o dia da gente ajustar o que cabe e o que não cabe. E a gente está feliz porque 95% que a gente preparou para o desfile conseguimos encaixar dentro do tempo da bateria, do andamento da escola, da ala que vem posteriormente e isso é muito importante e é um sinal de que a gente está caminhando o trabalho para o caminho certo. O que muda realmente no dia do desfile oficial nem é o nosso trabalho, mas é a questão de áudio e canto da escola para gente introduzir com a pressão”, completou o mestre-sala.

Harmonia e Samba

A harmonia da escola se destacou pelo canto honesto e envolvente, alternando momentos de maior intensidade com outros mais contidos. Embora a escola não tenha cantado o samba por completo, entregou com muita força e energia trechos marcantes, como o que diz: “É samba de Yaô, na curimba de mulher / Quem não pode com mandinga, não carrega meu axé / Tenho sangue de rainha, que o sagrado alimenta / Yalorixá que homem nenhum enfrenta”.

Os intérpretes Pamela Falcão e Thiago Acácio merecem elogios pela condução firme do samba, transmitindo da mensagem das mulheres que alimentam o sagrado com muito axé. Outro ponto alto foi o entrosamento impecável entre o carro de som e a bateria, comandada por mestre Gilmar. A bossa no ritmo do ijexá, trazida pela bateria, foi um dos grandes destaques da apresentação, com um ritmo contagiante que elevou ainda mais a energia da escola.

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“Temos pontos a serem acertados, mas pontos acertados depois de tantos ensaios. Isso aqui é um teste, aqui é um treino, mas no geral pelo que a gente pôde sentir do termômetro, ali do carro de som, com a escola evoluindo, com as pessoas ali vibrando, que foi ótimo. E ainda temos ensaio de rua, comunidade do Arranco vai estar lá com certeza para nós entregarmos o melhor que pudermos. Podemos perceber que em uma bossa nossa com atabaques, ela não estava microfonada, então tivemos uma questão com o delay e são nove vozes para integrar, mas só precisamos ajustar essa questão”, disse a cantora.

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“Só agradecer, a Liga RJ que fez um trabalho incrível, ofereceu para nós um carro de som maravilhoso, conseguimos fazer o nosso ensaio sem problemas técnicos nenhum, graças a Deus deu tudo certo. Estamos com um samba incrível, nossa comunidade cantou muito e estou muito feliz, ansioso pelo desfile porque vai dar tudo certo, o show está só começando. Podemos perceber que em uma bossa nossa com atabaques, ela não estava microfonada, então tivemos uma questão com o delay e são nove vozes para integrar, mas só precisamos ajustar essa questão”, completou o cantor.

Freddy Ferreira analisa a bateria do Arranco no ensaio técnico

Evolução

Algumas alas apresentaram certa desorganização, e o terceiro casal de mestre-sala e porta-bandeira teve pouco espaço para se movimentar com a liberdade que merecia. Após a saída do segundo recuo, com a bateria já totalmente de volta à avenida, surgiu um buraco no desfile. Rapidamente, os diretores de harmonia entraram em ação, correndo para segurar a escola e garantir que o ritmo e a energia fossem mantidos. Um momento de tensão, mas que mostrou a dedicação da equipe para evoluir na avenida.

“Minha avaliação é a melhor possível! Colocamos tudo em prática. Tínhamos um pouco de dúvida em uma bossa que era na cabeça e ela é bem perigosa porque a contagem é muito em cima, mas fluiu perfeitamente. Tenho que agradecer 100% à minha diretoria. Meus diretores de bateria fizeram um trabalho magnífico. Aos meus ritmistas, foi tudo impecável. Tudo que nós ensaiamos foi botado em prática, os atabaques, a Pamela e o Thiago, o nosso carro de som. Foi tudo perfeito! Quarta-feira que vem nós temos o nosso ensaio no Setor 11. Vamos para esse ensaio muito feliz e muito convicto do que fizemos hoje. Sempre tem uns detalhes que tem que melhorar, mas eu estou muito que, do que apresentamos hoje, nós só temos que lapidar. Não é preciso mudar, é só lapidar. Vamos continuar na mesma pegada. E algumas coisinhas a mais. Tem surpresa, mas é surpresa [risos]”, avaliou mestre Gilmar.