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Tradição e tributo: Camisa Verde e Branco afina últimos detalhes para o Carnaval 2025

Na reta final dos preparativos para o Carnaval 2025, o Camisa Verde e Branco une legado e emoção em seu desfile. Em entrevista ao CARNAVELESCO, Jeyson Ferro, mestre de bateria do Trevo da Barra Funda e líder da Furiosa desde 2021, destacou a fusão entre a homenagem ao poeta roqueiro Cazuza e a preservação do DNA rítmico da escola, herdado de gerações.

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Legado da batida

Com passagens anteriores como mestre entre 2008 e 2013, Ferro reforçou a importância da batida característica da agremiação, consolidada na década de 1990 por seu tio Neno. “Essa batida de caixa do Camisa já vem lá de trás, vem com o meu Tio Neno, em 1990. Foi na transição do Divino, ele assumiu a bateria. Se não me engano, já tinha essa batida, que virou a característica da escola. Graças a Deus, quem passou antes e depois de mim vai manter essa identidade, o DNA da casa”, explicou, enfatizando o compromisso com as raízes que definem o som da Furiosa.

Cazuza no coração do enredo

O tributo a Cazuza, um dos maiores ícones da música brasileira, foi destacado por Ferro como um marco emocional. A escolha do tema promete levar à avenida não apenas a história do cantor, mas também a paixão que sua obra inspira na comunidade do samba. Fã declarado do artista, o mestre não escondeu o orgulho de integrar o projeto: “Sou suspeito de falar de Cazuza, porque eu sou fã. Graças a Deus, estou muito feliz por participar desse enredo”.

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Com o objetivo de repetir os 40 pontos no quesito bateria – conquista que contribui para colocações de destaque no Grupo Especial –, Ferro ressaltou a disciplina da equipe: “Vamos trabalhar muito, é o nosso objetivo. Temos que nos concentrar para tudo dar certo, fazer a nossa parte na pista. Que Deus vai abençoar”. A afirmação reflete o clima de determinação que permeia os ensaios, mesclando técnica e devoção.

Enquanto finaliza os ajustes, o Camisa Verde e Branco carrega nas costas a responsabilidade de honrar duas histórias: a de Cazuza, eternizado em versos e melodias, e a da própria Furiosa, cuja batida ecoa há décadas como sinônimo de resistência cultural. Na bagagem, a promessa de um desfile que vai além do espetáculo – é um recado de tradição, orgulho e samba no pé.

Salgueiro intensifica preparação para o Carnaval 2025 com ensaio no Setor 11 em busca da décima estrela

Na última terça-feira, o Salgueiro realizou um ensaio especial no Setor 11 da Passarela do Samba, comandado pelos mestres Gustavo e Guilherme, com a presença da rainha Viviane Araújo. O treino contou com a bateria “Furiosa”, o carro de som, a ala de passistas e os segundos e terceiros casais de mestre-sala e porta-bandeira.

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Os mestres destacaram a importância do ensaio, realizado na semana do treino técnico da escola no Sambódromo. Guilherme explicou: “Sempre marcamos este ensaio no Setor 11 antes do técnico. Quando vamos para a rua, não levamos a bateria inteira, e sim cerca de 180 ritmistas. Este ano, estamos trazendo os atabaques, mas não conseguimos levar todos para as ruas devido ao espaço apertado. Aqui, nesta dimensão em que todos cabem, andamos em linha reta, entramos no boxe e saímos. Este é o único ensaio antes do técnico. A importância é reunir todos, ver como as coisas funcionam na pista e colocar a galera para tocar”.

Gustavo complementou: “O ensaio na quadra ou nas ruas tem limitações. Aqui, ajustamos a distribuição das filas, a sonorização e a interação com o samba-enredo. É o momento de consolidar tudo para chegarmos ao ensaio técnico e ao desfile com segurança”.

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Fotos: Matheus Morais/CARNAVALESCO

A dupla também detalhou o que se pode esperar da bateria nas bossas ao longo do samba. Guilherme ressaltou: “Nosso enredo aborda elementos regionais do fechamento do corpo em várias partes do Brasil, desde o candomblé e a umbanda até o legado de Lampião. Essas referências nos inspiram a criar e explorar ritmos”.

Gustavo acrescentou: “As bossas são um destaque da ‘Furiosa’. Analisamos as referências musicais do samba e respondemos a elas. Como o enredo percorre rituais de fechamento de corpo pelo país, abordamos cada trecho de forma única. Na parte que menciona os malês (muçulmanos negros), inserimos um ritmo norte-africano. No refrão do sertão, entramos com baião e maracatu. Na seção do ‘Salve seu Zé’, evocamos um terreiro de macumba”.

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O intérprete Igor Sorriso também marcou presença no ensaio. Além de destacar a importância do “reconhecimento do campo”, ele comentou o reconhecimento do trabalho no Torrão Amado: “É um ensaio crucial para alinhar espaçamentos, distâncias e testar a sonorização. Sou grato pela oportunidade. Fui muito bem recebido e estamos trabalhando em conjunto. Para colocar o Salgueiro no topo, todos os setores precisam entregar excelência, não apenas indivíduos”.

Os mestres Gustavo e Guilherme também mencionaram o carinho da nação salgueirense pelo comando da “Furiosa”. Guilherme disse: “É uma realização. Entramos como mestres há pouco tempo, mas crescemos na escola. Ficamos felizes com a recepção calorosa. Ver o público querendo fotos e desfilar conosco mostra que o trabalho está dando certo”.

Gustavo refletiu: “É gratificante. Alguns me viram nascer, outros cresceram comigo, e há os que me conhecem há cinco anos. O respeito é igual para todos. Tratamos todos com humanidade, e o carinho é recíproco”.

Alemão do Cavaco, diretor musical, enfatizou a importância do ensaio no Setor 11: “Temos poucos momentos para corrigir detalhes. Ensaio é para isso: acertar, criar ideias e testá-las. Na quadra ou na rua, não há essa liberdade. Sobre o Igor: é um profissional talentoso e dedicado. Quanto à ‘Furiosa’, Gustavo e Guilherme são parceiros excepcionais. A bateria mantém o DNA do Salgueiro, mas se renova com jovens talentos”.

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Sobre o samba-enredo (um dos mais tocados em streaming), as expectativas são altas. Igor Sorriso declarou: “Este samba já é aclamado, mas vai superar expectativas. Será o mais cantado do Carnaval e uma explosão de alegria na Sapucaí”.

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Alemão do Cavaco acrescentou: “Está viralizado: é poético, melódico e tem a força do Salgueiro. Um samba completo”.

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Guilherme finalizou: “O samba é forte, o enredo também. A escola está harmoniosa. Ver seu sucesso nas redes nos dá energia para buscar a décima estrela”.

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Gustavo encerrou: “Muita força, ritual e fechamento de corpo. Com fé, o Salgueiro virá forte pela décima estrela”.

Cumplicidade e profissionalismo, casal da Estrela do Terceiro Milênio ressalta apoio da comunidade

Reconhecida pela energia contagiante e pela tradição de reunir milhares de pessoas em seus eventos, a Estrela do Terceiro Milênio levará para a avenida, no sábado de desfiles do Grupo Especial de São Paulo, o enredo “Muito Além do Arco-Íris!”, prometendo um espetáculo de cores, inovação e identidade comunitária. Confiante no comprometimento dos integrantes, o primeiro mestre-sala, Arthur Santos, expressou ao CARNAVALESCO sua gratidão por fazer parte dessa comunidade acolhedora.

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Foto: Fábio Martins/CARNAVALESCO

“Preciso falar que eu sou muito agraciado com as comunidades, com as famílias que eu ganho dentro do mundo do carnaval. E a Estrela do Terceiro Milênio não foi diferente, totalmente acolhedora. Virei neto das baianas, filho das tias da harmonia. É um entrelaço, que vocês não têm noção da proporção. Com toda certeza eles vêm com essa energia regada de amor, de felicidade e para mostrar serviço. É uma comunidade que tem sangue, sangue quente pra mostrar pra que veio”, declarou.

Nos últimos anos, a agremiação tem se destacado pelo luxo e pela eficácia no quesito fantasia, especialmente no trabalho desenvolvido para o casal de mestre-sala e porta-bandeira. A porta-bandeira Waleska Gomes adiantou que a escola trará elementos visuais inéditos, incluindo uma paleta de cores surpreendente.

“Tenho que tomar muito cuidado porque eu sou geminiana, eu não consigo não contar as coisas (risos). Adoro conversar! Chega por aqui, porque senão a escola me mata. Mas é uma coisa diferente e que vocês nunca viram, eu e o Arthur. E uma cor também bem diferente, vocês vão gostar”, afirmou Waleska, deixando no ar a expectativa sobre as novidades.

A dupla Arthur e Waleska, que está no segundo ano de parceria, tem conquistado não apenas a ‘comunidade da Coruja’, mas também aos admiradores do carnaval paulistano. Sua criatividade coreográfica e o sincronismo são elementos que encantarão na avenida. Waleska aproveitou para compartilhar suas perspectivas sobre o regulamento do quesito, destacando aspectos que poderiam ser revisados no futuro.

“O que eu mudaria é um pouco complexo. Teriam algumas coisas que eu mudaria. Mas para as minhas mudanças, a gente teria que mudar toda a estrutura do carnaval, porque eu gostaria que o casal fosse julgado em frente ao módulo. Portanto, para isso acontecer, a gente teria que ter uma mudança muito grande no nosso formato, e eu entendo que é bem complexo. Também gostaria que questões como vento e coisas que não são pertinentes à dança fossem vistas de outra forma”, explicou.

O primeiro casal é um dos grandes destaques da escola. Com uma parceria marcada por muita cumplicidade e profissionalismo, eles têm se consolidado como uma das duplas mais promissoras do carnaval paulistano. Arthur, com sua elegância e postura, e Waleska, com sua leveza e força como porta-bandeira, formam um time que cativa tanto a comunidade quanto o público. Juntos, eles não apenas exibem técnica e criatividade, mas também transmitem emoção em cada movimento, representando com orgulho o pavilhão da ‘Estrela’ e fortalecendo ainda mais a conexão com a comunidade do Grajaú.

Mulheres levam carimbó para a bateria da Grande Rio e unem o samba à tradição paraense

Quem acompanha os ensaios da Acadêmicos do Grande Rio pode ter notado a presença de dois instrumentos incomuns na bateria do mestre Fafá: o curimbó e o maracá. Esses sons típicos da cultura amazônica, especialmente do Pará, ganharão destaque em uma das bossas do samba que será entoado na Marquês de Sapucaí pela escola de Caxias.

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Fotos: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

Ao todo, são seis ritmistas — todas mulheres. Juntas, elas integram o grupo Aturiá, formado em 2019 com o objetivo de estudar o carimbó e incentivar o protagonismo feminino. Segundo Fafá, o convite surgiu após a gravação da trilogia “Pororocas Parawaras”, publicada nas plataformas de áudio em 2024.

“Elas estavam disputadas por muita gente (risos) — pela comissão do Hélio e da Beth, pelo casal. Tem um pedaço do samba que fala ‘É doutrina de santo rodando no meu carimbó’. Tinha que ter elas, daí fiz o convite. A gente já tinha gravado algumas músicas juntando o samba ao carimbó, e elas já haviam participado da noite dos enredos. Tem sido uma interação incrível. Elas têm uma energia muito incrível, e a gente espera que consigam transmitir essa energia no toque e em tudo que fazem”, explicou Fafá.

Fundadora do Aturiá e natural do Pará, Andréia de Vasconcelos, de 42 anos, compartilhou o desafio e a emoção de levar o carimbó para a Passarela do Samba. Há 18 anos no Rio de Janeiro, a paraense já deu aulas de carimbó para a comissão de frente do Paraíso do Tuiuti no Carnaval de 2024 e chegou a desfilar pela agremiação, mas nunca esteve na bateria de uma escola de samba.

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“O carimbó é uma cultura na qual a característica principal é o tambor grave. Esse som grave é um pouco mais cadenciado, então tivemos que colocá-lo na pegada da bateria para entrar numa sintonia. Tem o carimbó que é mais chamegado, tem os mais cadenciados e aqueles que são mais ‘para cima’. Neste caso, é como se fosse um carimbó mais para cima para acompanhar a bateria”, detalhou.

A também paraense Amanda Rabelo, de 34 anos, fez uma viagem de Marapanim até a capital fluminense para integrar a bateria da Acadêmicos do Grande Rio. Para ela, a luta para manter o carimbó vivo é semelhante à do samba, ambos como manifestações populares que resistem ao tempo e celebram a resistência do povo.

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“O carimbó é o arcabouço de um patrimônio imaterial e de uma luta de mais de 200 anos. É muito importante esse entrosamento de anifestações culturais aqui na Sapucaí. Acredito que trazer as três princesas turcas encantadas do tambor de mina é uma homenagem lindíssima aos nossos encantados, nossos ancestrais e a nossa espiritualidade”, afirmou.

E se engana quem pensa que o grupo é composto apenas por mulheres do Pará. Três entre seis artistas que estarão na Avenida são do Rio. Uma das cariocas é Panmella de Jesus, de 33 anos. Ela conta que a mistura entre o samba e o carimbó uniu, também, duas paixões que vêm de família: a mãe é paraense, e o pai fez parte da harmonia de escolas do Rio durante anos. Após tocar no minidesfile da Cidade do Samba, Panmella ainda descobriu que a bisavó foi ritmista da Deixa Falar, agremiação paraense que compôs o samba-enredo da Tricolor Caxiense.

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“Nunca tinha me visto nesse lugar (bateria). Sempre era na ala de baianinhas, ala de crianças, mas nunca imaginei isso na minha vida. É emocionante para mim e para a minha família. Toda vez que eu vou ensaiar e tocar, peço licença aos povos, aos mestres e mestras, aos encantados e à minha bisavó. Porque eu penso que isso não é sobre mim, mas sim sobre uma legião de mulheres e uma legião ancestral que já vinham com essa difusão”, emocionada, contou.

Série Barracões SP: Inspirados na COP 30, Vila Maria promete passar mensagem de conscientização na avenida

A Vila Maria busca com todas as suas forças voltar ao Grupo Especial do carnaval de São Paulo. Esse é o objetivo de todas as agremiações que habitam os grupos inferiores, mas no caso da verde, azul e branco da Zona Norte, é algo específico. A escola estava acostumada a brigar nas primeiras posições, sempre participando do Desfile das Campeãs. Por três anos consecutivos, em 2019, 2020 e 2022, a agremiação do Jardim Japão figurou entre as cinco melhores da tabela. Porém, em 2023, no ano em que homenageou a si própria, houve o descenso e, desde então, a permanência no Grupo de Acesso 1.

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Para conseguir alcançar a elite, a Vila Maria mudou praticamente a equipe toda para o Carnaval 2025. Houve as trocas nos segmentos: mestre-sala e porta-bandeira, comissão de frente, intérprete e carnavalesco – Eduardo Caetano, responsável pelo desfile da agremiação, abriu as portas do barracão para o CARNAVALESCO e conversou com a equipe sobre o que a ‘Mais Famosa’ irá levar para a avenida no domingo de carnaval.

A Unidos de Vila será a quarta escola a desfilar no dia 02/03 pelo Grupo de Acesso 1 com o enredo “O Planeta Terra pede socorro. É hora de renovar e preservar!”.

Explicando o tema

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O carnavalesco explicou brevemente o enredo. É um tema que mistura a situação que o planeta Terra enfrenta e já sente, mas que será levado para a avenida com ficção. “Eu e a diretoria prezamos por sair da mesmice. Através de pesquisas, eu descobri que as civilizações pré-colombianas já previam, lá no ano 200 d.C. que o mundo acabaria depois do ano 2000 devido aos fatores naturais que o ser-humano causaria. O nosso enredo começa lá em 2200. Ele começa lá no futuro, onde há o caos, a destruição, onde haverá falta de água, falta de alimento, haverá a extinção de muitos animais, situações climáticas adversas ao extremo. Com isso, Gaia, que é a mãe-natureza, não aceitando que seus filhos vivam mais nessa situação, entra em uma cápsula do tempo e volta a dois mil anos atrás, em 200 d.C. para ver como era a vida naquela época, já que eles previam que o mundo acabaria depois do ano 2000. Ela pegou todas essas informações com os povos incas, astecas e maias, entendeu porque a civilização também começou a acabar devido às situações climáticas e voltou com todas essas informações na intenção de construir um mundo melhor, trazendo novamente a água, o alimento, os animais extintos e de uma forma que a humanidade vivesse em plena comunicação com a natureza”, explicou.

Surgimento do enredo – Inspiração na COP30

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Eduardo Caetano contou que a ideia do tema surgiu da diretoria através da COP30, que será realizada no Brasil. Esse foi o início da ideia para chegar a um consenso com o objetivo de discutir a narrativa. O artista também cita os projetos sociais que a agremiação fornece à sua comunidade. “Ele surge na concepção do que está acontecendo no mundo hoje. Essa situação climática, desmatamento, animais em extinção, aquecimento global. E aí, por que não aproveitar esse gancho da COP30? É a união de todos os países da ONU em busca de uma solução para frear o que está acontecendo com o mundo. Veio da diretoria. Chegamos a um consenso para isso, mas de uma forma mais visionária. Não é novidade para ninguém que a Vila Maria é a escola de São Paulo que tem o maior projeto social. Ela proporciona assistência social, cursos profissionalizantes e ajuda a comunidade com dentista, psicologia e outros fatores de saúde também. A Vila Maria já tem essa característica mesmo de preocupação com o próximo. Por isso chegamos a esse acordo”, contou.

Cores variadas na passarela

Em outros trabalhos na sua carreira, Eduardo Caetano tem um vasto currículo de concepção de alegorias e fantasias em diversas agremiações. É a especialidade do artista. Com isso, especificamente na Vila Maria, ele contou que o público irá presenciar as cores bastante variadas no desfile da agremiação. “Cada profissional tem uma característica. Eu costumo dizer que dificilmente erro em cores. Eu gosto muito de paletas de cores. Eu sou formado em artes e tenho esse fio condutor muito colorido na minha vida. Para mim a cor representa muito em questão de comunicação visual. A paleta de cores está bem variada. A escola, como vem no início com o carro da destruição, automaticamente vai vir nas cores pesadas, que dão essa leitura realmente de destruição. Ou seja, muito laranja, preto, roxo. Mas depois quando chega nas antigas civilizações, você vai ter o excesso de verde, da natureza fluindo, você tem esse resgate das civilizações por essas cores e depois a renovação dos seres distintos e da vida como ela deveria ser. Está muito variado mesmo”, disse.

Trunfo no desfile

Sobre o que será o maior sucesso da ‘mais famosa’ no desfile, o artista citou samba-enredo, mas deu uma ênfase maior à comissão de frente que está sendo executada pela coreógrafa Taiana Freitas, estreante comandando a ala. “Eu sou suspeito de falar, porque eu sou apaixonado pelo enredo. É lógico que eu vou falar da minha concepção plástica, apesar de ser um pouco diferente. Eu estou trazendo uma concepção plástica sem exageros, mas o necessário para as pessoas entenderem qual é a mensagem. Lógico, com beleza, mas com uma leitura plástica fácil. O samba eu acho que é um dos pontos fortes da escola. A Vila Maria está com o samba muito para cima, um samba que é muito didático e leal ao enredo. A comunidade realmente abraçou. Mas eu acho que o público tem que prestar atenção na comissão de frente. Nós temos a nossa coreógrafa, a Taiana Freitas, que está dando um show. A comissão é um duelo até um pouco clichê, mas será feito de maneira diferente. Eu costumo dizer que as histórias têm sempre o mesmo final, mas às vezes o final pode ser diferente”, concluiu.

Setor a setor do desfile

Setor 1
“Tem uma coisa muito interessante que os três setores são divididos pelo relógio. O primeiro relógio é o da destruição. O nome já diz que nós estamos começando em 2200. Não vai ter água, não vai ter alimento, situação climática adversa ao extremo. Nós vamos retratar isso na avenida, essa situação. Lógico, de uma forma alegre, lúdica, divertida, mas não deixando de colocar na avenida essa agressividade que o momento pede”.

Setor 2
O segundo setor, nós vamos falando do relógio da preservação. O relógio onde fomos buscar nas antigas civilizações a forma que nós podemos ter para preservar a humanidade e todo ser vivo que vive sobre ela, sobre a terra. Dentro disso nós falamos das antigas civilizações: incas, astecas e maias”.

Setor 3
O terceiro setor é a renovação, que é a forma de vida que vai ressurgindo. A água suja se transforma em água limpa. Nós temos vidas aquáticas, nós temos o vegetal, nós temos vidas acima dele, que são pássaros, mamíferos, etc… E aí fica o nosso recado no desfile: O que nós podemos fazer para evitar que tudo isso aconteça novamente? Nós temos que fazer a reciclagem, a conscientização e a preservação. Essa é a nossa mensagem”, finalizou.

Ficha técnica
Carnavalesco: Eduardo Caetano
Três alegorias
1200 componentes (15 alas)
Diretor de barracão: Pica-pau
Diretora de ateliê: Cláudia

Prefeito presta solidariedade para Série Ouro afetadas por incêndio e diz que escolas não serão rebaixadas

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, fez uma públicação nas redes sociais, na manhã desta quarta-feira, prestando solidariedade para escolas de samba da Série Ouro, que foram afetadas por um incêndio na fábrica Maximus Confecções. Segundo ele, após conversar com o presidente da Liga RJ, que organiza os desfiles, ficou definido que não haverá rebaixamento no grupo. Veja abaixo o comunicado do prefeito.

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“Conversei agora com o presidente Hugo Júnior da série Ouro que me deu mais detalhes das 3 escolas afetadas pelo incêndio de hoje em Ramos. Já tomamos a decisão de que , independente de qualquer coisa, as escolas não serão rebaixadas no carnaval desse ano. Havendo possibilidade de desfilar, as três serão consideradas hors con·cours. Como estou em Brasília, o vice-prefeito @CavaliereRJ está acompanhando de perto a situação. Deixo o meu abraço aos componentes do Império Serrano, da Unidos da Ponte e da Unidos de Bangu, agremiações que tanto orgulham o Carnaval carioca. A prefeitura do Rio estará ao lado de vocês”.

Paes também falou sobre o estado de saúde das pessoas envolvidas no incêndio. “Mais cedo, também falei com o Secretário de Saúde Daniel Soranz e ele me informou que as equipes de saúde do Hospital Municipal Souza Aguiar e Evandro Freire estão a postos recebendo as vitimas do incêndio em Ramos. Já ordenei que nosso time de Assistência Social se mobilize para dar todo o suporte necessário aos trabalhadores da fábrica e suas famílias”.

Liga RJ convoca reunião de emergência após incêndio afetar fantasias das escolas da Série Ouro

 

Império Serrano informa que todas fantasias para o desfile 2025 estavam na Maximus Confecções que sofreu incêndio

Ponte informa que fantasias para o Carnaval 2025 são produzidas em local que sofreu incêndio

Ponte informa que fantasias para o Carnaval 2025 são produzidas em local que sofreu incêndio

A direção da Unidos da Ponte informou, através de publicação nas redes sociais, que a produção de todas fantasias para o desfile do Carnaval 2025 é feita na Maximus Confecções, que ssofreu incêndio na manhã desta quarta-feira. O Império Serrano já tinha informado que também perdeu todas fantasias. A Liga RJ, que organiza os desfiles da Série Ouro, convocou uma reunião de emergência. Veja abaixo o comunicado da escola.

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Foto: Reprodução/TV Globo

“O Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Ponte lamente profundamente o incêndio que ocorre neste momento na Maximus Confecções, localizada no bairro de Ramos. Toda produção de nossas fantasias para o Carnaval 2025 se encontram nesta fábrica.

É de extrema importância garantir a segurança de todos que estavam presentes no local. A diretoria”.

Liga RJ convoca reunião de emergência após incêndio afetar fantasias das escolas da Série Ouro

A direção da Liga RJ, que organiza os desfiles da Série Ouro, na sexta e sábado, na Marquês de Sapucaí, informou que convocará uma reunião de emergência com os presidentes das 16 escolas de samba do grupo para definir a situação após o incêndio na Maximus Confecções, na manhã desta quarta-feira, que afetou a produção de fantasias de diversas agremiações, entre elas, o Império Serrano, que explicou que perdeu todas fantasias para o desfile de 2025. Veja abaixo a nota da Liga RJ.

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Foto: Reprodução/TV Globo

“A Liga RJ recebe com profunda preocupação a notícia do incêndio ocorrido na Fábrica Maximus, um espaço essencial para o Carnaval carioca. Nossa primeira e maior preocupação é com a segurança e o bem-estar de todas as pessoas que estavam no local, esperando que todos estejam fora de perigo e recebendo o devido amparo.

A Fábrica Maximus desempenha um papel fundamental no fornecimento de materiais para as escolas de samba e, além disso, serve como espaço para a confecção de fantasias de diversas agremiações. O impacto deste incidente atinge diretamente o planejamento do Carnaval e toda a cadeia produtiva envolvida na sua realização.

Diante deste cenário, a Liga RJ convocará, com urgência, seus Presidentes para uma Assembleia Geral Extraordinária a fim de avaliar a situação e definir os próximos passos, garantindo que nenhuma escola de samba filiada seja prejudicada. Nosso compromisso é buscar soluções que possibilitem a continuidade dos trabalhos e a realização do Carnaval com a grandiosidade que o povo merece.

A Liga RJ seguirá acompanhando de perto as investigações e as consequências desse triste episódio, reafirmando seu apoio a todas as agremiações atingidas. Unidos, superaremos mais este desafio”.

Império Serrano informa que todas fantasias para o desfile 2025 estavam na Maximus Confecções que sofreu incêndio

O Império Serrano informou, através de nota publicada nas redes sociais, que toda produção de suas fantasias para o Carnaval 2025 estavam no atelitê da Maximus Confecções, que sofreu um incêndio na manhã desta quarta-feira. Veja abaixo a nota da escola.

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Foto: Reprodução/TV Globo

“O Império Serrano lamenta profundamente o incêndio que ocorre nas dependências da Maximus Confecções, nesta manhã, em Ramos. Informamos que toda a produção das fantasias do carnaval 2025 do Império Serrano se encontram na fábrica. Neste momento, estamos focados em garantir a segurança de todos os envolvidos neste acidente. Quando tivermos mais informações sobre os danos ocorridos, informaremos. A diretoria”.

Liga RJ convoca reunião de emergência após incêndio afetar fantasias das escolas da Série Ouro

Vozes da Avenida: Bloco dos Puxadores celebra carnaval e luta por reconhecimento

No último domingo, puxadores das escolas de samba promoveram um vibrante grito de carnaval em frente ao Bar Vizinhando Mané, situado na Rua Boulevard 28 de Setembro, no Rio de Janeiro. O encontro marcou o lançamento do Bloco dos Puxadores, iniciativa que surgiu de uma associação criada para apoiar cantores de Carnaval próximos ao fim de suas carreiras.

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Fotos: Juliana Henrik/CARNAVALESCO

Serginho do Porto explicou a origem do projeto: “O bloco nasceu da união dos intérpretes. Decidimos criar essa oportunidade para todos os cantores, pois a iniciativa é fundamental. Mesmo parando de cantar, queremos manter viva essa paixão enquanto Deus permitir”.

Wantuir, um dos idealizadores, destacou a luta por direitos: “Trabalhamos duro para isso. É essencial termos um bloco próprio, assim como artistas consagrados têm. Eles celebram sucessos que nós gravamos. Queremos reconhecimento! O bloco terá dez ritmistas de cada escola do Grupo Especial e a presença de quase todos os cantores. Agradeço à Liga das Escolas e ao presidente da Liga RJ pelo apoio”.

Tinga emocionou-se ao falar do propósito social: “Criar isso com amigos é uma alegria, mas também um alerta. Muitos colegas partiram sem recursos até para o funeral. Queremos mudar essa realidade, não só no Rio, mas em todo o Brasil. A associação existe para transformar vidas”.

Marquinho Art Samba reforçou a urgência da causa: “O projeto demorou três anos para sair. Já vimos intérpretes morrerem sem apoio, mesmo após contribuírem tanto para nossa cultura. Lutamos para que ninguém mais passe por isso”.

O bloco oficial desfilará em 9 de março, a partir das 9h, com abadás a R$ 40 para custear a associação. O evento contou com a presença ilustre de Neguinho da Beija-Flor, que celebra 50 anos de carreira e se aposentará da Avenida no Carnaval de 2025. Ao perguntarmos sobre esse momento de despedida, ele respondeu: “Não poderia deixar de estar aqui. É a primeira vez que o bloco dos puxadores sai. Espero que a nossa iniciativa prosperar. A galera está toda presente. Em relação à minha despedida, meu coração agora está tranquilo. Já amadureci a ideia. No começo foi desafiador, mas já cheguei a conclusão de que essa é a minha decisão e estou mais calmo”.

Com a aproximação da despedida dos desfiles, Marquinho Art Samba expressou sua tristeza pela saída do amigo Neguinho: “É muito triste ver meu amigo se despedindo. Especialmente, porque sou de Mesquita, cidade vizinha de Nilópolis. Sempre o vi cantando no antigo Santa Rita e sonhei em ser como ele. Hoje, ao saber que ele vai parar, é uma grande tristeza. Contudo, acredito que ele ainda vai cantar um pouco mais, quem sabe depois do carnaval”.

Wantuir também comentou sobre sua admiração por Neguinho e sua aposentadoria, que considera precoce: “É evidente que ele ainda tem muito a oferecer. Mas respeitamos sua decisão. Será uma grande falta para nós, pois ele é nosso maior ídolo e um exemplo a ser seguido. No entanto, Neguinho nunca para. Ele estará na avenida, assistindo às escolas de samba, pois agora está morando na Europa”.

O público presente entendeu a importância do evento: a valorização dos profissionais do samba. Tânia, uma moradora de Jacarepaguá, disse: “A importância do bloco dos puxadores reside na valorização desses profissionais, cujos esforços frequentemente passam despercebidos. É um momento de reconhecer seu trabalho e resgatar sambas antigos. Estou achando maravilhoso”.

Nathalia, outra participante, comentou que o bloco não apenas ajuda a divulgar o trabalho dos puxadores, mas também proporciona a esperança de futuro reconhecimento. “Eles merecem reconhecimento, e o bloco pode não apenas promover seus trabalhos, mas também oferecer uma renda que lhes proporcione mais tranquilidade financeira. Além disso, resgatam sambas que amamos, e percebo que as famílias dos puxadores estão juntas, o que ajuda a preservar essa tradição”.

Max, morador do Riachuelo, acredita que o bloco vai além de uma simples festa. “O bloco dos puxadores é importante para dar visibilidade aos cantores, em um cenário onde muitos profissionais ainda enfrentam desvalorização e vulnerabilidades em termos de direitos sociais. Precisamos desses momentos de visibilidade para que eles possam conquistar mais autonomia”, finalizou Max Junior, de 24 anos.