A Prefeitura do Rio e o Governo do Estado publicaram nas edições do Diário Oficial, na última quinta-feira, a decisão sobre os dias de carnaval em 2025. A terça-feira é considerada feriado nacional. No caso municipal, haverá ponto facultativo nos dias 28 de fevereiro (sexta), 3 de março (segunda) e 5 de março (quarta de cinzas).
O governo estadual também determinou que órgãos públicos tenham ponto facultativo nos dias 28 de fevereiro (sexta), 3 de março (segunda) e 5 de março (quarta de cinzas).
Vale lembrar que o funcionamento será normal em atividades que não podem ser suspensas.
O atual intérprete da Mocidade Independente de Padre Miguel, Zé Paulo, está vivendo um ótimo momento na escola. Amado pela comunidade, ele se prepara para o segundo ano consecutivo na Verde e Branca da Vila Vintém. Em uma conversa com o CARNAVALESCO, o cantor contou como está sendo essa experiência.
“Eu estou muito feliz aqui, porque com as coisas dando certo pelo segundo ano, e o povo todo cantando o samba, me faz crer que estamos no caminho certo. Agora que faltam duas semaninhas para o carnaval, vou focar ainda mais em deixar tudo mais afiado”.
Zé chegou na Mocidade depois de ter passado 10 anos na Viradouro. Apesar de ser considerado um ídolo na agremiação de Niterói, onde foi campeão em 2020 e vice-campeão em 2019 e 2023, ele saiu de lá penalizado pelos jurados. A escola, no entanto, anunciou que sua saída se deu em comum acordo entre as partes.
“Eu sei do meu potencial, fiquei chateado na época, mas também tenho que saber jogar o jogo, entender o que está acontecendo, tentar fazer uma autocrítica. Fiquei muito feliz com o convite para ser o cantor da Mocidade logo em seguida. A escola representa muito na minha vida por conta da sua grandeza e me sinto muito honrado de estar aqui. Agora tenho que retribuir todo esse carinho, com muito trabalho e dedicação”, comenta ele, sobre o episódio.
Em 2024, a Mocidade apostou em um samba-enredo ousado, que homenageava a fruta brasileira Caju. Apesar de ter furado a bolha carnavalesca e se tornado o samba mais ouvido do pré-carnaval, não agradou aos jurados na avenida.
“O Caju, não só para mim, mas para o carnaval como um todo, é um marco histórico. Me sinto muito feliz por ter feito parte dessa história. Quanto aos jurados, não tem muito o que falar. Estão ali para julgar, e acho que entenderam de outra forma. Um samba como esse merecia uma sorte melhor, até para termos mais sambas diferentes, mas como ele acabou não recebendo notas positivas, vamos sofrer mais um hiato de sambas populares. Mas, é um jogo que temos que saber jogar e entender como funciona”.
Nada disso parece ter abalado o intérprete, que está confiante no potencial do samba escolhido pela Estrela Guia em 2025. “Voltando para o futuro – não há limites para sonhar”, busca conscientizar a humanidade sobre o futuro e aborda as dificuldades que enfrentamos na era da tecnologia, ao mesmo tempo que tem uma letra leve e contagiante.
“Esse ano a gente vem com uma mensagem muito forte. A escola inteira e a comunidade já entenderam perfeitamente essa ideia e vem cantando muito bem. Esperamos que seja um samba funcional no desfile. Eu considero que ele tem uma letra fantástica e uma melodia ótima, que na minha opinião, é para gabaritar. Agora, vamos continuar trabalhando, executando, ouvindo, cantando, para que possamos chegar no dia oficial e fazer o melhor possível”.
Por onde passa, seja nos ensaios de rua, na Sapucaí ou nos eventos na quadra, Zé recebe bastante carinho da comunidade Independente. Muito carismático, ele levanta o público durante os ensaios, incentivando todos a acompanhar o seu canto, além de ser sempre simpático e atencioso com os admiradores que o param para pedir fotos ou abraços.
“Fico feliz com esse carinho. Acho que nasci com o dom de cantar e de estar perto do povo, e me sinto bem em fazer isso. Vou muito além disso, pois creio que tenho a missão de ajudar o próximo, e a música é capaz de fazer isso. Muita gente chega perto de mim e fala que estava triste, depressiva, mas quando me ouviu cantar, melhorou. É todo um conjunto que nos leva para perto da galera. Me sinto privilegiado por ter o mais importante que um artista pode ter: o reconhecimento do seu público. Agradeço também por ter pessoas do meu lado que me fazem trabalhar com tranquilidade. Procuro ser o mais carinhoso possível com eles”.
Quanto ao futuro, o artista ainda não tem certeza do que vai acontecer, mas expressa seu desejo pessoal.
“Eu gosto de trabalho longevos, logo, a minha intenção é permanecer aqui por mais alguns anos. Sei da rotação constante que acontece no carnaval, por conta do julgamento e dos anseios das escolas em ter que dar resultado. Mas o meu desejo é de ficar aqui por bastante tempo e, quem sabe, em um futuro breve, ter um título”.
A Unidos de Vila Isabel anunciou o cronograma de entrega de fantasias para os componentes de oito alas que desfilarão no Carnaval 2025. A retirada acontecerá nos dias 15 e 17 de fevereiro, no barracão da escola, localizado na Cidade do Samba.
No sábado (15/02), das 10h às 14h, os integrantes das alas 16, 18, 24 e 25 deverão comparecer para a retirada. Já na segunda-feira (17/02), das 18h às 21h, será a vez dos componentes das alas 2, 4, 5 e 7.
A apresentação de um documento de identificação com foto é obrigatória para a retirada dos trajes.
Última escola a cruzar a Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, a Vila Isabel levará para a avenida o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”, desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Barros. Com um trem-fantasma desembarcando em um grande baile, a azul e branca promete transformar o medo em festa ao carnavalizar as assombrações do imaginário popular.
Serviço – Entrega de Fantasias
Local: Barracão da Vila Isabel – Cidade do Samba
Data e horários:
• 15/02 (sábado) – 10h às 14h → Alas 16, 18, 24 e 25
• 17/02 (segunda-feira) – 18h às 21h → Alas 2, 4, 5 e 7
O desfile de 2025 ainda nem aconteceu e a Estácio de Sá já começou a pensar na sua equipe para o próximoano. Guiado por um trabalho de barracão excelente, o presidente da escola, Edson Marinho, renovou com o carnavalesco Marcus Paulo para 2026.
“O Marcus está com a gente desde 2024 e vem mostrando uma ligação muito forte com a escola”, comentou o presidente.
O artista foi um dos responsáveis pelo terceiro lugar da escola no carnaval de 2024 e se diz integrado a escola: “Eu estou muito feliz em estar na Estácio e seguir juntos contando histórias do nosso povo para 2026”, comentou.
Outro quesito já confirmado para 2026 é o coreógrafo da comissão de frente, Junior Barbosa, e toda equipe de criação.
A Estácio de Sá desfilará no carnaval 2025 com o enredo “O Leão se engerou em encantado amazônico”.
Para 2025, a Nenê de Vila Matilde propõe uma artística viagem de quase um milênio. A Águia Guerreira volta à Idade Média para contar as origens medievais de festas brasileiras no enredo “Um quê de poesia e um tanto de magia, a arte de encantar o imaginário popular”, que será o sexto a ser apresentado no domingo de carnaval (02 de fevereiro), no Grupo de Acesso.
Para contar um pouco mais sobre o enredo e, também, sobre o trabalho realizado no barracão da onze vezes campeã do carnaval paulistano, o CARNAVALESCO entrevistou Danilo Dantas, carnavalesco da escola, no espaço em que são produzidas as fantasias e as alegorias do desfile matildense, localizado na Fábrica do Samba II, na Vila Guilherme, Zona Norte de São Paulo.
História já contada
Honrando o compromisso de sempre estar ao lado das escolas de samba, o CARNAVALESCO também esteve presente em um evento realizado pela Nenê de Vila Matilde em que o idealizador do enredo explicava a história que será contada na avenida para os compositores interessados em entrar na eliminatória de samba-enredo . Realizado no dia 08 de maio, Danilo também aproveitou para contar do que se tratava o tema.
Empolgado, ele explicou, com riqueza de detalhes, o que seria abordado: “O enredo parece ser complicado, mas não é. Eu aprendi a gostar de carnaval com enredo que tenha consistência, uma boa história. Falar de festas populares seria algo muito simples, e, quando eu comecei a pesquisar manifestações folclóricas no Brasil, descobri que todas elas têm algo em comum: ligações com o tempo medieval. Isso me pegou muito. Fazendo minhas pesquisas, criei esse conto – que tem o contador, o Poeta Trovador, que narra desde a Idade Média. Ele convida a Águia [símbolo da Nenê] para voltar àqueles tempos, com o surgimento do trovadorismo; passa pela chegada ao Brasil com os portugueses e demais europeus, que trouxeram tantos artistas para cá – incluindo os de rua e os mambembes. Todos esses artistas trouxeram muitas informações, histórias e livros, todos com histórias fantásticas da Idade Média. Entre eles, destaque para o livro “Os Doze Pares da França”, que falava sobre a guarda pessoal do rei Carlos Magno. Essa publicação dá origem a uma das principais atividades folclóricas brasileiras, a Cavalhada e o Reisado. É aí que começam a ter as ligações da Idade Média com o Brasil. Através dessa história, surge um grande visionário brasileiro: Ariano Suassuna. Na década de 1970, ele estava muito incomodado com as manifestações folclóricas brasileiras, que estavam perdendo força e sendo muito criticadas – e, aí, ele cria o Movimento Armorial. O armorial vem da Idade Média, mostrando que as manifestações folclóricas brasileiras nascem com uma raiz erudita, mesmo sendo popular. O maracatu, a congada, o cavalo marinho e tantas outras manifestações folclóricas brasileiras bebem do medievalismo – Suassuna percebeu isso com o manifesto e com o movimento”, abordou.
Ao ser perguntado sobre eventuais mudanças no que foi dito em maio, Danilo destacou que nada foi alterado: “Nada foi mexido em relação ao enredo. Desde a proposta inicial até o desenvolvimento, tudo está do jeito que foi falado no dia da apresentação do enredo para os compositores. Tudo se manteve, não mudou nada, graças a Deus. A gente está seguindo à risca todo o projeto. Não incluímos nada, também. Não tem que tirar nem pôr nada”, comemorou.
Alteração prévia
A ideia original do enredo, de acordo com Danilo, teve uma mudança antes mesmo de começar a ser concebido: “Quando eu apresentei o enredo, inicialmente a ideia era para falar sobre o cordel, porque o Cordel sim vem da Idade Média – por meio das feiras medievais, já que os livros e as histórias eram expostos por cordas. Mas, pesquisando mais na história e conversando com um dos nossos diretores, ele perguntou por que a gente não abre mais esse leque para falar de outras manifestações folclóricas do Brasil. Foi aí que a gente, pesquisando, chegou nesse denominador final, fazendo essa ligação, esse pool entre a Idade Média, as festas populares brasileiras e o Movimento Armorial. Foi uma conversa informal, com um dos diretores da escola, que me fez abrir o leque do enredo. Mas, quanto à escola, eu apresentei quase onze propostas de enredo para a escola. A gente ficou em quatro no final e, dessas quatro, foi o que foi mais aceito por todos justamente por falar de brasilidade, por falar de Brasil, falar de história, ter luxo; mas, ao mesmo tempo, ter um colorido, falar de Nordeste. Foi o que foi mais aceito desde o início, inclusive pela Ala das Baianas, que foi uma das primeiras a me dar o aval e falar que queriam esse enredo”, lembrou, destacando a tradicional participação da comunidade matildense.
Difícil?
Uma das principais críticas do universo do carnaval paulistano ao enredo da Nenê está em uma suposta dificuldade para compreender a história que será contada. Danilo tratou de responder e, também, de acalmar os torcedores da escola: “Não tenho dúvida que, com fantasias e carros alegóricos, o enredo vai ficar bem claro. O enredo conta uma história, não é um tema, é o que eu sempre falo. Isso não é um tema, isso é um enredo – e todo enredo tem um conteúdo, tem um destrinchamento. O enredo começa na Idade Média, que é onde começam os primeiros vestígios de arte popular na humanidade. Tudo tem um início, não surge do nada as coisas. O início de todas as manifestações folclóricas do mundo começa na Idade Média, começa nos tempos mais primitivos da humanidade. E não foi diferente, também, com as manifestações populares do mundo, as do Brasil não foram diferentes. O nosso enredo conta a história da arte popular desde a Idade Média e, também, chegando no Brasil. Basicamente é isso. Quando as pessoas falam que não sabem do que a Nenê está falando, eu sempre falo isso. A Nenê fala de artes populares brasileiras. Desde a história, no início da Idade Média, até chegar no Brasil, com o Movimento Armorial, fazendo um compilado de tudo isso. Quando entrar na avenida, todos vão ver um desfile basicamente cara crachá: vão ver Idade Média, vão ver a vinda dos artistas populares de rua chegando no Brasil e vão ver as festas populares que se manifestam no Brasil pelas ruas, pelos guetos, pelos vilarejos do país, que têm ligação com a Idade Média. Todas essas festas que a gente cita no enredo fazem alusão a histórias que aconteciam na Idade Média. É isso que a gente está querendo mostrar para as pessoas: que as festas populares brasileiras têm essa origem medieval. E o Ariano Suassuna pega tudo isso e, quando ele cria o Movimento Armorial, ele mostra para as pessoas que essas manifestações folclóricas do Brasil todas têm uma origem: a Idade Média, a Era Medieval – e esse Movimento Armorial se tornou relevante até hoje no Brasil”, pontuou.
Há, por sinal, uma curiosidade que chamou atenção do carnavalesco durante as pesquisas para desenvolver a temática: “Esse enredo pode ser destrinchado em mais uns três ou quatro, se você parar para pensar. O que mais me deixou curioso é essa ligação que todas as manifestações folclóricas do Brasil têm – principalmente a congada e o reisado. Eles fazem a coroação de um rei, e esse rei é sempre uma alusão a Carlos Magno. Em alguns lugares do Brasil, a Dom Sebastião também, mas a gente preferiu pegar a história do histórico livre ‘Os Doze Pares da França’, que foi muito difundido na cavalhada de Pirenópolis, nas cavalhadas do Brasil inteiro, no reisado e na congada, para mostrar que a coroação de um rei é comum em quase todas as festividades do Brasil. Poucas pessoas param para pensar nisso. Todas as festas, no final, mostram a coroação de um rei. E, quando a gente vai pesquisar a história, vai ver que esse rei, no imaginário das pessoas, é Carlos Magno – que era uma figura mitológica também da Idade Média, que criou uma dinastia lá na Idade Média, e que essas histórias fantásticas dele, a luta dele contra os mouros entrou na cabeça dos brasileiros de uma tal maneira que fez gerar esse monte de manifestações folclóricas no Brasil inteiro. Se você pegar, durante o ano inteiro, todos os estados brasileiros têm manifestações folclóricas que têm ligação com a Idade Média. A gente só pegou um apanhado de algumas festas para poder colocar no enredo, mas ainda tem a representatividade do cavalo marinho, a presença também na festividade do bumba-meu-boi na Idade Média e por aí vai. São muitas histórias, dá para fazer vários enredos com um só condensando tudo isso. Achei bastante curioso”, refletiu.
Prova de que o enredo é de fácil compreensão, na visão de Danilo, é o samba-enredo escolhido pela agremiação: “Os três sambas que foram para a final eram bem descritivos. O que decidiu e o que pesou para esse samba ter sido vencedor foi a melodia. Por ele ser mais para frente, por ele ser mais aguerrido. O refrão do meio tem aquela levada de dois refrões, uma com uma melodia pausada e a segunda mais corrida, mas que tem a mesma nuance. Mas, basicamente, os três sambas tinham esse descritivo: não era uma coisa subjetiva. Todos os sambas que estavam na final contavam bem o enredo. O que diferenciou foi a melodia, foi o jeito mais gostoso, mais malandreado que esse samba tem. O samba é meio cara-crachá, também: se você parar para ouvir e ler o samba, você vai entender o enredo. Isso pesou muito. Meu voto não foi decisivo porque todos da diretoria já sabiam bem do enredo, foi uma coisa meio que inconsciente”, relembrou.
Na avenida
Indo contra uma tendência dos carnavalescos paulistanos para 2025, Danilo destacou que a apresentação matildense terá a divisão tradicional de apresentações de escolas de samba: “”Nosso desfile será setorizado. Nosso nome do enredo setoriza a escola. Um que é de poesia, ‘Um quê de poesia’ é o primeiro setor – que é a Idade Média, a era da Poesia, a era em que as ficavam presas nos castelos. Com a vinda do movimento do trovadorismo, ela sai dos castelos e começa a ganhar os burgos, as vielas dos entornos do castelo. Com a evolução da humanidade, começou-se a fazer impressões – e essas cantigas, que até então eram cantadas, passaram a ser escritas e começaram a ser expostas em cordas nas feiras medievais, para ter acesso a outras pessoas e se tornaram mais populares. No nosso primeiro setor eu falo da Idade Média, da era do trovadorismo. ‘Um Tanto de Magia’ é o nosso segundo setor, que é a vinda dos europeus ao chamado Novo Mundo – e quando eles chegam nas Américas, eles trazem com eles, também, vários artistas. Junto com esses artistas, eles trazem essas histórias fantásticas vindas da Idade Média. Está aí um tanto de magia, porque você começa a colocar a magia nas histórias brasileiras, nas festas brasileiras, no imaginário das pessoas. ‘A arte de Encantar o Imaginário Popular’ é o nosso terceiro setor porque Ariano Suassuna, a partir do Movimento Armorial, faz essa arte encantar o imaginário das pessoas de uma forma mais popular ainda – através de livros, através de filmes, através de encenações. O imaginário popular é o Ariano Suassuna viajando, colocando a Idade Média misturada com o Nordeste, uma coisa muito louca. o Ariano Suassuna era um cara fora da caixinha. No nosso último carro, a gente faz uma reverência ao Movimento Armorial, em que ele faz esse compilado de tudo que ele conheceu na história. Nosso enredo vai ser dividido em três setores”, confirmou.
Para se adaptar à escola no primeiro ano trabalhando na Nenê, Danilo também fez uma pequena alteração no que habitualmente costuma fazer em apresentações: “Eu trabalho sempre com dois setores, mas a Nenê, por específico, já trabalha com três setores. A gente só destrinchou o último, a gente deu uma quebra para poder fazer o Movimento Armorial se tornar um terceiro setor. Na verdade, a gente, nesse terceiro setor, vai ter na avenida Os Guardiões do Movimento Armorial. Eles fazem a abertura do último setor, que é onde entra o maracatu e o reis ado. Poucas pessoas sabem, mas os estandartes do maracatu, a coroação que tem no reisado, são da Idade Média. Os pavilhões de escola de samba, muitas pessoas não sabem, mas eles também vêm das ideias da Idade Média.
Mascote em dose dupla
Historicamente a escola mais ligada a um mascote no carnaval paulistano, a águia da Nenê de Vila Matilde terá participações (no plural) importantes no desfile: “Vão ser duas águias, uma abrindo e uma encerrando. A Nenê sempre tem isso com a águia, sempre ela teve isso. Mas, dessa vez a gente optou por colocar a águia em dois setores, em dois momentos: uma no estilo mais tradicional, de Nenê de Vila Matilde de azul, com as nuances que ela tem; e uma outra no último carro, em que ela vem com um tom diferente de cores – mas que não deixa de ser uma águia. Ela vem abraçando toda essa história e, no final, ela entende tudo. Eu sempre faço uma pergunta no início do enredo, e, nesse ano, ao pegar a sinopse, eu pergunto de onde vem a ligação de todas essas festividades. Por que o brasileiro gosta tanto dessas ligações, dessas festas? A águia volta lá na Idade Média para entender de onde vieram essas ligações. E a águia, no final do desfile, vem fechando esse desfile com a história que ela tanto buscou junto com esse trovador”, contou.
Trunfo e tranquilidade
Ao ser perguntado sobre qual o grande ponto forte da agremiação para 2025, Danilo preferiu repartir responsabilidades: “Eu acho que o conjunto é o nosso grande trunfo. Não tem uma coisa que se destaca mais. O pessoal que vem aqui no barracão sempre fala que não sabe se gostou mais do primeiro ou do segundo carro, e eu sempre falo que eles vão gostar mais do terceiro – porque a gente vai caprichar tanto quanto o primeiro. Eu não tenho um xodó, eu gosto dos três. Mas o que vai pegar o que vai fazer com que ele se sinta representado, são o começo e o final da escola – de formas diferentes. A nossa águia percorre essa história toda junto com o nosso trovador – e ela vai encerrar o desfile, também. isso vai pegar o matildense. A abertura da escola, por mais que seja uma história medieval, uma história luxuosa, dvai ter a leveza da Nenê nas cores.
Por fim, Danilo foi só elogios ao ritmo do barracão matildense: “O andamento do barracão foi bem tranquilo. A gente começou no finalzinho de agosto, no começo de setembro a gente já encerrou o abre-alas. o carro dois, para falar que não encerramos ainda, faltam as águias (que é uma coisa que a gente vai deixar para o final) e o nosso elemento da comissão de frente. De resto, a gente está cem por cento finalizado. Na comissão de frente, as indumentárias já estão prontas, os casais já estão prontos, as composições estão prontas, as fantasias da escola já estão cem por cento encerradas, graças a Deus. Falta um pouquinho de costura pra terminar, e o último carro, aquele último carro, eu tô deixando para o final, também – porque o tecido dele é mais claro eu não queria deixar ele muito tempo exposto também então a gente tem o último carro pra terminar e o carro ainda comissão de frente”, finalizou – é importante destacar que a entrevista foi realizada no dia 24 de janeiro e, desde então, a agremiação, obviamente, avançou na produção do desfile.
Ficha técnica
Enredo: “Um quê de poesia e um tanto de magia, a arte de encantar o imaginário popular”
Componentes: 2.000
Alas: 15
Alegorias: 03
Diretor de Barracão: Cristiano Paixão
Diretora de ateliê: Bruna Moreira (Babalu)
Com enredo em homenagem a Xica Manicongo, considerada a primeira travesti não indígena do Brasil, o Paraíso do Tuiuti confirmou a presença da cantora Pepita como destaque no Carnaval deste ano. A cantora trans virá na segunda alegoria do desfile representando a passagem de Xica na Bahia, no período colonial brasileiro.
Pepita já esteve em um ensaio de rua da agremiação de São Cristóvão e ficou emocionada com a comunidade do bairro da Zona Norte do Rio.
“Foi uma experiência única, onde eu vi todas as pessoas da comunidade LGBTQIA + em um propósito. Vi mulheres trans, gays, drags cantando o samba com muita força, muito querer. As pessoas que eu olhava cantavam com vontade, falando de Xica, como se elas fossem a Xica dessa nova era, o que me marcou muito. Me deixou emocionada, pensei “é sobre isso.” É um enredo desafiador, falar da nossa comunidade, pois sempre é cercada de muito preconceito. Então ver uma comunidade na segunda-feira no meio da rua exaltando o nome da Xica Manicongo foi surreal. Fiquei muito feliz e empolgada”, afirmou a artista.
O Tuiuti será a segunda escola a desfilar na terça-feira de Carnaval. O tema é desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos.
Outras lideranças trans também confirmaram presença no desfile, como as deputadas federais Érika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG); Indianarae Siqueira, fundadora da CasaNem; Eloína dos Leopardos, travesti e primeira rainha de bateria do Carnaval.
Muitas vezes, o ensino médio parece um redemoinho de tarefas de casa, projetos, testes e atividades extracurriculares. Equilibrar todas essas obrigações pode fazer com que alguém se sinta sobrecarregado; sem uma estratégia bem definida, as tarefas de casa podem se acumular facilmente. Fazer um cronograma de tarefas de casa ajuda você a controlar melhor seu tempo, diminuir seu estresse e garantir que você faça todas as suas tarefas sem prazo. Esta postagem o guiará por como criar um calendário de tarefas de casa adequado para você, para que você possa abordar as tarefas com confiança.
Se você acha difícil entender seu dever de casa, as ferramentas de Gauth podem simplificar conceitos rapidamente difíceis. O desempenho econômico, no entanto, depende principalmente da sua capacidade planejada de forma sustentável e gerenciando seu tempo. Vamos começar com como criar um calendário que garanta que você maximize o uso do seu tempo de estudo e o mantenha no caminho certo.
Por que alguém deve ter um cronograma de tarefas de casa?
Você pode questionar se um cronograma de dever de casa é realmente essencial. Na verdade, é uma resposta. Aqui está uma justificativa:
Sem uma estratégia bem definida, é fácil adiar o trabalho escolar e acabar estudando antes do prazo. Um calendário força você a dividir seu trabalho em partes razoáveis, evitando assim a procrastinação.
Ter um cronograma garantido de tempo adequado para dar prioridade máxima a cada tópico e ajuda a evitar atrasar tarefas e ficar sobrecarregado.
Saiba exatamente que você precisa trabalhar e quando começar a reduzir sua probabilidade de sentir ansiedade ou tensão antes do prazo.
Estabelecer um cronograma claro ajuda você a se concentrar, trabalhar bem e produzir melhores resultados.
Como é possível elaborar um plano de lição de casa viável?
Um cronograma oferece boas técnicas de gerenciamento de tempo que você pode usar por toda a vida e não apenas ajuda a terminar tarefas.
Liste seus prazos e prioridades
Passe algum tempo considerando o quadro geral antes de começar a planejar sua lição de casa. Liste todos os cursos ou matérias que exigem lição de casa e marque os prazos para cada projeto.
Anote todas as suas aulas: inglês, aritmética, ciências, etc.
Anote para cada assunto tarefas de casa, questionários ou projetos futuros com prazos.
Diferentes matérias podem exigir tempos diferentes. Certifique-se de prestar atenção em quais aulas exigem mais trabalho.
Depois de enumerar todas as suas tarefas de casa e prazos, você saberá exatamente quanto tempo precisa dedicar a cada matéria.
Crie objetivos razoáveis
Sabendo o que você tem que fazer agora, crie objetivos razoáveis e atingíveis para cada sessão de estudo. Aqui está o processo:
Divida grandes projetos em tarefas menores em vez de considerar um esforço unilateral. Se você tem um artigo de pesquisa, por exemplo, divida-o em pesquisa, esboço, escrita e edição.
Seu objetivo deve ser realmente específico. Por exemplo, esforce-se para “completar 10 problemas de prática” ou “revisar conceitos do capítulo 3”, em vez de simplesmente “estudar matemática”.
Projete quanto tempo cada tarefa levará. Seja razoável; se uma tarefa leva muito tempo, você não deve esperar concluí-la em trinta minutos. Tempo suficiente ajudará você a evitar a pressa.
Estabelecer objetivos bem definidos para cada sessão de estudo garante sua organização e concentração.
Elaborar um calendário de tarefas equilibrado
Equilibrar suas tarefas é crucial. Você não deseja desconsiderar os outros e se sobrecarregar com horas de pesquisa para um tópico. Seu tempo deve ser dividido assim:
Use um calendário ou planejador; ver seu calendário ajuda você a cumpri-lo. Esquematize suas tarefas semanais usando um calendário digital ou um planejador impresso. Certifique-se de incorporar projetos ou testes de longo prazo, bem como dever de casa diário, que é uma tarefa de curto prazo.
Crie blocos de tempo fora do seu cronograma de dever de casa. Para inglês, por exemplo, estabeleça 45 minutos; então, faça uma pausa de 15 minutos e depois 45 minutos para matemática.
Uma das melhores técnicas é a Pomodoro. Trabalhe 25 minutos e depois descanse cinco minutos. Quatro sessões depois, faça uma pausa maior.
Mesmo que você deva seguir seu calendário, a vida pode interferir. Quando necessário, seja adaptável e adaptável. Se você terminar mais cedo ou se algo demorar mais do que o esperado, evite se estressar; simplesmente mude seus planos conforme necessário.
Mantenha-se no seu calendário
Fazer um calendário é simples; a verdadeira dificuldade é mantê-lo. Essas ideias ajudarão você a manter o alvo:
A chave é a consistência. Crie uma agenda que se encaixe em você. Todos os dias eu estudo no mesmo horário para desenvolver um hábito.
Procure um lugar tranquilo para trabalhar. Para cortar distrações, coloque seu telefone em outro cômodo ou em silêncio. Aplicativos ou sites como Gauth podem oferecer aprendizado direcionado e livre de distrações se você precisar de ajuda para permanecer concentrado.
Registre seu avanço. Reveja seu calendário no final da semana para descobrir se você cumpriu seus objetivos. Se não, descubra o porquê e mude sua abordagem.
Seguir seu calendário de deveres de casa ajuda você a desenvolver bons hábitos de estudo e simplificar a conclusão de suas tarefas.
Use os recursos conforme necessário
Às vezes, mesmo os melhores planos não podem ajudar a entender uma ideia quando se está com dificuldades. Este é um momento para fazer bom uso de seus recursos. Por exemplo, Gauth é um ótimo aplicativo que oferece suporte rápido, alimentado por inteligência artificial, para permitir que você conclua tarefas de casa. Use qualquer dúvida ou ideia em que você se encontre preso para obter assistência adicional.
Considerações finais
Gerenciar sua carga escolar e diminuir o estresse depende de você desenvolver um cronograma de dever de casa funcional. Você pode manter o controle de seu trabalho escolar e aumentar sua produção avaliando suas tarefas, criando metas bem definidas e programando seu tempo de forma eficiente. Lembre-se de que um bom cronograma depende principalmente de reflexão regular, adaptabilidade e consistência. E tenha em mente que Gauth pode oferecer suporte rápido e competente para melhorar seu aprendizado se você precisar de ajuda com seu dever de casa.
Um cronograma de dever de casa cuidadoso e razoável pode ajudar você a equilibrar as obrigações do ensino médio e liberar mais tempo para seus outros interesses e para si mesmo. Aproveite seus estudos.
A União de Maricá realiza nesta sexta-feira mais um ensaio de rua, às 20h, na Passarela do Samba Adélia Breve, no Centro de Maricá. A concentração será em frente à loja Casa & Vídeo, na Rua Abreu Rangel, 420. Este será o penúltimo treino da escola antes do desfile oficial na Marquês de Sapucaí, pela Série Ouro.
No último domingo, a escola participou do ensaio técnico na Sapucaí, onde recebeu elogios pelo desempenho. O cronograma de ensaios mantém o foco no canto da comunidade, na evolução da harmonia e no alinhamento do conjunto visual. A preparação segue com o objetivo de conquistar o título da Série Ouro e garantir o acesso ao Grupo Especial.
A União de Maricá será a sexta escola a desfilar na sexta-feira, apresentando o enredo “O cavalo de Santíssimo e a coroa do Seu 7”, do carnavalesco Leandro Vieira.
A contagem regressiva para o desfile oficial está aberta e a Porto da Pedra segue firme na preparação para sua apresentação que acontecerá no dia 01 de março quando, junto com a comunidade gonçalense, promete empolgar o Sambódromo com o enredo “ A História que a Borracha do Tempo Não Apagou”, enredo do carnavalesco Mauro Quintaes que narra a tentativa de Henry Ford em montar uma cidade nos moldes norte-americanos dentro da Amazônia, chamada Fordlândia.
Para esta semana, a vermelha e branca realiza mais uma ensaio em sua quadra com todos os segmentos e alas da comunidade, a partir das 21h. Wantuir, Mestre Pablo e a bateria Ritmo Feroz, embalam os foliões que, após o treino, curtem o já tradicional Pagode do Presidente com o grupo Vem pro Meu Ritmo. Na edição desta quinta, 13 de fevereiro, o grupo Sigilo faz uma participação especial na roda de samba que não tem hora para acabar.
A entrada é gratuita e a classificação é livre. A quadra da Porto da Pedra fica na Travessa João Silva, 84 – Porto da Pedra.
Serviço: ensaio comunitário Porto da Pedra e Pagode do Presidente
Data: 13 de fevereiro, quinta-feira
Atrações: bateria Ritmo Feroz, Wantuir, Vem pro Meu Ritmo; participação especial Grupo Sigilo
Horário: 21h
Valor: grátis
Classificação: gratuita
Na noite da última quarta-feira, a Primeira da Cidade Líder foi a primeira escola de samba a levar seus carros alegóricos para o Sambódromo, onde no dia 22 de fevereiro desfilarão pelo Grupo de Acesso 2 do carnaval de São Paulo. Mais do que as horas madrugada adentro para realizar o transporte, a data ganha um significado ainda mais especial levando em consideração que há cerca de dois meses a agremiação perdeu todas as alegorias e adereços em um incêndio. Depois de renascer das cinzas, a escola mostrou que a força de sua comunidade é maior que qualquer tragédia, chegando no Anhembi carregada não apenas de alegorias, mas também de esperança e fé.
Os trabalhos realizados na Fupe tiveram a ajuda de integrantes da Cidade Líder, amigos compositores que assinam o samba da escola para 2025 e a presença do homenageado do enredo, Pai Tinho, que fez questão de acompanhar a chegada das alegorias na concentração do Anhembi. A conclusão desta etapa marcante do processo de redenção da Líder foi acompanhada pelo CARNAVALESCO, que conversou com o diretor de carnaval Rodrigo Minuetto sobre o sentimento de ver o trabalho de reconstrução enfim indo para o Sambódromo.
“Com lágrimas no rosto, é uma alegria conseguirmos. Não está fácil ainda porque ainda estamos com muita dificuldade financeira. Nós perdemos todas as alegorias e tivemos que gastar um dinheiro muito maior do que imaginávamos que gastaríamos para refazer, mas é uma emoção gigante. Nós só temos a agradecer a todos que ajudaram, as escolas que prestaram apoio, aos fornecedores que prestaram apoio, que nos ajudaram de uma certa forma, deram materiais, diminuíram o custo do material para nós, ajudaram dessa forma. Nós temos muitas pessoas que ajudaram, então só assim que vamos conseguir chegar. E a equipe que conseguimos montar para fazer o carnaval também, refazer esse carnaval todo em um mês e meio e o resultado é esse. As pessoas que forem ao Anhembi no fim de semana já vão acompanhar, se Deus quiser, as nossas alegorias já montadas e no sábado já dando retoques para no dia 22 nós estarmos passando, se Deus quiser, maravilhosamente bem”, declarou emocionado.
Os desafios encarados pela Primeira da Cidade Líder vão além de simplesmente reconstruir as alegorias. Os custos envolvidos em torno de tudo que aconteceu são elevados e geram receios quanto ao futuro, e para Rodrigo o resultado do carnaval de 2025 pode ser determinante para os anos seguintes da escola.
“É o que eu costumo falar para o nosso povo: esse ano está sendo muito difícil financeiramente e a escola está quebrada financeiramente então como o nosso enredo de Oxóssi, nós só temos uma única flecha e ela tem que ser certeira, igual a de Oxóssi. Nós precisamos vencer, a escola precisa vencer para no próximo ano pelo menos conseguirmos equilibrar as contas. Se não conseguirmos vencer esse carnaval, vai ser muito difícil para nós nos próximos anos, financeiramente, para conseguirmos colocar a escola na pista de novo, pode acarretar muitos problemas futuros para a nossa escola. Eu não sei para o resultado do carnaval nos outros anos, eu não sei como que pode ser, mas a luta é essa, faz parte do carnaval”, afirmou.
Rodrigo citou que nesta quarta também ocorreu um incêndio que destruiu as fantasias de três escolas de samba no Rio de Janeiro. O diretor fez um paralelo com o que aconteceu com a Cidade Líder e aproveitou para agradecer as coirmãs que cederam materiais para a reconstrução das alegorias da escola.
“Muitas escolas já pegaram fogo, inclusive hoje no Rio de Janeiro três escolas perderam suas fantasias. Eu acredito que perder as fantasias seja até pior do que as alegorias porque alegorias com um mês e meio você consegue reconstruir igual nós conseguimos, agora fantasia, dependendo da quantidade, não consegue refazer. Isso é muito triste, nós também sentimos muito a dor deles porque além de perder os carros, nós perdemos o galpão também, que nem é nosso, e vamos precisar pagá-lo. Nós tivemos um prejuízo de mais ou menos R$ 1 milhão, R$ 1,5 milhão por causa do galpão, que precisamos reconstruir porque não é nosso, é de uma outra escola de samba. Tem as alegorias, que infelizmente nós perdemos. Não temos mais os carros, eles já foram até cortados, torceram todos os ferros, não tem mais nada. Nós vamos desfilar esse ano com carros emprestados das escolas coirmãs, inclusive de uma que disputa junto conosco. É melhor eu não citar nenhuma escola para não ser injusto com ninguém, mas a todo mundo nós só temos a agradecer de coração, como foi no nosso ensaio técnico, com o discurso emocionado que nós fizemos e tenha certeza de que hoje também é um dia emocionante para nós”, comentou.
A Cidade Líder optou por focar integralmente nos trabalhos de reconstrução para conseguir realizar os trabalhos com sucesso. O diretor exaltou o compromisso da comunidade neste momento de redenção, relembrando o desempenho da escola no ensaio técnico realizado no Anhembi.
“Hoje cedo o Guilherme Cruz, parceiro nosso de samba-enredo, mandou no nosso grupo umas imagens inéditas do nosso incêndio, que só ele tinha feito no dia, e falou: ‘rapaziada, hoje é o dia de vocês, vão lá e arrebentem!’. Por isso que eu estou emocionado, mas é isso. Nossa ideia foi apenas trabalhar, trabalhar, trabalhar para conseguir acabar. Ainda não estamos totalmente prontos, ainda tem umas pinturas para fazer, mas nós estamos preparados. Chegou o nosso ano, nós estamos preparados para chegar no Grupo de Acesso 1. Nós estamos nesse grupo há seis anos, a escola está preparadíssima. Fizemos um grande ensaio técnico, foi bom demais! A escola está cantando, nós estamos ajustando só as coisas que precisam ajustar, inclusive sábado nós temos mais um ensaio de ala em que vamos fazer uns testes. Podem esperar uma Líder madura para chegar no Grupo de Acesso 1 e se Deus quiser ficar lá para se preparar para ir para o Grupo Especial. Nós vamos chegar lá com muita fã em Deus”, disse.
Dia do incêndio: a salvação dos Exus
Rodrigo Minuetto explicou para a reportagem o que aconteceu no dia do incêndio no barracão das alegorias da Primeira da Cidade Líder. O diretor agradeceu a um funcionário que estava presente no local e conseguiu se salvar sem ferimentos.
“Houve uma perícia no local e foi comprovado que foi uma pane elétrica, curto-circuito dos fios. Nós não sabemos se a voltagem não suportou as máquinas de solda, dessas coisas, e acabou que esquentou os fios, derreteu eles e começou a pegar fogo, foi isso que aconteceu no barracão lá. Nós saímos de lá, inclusive estava eu e o Murilo, saímos de lá e o incêndio, uma hora depois, acordou o nosso parceiro. Quero aproveitar e mandar um beijo para o meu amigo Edinho, que é um dos nossos parceiros aqui da escola e que estava lá no local, ele estava dormindo lá no dia. Ele acordou xingando os caras achando que tinham deixado a luz ligada, só que os caras não deixaram a luz ligada. Quando ele saiu para ver, era um incêndio que estava consumindo o barracão todo. Graças a Deus ele está vivo e está conosco aqui hoje. Nós só temos a agradecer ao Edinho, graças a Deus ele está vivo. Graças a Deus ninguém ficou ferido, isso que é o mais importante, e graças a Deus a escola conseguiu superar. Nós vamos fazer um desfile de superação mesmo. Com toda a dificuldade que ainda estamos sofrendo, nós vamos fazer um desfile de superação”.
Mesmo diante da tragédia, Rodrigo fez um relato surpreendente do que encontrou quando pôde enfim entrar no local e constatou que as fantasias armazenadas não foram afetadas.
“O incêndio foi no dia 4 de dezembro e o nosso planejamento era de entrega no dia 20 de dezembro. Naquela semana já estávamos em processo de finalização do Abre-alas e íamos entrar para o processo de finalização do segundo carro. Nós íamos virar o ano com as duas alegorias totalmente prontas já, estava tudo muito tranquilo. Para nós um baque, um choque porque você estar com duas alegorias prontas… Quando eu chego no barracão eu olhei pelo lado de fora porque o bombeiro não nos deixou entrar. Eu olhei para dentro e falei: ‘meu Deus’. Só torci para o Abre-alas não ter queimado, torci muito. Falei: ‘meu Jesus Cristo, tomara que o Abre-alas não tenha queimado’. A única coisa que não queimou por completo no Abre-alas foram os Exus que tinham na frente. Foram esses Exus que não deixaram pegar fogo na parte da frente do barracão, das outras coisas que tinham fantasias e tudo. Foram esses Exus, nas costas deles, que seguraram. Derreteram a escultura inteira, mas os rostos das esculturas ficaram intactos. Do fundo delas para trás os dois carros estavam totalmente queimados. Para nós foi um baque, um choque”, revelou.
O processo de reconstrução das alegorias da Primeira da Cidade Líder procurou seguir as ideias do que a escola concebeu no projeto original, conciliando com os recursos oferecidos por outras escolas. Rodrigo destacou o carinho com o qual a equipe de barracão cuidou de todo o processo que resultou nos carros que partiram nesta quarta-feira para o Anhembi.
“Fomos conversar com a Liga, ela prestou apoio e falou: ‘vocês vão fazer o carnaval, vão disputar’. Vamos lá então, vamos refazer o projeto. Começamos o projeto no mesmo dia, e aí vem aquele lance: o que dá para reaproveitar do que queimou? E aí nós fomos. Tivemos vários parceiros que nos ligaram, várias escolas. A Liga e tanto as escolas da Liga quanto as escolas da UESP ligaram para nós. Nós refizemos o carnaval em cima do que conseguimos pegar das outras escolas. Nós tentamos manter as idéias originais dos dois carros. O Abre-alas nosso é a África, o reino de Queto, e o último carro é Oxóssi renascendo nas matas do Brasil, é uma grande mata, vai ser um carro muito bonito onde vem a escultura de Oxóssi. Pegamos as esculturas das pessoas que nos ajudaram e refizemos o projeto em cima do que conseguimos. Os outros dois carros eram lindos também, mas o carinho foi bem diferente da gente fazer, o gosto foi bem diferente de fazer esse carnaval. Eu acho que a dificuldade fez com que a equipe também trabalhasse com mais amor. Nós precisamos conseguir esse lance da superação, foi isso que motivou todo mundo”.
O diretor aproveitou para agradecer a toda a equipe da Primeira da Cidade Líder que participou desta redenção a qual a escola conseguiu alcançar.
“Eu quero agradecer a equipe também, que é a equipe de serralheria, equipe de madeira, a equipe de forração, de decoração. O nosso carnavalesco Cristiano Oliveira também que ficou enlouquecido, ele ainda está pirado. Hoje as alegorias estão saindo aqui e ele acabou de me perguntar: ‘você tem certeza de que não está precisando de nada? Você tem certeza de que o carro está legal? Eu estou preocupado de prejudicar vocês’. É a estreia do Cristiano no carnaval da Liga, ele sempre fez escolas da UESP. O Cristiano, além dele ser carnavalesco, ele é médico, olha que loucura! É a estreia dele, já dá para ele estrear no Especial, já fez quatro carros! Já dá não, senão vão ficar de olho no meu carnavalesco. Também quero agradecer o nosso carnavalesco Ewerton, que em todo momento esteve conosco no projeto nas ideias, nunca nos abandonou também, a equipe primordial. Meu irmão é um cara que até me emociono de falar, que é um cara guerreiro pra caramba, não deixa a barca cair. O cara que me enche o saco, parece até que é meu chefe, mas é um cara que é guerreiro também. Nosso presidente Mário, nossos parceiros compositores também, os caras não abandonaram a barca em nenhum momento. É isso, agradecer todo mundo que ajudou, sem exceção, igual foi no nosso ensaio técnico. Nós não temos palavras para agradecer. Obrigado por tudo. Vai dar tudo certo, se Deus quiser. Como o Oxóssi, a flecha tem que ser certeira, não tem para onde correr”, disse.
Um recado de Rodrigo Minuetto para a comunidade da Primeira da Cidade Líder
“Quero mandar um recado para todo mundo. Agradecer pelo ensaio que fizemos, por tudo que vocês fizeram por nós depois do incêndio, pelo que já faziam por nós em todos esses anos. Agora depois do incêndio, todo mundo deu a mão, se uniu e foi. Fizemos um baita de um ensaio, nós estamos reforçando o que dizemos no ensaio, arrumando o que achamos que tem que arrumar, e podem ter certeza: a Cidade Líder está madura e nós estamos preparadíssimos para chegar no Grupo de Acesso 1. Chegou a nossa hora, nós sentimos a cada segundo que passa que chegou a nossa vez. Chegou a nossa hora e nós vamos fazer o possível e o impossível, respeitando todas as escolas, para conseguir o campeonato. Essa é a nossa ideia, ganhar esse carnaval, na força do Ofá de Oxóssi, se Deus quiser”, concluiu com determinação.