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Com samba e casal como destaques, Gaviões da Fiel fazem ensaio contagiante que o carnaval de São Paulo esperava

Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Lucas Sampaio, Gustavo Lima, Naomi Prado e Nabor Salvagnini)

Os Gaviões da Fiel surpreenderam na escolha do enredo “Irin Ajó Emi Ojisé – A Viagem do Espírito Mensageiro”: pela primeira vez, a agremiação faria um desfile com temática afro. A escolha do samba-enredo também foi marcante, com a instituição elegendo o que era, para muitos, a melhor canção da safra. Nas apresentações fora de quadras (no minidesfile e nos dois primeiros ensaios técnicos), entretanto, a sensação é de que a obra ainda não tinha alcançado o teto do potencial que possui. Na terceira ida ao Anhembi, realizada neste sábado (15 de fevereiro), enfim a verve dos Gaviões se fez presente, com um samba na boca dos componentes, uma Harmonia competentíssima e quesitos fortes. No desfile, a Torcida Que Samba será a quarta a desfilar no sábado de carnaval (01 de março).

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Sempre acompanhando tudo que envolve as escolas de samba, o CARNAVALESCO acompanhou o último ensaio técnico dos Gaviões da Fiel no Anhembi e analisou, quesito a quesito, a apresentação:

Comissão de Frente

GavioesDaFiel et Comissao 2

Os coreografados por Helena Figueira avançaram um pouco mais na apresentação da coreografia para o desfile. Apenas um integrante, postado em cima de um baobá em um tripe alegórico, não tem grande ligação aparente com os demais. Na base de tal elemento, ficam, sempre, ao menos dois integrantes da comissão de frente. A grande maioria, por consequência, apenas sobe no tripé em uma parte determinada da dança, ficando muito no chão – e executando uma dança bastante expressiva na passarela. Dos que ficam quase que o tempo inteiro tocando o asfalto, destaque para dois integrantes: um que recebe uma vassoura (que aparenta ser um cetro) e outro que vai à frente dos demais em diversos momentos da apresentação. Vale destacar, também, que o local em que as peças que aparentemente representam as máscaras africanas que norteiam o enredo não trouxeram problemas para se desencaixar – algo que foi visto em determinados momentos dos primeiros ensaios técnicos.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

A dupla formada por Wagner Lima e Carolline Barbosa foi mais uma a vir inteiramente nas cores da agremiação: enquanto o mestre-sala estava majoritariamente de preto, a porta-bandeira tinha uma indumentária repleta de branco com detalhes mais escuros. Wagner, como de praxe, executou passos de samba extremamente rápidos, com pulos inclusos e a já tradicional segurada no terno. Carol acompanhou o ritmo alucinante do companheiro, girando bastante e de maneira bastante célere. O sincronismo entre ambos também está afiado, como a pouca distância entre o pavilhão e o mestre-sala (sem se tocar em momento algum) reflete. A apresentação no segundo módulo, em especial, certamente está entre os melhores de todos os casais de mestre-sala e porta-bandeira do ciclo.

GavioesDaFiel et PrimeiroCasal 2

Cientes do bom desempenho na pista, a dupla aproveitou para falar sobre outros temas pertinentes aos Gaviões: “Foi bom ver toda a comunidade cantando, conseguindo conectar com a nossa coreografia e acertar os últimos pontos, foi muito bom. O Sol ficou no último domingo, hoje conseguimos melhorar os nossos posicionamentos de entradas e saídas do jurado”, destacou Carol. Wagner relembrou que o sábado também teve um compromisso anterior para a Torcida Que Samba: “Hoje, como o jogo do Corinthians foi antes, a galera conseguiu ver todo mundo, com a pista seca. O horário, o sábado de tempo agradável também. Foi só arrumar detalhes, algumas coisinhas, mas conseguimos sentir mais o chão da escola. A escola cantou legal, sentimos a arquibancada junto com a gente cantando o samba. Hoje foi mais para conhecer o Anhembi. Falamos em outro dia que o Anhembi vai mudando, e hoje você já vê a cor dos camarotes, eles mais arrumados, você vê onde abre para os jurados, vê o posicionamento. Começamos a nos achar mais no último ensaio por conta do Anhembi estar mais arrumado e a comunidade estar mais em peso, isso ajuda bastante”, detalhou Wagner

Harmonia

Os Gaviões da Fiel, novamente, usaram e abusaram da própria história para empolgar os componentes desde a Concentração. Com clássicos como “As Cinco Deusas Encantadas na Corte do Rei Gavião” (2003), “A Saliva do Santo e o Veneno da Serpente” (1994, reeditado em 2019), “Coisa Boa é Para Sempre” (1995) e os indefectíveis Hino do Corinthians e Hino da Resistência, a ala musical dos Gaviões, comandada por Rafael Malva, popularmente conhecido como Rafa do Cavaco, executou uma nova introdução para o samba-enredo, com início apenas nas cordas e com Ernesto Teixeira chamando a escola enquanto o restante carro de som entoa um canto de lamento e emenda no refrão de cabeça do samba-enredo – muito bem ensaiada, por sinal. A emoção foi tanta que todos os ritmistas deixaram os instrumentos no chão e se abraçaram. E a escola, enfim, teve o desempenho que se esperava com um samba-enredo tão elogiado: o canto foi bastante forte e quase que inteiramente uniforme. A já citada ala 10, Máscara Bamileque, teve um salto no canto bastante perceptível – muito embora ainda não esteja no nível da ala 12, Máscara Kwele, por exemplo – por sinal, uma das que apresenta o canto mais forte em toda a agremiação.

Ernesto Teixeira, intérprete da escola desde 1985 e eternamente a Voz da Fiel, teve a mesma visão: “Mais um um ensaio técnico, a gente vem crescendo bastante. Acho que hoje aqui foi o ápice. Já praticamente todos os componentes, tudo ‘cronometradinho’, o povo cantando o samba. Agora é esperar o dia do desfile principal com a fantasia e com os cargos alegóricos. Mas pelo que a gente viu aqui, os Gaviões estão bem organizados”, resumiu.

GavioesDaFiel et InterpreteErnestoTeixeira 1

Alexander dos Santos refletiu sobre todo o ciclo carnavalesco: “Eu acho que o maior orgulho é o crescimento do trabalho. Nós pegamos um tema novo, um samba novo, um samba diferente, um samba gostoso, que você ouve que não enjoa. A comunidade foi abraçando e o trabalho foi crescendo. Nós pegamos horários diferentes, teve chuva no primeiro ensaio técnico, Sol de mais de 30°C no segundo. Eu acho que o trabalho cresceu com o passar do tempo e acho que terminamos com o melhor ensaio técnico que fizemos dos três. Eu acho que a escola está muito bem-preparada hoje, o contingente foi muito grande. Acho que chegamos muito fortes e preparados para brigar. No dia, tudo pode acontecer dentro da pista, nós sabemos, estamos no carnaval há algum tempo, mas nós chegamos muito confiantes no trabalho que fizemos nessa jornada”, comentou.

Mestre Ciro Castilho, comandante da Ritimão, bateria da escola, também gostou do que viu: “Eu avalio como muito positivo hoje. Viemos com aquela energia, o astral talvez que estava faltando. A gente avalia como muito positivo hoje”, sintetizou.

Evolução

GavioesDaFiel et AlaDasCriancas

Cobrava-se um canto mais uniforme dos Gaviões e ele apareceu no último ensaio técnico da Torcida Que Samba. A Evolução, que nunca foi um grande problema para a agremiação no ciclo, melhorou ainda mais na apresentação. A reportagem notou que os desfilantes, com a autoestima elevada por sentirem que o samba estava funcionando, brincaram ainda mais na avenida – além, é claro, de fazer movimentos predeterminados e movimentar muito os adornos que cada ala levava.

Samba

O canto forte da instituição já é um excelente indicativo do quanto o samba-enredo também funcionou. Ainda mais segura, a Ritimão, comandada por mestre Ciro Castilho, sustentou muito bem a canção e seguiu com a característica de estar um pouco mais cadenciada que em anos anteriores. Já o carro de som da instituição, comandado novamente muito bem por Ernesto Teixeira, apresentou uma novidade: no refrão do meio, os integrantes começaram a cantar um “ôôôô” bastante melódico que abrilhantou ainda mais a obra – tida como muitos como a melhor de todo o carnaval de São Paulo em 2025. Um teclado também se fez presente no carro de som, acompanhando a canção.

Ernesto destacou o trabalho feito pela agremiação: “É o trabalho do Rafa do Cavaco, nosso diretor musical, em parceria com o maestro Valdir dos Santos. Aí tem o Picuta, tem o Dodô, tem o Beba, só a parte de cordas. Teve também as meninas, a Fernanda Souza, a Fernanda Borges, a Zanza e a velha guarda dos Gaviões, que é o Luciano, o João 10, que já vem comigo há vários anos, e também tem o Iago que está começando vindo com a gente. É uma família que nós estamos formando. Este ano o samba pedia vozes femininas para fazer abertura e para dar um clima ainda melhor. Foi o que a gente fez e está dando certo, comentou.

GavioesDaFiel et Baianas 2

Alexander contou como algumas palavras pouco comuns foram, pouco a pouco, corrigidas: “Foi um trabalho de formiguinha, um trabalho de meses. Quem está no carnaval sabe que os componentes vão chegando depois do Natal, vão chegando depois do Ano-Novo. As palavras foram trabalhadas semana a semana, com o componente chegando, pedindo para o componente cantar, mandar áudio cantando. Foi uma experiência totalmente nova para mim e para a entidade. Nós fizemos um trabalho de telão na quadra corrigindo palavras, parando as palavras. Chegamos com a escola muito confiante de cantar todas as palavras, mas foi uma novidade toda na jornada. Acho que chegamos muito confiantes no último ensaio técnico porque essa jornada toda de aprendizado com o samba foi muito legal”, relembrou.

Alguns trabalhos especiais também foram destacados por Ciro: “Estamos gostando tanto de trabalhar esse samba. Uma parte que não é refrão, por exemplo (‘aos nossos filhos, herdeiros de Luanda’), virou uma parte muito forte do samba. Não foi nada imposto, é uma coisa que naturalmente acabou saindo. Portanto, para nós, está sendo muito prazeroso trabalhar esse samba. Acho que segurar o andamento dele é importante na largada. É para ser mais cadenciado e executar as bossas direitinho, com bastante técnica. Os arranjos estão muito legais, também. Tem tudo para dar certo”, pontuou.

Outros Destaques

Pela segunda vez em um ensaio técnico nos Gaviões da Fiel, Sabrina Sato, rainha de bateria, estava presente. Um pandeirista a acompanhava, tal qual Neusa Andrade, mãe de Wilsinho, antigo diretor de bateria dos Gaviões que desfila à frente da Ritimão para homenagear o filho.

GavioesDaFiel et MestreCiro 3

À frente da agremiação, além da diretoria da Torcida Que Samba, também estava a atriz Alessandra Negrini, corinthiana que costuma ser vista na Neo Química Arena e é rainha do Acadêmicos do Baixo Augusta, dos mais tradicionais blocos paulistanos.

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Canto da comunidade do Grajaú é destaque na Estrela do Terceiro Milênio

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Lucas Sampaio, Will Ferreira, Naomi Prado e Nabor Salvagnini)

No penúltimo dia da temporada de ensaios técnicos, a Estrela do Terceiro Milênio encerrou o ciclo, realizando o seu terceiro. O treino foi destacado pelo forte canto da comunidade do Grajaú. A garra colocada na pista dos componentes na força da obra é algo que vem crescendo cada vez mais. Outros destaques ficam para a manutenção do desempenho do casal e o entrosamento da dupla Grazzi e Darlan. Uma situação de evolução ocorreu na altura do setor C, no qual a escola deve se atentar.

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‘’Foi bom ensaio, conseguimos acertar algumas coisas que tinha que acertar, a galera cantou muito, dançou muito, os quesitos estão equilibrados, que é o que todos queriam. Pedimos para todo mundo fazer as coisas com tranquilidade, fazer a parte de critério de julgamento. Nós gravamos todo o ensaio, vamos ver os detalhezinhos para chegar no dia 1 e resolver o que tem que resolver”, declarou o diretor de carnaval Carlão.

Comissão de frente

A ala, que é coreografada por Régis Santos, apresentou algo totalmente diferente do que foi visto nos dois primeiros ensaios. Anteriormente, a encenação era inteiramente feita em cima de um grande elemento alegórico, mas neste sábado a escola não o levou para o Anhembi. A equipe do CARNAVALESCO apurou que o ‘tripé’ se encontra na Fábrica do Samba para ajustes na decoração para o desfile.

TerceiroMilenio et Comissao1 3

A coreografia foi bem diferente: Obviamente, feita inteiramente no solo, os bailarinos dançavam e realizavam passos com sincronia. Apresentava a escola e saudava o público. O ápice mesmo era quando todos os componentes da ala se juntavam e abriam um enorme bandeirão com estampa colorida e florida.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Vestidos com uma criativa indumentária de Freddie Mercury e Madonna, estilo anos 80, o casal Arthur e Waleska, que havia sido destaque no ensaio anterior, também conseguiram um grande desempenho no ensaio em todos os módulos, especialmente do segundo em diante. Souberam mesclar muito bem a criativa coreografia dentro do samba com os giros.

TerceiroMilenio et PrimeiroCasalWaleskaArthur

Dentro dos três ensaios técnicos que o Grajaú realizou, Waleska classificou o desta noite como o melhor deles. “Eu amei o ensaio hoje, de fato foi o melhor de todos contudo eu gosto muito de ensaiar e se pudesse ter mais uns cinco ensaios técnicos gerais, eu acho que seria bom para o dia. Deixarei para vocês comentarem, porque acabamos de sair da pista, eu tenho mais uma dimensão quando eu chego em casa e assisto”, afirmou a porta-bandeira.

Seguindo na linha de Waleska, o mestre-sala também exaltou o canto da comunidade. “Para mim também, eu sigo na confiança da minha porta-bandeira, foi muito legal, muito bacana. Hoje viemos para extravasar também, sentir o canto da nossa comunidade, curtir com eles, cantar com força e foi incrível. Um segredo e ponto de destaque nosso, com toda certeza, é a nossa finalização, que mostra muita garra, muita força, é bem emblemática”, completou.

Harmonia

Foi o grande destaque do ensaio do Grajaú. É impressionante como a escola tem o canto forte, ainda mais este samba do manifesto que a comunidade decidiu abraçar. Todos os setores, sem parar, não parou um minuto de entoar forte a obra da Milênio para 2025. Versos como “Que vá pro inferno a sua moral”, “respeite o que é de direito, saia da frente com seu preconceito”, além do refrão principal são as partes mais cantadas.

TerceiroMilenio et Torcida 1

O diretor de carnaval Carlão falou sobre o canto da comunidade e se diz contente com a melhora do quesito Evolução. ‘’Trabalhamos muito durante esses dez dias o quesito Evolução. A escola podia dançar um pouco mais. Estava cantando muito nos ensaios anteriores, mas a Evolução é o que todos estavam querendo alguma coisa a mais e a escola acabou entregando hoje”, disse.

Evolução

TerceiroMilenio et 10 1

Entre as alas, a escola evoluiu solta novamente, como nos dois ensaios. Uma garra fora do comum para defender esse samba, entrando de cabeça no ‘manifesto do arco-íris’. Porém, na altura do setor C, abriu um espaço de sete ou oito grades entre o casal de mestre-sala e porta-bandeira e a marcação do abre-alas. Isso não configura um buraco, mas a escola deve se atentar, pois questão de segundos pode ocorrer essa falha grave. Isso aconteceu fora do campo de visão dos jurados, o que deu tempo de corrigir rapidamente.

Samba

O carro de som liderado pela dupla Darlan Alves e Grazzi Brasil está mais do que pronto para o desfile oficial. Muito do sucesso do canto da comunidade, grande parte disso tem mérito da dupla junto de sua ala musical. Seus cacos e ‘palavras de motivação’ durante o Anhembi nos microfones fizeram total diferença neste e nos outros ensaios da escola.

TerceiroMilenio et InterpretesGrazziDarlan

O intérprete Darlan fez um balanço dos três ensaios e avaliou o deste sábado como o melhor. ‘’Foi incrível. Sabia que os dois primeiros ensaios sempre são muito para os ajustes daquilo que fazemos na quadra. No terceiro ensaio é realmente aquela coisa para não errar, ver ali o negócio valendo na avenida. Isso traz uma carga de concentração. Foi muito bom, estamos muito felizes principalmente com esse equilíbrio do nosso povo do Grajaú com o carro de som, nas respostas do que pedimos, principalmente dos refrões. Hoje sentimos que a galera se entregou mais aos refrões da escola, cantou demais e o carro de som estava vendo isso. Essa energia trocada da ala musical com a escola é fundamental”, contou.

‘’Estava numa energia bacana, claro que tem coisas para melhorar, já estou ansiosa para o dia, já foi o último aqui, mas amanhã já tem ensaio na quadra. Estou um pouquinho cansada, vim do Rio hoje, é aquela batida, aquela loucura, mas acho que sempre tem pra melhorar’’, completou Grazzi Brasil.

Outros destaques

A bateria “Pegada da Coruja”, regida por mestre Vitor Velloso, novamente ousou e brincou com as arquibancadas. Aliado às paradinhas para deixar a comunidade cantar, o mestre colocou todos os ritmistas voltados para o público. Uma cena diferente que cativou quem esteve presente no local. “É sempre importante esses ensaios técnicos para ir aprimorando o trabalho que é feito na quadra e foi uma crescente. Essa é a ideia: Chegar no terceiro técnico e zerar todos os problemas que a gente vinha tendo, consertar todos eles. Acredito que a gente conseguiu fazer isso e agora é esperar dia primeiro e poder fazer um grande desfile”, disse o mestre Vitor.

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O comandante da “Pegada da Coruja” falou sobre a ousadia que vem implantando na bateria. “O clima, que é muito importante, está diferente na bateria. Esse ano estamos um pouquinho mais ousados. As nossas bossas tem até um apagão que faremos um pagode e a galera vai bater o leque”, concluiu.

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Samba e bateria entrosados dão o tom do último ensaio técnico dos Acadêmicos do Tucuruvi

Por Lucas Sampaio e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Gustavo Lima, Will Ferreira, Naomi Prado e Nabor Salvagnini)

Os Acadêmicos do Tucuruvi realizaram no último seu segundo ensaio técnico no Anhembi em preparação para o desfile no carnaval de 2025. O excelente entrosamento entre carro de som e bateria se destacou durante a passagem da escola pela Avenida no treinamento, encerrado após 62 minutos segundo a cronometragem oficial do Sambódromo. A comunidade da Cantareira será quinta a se apresentar no sábado de carnaval pelo Grupo Especial com o enredo “Assojaba – A busca pelo manto”, assinado pelos carnavalescos Dione Leite e Nícolas Gonçalves.

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Desde o último carnaval é notável que o Tucuruvi vem em uma crescente, tanto em nível de profissionalismo quanto de envolvimento da própria comunidade. O que se viu no segundo ensaio técnico foram pessoas confiantes na capacidade da escola, que apesar de não ter voltado nas campeãs em 2024, saiu com a marca de ter sido a escola, além da campeã Mocidade Alegre, que saiu com mais notas perfeitas em quesitos. O diretor de carnaval Rodrigo Delduque fez uma reflexão sobre o ciclo de ensaios técnicos do Zaca no Anhembi em 2025.

“É um ciclo de desfiles, um ciclo de passagens pelo Anhembi. Cada vez que passamos aqui, eu peço para que os componentes respeitem muito esse solo e encarem esses respectivos ensaios como desfiles. Nós fazemos muitos ensaios na quadra, uma sequência de ensaios de canto, uma sequência de ensaios de evolução, ensaios de rua também que nos ajudam muito. A escola vem evoluindo a cada ensaio, quadra, rua e Anhembi. Sempre falta alguma coisa, nós temos sempre alguma coisa para ajustar. Muito feliz com o dia de hoje, muito feliz com essa noite que pôde contemplar esse nosso desfile pelo Anhembi. É muito concentrado, prazeroso e motivante o que nós viemos ensaiando. Agora é voltar para casa, colocar os pingos nos ‘is’ e voltar aqui no dia primeiro para fazer toda a excelência de todo esse trabalho que vem sendo feito no ano”, avaliou.

Tucuruvi et VicePresidenteDiretorCarnavalRodrigoDelduque

Rodrigo deixou uma mensagem especial de motivação para a comunidade do Tucuruvi nesta reta final até o dia do desfile oficial da escola no carnaval de 2025.

“Família Tucuruvi! A nossa próxima vinda ao solo sagrado, ao Anhembi, é aquilo que nós já combinamos na quadra, nos ensaios. É a vinda para nós cravarmos o que nós tanto ensaiamos na rua, na quadra, nos ensaios técnicos e no dia do desfile nós vamos fazer um excelente trabalho com toda a coordenação, com todo o time de harmonia, com todos os componentes, em uma só voz”, disse.

Comissão de Frente

Ensaiada pelo coreógrafo Renan Banov, a comissão de frente da Tucuruvi realizou uma apresentação com duração de três passagens do samba e conta com um elemento cenográfico. Entre os dançarinos, um deles representa a personificação do manto tupinambá, que é uma característica que o enredo atribui ao patrimônio histórico. Através dos atos, é possível notar nuances da narrativa, como o sofrimento do manto ao ser levado para a Europa e o próprio contando como foi confeccionado. A alegoria da comissão conta com uma grande rampa que dá acesso direto à pista e permite as diferentes variações dos atos, mas ainda há uma estrutura metálica ainda não caracterizada a qual não está claro se influenciará na coreografia.

Tucuruvi et Comissao1 2

A comissão conta com uma dança energética, com um lado emocionado aflorado e muito bem ensaiada, mas a apresentação em três atos pode dificultar o acompanhamento da narrativa pelo público. A letra do samba da Tucuruvi ser mais curta que a média, porém, facilita com que a coreografia ocorra sem sustos diante de todos os módulos de jurados. É uma apresentação que abre bem o desfile da escola.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O primeiro casal do Zaca, formado por Luan Caliel e Beatriz Teixeira, teve um bom desempenho no ensaio. A atuação da dupla chama atenção pela agilidade e boa conexão entre os giros praticados. O mestre-sala possui um jogo de pernas impressionante pela destreza e rapidez, tendo domínio de uma técnica de nível acima da média. De todos os módulos em que foram observados, apenas no segundo foi notada uma pequena falha de sincronia, onde Beatriz realizou um giro a mais após Luan cravar um certo passo, mas não tirou o brilho da apresentação como um todo.

Tucuruvi et PrimeiroCasal 4

Beatriz mostrou estar segura com o desempenho do casal ao falar sobre a participação neste último ensaio técnico da escola. “Graças a Deus hoje foi mais para a gente brincar. Nosso trabalho já foi feito, portanto agora é o pontapé para vermos o resultado. Hoje viemos para nos divertirmos, brincar um pouquinho com o público. Sempre nós vemos um detalhezinho, mas agora queremos ver o resultado e a nota 40 de novo, se Deus quiser”, afirmou.

Luan destacou um elemento da coreografia desenvolvida pelo casal o qual ele especialmente gosta. “A coreografia tem muitas coisas. Gosto muito da coreografia e brinco muito de dar apelido para alguns passos. Temos um passo que eu falo que é o índio entrando na floresta. Talvez seja difícil de explicar, mas nós contamos uma história. Entramos na floresta e achamos os índios, por fim apontamos a flecha e nessa hora nós apontamos para o jurado e abaixamos a flecha em sinal de respeito a eles. É o ponto alto da nossa coreografia”, detalhou.

Harmonia

O canto dos componentes da Tucuruvi se mostrou muito afiado no último ensaio técnico da escola. As alas estavam no geral espontâneas, em especial na Ala Tucum, o que fez com que a experiência audiovisual do desfile tenha sido muito agradável. O apagão que a “Bateria do Zaca” pratica nos versos “Clamo a ti força maior, seu poder não me oponho, abençoe a nossa escola, realiza o nosso sonho” faz com que os desfilantes respondam de maneira fantástica. Por mais que a letra do samba tenha algumas palavras complexas e até mesmo um elemento bem original no refrão do meio, a comunidade mostrou estar bem acostumada com a obra e conseguiu cantar com clareza por toda a Avenida.

Evolução

É um quesito que requer mais atenção até o dia do desfile. Apesar de uma parada na Monumental para apresentação da bateria no minuto 24, mesmo fora desse momento a Tucuruvi apresentou algumas oscilações no andamento, chegando a ficar novamente parada na Avenida no minuto 37. O recuo da bateria foi bem executado, e o primeiro casal não gerou grandes aberturas ao passar pelo segundo módulo como chegou a ocorrer em outras escolas ao longo da temporada. Pode ser apenas uma questão de ajuste para o quesito chegar pronto para o dia do desfile oficial.

Tucuruvi et Logo 1

Rodrigo Delduque comentou que a parada para a apresentação da bateria foi planejada como uma forma de exaltar o trabalho de mestre Serginho à frente da escola.

“Foi tudo planejado com o mestre. É um cara que trabalha incansavelmente, é um cara que tem um trabalho muito valorizado dentro da casa e nós queremos expor isso um pouco para o externo, para que as pessoas também vejam um pouco mais do trabalho do mestre. É mais uma forma de respeito e carinho com o espectador que está no Anhembi hoje”, afirmou.

Samba-Enredo

Hudson Luiz parece que encontrou o tipo de samba que melhor se encaixa em sua voz. Assim como “Ifá”, o “Assojaba” é uma obra com uma letra de nuances profundas, o que casa muito bem com o estilo do intérprete. A atuação do carro de som no segundo ensaio foi sublime, engrandecendo a bela escolha do Tucuruvi para o carnaval de 2025, e a combinação do canto com as bossas e apagões aplicados pela bateria apenas cravaram ambos os quesitos como os principais destaques do último treinamento da escola antes do desfile oficial.

Tucuruvi et InterpreteHudsonluiz 1

O intérprete exaltou seus colegas ao falar do desempenho do carro de som neste último ensaio técnico do Tucuruvi no Sambódromo antes do desfile oficial.

“Um pouco do que eu posso falar da ala musical é perfeição. Eles são mágicos, as meninas são pessoas profissionais, o André e o Thiago também são pessoas maravilhosas, grandes cantores. Tenho que agradecer a Ellen, a Carol, o Thiago, o André, aos músicos que sem eles não teríamos essa harmonia maravilhosa, que é o Chanel, o Cicinho, o Diegueira, o Cris Vianna. São pessoas maravilhosas”, afirmou.

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Hudson acredita que a comunidade está confiante para este carnaval ao apontar as evoluções notadas ao longo do ciclo de ensaios técnicos.

“A garra. A comunidade acredita que podemos sim ganhar esse título, que vai ser o primeiro e eu tenho certeza de muitos. A ala musical manteve, para mim, o que tínhamos combinado de fazer e eu acho que só elevamos um pouco a mais o que se propôs a fazer. Só tenho a agradecer a todas essas pessoas maravilhosas que estão no entorno, essas pessoas que nos querem bem e querem muito bem a Tucuruvi. Isso é o mais importante de tudo”, disse.

Outros Destaques

A “Bateria do Zaca” chamou atenção no ensaio técnico da Tucuruvi. O quesito contou com o uso de instrumentos incomuns, provavelmente relacionados à própria cultura originária e conseguiu realizar bossas criativas os incluindo. Além disso, apagões realizados em um momento já citado do samba teve retornos bem executados. Em dado momento da passagem da escola, a apresentadora Valéria Almeida, que fará parte da transmissão oficial da TV Globo no dia dos desfiles, foi homenageada com o tocar destes instrumentos diretamente para ela, sendo essa uma cena muito marcante.

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Comandante dos ritmistas do Tucuruvi, mestre Serginho fez um balanço do ciclo de ensaios técnicos realizados pela bateria no Sambódromo do Anhembi em 2025.

“Hoje foi o primeiro dia em que não pegamos chuva, que conseguimos montar com calma lá na concentração, portanto já é um grande passo. A bateria evoluiu do primeiro ensaio para cá, temos feito alguns ajustes referentes à questão de volume, mas acho que rolou. Acho que foi legal, encerramos hoje aqui e agora só entregar a fantasia para o pessoal e vir”, avaliou.

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O artista citou o ponto de destaque que a “Bateria do Zaca” aposta para o carnaval de 2025. “Temos bossas bem criativas esse ano. Acabamos fazendo alguns arranjos indígenas desde a abertura total até uma bossa que temos na pista também. Foi uma grande evolução de um ano para o outro e sempre estamos inventando alguma coisa diferente. Se eu acho que nós conseguimos mirar totalmente no enredo, como o ano passado também, estou bem feliz”, afirmou.

O segundo ensaio técnico do Tucuruvi pode ser considerado também como marcado pelas participações especiais. Além da já citada Valéria Almeida, o ator Alexandre Frota foi visto acompanhando a escola pelos corredores laterais do Sambódromo, e na última fileira de componentes, os carnavalescos Dione Leite e Nícolas Gonçalves desfilaram ao lado de uma pessoa vestida como o personagem Dollynho. Por mais que se trate de uma observação sem relevância para o desempenho do Zaca no ensaio, contar com toques de descontração ajudam a destacar o lado divertido da festa, mostrando como o carnaval pode ser maravilhoso em vários aspectos.

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Canto forte da Casa Verde se fez presente no segundo ensaio técnico do Império no Anhembi

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Lucas Sampaio, Will Ferreira, Naomi Prado e Nabor Salvagnini)

O Império de Casa Verde realizou no último sábado o segundo ensaio técnico no Anhembi. O treino foi marcado pela força do canto da comunidade imperiana, a forte bateria “Barcelona do Samba” e uma comissão de frente criativa, que foi bem diferente do primeiro ensaio – Ala que é liderada pelo coreógrafo Anderson Rodrigues. Houve uma considerável melhora em todos os sentidos para o ‘Tigre Guerreiro’. Sem dúvidas, a nação azul e branca da Zona Norte sai do Anhembi com a missão de dever cumprido, somente esperando o dia 1º de março.

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“Conseguimos trazer uma comunidade forte, uma comunidade que canta, uma comunidade vibrante. Agora é se preparar. Obviamente sempre tem uma coisa ou outra para arrumar, fazer reuniões, mais ensaios e vir para o dia do desfile com a sensação que tem possibilidade de brigar pelo título, como todo ano. Acho que é ajustar, ver o ponto onde podemos melhorar, manter o que está bom e conversar com a comunidade, dizer para todos acreditarem que é possível Veio muita crítica em frente ao nosso samba. A nossa resposta a gente tem dado aqui nos dois ensaios técnicos’’, analisou o diretor de harmonia Serginho.

Comissão de frente

A ala, que é coreografada por Anderson Rodrigues, apresentou surpresas nesta noite. A comissão de frente era realizada em dois atos do samba. Também tudo era feito em cima de um elemento alegórico, que aparentemente parecia um livro e estava escrito ‘carochinha’.

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A dança, no primeiro momento, era realizada com um personagem central que vestia as cores da camisa do Império e, junto com ele no tripé, havia outros personagens com roupas pretas, abrindo um ‘livro mágico’. Nesta abertura do livro, realmente parecia magia, pois aparecia uma grande luz nas mãos dos bailarinos.

O segundo momento consistia em componentes com a camisa do Império encenando e, quatro dessas pessoas de preto que eram maioria na primeira passagem do samba, penduradas em um guincho.

Ainda é cedo para concluir o significado de tudo, talvez o coreógrafo Anderson revele ainda mais surpresas no desfile oficial, mas o que se interpreta é que o significado é ‘o bem e o mal’, na ótica da história da carochinha, como diz o samba-enredo.

Mestre-sala e Porta-bandeira

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O casal Rodrigo e Jéssica executou um ensaio satisfatório dentro das condições impostas. Após a apresentação no segundo módulo a porta-bandeira optou por fazer uma troca no calçado e teve que sair da pista para isso. Após feito, Jéssica retornou e conseguiu retomar o ritmo do ensaio normalmente. No treino anterior, do dia 18/01, a dupla foi o grande destaque. Desta vez também mostraram um bom nível, provando que é um quesito que o ‘Tigre Guerreiro’ pode contar e muito.

Harmonia

É sabido que o samba-enredo do Império de Casa Verde não é tão querido entre os sambistas paulistanos. Isso é um fato. Porém, aparentemente a comunidade se fechou para provar que a obra pode render. Foi isso o que aconteceu neste sábado. Do início ao fim, todas as alas imperianas executaram um canto de grande nível em todas as partes do samba. Responderam perfeitamente aos apagões que mestre Zoinho soltou no refrão principal.

Vale destacar a seguinte parte: O último verso, que diz “O branco, o azul e a coroa do meu pavilhão” – Depois disso, embala o refrão de cabeça e a comunidade explode nesse trecho.

Evolução

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O quesito se destaca pela escola desfilar leve e solta. Não houve tanta compactação entre as alas como nos ensaios anteriores, mas também não quer dizer que houve espaçamentos ou buracos. Porém, o que é sempre destaque dentro de uma evolução de alas, é o caminhar de um lado para o outro como o ‘zigue zague’. Isso deixa o desfilante solto, alegre e com a melhor experiência de desfile. Além disso, a ocupação de espaços se faz mais presente. O Império de Casa Verde soube fazer muito bem neste ensaio.

Samba

O carro de som, liderado pelo intérprete Tinga, mais uma vez teve um grande desempenho nesta noite. Uma ala musical que conta com pessoas renomadas. Cantando no apoio, esteve um dos compositores Fabiano Sorriso, que também é um músico e o também intérprete Tiago Nascimento no apoio. Além deles, outros apoios importantes deram sustentação para que o samba fluísse de forma satisfatória junto com a bateria “Barcelona do Samba”

“A gente sempre procura fazer o nosso melhor, sempre ensaiando bastante, com toda a comunidade, com toda a escola, com todo o carro de som e nós conversamos bastante para chegar à perfeição, chegar aqui e fazer mais um grande desfile, que tenho certeza que o Império vai fazer”, disse o intérprete Tinga.

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O cantor completou falando sobre os novos instrumentos colocados no carro de som. “Estamos trazendo os metais para dar aquele molho na cozinha, mas está muito bonito, fazendo essa introdução maravilhosa. Se Deus quiser, a gente vai fazer um desfile lindo para nossa escola”, finalizou.

Outros destaques

A bateria “Barcelona do Samba” é um show à parte. Um excelente desenho de tamborim, chocalhos, bossas com caixas e surdos em destaques… Realmente é uma batucada acima da média. Qualquer samba que o mestre Zoinho trabalha, consegue realizar uma ótima performance. Não à toa, está completando 20 anos no Tigre.

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Zoinho se diz satisfeito com o treino. “É o nosso segundo ensaio técnico aqui no Anhembi, e o último também. O ensaio foi muito bom em relação ao primeiro. Passamos do crescimento que teve de lá pra cá. Saímos muito felizes com o resultado desse ensaio técnico. Agora vamos pegar esses dias que faltam, trabalhar e melhorar um pouco mais a bateria”, afirmou.

Veja mais imagens do ensaio

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Cheia de vontade! Salgueiro faz ensaio com canto potente da comunidade e mostra credenciais para brigar forte em 2025

Por Alberto João e fotos de Allan Duffes (Colaboraram Luan Costa, Gabriel Radicetti, Juliana Henrik, Carolina Freitas, Luiz Gustavo, Matheus Morais e Matheus Vinícius)

O Salgueiro abriu o dia de ensaios técnicos do Grupo Especial, na Marquês de Sapucaí, na noite do último sábado, com mais de 80 mil pessoas presentes, e mostrou credenciais para brigar forte no Carnaval 2025. Destaque para excelente rendimento do samba-enredo, capitaneado por grande atuação de Igor Sorriso, impulsionado pelo trabalho primoroso da bateria e do casal de mestre-sala e porta-bandeira. O canto do componente, como vem acontecendo nos ensaios de rua, foi muito forte. O salgueirense aderiu ao samba, que é o mais ouvido nas plataformas de streaming. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO

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“Achei que o principal hoje foi a emoção, vi muito componente chorando, vi muito componente vibrando como o salgueirense costuma ser, mas hoje a emoção aflorou. Existe uma certa aura em cima do Salgueiro este ano, então temos essa pressão, sabemos o caminho que estamos trilhando. E a outra questão que vi no ensaio foi a resposta do público, cantando o samba, todo mundo respondendo, é um samba de sucesso nesse pré carnaval. Tecnicamente o ensaio foi muito bom, controlando pelo rádio recebi os feedbacks e tudo funcionou, os efeitos especiais, a iluminação tanto da comissão de frente como da escola toda, estamos no caminho certo”, explicou Wilsinho Alves, diretor de carnaval.

Comissão de Frente

Belo trabalho apresentado pelo coreógrafo Paulo Pinna. Começando pelo figurino dos integrantes. Impecável!. A escola ainda levou elementos cênicos para interação com os componentes. Muita dança e sincronismo nos movimentos. Durante toda apresentação nas cabines de julgadores a vontade mistura com alegria eram a tônica da exibição. Performance arranco aplausos do público.

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Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Impecável a apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira. Sidclei e Marcella dominam o quesito de uma forma tão impactante que ano após ano conseguem destaque. A dança é muito envolvente. A dupla consegue ocupar todo o espaço durante a exibição. É interação o tempo inteiro entre eles. Ela, gira com intensidade, mas também carrega momentos singelos, principalmente, quando apresenta o pavilhão. Ele, em seus passos, parece flutuar pela Avenida, trazendo sempre uma admiração inigualável pela sua parceria, e, claro a bandeira da Academia do Samba. Eles vivem, sem dúvida, o melhor momento de suas carreiras, mas que já dura muito tempo. Não é passageiro, pelo contrário, é constante e traz muito orgulho e segurança de nota máxima para o salgueirense.

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“Como o nome diz, ensaio técnico foi pra gente testar a técnica exata do nosso dia de desfile, e a gente saiu com um saldo bastante positivo, conseguimos executar com tranquilidade tudo que a gente planejou e se preparou ao longo desses meses. Hoje viemos mais dar aquela assinatura, mostrar que o trabalho está pronto e curtir essa energia do público, da nossa comunidade que está feliz, cantando o samba que está na boca do povo”, disse a porta-bandeira.

“A gente sempre fala que cada ano temos que superar a nós mesmos. A gente estuda muito, se prepara demais. É uma responsabilidade enorme garantir nota, um quesito inteiro em cima de duas pessoas, mas temos todo o respaldo do nosso presidente, agora do nosso patrono. A comunidade brinca que somos o casal 40, mas fomos 40 no carnaval anterior, no carnaval seguinte temos que buscar do zero novamente. A nota é uma consequência de você estar preparado para manter um padrão de desfile, buscamos todo ano a perfeição para estarmos sempre bem na avenida”, completou o mestre-sala.

Harmonia e Samba

Há dois carnavais o Salgueiro só consegue nota máxima no quesito Harmonia. Trabalho magistral do diretor musical, Alemão do Cavaco, com os cantores no carro de som, e dos diretores de harmonia com toda comunidade. Dessa vez, o talento do intérprete Igor Sorriso trouxe também um ganho gigantesco na performance musical. O cantor consegue aliar empolgação e habilidade vocal. Todas palavras do samba são entendidas, com perfeição, e o canto flui naturalmente.

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Além disso, a comunidade salgueirense, mais uma vez, comprou o samba-enredo, que é um dos melhores do ano e está disparado na liderança no ranking dos mais ouvidos nas plataformas de streaming. O refrão principal está na boca do povo. Aliado ao potente trabalho dos componentes gera a certeza de um novo espetáculo do Salgueiro no quesito Harmonia e no Samba-Enredo.

“É sempre possível buscar mais. Precisamos motivar ainda mais o povo, ajustar os detalhes, cantar com mais força, pedir mais comoção, mais emoção, mais entrega. Aqui é Salgueiro, tem que ser o máximo do máximo. Se hoje foi 100%, no próximo tem que ser 200%. Estamos com fome de vitória, queremos vencer. Sabemos que não é fácil, mas vamos lutar muito para isso”.

Evolução

Organizado, o Salgueiro conseguiu mostrar técnica e empolgação. Trabalho muito bem feito pelo diretor de carnaval, Wilsinho Alves. Os componentes preencheram toda pista, sem estarem “militarizados”, ou seja, evoluíram livres e juntaram o canto com a dança.

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A comunidade marcou presença forte na Avenida. Sem dúvida, a Academia do Samba levou um dos maiores números de desfilantes nesta temporada de ensaios técnicos. Em nenhum momento, houve atropelo e correria exagerada pela pista.

Um dos lindos momentos foi quando a comunidade acendeu a vela, como diz o samba, a luz do Sambódromo foi apagada e o público correspondeu acendeu a lanterna do celular. Interação total. Um dos momentos mais especiais dessa temporada de ensaios técnicos.

Outros Destaques

Por merecimento, a “Furiosa” tem que ser reconhecida pelo excelente trabalho para o Carnaval 2025. Os mestres Guilherme e Gustavo são joias da Academia do Samba. A dupla possui muito conhecimento musical e faz o ritmo salgueirense ser delicioso. A gente poderia, até agora, estar ouvindo a performance no ensaio técnico. A rainha das rainhas, Viviane Araújo, como sempre, esbanjou carisma e interação com o público.

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“Foi bom o ensaio. A gente conseguiu executar tudo o que planejou do andamento. Semana que vem tem mais um para a gente deixar do mesmo jeito. E aí, vamos ao desfile”, disse mestre Guilherme.

“Para mim, se a bateria vier desfilar como está hoje, são os nossos 40 certos. Se Deus quiser em busca da décima estrela. Sobre o apagão da bateria… Talvez sim, talvez não, mas provável que sim. Será uma surpresinha para vocês”, completou mestre Gustavo.

 

Viradouro incendeia a Sapucaí, mostra solidez em todos os quesitos e reafirma sua força rumo ao bicampeonato

Por Luan Costa e fotos de Allan Duffes (Colaboraram Gabriel Radicetti, Juliana Henrik, Carolina Freitas, Luiz Gustavo, Matheus Morais e Matheus Vinícius)

Mais de 80 mil pessoas lotaram o Sambódromo na noite deste sábado e puderam acompanhar o excelente ensaio técnico da Unidos do Viradouro. A atual campeã do carnaval carioca fechou a noite em grande estilo e mostrou que o bicampeonato é um objetivo mais do que possível. Durante pouco mais de uma hora, a escola mostrou sintonia com sua comunidade e um desempenho sólido em todos os quesitos, como comissão de frente e casal de mestre-sala e porta-bandeira. Mas foi o aspecto musical que mais chamou atenção, com o carro de som, comandado por Wander Pires, e a bateria de mestre Ciça sendo peças fundamentais para impulsionar o canto dos componentes e contagiar o público nas arquibancadas.

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A cada passada de samba, que comprovadamente caiu nas graças da comunidade e também do grande público, o entrosamento entre os ritmistas e os intérpretes ficava ainda mais evidente, o que garantiu um ensaio consistente, vibrante e com emoção.

Em 2025 a Viradouro levará para a avenida o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. A narrativa homenageia Malunguinho, figura histórica e espiritual ligada à resistência no quilombo do Catucá, em Pernambuco. A vermelha e branca de Niterói será a terceira escola a pisar na avenida no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial. No próximo domingo a escola realizará o teste de luz e som também na Marquês de Sapucaí.

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Ao final do ensaio o diretor de harmonia, Dudu Falcão, falou ao CARNAVALESCO. “Seria muita arrogância da nossa parte achar que não há nada a melhorar. Sempre tem. Acabamos de fazer o ensaio, e essa pergunta é clássica — assim como a resposta. A gente só consegue analisar com calma depois, conversando com todo mundo. Mas, pelo que percebi nos momentos em que consegui tirar o fone do ouvido, vi uma escola cantando muito, com um ritmo bem sustentado pela bateria e pelo carro de som. O desempenho foi tão bom que chega a dispensar comentários. Nós faremos três desfiles aqui. Esse foi o primeiro, no próximo domingo teremos o segundo e, se Deus quiser, o ápice será o terceiro. Esse terceiro desfile vai coroar tudo o que estamos construindo. É uma sequência intensa, fruto de muito trabalho e dedicação. Acredito que foi um ensaio muito satisfatório, e agora é focar para fazer um ensaio ainda mais próximo da perfeição no próximo domingo”, pontuou o diretor.

Comissão de Frente

A expectativa em torno dos coreógrafos Priscilla Mota e Rodrigo Negri cresce a cada ano, mas a sensação é de que a dupla não sente essa pressão — e talvez seja justamente por isso que suas comissões sempre encantam o público.

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No ensaio do último sábado, eles apostaram em uma coreografia aguerrida, com movimentos fortes, mantendo a linha do que já vinham apresentando nos ensaios de rua desta temporada. A grande diferença ficou por conta do figurino, impecavelmente produzido, e do uso de um tripé, que representava a Jurema Sagrada e elevava o componente principal, Malunguinho, ao final da apresentação. Outro elemento que chamou atenção foi um enorme bandeirão, manuseado pelos bailarinos contendo um verso do samba: “o rei da mata que mata quem mata o Brasil”.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

As apresentações de Julinho e Rute pelos módulos de jurados foram impecáveis. A dupla demonstrou a firmeza e segurança de sempre, deixando o público em êxtase.

A coreografia apresentada foi a mesma que será executada no desfile oficial. Apesar do estilo clássico e mais solto, eles possuem passos bem marcados, especialmente em trechos estratégicos do samba. Um exemplo disso acontece na passagem “a quem do mal se proclama, levo do céu pro inferno”, quando dão as mãos e fazem um movimento rápido em direção ao chão, traduzindo a força da letra na dança.

A performance equilibrou momentos de delicadeza com outros de intensa energia, criando um contraste harmonioso e envolvente. Mais uma vez, Julinho e Rute mostraram por que são uma das grandes referências do casal de mestre-sala e porta-bandeira no carnaval.

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“Hoje é o mais próximo da realidade, o que falta hoje é a fantasia. A gente vem ensaiando incessantemente, na noite anterior foi nosso teste de luz aqui, pouco descansamos. Avenida lotada, até o setor 13 cheio. Hoje a gente pôde testar coreografia, testar todo o andamento desde o setor 1 até a saida; claro que sempre temos alguma coisa pra melhorar, mas foi muito positivo o que fizemos hoje. Foi uma mistura de superação, alegria, afeto, recebemos um carinho imenso do público, e isso faz valer nosso esforço, nossas noites mal dormidas, os trabalhos paralelos ao carnaval, essa sensação faz valer tudo a pena”, disse a porta-bandeira.

“Nossa experiência de tantos anos juntos ajuda, mas se ficarmos na zona de conforto pode prejudicar, porque estamos há tanto tempo dançando juntos e a gente já sabe a parada, a movimentação, o respiro do outro que em algum momento podemos relaxar. A Rute em alguns momentos cobra pra eu olhar pra ela, ter essa atenção, e saber que o outro vai estar no lugar, saber que a mãozinha estará lá, se isso não for trabalhado como um casal que está iniciando a parceria, acaba se perdendo. E muitas vezes a magia está nesses detalhes. É óbvio que o tempo de parceria facilita muito, facilita no trato, em um confiar no outro. E a cada desfile técnico, porque não é mais apenas um ensaio, vamos vivenciando uma emoção diferente desses 18 anos juntos. Acho que todo casal quando se forma busca uma maturidade juntos, e graças a Deus alcançamos isso”, completou o mestre-sala.

Harmonia e Samba

Ao longo deste pré-carnaval, a sintonia entre mestre Ciça e Wander Pires só cresceu, tornando-se peça-chave para o excelente desempenho musical e harmônico da vermelha e branca. Neste ensaio, mesmo com o som ainda não totalmente propagado por toda a Avenida, a harmonia se destacou como um dos pontos fortes da noite.

O samba-enredo foi cantado a plenos pulmões, não apenas pela comunidade — que mais uma vez demonstrou um vigor e uma garra impressionantes — mas também por boa parte do público presente. Os versos “O rei da mata que mata quem mata o Brasil” e o refrão “A chave do cativeiro // Virado no Exu Trunqueiro // Viradouro é catimbó // Viradouro é catimbó // Eu tenho corpo fechado // Fechado tenho meu corpo // Porque nunca ando só” foram os momentos de maior explosão, com a escola e a arquibancada em total sintonia.

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“O samba é muito bom, está na boca do povo e teve um excelente desempenho nesse ensaio”, cravou o intérprete Wander Pires.

Evolução

A evolução da Viradouro neste ensaio foi extremamente coesa. As alas cruzaram a Avenida de forma leve e espontânea, porém, sem abrir mão da técnica de desfile em nenhum momento.

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Um detalhe interessante foi a quantidade de componentes que estavam maquiados ou carregando adereços de mão, o que ajudou a reforçar a identidade visual do enredo. Outro destaque foi a presença de inúmeros grupos cênicos ao longo dos setores, cujas performances prenderam a atenção do público e adicionaram ainda mais impacto ao ensaio. No geral, a escola manteve um ritmo equilibrado, sem atropelos, garantindo uma fluidez constante do início ao fim.

Outros Destaques

A presença da rainha de bateria, Erika Januza, é sempre um destaque, e na noite deste sábado não foi diferente. Usando uma fantasia inspirada em uma cabocla, a atriz encantou o público e foi ovacionada por toda a Sapucaí. Sua entrega e sintonia com a bateria chamaram atenção, e ao final do ensaio, Erika deixou a Avenida visivelmente emocionada.

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Ao CARNAVALESCO, mestre Ciça analisou a bateria no ensaio técnico. “Foi ótimo! Agora a gente vai conversar pra ver algum problema na escola na bateria, acho que não teve problema. Eu gostei muito do ensaio. A minha bateria foi excepcional e estou com ela pronta para o desfile. Lógico, vamos nos corrigir sempre para chegar prontinha no desfile. Eu já executei as bossas do desfile, só faltando mais da cabeça do tamborim, porque eu tinha que botar o tamborim para dentro. Como o carro de som não é oficial, eu fico com medo de fazer. Eu acho que até o atabaque também, ali, sem microfone. Corremos risco aqui hoje, mas tinha que fazer, testar. Como não deram microfone para a gente, que eu pedi à equipe de som, mas não colocaram, eu testei assim mesmo. A proposta é essa. O rendimento foi muito bom”.

Afiada! Imperatriz realiza excelente ensaio técnico com desempenho empolgante do samba-enredo e evolução impecável

Por Luiz Gustavo e fotos de Allan Duffes (Colaboraram Gabriel Radicetti, Juliana Henrik, Carolina Freitas, Luan Costa, Matheus Morais e Matheus Vinícius)

A Imperatriz Leopoldinense realizou seu ensaio técnico na noite do último sábado mostrando todas as credenciais que levaram a escola a ser campeã e vice respectivamente nos dois últimos carnavais. O nível de seus quesitos não apenas se mantém como é potencializado a cada ensaio. Um casal de mestre-sala e porta-bandeira em fase sublime, uma evolução de manual com organização e leveza aliadas, uma bateria que garante a nota válida máxima desde 2016, e, principalmente, uma comunidade que defende cada samba com unhas e dentes na avenida, fazendo a escola de Ramos alcançar não só excelente desempenho em seu canto dentro da pista, como uma comunicação com o público que a escola não tinha com tamanha regularidade num passado próximo. A atual Imperatriz atinge as arquibancadas, empolga as frisas e traz outro clima para seus ensaios e desfiles. A escola está feliz e isso é sentido claramente por quem a assiste.

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No treino antes do teste e luz de som que ocorrerá na semana que vem os componentes seguraram o samba durante toda a sua passagem e alcançaram uma boa resposta dos 81 mil espectadores que foram ao sambódromo neste sábado. Os refrãos foram bem cantados pelo público, assim como o trecho “justiça maior é de meu pai xangô”. Foi um ensaio quente, já potencializado pela cabeça da escola com belas apresentações da comissão de frente e casal de mestre-sala e porta-bandeira. A verde e branco apresentará o enredo “Ómi Tutú ao Olúfon – Água Fresca Para o Senhor de Ifón”, de autoria do carnavalesco Leandro Vieira no domingo de carnaval, sendo a segunda escola a desfilar.

“Estamos prontos. São três meses que a gente vai ganhando aquelas ruas (de Ramos) e eu acho que foi uma crescente lá. O meu objetivo aqui hoje era repetir aquilo que a gente fez em Ramos para que a população do Rio de Janeiro pudesse ver o que a população da Leopoldina já conhecia. E a Imperatriz entregou. A gente está pronto. Agora, são os outros elementos que vão ser incorporados ao samba, à harmonia, à evolução, que são as fantasias, as alegorias, a comissão de frente oficial. Acredito que, aí, o casamento da escola será perfeito. E a gente vai conseguir brigar bonito pelo campeonato”, disse André Bonatte, um dos diretores de carnaval da escola.

Comissão de Frente

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A comissão liderada por Patrick Carvalho apresentou uma coreografia bastante energética, com os exus incorporados. Trabalho de pintura facial unido a uma teatralização impressionante resultaram em uma apresentação de bastante impacto, cujo ápice foi o momento em que o fogo surge nas mãos dos componentes, obtendo muitos aplausos do público presente. Em sua estreia na Imperatriz, Patrick deixou ótima impressão sobre o que pode ser apresentado na Sapucaí no desfile oficial.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Phelipe e Rafaela tiveram um grande desempenho no ensaio técnico, seguindo o padrão estabelecido desde que voltaram a dançar juntos após o carnaval de 2022. Nas quatro cabines se viu uma apresentação bastante leve e ágil, com o casal usando muito bem o espaço da pista para realizar seus movimentos. Phelipe em seu estilo performático e um bailado muito dinâmico, passos rápidos e um sapateado de alto nível de execução, enquanto Rafaela confirma o seu melhor momento na carreira, faz cada movimento com extrema elegância, muita segurança e leveza. O casal enxertou coreografias em sua apresentação na medida certa, como no refrão principal em que realizam uma dança com saudação a Oxalá. Uma apresentação belíssima do primeiro casal da Imperatriz.

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“Estamos muito felizes por esse acolhimento incrível de todos que estavam presentes. Grande parte desse público, às vezes, não tem a oportunidade de assistir ao desfile oficial, poder trazer um pouco do que vamos levar para a Avenida é muito importante. Marcamos grande parte da nossa coreografia hoje, mas, claro, no dia do desfile tudo ganha outra proporção — a fantasia traz um axé especial para a nossa dança. O ensaio técnico serve para trabalharmos, analisarmos se estamos no caminho certo e para ajustarmos os detalhes na busca pelas notas 10, que a gente sabe que não são fáceis de conquistar. Mas estamos nos dedicando muito, com os pés no chão e humildade, para fazer um desfile leve e tranquilo. É muito gostoso viver essa experiência, e agora, com dois ensaios técnicos, é ainda melhor. Esperamos repetir essa energia na semana que vem e fazer ainda melhor tanto no ensaio quanto no grande dia”.

“O ensaio técnico é sempre muito valioso para o nosso trabalho. Quero aproveitar para agradecer toda a comunidade do Complexo, que sempre nos prestigia, tanto nos ensaios de rua quanto aqui na Sapucaí. É nesse momento que conseguimos ter um termômetro do que podemos, do que devemos e do que não devemos fazer no dia do desfile. Acho que todo mundo conseguiu sentir o clima e identificar os pontos altos da coreografia. Agora é seguir trabalhando ainda mais para que, no próximo domingo, a gente mantenha o nível e, no dia do desfile, saia daqui com a nota máxima e super premiado no carnaval”.

Harmonia e Samba

Um dos sambas mais elogiados da temporada confirmou sua força com um desempenho fortíssimo, que refletiu na reação do público que acompanhou o ensaio na avenida cantando bastante com a escola. Os refrãos tiveram um rendimento espetacular, mantendo o samba em cima o tempo todo, assim como o trecho “justiça maior é de meu pai xangô…”, o samba passeia melodicamente, trechos em tom menor são imediatamente acompanhados por uma subida que torna a obra muito envolvente, sem cansar ou perder fôlego durante sua apresentação. O canto estava afiado na voz de cada componente, com principalmente o meio da escola entoando o samba com muita garra e animação, alas em sequência mantendo um pique contagiante.

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Contribuiu demais para esse forte desempenho do canto da escola mais uma apresentação irretocável de Pitty De Menezes, cinco anos como intérprete principal na Marquês de Sapucaí com a segurança de um veterano. Ele une técnica, alcance vocal e alta comunicação com os componentes e público, na mesma pegada durante os 80 minutos de ensaio, muito bem auxiliado pelo seu carro de som. Pitty brinca na condução de um samba com vários trechos em tom alto e potencializa o rendimento do mesmo. O samba não teve uma queda em algum momento do ensaio, inclusive nos setores finais foi onde teve uma resposta mais forte do público. Sem dúvida o samba foi protagonista deste ensaio da Imperatriz.

“Eu acho que foi maravilhoso. A escola cantou muito, e a arquibancada cantou junto com a Imperatriz. Acho que precisamos repetir exatamente o que fizemos hoje: com alegria, felicidade e muita certeza do que estamos ensaiando. Se a gente desfilar na Avenida com essa energia, a décima estrela está muito perto de se tornar realidade. A Imperatriz está muito próxima de conquistar esse título tão sonhado. Eu não tenho dúvida de que o sonho vai virar realidade”.

Evolução

A Imperatriz teve uma evolução impecável, unindo alta organização em suas alas e componentes soltos para brincarem dentro delas. Até mesmo um ponto de atenção que são as diversas alas coreografadas ou com movimentos repetidos em determinados trechos do samba funcionou muito bem, a escola não passou travada em momento algum do seu ensaio. A dinâmica coreográfica encaixou a contento preenchendo bem a pista e dando um interessante contraste com as alas mais soltas. Estas deram um banho de entusiasmo, ritmo de avenida e andamento na pista. A verde e branco teve um andamento forte durante todo o ensaio, só diminuindo um pouco o passo nas alas finais. O terceiro casal da
agremiação preencheu muito bem o espaço após o recuo da bateria, mantendo a agilidade da evolução da escola. De fato uma evolução de manual.

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Outros Destaques

Não dá pra falar de Imperatriz atualmente sem citar mestre Lolo. Desde 2016 na escola garantindo 30 pontos válidos, ele fez da sua bateria um termômetro da agremiação de Ramos. Nesta noite alcançou mais um desempenho espetacular, sem contar a comunicação que a “Swing da Leopoldina” tem tido com o público. Destaque também para a rainha Maria Mariá com muito samba no pé.

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Assim como em 2024 com as palmas para a cigana, Lolo montou uma bossa para chamar a plateia pra participar com a escola, no refrão central, e o resultado foi um ensaio quente do início ao fim. O mestre falou sobre o seu trabalho.

“Com tempo na escola você tem como trabalhar o material humano, fazer amizades, é difícil ter inimizades aqui dentro porque dez anos juntos, todo mundo se conhece. É gostoso fazer o trabalho, rapaziada entender nossa filosofia, e chegar aqui e mostrar essa
bateria maneira que passou aí”.

Galeria de fotos do ensaio técnico da Imperatriz na Sapucaí para o Carnaval 2025

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Galeria de fotos do ensaio técnico do Salgueiro na Sapucaí para o Carnaval 2025

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