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Raízes do Samba estreia no Anhembi com enredo de fácil leitura e carro de som vibrante

Por Lucas Sampaio e fotos de Fábio Martins

O Raízes do Samba desfilou neste sábado pelo Grupo de Acesso 2 do carnaval de São Paulo de 2025. A estreia da jovem escola no Sambódromo do Anhembi chamou atenção pela facilidade de leitura do enredo quando acompanhado do samba, que teve boa condução do carro de som e contribuiu para enriquecer o desfile encerrado após 50 minutos. A Cruzmaltina foi a primeira agremiação a passar e se apresentou com o enredo “De quem é a culpa?”, assinado pelo carnavalesco Babu Energia.

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Comissão de Frente

Coreografada por Maurício Oliveira, a comissão de frente do Raízes foi intitulada “Sedução do Pecado” e se apresentou ao longo de uma passagem do samba. O objetivo foi representar o mito bíblico do pecado original, onde Eva teria sido seduzida por uma serpente a comer o fruto proibido junto de Adão.

A coreografia priorizou ilustrar este momento inicial e cumpriu seu papel quanto a narrativa. Os três atores de destaque são os que interpretaram Adão, Eva e a serpente, tendo como coadjuvantes componentes interpretando anjos e árvores do paraíso. O quesito, porém, apresentou problemas claros. A atriz que interpretou Eva teve problemas com sua roupa e tentou ajustar ela em dados momentos durante a dança. A reportagem registrou também que a saia de uma das árvores sofreu um rasgo, descolando do aro que compõe a vestimenta.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O primeiro casal do Raízes, formado por Alex Augusto e Danielle Santiago, se apresentou representando “A morte”. O casal teve poucas variações de coreografia na dança, sendo uma apresentação mais limitada às obrigatoriedades do quesito. Houve uma falta de sincronia observada durante a passagem pelo primeiro módulo e o casal teve dificuldades de tomar a iniciativa dos movimentos, demorando mais que o esperado para alternar entre eles.

Enredo

O enredo “De quem é a culpa?” propôs em dois setores uma discussão sobre a ‘culpa’ e suas consequências. Na primeira parte do desfile, a ideia foi questionar a responsabilidade por trás de diferentes males do mundo, como a pobreza, preconceitos e a perseguição aos povos originários. A segunda parte da apresentação convidou o público a imaginar como seria um mundo ideal, onde não haveria motivos para culpar ninguém por atos ruins. A leitura do enredo foi o principal destaque do desfile. Estava claro que os primeiros segmentos do desfile, da comissão de frente à ala das baianas, faziam referência a temática do mito de Adão e Eva, que no samba do Raízes compõe toda a primeira parte da letra. Os problemas sociais e as referências aos oprimidos cumpriram bem o seu papel, e o setor do mundo ideal também se destacou pela clareza. Um bom conjunto geral de desfile por parte da escola.

Alegorias

O Raízes do Samba se apresentou com um conjunto de duas alegorias e um quadripé. O carro Abre-alas tinha o nome de “Jardim do Éden e a invasão da serpente”. O quadripé, vindo na parte da frente do segundo setor, era chamado “Sagrado e ecumênico coração de Jesus”. O segundo carro, que encerrou o desfile da escola, foi batizado de “O mundo ideal”.

As alegorias foram de fácil leitura e cumpriram bem o seu papel na narrativa do enredo do Raízes. Da pista, porém, foi observado que a parte da frente do carro Abre-alas apresentou problemas com sua iluminação, que passou toda apagada na Avenida.

Fantasias

As fantasias das alas do Raízes do Samba se encaixam dentro da linha narrativa proposta pelo enredo. Os dois agrupamentos que vêm à frente do carro Abre-alas compõem o que é contado desde a comissão de frente. Ainda no primeiro setor da escola, as alas seguintes narram o caos social e as minorias que sofrem perseguições, sendo referências mais associáveis à realidade brasileira. Após o segundo casal da escola, os foliões passam a ser caracterizados dentro do previsto pelo segundo setor, com fantasias em referência ao mundo ideal imaginado pelo tema, onde há fartura, cultura e uma vida mais saudável para a humanidade.

As fantasias do Raízes apostaram em soluções simples de acabamento, como na camiseta de algodão da ala “Nordestinos” que deixava visível o suor de alguns componentes. Mas o conjunto era de fácil leitura e não apresentou problemas visíveis a ponto de preocupar a escola.

Harmonia

A estreia do Raízes no Anhembi foi marcada por um coral positivo por parte da comunidade. Os componentes nas alas cantavam o samba com clareza na maioria das alas, com destaque para a ala “Luxo e lixo”. Ao longo da Avenida, o nível do canto teve leve oscilação, mas era claro o clamor da obra da escola no geral

Samba-enredo

A obra que conduziu o desfile do Raízes é assinada pelos compositores Rodrigo Atração, Xandinho Nocera, Nando do Cavaco, Tuca Maia e André, e na Avenida o samba foi defendido pelo intérprete Juninho Branco. A letra da música é de fácil captação por parte dos componentes, e o carro de som conseguiu ter uma noite favorável na qual contribuiu para espalhar pela Avenida o clima proposto para o desfile. A leitura do samba pela Avenida se destacou pela facilidade quando acompanhada junto da interpretação das fantasias e alegorias.

Evolução

O desfile do Raízes fluiu corretamente pela Avenida. As alas demonstraram boa compactação e não foram notadas oscilações no andamento da escola. Os componentes nas alas estavam soltos para brincar o carnaval, mesmo nas alas que tinham algum critério de divisão de fantasias. O único problema apontado foi na hora da manobra do recuo da bateria. A parte frontal da escola continuou andando por um período considerável enquanto os ritmistas entravam no recuo. Foi observada uma cobrança da parte da direção de harmonia para que a corte da bateria tentasse compensar o espaço do buraco aberto, visto que todas entraram no recuo ao invés de ficarem na pista. O espaço observado chegou a ser superior a sete grades, o que naquele módulo pode causar problemas para a escola.

Outros destaques

A “Bateria do Raízes”, comandada por mestre Will, conduziu bem o samba da escola, com um bom repertório de bossas que contribuíram positivamente para o conjunto musical da escola.

Cláudio Castro anuncia novo modelo de financiamento para o Carnaval de 2026

O governador Cláudio Castro anunciou que, a partir de 2026, o financiamento do Carnaval será realizado diretamente pelo Estado, com previsão no orçamento oficial, e a verba destinada às escolas será paga em duas parcelas. A mudança visa garantir maior estabilidade e segurança financeira para o evento. Até então, os recursos eram disponibilizados por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

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Foto: Carlos Magno/Divulgação Governo do Estado

“A partir do ano que vem, todo o dinheiro do Carnaval estará na Lei Orçamentária Anual do Rio de Janeiro. Isso demonstra com clareza que nosso apoio ao Carnaval não é só uma política do governo A, B ou C, mas é uma política do Estado do Rio de Janeiro, pela valorização do Carnaval”, afirmou o governador Cláudio Castro.

Em reunião com líderes das agremiações da Série Ouro do Carnaval, no Palácio das Laranjeiras, o governador detalhou porque a verba será dividida em duas parcelas: a primeira será paga no ano anterior ao evento, para facilitar a aquisição de materiais, e outra no próprio ano, destinada ao pagamento de pessoal.

“É um grande momento, a Série Ouro consegue ter esse olhar tão especial do Governo do Estado. Quando você inclui dentro do orçamento do governo, você está valorizando a cultura do Carnaval. É um momento de muita alegria porque a gente sabe que ano a ano, nós vamos estar ali contando com a Cultura. Tenho muito a agradecer ao Governador Cláudio Castro por olhar que o Carnaval não é uma despesa, e sim um investimento, uma cadeia produtiva, onde a gente emprega centenas de milhares de pessoas”, afirmou o presidente da Liga RJ, Hugo Junior.

Investimento recorde em 2025

Este ano a verba destinada ao Carnaval foi de R$ 40 milhões, incluindo um aporte emergencial de R$ 16 milhões para as escolas da Série Ouro, após o incêndio ocorrido na fábrica de fantasias, em Ramos.

Para a secretária de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros, as medidas para valorização do Carnaval fortalecem a expressão e a vontade popular do Rio de Janeiro. Além disso, segundo a secretária, essas ações permitem ao estado desenvolver ainda mais as comunidades que estão conectadas as agremiações.

“A instituição do Carnaval, que cada vez mais tem se profissionalizado, cumprindo todos os requisitos para ter, de fato, direito ao recurso público. A gente olha para o Carnaval, enxergando não só a Avenida, mas também olhando para os empregos que ele gera. Esse dinheiro também simboliza reconhecimento à tradição e ao serviço prestado”, afirma.

O presidente da Acadêmicos de Santa Cruz, Leonardo Siqueira de Souza, também falou sobre a importância do investimento estadual para o Carnaval fluminense.

“A gente consegue gerar emprego ali dentro da quadra, com as pessoas que trabalham como aderecistas, envolvendo todo um processo ali dentro do nosso bairro. Então, esse recurso que é concedido para as escolas é muito importante para a gente. Além de movimentar o bairro, a gente consegue agregar e movimentar o carnaval. É um sentimento de gratidão. A gente tinha muita dificuldade. Com o governador Cláudio Castro liberando esse recurso, para a gente, foi a luz no fim do túnel. Isso deu gás e força para podermos manter essa cultura maravilhosa que é o Carnaval”, afirmou Leonardo.

Eugênio Leal fala do primeiro dia dos desfiles de Vitória no Carnaval 2025

Passava das 7 da manhã e o sol já estava alto quando o povo que estava no arrastão que fechava o desfile do Grupo de Acesso A de Vitória puxou o grito de “É campeã!”. A eleita era a “Pega no Samba”, que encerrava naquele momento sua apresentação. Não é de bom tom desafiar a voz do povo e neste caso nem faria sentido.

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A escola do bairro da Consolação acordou o Sambão do Povo com um desfile bonito e empolgado em que contou o enredo “Pembelê, sereias de Zambi”, do carnavalesco Jorge Mayko. Mas ela não é a única candidata ao título que leva ao Grupo Especial em 2026. Agremiações como Andaraí, Independente de Eucalipto (que perderão um décimo cada por terem estourado o tempo de desfile) e até o Império de Fátima podem sonhar com o acesso.

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Recém promovida Rosas de Ouro

A noite começou com a recém promovida Rosas de Ouro, do município de Serra, com o enredo “No horizonte eu te vejo” sobre o Sítio histórico de Carapina, atração turística da cidade. O destaque foi a intérprete Letícia Jesus que defendeu o samba com garra e talento. A Rosas precisa evoluir em bateria e harmonia para buscar o sonho do Grupo Especial, mas teve uma abertura que deixou boa impressão com Comissão e Casal bem ensaiados.

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Império de Fátima com Carlinhos de Jesus

Segunda a pisar no Sambão do Povo, a Império de Fátima fez um desfile colorido com o enredo “Arte popular na corte imperial”, do carnavalesco Puluker. À exceção da ausência de adereços de mão em uma das alas, a escola fez uma apresentação correta, vibrante e com boa defesa de quesitos e pode pensar nas primeiras colocações. Carlinhos de Jesus encerrou o desfile no último carro, esbanjando simpatia.

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Mocidade da Praia

Homenageando o artista capixaba Alexandre Lima, que faleceu ano passado depois de dez anos em coma, a Mocidade da Praia emocionou o público. Muito popular na cidade, o criador do ritmo Rockcongo teve sua história contada com fantasias simples, mas representativas, assinadas pelo carnavalesco Robson Goulart. A bateria de Mestre Luyghi (o mesmo da Acadêmicos de Vigário Geral) elevou o nível do quesito com uma grande apresentação. O refrão do samba-enredo teve excelente efeito ao longo do desfile que, para a direção de harmonia, foi tenso. A opção por separar o casal da Comissão de Frente acabou gerando problemas de evolução.

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Independente de Eucalipto

Acrobatas na Comissão de Frente da Independente de Eucalipto, quarta a se apresentar, arrancaram gritos dos camarotes. Mas estranhamente o quesito não fez a apresentação formal para o segundo módulo de julgamento. O enredo em homenagem à cidade capixaba de Linhares contou com um abre-alas imponente, belo trabalho do carnavalesco Douglas Paluzzo. A cantora Gretchen veio como rainha de bateria, gerando frenesi nos bastidores do Sambão do Povo. Mas problemas de evolução acabaram fazendo com que o tempo de desfile fosse excedido.

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Tradicional verde-e-rosa Andaraí

A tradicional verde-e-rosa Andaraí pisou forte na avenida para contar a história do Mercado Capixaba. Embalada pela voz vibrante de Emerson Dias e pela excelente bateria Puro Veneno, mostrou que buscava o primeiro lugar. Mas, ao contrário das demais, caprichou mais no segundo carro do que no primeiro, que tinha um acabamento inferior ao que a briga pelo título pede. A lentidão no andamento do desfile somada ao grande número de componentes acabou acarretando o segundo estouro de tempo consecutivo no Grupo de Acesso.

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Independente de São Torquato

A Independente de São Torquato foi a decepção da noite. O enredo sobre cassinos, jogos e apostas ficou prejudicado pela ausência do carro abre-alas e de diversas alas. O primeiro casal também não se apresentou. Como destaque, uma boa Comissão de Frente e a garra dos componentes diante da situação difícil. Dificilmente escapará do rebaixamento.

Voltamos ao início do texto, quando falamos da Pega no Samba. Antes mesmo do desfile começar, a empolgação do público dos camarotes que ficam no início da pista já anunciava que viria algo especial.

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Pega no Samba

Aproveitando a luz do sol, o carnavalesco produziu fantasias com brilho e reflexo, além de um belo impacto visual. O enredo afro mexeu com os componentes, que cantaram com muita garra.

X-9 emociona e vence a chuva em grande noite do carnaval de Santos

A primeira noite dos desfiles das escolas de samba de Santos trouxe inúmeras emoções para os presentes na Passarela do Samba Dráusio de Cruz, no bairro da Areia Branca. Se uma tradicional agremiação, em especial, se destacou pela garra e por enfrentar uma tempestade na Baixada Santista, todas as outras tiveram bons trunfos para conquistar os presentes no Sambódromo nesta sexta-feira (21 de fevereiro).

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Sempre acompanhando as escolas de samba onde quer que elas estejam e pela primeira vez cobrindo o carnaval de Santos, o CARNAVALESCO conta os destaques de cada uma das sete escolas que desfilaram na data – lembrando que a personalidade sempre tão marcante do município se faz presente até no carnaval, já que as duas noites de apresentações unem agremiações do Grupo de Acesso e também do Especial.

Imperatriz Alvinegra

Homenageando uma importante cidade da Grande São Paulo no enredo “Suzano! Bandeira de todas as cores… no peito um só ideal”, a escola da cidade de São Vicente chamou atenção logo na entrada, com uma comissão de frente inteiramente fantasiada de guaianases – nome da tribo originária que estava no local quando os colonizadores chegaram. Vale destacar, também, a fantasia da bateria da agremiação, comandada por mestre Denis Santos, que veio inteira representando o tão famoso proletariado da Grande São Paulo.

Vila Mathias

É justo dizer que poucas escolas passaram com alegorias tão bonitas e bem acabadas quanto a agremiação amarelo, azul e branco. O abre-alas, com uma líndissima coroa, por sinal, impactou muitos no Dráusio da Cruz. O polêmico enredo “Gênesis – O que Deus criou, o homem devastou”, com um final apocalíptico, foi bem desenvolvido pela agremiação e contou, até mesmo, com um paradão da bateria – muito bem respondido pelos componentes. A comissão de frente, inteiramente preta e representando, aparentemente, o big bang, também foi destaque.

Academia de Samba Unidos da Zona Noroeste

O Galo da Areia Branca pisou forte na Passarela para contar a cidade de Santos por meio dos principais símbolos do município (como o Santos Futebol Clube e a praia) no enredo ““Santos… o mar que pulsa na avenida, o legado do peixe na alma santista”. A comissão de frente, com conchas do mar, surpreendeu a todos – bem como o casal de mestre-sala e porta bandeira, Luíz Braga e Patrícia Corrêa, que soltavam bolhas de sabão enquanto evoluíam. Dentre os presentes, destaque para Lucas Donato, intérprete oficial do Pérola Negra em São Paulo juntamente com Bruno Ribas – na Baixada, ele esteve acompanhado por Thiaguinho.

Bandeirantes do Saboó

Inaugurando o Grupo Especial na sexta-feira, uma agremiação que estava com saudade de disputar o pelotão de elite do carnaval santista. Também pudera: eram dez anos desde a última vez que a vermelho, preto e branco se fez presente no Grupo Especial. E, para voltar em grande estilo, nada melhor que contar uma tradição da cidade: o cará – principal produto do pão típico da cidade, que prefere ele ao francês, mais tradicional acima da Serra do Mar e em tantos outros locais do país. O enredo era intitulado “Cará – O Rei do Meu Carnaval”

Se o símbolo da agremiação, naturalmente, é um bandeirante, ele aparentou ter sido transformado em um pirata no carro abre-alas, um imenso navio – em ótima sacada da carnavalesca Edilene Florentino. A Furacão, bateria comandada por mestre Sarrá (de nome Ériko Veríssimo), executou várias paradinhas para abrilhantar o samba-enredo conduzido por Primo do Pandeiro. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, André Lima e Tatiane Fares, veio inteiro em frutacor e se comunicou muito bem com o público.

Mocidade Amazonense

O Índio Guerreiro chegou disposto a surpreender no Dráusio da Cruz. Contando com um enredo extremamente lúdico, em que personagens do Sítio do Picapau Amarelo, obra-prima de Monteiro Lobato, contam histórias e lendas do folclore brasileiro, a agremiação chegou impactante e leve à Passarela. Na comissão de frente, diversos bailarinos interagiam com Dona Benta e Narizinho – sendo que a avó segurava, também, um livro que aparentava estar repleto de histórias. Não parou por aí: as baianas, pouco atrás, estavam fantasiadas de Cuca.

Se a fantasia da Feitiço da Ilha, de mestre Pepeu tinha um quê de obviedade (os ritmistas vieram fantasiados de Visconde de Sabugosa), eles também tiveram muito destaque. Não apenas na sustentação da canção muito bem interpretada por Ricardo Jacaré, mas também por trazer alguns desfilantes tocando xilofones e até mesmo um saxofone – e é claro que os ritmistas de tais naipes vinham à frente a cada cabine de jurado. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da agremiação, Kaeo Azevedo e Amanda Acáccio, além de defender muito bem o pavilhão, também estava muito bem vestido, inteiramente em verde – cor oficial da instituição do Guarujá.

X-9

Parecia que a chuva estava apenas aguardando a sonora sirente do cronômetro santista indicando que a Pioneira estava prestes a entrar para cair. E, sendo justo, não foi uma simples chuva: foi uma tempestade que durou, em diferentes intensidades, a apresentação inteira da escola do Macuco. Nada, entretanto, que atrapalhasse o verdadeiro sacode que a maior campeã do carnaval santista deu no Dráusio da Cruz. Contando o enredo “Peregrinos de Fé, Oh Mãe Negra, Meu Samba é Minha Oração”, desenvolvido pelo carnavalesco Amauri Santos (que também produziu a X-9 Paulistana, no Grupo de Acesso), o que se viu foi emoção do começo ao fim da apresentação em homenagem a Nossa Senhora Aparecida.

A escola cantou o belíssimo samba interpretado por Fredy Vianna e Rafael Forjanes, popularmente conhecido como Bolinha, de maneira muito forte e uniforme. Mais do que isso: o fato dos desfilantes cantarem mesmo sob uma chuva torrencial empolgou as arquibancadas, que responderam. Vale destacar, também, a Magia Xiosnoveana, bateria comandada por mestre Gugu. Com toda a pinta de favorita, a instituição concluiu a própria apresentação com outra presença ilustre: a porta-bandeira Thais Paraguassu – em dupla com o mestre-sala Fabiano Dourado, primeiro casal da Pioneira.

Real Mocidade Santista

Quem também tinha personagens bastante conhecidos no carnaval paulistano foi a Realeza do Samba. Nos microfones, Chris Santos – que será intérprete do Barroca Zona Sul ao lado de Dodô Ananias em 2025. Como casal de mestre-sala e porta-bandeira, Jéssika Barbosa, antiga profissional do Camisa Verde e Branco, bailou ao lado de Lucas Rodrigues, também do Império de Casa Verde. Tudo isso para apresentar o enredo “Do Sertão à eternidade, a saga do Rei do Baião. 35 anos de saudade”, em homenagem a Luis Gonzaga.

A ala musical, por sinal, teve muito destaque. Com uma introdução potente, a instituição do Marapé fez um medley com “A Vida do Viajante” e “Asa Branca”. O primeiro verso da canção, “Olha Para o Céu Meu Amor”, inspirado na música “Olha Para o Céu”, também tinha destaque. Na comissão de frente, havia espaço para dois Luis Gonzagas, um adolescente e outro com um pouco menos de idade, contracenando com uma sanfona. Vale jogar holofotes, também, para a segura Swing do Leão, bateria comandada por Kleyton Ferro.

Beija-Flor homenageia em ensaio técnico 14 figuras essenciais na trajetória da escola

Em um ano marcado pelo reencontro com suas raízes, pela homenagem ao eterno mestre Laíla no enredo do Carnaval 2025, pela despedida da sua voz maior, Neguinho da Beija-Flor, e após completar 76 anos em dezembro, a Beija-Flor de Nilópolis promove um ensaio especial que eterniza personalidades fundamentais na consolidação dessa “comunidade que impõe respeito”. A celebração exalta aqueles que ajudaram — e continuam ajudando — a construir a trajetória “maravilhosa e soberana” da escola, reconhecida como um dos maiores símbolos do carnaval brasileiro.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Beija-Flor

Com uma história erguida sobre os pilares da resistência, da representatividade e do compromisso social, a Beija-Flor destaca neste ensaio a contribuição de figuras essenciais para sua construção, “erguendo um castelo nos pilares de cabana” e devolvendo ao povo preto o protagonismo que lhe é de direito. A celebração enaltece, individual e coletivamente, aqueles que transformaram a azul e branca de Nilópolis no “rolo compressor” da Sapucaí, acumulando mais de 14 títulos e protagonizando desfiles históricos.

Inspirada na icônica capa do álbum Tropicália ou Panis et Circensis (1968), a imagem central do ensaio recria o conceito da fotografia original, reunindo 14 figuras essenciais na trajetória da escola em uma composição simbólica e repleta de significado.

Entre os homenageados estão nomes icônicos da Beija-Flor, como Anísio Abrahão David, presidente de honra; o presidente Almir Reis; o casal de mestre-sala e porta-bandeira Claudinho e Selminha Sorriso; as ex-rainhas de bateria Neide Tamborim, Raíssa de Oliveira e Sonia Capeta; o primeiro passista, Cassio Dias; os mestres de bateria Rodney e Plínio; a baluarte Tia Débora Rosa; e a musa Pinah, a “Cinderela Negra”. Além disso, os tradicionais fios de conta de Laíla aparecem nas mãos de Cassio, enquanto João Reis, o mais antigo profissional do barracão, segura um retrato do lendário carnavalesco Joãosinho Trinta. Cada um deles representa um capítulo essencial da história da escola, seja na avenida ou nos bastidores, perpetuando sua tradição com força e dedicação.

Para o presidente Almir Reis, o ensaio reflete um momento de reafirmação da identidade da Beija-Flor. “É fundamental olharmos para dentro, resgatarmos nossa essência e mostrarmos quem somos. Pra mostrar que ‘Ainda Estamos Aqui!’. Um oitavo lugar está muito longe do que essa escola merece, e é olhando para nossa história e nossa comunidade que vamos seguir impondo respeito”, afirma.

As imagens foram registradas pelo fotógrafo paulistano Eduardo Vieira, especialista em retratos, que capturou com sensibilidade a força e a grandiosidade de cada baluarte. O lançamento do ensaio acontece pouco mais de uma semana antes do desfile oficial, reforçando o espírito de união e a conexão com a história da escola no momento em que a Beija-Flor se prepara para mais uma apresentação na Sapucaí.

Mais do que um ensaio fotográfico, este projeto reafirma o compromisso da Beija-Flor com seu passado glorioso e com a continuidade desse legado no futuro. Cada imagem é um tributo à força de uma comunidade que, geração após geração, carrega no peito o orgulho de ser “de sangue azul, nilopolitano!”.

Em 2025, a Beija-Flor de Nilópolis será a segunda escola a entrar na avenida na segunda-feira de Carnaval, dia 3 de março. O enredo, “Laíla de Todos os Sambas, Laíla de Todos os Santos”, homenageia o grande diretor de Carnaval Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, eternamente conhecido como Laíla.

Acabou o caô! Sambódromo recebe alvará definitivo do Corpo de Bombeiros

A Riotur informa que, pela primeira vez, a estrutura do Sambódromo da Marques de Sapucaí recebeu alvará definitivo para a realização de qualquer evento, sejam os desfiles das escolas de samba ou outro tipo de evento cultural. O Certificado de Aprovação foi emitido na sexta-feira, pela Diretoria Geral de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (DGST), após a regularização de todos os requisitos necessários, listados no Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que garantiu o funcionamento da infraestrutura nos últimos anos.

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Foto: Alexandre Macieira/Riotur

“Isso representa um marco significativo para a organização do Carnaval. Antes, o evento era realizado com documentos provisórios, emitidos às vésperas dos desfiles, o que comprometia o planejamento. E, agora, o equipamento Sambódromo não precisará mais pedir essa autorização”, explicou o presidente da Riotur, Bernardo Fellows.

O alvará definitivo para a estrutura do Sambódromo proporciona maior segurança jurídica e operacional, permitindo que os organizadores tenham mais tempo e clareza para planejar todos os detalhes da festa. Além de ser o reconhecimento que o local está apto, em linha com todas as exigências, garante a segurança dos foliões, turistas e visitantes.

Mesmo com o alvará definitivo para a estrutura do Sambódromo, a aprovação para a realização de um evento, expedida pela Diretoria Geral de Diversões Públicas do Corpo de Bombeiros (DGDP), exigida para qualquer equipamento, como estádios esportivos ou centro de convenções, continuará a ser necessária. Ela deve ser requisitada e é responsabilidade dos produtores do evento.

Fuzuê do Tuiuti! Escola encerra a noite com ensaio impactante com comissão forte e casal afiado

Por Matheus Vinícius (Colaboraram Luan Costa, Freddy Ferreira, Luiz Gustavo, Gabriel Radicetti, Juliana Henrik, Carolina Freitas, Raphael Lacerda, Marcos Marinho e Matheus Morais)

“Vidas trans importam vivas”. Foi com essa mensagem que o Paraíso do Tuiuti encerrou o Teste de Luz e Som na madrugada de sexta para sábado. Durante 79 minutos, passaram pela Avenida personalidades LGBTQIAPN+, como a deputada federal Erika Hilton, que discursou antes do ensaio, a deputada estadual Dani Balbi, a atriz Valéria Barcelos e a cantora Pepita, além da animada comunidade do Quilombo do Tuiuti. A comissão de frente tem sido impactante e desta vez não foi diferente. O casal Raphael Rodriguez e Dandara Ventapane deram um espetáculo à parte.

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A escolade São Cristóvão será a segunda a desfilar no domingo com o enredo “Quem tem medo de Xica Manicongo”, desenvolvido por Jack Vasconcelos.

“Boa parte do que a gente preparou foi executada aqui. Sofremos muito para chegarmos nesse estágio, desde cedo ensaiando, um trabalho árduo, a escola mudou toda a direção de harmonia e de carnaval. É toda uma história nova, um contexto novo e a gente chega aqui no ensaio, teste final no campo de jogo e vem todo mundo dar os parabéns porque o que passou na pista foi um ensaio totalmente diferente do que fizemos no primeiro. Agora vou botar a cabeça no lugar, vamos sentar, escutar, rever, mas é satisfatório o que a gente apresenta. Se está pronto pro dia oficial, espero que sim, mas é um resultado muito bom que as pessoas vem trazendo ao longo da avenida até o final, e que no dia oficial a gente consiga fazer ainda melhor”, avaliou Rodrigo Soares, diretor de carnaval.

Comissão de Frente

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

Inegavelmente impactante. Os coreógrafos Claudia Motta e Edifranc Alves prepararam uma coreografia que retrata a condenação de travestis a queimar na fogueira. O elenco travesti usava saias rodadas volumosas que davam um efeito interessante durante a dança. Além das travestis, há também os componentes de capuz azul que representavam de alguma forma a perseguição e o ódio. A catarse é no momento que as fogueiras “pegam fogo”. Infelizmente, o efeito de faísca dos integrantes de azul não funcionou na última cabine.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Raphael Rodriguez e Dandara Ventapane executaram uma coreografia bastante dinâmica em que o casal é capaz de demonstrar muita sintonia e muita alegria. Em alguns momentos, mestre-sala e porta-bandeira performam passos iguais, evidencia a sincronia do casal. Separadamente, pode-se elogiar os giros impecáveis de Dandara e a energia que Raphael transmite com o seu bailado.

“Fizemos tudo o que queríamos para o desfile oficial. A cada ensaio, pensamos em ajustes, porque sempre buscamos o melhor. Então, estamos sempre tentando melhorar, melhorar, melhorar para conquistar a nota máxima. Fizemos um bom ensaio, conseguimos manter o ritmo nas quatro cabines, que era um dos nossos principais objetivos. Fizemos pequenos ajustes do último ensaio técnico para este e hoje foi um teste para essas mudanças, que funcionaram muito bem. Agora, é só continuar aprimorando até o desfile”, disse a porta-bandeira.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

“Não existe outra palavra senão superação. Aliás, não acho, eu tenho certeza! Esse vai ser o melhor carnaval da minha vida. Além de estar me superando em tudo, hoje posso dizer que tenho a melhor equipe do mundo ao meu lado. Além dos meus pais, tenho a Aline, nossa cerimonialista e harmonia, que nos acompanha; a Katia Casanova, nossa coreógrafa; o Arnaldo Gomes, meu fisioterapeuta – o cara que me faz andar, que manda em mim nessa última temporada, junto com o Rafael Japa. Esses dois foram essenciais para me colocar na avenida. Óbvio que temos força de vontade, temos fé, mas esses dois caras foram fundamentais. Fora minha parceira, com quem estou indo para o quinto ano de parceria. A cada dia, nossa sintonia fica mais sólida. Ela é a parceira da minha vida! Estamos juntos o tempo todo, olho no olho, dando nosso melhor. Não está sendo fácil. Não vou mentir e dizer que é um mar de rosas. A cada dia, é uma superação, uma vitória. Hoje foi mais uma. E agora, o próximo “jogo” é no dia 4, que é a final. Hoje foi a semifinal. No dia 4, é a final. E, com certeza, vamos sair campeões dessa avenida”, completou o mestre-sala.

Harmonia e Samba

A composição de Cláudio Russo e Gustavo Clarão permite que o carro de som de Pixulé faça um ótimo trabalho. Comparado com o ensaio técnico, neste Teste de Luz e Som, a comunidade do Tuiuti desfilou mais aguerrida com um canto mais regular. Os trechos mais forte sobre “Eu travesti” e o refrão principal.

O intérprete avaliou o desempenho do carro de som e da harmonia nesse último fim de semana de ensaios.

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Foto: Vitor Melo/Divuglação Rio Carnaval

“A avaliação é toda positiva. A escola está pronta. Só vir o desfile e deixar o povo cantar. Esse ensaio de hoje foi para consertar alguns errinhos do outro. Deu tudo certo. A harmonia está perfeita, carro de som, bateria, a escola cantando. Não tem mais o que falar”, disse Pixulé

Evolução

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

O Tuiuti executou um desfile bem fluido, sem problemas de evolução. Os desfilantes estavam animados por estar desfilando este samba e este enredo. A escola passou compacta e fechou seu tempo em 79 minutos.

Bateria e Outros destaques

Uma bateria “Super Som” do Paraíso do Tuiuti de mestre Marcão com uma parte da frente do ritmo de imenso destaque. Um naipe de chocalhos altamente técnico executou um desenho rítmico complexo com categoria. Cuícas ressonantes e tamborins eficientes também auxiliaram no grande trabalho das peças leves. Na cozinha da bateria do Tuiuti, uma boa afinação de surdos deu amparo musical para o destacado toque das terceiras. Caixas consistentes e repiques coesos auxiliaram no preenchimento da sonoridade na parte de trás do ritmo. Bossas com pressão sonora e seguindo as nuances melódicas do samba mostraram valor sonoro. Destaque para a bossa do Reggae no refrão do meio, numa bela elaboração musical. Uma bateria “Super Som” que mostrou ser possível sonhar com as notas máximas no desfile oficial.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

“Chega a dar lágrima nos olhos. Porque quando você vê o seu trabalho concluído, não só o seu, mas o de toda essa rapaziada aí… É quase três e meia da manhã, tem gente que ainda vai trabalhar daqui a pouco, mas, mesmo assim, estão aqui, comprometidos, presentes em todos os ensaios. Eu fico muito grato em ver esse trabalho finalizado. E não é só meu, é deles! Quem comanda são eles. A gente só passa o que tem que ser feito. Então, é só gratidão por essa rapaziada. Esses caras merecem muito”.

Tijuca realiza último ensaio técnico na Sapucaí mostrando organização e casal inspirado

Por Luiz Gustavo (Colaboraram Matheus Vinícius, Freddy Ferreira, Raphael Lacerda, Luan Costa, Gabriel Radicetti, Juliana Henrik, Carolina Freitas, Marcos Marinho e Matheus Morais)

A Unidos da Tijuca pisou na Marquês de Sapucaí na noite da última sexta para o teste de luz e som que serão usados nos dias de desfile. Com dez dias faltando para a apresentação oficial o ensaio de fato foi um treino do que a escola preparou ao longo desses meses, e o que se viu na avenida foi uma agremiação extremamente organizada, com uma evolução azeitada e total controle do andamento com que a escola avançava ao longo da Sapucaí, alas bem compactas. A Tijuca conquistou 40 pontos em evolução no último carnaval e mantém o quesito no mesmo nível para o próximo desfile. Outro destaque do ensaio da azul e amarelo foi o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus André e Lucinha Nobre, mostrando muita desenvoltura e entrosamento após uma estreia onde o casal deixou décimos pelo caminho. Dessa vez realizaram uma ótima apresentação nas quatro cabines, destaque maior para os giros precisos de Lucinha, à vontade e transmitindo muita energia.

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A escola acabou tendo um número de componentes menor que no primeiro ensaio, provavelmente por ser num dia útil de trabalho dificultando a presença de alguns integrantes da Tijuca. Os componentes presentes na Sapucaí entregaram um canto satisfatório na maior parte do ensaio, em alguns momentos o canto soou mais morno, sem maior explosão, mas no geral a escola cumpriu com o samba na ponta da língua dos desfilantes.

Fernando Costa, diretor de carnaval da agremiação, falou sobre o ensaio técnico e os problemas com o som.

“O som falhou muito, falhou já na regressiva, perdemos minutos logo no início, falhou também no meio da pista, seria bom não falhar mas ensaio é para isso, estamos testando pro dia e tenho certeza que no dia não irá falhar, porém acabou prejudicando um pouco. Eu venho puxando a escola, venho falando pelo rádio mas o meu maior termômetro são os componentes quando chegam aqui no final, e hoje chegou todo mundo feliz, está todo mundo agradecendo, dando parabéns, e a gente está pronto pro dia 03, segunda-feira, aguardem a Tijuca que a gente virá queimando a Sapucaí”.

A Unidos da Tijuca busca retomar uma boa colocação na segunda de carnaval com o enredo “Logun-Edé – Santo Menino que Velho Respeita”, desenvolvido pelo carnavalesco Edson Pereira, estreando na agremiação.

Comissão de Frente

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

A comissão coreografada por Ariadne Lax e Bruna Lopes trouxe um componente representando Logun-Edé com a cauda de pavão, que é um dos símbolos do orixá cultuado no candomblé brasileiro e outras religiões de diáspora africana. Em determinado momento da coreografia, a cauda era erguida pelos demais integrantes dando efeito de balançar e também servindo para esconder a troca de figurino dos componentes que se transformavam em Oxóssi e Oxum, os orixás pais de Logun-Edé, que o entregaram seus símbolos maiores, a flecha e o espelho. Uma comissão de passo marcado que se apresentou de forma muito precisa nos quatro módulos.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Excelente apresentação de Matheus André e Lucinha Nobre. A experiente porta-bandeira flutuou na Marquês de Sapucaí, muito solta e desenvolta, executando seu bailado com a categoria de seus grandes momentos. Já o jovem Matheus está em seu terceiro ano como primeiro mestre-sala e mostrou um enorme amadurecimento, uma apresentação firme e muito bem sincronizada com a dança de Lucinha. Em seu segundo ano de parceria, o casal exibiu um entrosamento capaz de garantir um grande desempenho no desfile oficial.

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

“Eu quis usar a anágua, apesar de não ter o peso real da fantasia no dia do desfile. Queria ter uma noção do tamanho, mesmo sabendo que aqui está só a anágua, sem penas e outros detalhes. Mas já estamos com a coreografia toda montada para o desfile. Faltando apenas uma semana, optei por não usar a saia porque acho que isso pode comprometer a dinâmica da fantasia. Nossa prioridade nesses últimos 15 dias tem sido a fantasia e a dança na avenida. Por isso, resolvi incrementar esse ensaio com a ajuda da Ágatha Lacerda, chefe de ateliê lá do barracão da Unidos da Tijuca, uma profissional maravilhosa que me acompanhou em todo o processo do Carnaval. Hoje também estamos testando os movimentos com a Camille, com a Daniele Ramalho e com a preparação física do Luiz Felipe. Na verdade, temos uma equipe enorme que trabalhou com a gente o ano inteiro. Nosso presidente atendeu tudo o que pedi, não deixou faltar nada. Estou muito feliz, tranquila e realizada. Eu e o Matheus não chegamos a um auge, porque acho que isso é só o começo. Mas, hoje, estou satisfeita e feliz. Tenho um mestre-sala que é um verdadeiro parceiro, que dança a minha dança, e eu danço a dança dele. A gente se entende muito bem, e é gostoso dançar com ele. Além disso, ganhei um amigo. A família dele – o filho, a esposa – entrou na minha vida com muito amor. E é isso… O amor de Logun Edé nos uniu, e eu estou muito feliz”, disse a porta-bandeira.

Harmonia e Samba

A escola foi correta em seu canto, grande parte dos seus componentes não deixou de cantar nenhum trecho do samba e sustentaram até o final do ensaio, porém não foi um canto explosivo e em alguns momentos caiu a intensidade, amornando o ensaio. O bom samba da Tijuca pode extrair mais dos seus integrantes. Samba esse que foi bem executado pelo carro de som, em que pese alguns problemas com o som da avenida que
atrapalharam a escola. Durante alguns minutos a voz do intérprete Ito Melodia não foi ouvida por falhas na equalização do som, mas enquanto o som funcionou o carro de som teve um bom desempenho. Ito contou com o auxílio luxuoso de Tem-Tem Jr., que vive grande momento e ajudou a sustentar tons mais agudos, como no refrão central.

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

“Foi maravilhoso! Foi tudo o que estávamos esperando. A Sapucaí vem com a gente, o samba acontece muito, a bateria é muito forte, a comunidade canta muito. Foi bom ensaiar com esse som porque a comunicação fica mais facul com o público. A Tijuca cantou e o povo cantou junto. A escola evoluiu com um andamento maravilhoso, o samba não cai, a bateria não cai e a escola evolui o tempo todo. Eu estou muito feliz. Logun-Edé! Axé, Tijuca”, comentou o intérprete Ito Melodia.

Evolução

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

Uma escola precisa, organizada e segura na avenida, foram os predicados que a Tijuca mostrou em relação à sua evolução ao longo de todo o ensaio técnico. Alas plenamente compactadas, ritmo de andamento mantido durante todos os minutos que a escola esteve na pista, sem descompassos. Por estar tão compacta, uma ou outra ala chegou a se aproximar em demasia, deixando o espaço entre elas sem divisão, mas no geral foi um quesito cumprido com louvor pela Unidos da Tijuca, que busca novamente a nota máxima em evolução após conquistar em 2024. Trabalho muito competente da direção de carnaval e harmonia.

Bateria e Outros Destaques

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

Uma bateria “Pura Cadência” da Unidos da Tijuca de mestre Casagrande com a cozinha com uma afinação primorosa de surdos, que junto do ótimo balanço das terceiras e das ressonantes caixas de guerra complementaram de forma soberba a parte de trás do ritmo. Já na parte da frente do ritmo, um naipe de chocalhos acima da média tocou integrado a uma eficiente ala de tamborins. Uma ala de cuícas de qualidade técnica diferenciada também auxiliou na sonoridade das peças leves. Bossas intimamente ligadas a obra tijucana mostraram seu valor sonoro. A pressão da paradinha da cabeça junto do molho único das caixas merece destaque. Uma bateria “Pura Cadência” da Tijuca que aguarda com esperança e otimismo a chegada do carnaval!

“É difícil falar, porque eu sou o mestre de bateria. Como é que você vai falar da sua própria bateria? Mas, eles me surpreendem a cada ensaio. No ensaio anterior, eu achei que estávamos até um pouco mais para frente, mas hoje encontramos a métrica quase perfeita. Não vou dizer que foi perfeita, mas o andamento com o canto encaixou direitinho. O peso no chão está muito bom, estamos muito bem. Em alguns anos, tivemos sambas mais difíceis de tocar, e a bateria teve que “salvar” o samba, como vocês dizem. Mas esse não, cara. Esse samba é muito bom de tocar, tem uma métrica excelente, e isso deixa a bateria muito à vontade. Acho que um grande achado foi o toque do agueré, incorporado com os próprios instrumentos da bateria. Isso foi valioso demais! Com todo respeito a outros instrumentos, mas precisamos valorizar os nossos. Quando encontramos esse toque do agueré, encaixando as caixas de guerra… Ficou sensacional! Sensacional mesmo. Não tenho mais palavras. Só quero agradecer. Hoje foi nosso último grande ensaio, mas ainda temos um na nossa comunidade, no Domingo. O que esses ritmistas fizeram durante o ano todo… Carnaval em março, ensaios toda semana, foi muito cansativo. Essa semana foi puxada, ensaiamos quatro vezes, e isso não é mole. Fazer o ritmista sair de casa, às vezes sem ter dinheiro para a passagem, sem uma alimentação adequada… Isso preocupa a gente. Mas hoje veio todo mundo! A bateria estava completa, graças a Deus. Eu não tenho mais palavras. A palavra certa para definir esse momento é gratidão”.

Alas como baianas e passistas passaram muito bem-vestidas, mostrando um esmero da escola. Baianas com vestidos de diferentes cores e passistas com uma roupa que fazia alusão ao fundo do mar.

Independente feliz! Mocidade brinca de desfilar, comunidade dá show e último ensaio antes do desfile oficial deixa boas credenciais

Por Luan Costa (Colaboraram Matheus Vinícius, Freddy Ferreira, Raphael Lacerda, Luiz Gustavo, Gabriel Radicetti, Juliana Henrik, Carolina Freitas, Marcos Marinho e Matheus Morais)

O Carnaval de 2025 já está batendo à porta, e a Mocidade Independente de Padre Miguel fez sua última passagem pela Marquês de Sapucaí antes do grande desfile oficial. Se o desempenho sólido de alguns quesitos for um indicativo do que está por vir, o céu certamente vai clarear e iluminar toda a Zona Oeste. O ensaio da última sexta-feira contou com o som amplificado por toda a avenida, impulsionando ainda mais a vibração e o canto da comunidade de Padre Miguel. Mesmo nos momentos de falhas no áudio, a escola mostrou sua força, sustentando o samba na raça e na voz. A leveza e a alegria dos componentes foram evidentes, tornando a apresentação envolvente.

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Entre os grandes destaques da noite, brilharam o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo Jesus e Bruna Santos, que encantou com sua dança marcante, e a bateria “Não Existe Mais Quente”, de mestre Dudu, que mais uma vez fez jus ao nome.

A Verde e Branca será a primeira escola a desfilar na terça-feira de carnaval (4 de março), com o enredo “Voltando para o Futuro – Não há limites para sonhar”, desenvolvido pelos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage (In Memorian).

Ao final do ensaio, o diretor de carnaval, Mauro Amorim, falou ao CARNAVALESCO. “Sobre a iluminação não vou dar spoiler! Senão o Renato puxa a minha orelha. Deus me livre! O Renato puxando minha orelha faltando uma semana para o Carnaval. Ensaio muito bom! Na verdade, foi o que eu falei lá na frente: hoje foi o nosso primeiro desfile. Quando a Liga nos dá essa oportunidade de ensaiar com o som oficial, mesmo com os defeitos que apareceram – e foram muitas falhas –, é ótimo, porque agora eles podem corrigir tudo até a semana que vem. Mas foi um belíssimo ensaio! Nossa comunidade está feliz. Quando o som parou, o povo cantou ainda mais. A comunidade está vibrando, e a gente vai trabalhar até o último minuto, até fechar o portão”, disse Mauro.

Comissão de Frente

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

Comandada pelo experiente coreógrafo Marcelo Misailidis, a comissão de frente da Mocidade encantou o público com um espetáculo digno de desfile oficial. A coreografia, extremamente bem executada, trouxe 15 homens caracterizados como soldados futuristas, usando máscaras, lanternas e mochilas transparentes iluminadas por LEDs, criando um efeito visual impressionante. O grande momento da apresentação aconteceu quando um dos componentes foi elevado, revelando, dentro de uma bolsa transparente em sua barriga, a imagem de um bebê. A cena, além de impactante, trouxe emoção e simbolismo, tornando a performance ainda mais marcante e condizente com o enredo.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Diogo Jesus e Bruna Santos mostraram por que são uma das grandes duplas do carnaval. Com uma apresentação forte e cheia de dramatização, eles entregaram uma performance marcante, na qual cada passo e gesto dialogava perfeitamente com os momentos do samba. Bruna impressionou com seus giros intermináveis, que pareciam desafiar o tempo, exibindo um vigor impressionante. Já Diogo, sempre firme e elegante, conduziu a dança com precisão e sincronia absoluta com sua parceira. A química entre os dois ficou evidente, e a sintonia foi o grande destaque da apresentação.

“Conseguimos fazer tudo alinhadinho, certinho com o que havíamos planejado. Claro que hoje demos mais uma segurada justamente porque semana que vem já é nosso desfile. Demos o 100%, mas não com aquela euforia toda e energia que nós sempre botamos. Botamos energia, claro, mas soubemos dosar um pouco justamente pelo carnaval ser semana que vem. Conseguimos transmitir um lindo trabalho para nossa comunidade e para a Marquês de Sapucaí. Deu para melhorar do ensaio técnico para agora com certeza. Muita técnica, que no primeiro ensaio técnico a Ana Paula Lessa (ccoreógrafa) viu os momentos de limpeza, onde precisava melhorar e segurar essa energia. Acredito que hoje conseguimos entregar um ensaio técnico mais limpo tecnicamente. Sempre tem uma coisinha para melhorar ainda, mas vamos ver os próximos dois ou três ensaios fechados que temos com a nossa fantasia para ver se vai precisar aprimorar mais alguma coisa”, disse a porta-bandeira.

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

“Acho que nós conseguimos fazer uma dança limpa, bastante técnica, com os movimentos super limpos, sem botar aquela carga toda porque o desfile é semana que vem. É preciso saber dosar, dançar com inteligência no dia de hoje. E nós soubemos dançar com maestria e com bastante elegância. A Aninha (coreógrafa) conseguiu enxergar alguns pontos nossos. Nosso primeiro ensaio técnico foi muito bom, o público gostou. Nós viemos dançando, brincando. Ela conseguiu limpar os movimentos e dosar. E hoje conseguimos implementar essa boa dança, perfeita em todas as cabines, sem nenhum erro. Nós estamos felizes também. Hoje foi uma dança bastante sadia e leve. Conseguimos fazer tudo perfeito”, completou o mestre-sala.

Harmonia e Samba

A harmonia da Mocidade foi um dos grandes destaques do ensaio técnico. Mesmo durante as falhas no som, era possível ouvir os Independentes entoando o samba a plenos pulmões. O momento mais emblemático aconteceu na parte final do ensaio, quando a bateria já estava no recuo: sem o som da avenida, a escola sustentou uma passada inteira apenas na voz, mostrando força e entrega.

Apesar dos problemas técnicos, o carro de som da Verde e Branco, comandado pelo experiente Zé Paulo, deu um verdadeiro show do início ao fim. Desde o esquenta até o último minuto, a sintonia com a bateria “Não Existe Mais Quente” ficou evidente, criando uma apresentação coesa e vibrante. A bateria, sob a liderança de mestre Dudu, foi um espetáculo à parte. Além das tradicionais paradinhas, ele surpreendeu com um paradão que levantou o público.

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

Com tudo isso, o samba ganhou força e conduziu a escola a um conjunto harmônico impecável. Os dois refrões foram cantados com intensidade, e a preparação para o refrão principal — nos versos “naveguei, no afã de me encontrar, eu me emocionei” — foi um dos momentos mais marcantes da noite.

“Claro que a gente não quer que aconteçam essas falhas no som, mas quando a gente vem firme passa por cima das dificuldades. Aconteceram, a gente não tem que reclamar, agora é pensar no desfile. Independente dos problemas, enquanto teve som a gente foi muito bem, isso que precisamos continuar fazendo, focados, sempre pensando lá na frente e tenho fé que a Mocidade vai surpreender. Quando o som falha acaba dando um plus na galera, os componentes se inflamam, cantam com mais vontade tentando fazer a vez do caminhão de som, isso esquentou a escola, mas enquanto tivemos som pudemos executar o que vem sendo treinado na Vintém. Eu estou muito feliz, é um momento bacana e a Mocidade tem tudo pra deixar muita gente surpresa”, afirmou o intérprete Zé Paulo.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

Bateria

Uma bateria “Não Existe Mais Quente” (NEMQ) da Mocidade Independente de Padre Miguel de mestre Dudu com uma parte da frente do ritmo com grande destaque. Tamborins com um belo desenho rítmico se uniram a um a naipe de chocalhos cascavel de alto valor técnico. Tudo complementado por cuícas corretas e agogôs de duas bocas eficientes. Na cozinha da bateria sua tradicional afinação invertida de surdos foi percebida, junto de terceiras com seu balanço peculiar, além de boas caixas de guerra, com acentuação na mão invertida. Merece menção musical o trabalho sublime dos repiques, principalmente em paradinhas. Bossas interligadas às nuances do melodioso samba independente se destacaram pela força do conjunto e pela musicalidade. Uma bateria “NEMQ” pronta para abrir a inédita noite de terça-feira no Grupo Especial.

Sobre a performance da bateria, mestre Dudu, responsável pelos ritmistas, pontuou que não teve nenhuma surpresa e ressaltou o canto da comunidade após os problemas com som.

“Não teve surpresa nenhuma. A gente está há oito meses ensaiando. Depois que o samba foi escolhido, em outubro, começamos a inserir as bossas e paradinhas, porque não podemos perder as paradinhas, que são características nossas. Não teve surpresa. Hoje acho que ficou mais do que provado que temos uma comunidade muito guerreira, porque é muito emocionante cantar o samba da escola. Infelizmente, pode ter sido algum problema no som, mas está aí a prova de que o samba está na ponta da língua do Independente. Agora é esperar a próxima semana e fazer um belo trabalho no nosso desfile”.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

Evolução

A evolução da Mocidade foi extremamente fluida, coesa e leve, refletindo o espírito do ensaio da escola. A leveza e a descontração marcaram a passagem da Verde e Branco pela avenida, com os componentes demonstrando visivelmente que estavam se divertindo. Esse clima de alegria e comprometimento transpareceu na pista.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

As alas evoluíram de forma compacta, mas sem rigidez excessiva, garantindo um equilíbrio entre organização e naturalidade. A interação com o público foi um dos pontos altos, já que muitos componentes carregavam adereços e os utilizavam de maneira criativa ao longo do desfile.

Outros Destaques

O ensaio técnico também foi marcado por momentos especiais, como o tripé de abertura, que trouxe uma emocionante homenagem às escolas Ponte, Império e Bangu, que perderam suas fantasias em um incêndio. A ala de passistas brilhou com uma coreografia impecável e figurinos prateados. Já a rainha de bateria, Fabíola Andrade, chamou atenção com uma fantasia deslumbrante, digna de desfile oficial.