Para o presidente da Liesa, Gabriel David, o evento dos minidesfiles, na Cidade do Samba, simboliza um momento histórico na preparação do próximo carnaval. Em um fim de semana que uniu tradição, inovação e celebração, a Cidade do Samba registrou público recorde: 32 mil pessoas passaram pelo local, entre sexta-feira e domingo, para acompanhar os minidesfiles das agremiações do Grupo Especial e shows de grandes nomes da música brasileira. A entrada foi gratuita, mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível.
“Estamos vivendo a maior transição técnica da Sapucaí em décadas. Testar o novo sistema de som na Cidade do Samba foi fundamental para esse processo. Melhoramos muito, mas ainda estamos ajustando, aprendendo e trabalhando lado a lado com as escolas para entregar, em 2026, o melhor Carnaval da nossa história. O público que esteve aqui neste fim de semana já sentiu um pouco dessa evolução”, disse Gabriel David.
Venda de ingressos para o Setor 9
Durante o evento, a Liesa anunciou que nesta terça-feira, 2 de dezembro, Dia Nacional do Samba, será aberta a última chamada para a venda de arquibancadas da Sapucaí com a comercialização, pela primeira vez, do Setor 9 ao público geral. Os detalhes serão divulgados ao longo do dia, nas redes sociais da Liesa.
O Paraíso do Tuiuti realizou, no último domingo, primeiro de dezembro, seu desfile na Cidade do Samba, abrindo as apresentações da última noite de comemorações do Dia Nacional do Samba. Alegria e comunicação com o público ao redor impulsionaram a escola de Pixulé durante o tempo no desfile do “Quilombo do Samba”, trazendo seus componentes leves e soltos. Além disso, o destaque vai também para o casal Vinícius e Rebeca, que demonstrou uma dança forte e bem segura em seus movimentos durante o tempo na pista. O Tuiuti levará para a avenida, em 2026, o enredo “Lonã Ifá Lukumi”, sobre a história do surgimento do Ifá cubano, sendo a escola que abrirá o terceiro dia de desfiles.
Comandada por David Lima, a comissão apresentou seu elenco principal vestido de africanos, com uma dança forte ao redor de um elemento alegórico, trazendo também outros dois bailarinos com roupas vermelhas tradicionais afros e um em cima do próprio elemento, representando um cortador de cana.
A coreografia trouxe passos bem marcados, como se fosse um ritual envolvendo dança, com bastões que podiam ser acoplados à pequena alegoria em alguns momentos. Foi uma exibição que chamou a atenção desde o início, pela empolgação e pela dança muito bem executada de seus integrantes, como uma síntese da fé que saiu da África em direção a Cuba.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
O casal Vinícius Antunes e Rebeca Tito mostrou grande sintonia. Com uma dança marcada pela sincronia que vêm demonstrando nos ensaios de rua, ambos se apresentaram de forma leve e segura pelo chão da Cidade do Samba.
A dupla fez um bailado tradicional de mestre-sala e porta-bandeira, mas também com movimentos mais ágeis em certos momentos da apresentação, incluindo um momento breve com os dois mais unidos, mais para o fim da coreografia, e movimentos de ombro remetendo a danças latinas, pouco antes do refrão, que, em conjunto, demonstram suavidade e vigor ao mesmo tempo.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
SAMBA E HARMONIA
O intérprete Pixulé teve uma noite espetacular junto ao carro de som do Tuiuti. A ala musical da escola, comandada por Leonardo Bessa, contribui muito para a grande atuação da escola, ajudando a comunidade a botar o samba para cima e a cantar bem forte durante todo o tempo. Muita energia dos componentes do Tuiuti. O cantor esteve confortável com o samba a todo momento, cantando muito bem a obra e mantendo boa comunicação com o público.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
EVOLUÇÃO
Na maior parte do tempo, o Paraíso do Tuiuti teve uma evolução muito tranquila, passando bem pela pista, com componentes animados, cantando o samba soltos e demonstrando muita alegria com a obra enquanto desfilavam. Mantendo a agremiação quente durante todo o tempo. A escola teve apenas um pequeno momento em que ficou parada por um período um pouco maior, mas logo voltou a andar, sem prejudicar o andamento do minidesfile.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
OUTROS DESTAQUES
A bateria de mestre Marcão veio com ótimo andamento e realizou algumas paradinhas e um “paradão” para que o público pudesse ser ouvido cantando a obra da escola, além de já apresentar algumas bossas nesta noite de domingo.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
À frente dos ritimistas, a rainha Mayara Lima brilhou com seu samba e carisma, marcando sua volta à frente da SuperSom durante um desfile. A comunicação com o público presente na Cidade do Samba também foi muito certeira por parte da escola.
A Acadêmicos do Salgueiro encerrou o fim de semana dos minidesfiles do Grupo Especial em clima de nostalgia e muita felicidade. Uma passagem agradável, com um samba extremamente gostoso de ouvir e que obteve ótimo rendimento. A vermelho e branco mostrou toda a força de seus quesitos: uma comissão de frente alegre e bem ensaiada, um casal de primeira categoria, ótima bateria e uma comunidade que cantou com toda a alegria. Resultado, o “Torrão Amado” fez sua melhor apresentação desde o início dos minidesfiles no Rio de Janeiro. A homenagem à Rosa Magalhães encerrou a temporada de minidesfiles no mais alto nível. O Salgueiro fechará a terça de Carnaval com o enredo “A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau”, desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Silveira, em seu segundo ano na agremiação.
O coreógrafo Paulo Pinna trouxe uma comissão que apresentou uma coreografia divertida e jocosa, com uma bonita vestimenta representando arlequins. Foi uma apresentação descontraída, no espírito bufão do personagem. No ato final da comissão, os arlequins apresentaram as bandeiras das escolas pelas quais Rosa Magalhães passou. Foi um bom cartão de visitas.
Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
Sidclei e Marcella formam um casal garantia de nota máxima no Salgueiro. É a segurança de um grande desempenho, e, neste minidesfile, o padrão de excelência se manteve, com uma exuberante apresentação. Marcella se exibiu com muita elegância e postura, girando com o corpo ereto e esticado, enquanto Sidclei mostrou seu sapateado marcante. A roupa em tom rosa foi outro destaque, muito bonita. Desempenho à altura do talento e do histórico do casal.
Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval
EVOLUÇÃO
O Salgueiro se mostrou solto na pista, resolveu brincar o Carnaval e conseguiu com êxito. As alas coreografadas não travaram a evolução da escola; ao contrário, deram um “molho” na passagem, com mais movimentação. Poucos componentes apenas andavam; a grande maioria pulou, dançou e se divertiu na pista. Um desempenho muito agradável, com uma pitada de nostalgia, com destaques de alegorias vindo no chão com suas enormes fantasias, além de alas com adereços que remetiam a desfiles antigos de Rosa Magalhães.
Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval
HARMONIA E SAMBA
A vermelho e branco apresentou um canto excelente, na esteira de sua evolução leve e alegre. A primeira ala, que tinha adereços de mão, sustentou um canto muito intenso em toda a sua passagem, já colocando um sarrafo alto para o restante da agremiação, que segurou com a mesma competência. Foi um canto linear dos componentes, sem uma ala se destacando negativamente.
Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval
E, se o samba foi cantado com força e naturalidade, em parte se deve ao ótimo desempenho do mesmo, com firme interpretação de Igor Sorriso, bastante confortável na condução da obra, e à brilhante atuação da bateria “Furiosa”, comandada por Guilherme e Gustavo. Como cereja do bolo, o violino que acompanhou o samba valorizou a bela melodia que a obra possui. Um grande desempenho harmônico do Salgueiro.
OUTROS DESTAQUES
O numeroso time de musas do Salgueiro chamou a atenção do público presente; a maioria estava com o samba na ponta da língua.
O tripé trazido pela escola contou com membros da velha guarda, representando um bar com várias placas de ruas onde ficam as quadras das escolas nas quais Rosa Magalhães trabalhou.
Segunda escola a se apresentar na terceira noite de minidesfiles pelo Dia Nacional do Samba, a Vila Isabel mostrou que irá ao Carnaval 2026 para disputar o título, que não conquista desde 2013. A Azul e Branca fez uma apresentação histórica e única. Apoteótica e arrebatadora. De todos os sons já entoados na pista da Cidade do Samba, ninguém jamais se apresentou como a Vila fez neste 30 de novembro. A dança hipnotizante do primeiro casal foi um dos tantos pontos altos de uma apresentação para a eternidade. A atuação dos componentes também precisa ser destacada como fundamental para arrepiar o espectador. A escola do Boulevard 28 de Setembro será a segunda a desfilar na terça-feira de carnaval, com o enredo “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África”, desenvolvido pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.
Sacode. Botou para quebrar. Amassou. Passou o trator. Assim pode ser definida a épica apresentação da Vila Isabel neste domingo, na Cidade do Samba. Foi como um reencontro: primeiro da Vila com ela mesma, com suas raízes e seu povo. Que a Vila Isabel é uma escola que sabe se apresentar, todo mundo já está acostumado. Possui grande capacidade de levantar o público. Com Tinga no comando do carro de som é bem fácil levar o povo com ela. Nesta noite, a escola de Noel foi além do seu costume. A Vila voltou depois de dois anos de passagens sem brilho pelo carnaval. O oitavo lugar no último desfile ficou de lado, e a escola mostrou uma repaginação tão notória que se viu uma apresentação para entrar na história do evento e dos pré-carnavais. A condução magistral do grande samba, o canto superpotente e uma evolução de levar o povo junto com a escola colocaram a escola em estado de graça. Uma pena que a grade existia para impedir as pessoas de serem arrastadas pela energia contagiante.
COMISSÃO DE FRENTE
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
O quesito coreografado por Alex Neoral e Marcio Jahú trouxe uma construção simples, mas de muito bom gosto e excelente montagem. Em resumo, dança afro com componentes de vestes brancas. Com muita sutileza, as mulheres deixam os homens no centro da apresentação e se dirigem ao tripé para fazer a troca de figurino. Assim, transformam-se em Oxum. Em vez de carregarem espelhos em uma das mãos, o acessório estava no rosto, cobrindo as componentes. Em uma das mãos, havia uma armação de espelho vazada.
Quando as componentes-Oxum chegavam ao centro da apresentação, os homens saiam até o tripé e mudavam o figurino. De vestes brancas, passaram a ser Xangôs. Em seguida, foram ao centro para dançar com as demais componentes.
Apresentação formidável, levemente prejudicada pela coroa de um dos Xangôs, que caiu da cabeça assim que chegaram para compor a apresentação.
Vale lembrar também da excelência do elemento cenográfico da comissão de frente, que trazia a coroa, símbolo da escola. De muito bom gosto, estava decorada com obras de Heitor dos Prazeres, enredo de 2026.
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
Em estado de graça, Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane deram um show de tirar o fôlego. Absolutamente fantásticos, mostraram uma coreografia fascinante, a sedução para prender a atenção à dança do casal. Os últimos versos do samba proporcionaram o ponto alto da apresentação.
SAMBA-ENREDO
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
Nascido consagrado e franco candidato ao prêmio de melhor samba do Carnaval 2026, a obra composta por André Diniz, Evandro Bocão e Arlindinho conquistou o mundo do samba e proporciona sempre um cortejo que não se quer que acabe. O show da Vila Isabel é metade o samba. E o samba é um show à parte.
Muito responsável pelo sacode, Tinga conduz mais uma obra-prima com perfeição, na companhia de seu brilhante carro de som.
Os trechos mais cantados são a última estrofe, “de todos os tons…”, e “ê quilombo, é a Pedra do Sal…”, além do refrão, que é sucesso absoluto cantado a plenos pulmões.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
HARMONIA
A Vila sempre foi de cantar, mas cantar um sambaço é diferente. Todos os componentes que passaram gritaram o samba em perfeita harmonia com o carro de som e o público. Uma exibição de gala das alas da escola.
EVOLUÇÃO
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
A Vila balançou a Cidade do Samba. Tinha coreografia, tinham alas brincando, movimento e uma coesão da primeira à última ala que não se vê todo dia. Poucos componentes, limitados pela regra do evento, mas alas compactadas. Uma passagem primorosa.
OUTROS DESTAQUES
A musicalidade da Vila Isabel também foi um dos tantos pontos altos do amasso praticado pela escola. Isso passa pela monumental bateria do mestre Macaco Branco e pela grande ideia de colocar os ritmistas para abrir o desfile, decisão fundamental para o clima instaurado durante o desfile na Cidade do Samba.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
Sabrina Sato, à frente da bateria, é muito rainha. Sempre com figurino caprichado, ela investiu nas plumas e esbanjou a simpatia de sempre.
A Vila Isabel sabe o que quer para 2026 e ainda se dá ao luxo de arrebatar os sambistas com seu costume de dar show quando passa. O terceiro dia de desfile pelo Dia Nacional do Samba deve ser sempre lembrado por causa do Povo de Noel e ilustrado em azul e branco.
Para comemorar o Dia Nacional do Samba, por mais um ano a Liesa e a RioCarnaval realizaram os minidesfiles das escolas de samba do Grupo Especial. Na primeira noite, sexta-feira, se apresentaram Acadêmicos de Niterói, Imperatriz Leopoldinense, Portela e Estação Primeira de Mangueira. Também nesta noite, a Liga apresentou o novo sistema de som para o Carnaval 2026 aos foliões.
Apesar da intensa chuva que caiu na cidade do Rio de Janeiro antes dos minidesfiles, os sambistas compareceram e festejaram suas escolas. Além de elogiar a organização e os serviços oferecidos, o público presente admirou a estreia da sonorização. A única dificuldade mais perceptível aos espectadores durante o primeiro dia de espetáculo foi a falha no começo do minidesfile da Mangueira, que precisou recomeçar seu esquenta.
O professor portelense Marcos Gomes, de 44 anos, revelou que ficou surpreendido com a qualidade sonora.
Professor portelense Marcos Gomes, de 44 anos, revelou que ficou surpreendido com a qualidade sonora
“Está surpreendente, viu? Eu gostei muito, o som está muito bom! Se conseguirem levar essa qualidade para a Avenida, eu acho que vai ser um som muito bom”, declarou o portelense.
Pela primeira vez no minidesfile, Emily Cardoso, de 45 anos, desfilou pela comunidade da Imperatriz. A desfilante gostou do que ouviu durante a noite e notou que, apesar do problema técnico na Mangueira, tudo correu bem.
Emily Cardoso, de 45 anos, desfilou pela comunidade da Imperatriz
“Pela maluquice que foi a chuva, eu acho que ficou ótimo. Estava achando até que pudesse cancelar e, no final, deu tudo certo. Eu nunca estive nesse evento, mas gostei do som. Nós [Imperatriz] não tivemos problema, embora tenha acontecido o problema técnico com a Mangueira. Mas foi resolvido e ficou tranquilo para escutar”, declarou Emily.
A passista da Acadêmicos de Niterói Ana Flavia Batista, de 29 anos, exaltou a ambientação do sistema de som e identificou melhorias em relação aos outros anos para os minidesfiles dessa sexta-feira.
Passista da Niterói Ana Flavia Batista, de 29 anos, exaltou a ambientação do sistema de som
“Eu achei maravilhoso porque abrange a Cidade do Samba toda. Antigamente, ficava mais concentrado ali no meio e agora nós conseguimos interagir com todo mundo até o final. Consigo ouvir limpo a bateria e os intérpretes. É um avanço com certeza. É uma preparação para os nossos desfiles e ensaios técnicos. A evolução está muito grande”, celebrou Ana Flávia.
Acompanhada de seus amigos, Rayane Ávila, portelense de 26 anos, gostou do que viu e ouviu neste primeiro dia. Elogiou o novo sistema de som e pontuou que os melhores desempenhos foram os da Imperatriz e da Portela.
Rayane Ávila, portelense de 26 anos, gostou do que viu e ouviu
“Foi ótima a sonorização de todas as escolas, inclusive. A Imperatriz e a Portela, por exemplo, estavam lindas. O som e o canto foram maravilhosos. Em comparação com o ano passado, acho que o efeito sonoro melhorou bastante”, opinou Rayane.
A Unidos da Tijuca encerrou a segunda noite de minidesfiles trazendo uma nova energia para a escola. Há um sentimento de confiança de que a agremiação possa retomar seu nível de desfiles até meados da década passada, e essa confiança se refletiu em uma comunidade aguerrida e uma escola organizada.
O enredo sobre Carolina Maria de Jesus é um dos mais fortes do ano e foi bem explorado pela azul e amarelo em alas coreografadas que transmitiram a luta e a garra da homenageada. A comissão de frente veio carregada de teatralização, assim como algumas alas que se comunicaram bem com o público, o que gerou um crescimento no rendimento à medida que a escola avançava na pista. Foi uma apresentação agradável e forte.
COMISSÃO DE FRENTE
Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval
Ariadne Lax e Bruna Lopes montaram uma apresentação muito competente, com coreografia de impacto retratando o grito contra as agruras de todas as próximas Carolinas. O forte desempenho da comissão, em conjunto com uma imagética interessante, recebeu aplausos do público presente. Uma comissão emocional, de uma força incrível.
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
Matheus André e Lucinha Nobre exibiram um bailado correto e com uma dança mais aproximada entre os dois, em uma apresentação marcada por algumas coreografias, como a valsa na segunda parte do samba.
Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval
Junto dessas coreografias, o casal mostrou um bailado mais tradicional e obteve um bom resultado. Em seu terceiro ano juntos na Tijuca, é nítida a evolução e o maior entendimento entre ambos.
EVOLUÇÃO
Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO
A Tijuca apresentou uma melhora no ritmo da evolução com o passar do minidesfile, já que a receptividade do público foi esquentando à medida que a escola explicitava seu enredo. No início, a evolução ocorreu de forma mais arrastada, o que foi corrigido ao longo da apresentação. Um destaque no quesito foi a organização da agremiação, com espaçamentos bem definidos entre as alas.
HARMONIA E SAMBA
A escola viveu em harmonia e canto o mesmo processo observado na evolução: quando se assentou, logo explodiu, após um início fraco, também porque, nos primeiros minutos, o microfone de Marquinho Art Samba apresentou falha de som e sua voz ficou baixa, logo voltando ao normal.
Dentro da normalidade, a agremiação mostrou um canto forte, como um clamor, devido à história de Carolina de Jesus. E potencializando esse desempenho, um excelente samba, um dos melhores do ano. Muitos trechos inspirados de narrativa, como:
Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO
“Me chamo Carolina de Jesus, dele herdei também a cruz, olhem em mim, eu tenho marcas, me impuseram sobreviver, por ser livre nas palavras, condenaram meu saber, fui a caneta que não reproduziu a sina da mulher preta no Brasil”.
Uma letra de altíssimo nível e uma melodia aguerrida construíram essa grande obra.
OUTROS DESTAQUES
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
A rainha Mileide Mihaile esteve presente no minidesfile e monopolizou atenções à frente da bateria “Pura Cadência”, exibindo samba no pé e carisma.
Como já é de costume, mais uma grande apresentação da bateria comandada por mestre Casagrande, com bossas mais convencionais e total manutenção rítmica em todo o minidesfile.
A Viradouro mostrou, já na madrugada de domingo, que mais uma vez não está para brincadeira. Mesmo em um desfile que promete ser muito marcado pela emoção, recheado de sensações, o minidesfile na Cidade do Samba também serviu para lembrar que a escola nunca deixa de lado a competência, a técnica e o bom gosto. De componentes muito bem fantasiados e maquiados, com trajes bem acabados e materiais de ótima qualidade, a escola trouxe também ótimo entendimento entre bateria e carro de som, com um samba melodioso, já bem assentado no andamento escolhido, e com a certeza de que ainda pode crescer muito pela competência do ótimo time de vozes comandado por Wander Pires.
Em outros quesitos, pôde-se observar uma comissão que nunca deixa de trazer algo que surpreenda e emocione, mais uma apresentação forte de Julinho e Rute, além de evolução e harmonia bem trabalhadas sem se tornarem engessadas. Foi uma das grandes noites que a “trupe do caveira” promete levar até o dia do desfile oficial. E o melhor de tudo: além de toda a qualidade apresentada pela agremiação, ainda pôde-se ver o brilho nos olhos de mestre Ciça.
Em 2026, a Viradouro será a terceira escola a desfilar na segunda noite de desfiles do Grupo Especial com o enredo “Pra Cima, Ciça”.
COMISSÃO DE FRENTE
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
Comandados pelos coreógrafos Priscila Motta e Rodrigo Negri, os componentes trouxeram um figurino muito interessante, com roupas de sambistas da antiga: na frente, o vermelho com uma máscara de caveira; na parte de trás, o branco com o rosto inconfundível do “mestre caveira”. Detalhe: a fantasia tinha até os óculos do sambista. Os integrantes dançavam com liberdade, em um estilo elegante e malandreado. A fantasia gerou ótimo efeito e surpresa. Uma excelente sacada, que teve grande interação do público. Já o grupo mostrou bom entrosamento e muita dança.
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
No dia do tetra rubro-negro, Julinho e Rute Alves chamaram a atenção pelas vestes que traziam a cruz de malta e a identidade estética do arquirrival Vasco da Gama, time de coração de mestre Ciça. Na dança, o casal apostou em uma coreografia mais tradicional, focada nos passos clássicos de mestre-sala e porta-bandeira, não querendo entregar muitos segredos, mas com um “molhozinho” no trecho da segunda do samba “Atabaque mandou te chamar”, no qual a dupla faz um passo mais discreto de dança afro. No geral, o que se viu foi a qualidade de sempre dos dois, com a correção e a postura de Julinho e a técnica apurada e a força de Rute.
HARMONIA E SAMBA
Comandado pelo intérprete Wander Pires, o carro de som se aproveitou de um samba melodioso, bem ao gosto do cantor, para explorar as nuances presentes na obra, principalmente na parte da cabeça do samba e na reta final da estrofe de baixo, permitindo ao artista vocalizações e o bom uso de terças. Os refrãos também tiveram bom desempenho, apesar de não serem tão explosivos. O andamento da bateria ajudou a não deixar a obra ficar arrastada.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
No canto da comunidade, aconteceu um fenômeno parecido com a evolução: já começou bom e mostrou crescimento interessante durante a apresentação, principalmente depois que a bateria entrou na pista.
EVOLUÇÃO
Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO
A escola já apresentava desde o início uma boa evolução, sem buracos ou grandes espaçamentos, além de imprimir um ritmo adequado, sem correria, mesmo com o grande contingente levado para o minidesfile. Mas, quando o homenageado entrou na pista com a Furacão Vermelho e Branco, a evolução teve um crescimento exponencial, e a interação com o público foi muito maior pela vontade que a Cidade do Samba tinha de homenagear ou interagir com o mestre. Boa apresentação do quesito e um final de desfile com clima muito positivo.
Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval
OUTROS DESTAQUES
A rainha Juliana Paes esbanjou simpatia, entrosamento e muito carinho com mestre Ciça. Nem parece que ficou tanto tempo fora do cargo. Com a beleza de sempre e muita elegância, interagiu bastante com o público, com os ritmistas e, claro, mostrou samba no pé.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
No esquenta, a escola relembrou o samba de 2025, que não trouxe o título, mas ficou no coração do torcedor da Viradouro, além de outros sambas da agremiação e alguns refrãos da Estácio de Sá, escola original do homenageado.
Antes da apresentação, o diretor-executivo Marcelinho Calil fez um discurso forte e emocionado sobre mestre Ciça, citando que a história do comandante da Furacão Vermelho e Branco se entrelaça com a história das escolas de samba, agradecendo pelo legado e relembrando sua relação com Ciça, que vinha desde quando o dirigente ainda era criança.
O presidente Almir Reis, durante seu discurso antes do desfile, declarou que era um dia de festa, e os componentes da Beija-Flor fizeram jus às suas palavras. A escola de samba foi a segunda a se apresentar na Cidade do Samba na noite de sábado. Com o enredo “Bembé”, Nilópolis vai levar para a avenida a tradição do Bembé do Mercado, em Santo Amaro.
A comissão de frente de Jorge Teixeira e Saulo Finelon e o casal Claudinho e Selminha Sorriso estão entre os destaques positivos do minidesfile, assim como o canto forte e a organização da escola.
COMISSÃO DE FRENTE
Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval
A comissão de frente coreografada por Jorge Teixeira e Saulo Finelon se apresentou com bastante vigor. O tripé de flores secas com uma componente performando foi de impacto e beleza. Já os integrantes que evoluíram no chão contaram com um ótimo efeito causado pelos panos que compunham a roupa. O sincronismo e a precisão do grupo são inegáveis.
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval
Claudinho e Selminha Sorriso bailaram lindamente com um traje branco simbólico para o candomblé. A apresentação foi segura e bem executada, e houve acréscimo de movimentos de terreiro que combinam com o enredo. Era notável que o 1º casal estava se divertindo durante a noite.
EVOLUÇÃO
Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO
A escola fluiu com bastante empolgação, apesar de ser formada por muitas alas coreografadas. Uma característica tradicional da azul e branca é a organização, e ela esteve presente durante toda a sua passagem.
SAMBA E HARMONIA
O samba, resultado de uma junção, se provou na Cidade do Samba. Considerado um dos melhores da safra, a Beija-Flor arrebatou o público com os refrões “Isso aqui vai virar macumba” e o principal, que sucede esse trecho. Nino do Milênio e Jéssica Martin demonstraram entrosamento entre si e com a bateria do mestre Rodney. Já os componentes mostraram-se capazes de cantar essa composição de ponta a ponta e elevar a qualidade do minidesfile.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
OUTROS DESTAQUES
O carisma de Lorena Raíssa mostrou-se peça importante para o desfile da Beija-Flor. Por onde passou, ela arrebatou o público e interagiu com os presentes, além do samba no pé impecável.
A Mocidade pisou na “avenida” da Cidade do Samba querendo mostrar que o astral está realmente diferente, leve, pulando carnaval, com novidades como o intérprete Igor Vianna, mas ainda baseada em pilares que sustentaram a escola nos últimos anos. E nada mais forte para representar essa força do que a Não Existe Mais Quente, de mestre Dudu, sempre muito forte em eventos desse porte, destaque nos últimos desfiles oficiais da Mocidade e que, nesta apresentação, foi fundamental para a escola mostrar leveza, canto e musicalidade.
Com uma levada muito gostosa de se ouvir e evoluir, os ritmistas ajudaram o alegre samba da Verde e Branca da Zona Oeste a cair no gosto do público e ter um grande rendimento no minidesfile. O carro de som, mais uma vez repleto de vozes femininas, abrilhantou ainda mais a obra e deu um bonito contraste e “molho” à voz de Igor. Casal e comissão passaram bem e o canto da escola foi bom, principalmente se pensarmos que a agremiação teve a responsabilidade de abrir a noite. A evolução foi alegre, espontânea e sem erros aparentes.
Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO
Com o enredo “Rita Lee — A Padroeira da Liberdade”, em 2026, a Mocidade vai abrir a segunda noite de desfiles do Grupo Especial.
COMISSÃO DE FRENTE
Comandada por Marcelo Misailidis, a comissão de frente trouxe os vampiros/roqueiros retratados pela homenageada na música “Doce Vampiro” e apresentou também esse lado “ovelha negra” que Rita tinha no levar da vida. Os componentes se utilizaram de uma das estruturas que a escola levou para o último carnaval, no enredo sobre a tecnologia, mas agora sendo utilizada ora como uma espécie de caixão para o vampiro, ora como mesa.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
Em diversos momentos, os integrantes subiam e faziam uma coreografia que também trazia muita sensualidade e irreverência, marcas presentes nas músicas de Rita Lee. No final, a bandeira da Mocidade era representada nos LEDs desse equipamento, no grande clímax da apresentação.
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval
Diogo Jesus e Bruna Santos conseguiram, como sempre, mesclar sua dança tradicional com movimentos que remetem ao enredo. Em uma das partes do samba, trouxeram aquela “esfregadinha” dos sapatinhos do casal no chão em um passo meio boogie-woogie, lembrando a coreografia presente nos rocks mais antigos. Em outro momento, fizeram uma coreografia mais irreverente usando as mãos no trecho do samba “no céu, no mar, na lua…”. No mais, a mescla de sempre entre vigor e delicadeza. Giros muito precisos e cravados e a bandeirada fantástica de Bruna no final da apresentação.
HARMONIA E SAMBA
Neste ano mágico para Igor Vianna, agora à frente do carro de som que já foi do pai, ele passa por muitas “primeiras vezes”. Desta vez, o minidesfile marcou a estreia em um ambiente que não é terreno apenas da Mocidade, com torcedores de diversas escolas e público geral que gosta de samba. Foi uma estreia muito boa, com domínio do carro de som e contando com as vozes femininas para abrilhantar a apresentação. Bastante leveza e irreverência, marcas do samba da Mocidade para o Carnaval de 2026, estavam presentes também no carro de som da escola.
Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval
Já o canto da comunidade, ainda que fosse a primeira agremiação da noite, não se negou mais uma vez a mostrar força na voz, carregar a Mocidade com potência e correção, mas também muita alegria.
EVOLUÇÃO
Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval
Com muita espontaneidade, a escola passou de forma leve, com os componentes mostrando muita alegria, evoluindo com fluidez. Em um desfile que traz muita musicalidade, também foi fácil reparar em muitos componentes dançando e em algumas coreografias mais marcadas e desenvolvidas por alguns grupos. Na parte técnica, não se observou nenhum problema, como buracos, grandes espaçamentos ou correria. Apesar de leve, espontânea e livre, a escola manteve boa organização.
OUTROS DESTAQUES
Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO
A escola trouxe uma alegoria que chamou atenção pelo colorido, pelos LEDs e pelo tamanho. Na parte de cima, uma sósia da homenageada. Logo atrás dela, aquele robô grande que fez sucesso na comissão de frente da Mocidade em 2026, agora tocando guitarra. À frente da bateria, Fabíola Andrade desfilou com uma peruca laranja, uma das cores que Rita Lee já usou no cabelo. No esquenta, o “Caju”, samba de 2024, teve boa interação com o público.