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Agradecimento ao mestre Laíla! Sambistas de diversas escolas participam da despedida

A despedida de Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o Laíla, que faleceu na sexta-feira, na manhã deste sábado no cemitério do Caju, na Zona Norte do Rio de Janeiro, teve a participação de sambistas de diversas escolas de samba. A maior prova do reconhecimento do legado deixado por Laíla para todo o mundo do carnaval foi falada pelo diretor de carnaval da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Elmo José dos Santos. Em virtude de ter testado positivo para Covid-19, o velório foi realizado em ar livre e no momento do sepultamento apenas a família pode ficar mais próxima do caixão.

Agradecimento ao mestre Laíla! Sambistas de diversas escolas participam da despedida
Fotos: Diogo Sampaio/Site CARNAVALESCO

“Como diretor de carnaval era ímpar, um mestre e craque. Se o carnaval deu esse salto de qualidade nós temos que agradecer ao Laíla. Ele nos ensinou muito. Era um cara dedicado, não só na Beija-Flor, que teve mais títulos, mas a bandeira do samba. Perde o carnaval, os amigos e perdemos nosso grande professor. Devemos respeitar os velhos mestres do passado. O Laíla foi o livro que nos ensinou tudo”, disse Elmo, em entrevista ao site CARNAVALESCO.

Elmo citou que Laíla era fundador da Liesa. “O Laíla, além de fazer a produção dos sambas-enredo para o disco, era fundador da Liesa. Um dos poucos fundadores vivos. Como diretor de carnaval, eu tenho o máximo respeito por esse mestre. Trouxe a bandeira da Liga, ele era nosso benemérito. Na primeira plenária, com certeza, faremos uma grande homenagem. Ele será sempre lembrado e homenageado. O samba precisa desse momento, porque estamos perdendo nossas referências”.

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Claudinho e Selminha: gratidão para Laíla

O casal de mestre-sala e porta-bandeira da Beija-Flor, Claudinho e Selminha, que foram levados para escola por Laíla demonstraram muito carinho ao diretor na despedida neste sábado.

“Foram quase 30 anos com o Laíla. A gratidão por ele é eterna. Ele vislumbrou na gente como um grande casal para Beija-Flor. Confesso que no começo me assustei. A gente estava indo para uma escola competitiva, organizada e que nos dava chance para crescermos. Ele nos ensinou a superar o medo, não desistir dos sonhos e o que pensamento tem que ser coletivo”, disse Selminha.

“É uma perda imensa. Trabalhei com ele durante 25 anos. A maioria das pessoas agradece a ele pelo aprendizado. Falo também em questão de vida, profissionalismo e conhecimento de carnaval. Laíla tinha uma qualidade incrível. Vasto conhecimento musical. Era muito técnico. O sentimento é de filho que perdeu um pai. Tinha o jeitão dele, mas sempre competidor. Tudo que falava era para o bem, o certo, a vitória. Só queria ganhar, ganhar e ganhar”.

‘Ele estava triste por não estar no carnaval’, diz o coreógrafo Patrick Carvalho

O coreógrafo Patrick Carvalho, do Salgueiro, esteve presente no velório e falou da importância de Laíla para o carnaval. “A gente se falava muito. Todo dia eu ia na casa dele. Laíla era uma criança apaixonada por carnaval. Ele vem do morro, com o samba dentro dele. A diferença de idade era muito grande, mas o Laíla me ensinava tudo. Ele estava muito triste. Não podia fazer a coisa que mais gostava, que era trabalhar e falar de carnaval. Eu fiquei do lado dele. Perco meu maior professor, meu amigo”.

‘Perdemos um professor’, diz mestre Paulinho

Baianas, carnavalesco, diretores de carnaval e harmonia, e, demais segmentos das escolas de samba prestaram homenagens para Laíla. Campeão na Beija-Flor com o sambista, mestre Paulinho, que hoje não participa de nenhuma agremiação, elogiou o amigo.

“É uma perda irreparável. Melhor presente foi a gratidão dele ter me convidado para Beija-Flor. Devo muito ao Laíla. Sempre amei ele. O samba aprendeu e copiou o trabalho do Laíla. Ele me ensinou para muita gente o que é o carnaval. Perdemos um professor”, disse.

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‘Ele ressaltava todas comunidades’, diz Fran-Sérgio

Parceiro de trabalho e amigo pessoal de Laíla, o carnavalesco Fran-Sérgio citou a relação de quase pai e filho que tinha com o diretor de carnaval.

“Minha relação com ele era como de um pai. Conheci ele quando comecei a trabalhar na Beija-Flor, como desenhista, em 1994. Ele sempre me incentivou, me projetou. Falava que eu tinha muito talento, que era da comunidade e tinha que crescer. É uma pessoa que merece todas homenagens. A gente se falava praticamente todos os dias”, disse.

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‘Laíla era uma pessoa fantástica’, diz diretor de carnaval do Salgueiro

Diretor de carnaval do Salgueiro, Alexandre Couto, explicou o sentimento da perda de Laíla para o carnaval. “É muito triste. Ele era salgueirense. Começou lá no Salgueiro. Expandiu toda sua sabedoria para o carnaval. Foi um grande colaborador do samba. Uma perda dessa maneira, com essa doença maldita (Covid-19), é difícil de superar. O sofrimento é difícil. Ele passava ensinamento para todo mundo. É um momento difícil para o Salgueiro e todas escolas de samba. Tenho marcada a palavra dele: fantástica. Tenho maior orgulho de falar isso que ele dizia sempre”.

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‘Fui uma criação dele’, diz mestre Rodney

Mestre Rodney, comandante da bateria da Beija-Flor falou sobre o legado de Laíla.

“O melhor legado possível. De acreditar nas pessoas. Ele fez isso com muita gente. Fui uma criação dele. Ele tinha esse dom, de acreditar. Para o carnaval, a palavra que resume o Laíla é gênio. Eu só posso agradecer”.

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‘A história dele é muito grande’, diz Dudu Azevedo

Diretor de carnaval da Beija-Flor, Dudu Azevedo, falou com o site CARNAVALESCO sobre Laíla. “Era um sambista nato. Como direção de carnaval, ele era perfeccionista. Tirava o melhor das pessoas. É o grande legado. Nunca entrou na Avenida sem ter certeza do que estava fazendo. Ele me disse várias que carnaval era coisa séria. A seriedade dele de colocar o carnaval na Avenida é o legado que temos que levar para sempre. Hoje, eu não posso pensar no peso de estar no lugar do Laíla, porque a história dele é muito grande. Tenho certeza que vou ficar na Beija-Flor por muito tempo e deixar no patamar que ele deixou, que é uma escola vitoriosa”.

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‘Laíla lançou muita gente no carnaval’

O maestro Jorge Cardoso enalteceu o trabalho com Laíla na gravação dos sambas-enredo. “Comecei com um chamado dele para estar na direção de coro e depois fiz os arranjos. O Laíla foi pioneiro. Ele criou a gravação do disco de samba-enredo, com o seu Zacarias, que também já faleceu. A cada ano ele trazia uma novidade. Sempre buscava melhorar. Laíla lançou muita gente no carnaval. Ele revolucionou. Sempre estava preocupado em melhorar o samba. Sempre me deu liberdade para criar”.

‘Ele sempre reconheceu o sambista’, diz compositor Junior Trindade

O compositor Junior Trindade, vencedor de sambas-enredo na Beija-Flor, falou sobre a relação com Laíla.

“Ele foi inspiração de todo compositor, de todo sambista. Foi um cara que sempre prezou pela obra. Para ele, o importante era a qualidade do samba. Dava bronca, mas também afagava. Uma das últimas vezes que falei com ele, nós conversamos sobre o samba não perder suas características. Foi o último mestre do samba. Ele sempre reconheceu o sambista”.

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Samir Trindade, irmão de Junior e também compositor falou do legado de Laíla para o samba-enredo e o carnaval. “Foi o cara mais apaixonado pelo samba-enredo que conheci. Todas vezes que apresentei meu samba para ele, sempre escutei que ele queria escutar o samba bom, sem se preocupar sobre horário de desfile. Um cara extraordinário, muito honesto, um líder nato. É o maior mentor da história da Beija-Flor. O legado de sambas com melodias e cadência de samba-enredo vou sempre levar comigo. Vim de uma periferia para disputar samba na Beija-Flor e ele acreditou na nossa obra. Um grande amigo. Vou lembrar também das broncas do Laíla e da relação que a gente tinha de amizade. Fica muita saudade”.

Nêgo sobre Laíla: ‘Conhecia tudo de samba’

O intérprete Nêgo, do Império Serrano, esteve no velório do diretor de carnaval, na manhã deste sábado, no cemitério do Caju, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ao site CARNAVALESCO, ele citou o aprendizado com Laíla.

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“Um grande mestre. Trabalhei com ele na Grande Rio e em várias escolas de sambas. Um grande professor. Conhecia tudo de samba. Só tenho que agradeci tudo que aprendi com ele. Pra mim, está indo embora um grande mestre. Um conhecedor profundo das escolas de samba”.

Fran-Sérgio sobre Laíla: ‘Ele ressaltava todas comunidades’

Parceiro de trabalho e amigo pessoal de Laíla, o carnavalesco Fran-Sérgio esteve no velório do diretor de carnaval, na manhã deste sábado, no cemitério do Caju, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ao site CARNAVALESCO, ele citou a relação de quase pai e filho que tinha com Laíla.

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“Minha relação com ele era como de um pai. Conheci ele quando comecei a trabalhar na Beija-Flor, como desenhista, em 1994. Ele sempre me incentivou, me projetou. Falava que eu tinha muito talento, que era da comunidade e tinha que crescer. É uma pessoa que merece todas homenagens. A gente se falava praticamente todos os dias”, disse.

Fran-Sérgio explicou que Laíla dava muito conselhos e atuava como mestre no barracão.

“Foi um grande professor e mestre. Mesmo com pulso forte, ele acrescentou muito. Fez mais de 60 anos de carnaval. Tem muita história. Os ensinamentos que deu para todos. O Laíla tem a assinatura dele na dedicação e compromisso. Ele ressaltava todas comunidades. Sempre foi um bandeira dele. O carnaval para ele tinha essa tarefa de ressaltar os mais pobres, como ele, que começou no Salgueiro”.

Elmo sobre Laíla: ‘Era fundador da Liesa e será sempre lembrado e homenageado’

Elmo José dos Santos, diretor de carnaval da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), esteve no velório do diretor de carnaval, Laíla, na manhã deste sábado, no cemitério do Caju, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ao site CARNAVALESCO, ele citou que Laíla era fundador da Liesa.

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“O Laíla, além de fazer a produção dos sambas-enredo para o disco, era fundador da Liesa. Um dos poucos fundadores vivos. Como diretor de carnaval, eu tenho o máximo respeito por esse mestre. Trouxe a bandeira da Liga, ele era nosso benemérito. Na primeira plenária, com certeza, faremos uma grande homenagem. Ele será sempre lembrado e homenageado. O samba precisa desse momento, porque estamos perdendo nossas referências”.

Elmo disse ainda que o legado deixado por Laíla é imensurável, já que ele atuava em prol de todo o carnaval e não apenas de uma única escola de samba.

“Como diretor de carnaval era ímpar, um mestre e craque. Se o carnaval deu esse salto de qualidade nós temos que agradecer ao Laíla. Ele nos ensinou muito. Era um cara dedicado, não só na Beija-Flor, que teve mais títulos, mas a bandeira do samba. Perde o carnaval, os amigos e perdemos nosso grande professor. Devemos respeitar os velhos mestres do passado. O Laíla foi o livro que nos ensinou tudo.

Mestre Paulinho: ‘O samba aprendeu e copiou o trabalho do Laíla’

Mestre Paulinho, que durante anos comandou a bateria da Beija-Flor de Nilópolis, esteve no velório do diretor de carnaval, Laíla, na manhã deste sábado, no cemitério do Caju, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ao site CARNAVALESCO, ele falou sobre a importância do trabalho feito por Laíla para o carnaval.

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“É uma perda irreparável. Melhor presente foi a gratidão dele ter me convidado para Beija-Flor. Devo muito ao Laíla. Sempre amei ele. O samba aprendeu e copiou o trabalho do Laíla. Ele me ensinou para muita gente o que é o carnaval. Perdemos um professor”, disse.

Paulinho falou que teve um período brigado com Laíla, mas que recentemente ficaram bem.

“As pessoas pensavam que nós éramos desafetos, mas ele me ajudou muito. Tivemos um atrito, mas fizemos as pazes. É meu amigo eterno”.

Clássico do samba! Império Serrano e Belford Roxo duelam pelo Carioca da Série C

O domingo é especial no Campeonato Carioca da Série C. O Império Serrano Esporte Clube enfrenta o time de Belford Roxo, às 15h, no Centro de Futebol Zico. O duelo é de futebol, mas também poderia ser entre duas escolas de samba: o próprio Império Serrano e a Inocentes de Belford Roxo. O site CARNAVALESCO ouviu os dois presidentes, Reginaldo Gomes e Sandro Avelar, sobre o confronto.

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“O Sandro é um grande amigo. Tenho consideração muito grande por ele. Quando tivemos ideia de fundar o time, nós convidados o Sandro para ser o vice-presidente do time. Ele nos ajudou na montagem da equipe e depois ele teve a ideia de ter uma equipe voltada para o futebol. Foi tocar o projeto do Império. Vai ser uma grande honra ter esse clássico do futebol e com as duas equipes com muita ligação com o samba”, disse Reginaldo Gomes, que dirigente a escola de samba e o time. Ele não quis arriscar o placar do jogo.

“Não dá pra arriscar nenhum placar como eu disse é um clássico é clássico não tem favorito”.

O presidente do Império Serrano, Sandro Avelar, também rasgou elogios para o amigo Reginaldo Gomes.

“É meu amigo particular e grande incentivador do Império Serrano Esporte Clube. Participei da fundação do Belford Roxo e conheço o potencial da equipe. É o grande favorito pra levar esse título. Será um jogo bastante disputado e confesso que é o mais aguardado por ambos os times”, afirmou Sandro, que apostou na vitória por 1 a 0 para o Império Serrano Esporte Clube.

Martinho sobre mestre Mug: ‘Nunca o esqueceremos’

Maior personalidade da Vila Isabel, o cantor Martinho da Vila, presidente de honra da escola e enredo para o Carnaval de 2022 se despediu do amigo mestre Mug nas redes sociais. Os dois estavam juntos no histórico desfile “Kizomba”, de 1988.

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“Descanse em paz, Mug, campeão do carnaval de 88. Nunca o esqueceremos”, postou o artista.

A cantora Martnália também prestou sua homenagem. “Vai na paz. A sua bateria seguirá honrando a nossa cadência. Valeu, Zumbi”, publicou a filha de Martinho. Atualmente, Mug era presidente de honra da bateria.

Amiga de Mug, a apresentadora Sabrina Sato, que foi rainha de bateria da Vila Isabel por dez anos, lamentou a morte do veterano.

“Que Deus conforte o coração dos familiares e amigos do nosso amado Mestre Mug, que fez história no mundo do samba e à frente da bateria da Unidos de Vila Isabel”, postou.

Eduardo Paes sobre Laíla: ‘Sempre inveja da Beija-Flor por ter esse cara’

O prefeito Eduardo Paes utilizou suas redes sociais para prestar uma homenagem para Laíla, que faleceu nesta sexta-feira. Veja abaixo.

“Sempre inveja da Beija-flor por ter esse cara e ele não estar na minha Portela. Que perda para a nossa cultura. Meus sentimentos aos amigos e familiares. Obrigado por tudo que você fez pelo carnaval carioca! Salve Laíla!”

Salgueiro homenageia Laíla: ‘Nosso guri foi uma pessoa fundamental na história de nossa escola’

“É com profunda consternação que recebemos a notícia de mais uma perda para o mundo do samba. Hoje, toda a comunidade salgueirense veste o luto por mais um de seus filhos que se despede de nós em face de uma doença terrível, a qual vem nos deixando cada vez mais órfãos de nossas referências.

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Aos 78 anos batendo em um ritmo apaixonado e intenso, o coração de Luiz Fernando Ribeiro do Carmo parou. Nascido no Morro do Salgueiro, nosso “guri” foi uma pessoa fundamental na história de nossa escola. Melhor dizendo, de SUA escola, pois, esse amor cresceu com ele.

Líder nato, já menino funda uma escola de samba mirim no morro e é a partir dela, que seu talento desponta e começa a participar do Salgueiro onde fez tudo: foi compositor, intérprete, ritmista, harmonia, diretor de vários segmentos, tendo sempre atuação marcante, traço de sua personalidade forte e perfeccionista. Aqui, depois de participar de todos os carnavais antológicos da Revolução Salgueirense, foi semear conhecimento passando por Beija-Flor, Unidos da Tijuca, Grande Rio e União da Ilha.

Nem melhor nem pior, Laíla levou esse espírito revolucionário que ajudou a criar no Salgueiro para nossas coirmãs, mudando e marcando para sempre os desfiles cariocas.

Saiu da vermelha e branca de coração para ganhar o mundo, afinal, é para isso que criamos os filhos, mas sabia que ali era o seu LAR, sua raiz. Nos últimos dois anos, a quadra salgueirense passou a receber mais visitas do filho que não escondia sentir-se em casa, não somente pela recepção que nos cabe dar às figuras do carnaval, mas, especialmente, pelo RESPEITO que lhe era devido.

No próximo carnaval já era uma das personalidades salgueirenses convidadas para o desfile em que falaremos da Resistência, tema tão caro para quem que teimou em fazer resistir a essência dos desfiles: Harmonia e Samba.

Que despedida difícil para todos nós sambistas e amantes do Carnaval. Mais ainda, para quem pôde aprender com o mestre. Seguiremos daqui, orgulhosos em saber que você nos levará em seu coração.

Que sua luz continue firme, filho querido de nossa Academia do Samba, e que a sua força espiritual e fé inabalável nos faça vencer. Te amaremos para sempre. Obrigado”.