Compositores: Ailson Picanço, Guga Martins, Abílio Jr. Davison Jaime, Prof. Zé Ricardo, Clairton Fonseca
TALHA DE UM BAOBÁ
PENSAMENTO MILENAR, RESISTÊNCIA DA COR
OUÇA O QUE VOU CONTAR
À LUZ DO LUAR, AO SOM DO TAMBOR
COMO FAZIAM MEUS ANCESTRAIS
EM ANTIGOS RITUAIS JEJE-NAGÔ
LAMENTOS E DORES NO LIVRO DA ESCOLA
NOSSOS VALORES NÃO ENSINAM, PORQUÊ?
A TINTA PRETA QUE ESCREVE A HISTÓRIA
PAPEL EM BRANCO NÃO PODE ESCONDER
A MARÉ NÃO VAI LEVAR DO TEU COLO, YAÔ
ESPERANÇA IORUBÁ, SONHO DE UM BEIJA-FLOR
QUANDO A LUTA FOI SEMENTE ATABAQUE NÃO CALOU
O SUOR DA CORRENTE NESSA TERRA GERMINOU
(NA GIRA! NA GIRA!)
NA GIRA DO ORIXÁ
NUM VERSO À BEIRA- MAR…
IRMÃO TE PEÇO, AGÔ! ÔÔÔ
O VERBO NÃO FOI EM VÃO
O PALCO DA LIBERTAÇÃO REVELOU
PALMARES E O QUARITERÊ RESISTEM A CADA ESTAÇÃO
EMPRETECER É SABER QUE OS POETAS
PODEM TER A CARA DA NAÇÃO
CABANA! ONDE ABRIGUEI MEU SAMBA
NAS GUIAS DA BAIANA MEMÓRIAS DO GRIÔ
NA PELE AS MARCAS DO TEMPO
RAÇA, RAIZ, SENTIMENTO
LUGAR DE FALA QUE MEU POVO CONQUISTOU
FIRMA O CANGERÊ, TOCA O ADARRUM
FESTA NO AYÊ, ALMA NO ORUN
A BEIJA-FLOR É NOSSA VOZ
O SAMBA É PRETO
E SEMPRE LUTOU POR NÓS
Compositores: Sidney de Pilares, Ribeirinho, Domingos PS, Claudio Gladiador, Thiago Savanna e Claudio Mattos
Participação especial: Thiago Meiners e Marquinho Mineiro
BATUQUE DE JÊJE E NAGÔ
SOU QUILOMBOLA. DESCENDENTE DE ZUMBI
TENHO A GRANDEZA DE DAOMÉ
MEU SOBRENOME É RESISTIR
SE EU E VOCÊ…
O MESMO SANGUE E A MESMA DOR
MINHA DEUSA MOSTRA SEU VALOR
CORREM NAS VEIAS TANTOS IDEIAIS
QUEM DERA, IRMÃO…
A LIBERDADE FOSSE BEIJA-FLOR
E ECOASSE AO TOQUE DO TAMBOR
HERANÇA QUE VEM DOS MEUS ANCESTRAIS
SE A JUSTIÇA DE XANGÔ PUDER REINAR
OS SABERES DE NANÃ VÃO PERMITIR
QUE AS ÁGUAS DE OXUM LAVEM TODA INTOLERÂNCIA
SÓ OXALÁ PODE ENTENDER O QUE SOFRI
MORDAÇAS NÃO CALARAM PENSAMENTOS
É PRETA A POESIA DA FAVELA
MEU VERSO É ARMA QUE DESARMA A OPRESSÃO
E O SAMBA, MEU RETINTO SENTINELA
LEVANTE BRASIL!
CARREGA A ALMA DE ANGOLA E SOWETO
RESPEITO É O CLAMOR QUE VEM DO GUETO
CHEGA DESSA FALSA ABOLIÇÃO
SOU FILHO DE OGUM!
TUA ESPADA ILUMINA O MEU CAMINHAR
NO TERREIRO DE NEGUINHO E CABANA
EMPRETECER É REVOLUCIONAR
SALVE OBATALÁ, UMA LUZ ANUNCIOU
VENCER DEMANDA É O ORGULHO DA NOSSA COR
MEU CANTO É RAÇA, É VOZ QUE NÃO CALA
MEU LUGAR DE FALA, BEIJA-FLOR
Compositores: Bruno Ribas, Thiago Alves, Alan Vinícius, Adilson Brandão, Fábio Braga e Junior Trindade
Part. Esp. Lohan 77
Cabana nos traga sua poesia
Pra gente falar de um novo dia
E acender a chama dos nossos ancestrais
São reis , pensadores e poetas
A consciência desperta
Eu vou em frente ao olhar pra trás
Voa meu amor, ao beijar a flor
Luanda está sorrindo
O banzo já passou
É lindo … seguir de novo as estrelas
E me encontrar nas veredas
Que a cicatriz não apagou
Forjado por Ogum
Guiado por Xangô
Me impuseram memórias
Mudei a história ,me fiz professor
Axé, filosofia aprendi nos terreiros
Ifé, sabedoria de irmãos pretos
No palco enfim, brilham Mercedes, Abdias
Nos versos de mil Carolinas
Arte refletida em mim
Meu Beija-flor, minha casa , meu quilombo, meu Nilo
No seu tambor resistir é meu maior motivo
Vem desse chão negras entidades
Neguinho é voz da liberdade
É canto de griô , reparação de fala
De um povo vencedor, Deusa da raça
O preto Beija-flor da lágrima sentida
Representa meu valor, escola de vida
Compositores: Dr. Rogério, Ronaldo Nunes, Luiz Pião, Márcio França, Rodrigo Sarmento e Carlinhos Ousadia
Chega! Não julgue se não sente a minha dor
Tantas vezes já provei o meu valor
Um beija flor com sua raça
Congrega a massa por onde for
Basta! Já protestei mas ainda contrasta
Cansei da sua falsa simpatia
Não preciso mais da sua aceitação
Sou preceito e “fundamento”
Punho cerrado contra a opressão!
Quem vem na frente é Exú!
(Exú!) Nessas andanças…
Na minha “sorte” é Ogum! (Ogum)… Quem forja a lança!
A ignorância tem o mesmo “tom” do preconceito
Mas no caminho da luz, todo mundo é preto!
É hora de empretecer a opinião
Fazer da arte o nosso grito:
“Favela armada de ilusão”
Me livro de armas, me armo de livros
Meu povo tem a graça de Pinah
Rainhas são raíssas nesse chão
Aqui nascem claudinhos e selminhas
O futuro da nação
Preto, seja o que quiser
Pois não há país sem cor
Cabana, sua herança está de pé
Brasil não é Brasil sem Beija flor
Iererê ierê, minha vida meu amor
Pelo som do tambor é ela
Vem ser mais um neguinho da Beija Flor
E desfilar um sorriso na passarela
Compositores: Rodrigo Cavanha, Wilsinho Paz, Serginho Sumaré, Théo Ribeiro, Léo Freire e Felipe Mussili
Sou preto !!
sou muito mais orgulho que lamento.
A minha pele é empoderamento.
Sou cria do quilombo da baixada
Somos raiz !!
raça que não há de se curvar
O fruto do oxê, meu pai Xangô
Kaô, kaô!
Na força do meu ancestral eu vou !
Acreditar, fazer renascer
A chama no olhar e seguir em frente
A vida é uma arte, a cor que não tem o tom
Nas asas do beija-flor presente
O dom da palavra liberta
Na cor dos meus versos a transformação
Memórias em poesias, inspiram escritas num papel de pão.
Ganhei.. os palcos da vida
Canções e avenidas, me orgulho em representar
Sou eu.. a voz que não cala, um neguinho da vala
De pés no chão a cantar
Chegou.. comunidade nilopolitana
A resistência, que não se calou
Erguendo a bandeira do mestre cabana.
Empretecer o seu pensamento
Ouvir nossa voz é prova de amor
Hei de lutar, jamais sucumbir
Meu nome é Beija-Flor
Compositores: J. Velloso, Léo do Piso, Beto Nega, Júlio Assis, Manolo e Diego Rosa
A NOBREZA DA CORTE É DE ÉBANO
TEM O MESMO SANGUE QUE O SEU
ERGUE O PUNHO, EXIGE IGUALDADE
TRAZ DE VOLTA O QUE A HISTÓRIA ESCONDEU
FOI-SE O ACOITE, A CHIBATA SUCUMBIU
MAS VOCÊ NÃO RECONHECE O QUE O NEGRO CONSTRUIU
FOI-SE O ACOITE, A CHIBATA SUCUMBIU
E O MEU POVO AINDA CHORA PELAS BALAS DE FUZIL
QUEM É SEMPRE REVISTADO É REFÉM DA ACUSAÇÃO
O RACISMO MASCARADO PELA FALSA ABOLIÇÃO
POR UM NOVO NASCIMENTO, UM LEVANTE, UM COMPROMISSO
RETIRANDO O PENSAMENTO DA ENTRADA DE SERVIÇO
VERSOS PARA CRUZ, CONCEIÇÃO NO ALTAR
CANINDÉ JESUS, Ô CLARA!!
NOSSA GENTE PRETA TEM FEITIÇO NA PALAVRA
DO BRASIL ACORRENTADO, AO BRASIL QUE ESCRAVIZAVA
E O BRASIL ESCRAVIZAVA!!
MEU PAI OGUM AO LADO DE XANGÔ
A ESPADA E A LEI POR ONDE A FÉ LUZIU
SOB A TRADIÇÃO NAGÔ
O GRÊMIO DO GUETO RESISTIU
NADA MENOS QUE RESPEITO, NÃO ME VENHA SUFOCAR
QUANTAS DORES, QUANTAS VIDAS NÓS TEREMOS QUE PAGAR?
CADA CORPO UM ORIXÁ! CADA PELE UM ATABAQUE
ARTE NEGRA EM CONTRA-ATAQUE
CANTA BEIJA FLOR! MEU LUGAR DE FALA
CHEGA DE ACEITAR O ARGUMENTO
SEM SENHOR E NEM SENZALA, VIVE UM POVO SOBERANO
DE SANGUE AZUL NILOPOLITANO
MOCAMBO DE CRIOULO: SOU EU! SOU EU!
TENHO A RAÇA QUE A MORDAÇA NÃO CALOU
ERGUI O MEU CASTELO DOS PILARES DE CABANA
DINASTIA BEIJA FLOR!
Compositores: Kirraizinho, André Renato, Dimenor BF, Diego Oliveira, Gabriel Ramon e Marquinhos Beija-Flor
Será que a imagem retinta, reflete a alma do criador
São tantas lutas que outrora
Marcaram a memória, o fim de uma dor
Para se libertar da injúria, preconceito e sofrimento
Julgado, condenado ao esquecimento
Segregando seu direito de sonhar
A força dos meus ancestrais
Presente do ébano a inspirar
Legado esculpido na história
A empoderar
Patuá da minha fé
Palha, arruda e guiné
O batuque “do Griô”
Lumiou meu caminhar
Ogum… Venceu barreira
Oxum… (ôôô) Na cachoeira
A justiça de Xangô, vem Da pedreira
Ver a negra arte sendo resgatada
Ler as frases de “Marias” consagradas
Abrir um livro que o passado não contou
A poesia que libertou
Pra enaltecer visto de preto o meu beija flor
Vou representar nos grandes palcos da ilusão
Estrelas da nossa escola
Orgulho de tantas vitórias
Que vão brilhar numa constelação
Honro a minha pele, a tradição nagô
Empretecer é a voz da Beija-Flor
Hoje o terreiro de Cabana é inspiração
O meu Quilombo minha Nação
A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, recebeu 339 inscrições para o edital “Cultura do carnaval carioca”, que disponibilizará R$ 3 milhões para grupos representativos da cultura do carnaval carioca. Deste total, a maioria dos inscritos veio da Área de Planejamento 1 (AP1) – Centro: 28,9% grupos. Em seguida: 25,1% grupos da AP3 (Zona Norte), 24,8% da AP2 (Zona Sul), 16,5% da AP5 (Zona Oeste, exceto Barra e Jacarepaguá) e 4,7% da AP4 (Barra e Jacarepaguá).
Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio
“Na elaboração do edital, fizemos consulta pública, dialogamos com o Conselho Municipal de Cultura, especialistas e associações. Esse incentivo cumpre um papel tanto de fomento aos representantes da cultura carnavalesca, como uma forma de reparo pelo impacto da pandemia que atingiu os grupos responsáveis pela consolidação do carnaval de rua carioca”, destaca o secretário de Cultura, Marcus Faustini.
O incentivo destinará recursos para 125 grupos que representam a cultura do carnaval de rua do Rio de Janeiro. O edital também tem como objetivo estimular a criação de produtos e conteúdos inéditos pelos grupos carnavalescos.
“O carnaval está no DNA de nossa identidade cultural, além de ser um forte ativo da economia da cidade. Esse edital é de reconhecimento e apoio num momento tão difícil”, ressalta Faustini.
O processo seletivo será de acordo com três linhas: Origens, Som e Estética
Origens: Um vídeo com perfil de mini-documentário sobre a história do grupo ou um projeto de registro de memória. Serão contemplados 50 grupos com o valor de R$ 30 mil, cada.
Som: Faixa musical finalizada, com uma composição original/inédita ou um arranjo para uma composição tradicionalmente executada no carnaval. Serão premiados 40 grupos com o valor de R$ 20 mil, cada.
Estética: Os grupos deverão confeccionar uma fantasia ou adereço original. Serão premiados 35 grupos com o valor de R$ 20 mil, cada.
50,7% inscritos na linha origens (172 para 50 contemplados)
23,3% na linha som (79 para 40 contemplados)
26% na linha estética (88 para 35 contemplados)
Territorialização e desconcentração de recursos
Os projetos serão selecionados garantindo a descentralização do investimento para todas as áreas da cidade. Na seleção, serão valorizadas as propostas que se comprometerem em repartir o recurso entre o maior número de pessoas.
A Comissão de Avaliação será composta por representantes da sociedade civil e profissionais que atuam no âmbito do carnaval, da cultura popular, dos direitos humanos, da democracia e da diversidade cultural.
As escolas de samba ainda não receberam a verba destinada pelo Estado para o trabalho no programa de auxílio emergencial SuperaRJ. A informação foi divulgada neste sábado, na coluna do jornal Ancelmo Gois, em O Globo.
Foto: Divulgação/Governo do Estado
Para montar a estrutura do SuperaRJ em suas quadras as escolas de samba vão receber R$ 150 mil (cada). Elas organizaram a distribuição dos cartões do auxílio. “Todas abriram suas quadras e mobilizaram trabalhadores para a tarefa. Mas, até agora, o governador Cláudio Castro não pagou a nenhuma delas”, diz trecho da nota publicado em O Globo.
Cláudio Castro falou da parceria com todas escolas de samba. O programa SuperaRJ foi criado pelo Estado e a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). “É um simbolismo distribuir os cartões nas escolas de samba, que representam o povo. É uma grande parceria pelo bem do nosso estado. Além disso, cada agremiação vai receber R$ 150 mil para que disponibilizem sua estrutura e pessoal. É um dinheiro fundamental para esse setor tão afetado durante a pandemia”, ressaltou o governador, quando lançou o programa.
Nesta primeira etapa de pagamento do auxílio emergencial, cerca de 42 mil famílias fluminenses inscritas no CadÚnico, do Governo Federal, estão sendo beneficiadas com R$ 200 cada, com acréscimo de R$ 50 por filho, limitado a dois menores. Ao todo, 355 mil famílias serão beneficiadas nos 92 municípios do Estado, o que representa algo em torno de 1,4 milhão de pessoas, que terão direito ao benefício e que será pago até dezembro deste ano.
Em um texto publicado no site oficial e nas redes sociais, o presidente da Liga-SP, Sidnei Carriuolo, prometeu “organizaremos o melhor Carnaval de São Paulo para 2022”. Confira o texto abaixo.
Foto: Liga-SP/Divulgação
“Recebemos com esperança e otimismo a notícia de que a Prefeitura de São Paulo planeja liberar as festas de Réveillon para a próxima virada do ano e Carnaval em 2022 na cidade.
Desde o início da pandemia, a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, organizadora oficial dos desfiles no sambódromo do Anhembi, foi taxativa em afirmar que só consideraria a realização do evento quando os indicadores de controle da Covid-19 permitissem. Agora, com o avanço da vacinação e queda no número de internações, é possível planejar a festa.
Durante os últimos 17 meses, as escolas de samba de São Paulo cumpriram o seu papel enquanto entidades sociais e intensificaram suas ações solidárias para amenizar os efeitos socioeconômicos da quarentena nas comunidades. As agremiações não são estritamente feitas de samba, festa e fantasia. Como em outros setores da economia, os profissionais que executam os projetos dos desfiles estão aptos a trabalhar, com todas as limitações e cuidados observados nos protocolos anticovid-19, de forma segura e adequada ao momento. Deste modo, quando a pandemia de covid-19 for controlada e a crise contornada, o evento estará pronto.
Por isso, o caminho é planejar a retomada com responsabilidade, nos preparando para quando fevereiro chegar, fazendo a cadeia produtiva do Carnaval andar, gerando empregos nas agremiações e também esperança para os setores de turismo, comércio e alimentação.
O olhar otimista do prefeito Ricardo Nunes para a organização do evento é uma atitude sensata e coerente com sua gestão. Estamos dispostos a fazer de 2022 o maior e melhor Carnaval da história da cidade de São Paulo”.