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Junior Schall: ‘A Imperatriz tem se comunicado com o novo e ‘abraçado’ a sua comunidade’

A Imperatriz Leopoldinense vem se destacando entre todas escolas de samba do Grupo Especial como a agremiação mais ativa durante este período tão cruel da pandemia. Após voltar ao Grupo Especial, a verde e branco perdeu seu presidente Luizinho Drumond e coube a filha Cátia Drumond assumir e dar uma nova roupagem para a Rainha de Ramos. No próximo dia 18 de julho, a escola volta com sua disputa de samba-enredo para o Carnaval de 2022 que tem o enredo: “Meninos eu vivi… Onde canta o sabiá, onde cantam Dalva e Lamartine”.

equipe imperatriz
Foto: Divulgação/Imperatriz

Ao site CARNAVALESCO, o diretor de carnaval Junior Schall falou do momento Leopoldinense e da volta ao trabalho com a carnavalesca Rosa Magalhães.

“Chegar na Imperatriz e ter o prazer, mais uma vez, de contribuir com o carnaval da professora Rosa Magalhães é algo formidável também, que se torna ainda mais importante por conta do enredo que ela está desenvolvendo. A homenagem a Arlindo Rodrigues por Rosa é uma aula de carnaval, é uma oportunidade de ter, pelo viés único de uma testemunha ocular do calibre dessa artista, o universo de Arlindo narrado e cantado na Sapucaí de modo original, num desfile que une o brilhantismo de dois ícones das escolas de samba. Com isto, junto de uma equipe jovem e engajada de cabeças pensantes e corações pulsantes pela Rainha de Ramos, o olhar para o futuro se torna um trabalho contínuo. A Imperatriz tem se comunicado com o novo e “abraçado” a sua comunidade de maneira cada vez mais intensa”.

Schall explicou como será a disputa de samba da Imperatriz Leopoldinense. As retomada no dia 18 de julho terá 15 obras que se apresentarão em duas chaves. A chave A conterá 7 sambas que se apresentarão a partir das 14h e a chave B será a partir das 18h. Para a próxima fase ficarão quatro sambas da Chave A e cinco sambas da Chave B.

“Devido aos protocolos, ainda vigentes e necessários, de segurança sanitária, o desenho do concurso terá um formato com menos etapas, mais enxuto e dinâmico. A via de uma escolha mais adiantada para hino da agremiação na agenda de trabalho é muito útil para a melhor lapidação da obra eleita, que em tempos de isolamento físico se torna algo ainda mais valioso”.

O diretor de carnaval da Imperatriz contou como recebeu o convite para ingressar a equipe leopoldinense.

“O convite para ingressar na equipe da Imperatriz Leopoldinense veio através da presidente Catia Drumond e do vice-presidente Vinicius Drumond, o primeiro contato foi com ele. Fiquei muito honrado e feliz, dialogamos conjuntamente e, desde o primeiro momento, eles me apresentaram todo um trabalho alinhado com novos caminhos para a agremiação sem deixar de equilibrar todo o legado e as raízes da Imperatriz. O que já estava muito patente desde o belíssimo retorno da escola ao Grupo Especial”.

Projeto Estátua de Brilho homenageará Aldir Blanc, Dona Ivone Lara e Gonzaguinha

Em votação na internet, por meio do link: acesse.estacio.br/estatuadebrilho, os cariocas poderão eleger durante duas semanas – a partir de hoje (dia 5) até 16 de julho – quem receberá uma estátua de bronze: Aldir Blanc, Dona Ivone Lara e Gonzaguinha. A personalidade eleita pelo público se tornará o mais novo patrimônio histórico do Rio de Janeiro, que será instalado próximo ao novo campus Maracanã no mês outubro.

homenagem aldir
Foto: Divulgação

Os concorrentes que ficarem em segundo e terceiro lugares na votação serão homenageados em algum outro local da unidade. A iniciativa, criada pela Artplan, faz parte do Projeto Estátua de Brilho, cujo objetivo é presentear e homenagear os tijucanos – que, assim como a Estácio, são crias do bairro e brilharam em suas atividades – presenteando a região com uma estátua de uma personalidade marcante da região. Essa será apenas uma das ações que a instituição promoverá por conta da inauguração do campus que funcionará no antigo prédio da Golden Cross, na rua Morais e Silva.

“Antes de fincarmos nossa bandeira no bairro da Tijuca, queremos presentear os moradores do local e também todos os cidadãos cariocas. O Projeto Estátua de Brilho permitirá que as pessoas selecionem quem representará a região historicamente. A ação também será um grande exercício de valorização de nossos acervos e patrimônios, além de fortalecer a história da Cidade do Rio de Janeiro”, afirma Eduardo Guedes, diretor de Marketing da Estácio.

Acadêmicos do Tatuapé tem 5 presidentes para próxima gestão

Cinco presidentes vão comandar a Acadêmicos do Tatuapé pelos próximos quatro anos. Depois de eleição interna, a agremiação decidiu apostar na copresidência, inovando na gestão de escola de samba. A nova diretoria é composta por Eduardo Santos, que presidiu sozinho a bicampeã do Carnaval paulistano por duas gestões, Erivelto Coelho, Toninho, Edu Sambista e Higor Silva, que antes também assumiam cargos na Direção Executiva.

presidentes tatuape
Foto: Divulgação/Acadêmicos do Tatuapé

O objetivo da Acadêmicos do Tatuapé é dividir responsabilidades entre setores e, desta forma, alcançar resultados melhores, com esforço coletivo. A expectativa é gerar mais eficiência e produtividade nos processos envolvidos na gestão de uma escola de samba.

A Acadêmicos do Tatuapé é a primeira escola de samba a ser copresidida por cinco membros. Nos últimos cinco carnavais, a agremiação só ficou fora do pódio uma vez, em 2019. Seus dois títulos de campeã do Carnaval de São Paulo vieram em 2017 e 2018.

Para 2022, a agremiação aposta no enredo “Preto Velho conta a saga do café num canto de fé”, desenvolvido pelo carnavalesco Wagner Santos, e será a sexta escola a passar pela Avenida na sexta-feira, pelo grupo Especial.

Livro revela as trajetórias de três mestres: Aluísio Machado, David Corrêa e Hélio Turco

O livro Três poetas do samba-enredo, lançamento da editora Cobogó, olha para os artistas que, embora muitas vezes relegados aos bastidores, se dedicam a combinar os versos e as melodias que fazem com que cada carnaval transcenda a Avenida e ingresse em nosso imaginário coletivo: os compositores, aqui representados pelos mestres Aluísio Machado, David Corrêa e Hélio Turco. A pesquisadora Rachel Valença, o jornalista Leonardo Bruno e o dramaturgo Gustavo Gasparani reverenciam esses expoentes que fizeram história no carnaval carioca em narrativas que, revelando as trajetórias individuais desses três poetas do samba-enredo, atravessam oito décadas de cavaco, repique e tamborim.

livro samba

Aluísio é autor do inesquecível “Bum bum paticumbum prugurundum”, que marcou a vitória da Império Serrano em 1982. David compôs “Das maravilhas do mar fez-se o esplendor de uma noite” (dos versos “E lá fui eu pela imensidão do mar/ Essa onda que borda a Avenida de espuma/ Me arrasta a sambar”), que embalou o desfile da Portela em 1981. E Hélio escreveu “100 anos de liberdade – realidade ou ilusão” (“Pergunte ao Criador/ Quem pintou esta aquarela/ Livre do açoite da senzala/ Preso na miséria da favela”), do carnaval de 1988, um dos sambas mais emblemáticos da história da Mangueira. Mas, mais do que isso, os três têm um brilhante “conjunto da obra” – personificando, com suas carreiras e criações, a arte e a magia do carnaval carioca.

Cada um dos autores escreve sobre o compositor do samba preferido de sua escola do coração. A imperiana Rachel Valença narra a trajetória do (como ele próprio costuma se apresentar) “internacionalmente desconhecido Aluísio Machado” – com 14 composições de sua autoria entoadas na Avenida, tendo seis delas sido agraciadas com o Estandarte de Ouro de Melhor Samba-Enredo. Já o portelense Leonardo Bruno homenageia David Corrêa, o maior vencedor de sambas-enredo na azul e branco de Madureira (mas que também foi responsável por um dos mais cantados da história do Salgueiro e por um refrão da Estácio de Sá que extrapolou o mundo do carnaval). E o mangueirense Gustavo Gasparani fala da vida e da obra de Hélio Turco, que, segundo ele mesmo, “não toca, não bate, não canta, não samba e, também, não é turco”, ainda assim, desde 1957 se mantem fiel à verde e rosa, tendo levado a Mangueira a seis campeonatos – tornando-se o maior vencedor da escola e um dos maiores de todo o carnaval.

“Descobrimos que um doou para a caridade a porta do quarto da filha, o outro tinha uma mulher que falou mal do parceiro das composições no cabeleireiro, e o prosaico, o cotidiano vão nos apresentando, por trás das canções, os homens. Os três poetas aqui perfilados representam a tenacidade das gerações que se sucedem buscando a batida perfeita”, escreve Milton Cunha no texto de orelha.

Além disso, na primeira parte do livro, os autores traçam panorama do gênero samba-enredo, esboçando um painel de sua evolução e suas transformações ao longo do tempo. Esse texto é construído, no melhor espírito carnavalesco, em tom de conversa: assim como fazem os poetas do carnaval ao criarem suas obras, os autores se sentaram em roda e jogaram palavras no ar, esmiuçando com muita propriedade o mundo dos fazedores de samba.

Como define no prefácio o jornalista e pesquisador Sérgio Cabral, Três poetas do samba enredo “é uma espécie de farol para quem deseja navegar, a qualquer hora do dia ou da noite, pelo mundo do samba”.

Netos de Martinho da Vila, Raoni e Dandara lançam primeiro EP pela Sony

Eles foram chegando devagar, devagarinho, com a bênção do avô, o gingado e a inspiração que já atravessam três gerações de grandes sambistas. Três anos após formarem uma dupla de samba e começarem a trilhar os próprios caminhos musicais, Raoni e Dandara lançam, pela Sony Music, o EP Atravessando Gerações, primeiro da carreira sob a chancela de uma gravadora. As cinco músicas do EP estão disponíveis em três das principais plataformas de streaming musical: *Spotify, Deezer e Apple Music.

raoni dandara
Foto: Fernanda Assis/Divulgação

Mart’nália e Thiago da Serrinha assinam a produção do EP, que aposta na verve de compositor de Raoni, autor de inéditas quatro das cinco faixas do trabalho – duas delas com parceiros. Completa o repertório uma regravação de Namoradeira, composição lançada por Martinho da Vila em 1995, no disco Tá Delícia, Tá Gostoso, estrondoso sucesso do artista, com mais de um milhão de cópias vendidas.

“Esse EP é a realização de alguns sonhos: o primeiro, o de fazer dupla com minha irmã, o que começou de maneira despretensiosa até que a gente foi sonhando cada vez mais alto; o segundo sonho é como compositor, tendo minhas primeiras músicas gravadas profissionalmente; e tem a ‘cereja do bolo’, que foi o meu avô cantando uma música minha”, revela Raoni.

“Este momento é uma síntese de tudo o que a gente viveu nesses três anos, desde o início da dupla, e também de como a gente enxerga essa missão e essa honra de ser a terceira geração da nossa família cantando e representando o samba, algo tão forte e genuíno para nós”, completa Dandara.

ATRAVESSANDO GERAÇÕES, FAIXA A FAIXA

Que preta é essa, segunda faixa do EP, é a música de trabalho. Raoni e Dandara escolheram um partido alto que versa sobre o empoderamento feminino ao afirmar, com o contagiante ritmo da palma da mão, que “Hoje o lugar dela é em qualquer lugar!”.

Primeira e segunda gerações da família marcam presença com as participações especiais do avô Martinho e da mãe Analimar Ventapane em Atravessando Gerações, música-título que abre o trabalho da dupla. A poética interpretação da letra e melodia de Raoni exalta a importância das raízes, tradições e do poder de transformação social do samba.

A tia Mart’nália e o produtor Thiago da Serrinha são parceiros de Raoni na terceira faixa, Meu enredo, interpretada por Dandara. A atual primeira porta-bandeira da escola de samba Paraíso do Tuiuti – que já teve passagens pela União da Ilha e Unidos de Vila Isabel – é visceral ao cantar “eu entrego minha vida na Sapucaí”, bailando entre a exaltação e o lamento no desfile de versos compostos em plena pandemia de Covid-19, que levou ao cancelamento do carnaval de 2021.

A quarta faixa surge com um arrojado arranjo de Namoradeira, assinado pelos produtores do EP, que fazem uma releitura do samba de roda baiano da gravação original de 1995, acrescentando um som africanizado incrivelmente dançante.

Fechando o EP, a faixa Seja Feliz é o resultado da primeira parceria de Raoni com Ana Costa, madrinha musical da dupla. Raoni e Dandara interpretam um samba de belas melodias para falar de amor e despedida.

Federação é criada para dar suporte para escolas de samba

A Federação da Indústria Criativa Cultural do Carnaval do Estado do Rio de Janeiro (FICCCERJ) é o que estava faltando para dar suporte ao segmento Samba, Escolas de Samba e Carnaval, sem a intenção de lucrar com isso. De fato, o seu lucro maior, é o resultado de sua existência e atuação no cenário do Carnaval de todo estado do Rio de Janeiro. Sua colaboração está intimamente ligada ao Carnaval do interior do estado do Rio de Janeiro.

A Federação da Indústria Criativa Cultural do Carnaval do Estado do Rio de Janeiro – FICCCERJ é uma recém criada organização da sociedade civil pública, sem fins lucrativos, e seu objetivo específico é apoiar e maximizar soluções no âmbito da indústria criativa cultural do Carnaval, em especial as Escolas de Samba, em todo o estado do Rio de Janeiro. Admitida através da reunião das principais lideranças do Carnaval do Rio de Janeiro, justifica sua criação com o apelo de organizar,  fomentar, orientar, discutir o melhor desempenho das Escolas de Samba e do Carnaval fluminense. Empoderada pela presença de profissionais do cenário do Carnaval, a FICCCERJ defende a formação de um modelo diferenciado na relação com o segmento – Samba, Escolas de Samba e Carnaval.

Na premissa de que o Carnaval não é apenas uma efeméride fluminense, enquanto grande evento, torna-se irrefutável a criação da FICCCERJ, com especial atenção a presença das Escolas de Samba, jóias de imenso valor cultural, criativo, social, de inclusão das desigualdades e gênero, meio ambiente, sustentabilidade, espaço propício para crianças, jovens, adultos e idosos de qualquer religião ou crença. A Escola de Samba possui esta capilaridade de receber qualquer um do povo, que esteja pronto para perceber a grandiosidade criativa e cultural que define uma Escola de Samba.

A finalidade da FICCCERJ não é a de inventar a roda, pois a roda  já foi inventada. Esta importante parceria das Escolas de Samba, nasce, portanto, para incentivar, ensinar, criar discussões, fomentar ideias, apresentar profissionais, ajustar-se ao  “compliance” e governança da iniciativa privada, ainda de pífia participação no processo fabril em torno  da Escola de Samba.

A Federação não é uma captadora de recursos, no entanto, está em busca deles, tampouco é uma incubadora.

A FICCCERJ é uma ferramenta inteligente, criada pelo próprio dirigente do segmento do Carnaval, capaz de propor soluções, resultantes da problematização desenvolvida pelos próprios atores envolvidos diretamente no segmento da indústria do Carnaval  e sua preocupação de buscar pessoas, mecanismos, técnicas e acadêmicos, à disposição de otimizar o universo criativo e econômico que será ofertado ao turismo, a educação, a cultura, ao trabalho, a economia das cidades, criando de fato, este ciclo virtuoso, transversal, muito necessário, principalmente no pós-Covid19.

Uma das missões da FICCCERJ, enquanto incentivadora da geração de valores compartilhados, é trazer à luz a importância de transmitir a cultura do Samba, da Escola de Samba e do Carnaval para a sociedade, que se mostra  às vezes cética a sublime presença da Escola de Samba, como fonte de criação, capacitação, trabalho e renda e do que se pode trabalhar a transversalidade a partir dessa realidade.

A facilidade em atender em tempo as demandas da Federação, está no contato diário de seus dirigentes, e nas discussões já realizadas a partir deste ano da pandemia do novo coronavírus. De fato, a ausência do carnaval em 2021, contribuiu para a criatividade do segmento em criar a FICCCERJ, como mecanismo poderoso de defesa em atenção especial às populações que vivem do Carnaval em todo estado.

A FICCCERJ poderá atender perfeitamente ao modelo dinâmico de uma “Startup”, sua flexibilidade diante das experiências dos associados, mantém viva a entrega de seu produto principal. Apoiar incondicionalmente as Escolas de Samba e outras formações e movimentos culturais do segmento do Carnaval,  sem a intuição natural de estar envolvida financeiramente no processo. A instituição pertence a todas as lideranças de Carnaval do estado, portanto sua simplicidade e capilaridade original, ultrapassam, qualquer empresa ou instituição conhecida. Seu empoderamento está em realizar todo processo das relações com a iniciativa privada, governos, instituições financeiras, assembleia legislativa, câmaras municipais, mídia, universidades, escolas públicas e particulares, enfim, tudo isso para facilitar e reverberar o poder realizador das Escolas de Samba, através da larga experiência dos associados da Federação, no segmento do Carnaval.

O Carnaval do estado do Rio de Janeiro, principalmente dos municípios do interior, terá uma representante à altura de sua grandiosidade cultural e econômica até aqui pouco observado, diante do Carnaval da capital, sem dúvida exuberante, e ainda não superado no estado ou no Brasil.  Sua contribuição já foi anunciada, através da adesão de todas as agremiações de Carnaval do interior do estado, inclusive das Escolas de Samba Mirim, que possuem, atenção especial pela FICCCERJ.

Sérgio Almeida FirminoPresidente da Federação da Indústria Criativa Cultural do Carnaval do Estado do Rio de Janeiro – FICCCERJ. Assessor Especial de Economia Criativa do Carnaval da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa-SECEC. Diretor Conselheiro do Instituto Cultural Cravo Albin. Criador do Instituto Cultural Candonga e ex-diretor de Planejamento e Projetos da instituição. Graduando em História da Universidade Veiga de Almeida.

Beija-Flor 2022: samba da parceria de Marcelo Guimarães

Compositores: Marcelo Guimarães, Rogério da Mata, Tubarão, Almir Mendonça, Leandro Rato e Drédi

SOU OBRA PRIMA QUE NASCEU DE OBATALÁ
NA MELANINA, AFRICANO, VENCEDOR
O ÉBANO, VIGOR EXUBERANTE
A MENTE BRILHANTE SIM, UM PENSADOR
REJEITO A ESTREITA VISÃO DO PASSADO
APRENDA QUE ALÉM DO SORRISO NO OLHAR
VALENTE, ORGULHOSO, E O PUNHO CERRADO
CORRENTES VOU SEMPRE QUEBRAR
A SABEDORIA LIBERTA, O VERBO DESPERTA
A FORÇA DA COR
SOU NEGRO BEIJA FLOR, SOU NEGRO E BEIJA FLOR

CABANA Ê CABANA, CABANA MEU KALAMBA
PRETO VELHO ME DIZIA POESIA SOBERANA
NEGRITUDE ALUMIA, RAÇA NILOPOLITANA

AFRO BRASIL EMPRETECER É SEU CAMINHO
À VOZ QUE ECOA DE UM MESTRE NEGUINHO
ESTRELAS QUE BRILHAM NOS PALCOS E TELAS
GUETOS, CAMPOS, FAVELAS…
RESPEITEM QUEM SOMOS
NA LUTA DE NOVOS QUILOMBOS
O DOM É SEMENTE QUE NASCE NA GENTE
PRETOS SIM, IRMÃOS GENIAIS
PRETOS SIM, E SOMOS IGUAIS
PELOS CAMINHO DA LUZ E AOS OLHOS DO PAI

OGUNHÊ, NO ORUM AYÊ, DUDUTI LÊ, ODARA

METE A MÃO NESSE TAMBOR, O DIA VAI RAIAR
A LUZ DO GRIÔ SEMPRE A NOS GUIAR
TENHO ORGULHO DO QUE SOU E QUERO MUITO MAIS
POR MEU BEIJA FLOR, POR MEUS ANCESTRAIS

Beija-Flor 2022: samba da parceria de Lucas Gringo

Compositores: Lucas Gringo, Julio Page, Ney Baiano e Beatriz Quintino

EU SOU O POVO DA BAIXADA
MINHA VOZ ESTÁ CANSADA
MAS É HORA DE GRITAR
PRETO, TANTAS VEZES OPRIMIDO
CHAMADO DE PRIMITIVO
MAS EU SEI O MEU VALOR
NO OLHAR A FÉ QUE NUNCA SE APAGOU
E AS MARCAS DE UMA FALSA ABOLIÇÃO
NÃO SOU SÓ MAIS UM BRAÇO FORTE,
POIS É DA MENTE O PODER DE VENCER A OPRESSÃO
NEGRA VOZ QUE NUNCA SE CALA
QUILOMBO VALENTE DECLARA:
LEVANTA, QUE A LUTA AINDA NÃO ACABOU!

“AUÊ, MEU IRMÃO CAFÉ”,
MESMO EM MEIO À BALAS PERDIDAS E TANTO DESCASO ESTAMOS DE PÉ
EU SOBREVIVI, “MEU IRMÃO CAFÉ”
ENTRELINHAS, RASURA, CENSURA MINHA GENTE NÃO QUER

ÓH MÃE ÁFRICA, REVIVER, ILÊ IFÉ
SE ERGUE NO PALCO DO SOLO SAGRADO, HERANÇA DA COR
A EXCELÊNCIA É DOM ANCESTRAL
INSPIRAÇÃO QUE ME FAZ IMORTAL
ỌBA CABANA, IÊ VIVA MEU MESTRE CAMARÁ
RETINTA MÃO QUE BORDA ESPERANÇA
E FAZ REVOLUÇÃO AO RESSOAR
O GRITO FORTE NILOPOLITANO É REI
DESSA AVENIDA, VENCEDOR!
BEIJO A FLOR DA IGUALDADE
NO TERREIRO A LIBERDADE!

ABRE O XIRÊ, BATE O TAMBOR
ÌYÁLÓDE, ALÁMOYÊ, AGÔ
QUANDO OUVIR A VOZ É ELA
AGBARÁ DÙNDÚN É BEIJA FLOR NA PASSARELA

Beija-Flor 2022: samba da parceria de Lia de Itamaracá

Compositores: Lia de Itamaracá, Jorginho Moreira, Marcelo Lepiane, Rafael Gonçalves, Maurício Amorim e Vieira
Part. Especiais: Walnei Rocha e Rocco

Balança o tumbeiro (ôôô)
Hoje é dia de batalha
Quem não aceita migalha
Empretece o pensamento
Marcado, ferido nas dobras do tempo
Bravura trançada de fibra ancestral, firma ponto, ritual
Nos tambores a essência
Entre espinhos, resistência
Meu axé semeou…
Em cada tom de preto há liberdade, armadura da verdade, a memória de um griot

Sou eu, o verso mais livre da cena retinta
Escrito na pele que a noite habita
Do ventre africano eu sei que herdei, sangue de rei
(Do ventre africano,
Sangue de rei)

No aye, uma flor ao relento corteja o vento, feito mestre-sala
Não resistirá feitor nenhum, quando a cor do orum desfilar em suas alas
Sim… ainda ouço os versos de cabana
Carrego a alma nilopolitana no sorriso da porta-bandeira
Comunidade, eu sou
A maior razão do meu cantar
Nunca desafie um beija-flor
Quando ele voa sabe aonde vai chegar

(Legbàra) Ô Legbàra, o meu canto é por justiça
Identidade na cor
Preta é a voz que não se cala
Ouça a voz da Beija-flor