Os intérpretes Evandro Malandro (Grande Rio), Marquinho Art Samba (Mangueira) e Tinga (Vila Isabel) vão fazer uma temporada de shows pelo Sul do país, com direito a um evento muito especial, no dia 27 de novembro, data da final da Libertadores, entre Flamengo e Palmeiras, em Montevidéu, no Uruguai.
Nesta terça-feira, às 20h, eles se apresentam na Praiana, Porto Alegre. No dia 25, quinta-feira, o trio estará em Uruguaiana. Sexta já será no Uruguai.
O show em Montevidéu, no dia 27 de novembro, começa às 23h. O encerramento da turnê do samba é no domingo, em Rivera, ainda no Uruguai.
A Beija-Flor fez no último domingo o primeiro ensaio de rua, em Nilópolis, para o Carnaval 2022. A azul e branco que levará para Avenida no ano que vem o enredo “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor” utilizou a data seguinte ao Dia da Consciência Negra para pisar novamente no chão da sua comunidade.
“O ensaio para gente não é encarado como uma festa. É trabalho mesmo. É óbvio que hoje (ontem) foi mais uma homenagem ao Dia da Consciência Negra. Porém, a gente não faz oba-oba. Celebramos fazendo um baita ensaio. A nossa festa é trabalhar para um grande carnaval. Historicamente, a Beija-Flor retrata grandes personagens da nossa cultura. Temos um caminhar histórico com grandes enredos. Buscamos sempre exaltar o negro, a nossa comunidade é preta, da inclusão”, disse Válber Frutuoso, um dos diretores de harmonia da escola.
O presidente Almir Reis falou da temática negra nos carnavais da Beija-Flor. “A gente está nessa luta contra o racismo tem muitos anos. A gente conta a história que nunca é falada. Não vamos desistir nunca disso. O enredo é para empratecer o pensamento de todos. Nossa comunidade é de pessoas pretas e que fazem parte de uma grande família. Já somos considerado o rolo compromessor no canto e evolução e queremos mais. Voltar a ensaiar na rua é muito impotante. O sentimento por essa escola não tem explicação, ele é gigantesco”.
Claudinho e Selminha Sorriso falaram do papel social da Beija-Flor no combate ao racismo. “A escola pretende com o enredo confrontar o apagamento e o silenciamento das obras e o pensamento do povo preto. É dar voz. Infelizmente, a gente não aprende nas escolas a cultura afro-brasileira. Precisamos informar e inspirar mentes. Pra mim, é muito gratificante conduzir o manto sagrado da Beija-Flor. É um sonho realizado a cada momento”, disse a porta-bandeira.
“A Beija-Flor tem a voz de empretecer o pensamento. A escola clama a igualidade entre todos. Sobre o nosso ensaio na rua começamos a matar a saudade da nossa comunidade. Chegamos aqui com o avanço da vacina”, citou o mestre-sala.
Para o diretor de carnaval, Dudu Azevedo, o primeiro ensaio revelou um avanço no trabalho. “Parece que já estamos na fase que estávamos do trabalho no ano anterior. O abraço do nosso povo com o samba deu resultado na rua. Uma evolução e canto praticamente perfeitos. Muito positivo o trabalho. O enredo é do nosso povo, do nossão chão, todo mundo transborda satisfação de cantar esse samba”.
Integrante da Velha-Guarda, Débora Rocha, enalteceu a comunidade. “Não existe cor. Nós somos filhos de um pai só. Temos que lutar por igualdade”.
Comandante da bateria ao lado de mestre Rodney, Plínio, também falou sobre o enredo. “Infelizmente, ainda existe o racismo. A Beija-Flor faz o caminho para acabar com o racismo e mostra seus integrantes como exemplos”.
Segunda porta-bandeira da escola, Fenanda Love, com 26 anos de Beija-Flor, comentou o enredo e sua importância. “A Beija-Flor mostra com muito orgulho a importância do negro. Ela transformou minha vida. Vamos mostrar na Avenida nossa cor, nossa raça e vamos matar a saudade de todos com essa volta dos ensaios. A nossa arte está de volta”.
“Canta, canta minha gente, a Vila é de Martinho” promete trazer para Sapucaí, no reencontro com o carnaval em 2022, a vida e a obra do poeta que o samba deu para escola tradicional do bairro de Noel. Essa história acontece desde o nascimento e infância na “roça” na cidade de Duas Barras no interior do estado do Rio de Janeiro, promovendo um encontro intimista entre Martinho e sua escola de coração, e também com sua obra que cantarolou amores, amigos, a família, deste grande compositor do chamado “partido alto”, e, claro, de sambas-enredo. Por aí, também estarão presentes sua relação com a África, Angola mais especificamente, sua admiração por Miguel Arraes, “o pai Arraia”, além da sua criatividade para fazer sambas de sucesso produzidos com estruturas diferentes do usual e muitas vezes sem a utilização do recurso da rima.
O enredo é assinado pelo carnavalesco Edson Pereira, que está na Vila Isabel desde 2019. Cantando a vida e a obra de seu mestre Martinho, a agremiação espera voltar ao desfile das campeãs que ficou de fora em 2020, e mais do que isso, ao fechar a segunda noite de desfile, colocar banca para voltar a gritar é campeã, repetindo 2013, quando também foi a última escola a passar pela Sapucaí emocionando o público que como daquela vez, em 2022 deverá ficar até o final para saudar o negro Rei Martinho.
O samba é uma composição de André Diniz, maior compositor de sambas da escola do bairro de Noel, que terá a honra, ao lado de Evandro Bocão, Dudu Nobre, Professor Wladimir, Marcelo Valença, Leno Dias e Mauro Speranza, de assinar o hino que irá homenagear o maior integrante e presidente de honra da Vila Isabel.
O site CARNAVALESCO abre à série de reportagens “Samba Didático” entrevistando o compositor André Diniz para saber mais sobre os significados e as representações por trás dos versos e expressões presentes no samba da Vila Isabel para o carnaval de 2022. André Diniz explicou que o intuito da obra era prestar uma homenagem à Martinho através da realização simbólica de um encontro intimista entre o homenageado e a Vila, com a apresentação de expressões na letra que gerassem memórias afetivas para o artista.
“O samba foi construído na intenção de agradar ao homenageado. Falar as coisas que tocassem o coração dele. Não só pela reverência a ele, mas também pela percepção de que ele seria fundamental na escolha dos sambas. Então, fizemos um samba para agradar o Martinho da Vila. O samba é um encontro com o Martinho em um bar ou em um camarote, ou em algum lugar para assistir o desfile da Vila. Dentro dessa ideia, a letra toda vai falando do ‘abre uma gelada’, ‘ a saideira’, o samba é construído com essa ideia de um encontro com o Martinho de forma despojada, chegar mais próximo dele. A gente fez questão desta conversa intimista com ele. Além disso, usamos o recurso de explicar o enredo com palavras que fazem parte de obras dele”, explica o compositor campeão da Vila Isabel.
Confira o significado de alguns versos e expressões presentes no samba segundo a ótica de André Diniz:
“PARTIDEIRO, PARTIDEIRO Ó / MINHA VILA ISABEL BRILHA MAIS DO QUE O SOL”
“É uma lembrança de música. Primeiro que ele é um dos grandes ‘partideiros’, cantores de ‘partido alto’ do país, e versadores. Mas, a ideia é principalmente lembrar do ‘cirandeiro, cirandeiro ó, a pedra do seu anel brilha mais do que o sol’, da Vila Isabel de 1972. Então, a gente brinca, ao invés de colocar o ‘cirandeiro’ que ele usou, a gente colocou o ‘partideiro’ que lembra a obra dele, mas fala dessa característica de ser um ‘partideiro’, um cantor e compositor de partido alto.
“FERREIRA, CHEGA AÍ”
“Esse trecho explicita o modelo de narrativa que a gente usou, primeiro um linguajar despojado, intimista de chamar ele (o Martinho da Vila) de Ferreira, que é Martinho José Ferreira, mas geralmente todo mundo chama ele de Martinho né, mas os mais antigos aqui da escola em especial chamam ele de Ferreira. A ideia é chamar o Martinho para um bate papo como se estivéssemos chamando um amigo para conversar”.
“A AVENIDA ENGALANADA / NOSSA GENTE EMOCIONADA VAI RELUZIR”
“Engalanada significa enfeitada, em galões, dourada, brilhante. A gente podia colocar enfeitada, mas aí não ficaria Martinho. Engalanada é muito utilizada por compositores de samba enredo e Martinho também em alguns sambas até que ele perdeu aqui na Vila. Nos anos 60 e 70 era muito utilizado. A Avenida está toda enfeitada, o povo da Vila está emocionado por contar sua história, e fazer brilhar sua história”.
“RAÍZES DA ROÇA PARA O PRETOS FORROS / TANTO TALENTO NÃO GUARDA SEGREDO”
“O Raízes da Roça para ‘o pretos forros’ é porque ele vem de Duas Barras, cidade do interior do Rio de Janeiro, por isso ‘raízes da roça’, e primeiro lugar onde ele morou no Rio de Janeiro, na Boca do Mato, Serra dos Pretos Forros, por isso a gente diz que ele veio ‘da roça’ para o Pretos Forros. ‘Tanto talento não guarda segredo’ por que o Martinho, na verdade vai na gravadora a primeira vez para apresentar o disco da esposa dele, ele era só compositor e quando o produtor pergunta ‘tá bom, mas ela vai cantar o que’, ele mostra as músicas dele e o produtor se apaixona pela forma dele de cantar”.
“SE A PAZ EM ANGOLA LHE PEDE SOCORRO / FILHO DE TERESA, ENCARA SEM MEDO”
“A coisa do ‘filho de Teresa, encara sem medo’ é porque as memórias que vem do Martinho é que a mãe dele é uma mulher muito forte, muito guerreira, muito batalhadora, e por isso, filho de quem é, vai encarar o que a vida lhe oferecer. E essa ‘paz em Angola lhe pede socorro’ é referente a alguns momentos em que o Martinho vai em Angola, um deles no meio da independência, depois na guerra civil. Ele vai quando Angola estava em guerra e ele era meio que uma unanimidade por lá. Todos os grupos em guerra adoravam Martinho da Vila, então foi uma chance legal de mostrar o pacificador que ele se transformava quando chegava lá”.
“SEGUIU ESCOLA DO PAI ARRAIA”
“Esse trecho faz referência ao samba que construímos junto ao Martinho, ‘Memórias do Pai Arraia’, que aplaudia o movimento de cultura popular, que eram as escolas criadas por Miguel Arraes lá em Pernambuco. Esse trecho quer dizer que seguiu os ensinamentos do Miguel Arraes, além das escolas que o Miguel Arraes construiu no sentido físico”.
“OUSAR, MUDAR E FAZER SEM RIMA”
“É por causa do samba ‘Raízes’, um samba enredo construído sem nenhuma rima, samba da Vila de 1987”.
“ÁFRICA EM PRECE, O GRIÔ, A REFERÊNCIA / O SENHOR DA SAPIÊNCIA, ESCRITOR DA CONSCIENCIA”
“Significa a representação das lutas africanas, da religiosidade africana. ‘O Griô’, o cara que conta as histórias, o cara que inspira, o senhor da sabedoria, o cara que forma pensamentos”.
“EU VOU JUNTO DA FAMÍLIA / DO PINDUCA À ALEGRIA PRA BRINDAR”
“A gente sabia o quanto seria importante falar da família dele, dos filhos que o Martinho tem uma verdadeira paixão pelos filhos, a gente não tinha como falar o nome de todos. O primeiro é Martinho Antônio, que a família chama carinhosamente de Pinduca. E o último filho é a Alegria. Por isso, nesse nosso encontro com o Martinho, a família vai junto. Todos os filhos vão também, do Pinduca à Alegria, a mais nova”.
Crianças e adolescentes ligados à Beija-Flor por meio do instituto de ações sociais amparado pela escola estiveram no palco da quadra da azul e branca em Nilópolis, no sábado, para celebrar o Dia da Consciência Negra. Eles participaram de uma esquete teatral relacionada ao enredo “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor”, que será apresentado na Marquês de Sapucaí ano que vem.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação
Organizada pela porta-bandeira Selminha Sorriso, que também atua na direção cultural da agremiação, a iniciativa transformou cerca de 30 crianças em atores e atrizes por um dia. Diante das próprias famílias e de segmentos da Beija-Flor, todos sob os cuidados de protocolos contra a Covid-19, os artistas mirins encararam — com coragem e talento — a missão de encenar situações racistas vividas em sala de aula, ambiente em que convivem diariamente, e explicar ao público o que há de errado em cada uma delas.
Foram discutidos, por exemplo, o viés racista embutido na utilização de expressões como “denegrir” e “a coisa ficou preta”, bem como “cabelo pixaim” e outras referências a pessoas de pele preta e seus traços físicos. Tudo de maneira didática e com foco na relevância da discussão: a plateia foi lembrada, mais de uma vez, que racismo é crime e que as escolas públicas são obrigadas por lei a ajudar a combatê-lo através do ensino da história afro-brasileira aos estudantes.
O conteúdo foi transmitido online, por meio do YouTube, em parceria com a produtora Fitamarela, para garantir que os ensinamentos do roteiro, escrito pela dançarina, possam ser amplamente acessados e difundidos.
Ao abrir os trabalhos, Selminha discursou à comunidade da Beija-Flor, enalteceu os profissionais negros da escola (incluindo o presidente Almir Reis, um dos poucos negros entre os dirigentes do Grupo Especial do Carnaval carioca) e explicou a intenção por trás da peça:
— Nossa turma, formada no Instituto Beija-Flor, não é de atores e atrizes profissionais, mas preparou um espetáculo muito bonito para explicar assuntos importantes para a escola, para o Carnaval e toda a população negra. É uma mensagem que precisa chegar à sociedade brasileira, ainda mais num dia como o de hoje — disse Selminha, vestida com um turbante, acessório que remete à ancestralidade em culturas afro.
Além de Selminha e das estrelas da festa, estiveram no palco da Beija-Flor figuras como Rodrigo França, ator e diretor teatral; Katiúscia Ribeiro, filósofa e Flávia Oliveira, jornalista com atuação na GloboNews e no Jornal O Globo. Eles foram homenageados pela porta-bandeira e estão entre as personalidades negras convidadas pela Beija-Flor para desfilar em 2022.
Há um ano, também no Dia da Consciência Negra, a Deusa da Passarela iniciou sua disputa de samba para o próximo Carnaval, em busca de uma trilha sonora que embalasse sua apresentação sobre a intelectualidade das pessoas pretas. Recentemente, em outubro, foi escolhida no programa “Seleção do Samba”, da TV Globo, a obra da parceria do compositor J. Velloso (em memória). Os ensaios de canto para componentes estão acontecendo todas as quintas, às 21h, também na quadra.
A Superliga, que administra os desfiles das séries Prata e Bronze, na Intendente Magalhães, concretizou a parceria da transmissão do Carnaval 2022 com a TV Alerj, na quadra do Acadêmicos da Rocinha.
“Demos um grande passo para o nosso carnaval. A parceria com os principais órgãos para os nossos desfiles deram um gás a mais nas agremiações. O trabalho dessas escolas estarão visíveis nacionalmente em tempo real com a transmissão. Isso deixará o espetáculo ainda mais competitivo e quem ganhará é o público que verão grandes desfiles”, revelou o presidente Clayton.
O evento reuniu os principais representantes como André Ceciliano, Presidente da Alerj, Luciano Silva, Diretor da Tv Alerj, o Vice-prefeito do Rio de Janeiro Nilton Caldeira, o Chefe de Gabinete do Presidente da Alerj Rui Aguiar, o Deputado Estadual Chiquinho da Mangueira e o Presidente da Liga RJ Wallace Palhares. Todos foram recebidos pelo Presidente da Superliga Clayton Ferreira e sua diretoria.
Os desfiles das escolas de samba da Superliga serão realizados nos dias 27 de fevereiro com o Grupo Bonze, dia 28 de fevereiro, o primeiro dia da Série Prata, 1° de março, segundo dia da Série Prata e dia 5 de março o grupo de avaliação.
Um verdadeiro show, “Virashow”, na verdade. E, não poderia ser diferente, no Dia da Consciência Negra, a coroação de uma rainha como Erika Januza, atriz, negra, e apaixonada por carnaval, segundo a própria artista. A escola de Niterói, ainda atual campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro, está acostumada a fazer sempre um grande espetáculo, mesmo quando ainda não é na Sapucaí. É quase um recado dos componentes para o mundo do carnaval de como a escola está sempre preparada para tudo. Foi para Erika Januza, a garotinha que virava noites sambando na sala de casa, assistindo pela TV os desfiles da Sapucaí, como fez questão de lembrar em seu discurso. Erika agora é rainha de bateria da “Furacão Vermelho e Branco”, comandada, nada menos, que por mestre Ciça.
Como atriz, Erika teve destaque em vários papéis em séries e novelas como em “Amor de Mãe”, obra que foi transmitida no horário nobre da Globo, e, atualmente participa do elenco de “Verdades Secretas 2”, também do grupo Globo. Na emissora, em 2017, Erika também teve um papel bastante representativo para a causa racial. Em “o outro lado do paraíso”, a atriz era Raquel, quilombola e filha da grande mãe do quilombo que era representada por Zezé Mota. Na obra, Raquel era empregada e namorou o filho da patroa. A grande mãe do quilombo pagou os estudos e Raquel voltava anos depois como juíza da cidade, tomando o lugar que era do próprio patrão e agora pai do ex-namorado
Após a feijoada que contou com shows de Jorge Aragão, Projeto Nosso Samba e DJ Natinho Negrada, coube ao Cordão da Bola Preta entoar marchinhas de carnaval enquanto a futura rainha desfilava pela quadra ao lado de Mestre Ciça em elegante automóvel do início do século passado, sendo aclamada pelo público.
Esse momento de êxtase foi só o sprint inicial para o espetáculo que viria a seguir com muito samba e um pouco da história do enredo através do gingado da ala de passistas da comunidade e do intérprete Zé Paulo Sierra. O Rio dos anos 1920 foi o plano de fundo para também relembrar alguns sambas mais antigos da agremiação, como o vitorioso de 1997. Nele, Erika, finalmente, revelou sua maravilhosa roupa vermelha para a coroação realizada pelo presidente da diretoria executiva Marcelinho Calil, e pelo presidente de honra Marcelo Calil Petrus.
Emocionada após a festa, Erika contou ao site CARNAVALESCO que recebeu essa coroação como um presente não só para ela, como também para toda a comunidade negra.
“Foi um dia inesquecível pra mim, ser coroada no dia da consciência negra foi uma escolha do presidente. Pra mim, foi, assim, mais um presente porque, foi um presente pra mim, e acho que pra comunidade negra, no sentido de representar a toda realeza negra nossa que ficou tudo tão perdido historicamente. Eu considero esse um momento de representar todas as mulheres negras que são rainhas. Então, pra mim, esse presente do presidente é pra mim e para muita gente. Estou muito grata, muito grata e feliz, torcendo para que tenhamos um carnaval seguro, se Deus quiser”, contou emocionada.
Erika recebeu a faixa e flores das duas primeiras-damas da escola. As esposas de Marcelo e Marcelinho Calil. Antes da cerimônia propriamente, em discurso, Marcelinho fez questão de destacar o comprometimento de Erika com escola, ao participar de quase todos os eventos da Viradouro, inclusive, do primeiro ensaio de rua realizado na Avenida Amaral Peixoto no último dia 14, e, principalmente de todos os ensaios para o evento de sábado, mesmo com a agenda apertada por conta de gravações e outros compromissos. Em entrevista à reportagem do site CARNAVALESCO, o presidente Marcelinho Calil repetiu o elogio, ao mesmo tempo que explicou os critérios de para ter escolhido a atriz para o cargo.
“Primeiro, em toda escolha a gente traça o perfil que a gente espera de uma rainha. A Viradouro tem uma maneira de ser em que a única estrela aqui é a própria escola. Então, qualquer profissional, no caso dela, não que ela seja uma profissional do carnaval, alguém que receba como o Ciça, ou como o Zé (Paulo Sierra), alguém que de fato contribua para quesito. Mas ela, de fato, é alguém muito importante neste contexto , ocupando este cargo de rainha. Então, desde o primeiro momento, a primeira conversa com a Erika, foi muito clara essa afinidade com o ideal da escola, com a maneira da escola enxergar. É uma pessoa humilde demais e eu falo isso, não é pelo evento de hoje, eu falo isso pela hora que a TV não está aqui, que os sites não estão aqui, pelo dia-a-dia aqui na quadra. Ela realmente está feliz, ela realmente se doa ao máximo”, explicou Marcelinho.
O presidente ressaltou que a escolha por Erika, uma mulher negra, pode servir, mesmo que minimamente, para a reparação de algumas injustiças históricas.
“Acho que em um dia desses, Dia da Consciência Negra, você coroar uma rainha como a Erika, eu falei ali no palco, um país como o nosso que tem tantas dívidas históricas a pagar, não que isso seja o suficiente, obviamente que não, é um grão de areia no deserto. Mas, coroar a Erika no dia da consciência negra, dessa maneira, com tanto carinho que a gente fez, nos dá muito orgulho, e, é realmente uma grande honra”.
Com a pressão de ocupar um cargo que já teve grandes rainhas que já são também grandes nomes do carnaval, como Luma de Oliveira e Juliana Paes, Erika sabe do peso que carrega, mas espera começar a escrever em páginas belíssimas a sua própria história na escola.
“É uma responsabilidade muito grande né. Me deram o cargo em um nível muito alto, mas eu espero corresponder com todas que passaram por aqui e deixar também a minha marca lindamente. Vou fazer o possível para honrar esse presente dos ‘Marcelos’ na minha vida”, promete Érika.
Logo após ser coroada, Erika fez questão de cumprimentar um a um, todos os integrantes da bateria. O entrosamento com a “Furacão Vermelho e Branco” parece bem encaminhado, e com mestre Ciça, a artista conta que já tem falado sobre possíveis surpresas para o desfile. “Já conversei há muito tempo. Eu falei com ele, Ciça, estou à sua disposição, me joga pra cima, vamos criar”.
Esse é o mesmo pensamento de mestre Ciça, que fez questão também de destacar a representatividade que a coroação de Erika traz para a escola.
“A gente está sempre pensando em alguma coisa para ela participar, interagir com a bateria. Eu acho que haverá um grande momento pra ela na Avenida esse ano. E, eu estou muito feliz e a bateria está feliz. A escola está feliz com ela, pela dedicação dela, é uma pessoa muito humilde, muito bacana. E ela quer participar, e isso é importante. Essa coroação tem tudo a ver com o dia da consciência negra e a escola, assim, à vontade, colocar uma negra representa, representa muito. Você vê a casa lotada neste grande momento da escola, pela coroação da nossa rainha, e eu tenho certeza que ela vai representar muito bem, não só a escola, a bateria, mas todos os segmentos da escola. Espero que ela corresponda, isso eu tenho certeza e hoje é o grande momento dela”, acredita o mestre.
Com a rainha escolhida e devidamente coroada, Ciça segue com os olhares voltados para o desfile de 2022. O comandante da “Furacão Vermelho e Branco” também aproveitou para comentar sobre o samba já ter encaixado tão rapidamente com a bateria.
“Quem vem aqui, ou vai no ensaio de rua, percebe isso nitidamente, que o samba está perfeito na bateria. Agora nós temos que manter isso, a gente melhorar cada vez mais, e eu posso falar para vocês que eu já tenho 90 por cento de tudo resolvido. Dez por cento é só detalhe. E o samba caiu como uma luva, com a bateria, com o que a gente vai propor. Havia uma preocupação de algumas pessoas, mas, é aquilo, a gente trabalha sério, a agente que ver o melhor. Senta com o Zé Paulo, senta com todo mundo para ver o que é melhor. E vai ser um sucesso, promete Ciça”.
Defendendo a conquista de 2020 e com mais sede para iniciar uma hegemonia no carnaval carioca, a Viradouro é a quinta a desfilar no domingo de carnaval com o enredo “Não há tristeza que possa suportar tanta alegria”.
O site CARNAVALESCO acompanhou a inauguração da quadra do Império de Casa Verde, na semana passada, e ouviu representantes da escola sobre o desfile de 2022. O carnavalesco Mauro Quintaes falou inicialmente da sua recuperação da Covid-19 e da volta dos eventos de samba.
“Não basta passar pela pandemia, infelizmente, eu vivencei e senti na pele. Tudo na vida trago algo de positivo e pude sentir o carinho das pessoas. Essa energia fez com que eu me recuperasse. Foi muito sério e agora estou aqui correndo atrás do campeonato. É importantíssimo retomar a cultura carnaval e dentro dos parâmetros que foram impostos. Estamos inaugurando uma quadra nova, espaço novo e de cultura”.
Fotos: Gustavo Lima
O artista explicou como será o enredo “O Poder da Comunicação – Império, o Mensageiro das Emoções”. “Com meu parceiro de trabalho, Leandro Barboza, estamos trabalhando para trazer o Império para um quarto campeonato. Nosso enredo fala da comunicação, desde os tambores, passa por toda história da humanidade e depois com a internet com o Carlinhos Maia, sendo o representante dessa mídia”.
Diretor de carnaval do Império, Rogério Tiguês, afirmou que a nova quadra era um objetivo da agremiação e citou como está a preparação para o desfile de 2022.
“É um sonho antigo sendo realizado. É um espaço nosso. Tem um tamanho maior. Pelo formato (retangular), ela é melhor para ensaiar. Além disso, o barracão está do nosso lado. Ficou um complexo com o barracão e quadra. Como o regulamento mudou, a gente está projeando 1750 componentes no chão e por volta de 400 nos carros. Já começamos os ensaios de quinta e aos sábados. Foi um período traumático a pandemia pela questão mental e pela Covid-19. É fantástico ver o público presente e a gente poder fazer as coisas acontecerem novamente”.
Diretor de harmonia do Império de Casa Verde, Serginho, exaltou a nova quadra. “É um novo processo do Império. Muito gratificante fazer parte disso e saber que pude contribuir de alguma forma. É um novo momento para escola. Temos um acesso melhor e também é mais confortável. De fato, a gente agora tem a nossa casa. Vai mudar o componente no ensaio, porque a estrutura nos permite mais. Um dos nossos pontos fortes sempre foi o canto. Queremos cantar ainda mais”.
Comandante da bateria Barcelona do Samba, mestre Zoinho também falou da nova quadra e do trabalho para 2022. “Uma satisfação enorme essa quadra. Vou completar 18 anos na escola e estou muito feliz por ter um novo espaço. É uma realização da comunidade. A escola está feliz e o samba que ganha com isso. Estamos trabalhando com o samba, já temos esboço das bossas, o enredo é muito bom e estamos animados”.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira do Império de Casa Verde, Rodrigo Antonio e Jéssica Gioz, citou a emoção de voltar ao samba. “É uma emoção muito grande voltar e nos encontrarmos novamente. Estamos retomando com força total. Já começamos nossos ensaios, ainda duas vezes por semana, e vamos aumentando. Ainda não podemos falar de fantasia, é um segredo guardado a sete chaves”, disse o mestre-sala.
“Essa quadra é um sonho de todo imperiano e que foi realizado. Estamos muito felizes de abrirmos nossas portas para os sambistas. Toda escola está sentindo esse momento especial. A gente está retomando o trabalho, mas não estamos sentindo, porque temos um trabalho físico. Foram quase dois anos sem eventos de carnaval, mas corremos atrás com muito trabalho”, finalizou a porta-bandeira.
Nos últimos cincos carnavais do Grupo Especial do Rio de Janeiro, o carnavalesco Leandro Vieira conquistou dois títulos e ainda faturou um outro no Grupo de Acesso. Abaixo, você pode ler a primeira parte da entrevista com o artista. Ela foi publicada neste sábado no jornal O Dia.
Quando você desenvolve um enredo como funciona esse processo?
“O enredo precisa estabelecer um diálogo prévio com a escola que represento. Não consigo pensar que não dialogue com a comunidade. Esse pensamento é muito particular. A maneira como penso esse diálogo, nem sempre a maioria acha que é possível. Muitas vezes as pessoas dizem que as coisas não tem nem relação com a Mangueira e pra mim faz muito sentido”.
Quando falam que você faz enredo para lacrar e fazer política como isso toca em você?
“Não toca. Isso é um equívoco de quem pensa assim. Não existe carnaval que não seja político. Toda escolha é política. Viver é político. Partido é outra discussão. Meus enredos nunca foram de partidos. Política é um pensamento. Você pode ser político, sem ser partidário. Meus enredos, emboram as pessoas fiquem tecendo pensamento sobre o que faço, refletem um pensamento. Partidário, jamais. Os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro nos últimos anos têm sido políticos em todos os sentidos”.
Você sempre falou que quer ser um carnavalesco para fazer história na Mangueira e ficar um bom tempo. Já fez? Tem 100% de liberdade para trabalhar?
“Tenho 110% de liberdade. Isso me motiva a estar aqui. Vou para o sexto carnaval na Mangueira. Sempre tive total autonomia. Quem me oferecer 100% de liberdade, ainda vai estar devendo para Mangueira que me dá 110%. Ainda estou fazendo minha história. Trilhando o caminho que acho que é bom pra mim. Meu maior carnaval sempre será o próximo. Meu carnaval inesquecível é o de 2019, sem a menor sombra de dúvida, ele quebrou a banca, literalmente, em todos os sentidos que isso pode significar”.
Dizem que a Mangueira apelou para o nome da Marielle Franco no desfile de 2019 e que depois do samba campeão ela foi encaixada no enredo. Como isso aconteceu?
“Não foi encaixada. O compositor é um artista, como também sou artista, tenho entendimento que artista gosta de liberdade. O bom compositor é aquela que interpreta a sinopse sem fugir do pensamento central. É muito fácil entender que o enredo da Mangueira falava de lideranças apagadas. E a Marielle se aproxima da história da Carolina de Jesus e de outros tantos, pretos, favelados e que alcançaram notoriedade. Quem diz que a Marielle não fazia parte do enredo da Mangueira está sendo muito literal e meu trabalho não é literal”.
Como você analisa a arte no país e no carnaval?
“Os artistas estão produzindo obras que são o reflexo do tempo. A arte vai bem, porque existe uma série de pessoas aparecendo e traçando gritos e desejos do tempo em que a gente vive. Olhando para o carnaval, a produção intelectualmente e artística vai muito bem. Tem uma série de novos artistas que estão a pleno vapor. Acho que o carnaval não vinha há tempo tão bem como agora”.
Você construiu uma bandeira do Brasil em verde e rosa no desfile de 2019 e ela foi parar em exposição. Não gosta da oficial?
“Gosto da bandeira do Brasil. A bandeira que eu realizei ela pensa a bandeira do Brasil e os valores patrióticos. Ela em verde e rosa é uma bandeira possível nesse tempo que vivemos. Fico feliz que seja uma obra do carnaval que tenha alcançado outros lugares. Tenho uma crítica pessoal que o carnaval segue se defendendo como uma festa. Acho muito triste ver gente do carnaval falando apenas como festa, sem desdobrar todas possibilidades e demandas. O país, a sociedade, tem muita dificuldade de entender o carnaval como patrimônio artístico e cultural. Por uma série de questões, que passam pelo preconceito social e racial. Trabalho para fazer jus ao carnaval que o Brasil tem. É uma atividade que pode muito mais coisas do que ser apenas uma festa”.
Como estará o desfile das escolas de samba daqui 10 anos?
“Tenho um pensamento otimista, porque há dez anos não conseguia prever que o desfile estaria tão bom quanto está hoje. Vivemos um momento muito melhor”.
Como você passou o maior período da pandemia?
“Fiquei quietinho, esperando as coisas melhorarem. Tomei vacina, acredito na ciência e sou um defensor com fé na vida. Foi difícil para todo mundo. O universo das escolas de samba é marcado pela informalidade das questões trabalhistas. Quem trabalha no carnaval e ganhou alguma coisa ou teve assistência foi um sortudo. Foram pouquíssimos.
Como é fazer dois desfiles no mesmo ano e conviver com o favoritismo?
“Maravilhoso. Como um artista que gosta de fazer carnaval diz não para Imperatriz e Império Serrano. Estou cheio de saúde, gás, quero fazer e aceitei. A construção do desfile da Imperatriz foi certamente uma das mais felizes e realizadoras que tive. Foi um ano feliz demais. O Império também está sendo feliz por outros caminhos. Fazer o Império é mais tortuoso do que a Imperatriz, porque é mais complexa e financeiramente mais prejudicada. Não conheço favoritimo antes do desfile. Já experimentei e parei em colocações que não condizem com o carnaval. Só conheço depois do desfile”.
Concorda quando falam que você é o principal carnavalesco do Grupo Especial?
“Os principais carnavalescos do Grupo Especial são Rosa Magalhães e Renato Lage. Disparadamente, eles são os melhores. Isso de ser o principal não passa pela minha cabeça. Minha rotina de trabalho é tão grande e sobra pouco tempo para essas reflexões. Sou muito consumido pelo fazer do meu trabalho. Não acho nem saudável para um artista. A minha cabeça trabalha mais de 20 horas, durmo muito pouco. Chego no barracão às 9h e fico até 22h, de domingo a domingo. A minha equipe todo mundo é braço, só trabalho com braço firme. Gosto de fazer carnaval. Quando perder isso não serei mais carnavalesco. Tenho prazer, gosto da atividade, ser carnavalesco é fazer, realizar, não é desenhar, sonhar. Vivo mais no mundo real do que no sonho. É uma ilusão crer que o carnaval é o mundo do sonho, ele é a vida real. A realidade nua e crua”.
Por que os artistas do carnaval falam pouco sobre arte em geral? O que pensa dos enredos para 2022?
“Há preconceito de fora para dentro e também um silêncio de dentro para fora. Nossa safra de enredos para 2022 é maravilhosa. O dirigente vê números e o artista vê propostas. A fuga de patrocínio do carnaval fez com quem nós tivéssemos uma safra de enredos espetaculares. Alguém ficou mais pobre, mas o carnaval ficou mais rico. Geralmente, quem ficava mais rico, nunca foi quem fez a festa. Pouca gente perdeu e o carnaval ganhou. O momento dos carnavalescos de hoje lembra um pouco do período áureo quando tinha Arlindo, Rosa, João, Renato Lage”.
Entrando no desfile da Mangueira de 2022. Qual é a essência do enredo Cartola, Jamelão e Delegado?
“O que me interessa para o desfile não é a biografia deles, mas o que esses homens são de fato para comunidade que representam. Me interessa muito mais falar que o Cartola era um pedreiro, do que fazer sequência de fantasias das suas músicas. É clara homenagem para eles, em função do exemplo que eles são. Três pretos de excelência, com intimidade com a vida comum de milhares de pretos que podem e devem ser tratados como excelências. São três para representarem três milhões”.
A Grande Rio, atual vice-campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro, segue com sede de mostrar que vive uma nova fase e que o conjunto é o ponto forte para o desfile do ano que vem. O site CARNAVALESCO acompanhou o ensaio de canto e bateria, na quadra da tricolor de Duque de Caxias. O diretor de carnaval, Thiago Monteiro, explicou a dinâmica da escola.
“Começamos os ensaios de canto e bateria. A partir da primeira semana de dezembro, no dia 5, a gente começa os ensaios de rua e vamos até o desfile. Vamos com o mesmo número de componentes de 2020, com cinco carros alegóricos e dois tripés. Todo o trabalho que vem sendo feito na Grande Rio recebeu o reconhecimento do povo do carnaval. Estamos colhendo os frutos. O título é consequência de um bom trabalho. Essa questão de cobrança, possível escola postulante ao favoritismo, não é com a gente. Temos escolas em pé de igualdade e precisamos fazer o melhor trabalho das nossas vidas”.
Mestre Fafá promete mais um trabalho de excelência na bateria da Grande Rio. “Ainda temos muito que evoluir. Devagar, sem pressa, o samba passou por mudanças. Espero melhorar cada vez mais para repetir o sucesso que foi em 2020. Continuo com a mesma pegada. Aqui é proibido a bateria correr, independente do samba vamos tocar com o nosso andamento. Vamos levar quatro atabaques para Avenida e teremos em uma bossa a dobrada do surdo de terceira que está marcada no samba. Nosso trabalho agora ainda está nas partes técnicas. Provavelmente, o segundo ensaio de rua já estará com tudo pronto. Seguimos com a pegada que o menos é mais. Procuramos não “sujar” o samba, fazer apenas coisas pontuais para que a obra funcione na Avenida. É difícil conter a energia do ritimista, mas sempre procuro que todos toquem no mesmo volume, a mesma equalização. Isso é o que a gente mais preza em todos os instrumentos. Não tem mais o nome de bateria. Não tenho esse negócio. Acho que tem que prevalecer a escola, o pavilhão maior, não esquento a cabeça com isso. Algumas chamam de Invocada e outras de bateria da Grande Rio. Não sou ponto fora da curva, pode chamar de Invocada, sem problema, mas eu chamo de bateria da Grande Rio. O importante no final é o ritmo, o que prevalece”.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel e Taciana, revelou que prepara algo especial para o desfile.
“Estava sentindo falta do carinho e da proximidade da comunidade. Nossa expectativa está gigante para fazermos um grande carnaval. Terá algo especial, mas vamos aguardar. A gente gosta de unir o tradicional com algum diferencial. Vamos tentar encaixar isso dentro da coreografia, ainda será tema de muito estudo”.
“A comunidade abraçou nosso desfile em 2020. Até quem não é Grande Rio diz que quer desfilar com a gente pelo enredo e pelo samba. A gente está preparando uma surpresa para pista. Ainda não fechamos coreografia (risos). Procuramos sempre fazer um trabalho de excelência”, completou o mestre-sala.
Comandante do carro de som da Grande Rio, Evandro Malandro falou sobre a responsabilidade que a escola possui. “A gente absorve bem as responsabilidades. Conquistamos o lugar merecido com os sambistas. Sem tirar os méritos da Viradouro (campeã), a Grande Rio fez um desfile impactante. Esperamos repetir o trabalho de 2020 e quando chegar lá não tem que segurar a emoção. Fico muito feliz com o carinho que recebo. As pessoas vão ver como as coisas são vão melhorar a cada ensaio. Cantar esse samba de 2022 representa minha vida, meu dia a dia, o exu é que traz a energia, abre os caminhos e me acompanha em qualquer lugar que eu vá. De pouco em pouco, as pessoas estão entendendo como funciona, não é nada ruim, o enredo abre o leque para que todos possam pesquisar sobre exu”.