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Representatividade, samba no pé e ritmo das baterias dominam apresentações das escolas da Série Ouro na Cidade do Samba

O povo do samba está feliz! As escolas da Série Ouro pisaram na pista montada na Cidade do Samba, na noite de sábado e madrugada de domingo, para lavarem a alma de quem está desde março de 2020 sem a convivência presencial com o samba. O espetáculo foi inédito no Rio de Janeiro, que tem como referência o realizado em São Paulo, contou com 15 mini desfiles, tendo 20 minutos para cada apresentação. Os sambistas presentes aprovaram o evento. A LIGA-RJ prometeu manter no calendário anual de eventos.

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Fotos: Nelson Malfacini

Alguns pontos podem ser ajustados para o próximo ano, como a melhor iluminação do local, o alto volume do carro som, que dificultou ouvir o canto dos componentes e a bateria de quem estava na “cabeça da escola” e o cumprimento do horário. No contexto geral, de forma inédita, foi perfeito o evento e as alterações são válidas e devem ser estudadas. Vale ressaltar que as escolas do Grupo Especial deveriam realizar o mesmo modelo. A Liesa não fará em 2021 nenhuma festa para celebrar os sambas-enredo de 2022, a única programada será apenas em 17 de janeiro. No dia 13 de dezembro, a festa é para o Dia Nacional do Samba, que acontece sempre em 2 de dezembro.

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O site CARNAVALESCO, como sempre, apresenta abaixo trechos do que viu nas apresentações das 15 escolas de samba. Seguimos nosso modelo e ressaltamos que a análise técnica acontecerá a partir dos ensaios de janeiro. Importante: todas escolas estão de parabéns pelas suas alas de passistas. Muito samba no pé e representatividade.

Em Cima da Hora: Abriu a festa. Vindo da Série Prata, a escola contou com o talento do intérprete Ciganerey. Certeza da boa condução do samba. Reeditando o samba “33 – Destino D. Pedro II”, de 1984, o canto ficou mais fácil para os componentes. Um destaque de luxo, totalmente fantasiado, de um brilho maior para apresentação. As baianas capricharam nos efeitos de cabeça, além da maioria utilizar máscara.

Unidos de Ponte: A escola de São João de Meriti teve como destaques o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Yuri Souza e Camylinha Nascimento, dançando muito o tempo inteiro, além do intéprete Charles Silva com ótima condução do samba-enredo “Santa Dulce dos Pobres – O Anjo Bom da Bahia”. A escola mostrou organização. Detalhes para os componentes que estavam com a camisa do enredo.

Vigário Geral: A escola trouxe no início uma faixa frisando que é uma agremiação da favela. A comissão de frente, comandada por Handerson Big, fez até coreografia em cima do samba-enredo. O jovem casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego Jenkins e Cris Soares, cumpriu muito bem o papel. O primeiro não pode estar presente. A escola trouxe componentes fantasiados e com performances artísticas. Ótima condução do samba-enredo “Pequena África: da Escravidão ao Pertencimento – Camadas de Memórias entre o Mar e o Morro” por parte do intérprete Tem-Tem Jr. Destaque também para a bateria, comandada por mestre Luygui Silva, sustentando o ritmo o tempo inteiro, e para a rainha Egili Oliveira, sambando durante toda apresentação e cantando o samba.

Inocentes de Belford Roxo: O samba-enredo “A Meia-Noite dos Tambores Silenciosos” e a bateria da escola foram os grandes destaques da apresentação. O trio de cantores, Tem-Tem Sampaio, Leléu e Luizinho Andanças encaixou perfeitamente. A escola conta com a segurança na dança do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Douglas Valle e Jaçanã Ribeiro. A bateria, de mestre Juninho, passou muito bem pela Cidade do Samba. A comissão de frente apresentou coreografia. Algumas alas contaram com performances coreógraficas.

Unidos de Bangu: Falando de Castor de Andrade, a escola despertou a curiosidade do público, deixando um sinal para o desfile. A comissão de frente arrancou aplausos com a coreografia em cima do samba-enredo. O grande destaque ficou para a bateria, comanda por mestre Léo Capoeira. Um espetáculo de ritmo, inclusive, no trabalho de bossas. O intérprete Thiago Brito conduziu bem a obra.

Santa Cruz: A verde e branco da Zona Oeste, mais uma vez, acerta no samba-enredo. O intérprete Roninho está muito bem na condução da obra “Axé, Milton Gonçalves! No Catupé da Santa Cruz”. Destaque também para o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Mosquito e Roberta Freitas, pelo figurino, por cantarem o samba o tempo inteiro, e, claro pela dança. A comissão de frente também fez coreografia em cima do samba-enredo. Os componentes não eram muitos, mas cantaram o tempo todo. Mestre Riquinho não economizou nas paradinhas.

Império Serrano: Grande favorita na Série Ouro, a escola foi um trator pela pista da Cidade do Samba. Grandes destaques foram a bateria, comandada por mestre Vitinho, um grande espetáculo de ritmo, e o carro de som, principalmente, pela performance de Igor Vianna, que formou ótima dupla com o experiente Nêgo. A comissão de frente, de Patrick Carvalho, extremamente vigorosa e deixou no ar grande expectativa para o desfile. O canto dos imperianos foi impactante. Forte o tempo todo. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus Machado e Verônica Lima, garante segurança para escola. Realmente, o Reizinho provou que está de volta, após dois péssimos carnavais em 2019 e 2020. Quando isso acontece em uma escola nove vezes campeã do Grupo Especial é difícil segurar. O ano de 2022 tem tudo para ser da redenção imperiana.

Sossego: Ótima surpresa da festa. Desde a comissão de frente, coreografada em cima do samba-enredo, passando pelo casal Fabricio e Giovanna, chegando ao intérprete Nino do Milênio e finalizando na bateria de mestre Laion. A escola do Largo da Batalha fez uma apresentação segura em todos os sentidos. As alas não tinham muitos componentes, mas quem foi não parou de cantar.

Império da Tijuca: É muito bom poder escrever que o Império da Tijuca voltou a ter uma apresentação que merece muitos elogios. A escola da Formiga estava quieta nos últimos anos. Impulsionada pelo ótimo samba para 2022 e pela conduação do intérprete Daniel Silva, a comunidade cantou demais. Muito bom em dança e entrosamento o casal Renan Oliveira e Laís Lúcia Ramos. Sempre espetacular, Laynara Telles brilhou à frente da bateria.

Lins Imperial: De volta ao Acesso da Sapucaí, a Lins Imperial mostrou que tem toda possibilidade de ir bem no Carnaval 2022. O samba-enredo, que homenageia o artista Mussum, foi muito bem conduzido pela dupla Lucas Donato e Tinguinha. A comissão de frente fez coreografia em cima do samba e deixou boa expectativa para o desfile. Destaque para a apresentação do casal Jackson Senhorinho e Manoela Cardoso. Entrosamento e vigor na dança da dupla. A comunidade cantou o tempo inteiro. Escola de raiz é diferente, traz um clima propício para a evolução. Mestre Átila mostrou a segurança esperada no trabalho com os ritmistas.

União da Ilha: Sem Ito Melodia, que estava em Manaus, a escola poderia sentir sua ausência, mas o carro de som correspondeu muito bem. Obviamente, Ito daria outro patamar, mas nem por isso a Ilha ficou devendo. A comissão de frente fez coreografia em cima do samba. A tricolor está muito bem representa com o casal Marlon e Danielle. Os dois são muito entrosados e mostram muita categoria na dança. Os componentes da Ilha cantaram o tempo inteiro. Espetacular a bateria. Os mestres Keko e Marcelo realizam um trabalho de Grupo Especial. Impecável!

Estácio de Sá: É mais uma escola de samba de Grupo Especial na Série Ouro. O samba reeditado sobre o Flamengo, com certeza, vai alavancar a evolução e o canto dos estacianos. A comissão de frente fez coreorafias em cima da obra. Trabalho muito bom do casal Feliciano e Alcione. Mestre Chuvisco e seus ritmistas garantem segurança no ritmo. No comando do carro de som, a atuação de Serginho do Porto foi perfeita.

Porto da Pedra: Outro exemplo de escola do Grupo Especial no Acesso. A força da comunidade de São Gonçalo é grande demais. A escola tem muitos quesitos e mostrou isso na festa. Destaques vão para o intérprete Pitty di Menezes, que está na lista dos melhores do grupo, a bateria de mestre Pablo e o casal Rodrigo França e Cynthia Santos, sem dúvida, no top 3 entre os casais. A comissão de frente fez coreografia em cima do samba. Canto forte dos componentes. O ótimo samba-enredo “O Caçador que traz Alegrias” ajuda demais.

Cubango: Mantendo a tradição no Acesso, o Cubango fez uma ótima apresentação. O intérprete Pixulé não esteve presente, porque tinha a festa em São Paulo (canta na Barroca Zona Sul). O carro de som correspondeu, mas obviamente que o cantor principal impulsionaria ainda mais a exibição. A bateria, comandada por mestre Demétrius, é um espetáculo de ritmo. Trabalho de excelência! O casal Diego Falcão e Aline Flores mostrou segurança. A comunidade cantou forte o samba-enredo “O Amor Preto Cura:Chica Xavier, a Mãe Baiana do Brasil”.

Unidos de Padre Miguel: A escola da Vintém fechou a festa. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Vinicius e Jéssica, abriu a apresentação. Detalhe para o capricho do figurino da ala de baianas. Escola de comunidade é sinal de canto forte e foi o que aconteceu. Carro de som muito bem com Diego Nicolau e Guto. Condução segura e vibrante da dupla. Trabalho impressionante da ala de passistas, comandada por George Louzada, com muita dança, samba no pé e vigor.

Mancha Verde e Mocidade se destacam na festa de lançamento dos sambas do Grupo Especial para o carnaval de 2022

A Liga das Escolas de Samba de São Paulo realizou na noite de sábado e madrugada de domingo a tradicional festa de lançamento do CD para o carnaval. Assim como nos últimos
anos, o evento foi realizado na Fábrica do Samba. É o local que as escolas têm seus barracões para realizar a preparação para os desfiles de carnaval. Há de se ressaltar o show de organização que a Liga proporcionou aos sambistas. Tudo muito bem articulado. Conseguiram separar muito bem o espaço entre componentes e foliões. Todo o público teve grande conforto para aproveitar ao máximo o evento.

Diferente de 2020, onde houve um grande atraso, a Liga esquematizou um plano com o intuito de evitar esses problemas. E conseguiram. Todas as escolas cumpriram seus horários. Além disso, os coordenadores ficavam na pista indicando o tempo que as agremiações tinham para completar seus desfiles. Sendo assim, o evento terminou por volta de 3h30, com a Império de Casa Verde encerrando. Bem antes do amanhecer.

No Grupo Especial, 14 agremiações se apresentaram na pista com seus minis desfiles. Entre elas, algumas tiveram destaque maior. Mas as que mais encantaram, foram a Mancha Verde e Mocidade Alegre. Duas escolas extremamente organizadas em todos os sentidos. Além delas, Vila Maria, Tatuapé, Rosas de Ouro e Águia de Ouro, chegaram perto e completaram a prateleira dos maiores destaques. O site CARNAVALESCO acompanhou e abaixo faz a análise.

Acadêmicos do Tucuruvi – O Tucuruvi, que está de volta ao Especial, fez uma apresentação bem característica da escola, com um canto alegre. Claramente, o Zaca está querendo mostrar a todos que voltou para ficar. O destaque vai para o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Waleska Gomes e Luan Caliel. Os dois mostraram muito entrosamento e energia para desfilar. Começaram o desfile em sua posição e depois foram até a última ala para finalizar a apresentação da escola.

Colorado do Brás – Nota-se nitidamente que a comunidade abraçou o samba visando o desfile de 2022. O destaque foi o intérprete Chitão Martins, que tem um estilo bem alto astral, além de ser extremamente identificado com a escola. Teve uma grande performance e colocou a comunidade para cima de uma forma impressionante. Um detalhe notado é que vários componentes “parados” e isso pode ser resolvido nos ensaios de quadra/rua para que melhorar a evolução dos integrantes.

Mancha Verde – Uma das destaques da noite, a Mancha Verde repetiu os feitos de anos anteriores e mostrou uma ótima apresentação. A escola, novamente, fez questão de levar a sério o mini desfile. A maioria dos componentes usando fantasias de anos anteriores. Destaque para o traje das baianas, altamente luxuoso. Um material otimamente conservado que deu muito brilho à apresentação da escola. A comunidade canta o samba com força e a bateria é bem entrosada com a ala musical. Nesse ritmo, a escola alviverde vai forte mais uma vez na busca pelo título.

Tom Maior – A escola teve como grande destaque a sua comissão de frente. Os componentes da ala mostraram coreografias criativas. Quase todas as alas desfilaram com bandeiras nas cores vermelho e amarelo, que deu um bom contraste enquanto dançavam. O intérprete Gilsinho, estreando na agremiação, teve boa performance. A comunidade ainda pode ficar mais entrosada com o samba. Alguns componentes só cantavam os refrões e as duas últimas estrofes.

Vila Maria – Outra escola destaque da noite, a Vila Maria cumpriu bem tudo que foi proposto. Em um desfile colorido, quase todos os componentes estavam fantasiados. A comunidade desfilou com muita garra. Impressionante como o intérprete Wander Pires está engajado com a escola. Seu entrosamento com a bateria, torna tudo isso muito fácil. A Cadência da Vila, regida por Mestre Moleza, mostrou um leque grande de bossas que irá para a avenida em 2022. Comissão de frente e casal de mestre-sala e porta-bandeira, Lais Moreira e Edgar, também foram destaques. As belas fantasias do casal e ala das baianas, deram um contraste maior no desfile. O único detalhe negativo, foi o fato de o ritmo cair com o passar do tempo. É algo fácil de ser corrigido, basta uma orientação melhor entre harmonia e componentes.

Tatuapé – Mais uma escola que foi destaque, o Tatuapé promete chegar outra vez forte em 2022. O canto da escola foi algo contagiante. Embalados pelo intérprete Celsinho Mody, com sobras, nos últimos anos, a comunidade cantando é a principal força da agremiação. Isso é provado quando a bateria do mestre Igor executa suas bossas jogando o samba para a comunidade cantar. Outro destaque foi o show pirotécnico que os desfilantes usaram em sua apresentação. Em algumas alas, os componentes carregaram sinalizadores enquanto evoluíam.

Dragões da Real – O apelido de “comunidade de gente feliz”, não é por acaso. A escola desfilou com muita alegria e mostrou ótimo entrosamento com o samba, que é uma obra “fácil” de ser assimilada, pela letra e melodia. A agremiação levou um grande número de componentes, e como sempre, brincaram de fazer carnaval. A chave para o sucesso da escola sempre foi este. Descontrair na pista, empolgando todos que estão à sua volta.

Vai-Vai – Atual campeã do Grupo de Acesso I, o Vai-Vai mostrou muita garra e força, querendo passar a mensagem de que voltaram e para sempre. Apesar de alguns componentes não estarem totalmente entrosados com o samba, a escola do Bixiga conseguiu levar o tradicional “chão forte” para sua apresentação. A apresentação foi marcada pelas ótimas alas coreografadas e sua famosa torcida que é sempre um alicerce em todas as apresentações que a escola está envolvida.

Gaviões da Fiel – A escola da nação corinthiana mostrou ótima apresentação no quesito evolução. Os foliões cumpriram muito bem a coreografia designada pela direção de harmonia, que vale como padrão para a grande maioria das alas. Apesar de o samba ter uma letra forte e com o intuito de passar uma grande mensagem, alguns componentes ainda não conseguiram assimilar. A agremiação se apresentou em um grande número, mas mesmo assim, o canto ainda pode melhorar. É um ótimo samba, um dos melhores do carnaval, mas exige uma participação maior dos foliões. A interação com as pessoas do lado de fora da pista foi notória.

Mocidade Alegre – A Morada foi outra escola destaque. Parece clichê, mas é outro ano que a comunidade abraça o samba de maneira fantástica. Junto de seus diretores, a presidente Solange Cruz se mostrou muito influente dentro da apresentação. Em seus discursos, ela sempre coloca a escola para cima, além de ser bem participante na pista, orientando as alas. Um ponto importante: o intérprete Igor Sorriso interagindo com a comunidade. é fantástico. Ele sempre desce do palco e caminha entre as alas, levantando o astral de todos que estão desfilando. O cantor se sente muito à vontade e o carinho é recíproco. Não é exagero dizer que ele vive o melhor momento de sua carreira. Dá para dizer que o samba para 2022 é um dos melhores, se não o melhor.

Águia de Ouro – Atual campeã do carnaval paulistano, o Águia de Ouro entrou forte na pista. Devido à característica do samba, que tem uma melodia para frente, a escola fpo intensa do primeiro ao último minuto. Os componentes se empolgavam muito cantando o primeiro refrão. A bateria do mestre Juca, que tem um andamento mais para cima, também ajudou muito nisso. A escola teve algumas alas fantasiadas, como comissão de frente e baianas. Vale destacar o pequeno elemento alegórico que deu cartão de visita ao desfile. Nele, tinha um belo símbolo do Águia de Ouro em formato redondo.

Barroca Zona Sul – A faculdade do samba levou um bom número de componentes ao desfile. O destaque foi a comissão de frente, que se mostrou muito bem ensaiada, com coreografias e encenações criativas. Todas as alas levaram bexigas como adereço de mãos. E embalados pelo intérprete Pixulé, o canto da escola foi satisfatório, mas pode melhorar mais, pois o samba pede isso.

Rosas de Ouro – Por toda a empolgação mostrada, a Roseira foi um dos destaques da noite. O samba pegou total, e os componentes vibraram com ele. Com uma ótima letra e uma melodia apropriada para cantar bem, fez com que a obra criasse tal empatia. Entre todos os desfiles, com certa vantagem, foi a escola que mais cantou. Podemos dizer que foi aquele famoso “sacode”. E também, grande parte do público, estava com o samba na ponta da língua. Em questão de canto, de fato, a Roseira deu aula. A Bateria com Identidade, sob comando do mestre Rafa, executou bossas que empolgaram todos, especialmente na parte final do samba, onde a letra diz: “Entenda que o samba tem o dom de curar”. Destaque também para o casal de mestre-sala e porta bandeira, Éverson e Isabel. Estavam com uma fantasia bem chamativa e mostraram-se altamente sincronizados.

Império de Casa Verde – Por volta das 3h, o Tigre encerrou os desfiles com chave de ouro. O intérprete Carlos Júnior, novamente deu aula. O cantor vem crescendo cada vez mais e pode-se dizer que entrou na principal prateleira do Brasil. Tem uma identificação
absurda com a escola, pois já está há muitos anos defendendo as cores do Império. Vale ressaltar a ótima evolução que os componentes mostraram, onde as alas coreografaram
simultaneamente de forma satisfatória.

Público e desfilantes aprovam evento de lançamento do CD da Liga Ouro, destacando organização como ponto alto

As escolas de samba da Liga Ouro, primeiro Grupo de Acesso abaixo do Especial, fizeram uma bonita festa na noite de sábado para o lançamento do CD com os sambas-enredo para o carnaval de 2022. E o público que compareceu a Cidade de Samba aprovou o formato do evento que contou com um mini desfile das 15 escolas. Em meio às incertezas impostas pela Covid-19, o mundo do samba deu uma boa resposta, principalmente, em relação à organização.

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Foto: Nelson Malfacini

Entre os itens mais comentados pelo público que acompanhou o evento e desfilou, a organização e a fluidez do evento se destacaram na noite de muito samba e apresentação dos hinos que vão embalar as agremiações na Sapucaí na sexta e no sábado de carnaval em 2022. Feito aos moldes da festa que também aconteceu em São Paulo neste sábado, cada escola teve pouco mais de 20 minutos para apresentar um pouco daquilo que planeja para o carnaval 2022.

Bruno Novaes, de 39 anos, é integrante da ala afro da Vigário Geral. Bruno destacou a organização da Liga RJ como ponto positivo da festa.

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“Esse evento está maravilhoso, muito organizado, com todas as dificuldades por conta do Covid-19, muito bem estruturado e com bastante energia e cuidado, porque hoje em dia a gente precisa ter cuidado e o carnaval está com sua força como sempre. Eu espero que o Carnaval de 2022 aconteça primeiramente, e que ele seja bem organizado e bem feliz, e bem esclarecido para todos que o vejam”, desejou Bruno.

Janaína Braga, torcedora da Lins Imperial, veio com a irmã e um casal de amigos. Janaína também elogiou a organização do lançamento do CD e explicou porque acredita que o carnaval de 2022 deve acontecer.

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“Estou gostando muito do evento, é a primeira vez, mas estou gostando muito, muito bem organizado, está ótimo. Eu quero que o carnaval aconteça, tem que acontecer, pra gente, pro brasileiro, pro carioca, para esse povo todo que trabalhou, que precisa que ele aconteça” , entende Janaína.

O desejo de viver mais um carnaval também é compartilhado por Monalisa Faustino, que desfila há 5 anos pelo Império Serrano na ala das guerreiras. A moradora de Marechal Hermes participou do mini desfile imperiano e destacou a importância de eventos como esse.

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“É um sentimento maravilhoso de liberdade, de acreditar que tá passando, e que vai dar tudo certo, e que a gente quer mesmo é poder cantar o nosso samba, botar nossa alegria para fora, mostrar a nossa escola, a nossa felicidade. O que eu mais gostei foi a possibilidade de as pessoas estarem mais próximas, as alas estão passando muito perto e a gente vê o sentimento das pessoas, o brilho nos olhos das pessoas. Talvez, a única coisa que possa melhorar é a questão de custo benefício, pois são alas de comunidades e as coisas estão com um custo benefício um pouco alto. Poderia ter mais gente aqui se o custo benefício fosse um pouco menor”.

Já para o senhor João Paulo de 66 anos, torcedor do Salgueiro e da Porto da Pedra, além da organização, a fluidez é outro ponto alto da festa.

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“Eu estou gostando do evento, está sendo legal as escolas, está sendo curtinho, rápido, tá legal, beleza. E a organização também, eu gostei da entrada, legal. Só mesmo o valor das bebidas que a gente achou um pouco caro. Podia melhorar, mas o resto está tudo certo. Está todo mundo na expectativa, né, para o carnaval. Eu e meus amigos aqui, nós somos compositores, disputamos samba, e a expectativa é a melhor possível, vamos ver o que vai acontecer. O Maracanã com 50 mil pessoas pode ter e não pode ter o carnaval? Eu acredito que vai ter e vai ser um sucesso”, questionou o compositor.

Outra torcedora da Porto da Pedra, Ana Cristina Soares, moradora de Niterói, trouxe sua mãe, Maria Soares, que desfila na velha guarda da Cubango, para assistir aos desfiles. Ana Cristina falou do respeito entre as escolas coirmãs, como um ponto que foi fundamental para o sucesso do evento.

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“Está maravilhoso, está sendo um refresco para a nossa alma de sambista que estava há muito tempo dentro de casa. E, se não houver o carnaval, nós vamos ter essa bateria carregada até poder acontecer. O melhor tem sido a organização, o respeito de uma escola com a outra, o respeito com o público, porque, cada escola eu vi, trouxe o seu melhor, suas alas bem vestidas, tava lindo”, acredita Ana Cristina.

Vídeos: veja todas apresentações das escolas na festa dos sambas da Série Ouro

As 15 escolas de Série A se apresentaram na noite de sábado e madrugada de domingo, na Cidade do Samba, como mini-desfiles. Em outra publicação, o site CARNAVALESCO falará de cada exibição. Abaixo, você pode clicar no nome da agremiação e assistir ao vídeo.

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Foto: Nelson Malfacini

UNIDOS DE PADRE MIGUEL

CUBANGO

PORTO DA PEDRA

ESTÁCIO DE SÁ

UNIÃO DA ILHA

LINS IMPERIAL

IMPÉRIO DA TIJUCA

SOSSEGO

IMPÉRIO SERRANO

SANTA CRUZ

UNIDOS DE BANGU

VIGÁRIO GERAL

INOCENTES DE BELFORD ROXO

UNIDOS DA PONTE

EM CIMA DA HORA