Durante live no canal do vereador Tarcísio Motta, na tarde deste sábado, o infectologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, atacou os desfiles das escolas de samba.
“Dizem que está mantido o carnaval na Marquês de Sapucaí, mais uma vez, não é o carnaval. Está mantida a Marquês de Sapucaí e os bailes carnavalescos. Porque, pra mim, o carnaval verdadeiro é o de rua. Quando eu saia no subúrbio, bloco de sujos, em Pilares, por exemplo, na João Ribeiro. Esse que ajudamos a reviver quando criamos o “Simpatia é quase Amor” foi interessante que depois na Zona Sul se espalhou pelo Rio de Janeiro todo”.
Em entrevista na GloboNews, na semana passada, Roberto Medronho defendeu o cancelamento dos desfiles na Marquês de Sapucaí, fugindo da defesa dos critérios sanitários.
A Corte do Carnaval 2022 do Rio de Janeiro já está formada. Wilson Neto foi escolhido como Rei Momo Primeiro e Único do Carnaval carioca, e Thaiana Rodrigues será sua rainha. Completando a realeza do samba estão Luara Neto Lino como primeira princesa e Deisiane de Jesus como segunda. Alex de Oliveira, que esteve no cargo principal por 10 vezes, será o vice de Wilson para o caso de alguma emergência. O Rei Momo e a Rainha receberam além da coroa, do cedro e da faixa, um prêmio em dinheiro no valor de R$ 30 mil. Para as princesas, a quantia foi de R$ 22,5 mil, e o vice-rei momo recebeu R$ 3,5 mil.
A apresentação do evento ficou por conta do presidente da Liesa, Jorge Perlingeiro, que animou a festa com a sua simpatia e seu humor, conversando com os candidatos, fazendo brincadeiras para descontrair o nervosismo dos postulantes, e ajudando o público e os jurados a conhecer um pouco mais sobre cada concorrente.
O rei momo Wilson Neto é locutor e brincou com Jorge Perlingeiro que seu desejo era seguir os passos da voz potente do presidente da Liesa. A fantasia do Rei Momo eleito remetia a uma homenagem à vacinação e ao SUS. Este será o quinto reinado de Wilson, que tem 35 anos. Após o anúncio, emocionado e eufórico, o Rei Momo fez uma defesa da vacinação e do carnaval ao ser entrevistado pela reportagem do CARNAVALESCO.
“Em primeira instância, eu quero agradecer a Deus por estar vivo e ser o rei da maior manifestação cultural popular do mundo que é o nosso carnaval. Segundo, eu quero dizer a todo folião carioca, que depois que tudo que nós passamos, nós merecemos um carnaval de luz e um carnaval de vitória. Então, todos estejamos juntos para confraternizar, para se divertir e para se alegrar. Sabe por quê? Porque nós já choramos demais. É a hora de comemorar, é a hora de a gente ver a população cada vez mais vacinada. Hoje eu vim aqui, defendendo a vacina, fazendo questão de que as pessoas tenham essa conscientização para que a gente possa colocar o carnaval na rua. Não depende só da Prefeitura, depende também do coração de cada cidadão”, entende Wilson.
Wilson também revelou aos risos, ao ser questionado sobre o prêmio, que vai usar uma parte do dinheiro para pagar a fantasia que usou no concurso. “Que, o que eu vou fazer com esse prêmio? Primeiro eu tenho que pagar a roupa para estar aqui hoje. A roupa foi cara para caramba (risos). Eu dividi em várias vezes, mas vou ver o que vou conseguir fazer. Mas, eu tenho fé que a gente vai conseguir trabalhar bastante ‘pra’ gente se formar em alegria”, acredita o rei momo.
Já a rainha Thaiana Rodrigues tem 30 anos e trabalha como dançarina vivendo para o samba como ela mesma definiu. Foi a primeira vez que Thaiana concorreu ao concurso e a fantasia da rainha representava as cabrochas. Thaiana já representou o Brasil em Dubai através do seu samba no pé com uma companhia de dança. Emocionada, a rainha contou à reportagem do CARNAVALESCO que considera a vitória no concurso como uma grande realização profissional.
“Quando eu entrei em uma ala de passistas, eu entendi que aqui seria também uma profissão como qualquer outra. Então, o que representa na minha vida, é exercer a função que eu escolhi, como profissional do samba no pé. Eu dou aula de samba no pé, também faço shows, então, eu trabalho com isso. Então, eu acho que o que representa realmente para mim é a minha função que eu escolhi para o meu lado profissional”, revelou Thaiana.
A rainha também fez um apelo aos seus súditos, os foliões, para procurarem a vacinação e a proteção contra o vírus, também defendeu o carnaval, além de contar sobre os planos para o prêmio em dinheiro recebido.
“Eu acho que cada um tem que ter a sua real consciência, isso é muito importante. Sou muito a favor da vacina, acho que todos têm que se vacinar, mas o carnaval, ele traz um retorno financeiro para milhares de famílias, então, é um trabalho. Então, eu digo para os foliões, que eles tenham consciência realmente do que a gente está nesse momento, é um carnaval de desafios. E, eu quero muito a comunicação, quero muita dedicação, muita simpatia e principalmente a criatividade do povo brasileiro. Um sonho maior que é a gente ter a nossa casa própria, né? Mas, o investimento será ainda maior na minha profissão, que é essa que eu escolhi. E, outras coisas, eu ainda não pensei porque você me pegou de surpresa ( risos)”, contou a nova soberana do carnaval.
Outro ponto alto da festa ficou por conta das apresentações. Carlinhos Salgueiro trouxe a ala de passistas da Academia e ficou responsável pelas coreografias também da apresentação em conjunto das candidatas a Rainha e Princesas do Carnaval, e dos candidatos a Rei Momo. Diversos sambas das escolas do Grupo Especial foram cantados, sempre com uma coreografia especial.
A primeira princesa do Carnaval 2022, Luara Neto Lino, professora de dança e de arte do samba, assim como a Rainha Thaiana Rodrigues, lembrou a todos que é passista e que o título recebido também se trata de uma realização profissional.
“Primeiro eu quero dizer que eu estou muito feliz. Essa vitória representa muito. Eu sou passista, eu vivo do samba. Então, é para mostrar para as outras passistas que é possível sim, sonhar e realizar este sonho de estar na corte do carnaval e levar o samba no pé como troféu”.
Deisiane de Jesus, a segunda princesa do carnaval carioca, é professora de maquiagem e já esteve neste cargo outras 4 vezes. Deisiane aproveitou para relembrar as inúmeras oportunidades que o samba e o carnaval lhe ofereceram.
“O samba sempre acrescenta na minha vida. Eu vivo dele, eu vivo da arte do samba. E, ele sempre transforma minha vida de alguma forma que eu nunca sei, lá na frente que eu venho a saber. E, eu sou muito agradecida por todas as portas que esse concurso me abre, todas as portas que o carnaval me abre, ou que me dá trabalho, oportunidade de vida, de crescimento não só profissional, mas pessoal também. Então, que o carnaval seja de alegria, de superação e de muita felicidade”, desejou emocionada Deisiane.
Daniela Maia comenta sobre orientação para interrupção de ensaios de rua
Presente ao evento e participando como jurada do concurso, a presidente da Riotur, Daniela Maia, comentou sobre a importância do evento para a escolha da Corte Real do Carnaval.
“O concurso é muito importante porque representa o carnaval daqui para fora, para o país, para outros lugares mostrando o que é o carnaval do Rio de Janeiro, o maior carnaval do mundo”, entende Daniela Maia.
Daniela também comentou sobre o ofício que a Riotur enviou às escolas orientando a não realização dos ensaios de rua, acontecendo os treinos no máximo nas quadras com controle de vacinação.
“A gente orientou as escolas não desfilarem agora nestes 15 dias em um sentido de a gente estar tendo um pico grande de transmissão de Covid. Então, nesse momento, a melhor coisa a fazer é não ir para às ruas”, explicou a presidente da Riotur.
Ao ser questionada sobre o carnaval na Estrada Intendente de Magalhães das escolas da Superliga, Daniela garantiu a realização dos desfiles.
Presente na final do concurso de Rei Momo, Princesas e Rainha do Carnaval 2022, na noite desta sexta-feira, na Cidade do Samba, o presidente da Liesa, Jorge Perlingeiro, falou sobre o pedido da Riotur para que as escolas de samba não façam ensaios de rua e levem seus para treinos para quadras, onde é possível fazer o controle sanitário.
Foto: Henrique Matos
“A presidente da Riotur é minha amiga e sei da preocupação dela. Essa semana e a outra não teremos ensaios de rua, somente nas quadras. Vamos esperar e isso vai passar. Não tem mortalidade e não estamos vendo hospitais cheios. Até a garganta, mas não ataca o pulmão, que é o mais importante. Estou confiante que as coisas vão correr bem”, disse Perlingeiro, em entrevista para TV Mais Carnaval.
Segundo o presidente da Liesa, apesar da pressão para o cancelamento dos desfiles, as escolas de samba estão se preparando e cobrando a compravação da vacinação e criando o aplicativo para o controle sanitário nos desfiles.
“Pressão sempre tem, mas a gente supera com o resultado. Todos que entrarem na Sapucaí precisam estar vacinados. Temos o aplicativo próprio para isso e vamos apresentar na semana que vem para o secretário municipal de Saúde. O prefeito está solidário e sabe a importância do carnaval de forma segura e vamos garantir isso”.
O secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Alexandre Chieppe, defendeu a realização dos desfiles das escolas de samba no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. “O carnaval na Sapucaí e em locais mais controlados podem ser realizados. Com testes e exigência da vacinação”, disse o secretário ao RJTV.
Foto: Divulgação
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) ampliou a capacidade de realização de testes para detecção da Covid-19 no Rio de Janeiro. Pessoas com sintomas leves da doença ou que tiveram contato com alguém que testou positivo há quatro ou cinco dias poderão realizar o exame em estruturas anexas às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Bangu, Campo Grande e Jacarepaguá, na Zona Oeste; e Tijuca, Penha e Marechal Hermes, na Zona Norte. O atendimento será realizado de segunda-feira a domingo, das 8h às 18h, mediante distribuição de senha. Serão oferecidos testes rápidos de antígeno e também RT-PCR para monitoramento do cenário epidemiológico.
Pacientes com sintomas moderados a graves, como febre acima de 37,5º e dificuldades respiratórias, deverão procurar diretamente uma UPA ou emergência hospitalar, onde realizarão o teste e passarão por atendimento médico para avaliação do quadro de saúde. As 28 UPAs do estado também irão realizar atendimento e testes para casos moderados e graves da doença.
Os centros de testagens vão funcionar nas estruturas montadas junto às UPAs, no início de dezembro, para acolhimento e atendimento de casos de síndrome gripal. Inicialmente, serão distribuídas 150 senhas por dia em cada unidade.
“Com o aumento de casos de Covid-19 em função da circulação da variante Ômicron, vimos a necessidade de realizar a testagem também em pessoas com sintomas leves, que muitas vezes não procuram atendimento médico. A ideia é diagnosticar essa pessoa para que ela possa fazer o isolamento social”, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.
O aceno feito pelo talentoso amigo, criador desta série de imagens que ilustra bambas do carnaval, me alcança oferecendo sensações distintas: sinto-me honrado e, ao mesmo tempo, experimento o peso da responsabilidade ao ser convidado para escrever sobre alguém que tem como uma de suas virtudes a escrita. Como escrever sobre quem escreve tão bem? Como apresentar uma pessoa que é lida, conhecida e referência para tantas outras?
Sem saber por onde começar busco inspiração em uma de suas paixões: o carnaval. E nos enredos que o levaram a escrever um livro sobre esses temas que as escolas de samba, mobilizadoras de seus afetos, desfilam na Sapucaí. Também me valho dos escritos do próprio autor para escapar dos rigores e me permitir começar o texto a partir de histórias de pessoas ordinárias e comuns.
Uma delas, minha mãe. A outra, eu mesmo. Minha mãe, durante quatro décadas, foi cliente assídua do seu Zair. O cabelereiro, pai de Luiz, foi o responsável por cortar meus cabelos pela primeira vez. E assim, através de tesouras, pentes e navalhas, algumas histórias foram sendo enredadas…
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Luiz, agora conhecido pelos demais nomes que compõem a sonoridade da tríade, Antônio Simas, não seguiu o ofício do pai. Mas parece ter herdado seu talento de fazer a cabeça das pessoas. Lava documentos da história oficial para revelar muito do que foi apagado, recorta temas que permaneciam invisibilizados, escova a história a contrapelo e raspa a superfície para acessar a raiz de fios que contam outras histórias. Simas é uma das vozes e mentes mais profícuas nos estudos das culturas populares e das brasilidades.
Imprevisibilidades e caminhos alternativos constituem os modos de ser e produzir do boêmio que acorda às 4h da manhã pra ler, estudar e escrever. E se apresentam como fragmentos de um mosaico multifacetado, composto por pedrinhas miudinhas, que compõem Luiz Antônio Simas. Vivenciando, se inspirando e difundindo as culturas de rua, Simas tece tramas e historietas que evidenciam ruas, vielas, esquinas e encruzilhadas cariocas como espaços pujantes de sociabilidades. Atuando na fresta entre defensor e promotor das ricas miudezas do cotidinao, ginga entre a função de guarda-copos e atacante de petiscos, enquanto experimenta e promove a potente dinâmica de botequins, estádios de futebol, e outros redutos da boemia, formulando exusíacas maneiras de interpretar as ruas, as gentes e os brasis.
Quando investe na pequenez dos relatos, revela crônicas desfiadas a partir da notação e reflexão sobre o cotidiano de nossa cidade e sociedade. Assim, alumeia nossas potências, valências, tensões e contradições. Como bom botafoguense e imperiano, encarna as (im)possibilidades e mandingas que fazem do Rio uma cidade mais que maravilhosa…
Simas conta, canta e encanta a cidade dos seus sonhos. Imagina, e desse modo cria, realidades fantásticas e fantasias reais sobre o que fomos e vivemos. Sobre aquilo que achamos ser e viver. E, através de seus livros, posts, palestras, composições, músicas e aulas, descortina horizontes de poesia popular onde podemos habitar para escapar da realidade que tantas vezes nos assombra.
Assombração.
Deslumbramento.
Simas mergulha, raspa o fundo do tacho, e retorna à superfície do nosso convívio para levar adiante seu propósito de mostrar a riqueza, a beleza e a natureza do conjunto de Brasilidades que existem no Brasil. E que vão além de seus limites territoriais, das efemérides contadas a seu respeito e da história oficial que nos é ensinada. Dadivosos e diligentes, seus volteios ao passado, enxergando-o não como dado imutável, mas como um campo (aberto e incessantemente tensionado) de possibilidades e de lutas, se oferecem como a dança de um mestre-sala na Avenida.
Algumas dessas refregas envolvem a reconstrução do passado que efetivamente se realizou. Outras, com um passado que (se) esqueceu – ou foi impedido – de acontecer. Suas obras, porém, nos engancham às suas narrativas pela sensibilidade de unir o que aconteceu com o que poderia ter acontecido, tornando-nos, a todos, protagonistas do Brasil que nele mora.
Simas, a cada arrazoado, vai reivindicando seu lugar como imortal encantado na ABL: Ajuntamento de Brasilidades Libertadoras. Brasilidades as quais, uma vez (re)conhecidas, nos oferecem oportunidades – e diversos convites – para escaparmos dessa forma binária, limitadora, desencantada e desinteressante de ver e viver o mundo. Ao escovar a história a contrapelo descobriu, não apenas, um modo de ressignificar a profissão do pai, como celebrar aquele que homenageou ao batizar seu filho, Benjamim: encontrou uma maneira de realizar a empreitada de modo exusíaco, ou seja, sinuoso, oblíquo, imprevisível, como um drible dado por pernas tortas e dançantes carregando um místico 7 às costas.
O retorno ao passado com olhar de estrangeiro, desconfiado, ainda que encantado com o imprevisível e com o quê, de tão pequeno, sequer é notado, permite ao autor identificar fragmentos de memórias, vestígios de acontecimentos e mosaicos cujas peças apresentam dores, delícias e toda sorte de lutas e aventuras de indivíduos e sociedades que foram negligenciados, esquecidos, silenciados, invisibilizados ou retirados da história.
Ao escapar das armadilhas da ciência racionalizante; iluminista, positivista, hegemônica, que a tudo e a todos lança seu infinito facho de luz, Simas se deixa guiar pelo fulgor de pedras miúdas. E é pela luz (e pelas sombras que deixam naquilo que o farol-sol da ciência cega, oblitera e agride) que ele vai (re)conhecendo e (en)cantando o mundo que insiste em nos apresentar.
Desarrumando as pedras do caminho, desalojando-as da formalidade e rigidez dos conceitos nos quais campeiam empistemes caravélicas e colonizadoras, o historiador das macumbas rearranja cada uma delas, alumiando as pequeninas, para que estas revelem a imensidão da alma, dos desejos e das potências dos pequenos: dos excluídos, dos boêmios, dos marginalizados, periféricos, invisibilizados, perseguidos, ignorados ou subestimados. Todas e todos que aqui, nessa encruzilhada chamada Brasil, vieram habitar.
Esse caminho tortuoso, construído na ginga de suas músicas, no drible de palavras que desorientam a marcação do cânone ocidental, na dança emergente pela sonoridade de seus poemas, permite que ele nos ofereça a ampliação dos horizontes futuros para a (re)construção de nossas existências enquanto cidade e sociedade. Agindo no presente, nos deixa de presente a oportunidade de assistir e participar da edificação de seu legado, que é nosso: Simas é um corpo encantado na/da cidade do Rio de Janeiro, vagando por suas praças, bares, botecos, escolas (de samba) e terreiros.
Diferentes linguagens encruzadas para revelar um professor de chão de sala de aula. Amante das ruas, do futebol, do carnaval, dos rituais e do samba. Alguém que pratica, vive, conta e encanta a sua cidade como terreiro em cada post, em cada composição, em cada conto, relato e livro. Um sujeito bom de copo e de papo, há anos integrante de um estandarte de ouro que reluz o que há de mais original e popular em nosso país. Um apaixonado pela vida que vibra e pulsa, alvinegra e alviverde, como suas paixões.
Vibremos juntos…
Salve, Simas!
Cássio Novo: Geógrafo, Doutor em Geografia, Cultura e Natureza, Mestre em Geografia Humana e Especialista em Análise Ambiental e Gestão do Território
O ano de 2022 vai começar em alto nível, pelo menos no que depender da Majestade do Samba! A primeira edição da Tradicional Feijoada da Família Portelense terá a honrosa Velha Guarda Show como atração principal. O evento será realizado neste sábado, a partir das 13h, no Portelão (Rua Clara Nunes, 81 – Madureira). Na programação, teremos também o grupo Tempero Carioca e o encerramento com o elenco show da agremiação. Os ingressos já estão à venda e podem ser adquiridos na bilheteria da escola, de segunda a sexta, das 10h às 18h, ou pelo site www.ingressocerto.com.br . Informações: (21) 3217-1604. A escola prepara ainda uma homenagem a Monarco, Presidente de Honra da escola, que nos deixou no mês passado.
A feijoada será realizada respeitando todos os protocolos sanitários de segurança estabelecidos pela Prefeitura do Rio. Será necessário comprovar a vacinação para participar do evento. A comprovação poderá ser feita através do certificado de vacinação digital – disponível no aplicativo ConecteSUS -, pela caderneta de vacinação ou ainda pelo comprovante de vacinação, seguindo o calendário oficial do município, disponível em: https://coronavirus.rio/comprovacao/31196/ A quadra possui dispensers de álcool em gel. Na entrada haverá verificação de temperatura e tapetes higienizadores. O uso de máscaras será obrigatório durante a permanência no local.
Serviço:
Feijoada da Família Portelense edição de janeiro
Atrações: Velha Guarda Show, Grupo Tempero Carioca e Elenco Show da Portela
Data: Sábado, 08 de janeiro
Horário: a partir das 13h
Local: Quadra da Portela (Rua Clara Nunes 81, Madureira)
Em entrevista para o canal Jovem Pan News, o secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, falou sobre o avanço da cepa Ômicron na cidade, a utlização de leitos na rede pública e os desfiles no Sambódromo.
Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio
“A gente passou dezembro com vários dias dezembro com zero óbitos por Covid-19 e entramos nessa primeira semana [de 2022] com muito poucos casos graves. Se esse cenário se mantiver, podemos pensar num cenário com algumas comemorações em áreas mais restritas. Se houver uma mudança e tiver aumento de casos graves, de internações e óbitos pode ser que tenha que tomar outras atitudes. Ainda é cedo para tomar essa decisão, vamos precisar das próximas duas semanas para alinhar os protocolos e ver como a ômicron vai se comportar num cenário com uma alta cobertura vacinal”, afirmou Soranz.
As escolas de samba do Rio de Janeiro receberam um ofício da Riotur, no início da tarde desta sexta-feira, com uma orientação que não aconteçam os ensaios de rua, devido ao avanço da cepa Ômicron na cidade. A recomendação é para todos os grupos, ou seja, Especial e séries Ouro, Prata e Bronze. Pela solicitação, as agremiações podem realizar seus ensaios em suas quadra, onde é possível controlar a entrada do público e exigir o comprovante de vacinação, como vem sendo feito desde o retorno do samba.
Dani Maia é a presidente da Riotur. Foto: Reprodução
O ofício está assinado pela presidente da Riotur, Daniela Maia, e informa que é a ampliação das medidas de proteção à vida, relativas a Covid-19.
“Em decorrência do surgimento da nova cepa da repectiva doença denonimada Ômicron e Flurona, esta Empresa de Turismo orienta o cancelamento ou, alternativamente, a transferência dos eventos e ensaios das Escolas de Samba, programados para a realização em locais públicos, sem o devido controle de acesso, em locais fechados, com o controle de acesso, em consoância com as medidas sanitárias vigentes”, diz o comunicado da Riotur.
A Caçulinha da Baixada está com uma quadra novinha em folha. Com festa, samba e a presença dos segmentos, a diretoria apresentou as melhorias realizadas na antiga sede da escola localizada no bairro de Parque São Vicente, no município de Belford Roxo. O destaque está no novo sistema de luz e de som, além de melhorias de estrutura e acessos. A entrada da inauguração foi gratuita e a festa teve a participação da bateria Cadência da Baixada, de mestre Juninho, o trio de tenores que vão conduzir o samba da escola na Sapucaí no próximo carnaval, além da apresentação de outros ritmos e do DJ Massaki.
O recentemente empossado vice-presidente da escola, Leandro Santoro, responsável pelas obras, comentou que as intervenções na quadra foram um pedido do presidente Reginaldo Gomes e que a diretoria em pouco tempo conseguiu melhorar muita coisa na sede da agremiação.
“Primeiro a obra da quadra foi um pedido do presidente Reginaldo Gomes para melhorias e depois porque queria transformar a quadra em um grande centro cultural, não só uma quadra de samba, mas um grande centro cultural de espetáculos. A gente só investiu em 20 dias, R$ 3,5 milhões em som e luz. Nem no Grupo Especial tem tanta qualidade de som e de luz como tem aqui. Eu posso garantir. Todo o nosso sistema de luz e de som é profissional, refrigeração, saída de incêndio, melhorias em todos os banheiros, acessibilidade”, explica Leandro.
Presidente atual e que levou a escola a desfilar no Grupo Especial em 2013, Reginaldo Gomes recebeu uma homenagem em forma de troféu das mãos de integrantes mais antigos da escola pelos serviços prestados à agremiação. O dirigente que também só viu o resultado completo da obra nesta festa de inauguração, se disse satisfeito com a obra e comentou a preparação da escola para o próximo carnaval.
“Nós começamos devagar diante da indecisão, iniciamos o barracão, começamos a fazer as alas. Hoje, a gente já está bem adiantada nos carros, fazendo bancada de decoração dos carros alegóricos e com todas as alas em execução. Oito já estão prontas, as principais já estão prontas, bateria, baianas, e, as outras nove já estão em execução com o material comprado para execução. A gente teve sim uma correria por causa dessa indecisão, infelizmente da existência ou não do desfile, mas agora eu acho que o prefeito garantiu, deu as garantias sanitárias para o desfile na Sapucaí e vamos estar preparados para fazer um grande desfile de novo”, revelou o presidente Reginaldo Gomes.
Quem também está animadíssimo para o próximo carnaval é o carnavalesco Lucas Milato. Anunciado pela escola em março de 2020, Lucas tem que segurar a ansiedade com a apresentação de seu primeiro trabalho solo no carnaval.
“Em relação a ansiedade, eu obviamente não controlo, né? Eu sou nascido e criado em Belford Roxo, moro aqui até hoje, então, além do profissional, eu estou realizando um sonho meu pessoal de criança e que sempre foi de alguma forma fazer parte do desenvolvimento do desfile da Inocentes. A gente tem um conjunto de fantasias muito bacana, a reprodução está a todo vapor, a gente mesmo com inúmeras dificuldades conseguiu começar com um pouquinho de antecedência, é óbvio que nem tudo são flores, mas graças a Deus na medida do possível está tudo seguindo uma constância, se Deus quiser a gente vai ter um conjunto de fantasias bem regular, tudo muito lindo”, explica o carnavalesco.
Lucas também elogiou o suporte dado pela Caçulinha da Baixada e explicou um pouco sobre a mensagem que pretende passar com o enredo.
“A Inocentes é uma escola que tem uma estrutura muito bacana e quando eu cheguei na escola eu me deparei com uma agremiação com muita vontade de se reconectar com a sua comunidade. A escola vem de um carnaval muito bom, o carnaval da Marta. E, para 2022, com a ‘Meia-noite dos Tambores Silenciosos’, a ideia é a gente continuar nesse crescente. É um enredo que tem uma pertinência muito grande, é acima de tudo uma louvação ao povo preto e está tudo muito bonito. As pessoas podem esperar um grande desfile da Inocentes, que tudo tem uma mensagem muito especial, nada ali é para fazer figuração, tudo ali tem uma importância muito grande para sintetizar esta história tão linda e tão especial que é a construção da Noite dos Tambores Silenciosos”, entende Lucas.
Outro que está ansioso pela estreia é o comandante da Cadência da Baixada, mestre Juninho. Anunciado em dezembro de 2020, apaixonado pelo surdo de terceira como ritmista, Juninho explicou que manteve muito do trabalho que vinha sendo realizado por mestre Washington, mas que aos poucos está colocando um pouco de sua personalidade na bateria da Inocentes.
“Não mudou muita coisa porque a minha ideia é manter o padrão. É aquele velho ditado, time que está ganhando não se mexe. Então, a bateria sempre foi excelente na Marquês de Sapucaí. Não mudou muita coisa, porque eu acho que eu aprendi tudo, então, muitas coisas vocês ainda vão acompanhar, vão tirar um pouquinho das características, “está igual”. Vai mudar algumas coisas porque nem todo mundo é igual, o pensamento é diferente, mas 90% aí, cadência da baixada. A experiência é nova para tudo, inclusive para trabalhar com um trio de cantores. Mas, graças a Deus está todo mundo alinhado, todo mundo sem vaidade, se escutando e eu acho que isso facilita um pouco o trabalho”, revelou o mestre da Cadência da Baixada.
Trio de intérpretes garante entrosamento para fazer o samba de 2022 crescer na Avenida
Elogiado, o samba de 2022 da Inocentes de Belford Roxo vai contar com “três tenores” para guiar o canto da escola na Marquês de Sapucaí. Luizinho Andanças e Silas Leléu se juntaram ao intérprete Tem-Tem Sampaio no ano passado pouco antes da gravação oficial do hino e já têm mostrado entrosamento e uma convivência bastante harmônica, pelo menos é o que mais tem sido comentado entre os cantores. Leléu revela que a experiência e personalidade de Luizinho Andanças tem sido fundamental para a boa convivência do grupo.
“Está sendo bacana a troca de ensinamentos. Luizinho é uma pessoa extremamente talentosa e sobretudo experiente do carnaval e tem me ensinado muita coisa, não só a mim, mas ao Tem Tem, também. E o esquema aqui está um aprendendo com o outro, e acima de tudo, se respeitando. Respeitando o estilo de cada um, o momento de cada um aparecer no samba. Para cada momento do samba cada cantor tem um espaço para apresentar a sua forma de cantar. Um é mais melodioso, outro é mais ‘raçudo’, e a gente está indo assim, e o samba está fluindo. Eu já trabalhei em muitas escolas, eu já dividi microfone em outras escolas. Mas, aqui está sendo diferente, porque a humildade e o respeito estão prevalecendo. O Luiz é o mais moderado. É o mais experiente. Quando a gente começa a sair um pouco do normal, ele vai lá e puxa para o lugar. Isso é muito importante. E a Inocentes vem aí para dar o que falar de bom no carnaval”.
Já Tem-Tem, de volta à escola e ao carnaval Rio de Janeiro desde o desfile de 2020, celebra a amizade antiga com Leléu e a admiração pela carreira de Luizinho.
“O Leléu já é meu amigo desde os 18 anos de idade. A gente serviu no quartel juntos. O Luizinho é uma referência no mundo do samba, eu falo isso para o meu filho (Tem Tem Jr). Era um cara que já era admirado pelo meu pai, é uma das vozes que é referência. Então, o nosso convívio é o de respeito, é uma humildade muito grande e a nossa estrela maior a gente sabe que é a nossa Inocentes de Belford Roxo. Aqui não tem estrelismo. Hoje, a busca é por um carnaval de excelência, para fazer um desfile histórico e é isso que a gente vai buscar”.
Elogiado pelos colegas, para Luizinho restou apenas fazer o prognóstico para um carnaval surpreendente da Inocentes de Belford Roxo em 2022.
“Para mim está sendo maravilhoso. Cantar com Leléu, Tem Tem é show de bola, aqui não tem risco de nada. E vocês vão ver o que nós vamos fazer na Avenida”.
Casal iniciará rotina de treinos mais puxados até o desfile
Juntos desde o carnaval 2020, o casal de mestre-sala e porta-bandeira Jaçanã Ribeiro e Douglas Valle estão se preparando para entrar em um ritmo mais forte de ensaios visando o carnaval 2022. Jaçanã conta que a dupla teve que inicialmente trabalhar de uma forma mais leve para acostumar o corpo devido ao tempo parado na pandemia.
“A gente está ensaiando frequentemente, praticamente quase todos os dias, e como a gente está desacostumado por conta da pandemia, a gente está pegando um pouco mais leve para encaixe, para depois a gente ensaiar de uma forma mais puxada. Na verdade, na outra semana a gente já começa uma rotina mais pesada”, conta a porta-bandeira da Inocentes.
O casal já sabe o que a fantasia vai representar na Marquês de Sapucaí. Douglas fez mistério, mas revelou aquilo que acredita que vai mudar em relação ao casal do carnaval 2020 para o desfile de 2022.
“Graças a Deus já sabemos o que vamos representar, e estamos muito felizes, é uma parte muito importante do enredo, e muda de 2020 para cá que as coisas só evoluíram, o trabalho melhorou. Em 2020 era a estreia do casal, em 2022 já vamos ter dois anos inteiros juntos, trabalhando, independente da pandemia nós continuamos os nossos encontros, agora a gente está nos harmonizando junto com a comissão de frente, e eu acredito que o que vai mudar agora é aquele décimo perdido, que não vai perder mais” entende Douglas.
A Inocentes de Belford Roxo será a segunda escola a desfilar na Marquês de Sapucaí pela Série Ouro no sábado de carnaval.