O Brasil perdeu nesta quinta-feira, dia 20 de janeiro, a cantora Elza Soares, homenageada pela Mocidade Independente de Padre Miguel no desfile de 2020. Aos 91 anos, ela faleceu por causas naturais, segundo sua assessoria de imprensa.
“É com muita tristeza e pesar que informamos o falecimento da cantora e compositora Elza Soares, aos 91 anos, às 15 horas e 45 minutos em sua casa, no Rio de Janeiro, por causas naturais”.
O torcedor e componente da Mocidade viu no desfile da escola em 2020 a realização de um sonho. Há décadas o Independente pedia que Elza Soares fosse homenageada. Chamada de Deusa no título do enredo, a escola homenageou a mulher que sentiu no corpo e na alma as dores da vida. Tornando-se símbolo de resistência e esperança para a comunidade de Padre Miguel.
“Estou muito emocionada com tudo o que vi e tenho certeza que será um desfile lindo. O Jack conseguiu entender a minha vida de uma forma única. Estou ansiosa pelo desfile e pra ver o meu povo de Padre Miguel entrar com muita com muita garra na Avenida. Vamos lutar forte pelo título”, afirmou Elza, na época em que visitou o barracão da Mocidade.
O apresentou Serginho Groisman também se pronunciou sobre a perda de Elza Soares. “Perdemos muito com a ida de Elza. Incrível cantora. Incrível história. Sempre atenta. Muito amorosa sempre e Uma história de superação de preconceitos Uma mulher que vai deixar um legado para a história do Brasil O legado de nunca desistir e sempre resistir”.
A cantora Teresa Cristina também postou nas redes sociais sobre o falecimento de Elza. “Elza é eterna, sempre será. Ainda tô no susto, só penso em agradecer tudo o que ela ensinou”.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, lamentou o falecimento de Elza Soares. “Que tristeza. A história de vida dessa mulher é simplesmente incrível. Nossa “voz do milênio” nos deixou hoje. Tive a honra de contar com o apoio de Elza Soares, uma referência da cultura brasileira. Meus sentimentos aos parentes, amigos e a enorme legião de fãs de Elza!”
Maria Rita falou de Elza Soares: “Uma perda facilmente estimável: descansa uma das maiores do nosso país, representante da resistência e resiliência de seu povo. Dona elza, missão cumprida! E agora começa a nossa missão: celebra-la sempre! que seja recebida em festa, essa incrível mulher de Luz…!”
A Mocidade Independente de Padre Miguel fez uma publicação nas redes sociais:
És a ESTRELA!
Seu povo esperou tanto pra revê-la!
E reviu!
Reviu o seu amor Independente passar na Avenida da forma mais linda possível!
Em 1999, Elza Soares foi eleita pela Rádio BBC de Londres como a cantora brasileira do milênio. A escolha teve origem no projeto The Millennium Concerts, da rádio inglesa, criado para comemorar a chegada do ano 2000. Além disso, Soares aparece na lista das 100 maiores vozes da música brasileira elaborada pela revista Rolling Stone Brasil.
A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, em acordo com as agremiações filiadas, optou por reformular a programação de ensaios técnicos para o Carnaval SP 2022. Os ensaios que estavam agendados para os dias 20, 21, 22, 23, 24, 27, 28, 29 e 30 de janeiro, portanto, estão desmarcados. A programação de fevereiro, consequentemente, também será alterada.
Foto: Divulgação
Pensando no melhor cenário para seus componentes, as 34 escolas de samba já estão se organizando para a reformulação e, em breve, uma nova grade de ensaios técnicos para o próximo mês será disponibilizada ao público.
O ensaio técnico é uma oportunidade de testar os detalhes planejados para a perfeita execução de um desfile, dentro do tempo estipulado para cada um dos grupos. Para o público, é a chance de assistir, gratuitamente, à simulação do espetáculo que acontecerá nos dias 25, 26, 27 e 28 de fevereiro.
Conforme o Decreto Estadual 64.959/2020, o uso de máscara cobrindo nariz e boca é obrigatório para todos, desfilantes e espectadores, em quaisquer dependências do sambódromo do Anhembi, salvo as devidas exceções. Para assistir aos ensaios em fevereiro, a apresentação do Passaporte da Vacina também é obrigatória.
Carnaval SP 2022
Os Desfiles das Escolas de Samba de São Paulo acontecem nos dias 25, 26, 27 e 28 de fevereiro, no sambódromo do Anhembi. O ciclo encerra no dia 5 de março, com o Desfile das Campeãs. Participam da última noite a campeã do grupo de Acesso II, a primeira e a segunda colocada do grupo de Acesso e as cinco escolas com as maiores somas de notas do grupo Especial, incluindo a grande campeã do ano.
A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) divulgou seu posicionamento sobre os ataques que as escolas de samba vem sofrendo e defendeu a realização dos desfiles, garantindo ter “total capacidade de seguir os protocolos de segurança que forem estabelecidos”. Veja abaixo na íntegra.
Foto: Divulgação/Liesa
“A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) repudia veementemente as notícias e discursos que relacionam os desfiles das Escolas de Samba aos casos da Covid-19 no Brasil. Cabe relembrar que o marco zero das infecções é oficialmente um caso registrado em São Paulo em 26 de fevereiro de 2020, de um paciente que havia viajado para a Itália durante o feriado carnavalesco. Nunca houve a informação, por parte dos órgãos oficiais brasileiros, nacionais, paulistas ou fluminenses, de que o homem em questão tenha contraído a doença no Carnaval ou contribuído com a disseminação dela em eventos do tipo. Em respeito à trajetória de todos os profissionais que têm na festa a sua única fonte de renda, e que estão empenhados em ajudar os brasileiros na superação da pandemia, reforçamos aqui o nosso pedido neste momento-chave que antecede a realização dos desfiles de 2022.
A Liesa pede respeito às instituições do Samba, que reúnem milhares de artistas e componentes, representantes de comunidades e profissionais de diversas categorias que durante todo o ano trabalham nos barracões e quadras dessas Agremiações para realizar a grande festa na Marquês de Sapucaí. A economia criativa do Carnaval merece respeito. O maior espetáculo cultural a céu aberto do país, internacionalmente reconhecido como um dos nossos principais cartões-postais, é fonte de emprego e renda para muitas famílias, que desde o início da pandemia têm sofrido perdas em seus orçamentos. E é essa força da comunidade que compõe a economia criativa do Samba e faz a magia acontecer, gerando um impacto econômico gigantesco. Em 2019, por exemplo, o Carnaval injetou R$ 3,8 bilhões na economia do Rio de Janeiro, segundo dados da Riotur. Foram mais de um milhão e meio de turistas na cidade e a ocupação da rede hoteleira chegou a mais de 90% durante o período carnavalesco.
Cabe destacar que, desde o início da pandemia, as escolas de samba estão seguindo — atuantes — na defesa dos protocolos determinados pelos municípios onde estão sediadas. Em nenhum momento, as agremiações adotaram medidas que fossem contra os decretos e protocolos determinados pelas autoridades. A preservação da vida é uma prioridade para todos nós. Vale lembrar que, logo depois do cancelamento do Carnaval de 2021, a Liesa realizou uma força-tarefa em prol dos profissionais de saúde – que estavam sem material para trabalhar – destacados para o atendimento da população que apresentava os sintomas da Covid 19. A Liga comprou tecidos próprios para a confecção de material hospitalar, acrílico e aviamentos necessários para a confecção de máscaras e aventais. As escolas de samba organizaram um mutirão de costureiras e boa parte do material destinado a médicos, enfermeiros e atendentes passou a ser produzido nos barracões Cidade do Samba. Simultaneamente, milhares de máscaras eram confeccionadas para as comunidades dessas Agremiações. Além disso, desde então, as escolas deixaram de ter o Carnaval como meta principal, e cada uma delas mergulhou em projetos sociais, distribuindo cestas básicas, mantimentos para crianças e tentando preencher lacunas deixadas pelo poder público.
Destacamos que as exigências e as regras restritivas para a realização do Carnaval na Sapucaí devem valer para todos os eventos realizados até o final de fevereiro. Pois se não cabe somente a cobrança de passaporte vacinal para a entrada ao Sambódromo, também não funciona para o acesso a estádios de futebol, shows e demais eventos. A Liesa está atenta e em contato diário com especialistas, autoridades e órgãos competentes para orientar nas melhores decisões em respeito à vida e à dignidade das pessoas, seja na questão de saúde e/ou financeira.
Por acontecer em um ambiente de acesso controlado, a Liessa tem total capacidade de seguir os protocolos de segurança que forem estabelecidos. E reforça que garantir um ambiente seguro para todos os componentes, público e profissionais é uma das suas prioridades. Não há qualquer possibilidade de realizar o evento sem que a segurança de todos os envolvidos não esteja considerada, seja ela qual for. Assim que for aprovado pelas autoridades sanitárias, as quais estamos trabalhando em conjunto desde 2021, divulgaremos todo o protocolo de segurança e sanitário para a realização dos desfiles”.
A Viradouro, atual campeã do carnaval carioca, elevou o nível da competição no Grupo Especial do Rio de Janeiro. Canto da comunidade e do intérprete Zé Paulo, evolução alegre e vibrante, entrosamento bateria e carro de som, tudo está envolvido e encaixado em um clima de paixão e amor ao carnaval. Os ingredientes, mais uma vez, estão reunidos e os componentes seguem afiados e preparados para luta pelo bicampeonato consecutivo, que não acontece desde 2008, quando a Beija-Flor faturou com o enredo “Macapabá: Equinócio Solar, Viagens Fantásticas ao Meio do Mundo”. A equipe do site CARNAVALESCO esteve no ensaio de quadra da Viradouro, na noite desta terça-feira, e identificou diversos pontos favoráveis para vermelho e branco de Niterói.
O canto está muito forte e os componentes cantam palavra por palavra. A fluência impressiona, trabalho espetacular da direção de harmonia e de carnaval da vermelho e branco. Mauro Amorim, diretor de harmonia, tem o dom de comandar a comunidade sem berrar ou xingar. A “ordem” chega através de sorriso. “Tento ano a ano, não mudar o perfil, mas acabar com o perfil (harmonia brigão). Em todas escolas, o trabalho é muito parecido. O que passou, passou. Era outro mundo. O trabalho evoluiu e as pessoas também. Hoje, as escolas se propõe cuidar das comunidades. É ser mais harmonia e ser menos diretor”, disse Mauro Amorim.
O ensaio de quadra traz a dificuldade avaliar a evolução da agremiação. Na Viradouro, o notado é que o componente não fica parado. Um dos pontos altos está no verso “Tirei a máscara no clima envolvente”. Com uma máscara nas mãos e sem tirar a do rosto, eles giraram como se fosse uma festa de torcedores nas arquibancadas dos estádios de futebol. Ao site CARNAVALESCO, o presidente Marcelinho Calil se mostrou muito contente com o resultado do trabalho.
“Estou muito satisfeito com nossos ensaios. Falta lapidar algumas coisas, caso não faltasse estaria errado no meu cronograma. A gente sempre procura botar a crescente para chegar no desfile no pico. O ensaio de rua é uma peça nesse processo e a gente se adapta. Faltam 5% a 10% finais. São números, ajustes finais. Com muita segurança e confiança no que está sendo feito. É natural e planejado para chegarmos no desfile no ápice, como foi em 2019 e 2020. Posso garantir que será em 2022 também”, disse Calil.
Para o diretor de carnaval, Dudu Falcão, que trabalha com Alex Fab, por mais que a escola esteja preparada para o desfile, sem haverá algo para ajustar até o momento da apresentação no Sambódromo. “Não passa nunca na nossa cabeça que não tem nada para consertar. Tanto que estamos trazendo setores separados para ensaiarem na quadra. Atingir um grau de excelência é árduo, mas manter é mais ainda. Sempre vamos achar que até o último minuto tem algo para ajustar. A gente prega o respeito pelo componente. É uma troca. O momento da vida não é fácil, mas eles entenderam que para ter resultado é necessário ensaiar. Digo que a gente começa o carnaval com 50 diretores de harmonia e terminamos com 3050, porque os desfilantes compram o nosso baraulho”.
O samba-enredo vem sendo conduzido com maestria pelo intérprete Zé Paulo. O calor não afeta o cantor. No fim do ensaio desta terça-feira, ele parecia que tinha tomado um banho de tanto suor e não reclamou, pelo contrário, estaria no palco até agora se fosse possível. “Tem que ser assim. É uma característica minha. Quis trazer essa identidade para o meu trabalho. Isso ajuda na evolução da escola. Quando olham para mim e vejam que estou feliz e cantando, sentem que vão retribuir. Nunca entrei com menos de 100% em ensaio e desfile. Tenho um privilégio de estar na Viradouro há 9 anos. Será assim até o dia em que me aposentar. Ainda é um processo de amadurecimento. Estamos chegando no nível que é para aparar. Processo de maturação. Estamos no momento certo e achando o nível para que o samba possa render tudo que ele possa na Avenida. Cantei grandes sambas. Na Viradouro, o “Alabê” tinha sido grande destaque na minha voz. O “Ensaboa” também me marca muito. O samba de 2022 é desafiador demais, é o samba que mais me entrega para cantar, preciso estar 200% no samba. Perder dois quilos é mole em cada ensaio, explicou.
Mestre Ciça, o mais experiente comandante de uma bateria no Grupo Especial do Rio de Janeiro, deixou o samba perfeitamente encaixado com o ritmo da Furação Vermelho e Branco. A rainha Erika Januza participará da coreografia feita em cima de uma paradinha e mostrou que vestiu a camisa da Viradouro. Na parte técnica é preciso ressaltar a bela performance do naipe de caxias.
“Ainda temos que lapidar e corrigir algumas coisas. Esse período da pandemia está atrapalhando muito, porque perdemos ensaiamos extras. Agora, vamos correr para acertamos os detalhes. Vamos fazer uma bossa duelo entre caixa e repique, a bateria vai ajoelhar, terá coreografia da rainha, será um negócio bacana. Estamos ensaiando muito, mas precisamos de mais ensaiamos. Conversei com os ritmistas e quem não estiver vacinado no dia da entrega da fantasia não poderá desfilar. O comprovante será exigido. Esperava realmente o encaixe do samba com a bateria. Colocamos um andamento legal para o samba e na quadra cresceu demais. A pegada está ótima. Não é correria, o nosso andamento é confortável demais. Essa é a nossa proposta. Não é só do mestre, mas da escola. A gente senta com todas pessoas envolvidas no carnaval para acertarmos o andamento e entendermos o que a escola quer. Nada é feito sem ser planejando”, afirmou mestre Ciça.
Nesta quarta-feira, 19, véspera de feriado a boa pedida é aproveitar o melhor do samba na quadra da Portela (Rua Clara Nunes, 81 – Madureira). A Majestade do Samba vai receber o Império Serrano e a Imperatriz Leopoldinense em seu ensaio de comunidade, a partir das 20h. Ingressos já à venda em https://www.ingressocerto.com/viradao-do-padroeiro
O grande encontro das três gigantes do Carnaval Carioca faz parte do Viradão do Padroeiro, em homenagem ao Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, da bateria Tabajara do Samba e da Portela. A noite começa às 20h com o ensaio de comunidade. Em seguida a maior campeã do Carnaval Carioca abre espaço para as coirmãs se apresentarem.
Já no Dia de São Sebastião, 20, os festejos começam cedo, às 5h com Alvorada e fogos. Às 8h será servido o tradicional café da manhã e às 9h haverá a celebração da missa, na capela localizada na entrada da quadra.
Mais tarde, às 11h, terá início a tradicional carreata até a Paróquia São Sebastião, na Praça Manágua (Bento Ribeiro). A organização do evento está a cargo do baluarte Jeronymo da Portela e do Departamento Social, sob o comando de Beth Ferreira.
Serviço
Viradão do Padroeiro
Data: 19 de janeiro, quarta-feira
Horário: A partir das 19h
Local: Quadra da Portela (Rua Clara Nunes, 81 – Madureira)
Ingressos:
Pista: Gratuito até às 00h, após R$ 15 (vendas somente na hora)
Mesa (4 Lugares): R$ 80,00
Camarote Inferior (10 Lugares): R$ 400,00
Camarote Superior (10 Lugares): R$ 600,00
Comandada por mestre Macaco Branco, a Swingueira de Noel, foi o grande destaque do ensaio com a comunidade realizado na quadra da Vila Isabel. Com paradinhas e bossas bem encaixadas, o andamento bem uniforme e o ritmo entrosado com o samba, a bateria foi a primeira a iniciar o treino e a última a parar. Foram cerca de 45 minutos de batuque antes do samba ser entoado pelo carro de som, mas já com paradinhas e bossas e andamento no ritmo do samba. Depois mais cerca de 40 minutos com o hino sendo cantado e mais um pouco no fim só com a bateria. Ao site CARNAVALESCO, Macaco Branco falou sobre o empenho que os ritmistas têm demonstrado para colher resultados e contou um pouco da rotina de trabalho.
“A galera está bem empenhada, o nosso trabalho é focado desde quando a gente começa em tempos normais em maio, a bateria é sempre a primeira a chegar, a primeira a começar a ensaiar. A gente começa o ensaio sete e meia em ponto, só a bateria, aí depois que escolhe o samba, quando dá dez para as nove começa o canto da escola, a gente ainda fica mais uma horinha tocando. Então a bateria está tocando quase duas horas e meia, três horas, que é para poder pegar bastante resistência, porque no dia do desfile são 82 minutos e a galera tem que está tocando ali como se fosse 5 minutos. A cadência e o andamento têm que ser o mesmo do início ao fim”, explicou o comandante da Swingueira de Noel.
Bem entrosado com a bateria está o intérprete Tinga, e, em especial com Macaco Branco. Entrosamento que já vem desde o carnaval de 2019 quando o cantor retornou à escola e o mestre estreou no comando da Swingueira de Noel. No ensaio, foi fácil notar os dois sempre conversando antes do treino, ajeitando os detalhes da apresentação junto com o diretor musical da escola, Rafael Prates. Tinga contou a rotina de preparação do carnaval em conjunto carro de som e bateria.
“O entrosamento está maravilhoso. Com a bateria a gente conversa bastante, agora mesmo a gente estava fazendo ajustes, a gente sempre está junto, conversando bastante, o que a gente pode melhorar, pra chegar no dia a gente está bem afinado e poder fazer um grande desfile”, disse o cantor.
A participação da comunidade no ensaio de quadra foi positiva, principalmente, considerando que terça-feira em geral não é dia usual para o treino da Vila Isabel. O forte calor que fez em toda cidade dificultou um pouco e influenciou para que a direção de harmonia decidisse realizar um ensaio mais curto com a comunidade. Além das alas, bateria e carro de som, o treino teve a participação de passistas e do segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola, Bárbara Dionísio e Jackson Senhorinho.
Harmonia
Com forte chão, a comunidade de Noel cantou, mas o canto da escola não foi tão uniforme como de costume. O forte calor em todo o Rio de Janeiro influenciou principalmente nas pessoas mais idosas que tinham dificuldade de evoluir dançando e cantando ao mesmo tempo. Até por isso, a escola optou por um ensaio mais enxuto, apenas cerca de 40 minutos, entoando o hino de 2022 com a comunidade. Importante nestes tempos de dificuldade para interação entre carro de som, bateria e as alas. O destaque ficou com as alas 5 e 6 que cantavam com mais animação o refrão principal e o trecho já na boca do carnaval, que era gritado, “Canta forte minha Vila, a vida vai melhorar”.
O diretor de harmonia da Vila Isabel, Marcelinho Emoção explicou que a escola faz um trabalho específico com cada ala, estratégia que segundo Marcelinho, tem dado frutos nos últimos carnavais. O diretor também aproveitou para elogiar o samba. “O canto da Vila Isabel, nós já vamos para o quarto carnaval e nós fazemos o canto da Vila por setor. A gente pega uma terça-feira, trazemos umas cinco alas, primeiro setor, só canto à capela, a gente ensaia aqui na quadra e força também, trabalha muito o grupo das alas, coloca o samba com as letras, e tem surtido efeito nos desfiles da Vila. A escola canta demais. O chão da Vila Isabel por si próprio é um chão muito forte. Essa comunidade abraça, ainda mais com um samba desses, fácil de ser cantado, pra mim é um samba que vai ser o samba do carnaval, o samba está sendo aceito não só na Vila, como em tudo quanto é lugar. Quando o Tinga vai fazer show, a quadra vem abaixo em todas as escolas. E, tendo um samba, acho que 80% de uma escola, do desfile de uma escola é o samba. E, esse ano, graças a Deus, a Vila tem um grande samba. É o que vai fazer o diferencial, além do enredo, que é o nosso mestre maior que é o Martinho da Vila, é o samba da Vila Isabel”, entende Marcelinho Emoção.
Evolução
Sem poder realizar os ensaios na rua, tão importantes para o treino do quesito Evolução, a escola até que improvisou bem neste ensaio, colocando a bateria no centro da quadra e em determinado momento fazendo com que as alas evoluíssem ao seu redor. Neste ponto, a escola apresentou bastante espontaneidade e alegria. Em algumas alas pode-se perceber uma coreografia, como no caso da ala 14, em que seus componentes apresentavam passos marcados no ritmo do samba, levantando as mãos para o céu, girando e em alguns momentos se movendo de um lado para o outro da fileira. Marcelinho Emoção demonstrou um pouco de preocupação com a evolução, mas explicou como a escola pode melhorar neste quesito. “Nós temos que melhorar, porque nós estamos em um crescente do samba, que é uma coisa muito importante, e aí é a evolução. Estamos trabalhando nisso também, na evolução, melhorando bastante, é bom a gente começar aqui como um degrau, cada dia a gente bota um tijolinho. Por isso, a gente conversa muito com o grupo, pelo grupo das alas de canto, de evolução, e, aqui a escola é muito unida, a comunidade, a harmonia junto com a comunidade, pode ter certeza, que se no último carnaval, o canto da Vila foi elogiado, vai ser bem melhor o canto e a evolução da Vila Isabel nesse de agora”.
Samba-enredo
Já tem se tornado rotina na apresentação do samba da Vila Isabel 2022, o carro de som fazer uma brincadeira no começo, ao parar por alguns segundos e ficar como estátua, antes de explodir no refrão o “Partideiro, Partideiro ó”. Este artifício tem gerado um começo bem intenso para o canto do samba, e em geral neste ensaio, e o desafio será sustentar tamanha intensidade. Neste ensaio, o samba não caiu em nenhum momento. Por ter sido um treino mais enxuto, mas muito também, porque a escola conta com Tinga como intérprete principal, e com um carro de som de bastante qualidade, abrigando cantores de apoio que já são vozes principais em escolas da Série Ouro, como é o caso de Tinguinha na Lins Imperial e Thiago Brito na Unidos de Bangu. Além dos dois, o time de vozes ainda conta com o experiente Gera, patrimônio da Vila Isabel.
Sobre o samba, Tinga falou que o trabalho vem dando frutos não só no canto da comunidade, mas na aceitação do público de fora em relação ao hino da escola para 2022. “Graças a Deus a escola está cantando forte, está cantando bonito, a comunidade está feliz com o samba, isso que é o mais importante, chegando aí pertinho do carnaval, a gente ver essa evolução, não só aqui na escola, como com o público fora da escola também quando a gente vai nas quadras fazer as visitas, você vê todo mundo fazer a brincadeira da estátua, todo mundo cantando o samba da Vila, e a gente fica muito feliz. É sinal que a gente está fazendo um bom trabalho e está no caminho certo”, acredita o cantor.
Importante citar também que os “cacos” de Tinga continuam impulsionando a comunidade e sendo realizados em momentos propícios de forma alegre, sóbria e nem um pouco exagerada. É o caso do realizado na repetição que acontece no fim do refrão principal no “ A vida vai melhorar”, quando o cantor introduz um oportuno “eu disse que vai melhorar” antes da repetição.
Bateria
No comando da Swingueira de Noel desde 2019, mestre Macaco Branco vai para o seu terceiro carnaval no posto bem entrosado com os ritmistas, carro de som e demais segmentos da escola. A bateria começou o trabalho desde cedo. Antes do início do treino com o carro de som e as demais alas, os ritmistas tocaram por mais de 45 minutos treinando andamento, bossas e até apresentou uma pequena coreografia movimentando para frente e para trás. Coreografia, aliás, que será usada em uma das três bossas que o mestre está preparando para o desfile. Na segunda do samba, quando a letra diz “E a cadência de andar, de viver e sambar”, a bateria faz uma bossa e a coreografia lembra um andar ritmado, quase de malandro. Destaque também para a ala de cuícas bem afinadas dando um “suingado” “molho” ao andamento. Mestre Macaco Branco explicou um pouco dos trunfos guardados para o desfile.
“A galera está bem feliz com o samba, está muito legal o trabalho. A questão agora é esperar o carnaval, se Deus quiser vai ter agora em fevereiro, para a gente poder mostrar o nosso trabalho junto com os nossos ritmistas e diretores da bateria Swingueira de Noel. Nós vamos vir com três nossas, e estamos com uma, aí, que é uma surpresa na segunda do samba, nós vamos fazer ela para poder levantar a Sapucaí, última escola do carnaval, tentar levantar esse caneco aí na quarta-feira de cinzas”.
Trabalhos no barracão da escola estão adiantados segundo presidente
O presidente Fernando Fernandes, antes do ensaio, conversou com a reportagem do CARNAVALESCO e falou do andamento dos trabalhos da Vila na Cidade do Samba. “O barracão da Vila Isabel é um dos barracões que está bem adiantado. Estamos com 80% das fantasias já quase prontas ou totalmente prontas, só estamos com um carro para acabar. Os preparativos da Vila estão firmes e fortes, a Vila Isabel está bem organizada, bem estruturada, eu acho que a Vila Isabel vai cumprir o seu papel lá no dia da Avenida bem cumprido”.
Ao ser questionado se a escola iria pender no desfile para uma característica mais luxuosa que tem sido constante nos últimos anos ou se apelaria mais pela emoção da vida e obra de Martinho, Fernando Fernandes afirmou que a escola terá os dois e muito mais.
“Os carros e as fantasias vão ter bastante luxo, bastante emoção, de tudo um pouco, a Vila vai fazer um mesclado de tudo um pouco, vai ser um carnaval lindo e um carnaval de superação depois de dois anos parados com essa doença que atinge todo país. A Vila Isabel vai mostrar para o público um belo carnaval”.
Tinga e Macaco falam sobre diferenças de ensaio na quadra e na rua
Ainda seguindo uma recomendação da Riotur e orientadas pela Liesa, as escolas de samba não têm realizado os ensaios de rua, que no caso da agremiação de Noel eram realizados na Boulevard 28 de Setembro. O intérprete Tinga comentou as diferenças que a escola sente na preparação para o carnaval por não estar realizando os ensaios de rua.
“A gente faz na quadra, a gente não gosta muito podemos dizer, a gente prefere fazer na rua porque a acústica da quadra não ajuda muito a gente, mas nesse momento é importante também a gente estar junto da nossa comunidade, fazer esse grande ensaio na quadra, e assim que puder fazer na rua, a gente quer estar de volta a Boulevard 28 de Setembro, que a gente gosta bastante”, revela Tinga.
Mestre Macaco Branco classificou os treinos na Boulevard 28 de Setembro como fundamentais na preparação da bateria. “O ensaio de rua é um ensaio muito importante né, porque ele é praticamente como se fosse treinar no campo de jogo fazendo aquilo que a gente realmente vai fazer na Avenida. Então, o ensaio de rua é importante para a gente marcar os pontos dos jurados, fazer como se fosse ali os módulos, cronometrar tempo de entrada, saída de casal, bateria, o tempo de desfile, então o ensaio de rua é muito importante, ele é fundamental, como se fosse aquele coletivo com todo mundo jogando no final do treino”, entende o mestre.
Macaco Branco ainda brincou ao ser questionado sobre o que pode melhorar até o desfile pedindo o fim da pandemia e deixando um importante recado sobre a vacinação. “O lance que pode melhorar é acabar logo essa pandemia porque já deu né. Todo mundo deve se vacinar para poder passar logo isso. A presença tem sido maciça da galera, dos ritmistas, e graças a Deus a bateria está bem redondinha, as bossas bem encaixadas”.
O sambista Paulinho da Viola informou, através de suas redes sociais, que está com Covid-19. O músico citou que os sintomas são leves e exaltou a vacinação.
“Na semana passada, algumas pessoas da minha família testaram positivo para Covid enquanto o meu teste havia sido negativo. Hoje, refiz o teste e o resultado foi positivo. Estou apenas com sintomas leves e devo essa proteção ao fato de ter tomado as 3 doses da vacina”.
Portelense, Paulinho da Viola ainda fez um alerta: “Não corram riscos desnecessários por conta de campanhas de desinformação. A vacinação é fundamental para superarmos essa pandemia”.
A rainha de bateria Valeska Reis, retomou suas atividades a frente da Bateria Barcelona do Samba durante o último ensaio, na quadra do Império de Cada Verde. A rainha se manteve afastada após cumprir o período pós-parto com a chegada do Lucca, seu primeiro filho com o também sambista Pedro Henrique.
Foto: Bruno Giannelli/Divulgação
Afastada do programa Hora do Faro desde maio de 2021 por conta da pandemia, conseguiu viver o período da gestação de forma integral com todos os cuidados médicos recomendados. Já a “licença sambistica”, começou após a Live de apresentação do enredo Imperiano em setembro 2021, quando estava concluindo o sexto mês gestacional.
“De lá pra cá acompanhei via redes sociais todas as atividades da escola. Confesso que sentia uma falta muito grande, pois em 11 anos de Imperio de Casa Verde, esse foi meu único momento de ausência. Hoje, 45 dias pós parto, estou 14kg mais magra – (na gestação ganhei 10kg) e com liberação dos profissionais que me acompanham, já estou pronta para retomar minhas atividades como rainha da Barcelona do Samba. Me sinto como se fosse a minha primeira vez na império”, destaca Valeska Reis.
O Império de Casa Verde leva para a avenida em 2022 o enredo : “O poder da Comunicação: Império, o mensageiro das emoções” e contará com uma homenagem especial ao influenciador Carlinhos Maia.
Diante do feriado de São Sebastião na próxima quinta-feira, quando estava previsto para acontecer o segundo ensaio da Unidos de Vila Isabel após a virada do ano, a azul e branca realizará, excepcionalmente, um treino em sua quadra nesta terça-feira. Os portões serão abertos às 20h, com início dos trabalhos uma hora depois.
Foto: Divulgação
Na ocasião, componentes irão entoar o samba-enredo sobre a trajetória de Martinho da Vila, o grande homenageado no desfile da agremiação para o Carnaval 2022. A noite conta com apresentação da bateria ‘Swingueira de Noel’, comandada pelo mestre Macaco Branco, e o carro de som da Vila, sob liderança e voz marcante de Tinga.
Também haverá apresentação dos diversos segmentos da escola, como as alas das baianas e passistas.
O evento será realizado mediante o cumprimento de todos os protocolos sanitários de segurança em decorrência da Covid-19. Sendo o uso de máscaras, obrigatório, além da exigência do comprovante de vacinação e aferição de temperatura na porta do local. A entrada é gratuita.
Paulistana da cidade de São Bernardo do Campo e moradora da Suiça, Patrícia Frey ou Paty Frey, como é conhecida, completa o time de musas da Lins Imperial para o Carnaval 2022. Brasileira de nascimento, porém morando há um bom tempo na Europa, a beldade desembarca em fevereiro no Rio de Janeiro diretamente na Sapucaí para abrilhantar o desfile da verde e rosa do Lins.
Foto: Divulgação
A relação da nova musa da Lins Imperial com o carnaval começou na Suíça, apresentando-se em grupos de dança excursionando por vários países. Nestas andanças conheceu o produtor cultural Claudio Penido e a partir daí surgiu uma relação profissional. Paty foi a primeira musa da agremiação suíça Unidos de Lausanne e rainha de bateria da Unidos Pelo Samba, também da Suíça. Deteve o título de rainha da corte do carnaval da Suiça e participou em Chengdu, na China, de um trabalho junto com componentes da Portela. No Rio de Janeiro estreou no ano de 2014 e desfilou em algumas escolas, tais como: Inocentes de Belford Roxo, como composição do abre-alas, na Mocidade Independente de Padre Miguel, como composição de carro alegórico, foi musa da Unidos de Bangu e passista da Portela. Na Intendente Magalhães, desfilou como musa pela escola de samba Delírio da Zona Oeste.
“Agradeço ao presidente Flavio Mello pela oportunidade e ao povo carioca por fazer o maior espetáculo do planeta, que é tão lindo e único pelo fato de ser aberto ao mundo, recebendo pessoas de todos os lugares. Quero agradecer também ao Dino Nogueira pela indicação, e ao meu estilista que vai me vestir. Família Lins, não vou decepcionar. Levarei samba e glamour para a Marquês de Sapucaí”, destaca Paty.
A Lins Imperial será a primeira escola a desfilar no sábado de carnaval pela Série Ouro. Para desfilar na agremiação, basta entrar em contato com os telefones dos presidentes de ala disponíveis nas redes sociais.