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Elenco da Rosas de Ouro sai do Anhembi com a sensação dever cumprido após belo desfile

Impulsionada pelo canto da sua comunidade, a Rosas de Ouro fez um excelente desfile no sambódromo do Anhembi. A roseira foi a penúltima escola a desfilar na sexta-feira do carnaval paulista. Ao final da apresentação, os componentes e segmentos comemoraram o desempenho entregue na pista.

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Carlos Junior, intérprete:

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“Eu achei que dentro da proposta que o Rosas colocou para esse ano, a proposta foi feita. Não quer dizer que o resultado a gente já sabe. Pode ser um resultado ruim, pode ser um resultado bom, pode ser um resultado péssimo. Mas a proposta foi feita. Aquilo que a gente se propôs em ensaio, em conversa, em mensagem e em tudo aquilo que a gente tinha que fazer… O Rosas montou um projeto, e tá começando, tá engatinhando… então, se a gente conseguir sair do lugar que a gente tava, a gente já tem uma vitória. Espero que Deus abençoe a gente. Eu acho que foi feito um trabalho gostoso, porque pela reação da arquibancada, as coisas estavam acontecendo da melhor forma. Mas, quando a gente olha pro jurado, tá todo mundo muito sério, você não tem como saber porque quem decide são eles. Mas o espetáculo foi feito, o importante acho que é isso: fazer um bom espetáculo e fazer um serviço a longo prazo. Ninguém consegue ser campeão da noite pro dia.”

Uiliam Cesário, mestre-sala:

“Foi um ótimo desfile. Nosso setor veio muito animado, os guardiões cantando muito. Isso acaba ajudando muito o nosso trabalho no decorrer da pista. Então eu saio muito feliz. Torço, espero, desejo que a escola volte na semana que vem. Considerando as mudanças no manual, há variações de movimentos aqui que estão ajudando bastante. Acho que fica a certeza de uma parceria muito sólida com a Isabel, fica a certeza também de um carinho fraternal, familiar, muito íntimo da comunidade. E é isso, agora é torcer, desejar e pedir essa nota que se Deus quiser ela vem.”

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Isabel Casagrande, porta-bandeira:

“A minha escola tá linda, as pessoas passaram com garra, passaram cantando, passaram felizes e eu também tô muito feliz. O meu trabalho foi entregue e eu tenho certeza que o trabalho da minha escola também está sendo entregue. A gente passou com uma sede, uma garra porque estava muito calor, muito calor. Mas saiu tudo perfeito. Do jeito que a gente ensaiou, hoje a gente entregou e a gente saiu bem feliz e bem confiante. Olha, esse ciclo, eu acho que a gente colocou o amor e no final deu tudo certo. É isso. É um ciclo com muito sentimento, com carinho, com muito amor.”

Mestre Rafa Oliveira:

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“A minha análise hoje é de dever cumprido. Eu posso falar do desfile, a sensação é de dever cumprido. Entregamos o que tinha que entregar, acho que até mais um pouco, pelo menos no setor bateria deu tudo certo, mais que certo, graças a Deus.”

Presidente Angelina Basílio:

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“O enredo deu certo, o samba funcionou, a evolução estava maravilhosa, saiu no tempo certo. Esse último carro, o último setor é uma graça. As crianças vinham na Baia para ver o Luigi, para ver o Pikachu, para ver o Mário. Sabe, isso não tem preço. Isso é o feedback de um enredo. E o desfile, a comunidade veio junto.”

Victor Lebro, diretor de carnaval:

“Eu acho que saiu como foi planejado, a escola estava muito bonita, eu acho que a gente mostrou de fato o que é a Rosas de Ouro, que estava sendo muito cobrada há algum tempo por isso, e a gente trabalhou muito, essa comunidade trabalhou muito para que esse desfile pudesse acontecer. E eu acho que ele aconteceu do jeito que ele tinha que acontecer. Eu estou muito feliz com tudo e com a comunidade da Rosas de Ouro. Com todo mundo que deu sangue até o último minuto para que nada desse errado. A minha direção de carnaval inteira. A minha direção de harmonia, de alegoria… Enfim, todo mundo, eu não tenho como agradecer os chefes de ala aqui, muito dedicados. Enfim, eu estou muito, muito feliz e eu espero que na terça-feira a gente possa estar mais feliz ainda.”

Dante Baptista, diretor de harmonia:

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“É impressionante o que essa escola canta. É uma escola que enfrenta e vence as adversidades e devolve isso num canto muito forte, uma paixão muito forte. E hoje foi mais uma amostra disso. A escola cantou muito, a escola respondeu todos os paradões de forma incrível. Foi uma escola que evoluiu de forma compacta e é muito louco, porque a gente conseguiu ir melhor hoje do que nos três técnicos. Então a progressão de melhora ela foi acontecendo, ensaio a ensaio e aí a gente também estava muito unido, a gente fez reuniões para acertar tudo o que precisava não tivemos medo ou vergonha do erro nos ensaios e corrigi-los para chegar aqui na avenida. A minha avaliação é muito positiva a avaliação de uma escola que mostre o seu tamanho e a sua maturidade. A gente não sabe o que vai acontecer. A nota abre na terça-feira. Mas a gente tem a tranquilidade de saber que a gente entregou o nosso melhor aqui. Em termos de harmonia e evolução, eu tenho certeza que foi um dos filhos mais bonitos que a Rosas de Ouro já fez. A emoção de todo mundo aqui no final, a explosão, o grito de campeão. Quanto tempo a gente não ouvia a Rosas de Ouro gritando é campeão. As pessoas mesmas gritando. Então, a avaliação é muito positiva nesse sentido. Eu acho que canto e evolução foram excelentes, só que tudo isso é fácil porque a gente tem uma senhora bateria, chamada Bateria com Identidade. E a gente tem um monstro, um dos melhores cantores da sua geração, se não for o melhor, que se chama Carlos Junior. Então quando você tem um setor musical disposto a servir a escola e a trabalhar pra escola, a gente consegue criar uma comunhão muito forte. E aí sim, a escola canta, canta muito. A gente teve um dia difícil, corrido para terminar as fantasias hoje. Mas a gente conseguiu superar. Eu tô muito feliz Com tudo que eu vi nessa escola porque foi um dia que só quem é Rosas de Ouro, só quem viveu esse projeto sabe o quanto a gente se superou e chegou muito forte hoje para quem sabe voltar a sonhar com o lugar mais alto do pódio. Pense numa escola que estava machucada. Numa escola que enfrentou as duas piores colocações da sua história sem fazer as duas piores decisões da sua história. E aí a gente se olhava e pensava, cara, o que a gente pode melhorar? O que a gente pode fazer? de onde tirar força de onde tirar ideia, de onde mudar fazer diferente pra melhorar e a nossa comunidade comprou a ideia as nossas lideranças, então todo mundo comprou a ideia de fazer o jogo virar e que Oxalá seja o momento de o jogo ter virado mesmo.”

Arthur Rozas, coreógrafo da comissão de frente:

“Acredito que a gente tenha passado e feito um excelente desfile, a gente se preparou para isso. Tivemos sim algumas intercorrências ali no desenvolvimento do projeto da comissão de frente, mas conseguimos fazer tudo o que era pra fazer. A gente espera o melhor, mas a gente fez o que tinha que ser feito. Foram questões técnicas do que a gente trazia, então tivemos problemas ali e aí o desenvolvimento não foi 100% como esperava, mas conseguimos fazer o que era pra fazer. Acho que o momento mais especial do projeto é quando as meninas saem do dado, os jogadores vão apresentando as fichas, fazem as suas apostas e o jogador da Rosas de Ouro é o campeão nessa grande jogada. E depois eles trazem os dados para continuar a brincadeira e convidar as damas para dançarem. Foi um período muito bacana. A escola me recebeu muito bem. Eu fiz uma audição muito detalhada por perfil de pessoas que eu precisava. A gente teve um quorum muito grande de pessoas interessadas em participar da Comissão de Frente do Rosas de Ouro. E fechei o grupo nessa audição. Um grupo muito dedicado. A gente tem todos os ensaios específicos. Ao longo de 5, 6 meses, ensaios foram muito frequentes e a gente desenvolveu um excelente projeto.”

Dragões se diverte na avenida e faz desfile emocionante

A Dragões da Real foi a terceira escola a desfilar nesta noite de sexta-feira. Com o enredo “A vida é um sonho pintado em aquarela!”, a tricolor da Vila Anastácio conseguiu fazer um espetáculo emocionante e divertido para a empolgação do público presente nas arquibancadas e camarotes do Anhembi. A sensação que ficou em seus componentes e diretores foi a de dever cumprido.

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Jorge Freitas, carnavalesco:

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“Todos que conhecem a Dragões, que conhecem o profissional Jorge Freitas, sabem muito bem que aqui é apenas a conclusão do trabalho, que tudo que nós apresentamos aqui, nós vivemos durante todo o ano, desde a passagem do Jorginho, que a escola comprou a ideia de fazer uma homenagem para o Jorginho, mas para todos os astronautas que já partiram, para todos os entes queridos de todas as pessoas que tiveram a oportunidade de assistir esse belíssimo desfile. Desde a apresentação do enredo, o trabalho que nós fizemos na quadra, a escola está muito centrada dentro desse tema porque é um tema que mexe com o eu interior de cada ser humano. Você poder fazer a expressão dentro dessa Passarela do Samba, do maior sentimento que é o amor para a humanidade, eu acho que não tem preço. Eu me sinto realizado e tenho certeza de que o Jorginho está muito feliz, de onde a gente estiver, por essa homenagem tão bela”.

Rogério Félix, diretor de harmonia:

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“É até difícil de conseguir falar, mas é um presente trabalhar com o monstro que é Jorge Freitas, é um presente vivenciar a Dragões da Real, é um presente trabalhar junto com o Renato Remondini (Tomate). Para mim esse desfile é um presente em homenagem a tantos aqueles que trabalharam tanto pela escola, mas hoje não estavam aqui porque estavam lá em cima como estrelas, como astronautas. O trabalho foi feito, nós tínhamos a missão de fazer um carnaval alegre, que ele fosse divertido e que as pessoas se divertirem com isso. A vida realmente é um sonho pintado em aquarela. Faltam palavras para poder dizer, mas nós tínhamos essa responsabilidade de fazer divertido, de fazer as pessoas se divertirem e eu acho que isso aconteceu na pista. Nós conseguimos realmente fazer as pessoas brincarem, fazer as pessoas se divertirem e foi isso que trouxemos, um espetáculo para a Avenida. Eu estou muito feliz, não caiu a ficha ainda, a cabeça está muito de emoção ainda, mas a responsabilidade que nós tínhamos, nós fizemos, que era exatamente fazer um grande desfile e nos divertirmos”.

Renê Sobral, intérprete:

“A comunidade entregou. O samba entregou. A bateria entregou. As alegorias, o conjunto geral, tudo, tudo, tudo… A escola entregou. Fez um desfile memorável, histórico. Estou emocionado. A gente sempre quer que dê tudo certo, então a gente sempre entra com aquele ar de que a gente ensaiou bem, então agora é torcer pra que dê tudo certo na parte plástica e eu acredito que deu tudo certo… O amor contagiou!”

Presidente Renato Remondini (Tomate):

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“Eu me sinto igual a Dragões na Avenida, leve. Leve, feliz, com o sentimento de dever cumprido. É um enredo emocionante, o momento que o Jorge viveu, está vivendo, o momento que eu estou vivendo e que grande parte da minha escola está vivendo porque ama a minha mãe de paixão. Nós perdemos nosso cavaquinista há uma semana também que faleceu. A Dragões é uma escola movida pela paixão, é uma escola que nos últimos seis carnavais foi três vezes vice-campeã, e você conseguir manter a comunidade cada vez mais aguerrida, com cada vez mais vontade de pegar essa taça uma tarefa difícil e nós viemos conseguindo fazer isso. É impressionante, tudo que a Dragões se propõe a fazer, dá certo. Ganhar ou perder vai fazer parte, o mais importante é você sair da pista. A Dragões não tem torcida, porque a Dragões não é uma escola de samba de uma torcida gigantesca, aí você sair daqui e ver as duas arquibancadas, os camarotes gritando e aclamando a escola como eu nunca tinha visto, me faz chorar como eu chorei igual criança. Um muito obrigado para a comunidade e um recado para o site CARNAVALESCO: pode acreditar que o estilo de desfile de avenida Tiradentes vai ser esse, que na Dragões vai se perpetuar por muitos anos”.

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Rubens:

“Sempre falei que tínhamos respeito pelo dia. O dia era o dia, e mais uma vez, com muito respeito, nós vencemos todos os obstáculos que são naturais do dia. A temperatura subiu muito, mas de mãos dadas novamente estamos aqui felizes… Felizes e felizes”.

Janny:

“É difícil de falar. Não vou mentir que foi um desfile assim de superações, barreira atrás de barreira, mas vem sendo o que o nosso enredo fala, sempre renovar. Eu só sei que foi divertido pra caramba. Eu estou em êxtase ainda depois desse desfile grandioso que o Tomate e toda a direção fizeram para nós nos divertirmos e sermos felizes. Ele conseguiu fazer isso por nós. Eu me diverti, eu fui muito feliz”.

Ito Melodia fala de ancestralidade, parceria com Anitta e a despedida de Neguinho

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Foto: Carnavalesco

O CARNAVALESCO conversou com o intérprete da Unidos da Tijuca, Ito Melodia. O bate-papo abordou temas como religiosidade, a parceria com Anitta, o vácuo deixado pela aposentadoria de Neguinho da Beija-Flor e as expectativas para o desfile oficial.

Em 2025, a Tijuca levará à avenida o enredo “Logun Edé — Santo Menino que Velho Respeita”, sobre o orixá de mesmo nome. A temática toca especialmente o intérprete, um candomblecista convicto: “A religião faz parte da minha história. Ver esse enredo sobre Logun Edé, orixá rei cultuado por muitos, me honra. Ele traz uma energia poderosa. Unir essa força à avenida será incrível. Mais uma vez, vou invocar meu pai, Aroldo Melodia, na Marquês de Sapucaí, pedindo por sua energia e talento. Chamarei a avenida, a Sapucaí, o setor 1… É o que sabemos fazer bem: trocar energia com o povo”, disse Ito.

Filho do compositor e intérprete Aroldo Melodia, Ito consolidou sua trajetória na União da Ilha, onde conquistou o título de Melhor Intérprete no Troféu Estrela do Carnaval de 2013. Em 2025, ele assume seu segundo ano à frente do carro de som da Tijuca:
“No primeiro ano, senti a leveza com que a escola me acolheu. Trago comigo humildade e respeito. Sei entrar e sair de uma casa com educação. Não foi difícil ser abraçado pela Tijuca. Agradeço ao presidente Fernando Horta pela chance de representar o samba, meu pai e a alegria do maior carnaval do mundo”, emocionou-se.

O samba-enredo de 2025 tem coautoria de Anitta, que gravou a faixa ao lado de Ito: “Ela foi super educada e talentosa. Ter Anitta como embaixadora internacional do Brasil é orgulho. Até me apelidaram de ‘Otto Melody’ por cantar com uma estrela global! Espero que ela suba no carro de som. O mundo estará de olho na Tijuca — pelo enredo, pelo samba e por ela”, brincou.

Sobre a aposentadoria de Neguinho da Beija-Flor, ícone com 50 anos de carnaval, Ito não escondeu a saudade: “É uma referência para todos nós. Meu maior ídolo é meu pai, mas Neguinho, Jamelão e Dominguinhos do Estácio são inspirações. Não será fácil acostumar. Torço para que ele volte, mesmo que brevemente. Ele nos representa mundialmente”, refletiu.

Quanto às mudanças no Manual do Julgador da Liesa — que agora avalia formalmente o carro de som em harmonia —, Ito garantiu preparo: “Sempre fomos julgados, mas agora é mais estruturado. Vamos buscar a nota 10 em letra, dicção, andamento… Estamos trabalhando para isso”, afirmou.

Sobre o objetivo de fugir das últimas colocações, o intérprete exaltou a comunidade: “O povo da Tijuca está cantando com vibração. O barracão está fantástico, os casais dançam em sintonia. Temos tudo para voltar ao pódio, se não formos campeões”, finalizou, otimista.

‘Eu sou o orgulho da minha comunidade’, diz mestre Casagrande, da Unidos da Tijuca

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Foto: Carnavalesco

O CARNAVALESCO conversou com o mestre de bateria da Unidos da Tijuca, Casagrande. O bate-papo abordou a trajetória do artista na escola, o samba de 2025 e a sintonia com o carro de som. O resultado, você confere abaixo.

Você começou na Tijuca, foi ritmista por anos, depois assumiu como diretor de bateria e é mestre desde 2008. O que representa a Tijuca na sua vida?

“É como sempre eu digo: a Unidos da Tijuca é minha família. A escola me tirou de muita coisa. Eu sou um cara nascido e criado no morro. E a gente que nasce na favela, em gueto, tem aqueles preconceitos. Os caras da década de 80. Na verdade, eu sou diretor de bateria. Eu não gosto nem de ter esse rótulo de mestre de bateria. Eu sou aquele diretor de bateria ainda raiz. Eu gosto mesmo do ofício que eu faço. A Unidos da Tijuca hoje é minha casa. Eu devo muito à escola o que eu sou hoje dentro do mundo do samba”, disse.

Com tantos anos de bateria, o que falta conquistar ainda?

“Eu já conquistei três títulos pela Tijuca. A bateria é o maior segmento com notas máximas dentro da escola. A gente se orgulha muito disso. Todos os dias quando eu vou dormir, eu tenho a certeza do dever cumprido dentro da Tijuca. O que eu pretendo é sair pela porta da frente e deixar o legado que a gente tem conseguido até agora. Essa é a minha maior preocupação. Ser reconhecido como mestre Casagrande da Unidos da Tijuca, igual o Neguinho é para Beija-Flor e a Surica é para Portela. É isso que eu pretendo. Me aposentar aqui, mas ter as portas abertas para a hora que eu quiser chegar. Respeito. Isso é o mais importante quando você tem sua escola”, revelou Casagrande.

O que você espera da bateria no Carnaval de 2025?

A gente tá com três bossas. Foi um achado muito grande. Eu estava até conversando agora com uma colega de vocês que acompanha bateria, especialista em bateria. Eu falei: ‘Cara, o nosso grande achado esse ano foi a gente fazer os dois toques pro santo, que é o do Ijexá e do Aguerê. E você encontrar nos instrumentos de percussão de bateria mesmo, que é surdo, caixa, repique, tamborim, esse toque igual nós encontramos na batida afro foi algo sensacional. Foram noites e noites de sono para encontrar essa bossa, principalmente do Aguerê, mas valeu a pena. Espero que seja bem entendido pelos julgadores. O mais importante, no entanto, é que a gente faça uma grande manutenção para a escola desfilar. O que a bateria Pura Cadência faz de melhor é a sustentação e andamento do ritmo, de acordo com a galera do carro de som. Isso é o mais importante. Moral da história, tocar para escola desfilar.

E o samba, o que esperar dele em 2025?

Casagrande: Eu sou um cara muito franco, eu não meço as palavras do que falo. Quando você pega um samba que não é muito legal, você tem uma dificuldade, mas o samba desse ano é bom para cacete, métrica mesmo de samba afro. A bateria encaixou. O samba esse ano ajudou a bateria; nos anos anteriores, a gente tinha que ajudar o samba. É diferente. A gente está muito tranquilo.

Como é a sintonia com o carro de som?

“O Ito é maravilhoso, é sensacional, um ser humano incrível. Se preocupa com a gente. Ele chegou no primeiro ano meio tímido, o que é normal para um puxador que vem de outra agremiação. Agora ele encaixou, está certinho, o carro de som está muito afinado. Contrataram agora uma menina que eu não me recordo o nome, uma professora de canto, até para ajustar as questões de afinações, andamento de canto e a gente tá muito esperançoso deles também fazerem uma grande apresentação junto com a gente”.

Quer deixar uma última mensagem para a comunidade?

“Eu que sou orgulho da minha comunidade (a gente tem uma parceria muito grande de anos e anos), eu que sou do Morro do Borel, desejo que eles venham para Sapucaí, venham cantar o samba. Quem vai desfilar, cante o samba, cantem muita com emoção, porque nós vamos pulsar por eles, isso vocês podem esperar da Pura Cadência”, finalizou Casagrande.

Quesitos da Tatuapé demonstram satisfação com desfile e aguardam escola no sábado das campeãs

O Acadêmicos do Tatuapé foi a penúltima escola a pisar no Anhembi na sexta-feira de Carnaval, com o tema “Justiça – A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar”. Wagner Santos, carnavalesco responsável pelo desfile, conversou com o CARNAVALESCO e afirmou que o trabalho foi concluído com sucesso.

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“Sempre nos planejamos muito, mas acontecem algumas coisas que estão fora do planejado e isso faz parte do espetáculo, Afinal, é ao vivo. Tudo aconteceu ao mesmo tempo, o trabalho foi concluído, a comunidade correspondeu com a expectativa da escola, fizemos um grande trabalho e agora aguardamos o resultado. Que vença o melhor e que o trabalho seja belo para todos. A festa deve ser linda, o resultado é uma consequência”.

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Voz da azul e branco, o intérprete Celsinho Mody falou sobre a apresentação da escola, elogiando o carro de som, os músicos e o samba-enredo.

“Foi lindo e com uma musicalidade em alta. Conseguimos executar tudo que ensaiamos. O que propomos de trabalho, com alegria, de transformar um samba que é de clamor social, um samba que traz uma tristeza, uma melancolia pelos fatos que retrata. Mas trouxemos com sorriso no rosto da comunidade e despertamos, além de consciência, alegria no público que cantou este samba com a gente. Então estou muito feliz com sentimento de missão cumprida e agora respeitosamente é esperado as notas dos jurados”.

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O coreógrafo Leonardo Helmer também comentou sobre a apresentação e afirmou estar muito satisfeito com o trabalho realizado.

“Nota 10 e dever cumprido. Foi maravilhoso, estou muito feliz com tudo que fizemos, o trabalho que executamos o ano todo aconteceu corretamente no desfile”, afirmou Leonardo.

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Líder da bateria Qualidade Especial, Leo Cupim declarou a nossa equipe que a expectativa está alta aguardando a Tatuapé no desfile das campeãs.

“Deu tudo certo, graças a Deus conseguimos desempenhar um bom papel na avenida e espero que consigamos voltar no desfile das campeãs.”

Talento de Sidney França aumenta as expectativas dos mangueirenses para um grande desfile

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Rosane Barbosa (esquerda) desfila na Mangueira desde 2017 e Itaiara Andrade (direita) é componente da Mangueira há dois anos Foto: Carnavalesco

O carnavalesco multicampeão Sidney França chegou ao carnaval carioca pelas mãos da Estação Primeira de Mangueira. Com o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negrite, entre dores e paixões”, Sidney estreia na Sapucaí conquistando os componentes mangueirenses com sua presença nos ensaios e sua plástica reconhecida.

Em seu currículo no carnaval paulistano, o carnavalesco foi responsável por quatro campeonatos pela Mocidade Alegre, sendo três seguidos (2012, 2013 e 2014) e uma quinta conquista pela Águia de Ouro em 2020. Também foi campeão no Grupo Acesso 1, pela Vai-Vai em 2023 – o que garantiu o espaço da preta e branca do Bixiga no Grupo Especial de São Paulo. Em 2024, Sidney apresentou na Vai-Vai o enredo “Capítulo 4, Versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano” inspirado nos Racionais MC’s e a cultura hip hop. Neste ano, ele se divide entre a preta e branca e a verde e rosa carioca.

Componente da Mangueira há dois anos, Itaiara Andrade, de 30 anos, acompanhou os trabalhos anteriores de Sidney França e acredita na grandiosidade do seu trabalho.

“Eu já vi alguns desfiles dele lá [em São Paulo], e foram bem grande. Nós estamos esperando coisas grandes dele. Ele parece um cara bem atencioso, tanto que nos ensaios da nossa ala coreografada ele está sempre de olho, observando. Ele está atento. Estamos esperando coisas boas.”, disse Itaiara em entrevista ao CARNAVALESCO.

Rosane Barbosa, de 48 anos, já desfila na Mangueira desde 2017 e é parceira de ala de Itaiara e acredita que essa troca de experiências entre Rio e São Paulo vai fazer diferença na Avenida. Além disso, comenta a conexão do enredo com a comunidade.

“Eu achei interessante, porque ele vem de São Paulo e traz a experiência dele de lá para cá. Vai fazer uma diferença muito grande. Esse enredo é importante porque o Rio de Janeiro é de cultura banto. O jongo, por exemplo, vem dessa cultura que foi trazido dos nossos ancestrais. A Mangueira é um celeiro de bambas, de pessoas pretas que iniciam no samba desde a barriga. Trazer esse enredo na Mangueira foi estratégico.”, argumentou Rosane, mangueirense desde criança.

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Jonathan Costa vai estrear na Verde e Rosa Foto: Carnavalesco

As expectativas estão altas na verde e rosa. O mangueirense quer voltar no Desfiles das Campeãs como a grande vitoriosa. O estreante Jonathan Costa, de 31 anos, disse que está vivendo a melhor experiência da sua vida desfilando na Mangueira e acredita na responsabilidade de Sidney nessa esperança de campeonato.

“Achei bastante bom porque está agregando muito na nossa expectativa para resultados. Ele tem estado muito presente conosco. Eu acredito que a Mangueira vai ser campeã e ele será um dos responsáveis por isso.”, declarou Jonathan.

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Cecília Pontes é baiana da Estação Primeira de Mangueira Foto: Carnavalesco

A baiana Cecília Pontes, de 60 anos, também confia no trabalho do carnavalesco e conta quais são suas expectativas para o que desfilará na Avenida.

“Eu espero ver muita alegria, muito Carnaval, muita emoção, muito entrosamento com todas as alas e todos os segmentos. A sorte é nossa [de ter o Sidney na Mangueira]. Está um belo trabalho e se Deus quiser vai dar tudo certo. O povo preto é um povo sofrido, é povo que merece todo esse resgate. Hoje, falar sobre o povo banto, sobre negritude, é maravilhoso.”, comentou a baiana.

“É uma aula de História”

O enredo desenvolvido por Sidney França foi abraçado pela comunidade. Itaiara Andrade conta como foi a recepção inicial e como o enredo foi fazendo sentido ao longo do tempo.

“Esse enredo, no início, eu vi uma galera muito confusa. Porém, conforme nós vamos desenrolando, ensaiando, aprendendo as palavras, vai fazendo cada vez mais sentido. É grito de resistência mesmo. É um dos enredos que mais fez sentido para mim para se falar nesse momento, e não é porque eu sou mangueirense.”, declarou a componente.

O enredo da verde e rosa narra a História do povo banto – etnia africana de origem da maioria dos escravizados que desembarcaram no Rio de Janeiro – e suas influências na cultura carioca. O integrante Jonathan Costa entende que é um tema que precisa ser mais falado pela sociedade.

“A história do povo banto tem que ser retratada, tem que ser falada, porque ainda existe um preconceito de uma burguesia que tenta nos silenciar.”, explicou Jonathan.

Para Rosane Barbosa, o samba de Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Júlio Alves, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim é uma aula de História.

“É um samba maravilhoso porque é uma aula de História. Fala da cultura banto, carioca, chega no funk e no jongo. Fala da cultura carioca conecta com a cultura banto.”, defendeu Rosane.

Itaiara também celebra o samba e o define como “afrontoso”. O hino da escola para 2025 retrata a religiosidade banto, por meio dos inquices, a dor do povo preto durante a escravidão, mas também alfineta a população “do asfalto” que copia as tendências musicais e estéticas dos “crias do morro”.

“É um samba afrontoso! Esse samba é uma oportunidade de nós, enquanto comunidade, olhar para quem está assistindo e dar o nosso recado. Nós lançamos tendência, somos do passinho, da dança, da coreografia. O público nos vai ver fazendo isso e cantando, mandando recado para eles.”, declarou a desfilante.

Identificação com o enredo e empolgação da comunidade são os trunfos do Salgueiro para trazer o décimo campeonato

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Walter Silva da Rocha desfilou pela primeira vez em 2009 e acredita que o trunfo ainda está guardado Foto: Carnavalesco

Há 16 anos atrás, o Acadêmicos do Salgueiro ganhava seu 9º título com o enredo “Tambor” e, de lá para cá, a escola tem se mostrado competitiva para ganhar sua 10ª estrela. Desta vez, a aposta é no enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”, desenvolvido por Jorge Silveira.

A escola desfilará na segunda-feira, 3 de março, sendo a terceira a pisar na Sapucaí. Os componentes já estão ansiosos para verem o que o carnavalesco está planejando para o grande dia. Walter Silva da Rocha, de 40 anos, desfilou pela primeira vez em 2009 e acredita que o trunfo ainda está guardado, mas será emocionante.

“Acredito que a décima estrela venha. Nós estamos de corpo fechado, a comunidade está forte, cantando todo mundo junto. A gente vai merecer esse título. O trunfo está guardado para o desfile, este está guardado a sete chaves. O enredo é muito bom porque está contando sobre a proteção que todo mundo tem e todo mundo acredita, desde a Europa, desde os antigos tempos, até os dias de hoje, com patuás, guias, cruzes, medalhas. Estamos falando dessa proteção que todo mundo tem e todo mundo acredita. Eu espero um desfile maravilhoso e emocionante.”, comentou Walter.

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Valéria Martins, de 62 anos, desfila no Salgueiro desde 2003 Foto: Carnavalesco

A engenheira civil Valéria Martins, de 62 anos, desfila no Salgueiro desde 2003 e atualmente faz parte da ala das baianas. Para ela, a chave é a identificação com o enredo.

“Nós esperamos que o Salgueiro ganhe a décima na segunda-feira. Estamos torcendo para isso. Eu acho que o trunfo é o enredo, já que está em alta falar da ancestralidade preta. Como o samba é por aí, de repente esse é o nosso trunfo. Alegoria muito bonita, carnaval e enredo muito bem elaborado. Acho que nós conseguimos sim. Eu me identifico muito com enredo, acho ótimo!”, afirmou a baiana.

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Carla Muniz vai para seu 10º ano no Salgueiro Foto: Carnavalesco

O otimismo faz parte dos salgueirenses e empolgação dos componentes é contagiante. Carla Muniz, funcionária pública de 47 anos, tem expectativas de um desfile maravilhoso e entusiasmado em seu 10º ano no Salgueiro.

“Eu sou otimista e o Salgueiro vai fazer um carnaval maravilhoso para nós buscarmos a décima estrela. O trunfo do Salgueiro vai ser um carnaval com brilho, com muita fé, de corpo fechado, como o enredo. Eu espero do desfile alegria, emoção, muito entusiasmo, muito samba no pé, muito samba no gogó, evolução. Eu gostei do enredo porque remete à espiritualidade, mas remete à segurança do corpo, do espírito e da pessoa em relação à fé.”, declarou Carla.

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E o segundo desfile de Jaqueline de Oliveira no Salgueiro Foto: Carnavalesco

Para Jaqueline de Oliveira, de 37 anos, a vantagem da agremiação é a crença de cada integrante em algum tipo de fé. Este é o segundo desfile dela no Salgueiro, mas ela torce pela escola desde 1993, quando a escola foi campeã com “Peguei um Ita no Norte”.

“Com certeza a décima estrela vem esse ano! A comunidade, a alegria e enredo que é muito bonito e fechado com escola são o trunfo. Todo mundo tem algum tipo de crença para fechar o corpo e eu acho isso muito importante para enfrentar os desafios desse mundo tão louco que estamos vivendo hoje em dia. Espero que o desfile seja maravilhoso e emocionante. Certamente será.”, destacou Jaqueline.

O torcedor salgueirense já pode contar com a animação de seus componentes e criar expectativas para a noite de segunda-feira. No mesmo dia, desfilarão também Tijuca, Beija-Flor e Vila Isabel.

Orgulho de ser favela! O brilho e a trajetória da realeza mangueirense

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Foto: Pedro Bastos / Divulgação

Por muitos anos, a Estação Primeira de Mangueira, uma das escolas de samba mais tradicionais do carnaval carioca, tem encantado o público com seus desfiles grandiosos e sua bateria de ritmo inconfundível. No coração dessa batucada contagiante está uma figura que personifica o glamour, a paixão pelo samba e a tradição da escola: a Rainha de Bateria, Evelyn Bastos.

A trajetória de Evelyn é marcada por muito talento, samba impecável e símbolo de força feminina. “Ela representa tudo, ela é o símbolo, ela e o coração da escola. Sem ela ali, a escola não anda’’, declara Elizangela, componente da mangueira desde 2006, em entrevista ao CARNAVALESCO. A atual Rainha, que estreou em 2014 e se consolidou como uma das representantes mais queridas da comunidade, é nascida e criada no Morro da Mangueira e simboliza o espírito forte, engajado e orgulhosamente raiz da escola.

O senso de pertencimento e representatividade também é um dos pontos fortes que Evelyn reflete como rainha da bateria da Mangueira. ‘’Eu desfilo desde os 15 anos de idade e para mim ter uma mulher negra, que não é atriz, não é blogueira, a frente da bateria, para mim é tudo. Eu deixei de desfilar na escola do meu bairro, que é Vila Isabel, e passei para a Mangueira porque na minha opinião é a escola mais negra do Rio de Janeiro’’, conta a componente da escola há 3 anos, Mônica, de 57 anos.

“É muito mais que ser rainha de bateria, é usar esse posto para empoderar mulheres a acreditarem que todos os espaços são delas, dentro dos seus sonhos, das suas perspectivas, que podem ser tudo e não precisam se privar, se bloquear para chegar em determinado local’’, afirma Evelyn Bastos. O empoderamento feminino ganha um recorte racial quando a rainha de bateria cita o enfrentamento ao desrespeito e a pluralidade da mulher negra. ’’Elas podem ser elas em todos os lugares e que todo desrespeito perante a mulher negra não é um problema nosso, é um problema do outro. O que a gente precisa é enfrentar esse preconceito, cada mulher negra do seu jeito porque somos plurais, temos jeitos plurais. Nunca desistir, e sim, acreditar nos seus sonhos, acreditar em quem você é e passar esse respeito’’.

Além de seus samba sincronizado e energia contagiante na Sapucaí, a majestade da verde e rosa também se destaca por seu ativismo social, sua conexão com a comunidade e sua voz ativa pela preservação das tradições culturais do Carnaval . Desde 2024, à convite do Presidente da  Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, Gabriel David, ela está à frente da Diretoria de Cultura da Liesa. “Eu aceitei esse desafio do meu presidente Gabriel David porque a gente sempre teve muitas ideias semelhantes em outros trabalhos e recebi esse convite muito surpresa esse convite’’, diz Evelyn ao CARNAVALESCO.

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Foto: Reprodução / Instagram

A liberdade para executar o seu trabalho como Diretora Cultural, foi o ponto-chave para aceitar o cargo, sobre isso ela diz que ‘’foi a primeira coisa que o Gabriel me garantiu. Inclusive, só aceitei ser diretora cultural na Liesa porque eu tenho autonomia e está sendo mágico. Todo lugar que a gente entra, a gente aprende muito, principalmente quando existe uma equipe muito boa e é um lugar onde estou me descobrindo cada vez mais e podendo expor todas as minhas ideias, as minhas crenças, o que eu acredito para a cultura da nossa gente e do Brasil’’.

O legado da Rainha de Bateria não se limita apenas ao desfile da Mangueira. Com passos firmes e o coração dedicado, Evelyn Bastos se destaca como uma verdadeira defensora do futuro do Carnaval, garantindo que o samba continue vivo e pulsante nas próximas gerações. O seu trabalho com as escolas mirins, não é apenas simbólico, ele tem impacto direto na formação cultural e social das crianças da comunidade .

Em 2025 os desfiles mirins tem o apoio da Liesa, e Evelyn ressalta a importância desta parceria. ‘’É o abraço e o carinho que a gente sempre precisou e que em algum momento foi esquecido, foi deixado para trás. É um resgate, é a gente esperançar e entender que o samba ele é perpétuo, entender essa perenidade é fundamental para gente, para Liesa e que bom a gente está vivendo esse momento’’.

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Foto: J.M. Arruda / Divulgação

Uma realeza apaixonante, é assim que seus súditos  mangueirenses se referem a ela. ‘’Falar da Evelyn é muito fácil porque a minha rainha é de se apaixonar. Ela é muito simpática, é uma pessoa que tem um entendimento racial fora de sério e especificamente esse ano, eu tenho admirado muito a entrega dela nos ensaios, como ela começa na pegada e ela termina da mesma forma. Tenho muito orgulho de ser um súdito da rainha Evelyn Bastos’’, declara Rosembergue, ritmista da bateria da Mangueira desde 2023.

Para o Carnaval 2025, a satisfação toma conta de Evelyn em representar à frente da bateria da verde e rosa por mais um ano, com um sentimento de felicidade carregando um legado repleto de identidade e ancestralidade. ‘’A cada ano eu me sinto presenteada. É uma satisfação tremenda, eu amo isso aqui e sempre friso que é um lugar onde minha mãe já passou, eu sempre fui muito feliz dentro da Mangueira que é um lugar onde estou desde que me entendo por gente. Eu me sinto contemplada pelos deuses, por Cartola, por Carlos Cachaça, por Zé Espinguela, por dona Neuma, dona Zica, por grandes nomes da mangueira, alguns que eu pude acompanhar, que eu pude dar um beijo na mão, pedir uma bênção e outros não mas que estão guardados na minha história porque sem eles a gente não teria como dar o primeiro passo’’. ressalta Evelyn, com brilho nos olhos.

Vinícius e Jéssica são aclamados na Unidos de Padre Miguel

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Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Vermelha e Branca de Vila Vintém se consagra como o orgulho da escola Foto: Divulgação / UPM

A Unidos de Padre Miguel segue a todo vapor nos últimos preparativos para a grande estreia no Grupo Especial do Carnaval 2025. A escola será a primeira a desfilar no domingo, com o enredo “Egbé Iyá Nassô”. Um dos grandes responsáveis por essa conquista é o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, composto por Vinícius Antunes e Jéssica Ferreira, que atingiu a nota máxima no quesito em 2024.

Neste ano, o êxito promete se repetir. Desfilando pela 12ª vez consecutiva à frente da condução do pavilhão da UPM, o par segue com grande destaque e conquistando admiradores a cada apresentação. No último ensaio de rua, realizado na quarta-feira, na Praça Guilherme da Silveira, em Bangu, eles receberam inúmeros elogios da comunidade.

É notável a dedicação de Vinícius e Jéssica quando o assunto é excelência. Apaixonados pelo Boi Vermelho de Vila Vintém, eles esbanjam carisma e energia contagiantes. A jovem Camile, de 21 anos, moradora de Bangu e que desfila na escola desde criança, afirma ficar encantada com o trabalho do casal: “É uma leveza, é bonito de ver: a sincronia, a paixão. A UPM já encanta por si só, mas quando os integrantes estão engajados, é lindo! A alegria deles contagia. Tem muito a agregar.”

“Eles são fundamentais para nós. Se empenham ao máximo, são comprometidos e dão tudo pela escola”, reforçou a pensionista Kátia Nascimento, de 62 anos, que desfila há três anos na agremiação.

A expectativa é que todo esse empenho continue a render frutos na avenida. Sobre as notas, a ansiedade é grande, como descreve o passista Jackson Azevedo, de 25 anos, que desfila há nove na UPM: “É um casal em quem a escola apostou e que nos deixa confiantes. Com a experiência da coreógrafa Vânia Reis somada à deles, vamos manter a nota 40!”

Em conversa com o site CARNAVALESCO, Vinícius e Jéssica relembraram com emoção a trajetória na escola e compartilharam gratidão pelos torcedores: “Para nós, é primordial ter esse amor da escola. São mais de dez anos, e esse carinho só cresce. É recíproco! É o combustível do nosso sucesso”, disse o mestre-sala.

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Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Vermelha e Branca de Vila Vintém se consagra como o orgulho da escola Foto: Divulgação / UPM

Jéssica completou: “Fui muito bem recebida há 12 anos, e esse carinho só aumentou. É importante demonstrar que estamos com a comunidade. Nunca os abandonaremos; lutaremos juntos”, afirmou a porta-bandeira, com um sorriso radiante.

A diretora Lara Mara destacou a identidade que o casal traz à escola: “Hoje, não vejo outro casal na UPM sem ser eles. Carregam o DNA da escola. São profissionais incríveis: o bailado da Jéssica tem leveza, e o riscado do Vinícius é impecável. É nota 40!”

Vânia Vieira, presidente da ala das Baianas, concorda: “Eles sempre deram orgulho à comunidade.” Após o ensaio vibrante, não restam dúvidas: orgulho é a palavra que define o sentimento da UPM por esse casal, que ainda tem muito brilho pela frente.