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Vila Isabel faz ‘paradona’ no minidesfile e coloca a bateria ‘na cabeça’ da escola

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A Vila Isabel emocionou o público do minidesfile no último domingo pelas surpresas que a bateria “Swingueira de Noel” preparou para os componentes e o público da Cidade do Samba. Durante a apresentação, os rimistas comandados pelo mestre Macaco Branco vieram à frente da escola, logo depois do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, e também realizaram uma paradona para que os componentes cantassem uma passagem inteira do samba-enredo de 2026, tomando o local com um coro uníssono.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

“Amei o minidesfile. Foi muito vibrante, uma amostra do que a gente está preparando para apresentar na avenida, uma explosão de alegria. A paradona é fantástica, porque a bateria para e vem a comunidade. A Vila Isabel consegue segurar o samba. O público interagiu com a gente e gostou muito do que viu”, contou a baiana Ana Conegundes, de 61 anos, que acumula 18 carnavais pela escola de Noel.

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Baiana Ana. Foto: Gabriel Radicetti/CARNAVALESCO

Encantando diferentes gerações, Cecília Barbosa, de 22 anos e em seu segundo ano desfilando pela Vila, também aprovou a paradona.

“O samba vai pegar na avenida. Vai dar bom. Antes mesmo de ser escolhido como oficial, na disputa, ele já estava na boca de todo mundo. Já deu tempo de a comunidade aprender o samba, e quem não é da escola também está cantando”, avaliou a jovem.

O mestre de bateria Macaco Branco explicou que a ousada proposta de silenciar os instrumentos por um período mais longo do que o usual veio do diretor de carnaval da escola, Moisés Carvalho.

“Ele veio com essa ideia e, como tudo que ele pede, a gente sentou e pensou mil vezes para não ter nada errado. Tudo que a Vila faz é muito pensado, com muita estratégia, para fazer nosso componente brincar e pular o carnaval. Quando se para para a galera gritar (não é cantar, é gritar) o verso ‘Para você, Heitor’, reverenciamos esse cara que foi um marco no carnaval, que criou tanta coisa, mas acabou esquecido com o tempo”, relatou o musicista.

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O resultado final agradou o idealizador, que ressaltou o empenho e a animação da comunidade.

“Estou feliz com o que a gente fez, feliz que a comunidade comprou nossa ideia e que todo mundo cantou muito bem o samba. Isso é fruto de um trabalho, fruto do que a gente vem construindo desde o lançamento do enredo na Pedra do Sal, em maio”, recordou Moisés.

O diretor de carnaval da Vila Isabel também é creditado como o responsável pela inserção da bateria à frente do minidesfile.

“Nenhuma escola colocou a bateria na frente. Normalmente, todo mundo fecha com a bateria. A gente geralmente discute muito, briga muito, sempre em prol da Vila, e aí surgiu a ideia de trazer a bateria na frente, atrás do casal, e fazer um recuo de bateria no meio do desfile. Serve para valorizar a festa e para motivar a escola que vem atrás”, esmiuçou Moisés Carvalho.

“Deu muito certo. A bateria saiu logo no primeiro setor da escola e veio esquentando a comunidade, o público presente, fazendo a paradona e o público cantando a plenos pulmões. Depois, fizemos um recuo para o restante da escola ficar nessa pulsação do coração da escola de samba que é a bateria da Vila Isabel”, detalhou Macaco Branco.

Calcada no canto da comunidade e no primor técnico, a Vila se destacou com um dos melhores minidesfiles da temporada 2025 para 2026 e consolidou-se como uma das favoritas, após um amargo oitavo lugar no carnaval passado.

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Cecília Barbosa, de 22 anos. Foto: Gabriel Radicetti/CARNAVALESCO

“A Vila está focada no título. Está tentando inovar a qualquer custo, testar coisas novas para conseguir o título de 2026. Se Deus quiser, vamos conseguir”, finalizou Cecília, confiante.

Com participação de Martinho da Vila, Neguinho da Beija-Flor e Ferrugem, Botequim da Cidade do Samba encerra a temporada

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A temporada 2025 do Botequim da Cidade do Samba chega ao fim no dia 8 de dezembro com três participações especiais: Neguinho da Beija-Flor, Martinho da Vila e Ferrugem. Eles sobem ao palco em uma noite que contará com muito samba e pagode. Nesse tradicional encontro de sambistas, na casa do Carnaval carioca, a noite será marcada, ainda, por apresentações dos intérpretes das 12 agremiações do Grupo Especial, além de uma batalha de confetes com a banda do Cordão da Bola Preta e o encerramento com a campeã do Carnaval, Beija-Flor de Nilópolis.

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Foto: Divulgação/Liesa

Em um palco montado em 360 graus, bem próximo ao público, o evento organizado pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), reúne amantes do samba e da boa música, com bebida gelada e comida de botequim.

Os ingressos já estão disponíveis em valores promocionais, a partir de R$20, com entrada gratuita para mulheres até as 19h.

BOTEQUIM DA CIDADE DO SAMBA – EDIÇÃO DEZEMBRO
Data: 08/Dezembro/2025 – Segunda-Feira
Horário: das 18h00 às 00h00
Local: Cidade do Samba
Endereço: Rua Rivadávia Correa, 60, Gamboa – Rio de Janeiro/RJ

Salgueiro recebe Imperatriz Leopoldinense neste sábado

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A temporada de grandes encontros segue a todo vapor na Silva Teles, e o próximo “Salgueiro Convida” promete ser daqueles que entram para a história. Neste sábado, A Vermelho e Branco do Andaraí abre suas portas para receber a energia vibrante que vem diretamente da Leopoldina. A Rainha de Ramos, chega ao Torrão Amado trazendo seu balanço inconfundível, a irreverência que marca sua trajetória e uma seleção de sambas que promete estremecer a quadra da Academia do Samba.

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Foto: Divulgação/Salgueiro

A programação começa às 20h30, com pagode para aquecer o público antes do show completo do Salgueiro, que apresenta seus segmentos. Na sequência, a coirmã Imperatriz sobe ao palco para um espetáculo especial, revisitando grandes sucessos de sua história e celebrando a força do samba carioca.

SERVIÇO — SALGUEIRO CONVIDA IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE
Data: 6/12/2025
Abertura da quadra: 20h30
Local: Rua Silva Teles, 104 – Andaraí
Atrações: Show completo do Salgueiro e apresentação da Imperatriz Leopoldinense
INGRESSOS: GUICHE WEB

George Louzada leva a essência do samba carioca para uma turnê histórica na Austrália

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O coreógrafo e diretor artístico da Mocidade Independente de Padre Miguel, George Louzada, realizou uma turnê inesquecível pela Austrália, consolidando ainda mais o intercâmbio cultural do samba brasileiro pelo mundo. Apresentada por Sashya Jay e pela Escola de Samba Sydney, principal escola de dança de samba do país, com aulas em Sydney, Melbourne e Adelaide, a experiência marcou profundamente a cena artística local.

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Foto: Divulgação

Durante duas semanas, George ministrou seis oficinas de samba em cinco cidades (Sydney, Melbourne, Adelaide, Brisbane e Sunshine Coast) e ainda realizou mais de quarenta aulas particulares, seis workshops e aulas intensivas, compartilhando conhecimento, técnica, ancestralidade e a paixão que move o samba carioca.

O grande foco da turnê foi o curso intensivo de performance dedicado às passistas da Escola de Samba Sydney. O trabalho culminou em uma apresentação especial durante “The Gala”, o tradicional show de fim de ano da escola, onde George foi o principal artista convidado. A performance das passistas emocionou o público e elevou o nível da cena do samba na Austrália.

O espetáculo contou ainda com uma homenagem à Mocidade Independente de Padre Miguel, com a Bateria 61 interpretando sambas-enredos e bossas históricas da verde e branca de Padre Miguel. Além disso, George coreografou uma apresentação exclusiva para as professoras das unidades da Escola de Samba Sydney e Adelaide, reforçando a expansão do samba enquanto expressão artística global.

“Viver o samba é também multiplicar seus caminhos pelo mundo. Levar um pedaço da nossa cultura para tão longe e ver o brilho nos olhos de quem aprende é uma das maiores recompensas que posso ter”, destacou George Louzada.

Em celebração dos 93 anos, Vizinha Faladeira promove missa, ensaio e evento na quadra

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As comemorações de aniversário da Vizinha Faladeira começarão na quarta-feira, 10 de dezembro, na quadra da agremiação. A abertura será às 18h, com uma missa ecumênica – manifesto religioso que contempla várias religiões e crenças, com a presença de todos os segmentos e da comunidade. Em sequência, às 20h, acontecerá o seu ensaio especial para o Carnaval 2026.

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Foto: Divulgação/Vizinha Faladeira

No sábado, 13 de dezembro, às 16h, a Pioneira do Samba vai aniversariar em grande estilo: com o show da cantora Ana Mari, a apresentação dos segmentos, com os intérpretes Marcelinho e Enzo Belmonte revivendo seus grandes carnavais; e a apresentação da coirmã e convidada Unidos do Viradouro. O encerramento do evento ficará por conta do DJ Marcelo, proporcionando o melhor do charme e do funk.

Para o próximo ano, a escola levará para a avenida o enredo “A voz que vem do mar é ancestral”, desenvolvido pela dupla de carnavalescos Leandro Mourão e Vitor Mourão. Ela será a oitava a desfilar na Intendente Magalhães pela Série Prata da Superliga Carnavalesca do Brasil.

Serviço:
Evento: Missa ecumênica e ensaio especial
Data: 10 de dezembro (quarta-feira)
Horários: Às 18h – Missa ecumênica com o padre Ângelo Marques, da Paróquia Santo Cristo dos Milagres. Às 20h – Ensaio especial com todos os segmentos
Entrada: Franca
Endereço: Rua Nabuco de Freitas, nº 19 – Santo Cristo, Zona Portuária, Rio de Janeiro
Data: 13 de dezembro (sábado)
Evento: Comemoração do aniversário da escola
Horário: Às 16h
Atrações: Show de Ana Mari, apresentação da agremiação, apresentação da Unidos do Viradouro e encerramento com DJ Marcelo tocando o melhor do baile charme e funk
Entrada: Franca
Endereço: Rua Nabuco de Freitas, nº 19 – Santo Cristo, Zona Portuária, Rio de Janeiro.

Cartola é celebrado no programa ‘Balaio GloboNews’

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Cartola, o cantor que fez da Mangueira um poema e transformou a dor em melodia, é celebrado no ‘Balaio GloboNews’ que vai ao ar neste sábado, dia 6, às 19h30. Dono de versos que atravessaram gerações, como “As rosas não falam”, ele permanece vivo na memória e na música brasileira, 45 anos após a sua morte. A apresentadora Bete Pacheco visita a quadra da Estação Primeira de Mangueira e o Museu do Samba para relembrar histórias de um Brasil que ficou no passado, mas segue pulsando na cultura.

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Foto; Divulgação/GloboNres

Nascido Angenor de Oliveira, em 1908, Cartola foi o primogênito de oito irmãos. Cresceu no Catete, viveu parte da infância em Laranjeiras, onde nasceu sua paixão pelo Fluminense, e encontrou no Morro da Mangueira sua verdadeira identidade. Sugeriu as cores verde e rosa da escola e compôs o primeiro samba em sua homenagem. Com poesia genuína e arranjos sofisticados, conquistou admiradores ilustres, como o maestro Villa-Lobos, e se tornou um dos maiores nomes da música brasileira.

Bete conversa com a cantora Alcione, também mangueirense, com quem Cartola gravou em estúdio pela última vez. “Eu tive esse privilégio, essa sorte de ver Seu Cartola tocando, conversando. Um mestre, um lorde, um poeta. Tudo ao mesmo tempo. Sempre permanecerá vivo!”, ressalta.

O programa também relembra histórias de clássicos como “Alvorada”, parceria de Cartola com Hermínio Bello de Carvalho. Hermínio reforça a genialidade do artista: “‘As rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti’. Gênio! Basta esse verso para qualificá-lo como um gênio, um poeta maravilhoso. Esse era o Cartola!”, afirma.

Já Nilcemar Nogueira, neta de Cartola e de Dona Zica, destaca a importância do legado do avô. “O nome Estação Primeira de Mangueira e as cores verde e rosa foi ele que deu”, conta.

Patrícia Souza é a nova rainha de bateria da Vigário Geral para o Carnaval 2026

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A Acadêmicos de Vigário Geral anunciou, nesta sexta-feira, Patrícia Souza como sua nova rainha de bateria para o Carnaval de 2026. Com vasta experiência no mundo do samba, Patrícia brilhou por seis anos como musa da Estação Primeira de Mangueira, consolidando seu nome entre as figuras mais queridas e respeitadas da folia carioca.

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Foto: Divulgação/Vigário Geral

Agora, ela assume o posto à frente da tradicional bateria Swing Puro. A escolha reforça o compromisso da escola em valorizar talentos que unem trajetória, carisma e respeito pelo pavilhão. A Vigário Geral destaca a chegada de Patrícia como um momento de renovação.

“Hoje apresentamos ao mundo do samba a nossa nova rainha de bateria, que chega para somar e reinar com luz e muito samba no pé”, declarou a direção da escola.

Com Patrícia Souza à frente da bateria, a expectativa para o desfile de 2026 se intensifica, renovando as energias da comunidade e preparando a escola para fazer um belíssimo Carnaval.

Som que o carnaval nunca ouviu! Projeto inédito faz sucesso nos minidesfiles e promete transformar os desfiles de 2026

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A Marquês de Sapucaí já vem se preparando para contar com um novo sistema de som para o próximo carnaval. Sob responsabilidade da empresa BMX Eventos, o novo som da Avenida já vem sendo testado há algum tempo, mas um teste em especial ocorreu nos desfiles em comemoração ao Dia Nacional do Samba, no último fim de semana. O CARNAVALESCO conversou com Francine Almeida, empresária responsável pela BMX e, por consequência, por toda a estrutura do novo som da Passarela do Samba, para saber o que esperar do sistema e da estrutura que atenderá as escolas.

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Francine Almeida, empresária responsável pela BMX. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Francine falou sobre como surgiu o convite da Liga para a empresa e como estão os desafios para implementar esse novo sistema na Avenida, principalmente em questões como retorno, delay e equipamentos. Ela destacou que o projeto vem trazendo uma tecnologia mais atual para o sistema de som que a Sapucaí terá, sendo um grande desafio, na visão dela, para todos os envolvidos, da empresa às escolas, passando pela Liesa.

“Já trabalhávamos para a Liesa fazendo os camarotes, prestando outros tipos de serviço de sonorização em espaços menores, e eles fizeram essa solicitação para a gente. Começamos a estudar o que seria feito, como era o projeto, percebendo que o projeto podia evoluir, porque o som estava parado há muitos anos com o mesmo equipamento e sistema. Hoje já existe uma tecnologia muito mais avançada, sugerimos fazer esse avanço e eles toparam. É um desafio grande, porque nunca ninguém fez isso no mundo, se você procurar referência, não existe. Estamos com o desafio de afinar e ajustar as coisas, porque tudo é um teste: tanto para a empresa quanto para a Liesa e para todas as escolas”, declarou.

Francine prosseguiu destacando o trabalho de retirar o carro de som e a atuação com outros sistemas para aprimorar a sonorização, buscando atender o que cada escola deseja para sua ala musical. Ela afirmou que é um desafio que a equipe está empenhada em superar.

“Tiramos o carro de som e estamos trabalhando com outro sistema de delay. Está sendo um desafio bacana, porque a galera comprou a briga. As escolas estão satisfeitas com a mudança, com a atenção que estamos dando, porque descobrimos também que não havia uma atenção à escola no sentido de: o que você quer, como você gosta? E estamos correndo atrás de fazer isso. É desafiador, mas também é gratificante ver o quanto estamos conseguindo trazer evolução para o samba do Rio de Janeiro, que é o maior espetáculo da Terra”.

A empresária também falou sobre o som baixar quando a bateria estiver desfilando pela Avenida, destacando um sistema que reduz automaticamente a captação por onde os ritmistas passam, trazendo o benefício de tornar mais clara a compreensão de onde a bateria está.

“Temos um sistema automatizado que, por onde a bateria está passando, segura um pouco o próprio som dela e deixa mais voz e harmonia para que fique mais equilibrado, e para que também não haja nenhum tipo de delay que provoque erros no andamento. Estamos preparando isso e temos certeza de que será muito bom e que vai dar certo”.

Francine explicou ainda a melhor posição dos integrantes do antigo carro de som — agora as alas musicais das escolas, em relação à bateria, justamente com o fim do uso do veículo nos desfiles. Ela pontua que não há uma posição obrigatória, mas o ideal é que o time de harmonia venha atrás da bateria, como de costume, por alguns motivos.

“A gente recomenda por uma questão de que a frente da bateria normalmente é composta por chocalho e instrumentos muito agudos. Isso pode entrar no microfone dos cantores e causar algum tipo de microfonia, e prezamos por evitar isso. Então, manter atrás é importante. Porém, operacionalmente, tanto faz, porque entendemos que o bloco formado por bateria, harmonia e cantores é um bloco único, que representa o ponto zero do delay. Então, pode vir em qualquer lugar, mas recomendamos que venha atrás para que o som dos cantores fique mais claro”, declarou.

Por fim, Francine afirmou a importância dos testes para evitar problemas nos dias de desfile e reforçou que a empresa sempre buscará o melhor resultado possível para o espetáculo.

“Começamos a nos preparar quando acabou o carnaval deste ano, desde março. Fizemos um teste na Avenida no dia 5 de junho, e esse teste já mostrou muita coisa para a gente; foi ali que começamos a desenhar o projeto. Estamos nos preparando com testes mesmo, como aqui no minidesfile do Dia Nacional do Samba, e esperamos realizar outros testes, como nos ensaios técnicos, com a passagem de som. Isso tudo vai ajudar a afinar e ajustar as coisas, e não paramos de pensar nos dias de desfile, porque esse é o nosso objetivo: entregar o melhor possível nesses dias”.

‘Reverenciar os nossos é diferente’: Ritmistas celebram homenagem a mestre Ciça

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Os minidesfiles do Grupo Especial, realizados no último fim de semana na Cidade do Samba, foram marcados por um sentimento coletivo de reverência e emoção. Entre ritmistas, foliões e apaixonados pelo carnaval, um tema dominou as rodas de conversa: a escolha da Viradouro em transformar mestre Ciça em enredo para 2026. O CARNAVALESCO ouviu integrantes de outras escolas, e todos foram unânimes ao destacar a importância histórica, e afetiva, de homenagear em vida um dos maiores nomes da bateria.

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Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval

O vendedor Vitor Cortopassi, de 24 anos, observava com atenção o impacto da homenagem idealizada pela Viradouro. Para ele, o gesto pode influenciar de forma duradoura o carnaval.

“O samba está muito emocionante, tocante. Só quem é ritmista sabe a importância de ver o Ciça sendo homenageado”, comentou Vitor, que desfila há dois anos como ritmista da Mocidade.

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Vendedor Vitor Cortopassi. Foto; Ana Júlia Agra/CARNAVALESCO

Outro que se emocionou ao falar do tema foi o autônomo Matheus Ferreira, de 30 anos, que cresceu tendo mestre Ciça como referência.

“O Ciça é um ícone do carnaval carioca, assim como tantos outros: Márcia Lage, Rosa, Neguinho. Ele é um ícone surreal do segmento dele. O meu segmento é a bateria, então tenho o Ciça como espelho. E ver essa homenagem para o Ciça em vida, não tem nada mais lindo que isso. Ele ser mestre do enredo dele, não tem nada maior que isso”, afirmou, fazendo um apelo para que mais escolas sigam esse caminho. “Espero que se torne recorrente. A Beija-Flor mesmo ganhou no último carnaval homenageando o Laíla, que é um ícone do carnaval no geral”.

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Autônomo Matheus Ferreira, de 30 anos. Foto; Ana Júlia Agra/CARNAVALESCO

O cabeleireiro Pedro Flores, de 28 anos, também celebrou a valorização dos grandes nomes do carnaval, lembrando que reconhecer quem constrói a festa é um ato de responsabilidade com a própria história.

“Acho fundamental homenagear e defender os nossos. Impossível não citar o campeonato da Beija-Flor, que foi um cara que fez muito pelo carnaval e pela própria escola. Reverenciar os nossos é diferente”, declarou.

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Cabeleireiro Pedro Flores, de 28 anos. Foto; Ana Júlia Agra/CARNAVALESCO

Entre os ritmistas mais jovens, a sensação foi a mesma. Jonathan Diniz, integrante da “Não Existe Mais Quente”, de 21 anos, destacou a importância de seguir valorizando mestres que moldam gerações.

“Acredito que outras escolas, a partir do pontapé inicial da Viradouro, irão homenagear seus mestres em um futuro bem próximo. Eles são espelhos para nós, que somos ritmistas, e para mestres também, como o Mestre André, por exemplo. A geração vai passando, vão chegando mestres novos, o carnaval vai se atualizando e o Ciça continua com a ciência dele, garantindo o quesito”, finalizou.

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Jonathan Diniz, integrante da “Não Existe Mais Quente”. Foto; Ana Júlia Agra/CARNAVALESCO

Salgueiro leva violino ao carro de som para recriar universo de Rosa Magalhães

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Toda a estética erudita, narrativa e cheia de personagens dos carnavais de Rosa Magalhães ganha uma nova leitura no Salgueiro. Traduzir a biblioteca da carnavalesca em trilha sonora é o objetivo central da equipe musical para 2026. A escola aposta na inclusão de um violino no carro de som, proposta criada pelo diretor musical Alemão do Cavaco em parceria com os mestres Guilherme e Gustavo Oliveira, para criar tensões, coloridos melódicos e referências diretas aos carnavais da eterna Professora. Apresentada no minidesfile da escola em comemoração ao Dia Nacional do Samba, a novidade surgiu quando a direção musical e os mestres da bateria “Furiosa” mergulharam no enredo. Não se tratava de um inventário biográfico da carnavalesca, mas de um desfile que revisita sua obra, seus personagens e seu universo estético.

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Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval

“É como se a gente estivesse abrindo a biblioteca da Rosa”, explicou o mestre Guilherme. “A ideia é falar dos carnavais importantes dela, e não da vida pessoal. E o enredo entrega muita coisa do que podemos criar musicalmente”, completou.

O irmão e parceiro no comando da “Furiosa”, Gustavo, reforçou essa leitura: “A gente sempre teve essa veia pesquisadora. Não é só chegar e tocar o que o samba pede. A gente pensa como o enredo pode guiar nossa criação, qual é a filosofia que ele entrega. A Rosa falava muito do Brasil, do barroco, mostrava muito seu lado acadêmico. A gente precisava traduzir isso em som”.

Trilha sonora da biblioteca

Com a pesquisa consolidada, uma proposta começou a ganhar força entre os mestres: a de criar uma trilha sonora para os carnavais da Rosa. “O Gustavo chegou com essa ideia. Ele falou: ‘E se a gente criasse algo pensando como uma trilha de filme?’”, lembrou Guilherme.

Alemão do Cavaco, diretor musical, abraçou a ideia de imediato. Antes mesmo do fim da disputa de samba, ele e os mestres já conversavam sobre uma bossa que fugisse do padrão. “A bateria queria uma bossa que não fosse uma bossa. Queria algo quase como uma trilha de filme”, contou o diretor. E completou: “A Rosa sempre teve personagens em seus enredos. A gente lembrou de ‘Piratas do Caribe’, das trilhas tensas do filme”.

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Foto: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

O primeiro instrumento pensado foi o cello, mas Alemão sugeriu outro caminho. “Eu disse: ‘Vou trazer um violino’. Já trabalhei com violino em escola de samba, e ele tem a tessitura do bandolim. Funciona melhor”, explicou.

Violino no carro de som

O violino, nascido do diálogo entre direção musical e bateria, trouxe também a memória dos carnavais dos anos 1990, fase de ouro da carreira de Rosa. “A maioria dos carnavais dela remetia ao barroco, ao erudito”, lembrou Alemão. “O violino tem tudo a ver com isso. Quisemos relembrar essa estética.” Ele explica que, além do timbre erudito, a opção dialoga com elementos musicais marcantes da época: o alusivo em formato de pagode, muito usado pelas escolas nos anos 1990. “A gente juntou tudo isso e trouxe o violino para dar um colorido diferente”, completou.

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Foto: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

O músico convidado para o desafio foi Mateus Soares, de 27 anos. Ele recebeu o convite diretamente de Alemão: “Ele me ligou e falou para eu ir gravar. A gente testou, e deu certo”, contou o violinista.

Mateus vem da música de concerto e nunca havia vivido o ambiente de escola de samba. “É algo novo para mim, apesar de gostar de samba, nunca vivenciei esse ambiente. O arranjo do Alemão é muito eficiente no sentido de combinar o violino com o cavaquinho, o violão e todos os instrumentos da bateria. A gente constrói a música, mas também é construído por ela”, declarou.

Bossas, suspense e arranjos

Alemão detalha como o instrumento foi integrado ao samba. “O violino acompanha as bossas e, onde não tem bossa, eu fiz desenhos de arranjo para dar riqueza. No disco já demos um aperitivo: aquele ‘tan tan tan tan tan tan’ no refrão do meio. Agora aumentamos para dar um clima maior”, revelou.

Os mestres confirmam que o instrumento entra em duas bossas, mas não revelam tudo. “A gente criou algo para o CD, mas já mudou. Queremos dar uma cara mais específica. Não dá para entrar em detalhes, porque entregaríamos o projeto do Jorge. Vamos deixar esse gostinho para o Carnaval”, disse Guilherme.

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Foto: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

Gustavo reforçou que a relação do violino com enredo será revelada na performance da escola na avenida: “Tem a ver com a fantasia, com o estilo musical que remete a fantasia. No carnaval, essa conexão vai ficar clara: é para a galera tomar aquele baque quando entender a relação do violino com o enredo”.

Emoção como chave

No minidesfile, o impacto foi imediato. Parte do público reagiu ao timbre agudo que dobra a melodia e atravessa a paradinha da bateria. “O violino causa emoção”, disse Guilherme. “Vi muita gente comentando isso nos vídeos. A Rosa morreu há pouco tempo, e o instrumento traz essa memória também. Depois, com a explosão da bateria, joga a energia lá para cima”, completou.

Mateus confirma o efeito. A primeira escuta do samba o marcou profundamente: “Achei a melhor melodia. Me emocionei. Ouvi muitas vezes para internalizar. Vai ser meu primeiro desfile, estou super animado”, finalizou.