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Opinião: ‘A Noite dos Enredos 2026 e o novo papel do pré-carnaval no calendário cultural’

A festa marcada para a próxima sexta-feira, na Cidade do Samba, não é apenas a apresentação formal dos enredos do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Ela representa a consolidação de uma virada simbólica e institucional no modo como o carnaval carioca se comunica com o público e com ele se reconecta ao longo do ano. Desde que a Liesa reformulou o modelo do evento em 2024 para os desfiles de 2025, abrindo as portas da Cidade do Samba ao povo e ao samba tradicional, a Noite dos Enredos passou a ocupar um lugar estratégico: não mais apenas técnico e burocrático, mas de visibilidade, celebração e narrativa. Novamente, o evento terá entrada gratuita, mediante apenas à doação de 1 kg de alimento não perecível.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

O carnaval, que sempre foi crônica do presente, agora começa oficialmente meses antes da Sapucaí. É nesse palco que as escolas plantam as primeiras sementes do que será colhido na avenida. O Carnaval de 2026 aponta uma tendência clara: homenagens. O tema não é mais pano de fundo. É protagonista. A leitura possível é que o desfile se tornou também uma plataforma de memória e disputa simbólica. As escolas estão mais dispostas a construir discursos, reposicionar figuras e inserir suas narrativas no debate público.

A Beija-Flor celebra o Bembé como resistência; A Grande Rio funde ancestralidade, espiritualidade e cultura afro-brasileira no universo do mangue; A Imperatriz coloca Ney Matogrosso como símbolo de liberdade e transgressão; A Viradouro prepara homenagem ao mestre Ciça; A Portela reencontra raízes afro-gaúchas esquecidas; A Mangueira reivindica a Amazônia negra; O Salgueiro fará a homenagem lúdica e afetuosa à carnavalesca Rosa Magalhães; A Vila Isabel terá o tributo a Heitor dos Prazeres com elementos oníricos e afro-brasileiros; A Tijuca resgata Carolina Maria de Jesus como autora do Brasil; A Mocidade levanta a bandeira de Rita Lee, mulher em sua plenitude revolucionária; O Paraíso do Tuiuti explora a vertente religiosa afro-cubana ressurgindo no Brasil com raízes culturais fortes; A Niterói estreia com uma homenagem direta ao presidente Lula;

A Noite dos Enredos 2026 será mais do que uma apresentação de temas: será um ensaio geral do que o carnaval do futuro pode ser. Mais conectado com o povo, mais plural, politizado e artístico. Se a Sapucaí continua sendo a apoteose, a Cidade do Samba se firmou como o berço onde o carnaval nasce publicamente. Ali, com samba no pé e palavras de enredo na boca, a festa começa e promete, para 2026, ser uma das mais simbólicas da história recente.

O CARNAVALESCO estará lá, como sempre, para contar, interpretar e sentir esse momento com você.

Mocidade Unida do Santa Marta encerra trilogia com o enredo ‘Samba é minha cachaça’ em 2026

A Mocidade Unida do Santa Marta divulgou o seu enredo para o carnaval de 2026. A azul e branco levará para a Intendente Magalhães o tema “Samba é minha cachaça”, desenvolvido pela carnavalesca Carila Matzenbacher e pelo enredista Patrick Felipe . O enredo fecha a trilogia que a agremiação propôs nos últimos anos na avenida.

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Tudo começou em 2024, com o enredo “Sextou #é só sucesso”, quando a escola evocou o malandro, bamba do samba, para aproveitar a folga no final de semana. Em 2025, “Ajeum, Alimento de Corpo e Alma” a comida como elemento fundamental de socialização das comunidades, nas ruas, nas quadras, onde o malandro se delicia na feijoada.

“Nosso enredo fecha a trilogia em celebração à vida. Se já curtimos e já comemos, é hora dos copos encherem. Vamos unir as duas paixões nacionais e levar para a Intendente Magalhães o nosso malandro, que já está no bar com o copo cheio, cercado dos parceiros batuqueiros, cantando um samba em feitio de oração, à mais brasileira de todas: A SANTA CACHAÇA. Afinal, Cachaça é o meu Samba neste carnaval, ih, acho que subiu”, brinca a carnavalesca.

A agremiação abrirá os desfiles da Série Prata em 2026 desfilando no domingo, 15 de fevereiro, na Intendente Magalhães.

Feijoada da Renascer de Jacarepaguá terá comemoração do aniversário da escola e lançamento do samba para o Carnaval 2026

Em clima de festa, a Renascer de Jacarepaguá prepara uma edição especial da sua tradicional feijoada no próximo sábado, véspera do Dia dos Pais. A quadra da escola, localizada no bairro do Tanque, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, será palco de uma tarde repleta de samba, arte, homenagens e emoção. O evento começa ao meio-dia com o delicioso feijão temperado com amor e samba, prato principal da casa. Mas a programação vai muito além da gastronomia. Um dos destaques será a apresentação do espetáculo “Negra Palavra: poesia do samba”, produzido pelo Complexo Negra Palavra. A peça teatral mescla poemas e canções com foco na negritude e nas vivências da periferia, promovendo uma verdadeira viagem pelos sambas-enredos históricos que marcaram o carnaval.

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Foto: Divulgação/Renascer de Jacarepaguá

No compasso da festa, o público vai sambar com a roda de samba da bateria guerreira da Renascer, comandada pelo mestre Felipe D’Lelis, além dos shows de Wallace Porto, Cosminho, Leonardo Bessa e diversos segmentos da escola.

O sábado também será marcado por comemorações especiais: o aniversário da Renascer contará com a presença ilustre da coirmã Portela, além de homenagens a grandes personalidades do samba. E, como se não bastasse, o evento vai apresentar, em primeira mão, o samba-enredo oficial para o Carnaval de 2026.

Carnaval 2026: foco na volta à Sapucaí

Em 2026, a Renascer será a quarta escola a desfilar na Intendente de Magalhães, no domingo, 15 de fevereiro, pela Série Prata, e promete levar toda a sua garra e criatividade para lutar pelo retorno ao Grupo Especial da Marquês de Sapucaí no ano seguinte.

Serviço:
Feijoada da Renascer
Data/Horário: Sábado, dia 9 de agosto, a partir das 12h
A Feijoada é servida até às 17h
Local: Quadra da Renascer, na Avenida Nelson Cardoso, n° 82, Tanque, Jacarepaguá, RJ
Atrações: Apresentação do espetáculo “Negra Palavra: poesia do samba” com Molejo da Tabajara, Roda de samba com o mestre Felipe D’Lelis, shows com Leonardo Bessa e segmentos, Wallace Porto e Cosminho.
A entrada é o valor da Feijoada: R$20 (vinte reais)
Venda antecipada de mesas: (21) 99177 06 89, Ana Paula

Independentes de Olaria apresenta novos Diretores de Harmonia para o carnaval de 2026

A Independentes de Olaria anunciou a dupla de diretores de harmonia para 2026. Rico e Nelson Marinho assumem o quesito rumo ao próximo desfile na Intendente Magalhães. Crias da casa, ambos têm a missão de conduzir a agremiação em busca do campeonato e uma vaga na Série Ouro no carnaval de 2027.

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Foto: Divulgação

Rico é Produtor Cultural e Mestre de Cerimônias. Iniciou sua trajetória na própria Independentes de Olaria como apoio em 2023. Em 2024 entrou para a Harmonia da Escola e hoje também integra o time de Harmonia da nossa Madrinha da Imperatriz Leopoldinense. “Minhas expectativas são as melhores possíveis. Sei do potencial do nosso time de harmonia que já é forte e comprometido e acredito que, juntos, podemos elevar ainda mais o nosso desempenho. Quero somar, ouvir, construir coletivamente e manter vivo o espírito aguerrido da nossa comunidade”.

Nelson Marinho já passou pela Vigário Geral, Acadêmicos da Abolição, Independentes de Olaria e atualmente também é Diretor de Harmonia da Imperatriz Leopoldinense. “Minha expectativa é fazer um bom trabalho junto da harmonia para alcançarmos o tão desejado grupo de acesso da Marquês de Sapucaí”.

‘É um campeonato para mim!’ Mestre Ciça se emociona com homenagem da Viradouro

Durante a leitura da sinopse do enredo da Viradouro para o Carnaval de 2026, realizada na quadra da Estácio de Sá, mestre Ciça, se emocionou com a homenagem. O desfile do próximo ano celebrará sua trajetória no samba, e o local escolhido para a apresentação do enredo reforçou o simbolismo da noite: foi na Estácio que Ciça iniciou sua carreira no carnaval.

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Fotos: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

Em entrevista ao CARNAVALESCO, Ciça falou da emoção de receber a homenagem da Viradouro pela sua trajetória no mundo do samba. “Eu me pergunto às vezes se valeu a pena tudo que eu fiz lá atrás, há 37, 38 anos. E valeu. Esse reconhecimento em vida é maravilhoso”, afirmou. Mestre Ciça destacou que o tributo promovido pela Viradouro tem um peso especial por vir da escola onde está em atividade. “É um campeonato para mim”, declarou.

O homenageado se disse particularmente impactado pela forma como a sinopse retrata sua relação com a Viradouro. “A entrada, a cabine número 1… achei do cacete. Porque o enredo foi bem elaborado nesse detalhe. Me surpreendi. Apesar de ter ajudado em algumas coisas, essa parte ali da primeira cabine… A Viradouro é diferente, né? Aquilo foi muito bacana”, comentou referindo-se ao momento da sinopse em que a escola contará o começo de sua trajetória na Estácio de Sá.

Além das memórias afetivas com a escola de Niterói, Ciça valorizou a escolha da Estácio como palco da leitura do enredo. “A escola que eu me criei. Eu moro no Estácio até hoje. Me tornei mestre de bateria aqui, tudo que aprendi foi nessa escola”, disse, emocionado.

Para ele, participar da apresentação do enredo no mesmo espaço onde sua história começou foi um momento de rara intensidade. “A emoção maior é esse sentimento que eu tenho aqui hoje. Só agradeço”, finalizou.

Tati Minerato não fica! Estácio terá nova rainha de bateria para o Carnaval 2026

O presidente da Estácio, Edson Marinho, conversou com o CARNAVALESCO, revelou que Tati Minerato não segue como rainha de bateria e que a nova será anunciada nos próximos dias, com a festa de coroação ainda em agosto.

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Presidente da Estácio, Edson Marinho. Foto: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

“Teremos uma nova raiha. A apresentação deve acontecer dia 09 ou 15 de agosto”, revelou o dirigente, que falou sobre 2026 e fez um balanço de 2025.

“O que pode se esperar é um grande carnaval, tivemos uma felicidade de ter mais um grande enredo, falar de Tata Tancredo, e a escola já está trabalhando para o sucesso. Podem esperar. Sem desmerecer as coirmãs, a escola vai vir daquele jeito. Muito honestamente falando, achamos que não faltou nada em 2025. Na nossa concepção, nós fizemos um grande desfile como falado até pela mídia. Um grande pesquisador de carnaval, comentarista, deu a escola como uma das melhores, ou a melhor que desfilou. Claro que estamos trabalhando para vir melhor do que fizemos. Cada ano a gente tem que estar se superando cada vez mais, e estamos trabalhando para fazer um grande desfile”.

Marinho também respondeu sobre a dificuldade em fazer carnaval na Série Ouro. “A questão financeira é uma desproporção muito grande de um grupo para o outro, mas a gente tem que fazer com o que tem. Estar bem administrado, organizado, com a ajuda de um amigo ou outro, trabalhando, a gente consegue fazer, conforme fizemos, e o nosso entendimento não faltou nada para a gente ano passado. Com toda dificuldade, mesmo com a dívida que ficou, a gente fez um carnaval lindo, respeitoso, porém um carnaval grandioso, conforme Estácio, que é uma escola grandiosa. E em 2026 não vai ser diferente, os protótipos das fantasias já estão prontos, vamos fazer o lançamento agora dia 22 de agosto, e estamos trabalhando com mais vontade até do que em 2025 para fazer melhor, muito melhor do que foi feito”.

Macumba é macumba! Estácio de Sá incorpora e escolhe samba da parceria de Luiz Antônio Simas para o Carnaval 2026

‘Laroyê, Pombagira!’ Em Cima da Hora exalta a força e a liberdade das Marias no Carnaval 2026

No Carnaval de 2026, a Escola de Samba Em Cima da Hora levará para a Marquês de Sapucaí uma poderosa reverência à espiritualidade afro-brasileira, ao protagonismo feminino e à resistência cultural. Com o enredo “Salve Todas as Marias – Laroyê, Pombagiras!”, a escola promete emocionar o público ao homenagear as enigmáticas e vibrantes entidades conhecidas como Pombagiras.

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A escolha do tema não apenas resgata uma figura central das religiões de matriz africana, como também rompe com preconceitos históricos. As Pombagiras, muitas vezes alvo de estigmas e incompreensões, serão exaltadas como símbolos de coragem, transformação e empoderamento feminino. Representadas como mulheres livres, fortes e independentes, elas desafiaram normas sociais e religiosas ao longo dos séculos, conquistando respeito e devoção especialmente nas práticas da Umbanda e da Quimbanda.

Guardadoras dos segredos da alma humana e senhoras das encruzilhadas da vida, as Pombagiras serão retratadas pela azul e branco de Cavalcanti como figuras de resistência e sabedoria. Entre bruxas, feiticeiras e cortesãs, elas surgem como imagens que caminham entre o sagrado e o profano, desafiando estereótipos e mostrando sua potência espiritual e simbólica.

A Em Cima da Hora se propõe, assim, a transformar a avenida em um grande ritual de celebração, respeito e devoção. Em tempos em que a intolerância religiosa ainda persiste, o enredo será um ato de afirmação cultural, promovendo o respeito à diversidade e à fé do povo brasileiro.

“Laroyê! Mojubá, Pombagira!” é com esse grito de saudação que a escola pretende encantar a Sapucaí, levando ao público a beleza, o mistério e a força das Marias de todos os tempos.

Presidente da Liga-SP fala do Acesso 1 e a transmissão da Band no Carnaval 2026: ‘cada ano se torna mais competitivo’

Por Gustavo Lima e Will Ferreira

A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP) anunciou uma grande novidade para o Carnaval de 2026: a Band será a responsável pela transmissão, ao vivo e em rede nacional, dos desfiles do Grupo de Acesso I, que acontecem no domingo, dia 15 de fevereiro de 2026, no Sambódromo do Anhembi. A transmissão fará parte do tradicional Band Folia, que dá voz e vida às centenas de manifestações carnavalescas do país. Veja abaixo o posiciomaneto de cada escola sobre a parceria.

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Foto: Reprodução Band

“É uma honra ter a Band na transmissão deste grupo de Acesso I que a cada ano se torna mais competitivo. O carinho e o respeito que a emissora tem com as manifestações culturais do país foram cruciais para o estabelecimento desta parceria”, afirma ao presidente da Liga-SP, Renato Remondini.

Ordem dos desfiles do Acesso 1 em 2026:

Camisa 12
Unidos de Vila Maria
Acadêmicos do Tucuruvi
Mancha Verde
Nenê de Vila Matilde
Pérola Negra
Dom Bosco de Itaquera
Independente Tricolor

Escolas do Acesso 1 de São Paulo celebram transmissão do Carnaval 2026 na Band

Escolas do Acesso 1 de São Paulo celebram transmissão do Carnaval 2026 na Band

Por Gustavo Lima e Will Ferreira

A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP) anunciou uma grande novidade para o Carnaval de 2026: a Band será a responsável pela transmissão, ao vivo e em rede nacional, dos desfiles do Grupo de Acesso I, que acontecem no domingo, dia 15 de fevereiro de 2026, no Sambódromo do Anhembi. A transmissão fará parte do tradicional Band Folia, que dá voz e vida às centenas de manifestações carnavalescas do país. Veja abaixo o posiciomaneto de cada escola sobre a parceria.

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Divulgação/Band

Bruna Moreira (Babalu), Nenê de Vila Matilde
“A importância para todas escolas é muito especial. Para Nenê, ainda mais porque remete a homenagem que fizemos para Band com o João Carlos Saad. A Nenê está muito feliz com esse acordo”.

Rodrigo Delduque, Tucuruvi
“É um marco a televisão aberta, com a potência que tem o Grupo Band, transmitir o Grupo de Acesso e espero que futuramente a gente consiga também alguma parceria para o Acesso 2. Fortalece nossa cultura, trabalho e empenho das escolas. Leva muito entretenimento para todas pessoas. A Band vai mostrar todo o trabalho anual para que não conhece o trabalho diário de uma escola de samba”.

Glaucio, Independente Tricolor
“A importância é enorme para gente. Essa chegada da Band traz o crescimento na melhor hora da disputa do Grupo de Acesso. Agradecer a Band”.

Presidente Adilson José, Vila Maria
“Tínhamos a dificuldade de mostrar nosso carnaval. Temos um grande potencial. A Band se comprometeu a mostrar, não só o desfile, mas o dia a dia de cada escola. Vai trazer o diferencial e mostrando para o Brasil todo, valoriza muito o carnaval paulista. Fizemos uma parceria e vamos contar com grandes patrocinadores. O apoio é crucial”.

Dênis Roberto, diretor de carnaval da Camisa 12
“A gente está em uma mudança de patamar. Há muito tempo a gente vê o Acesso de forma diferente do que realmente possui. Sempre falo que deveríamos unir e fazer um grande Grupo de Acesso. São 8 escolas no Acesso 1, sem gordura e que não estava tendo visibilidade. Por isso, a Band chega para dar essa visibilidade que o grupo precisava. Estávamos precisando muito de uma transmissão em TV aberta para o Brasil inteiro. Será uma parceria de grande futuro e lucro para ambas as partes”.

Paulo Serdan Filho, diretor de Mancha Verde
“Há muito tempo o carnaval do Acesso não era transmitido. Já tinha o flerte da Band com a Liga. Com o crescimento do Acesso, que hoje é extensão do Especial, a Band viu essa oportunidade. É sensacional para todas escolas. É uma construção em conjunto, bem livre para todas escolas trabalharem seus patrocínios individuais e em conjunto. Essas ações vão fortelecer todas escolas”.

Carlos Shakila, diretor da Dom Bosco
“Estou muito feliz que a representavidade do Acesso 1 será transmitida para TV aberta. As escolas todas estão de parabéns por essa conquista. Abraçamos essa causa. É um marco para todas escolas”.

Ordem dos desfiles do Acesso 1 em 2026:

  • Camisa 12
  • Unidos de Vila Maria
  • Acadêmicos do Tucuruvi
  • Mancha Verde
  • Nenê de Vila Matilde
  • Pérola Negra
  • Dom Bosco de Itaquera
  • Independente Tricolor

Sob a luz das yabás, Mocidade Alegre escolhe samba para homenagear Léa Garcia no Carnaval 2026

Por Gustavo Lima e Will Ferreira

Doze vezes campeã do carnaval de São Paulo e vencedora de dois dos últimos três desfiles do Grupo Especial da cidade, a Mocidade Alegre definiu no último domingo, na Arena Morada do Samba, qual samba-enredo levará para o Anhembi para embalar o desfile de “Malunga Léa – Rapsódia de uma Deusa Negra”, assinado pelo carnavalesco Caio Araújo. O Samba 01 da eliminatória, composto por Aquiles da Vila, Fabiano Sorriso, Lucas Donato, Marcos Vinícius, Márcio André, Fabian Juarez, Fábio Gonçalves, PH do Cavaco, Salgado Luz, Tomageski, Mingauzinho e Chico Maia, sagrou-se vencedor. Presente nos eventos mais importantes para as agremiações paulistanas, o CARNAVALESCO entrevistou personalidades importantes para a Morada do Samba e traz tudo para você.

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Fotos: Gustavo Lima e Will Ferreira/CARNAVALESCO

Novo título, nova emoção

Os compositores ouvidos pelo CARNAVALESCO não esconderam a alegria em vencer novamente na agremiação: “É uma das escolas mais poderosas do carnaval de São Paulo. Nós temos muito carinho pela Mocidade, por toda a história, por tudo que já fez e que ainda vai fazer. É uma escola que sempre ousa, sempre faz diferente. Vencer novamente aqui é o máximo”, afirmou Márcio Gonçalves.

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Salgado Luz relembrou as vitórias que já conquistou na agremiação: “Tudo isso é muito positivo. É uma escola que sempre vem brigando pelo título. A presidente Solange é um exemplo de gestão. Os compositores do Brasil inteiro querem ganhar o samba na Mocidade. Ganhar três vezes não é brincadeira – e eu estou muito orgulhoso por isso”, destacou.

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Outro compositor a falar com a reportagem foi Marcos Vinícius: “Eu tenho quatro sambas dentro da escola e sou bicampeão de fato (ou seja, seguidamente) agora. Cada ano é uma emoção diferente. Eu sempre acho que vou viver a última emoção da minha vida no carnaval, mas todo ano vem um novo carnaval e me mostra uma nova emoção que eu posso viver com a minha família, meus amigos e parceiros de composição. Ver meus filhos cantando o samba em uma escola gigantesca, do tamanho da Mocidade Alegre, é surreal e impagável. Eu costumo dizer que tudo isso é culpa da música. Ela que traduz tudo isso no sentido de uma comunidade. Enquanto a música for a prioridade na nossa vida e na escola de samba, nós estaremos aqui para servir com qualidade fazendo o nosso melhor”, comemorou.

Obra elogiada

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Pessoas importantes da Mocidade Alegre destacaram a qualidade da obra escolhida. Solange Cruz Bichara Rezende, presidente da instituição, foi uma delas: “Gostei da escolha! A Mocidade tinha grandes obras, quatro sambas bons concorrendo ali, páreo a páreo. A qualidade dessas obras deixou a gente bastante nervoso na hora da escolha, mas a comissão julgadora estava consciente do que queria. A gente sempre faz esse levantamento, a gente sempre busca ouvir um pouco a comunidade”, destacou.

Um evento interno para a comunidade também foi relembrado pela mandatária da Morada do Samba: “Quinta-feira a gente cantou os quatro sambas na voz do Igor, isso é muito importante para nós entendermos toda a situação. A escola também teve algumas escolhas e calhou, também, de ser igual à da diretoria. Isso deixa a gente mais seguro – eu, pelo menos, como dirigente da agremiação, como porta-voz dessa comunidade, me sinto mais seguro em saber que muita gente da comunidade também queria esse samba. Facilita muito o nosso trabalho”, comemorou.

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Igor Sorriso, intérprete da agremiação, elogiou todos os finalistas: “Antes de mais nada: foi uma safra inteira incrível! A gente fica feliz de ter uma safra tão maravilhosa, foram quatro sambas dignos de ir para a avenida. Mas, é aquilo, só ganha um – e a gente escolheu um samba que representa muito bem a nossa escola: um samba aguerrido, um samba com uma musicalidade muito aflorada. A gente está feliz, a comunidade está feliz, deu para perceber o povo cantando. Agora, vamos trabalhar rumo ao carnaval”, pontuou.

Carnavalesco da escola, Caio Araújo também fez questão de elogiar todos os finalistas: “Eu amei a escolha, fiquei feliz demais com a escolha do samba. Eu acho que é uma etapa muito importante e que deixa a gente muito tenso: não importa a gente ter o melhor visual da história e não importa as peças estarem todas encaixadas se a gente não tiver um grande samba. Eu entrei nessa final muito tranquilo porque a gente tinha quatro grandes obras, mas eu saio com a tranquilidade de que, entre essas quatro, a gente escolheu a que é perfeita para o nosso desfile”, destacou.

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Ciclo encerrado com chave de ouro

Perguntado se a escolha do samba-enredo foi a coroação para um trabalho de pesquisa e criação de enredo de muito valor, Caio fez questão de exaltar o enredista da Morada do Samba: “Eu tenho um parceiro incrível, que é uma pessoa que eu amo, que é o Léo Antan. Ele é um pesquisador incrível, e a gente tem uma energia muito parecida, que bateu desde que a gente se conheceu. A gente, quando começou o processo de pesquisa da Léa, ainda durante o carnaval de 2025, a gente tinha já a certeza do caminho que a gente queria tomar – e a gente conseguiu refletir isso na sinopse que foi entregue para os compositores”, comentou.

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Para ele, a safra como um todo reforça a ideia de que a pesquisa, a sinopse e o enredo estão com ótima qualidade: “Quando os sambas chegaram, a gente teve a certeza de que a gente fez um trabalho que foi compreendido e que foi entendido por eles. A gente não queria contar a história da carreira da Léa, tim-tim por tim-tim: a gente queria falar da importância da construção do legado dessa mulher, de como ela foi revolucionária, de como o trabalho dela impactou e influenciou para que hoje a gente tivesse tantas atrizes pretas protagonizando novelas. A gente conseguiu acertar no alvo. E esse samba também conseguiu acertar no alvo para a gente passar essa mensagem para o público que vai estar assistindo ao nosso desfile”, pontuou.

Adaptação rápida

Tal qual a presidente, Igor Sorriso também valorizou o evento anterior à final do samba-enredo, fechado para a comunidade: “Me senti muito à vontade cantando o samba! A gente faz uma audição na prévia da final, e a gente já tinha que cantar todos os sambas. É um samba com muita qualidade musical. A gente fica feliz, é claro que temos que fazer os ajustes do que a escola vai sugerir para a gente. A gente vai trabalhar muito ele até o carnaval”, declarou.

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Escolha difícil

Se muitos nomes importantes da Morada do Samba destacar a safra, como foi a escolha pela obra vencedora? Caio passou por tal questão ao falar sobre a importância da canção para a apresentação oficial da agremiação: “A música, o samba, é o que se comunica mais fácil com quem está assistindo o desfile. É o samba que ajuda as pessoas a entenderem o que são as alegorias, o que as fantasias representam e de que maneira a gente está contando essa história. É por isso que a gente fica tão tenso e é uma escolha tão difícil a eliminatória de samba. Ela influencia totalmente no resultado final. Eu sei que esse samba é perfeito para a narrativa que a gente está montando, para contar sobre o legado e a carreira da Leia. É sempre uma etapa tensa, muito cuidadosa – mas que, graças a Deus, a gente sai com a certeza de ter feito a escolha correta”, afirmou.

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Solange, ao ser entrevistada, falou sobre as pessoas que escolhiam a obra vencedora. E ela aproveitou para detalhar o papel dela em tal comissão e como a dinâmica no grupo é feita: “Meu papel na comissão julgadora é nenhum. Hoje mesmo, por exemplo, eu nem perguntei qual era o samba: cada um escreveu seu samba no papel e me entregou. Eu não pergunto porque a gente tem o Ricardo Sonzin, que faz parte da nossa comissão julgadora: ele é do departamento cultural, ele é da comissão de carnaval, então ele sempre apresenta os enredos, instrui a comissão, mostra como tudo funciona. E, aí, fica a critério deles a escolha. Também pelo fato de todos eles serem da escola, vivenciarem a escola, eles conseguem também ter a noção do que é melhor para a Mocidade Alegre”, explicou.

Partes favoritas

Duas partes da canção, em especial, foram as mais citadas quando perguntados sobre quais seriam os trechos favoritos do samba-enredo da Mocidade Alegre para 2026. Uma dessas partes foi citada por Fábio: “O refrão do meio pegou. Essa chegou forte na comunidade. Todo mundo que comentou com a gente sobre o samba falou da qualidade da obra como um todo – em especial do nosso refrão do meio. Isso nos deixou muito feliz”, comentou. Salgado Luz foi além: “Era o tema da Escrava Isaura. A homenageada, Lea Garcia, trabalhou na novela e colocamos dentro do samba. Foi uma grande sacada. Nesta parte nós estávamos iluminados por Deus”, destacou.

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Marcos Vinicius foi ainda mais detalhista: “A construção desse samba foi muito peculiar, porque, principalmente, no refrão do meio, inflamou. Foi surreal. A ideia partiu de mim e do Lucas: a gente queria colocar um trecho da música ‘Retirantes’, do Dorival Caymmi – ‘vida de negro é difícil pra danar’. Só que eu dei a sugestão de encurtar e ficou o ‘lerê’. No complemento, o Aquiles deu a ideia de colocar a frase ‘todo preto vai para o céu’, que é uma peça da Léa. Criamos tudo isso e, às vezes, a gente não consegue explicar”, comentou.

Homenagens

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Como é tradicional em escolas de samba, o evento começou com samba e pagode de roda no meio da quadra. Depois, chegou a hora do esquenta da bateria – com Mestre Sombra, comandante da Ritmo Puro, mostrando-se bastante à vontade e interagindo não apenas com ritmistas e diretores; mas, também, com a comunidade presente.

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Canções históricas da agremiação embalaram apresentações de segmentos da Mocidade Alegre – como passistas, ala das baianas e casais de mestre-sala e porta-bandeira. Na vasta discografia da Morada do Samba, “Ojuobá – No Céu, os Olhos do Rei… Na Terra, a Morada dos Milagres… No Coração, Um Obá Muito Amado!” (de 2012) e “Omi – O Berço da Civilização Iorubá” (de 2003) foram alguns dos executados.

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Também chamou atenção uma extensa homenagem para a ala Em Cima da Hora, que desfilou durante 54 anos na Mocidade Alegre e anunciou que, a partir de 2026, não estará mais enquanto grupo – que, entretanto, se mantém como grupo de amigos. Integrantes da ala receberam faixas de baluartes da Morada do Samba, que, também, receberam um pavilhão especial com o logotipo do conjunto de desfilantes e da própria escola.