Neste Dia dos Pais, o presidente da Paraíso do Tuiuti, Renato Thor, celebra não apenas o laço de sangue com seus filhos, mas também a paixão que os une pelo samba e pela escola do coração. Entre emoção, hierarquia e respeito mútuo, pai e filhos dividem a responsabilidade de defender o pavilhão nos bastidores e na avenida, mantendo viva uma tradição que atravessa gerações. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente Renato Thor falou sobre a relação com os filhos nos bastidores da escola, a emoção de compartilhar a mesma paixão e o orgulho de trabalhar lado a lado no Tuiuti. Apesar da sintonia, ele admite que nem tudo é um mar de flores.
Renatinho, vice-presidente do Tuiuti, é um dos filhos de Renato Thor. Foto: Arquivo pessoal
“Dentro da escola, nossa relação é pautada por uma hierarquia. Eles sabem que é a nossa escola de coração. Somos todos familiares, mas cada um faz a sua parte para que, no final, tudo dê certo. Todos os meus filhos sempre me pedem a bênção. São maiores de idade, graças a Deus, temos uma relação maravilhosa”, afirmou Thor.
Sobre a convivência nos bastidores, ele revelou que a conexão entre eles é tão forte que basta um olhar para se entenderem: “É muito difícil a gente se desentender. Eles me conhecem bem e já sabem, pelo meu olhar, quando estão agradando ou não ao pai”.
Thor encerrou reforçando a importância da cumplicidade com os filhos, do respeito à hierarquia e da união pelo bem maior: a família, que se confunde com a paixão compartilhada pela escola.
Foto: Ana Júlia Agra/CARNAVALESCO
A equipe do CARNAVALESCO deseja um feliz Dia dos Pais a todos os sambistas que celebram a data e passam o amor pelo samba de geração para geração, mantendo viva nossa cultura e ancestralidade.
A Imperatriz Leopoldinense realizou, no último sábado, sua primeira eliminatória de sambas-enredo para o Carnaval 2026. Ao todo, 30 obras se apresentaram no palco da verde e branco de Ramos, das quais 13 seguem na disputa, que continua na próxima sexta-feira. A agremiação fez um corte significativo e eliminou 17 sambas. A escola traz o enredo “Camaleônico”, uma homenagem a Ney Matogrosso. Confira abaixo a opinião do CARNAVALESCO sobre o desempenho de cada samba classificado. * OUÇA AQUI
Parceria de Hélio Porto: Igor Sorriso e Charles Silva defenderam o samba da parceria formada por Hélio Porto, Aldir Senna, Orlando Ambrósio, Miguel Dibo, Marcelo Vianna e Wilson Mineiro. A obra foi o primeiro destaque do dia, com uma melodia que passeia por variações muito bem construídas, quase todas em tom maior, mantendo o samba firme. A sequência dos versos finais da segunda parte “eu juro que é melhor se entregar ao jeito felino provocador, devoro pra ser devorado, não vejo pecado ao sul do Equador” junto ao refrão principal — “eu quero é botar meu bloco na rua, de alma nua, pro dia nascer feliz, prazer é minha lei, prazer, meu nome é Ney, eu sou Imperatriz” foi o ponto forte da apresentação. O samba chegou a ser cantado por alguns presentes na quadra.
Parceria de Renan Gêmeo: Tem-Tem JR. interpretou o samba da parceria formada por Renan Gêmeo, Marcelo Adnet, Raphael Richard, Sandro Compositor, Silvio Mesquita e Rodrigo Gêmeo. Outra obra com bom rendimento, mostrando suas credenciais. A primeira parte foge do lugar comum com uma letra bastante poética, sendo um dos destaques criativos da composição, com versos como: “o timbre que arranha a hipocrisia, a voz de bandeja na radiola, o som que degola a tirania”.
Parceria de Me Leva: A parceria formada por Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Daniel Paixão, Herval Neto e Jorge Arthur teve Tinga como intérprete principal. Seguindo o embalo das duas parcerias anteriores, o samba mostrou força durante sua passagem e teve bom desempenho, apesar de o refrão principal “hei de tocar corações, provocar nas canções, uma nova diretriz…” não mostrar a mesma pujança do trecho que o precede “não existe pecado abaixo da linha do Equador, seu juízo rasgado, você libertário, riacho de amor”, que passou com extrema força.
Parceria de Marquinho Lessa: Leandro Santos comandou o samba de Marquinho Lessa, Kinho e Waltinho Honorato, que não obteve grande desempenho. Com uma letra de construção mais simples e sem arroubos poéticos, a obra passou de forma morna. O refrão principal “eu quero é botar minha escola na rua pra Sapucaí gemer, eu quero é botar minha escola na rua, eu quero é botar pra ferver” soou genérico e sem maior criatividade. Já o trecho “nos tempos de covardia oferecia na bandeja a rebeldia” está entre os bons momentos da obra.
Parceria de Josimar: Marquinho Art Samba e Thiago Britto foram as vozes principais da obra de Josimar, Carlos Kind, Diego Jorge, PC do Rio, Mito Bahia e Zica de Ricardo. Deram boa sustentação ao samba durante as duas passadas, cujo refrão central foi o ponto de maior pegada da apresentação, com os versos: “o seu grito é pra te libertar, tem feitiço, tem pecado e brilho no olhar, bandido enfeitado a se descobrir, a chave que faz a gaiola abrir”. O refrão principal não teve o mesmo desempenho.
Parceria de Jeferson Lima: Wander Pires comandou o samba de Jeferson Lima, Rômulo Meirelles, Chico de Belém, Mirandinha Sambista, Alfredo Junior e Tuninho Professor. A obra soube explorar a essência camaleônica do homenageado, com versos como: “um indomável nos palcos da vida, boca tingida de carmim, nas bandejas, secos e molhados, grito dos amordaçados, rebeldia sem fim”. O refrão central, com variações em tom menor, se mostrou muito bonito e foi valorizado pela interpretação de Wander Pires. Um forte desempenho que gerou aplausos na quadra ao final da apresentação.
Parceria de Luizinho das Camisas: O samba de Luizinho das Camisas, Chacal do Sax, Mateus Pranto, Tamyres Ayres, Camila Lúcio e Martins foi defendido por Dowglas Diniz e Rafael Tinguinha. A parceria veio caracterizada com lenços na cabeça e flores acima da orelha. A estrutura da obra possibilitou uma apresentação animada, em mais um desempenho satisfatório. O refrão principal resume bem a proposta da composição: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, ô menina eu sou é homem, sou é homem com H, faz um Carnaval comigo, remexe os quadris, nesse palco iluminado, sou Imperatriz”.
Parceria de Gabriel Coelho: Nêgo e Igor Vianna cantaram o samba da parceria de Gabriel Coelho, Alexandre Moreira, Guilherme Macedo, Chicão, Antônio Crescente e Bernardo Nobre. O samba se destacou pela construção bem elaborada e pelo ótimo refrão central: “de corpo fechado, o primitivo, o anjo safado, bandido, pecado sem pudor, feitiço de paixão, olhar provocador, doce sedução”. O refrão principal “vem, meu amor, vamos viver a vida, bota pra ferver que o dia vai nascer lá na Leopoldina” levantou componentes, mesmo com letra mais simples. Teve ótima recepção na quadra.
Parceria de Ricardo Goes: Emerson Dias e Leozinho Nunes defenderam o samba da parceria de Ricardo Goes, Sérgio Gil, Fernando de Lima, Gutemberg Kunta e Serginho Machado, com muita garra e animação, o que elevou o desempenho da obra, que passou com boa sustentação. O refrão principal que apostou em trechos de canções famosas de Ney Matogrosso (“a festa é nossa, Ney decretou: não existe pecado do lado de baixo do Equador, Imperatriz, todo o país pede em seu nome, vira, vira, vira homem, vira, vira, vira lobisomem”) não alcançou grande rendimento, mas não comprometeu o bom desempenho do restante do samba.
Parceria de Eduardo Medrado: Wic Tavares defendeu o samba de Eduardo Medrado, Kleber Rodrigues, Sandro Nery, Rodrigo Gauz, Patrick Soares e Juliana Madi. Como de costume, a obra de Medrado trouxe trechos melódicos fora do convencional, como a transição do bom refrão central para a segunda parte “canta para libertar mentes e corações, dança para rasgar mordaças e tradições, requebra para quebrar a tal censura, grito não silenciado da contracultura”, mas manteve uma estrutura bem alinhada. O samba teve desempenho firme, valorizando a beleza da obra.
Parceria de Drummond: Wantuir comandou o samba da parceria de Drummond, Nando do Cavaco, André Ricardo Godoi, Juninho Luang, Alcides Jr. Filosofia e Marcos Juninho da Vila. O veterano intérprete teve desempenho excelente, extraindo toda a qualidade da obra para o rendimento na quadra. O resultado foi uma passagem forte, com melodia valorizada, sobretudo no refrão central, que joga com trechos em tom menor: “ôôô mulheres de Atenas, louco da rosa sem cor, ôôô se o bicho pega, não corre da dor, escorre seu sangue latino, pavão divino, é cantor”. Uma passagem marcante.
Parceria de Roberto Doria: Niu Souza comandou o samba da parceria de Roberto Doria, Gustavo Tenório, Luã Imperador, Waguinho Melo, Edmar Cabrão e Diego Thekking. Um samba com características de “jogar para cima” e que conseguiu se manter firme durante a apresentação, apesar de a segunda parte ter sido um pouco mais arrastada. O refrão principal “eu vou botar meu bloco na rua, agora o bicho pega e come quem ficar, dizem que sou louco, louco é quem me diz, sou louco pela Imperatriz” foi o ponto alto da obra.
Parceria de Ian Ruas: Bruno Ribas defendeu o samba da parceria de Ian Ruas, Caio Miranda e Zé Carlos. Mais um bom desempenho neste sábado, com um samba que apresentou arroubos melódicos e uma letra que ressaltou o lado transgressor de Ney ao longo de toda a obra, com soluções inteligentes. O início da segunda passada “gemido de caos, sangrei, a rosa fatal, cantei” se mostrou interessantíssimo do ponto de vista melódico.
Compositores: LUIZINHO DAS CAMISAS, CHACAL DO SAX, MATEUS PRANTO, TAMYRES AYRES, CAMILA LÚCIO E MARTINS
INTÉRPRETES: DOWGLAS DINIZ E RAFAEL TINGUINHA
Meu amor…
O que habita em mim desabrochou!
Mil peles de quem se revelou
O corpo nu em transe…
Veja bem, meu amor
Eu sou a própria arte que provoca
De alma libidinosa
Metamorfose ambulante!
Eu quebro, requebro
Danço, balanço
E não dou descanso
A quem quer me decifrar
Tiro os caretas do conforto
Trago o contorno e a rebeldia no olhar
Sou um pássaro no cio (sou eu, sou eu)
Um desejo bandido, bandido!
Meu amor é visceral
O pecado original
Vem provar o meu feitiço (eu sou, eu sou!)
Se os ventos do sul hoje movem moinhos
E as mulheres de Atenas reinventam caminhos
Eu acho é pouco
Viver como louco
Entre rosas e espinhos
A ave libertária eu sou, o mistério que consome
Aquele que vira, vira, vira lobisomem
Rasgado, suado, sem nenhum pudor
Quebro o protocolo, me atiro em seu colo
Da liberdade, eu sou professor
Pro dia nascer feliz ao Sul do Equador!
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come
Ô, menina eu sou é homem! Sou é Homem com H!
Faz um carnaval comigo! Remexe os quadris!
Nesse palco iluminado, sou Imperatriz!
O que será?
Essa força gigante que invade o olhar
Se veste em mil peles
A voz que impele energia no ar
Na cara pintada tem sangue latino
Profano e sagrado
Puxa o rabo da censura
Ousadia sobe a mesa
Um banquete a rebeldia
A cabeça na bandeja
E se a mente voar, pousando no prazer
Sussurro vira grito a devorar você
O desejo roubado, é pecado sem roupa
Feitiço é deleite no céu da sua boca
Mirem-se no que ele canta
Rosa de loucuras tantas
Dança no fio da desrazão
Misterioso pavão hoje se manifesta
Alma cativa em noite de festa
Vira lobisomem, no fundo da floresta
Vamos fazer um pecado
Doloso, safado, com gosto de amor
Sou vira-lata de raça
Onde a luz da lua vem nua
Iluminar a nossa gente
No verde de um camaleão Leopoldinense
Eu vou botar meu bloco na rua
Agora o bicho pega e come quem ficar
Dizem que sou louco, louco é quem me diz
Sou louco pela Imperatriz
Compositores: Drummond – Nando do Cavaco – André Ricardo Godoi – Juninho Luang – Alcides Jr. Filosofia – Marcos Juninho da Vila
Intérprete: Wantuir
Derramem lantejoulas, paetês…
Entre plumas e, talvez, hibiscos, pedrarias…
Oh, dúbia magia! O brilho fascinante a revelar,
O bicho-homem a intrigar!
Em cena, vai rasgando a fantasia…
Outra pele, outro dia, um artista a se requebrar…
A boca vermelha, a liberdade, o peito nu…
No coração da América do Sul!
Entre “Secos & Molhados”, serpenteou…
De bandeja oferecido, desafiou…
A libido aflora… com seu grito na vitrola, lutou por nós!
É “água do céu”, é “bandido”, é “pecado”,
Predestinado, seu “feitiço” é sua voz!
Ôôôô… Mulheres de Atenas,
Louco da rosa sem cor,
Ôôôô… Se o bicho pega, não corre da dor…
Escorre seu sangue latino, pavão divino, é cantor!
“Vira, vira… vira homem… vira, vira… “
“Vira, vira lobisomem… vira, vira…”
Rasgou a pele, na Avenida é saltimbanco,
Colorido em verde e branco, lá vai ele a provocar!
Camaleão a arrepiar…
“Quem não sabe o que é o amor”, Imperatriz!
Não sabe viver pra ver o dia nascer feliz!
Olha ele chegando, fazendo alvoroço!
Pode aplaudir: Ney Matogrosso!
“Deixa a tristeza pra lá”, vem viver…
Vem sambar com a Imperatriz!
E sair por aí pra botar
O seu “bloco” na Sapucaí!
COMPOSITORES: HÉLIO PORTO, ALDIR SENNA, ORLANDO AMBROSIO, MIGUEL DIBO, MARCELO VIANNA E WILSON MINEIRO
CAMALEÔNICO, ICÔNICO, TRANSFORMAÇÃO
FACE DA FERA SELVAGEM
QUEBRA DE QUALQUER PADRÃO
PELO VISÍVEL, INDEFINÍVEL
RESSIGNIFICA O FRÁGIL
O QUE CONFUNDE É O DESBUNDE
DO QUE DESAFIA O FÁCIL
CANTO COM ALMA DE MULHER
ARTE QUE SABE O QUE QUER
PRA TODOS SENTIDOS EU PERCO A CABEÇA (ÔÔÔÔ)
ME SIRVO EM BANDEJA PRA ESCANDALIZAR
E NÃO SE ESQUEÇA
EU SOU O POEMA QUE AFRONTA O SISTEMA
A LÍNGUA NO OUVIDO DE QUEM CENSURAR
LIVRE PARA SER INTEIRO
POIS, SOU HOMEM COM H
E COMO SOU…
O BICHO, BANDIDO, PECADO E FEITIÇO
PAVÃO DE MISTÉRIOS, REBELDE, CATIÇO
A VOZ QUE À CÁLIDA ROSA DEU NOME
MULHER DE ATHENAS QUE O MAU NÃO CONSOME
O SANGUE LATINO QUE VIRA
VIRA, VIRA LOBISOMEM
EU JURO QUE É MELHOR SE ENTREGAR
AO JEITO FELINO PROVOCADOR
DEVORO PRA SER DEVORADO
NÃO VEJO PECADO AO SUL DO EQUADOR
EU QUERO É BOTAR MEU BLOCO NA RUA
DE ALMA NUA, PRO DIA NASCER FELIZ
PRAZER É MINHA LEI
PRAZER, MEU NOME É NEY
EU SOU IMPERATRIZ!
COMPOSITORES: JEFERSON LIMA, RÔMULO MEIRELLES, CHICO DE BELÉM, MIRANDINHA SAMBISTA, ALFREDO JÚNIOR e TUNINHO PROFESSOR
INTÉRPRETE: WANDER PIRES
SURREAL… O SER QUE VEJO NA MATA
E CANTO NO CARNAVAL
LIVRE, COM AS ASAS DA INSENSATEZ
ENTRE FLORES, PLUMAS, PAETÊS
TEM MAGIA, SEDUÇÃO
FANTASIA EM PELE DE CAMALEÃO
UM INDOMÁVEL NOS PALCOS DA VIDA
BOCA TINGIDA DE CARMIM
NAS BANDEJAS, SECOS E MOLHADOS
GRITO DOS AMORDAÇADOS, REBELDIA SEM FIM
UM BANDIDO CORAZÓN… TRAIÇOEIRO!
CAVALEIRO E CIGANO… BANDOLEIRO!
O FEITIÇO LIBERTA ANJOS DESIGUAIS
ÀS FERIDAS ABERTAS, O VIÇO DOS IDEAIS
A VOZ QUE SARRA A CANÇÃO
DESAMARRA MULHERES DE ATENAS
FAZ DO SANGUE LATINO, POEMA
UM PAVÃO DE MISTÉRIO NO AR
O VIRA QUE VIRA PRA QUEM QUER VIRAR
EU VOU BOTAR MEU BLOCO NA RUA
A FESTA É SUA… DELÍRIO, PRAZER
PRO SOL DESPERTAR A VIDA TÃO NUA
E O DIA, FELIZ, NASCER
LOUCO, COMO QUIS, LOUCO E APRENDIZ
LOUCO É QUEM NÃO VEM SAMBAR NA IMPERATRIZ
NÃO HÁ PECADO, AMOR, VEM SE ACABAR!
BICHO PEGA, BICHO COME, REQUEBRA HOMEM COM H
SUA VERDADE, EU SEI: A LIBERDADE É A LEI!
DOCE VENENO PRA SE LAMBUZAR
Compositores: Ricardo Góes, Sergio Gil, Fernando de Lima, Gutemberg Kunta e Serginho Machado
Ser humano ou animal?
Bicho homem na canção
Inclassificável!
Vestido em mil peles
Um camaleão
Requebra bem diante dos caretas
A boca matizada de carmim
O corpo deslizando em zigue-zague
Um xamã tupiniquim
E assim, os preconceitos quebrou
O grito que do silêncio partiu
E gira na vitrola o vinil!
Doce e amargo paladar… vem provar
Secos e Molhados recordar!
Homem primitivo, dá vez ao bandido Bis
Com pecado e sem juízo!
A voz dos que não tem voz
Canto do Uirapuru
Tu és todo feitiço de um corpo nu
Clamor das mulheres de Atenas
O eco de uma bomba sem cor
O sangue latino que pinta um gemido de dor
Os mistérios de um pavão
Leque aberto em louvação
Desvendar
Se correr o bicho pega
Se ficar o bicho come
Êta, homem com “H”!
A festa é nossa…Ney decretou:
“Não existe pecado do lado de baixo do Equador“
Imperatriz, todo país pede em seu nome: Bis
“Vira, vira, vira homem
Vira, vira, vira, vira lobisomen”
A União da Ilha faz neste sábado sua final de samba-enredo para o Carnaval 2026. Cinco parcerias estão na disputa. A parceria de Wagnão, Rony Sena, João Vidal, Vinícius Moro, Renan Diniz, Paulo Beckham, Jotapê e Gigi da Estiva foi apontada favorita para vencer com 74,4% dos votos. A parceria de André de Souza, Leandro Pereira, Ricardo Castanheira, Bernardo Nobre, Luiza Vieira, Júlio Assis, Victor Latorraca e Vitor Lajas ficou com 18,6%.
A parceria de Almir da Ilha, Claudio Russo, Tubarão, Paulo Gallo, Marcelo Martins, Junior Nova Geração, Rafinha da Ilha e Guga das Candongas teve 2,7%. A parceria de Romeu D´Malandro, Diego Nicolau, Carlinhos Fuzileiro, W. Corrêa, Geraldo M. Felício, Wilson Mineiro, Eli DR. e Richard Valença recebeu 2,2%. E a parceria de Queiroga, Filipe Zizou, Luciano Gomes, Maralhas, Marco Medeiros, Felipe Petrini, Sérgio Português e Beto Playmobil terminou com 2,1%.
O CARNAVALESCO traz abaixo o balanço da “Noite dos Enredos”, que aconteceu na última sexta-feira, na Cidade do Samba. Não faltou emoção para homenagear Arlindo Cruz e Bira Presidente, durante a Noite dos Enredos, com direito a um minuto de silêncio e diversas canções que marcaram as carreiras dos artistas. Como no ano passado, o local recebeu um público superior a oito mil pessoas e celebrou o encontro que é uma das prévias para os desfiles oficiais do ano que vem. Veja um resumo de cada exibição.
Niterói abre a Noite dos Enredos com homenagem carregada de emoção a Lula A escola abriu a “Noite dos Enredos” com muita vontade. O público reagiu desde o início aos gritos de “Lula, Lula”. Apesar de algumas vaias, prevaleceu a ovação ao atual presidente do Brasil. O famoso Fabiano Trompetista esteve presente. O enredo foi apresentado de forma cronológica, passando pelo Nordeste, infância, desafios, chegada a São Paulo e, por fim, o momento político, destacando Lula como um dos maiores líderes da história do país. A exibição transmitiu um clima de euforia e terminou nos braços do povo, ao som de “Olê, Olê, Olá, Lula, Lula”. Fora da polarização, a escola cumpriu o objetivo de explicar o enredo e conquistar o público.
Mocidade emociona ao celebrar Rita Lee e aposta em repertório icônico
A escola apresentou um conteúdo mais consistente em relação ao ano anterior. A abertura contou com a participação de Roberto de Carvalho, companheiro de Rita Lee, que declarou a felicidade e a honra da família com a homenagem. Um vídeo exibido no telão explicou o enredo com mais detalhes do que a performance no palco. A apresentação valorizou músicas de sucesso da cantora, incluindo efeito especial simulando lança-perfume. A bateria e o intérprete Igor Vianna se encaixaram com precisão na obra da roqueira. O “casal iluminado”, Diogo e Bruna, também participou. O encerramento trouxe “Santa Rita” e um vídeo com a cantora afirmando: “Acho que fiz um monte de gente feliz”.
Paraíso do Tuiuti encanta com teatralização e dança sobre o Ifá
A escola baseou sua apresentação na dança, com movimentos intensos e expressivos, conseguindo atrair a atenção do público. A teatralização destacou a temática do Ifá, reforçada pela escolha de um narrador para explicar pontos do enredo. O casal Vinícius e Rebeca participou, e o intérprete Pixulé encerrou interpretando “Canto das Três Raças”, de Clara Nunes. Espetáculo do cantor!
Unidos da Tijuca dá aula de como apresentar um enredo
A escola uniu teatralização e narrativa do enredo com falas marcantes e emocionantes. O conteúdo denso foi conduzido com firmeza pela porta-bandeira Lucinha Nobre. O trabalho das coreógrafas Bruna e Ariadne, em parceria com o carnavalesco Edson Pereira, teve excelente resultado. A apresentação serviu como exemplo de como transmitir um enredo, colocando a escola do Borel em destaque na noite.
Vila Isabel aposta em formato de musical e resgata identidade
A apresentação foi marcada por trocas de cenários bem executadas e por um vídeo explicativo que complementou a performance de palco. O formato seguiu o estilo de musical, com destaque para coreografias. A Azul e Branco evidenciou um resgate de identidade, valorizando a cultura, a raiz do samba e a negritude. O encerramento trouxe Tinga interpretando o samba de 2012, sobre Angola.
Salgueiro relembra trajetória de Rosa Magalhães com criatividade
A escola iniciou sua apresentação com o áudio que simula a fala de Rosa Magalhães: “Todo mundo sabe que sou salgueirense”. A participação de Cacau Protásio trouxe carisma e força à cena. O roteiro percorreu momentos de glória da carnavalesca em diferentes escolas, sempre intercalando sambas marcantes, com destaque para o travalho de Alemão do Cavaco, do intérprete Igor Sorriso e da equipe do carro de som. O encerramento foi feito com os sambas de 1990 e 1991, de desfiles criados por Rosa na própria Academia.
Mangueira leva o público ao Norte do Brasil com apresentação lúdica e musical
A escola optou por uma abordagem lúdica e musical, iniciada com um vídeo narrando a trajetória da agremiação pelo Norte do Brasil. Coreografias e danças deram ritmo à apresentação. A bateria “Tem que respeitar meu tamborim” trouxe energia, e o intérprete Dowglas Diniz cantou o samba-exaltação. O encerramento ocorreu com samba-enredo e a participação do casal “Furacão”, Matheus e Cintya, arrancando aplausos calorosos.
Portela leva águia para o meio do público
A apresentação começou com Gilsinho, a equipe do carro de som e a bateria executando o “Ponto de Xangô – Amarra os Inimigos e Dá um Nó”. O casal Marlon e Squel brilhou dançando o samba de 1995. Jerônimo da Portela entrou em cena como o “Príncipe do Bará” e, ao fundo, surgiu a tradicional águia, levando o público ao delírio. O encerramento aconteceu com o símbolo máximo da escola no meio da plateia.
Viradouro emociona ao celebrar mestre Ciça no palco
A escola apostou na emoção e deu certo. Mestre Ciça, presente no palco, assistiu à apresentação e se comoveu. Um vídeo mostrou sua infância no Estácio, associando sons do cotidiano a instrumentos de bateria. O momento mais marcante foi o encontro do “menino” com Ciça no palco. Em seguida, Wander Pires interpretou sambas de escolas por onde o mestre passou. Casais de várias agremiações participaram, e o encerramento trouxe diversos mestres de bateria no palco, com os ritmistas da “Furacão Vermelho e Branco” no meio do público e o grito de “Pra cima, Ciça”.
Pitty de Menezes brilha em tributo a Ney Matogrosso na Imperatriz
A apresentação destacou o talento de Pitty de Menezes interpretando canções de Ney Matogrosso. Com domínio de palco e interpretação precisa, o cantor é o grande nome do Grupo Especial. A escola optou por uma viagem musical sem narração explicativa, mas com coreografias e números de dança. O encerramento trouxe o casal Phelipe e Rafaela ao som de “Pro Dia Nascer Feliz”, de Cazuza e Roberto Frejat.
Grande Rio valoriza Manguebeat com figurinos e coreografia marcantes
A vice-campeã apostou na força musical e coreográfica para valorizar o enredo sobre o Manguebeat. Figurinos elaborados e um efeito cênico com guarda-chuvas marcaram o número com “Da Lama ao Caos”, do Nação Zumbi. Assim como a Imperatriz, não utilizou narração, encerrando a apresentação com o samba de 2024.
Beija-Flor celebra o Bembé e exalta a ancestralidade
A campeã abriu falando sobre o Bembé, exaltando a festa do povo preto e a ancestralidade, conectando-a à escola e ao maior candomblé de rua do mundo. A performance seguiu com foco em dança e música, incluindo momentos em que integrantes foram suspensos no ar. O intérprete Nino encerrou cantando “Reconvexo”, de Maria Bethânia.