A Estrela do Terceiro Milênio desfilou duas vezes no Grupo Especial, em 2023 e 2025, e foi justamente na segunda vez que a escola venceu o prêmio Estrela do Carnaval de melhor comissão de frente. Foi uma coreografia impactante e diferente, com bailarinos representando pessoas trans e integrantes do mundo ballroom. A encenação se destacava pela imponência e criatividade, além de ser inteiramente realizada sobre o elemento alegórico. O coreógrafo Régis Santos conversou com o CARNAVALESCO, falou sobre a premiação e o trabalho feito em 2025.

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Foto: Fábio Martins/CARNAVALESCO

De acordo com Régis, vencer o Estrela do Carnaval é o reconhecimento de um trabalho árduo. O coreógrafo exaltou o investimento feito pela diretoria da Milênio, além dos figurinos e da entrega de seus bailarinos.

“O Estrela do Carnaval é o reconhecimento de um trabalho. Ainda mais neste ano, em que vocês fizeram um convite para outras pessoas especializadas no assunto, fica uma coisa menos unilateral e reconhece o valor de uma forma muito mais plural. Acho que, para a Milênio e para o Régis, especificamente, é muito importante, porque a escola ousa e a diretoria banca. Eu não sossego, sou uma pessoa inquieta, quero ensaiar debaixo de raios e tempestades — não tem tempo ruim. Os figurinos foram algo superelaborado, com um elenco entregue e dedicado ao trabalho. É um espaço aberto para esse recorte do mundo LGBT, com pessoas trans e personalidades da cena Ballroom, pela primeira vez dentro do Carnaval. Teve ilusionismo sem descer do elemento, que era algo muito importante. Todo mundo tinha medo, ficava com o pé atrás, mas depois foram só elogios. Quando a gente junta tudo isso e ganha um prêmio conhecido e respeitado, é fundamental para continuar”, declarou.

Investimento na comissão de frente e coragem para ousar

Régis é conhecido por sair “fora da casinha”. Segundo ele, isso se deve ao apoio de toda a diretoria, além de uma característica pessoal de buscar sempre executar comissões de frente fora do comum. O dançarino também afirma que quer continuar dessa forma.

“Eu penso que a gente tem que propor entretenimento e não ser engessado pelo ‘engessamento’ que o Carnaval está tendo. A gente precisa, de alguma forma, fazer com que o espetáculo seja delirante, empolgante, que a emoção esteja à flor da pele. Se os meus colegas tiverem o apoio das suas diretorias no quesito ousadia, investimento e confiança, vai dar certo. A diretoria aposta, e você tem que saber o tamanho do foguete que está acendendo. Ele pode ir para as estrelas, mas, se perder a órbita, vai para o fundo. É muito trabalho, mas dá para fazer — e esse é o meu caminho”, concluiu.