Em uma celebração à força e resistência das mulheres negras, a Mocidade Unida da Mooca (MUM) apresentou seu samba para o Carnaval 2026. O enredo “Gèlèdés – Agbara Obinrin”, que homenageia o Instituto Geledés, ganha vida em um formato singular: declamado nas vozes de mulheres negras da MUM e do próprio Instituto. A proposta é destacar a ancestralidade e a potência da palavra falada, carregada de memória e luta.

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Além da forma inédita de apresentação do samba, a Mocidade Unida da Mooca celebra outro marco em sua história: a estreia de Ste Oliveira como intérprete oficial da escola. Pela primeira vez, uma mulher ocupará esse posto no carro de som da MUM, justamente no ano em que o enredo homenageia o Instituto Geledés. Ste dividirá o comando dos microfones com Emerson Dias e Gui Cruz, marcando a retomada de um trio de vozes no carro de som.

“Estou muito emocionada com o enredo da Mooca, que descreve com sensibilidade as situações e falas de mulheres pretas que buscam reconhecimento, respeito e seu lugar de direito. Como mãe solo, mulher preta e cantora de samba, essa luta, que a escola levanta com maestria, me toca profundamente e enriquece não só o carnaval, mas também a nossa luta diária. Acredito muito no potencial da escola, do enredo e de cada componente, e espero que todas as mulheres pretas da Mooca se sintam representadas pelo meu canto, assim como me sinto representada por cada uma delas. Me sinto em casa e à vontade para fazer um trabalho brilhante e entregar um desfile lindo no carnaval de 2026”.

mooca samba2026
Foto: Bruno Gianelli/Divulgação MUM

O enredo, assinado pelo carnavalesco Renan Ribeiro e pela enredista Thayssa Menezes, promete levar para o Anhembi um espetáculo que mistura tradição e um estilo próprio da MUM, fortalecendo a narrativa das mulheres negras como protagonistas de suas próprias histórias.

“A MUM sempre me surpreende positivamente. Mais um enredo que vai dar o que falar. Samba de fácil leitura, lindo e que logo vai cair na boca do povo. O enredo é super necessário e certamente será uma aula de feminismo, direitos da mulher e um grande cala-boca aos racistas!”, destaca a Rainha da Bateria, Valeska Reis.