Compositores: Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo
Intérprete: Marquinho Art Samba
EU SOU DA ESTAÇÃO PRIMEIRA DE NAZARÉ
ROSTO NEGRO, SANGUE ÍNDIO, CORPO DE MULHER
MOLEQUE PELINTRA DO BURACO QUENTE
MEU NOME É JESUS DA GENTE
NASCI DE PEITO ABERTO, DE PUNHO CERRADO
MEU PAI CARPINTEIRO DESEMPREGADO
MINHA MÃE É MARIA DAS DORES BRASIL
ENXUGO O SUOR DE QUEM DESCE E SOBE LADEIRA
ME ENCONTRO NO AMOR QUE NÃO ENCONTRA FRONTEIRA
PROCURA POR MIM NAS FILEIRAS CONTRA A OPRESSÃO
E NO OLHAR DA PORTA-BANDEIRA PRO SEU PAVILHÃO
EU TÔ QUE TÔ DEPENDURADO
EM CORDÉIS E CORCOVADOS
MAS SERÁ QUE TODO POVO ENTENDEU O MEU RECADO?
PORQUE DE NOVO CRAVEJARAM O MEU CORPO
OS PROFETAS DA INTOLERÂNCIA
SEM SABER QUE A ESPERANÇA
BRILHA MAIS NA ESCURIDÃO
FAVELA, PEGA A VISÃO
NÃO TEM FUTURO SEM PARTILHA
NEM MESSIAS DE ARMA NA MÃO
FAVELA, PEGA A VISÃO
EU FAÇO FÉ NA MINHA GENTE
QUE É SEMENTE DO SEU CHÃO
DO CÉU DEU PRA OUVIR
O DESABAFO SINCOPADO DA CIDADE
QUAREI TAMBOR DA CRUZ FIZ ESPLENDOR
E RESSURGI NO CORDÃO DA LIBERDADE
MANGUEIRA
SAMBA TEU SAMBA É UMA REZA
PELA FORÇA QUE ELE TEM
MANGUEIRA
VÃO TE INVENTAR MIL PECADOS
MAS EU ESTOU DO SEU LADO
E DO LADO DO SAMBA TAMBÉM