Tem histórias que merecem ser contadas em vida. Tem sambistas que são tão grandes que não cabem apenas nas entrelinhas da memória. Precisam ser cantados, celebrados, reverenciados. Em 2026, a Viradouro escolheu fazer isso da forma mais bonita possível: colocando no centro da sua narrativa um dos nomes mais respeitados do mundo do samba: mestre Ciça. Ele que faz a escola pulsar. O enredo “Pra Cima, Ciça!” é um gesto de respeito e reconhecimento. A escola de Niterói olha para dentro, para o seu chão, para as mãos que moldam seu som, sua cadência e sua identidade. * LEIA AQUI A SINOPSE
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A Viradouro fará uma homenagem sem precedentes. Pela primeira vez, um mestre de bateria vira enredo de uma escola do Grupo Especial. Ciça tem 70 anos de vida e mais de 50 dedicados ao carnaval. O que ele construiu, ano após ano, está na história do samba. O popular “caveira” segue comandando ritmistas com a mesma paixão de quando começou ainda menino, como passista, na Unidos de São Carlos.
O texto da sinopse, escrito por João Gustavo Melo e idealizado por Tarcísio Zanon, não economiza emoção. Desde o início, quando evoca aquele “esquenta” cheio de ritmo que só a bateria sabe dar, a gente já entende: esse desfile não será sobre passado. Será sobre presença. Sobre um mestre que está vivo, atuante, respeitado, e que merece ver e ouvir a Sapucaí inteira bater cabeça pra ele.
O texto da sinopse acerta ao não cair em uma linearidade fria. A história de Ciça é contada com emoção, ritmo e poesia. Do menino da São Carlos ao mestre consagrado que passou por escolas como Estácio, Viradouro e União da Ilha, a narrativa reforça sua marca registrada: respeito conquistado por onde passou, batida criativa e o coração generoso.
Um dos trechos mais tocantes da sinopse diz que “um mestre nunca desfila sozinho” e é exatamente essa a imagem que se espera ver na Avenida: Ciça ladeado por seus ritmistas, amigos e admiradores, como se toda a comunidade sambista desfilasse com ele. Quem conhece Ciça sabe: ele é daqueles que puxam a fila, mas nunca olham apenas pra frente.
Outro acerto é o cuidado em valorizar a bateria como uma manifestação artística completa. A referência ao “Bonde do Caveira”, como é conhecida sua equipe de ritmistas, não é apenas um detalhe simbólico. É uma forma de mostrar que o comando também é feito em equipe, com disciplina, respeito e paixão. A bateria, aqui, não é só acompanhamento: é protagonista.
Ao lançar este enredo, a Viradouro não apenas escreve mais uma bela página em sua história, que, vale lembrar, chega aos 80 anos em 2026, como também contribui para um debate necessário sobre quem merece ser enredo. Em um tempo em que tantos sambistas deixam o mundo sem reconhecimento em vida, celebrar Ciça agora é um gesto necessário. É fazer justiça para aqueles que constroem o samba com o corpo e com a alma, muitas vezes longe dos holofotes.
Com “Pra Cima, Ciça!”, a Viradouro não está apenas fazendo história. Está dando um exemplo. Está mostrando que homenagens não precisam esperar a ausência. Que mestres merecem flores em vida. Que o samba é feito de gente. E que, quando essa gente é gigante, como Ciça, a Avenida inteira tem que se curvar. Em 2026, o coração da Sapucaí vai bater diferente. Vai bater com o ritmo de um mestre. Vai bater no tempo do Ciça.
Viradouro apresenta sinopse de ‘Pra Cima, Ciça’ em noite de reencontro na quadra da Estácio de Sá