Depois do amargo sabor da injustiça no Carnaval 2025, quando apresentou um desfile elogiado e mesmo assim ficou fora do sábado das campeãs, o Salgueiro retorna à Marquês de Sapucaí com a dignidade de quem transforma frustração em força. E não volta de qualquer forma. A Academia do Samba promete um espetáculo que mistura reverência e emoção, colocando no centro da avenida uma das figuras mais brilhantes da história do carnaval: Rosa Magalhães. * LEIA AQUI A SINOPSE DO ENREDO

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A escolha não poderia ser mais simbólica. Homenagear Rosa é reconhecer uma mestra que moldou, com delicadeza e genialidade, a linguagem dos desfiles. Sua assinatura estética e narrativa é responsável por momentos inesquecíveis da folia, e o Salgueiro, que já teve Rosa como carnavalesca, como em 1991, quando ela conquistou o vice-campeonato, agora a consagra como enredo.

Comandando esse tributo está o carnavalesco Jorge Silveira, em sua segunda temporada na escola. A proposta é clara: mergulhar na mente criativa de Rosa e celebrar sua trajetória como professora, artista e revolucionária da arte carnavalesca. O título do enredo já nos dá o tom do delírio poético que se pretende: “A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau”. É Rosa em estado puro. Mérito também de Leonardo Antan, enredista da escola.

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A sinopse apresenta uma verdadeira viagem pela memória do carnaval brasileiro, costurada com elementos que Rosa eternizou em suas obras. Um dos trechos mais tocantes resume o espírito da homenagem: “Professora, hoje, sua herança desfila aqui… Todos somos seus honrosos alunos”. É um desfile que nasce do afeto e da admiração. É o Salgueiro se colocando, com humildade e orgulho, como herdeiro da sabedoria dessa mulher que ensinou o carnaval a contar histórias com alma.

Entre as muitas escolas por onde Rosa passou, a Imperatriz Leopoldinense ocupa lugar especial. Foi ali que viveu uma fase de ouro, com carnavais consagrados que marcaram época. Citar a Imperatriz na sinopse não é apenas uma lembrança é o reconhecimento de que Rosa é patrimônio de toda a folia carioca, uma artista que transcende os barracões.

O Salgueiro também escreve sua própria página histórica: pela primeira vez, no modelo organizado pela Liesa, será a escola responsável por encerrar o Carnaval do Rio. Na terça-feira, 17 de fevereiro, a vermelho e branco terá os olhos sobre si. Um posto de honra, mas também de responsabilidade. E quem melhor do que Rosa para dignificar esse gran finale?

A expectativa é alta, mas justa. O desfile carrega a potência de um tema apaixonante e a vontade de uma comunidade que quer e pode voltar ao topo. Se o desfile traduzir tudo o que a sinopse promete, o Salgueiro tem nas mãos a chance de transformar a dor do injusto resultado do Carnaval 2025 na sua redenção. Rosa Magalhães merece todas as homenagens. Que a Sapucaí vibre, que o samba ecoe, e que esse tributo se transforme em história.