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Equipe responsável pelo desenvolvimento do enredo no desfile da Grande Rio em 2026. Foto: Rafael Arantes/Divulgação

Vice-campeã do Carnaval 2025, a Grande Rio prepara para 2026 um mergulho na lama mais fértil da cultura brasileira: o Manguebeat. Com a chegada de Antônio Gonzaga como novo carnavalesco, em sua primeira empreitada solo no Grupo Especial, após dividir trabalhos com André Rodrigues na Portela, a escola de Duque de Caxias mergulha no universo do Manguebeat para construir um enredo que pretende ser, ao mesmo tempo, poético, urbano e provocador.

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A sinopse do enredo, intitulada “Nação do Mangue”, parte das margens do Recife para mostrar que a cultura de resistência ainda pulsa nas periferias, nos guetos, nos becos onde a arte não é luxo, é sobrevivência. É um texto que convida o leitor a imaginar o carnaval como lugar de regeneração. Como os manguezais. Gonzaga propõe um carnaval que vai além da estética: pretende provocar reflexão sobre urbanização selvagem, apagamento cultural e devastação ambiental.

Sinopse do enredo da Grande Rio para o Carnaval 2026

Inspirada no movimento Manguebeat, que explodiu no Recife nos anos 1990 com nomes como Chico Science, Fred Zero Quatro e Mundo Livre S/A, a Grande Rio abraça a proposta de carnaval-manifesto. o enredo tem batida. Tem suor. Tem caranguejo, lama, antena parabólica e tambor.

O texto da sinopse mistura lirismo e urgência. “A cidade está doente”, afirma um trecho. Mas doente de quê? De abandono, desigualdade, ausência de escuta. A resposta vem da batida do mangue: “somos os que brotam da lama e anunciam o amanhã”. A proposta convoca reflexão sobre o Brasil das margens, onde a vida pulsa com mais força e menos recursos. É um enredo que exige sensibilidade para transformar o caos em beleza, a crítica em espetáculo.

Grande Rio mergulha no Manguebeat e celebra força das periferias em seu enredo para o Carnaval 2026

O maior desafio do enredo será traduzir a densidade simbólica em alegorias e fantasias que dialoguem com o grande público, sem perder a crítica e a raiz que fundamentam o tema. Mas a escola tem credenciais.

Se a escola acertar na concepção visual, no samba e na narrativa de chão, pode colocar mais uma vez seu nome entre as favoritas. Afinal, o Manguebeat é, por essência, uma explosão criativa.

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