Com a casa cheia, a Portela celebrou a obra, a figura e a trajetória de Milton Nascimento. A atmosfera no Vivo Rio remetia à Rua Clara Nunes, antecipando a grande homenagem que marcará a terça-feira de carnaval a uma das maiores vozes do país.
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Na segunda edição do show ‘O Céu de Madureira é Mais Bonito’, na última quinta-feira, o Vivo Rio esteve lotado para celebrar os sucessos de Milton Nascimento e da Portela. O homenageado do enredo “Cantar Será Buscar o Caminho Que Vai Dar no Sol” de 2025, além de marcar presença, dividiu o palco com cada um dos artistas convidados.
Portelense, cantora, idealizadora e produtora do show, Teresa Cristina abriu o espetáculo cantando o clássico “Preciso me encontrar” de Cartola, em seguida ela discursou emocionada sobre o momento que a escola vive a importância do show.
“A Portela está trazendo flores em vida a um grande artista, gigante artista, gigante no Brasil e gigante no mundo. Milton Nascimento não se curva a ninguém. A presença do Milton é sagrada”, disse Teresa.
Logo após, foi a vez da Velha Guarda da Portela se apresentar, cantando o “Hino da Velha Guarda da Portela” e “Esta Melodia”. Tia Surica entoou o clássico “Lama” da saudosa portelense Clara Nunes. A Velha Guarda também cantou os sucessos “Vivo Isolado no Mundo” e “Vai Vadiar” do também portelense Zeca Pagodinho e “A Chuva Cai” de Beth Carvalho.
Com os trabalhos abertos, Tereza voltou ao palco e começou a homenagem a Bituca. Cantando “Certas Canções” e “Um Girassol da Cor de Seu Cabelo”, Teresa iniciou o tributo a Milton.
Logo após foi a vez da também portelense Roberta Sá homenagear Milton. O sucesso “Travessia” foi cantado não só por ela, mas por toda a plateia. Ao lado de Teresa Cristina, Roberta cantou “Tudo Que Você Podia Ser”, como uma parte da banda do show veio da banda original de Milton Nascimento, as versões cantadas ficaram lindas, pois os arranjos musicais eram os mesmos que as versões originais.
Maria Gadú foi uma das convidadas do show, não querendo disfarçar a admiração por Bituca, no meio de uma canção que ela estava cantando, Maria saiu do palco e foi pedir benção ao homenageado. Com sua voz emocionante, a cantora cantou o clássico “Caçador de Mim”, deixando todos os presentes emocionados. Ao lado de Tereza, Maria cantou “Fé Cega, Faca Amolada”.
Cantando o hit “Nada Será Como Antes”, a Cigarra soltou a sua voz, Simone que ganhou este apelido do próprio Milton Nascimento, também esteve presente na primeira edição do show e falou sobre como se sentiu ao saber que o grande amigo e ídolo seria homenageado pela sua escola do coração
“Quando eu era criança, eu ouvia o Milton e dizia que queria ser igual a ele. Estar aqui com ele e com os portelenses é uma imensa alegria. Quando eu descobri que ele seria homenageado, fiquei igual pinto no lixo, é como juntar duas potências do mundo, Portela e o Milton”, contou Simone.
Criolo também se apresentou ao lado de Teresa Cristina cantando “Me Deixa em Paz”, sucesso de Milton Nascimento com Alaíde Costa.
Em seguida, Milton Nascimento subiu ao palco do Vivo Rio ovacionado e ao lado de Criolo, Bituca cantou a canção “Cais”. Ao lado de Roberta Sá, o artista cantou “Canção do Sal”
Com Maria Gadú ajoelhada e com a cabeça em seu colo, Milton cantou “Nos Bailes da Vida”. Com Teresa Cristina a música foi “Caxangá”. A penúltima música foi o clássico “Encontros e Despedidas” em um dueto com Simone. Milton se mostrou animado e com fôlego o suficiente para cantar seus clássicos ao povo da Azul e Branco de Madureira.
Para finalizar, todos voltaram ao palco, a Velha Guarda, bateria, musas, passistas e, sobre tudo, os artistas convidados e cantaram “Maria, Mania” com Milton. Sendo aplaudido em pé por todo o Vivo Rio.
Depois foi a vez da Portela se auto-homenagear, com os sambas “Contos de Areia” de 1984, “Gosto Que me Enrosco” de 1995, “Quem Nunca Sentiu o Corpo Arrepiar Ao Ver Esse Rio Passar” do título de 2017 e “Um Defeito de Cor” do ano passado, Gilsinho e a Tabajara do Samba levantaram o público presente. Nem o ponto de Xangô ficou de fora na introdução do samba do ano passado. Além disso, Gilsinho repetiu o que tem feito nos ensaio de rua e cantou “Maria, Maria” fazendo o público do Vivo Rio vibrar com a sua versão e em seguida cantou o hino portelense para 2025.
O presidente Fábio Pavão discursou ao lado da presidente de honra da escola, Tia Surica, agradecendo a influência mineira na Portela.
“Agradeço a todos que contribuíram para que mais uma vez a Portela estivesse aqui. Agradeço ao Milton Nascimento e sua família, por mais uma noite inesquecível, como foi ontem na quadra com a nossa comunidade. A Portela tem muita identificação com Minas Gerais, desde o nosso fundador Antônio Rufino, que era mineiro, Clara Nunes, Noca da Portela e tantos outros. E hoje estamos aqui para cantar esse orgulho de Minas Gerais e do Brasil chamado Milton Nascimento”, discursou o presidente.
O show foi cercado de emoção e gratidão mútua entre Milton Nascimento e a Portela.