Em 2023, a Mocidade Unida da Mooca resgata a história de Francisco José Chagas, com o enredo “O Santo Negro da Liberdade”. A agremiação divulgou o projeto pelas redes sociais no domingo.

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Foto: Divulgação

“Liberdade” era a palavra de ordem do público no momento da morte de Chaguinhas, no Largo da Forca em 1821, hoje conhecido como Praça da Liberdade, no centro de São Paulo. A condenação do cabo negro do Primeiro Batalhão de Santos, no período do Império português, veio após liderar uma reivindicação de mais de 5 anos de salários atrasados e igualdade no tratamento dos soldados brasileiros e portugueses.

A primeira corda que o enforcava arrebentou e Francisco José Chagas caiu no chão ainda com vida. Era comum o perdão da pena quando o enforcamento não era consumado e as pessoas no local da execução pediram por sua liberdade. Chaguinhas, no entanto, passou por uma segunda tentativa de enforcamento, também frustrada pelo rompimento da corda. O cabo resistiu ao terceiro enforcamento e foi executado a pauladas em praça pública.

A jornada de martírio o fez ser adorado como santo, embora não reconhecido pela Igreja Católica. “O Santo Negro da Liberdade” resgata uma história que ficou apenas na oralidade e que perde espaço com a expressão da cultura japonesa, no mesmo local.

Chaguinhas está enterrado na Capela dos Aflitos, na Liberdade. Devotos deixam seus pedidos por milagres na igreja e, para serem atendidos, batem três vezes na porta.

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